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Plano de Orientação para aprendizagem a Distância – POAD
Etec/CD: Getúlio Vargas
Curso: Ensino Médio com Habilitação em Química Série/Módulo: 1ª ano
Componente Curricular: História Docente: Prof. Celso Luiz Lucas Turma: 1H
Turno: Integral
Plano Didático
Período: 01/11/2020 até 30/11/2020.
	Competência(s) 1-Construir	e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para	a
compreensão de fenômenos naturais,	de processos histórico- geográficos, da produção tecnológica			e das manifestações artísticas.		2-
Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados	e
informações representadas de	diferentes formas			para tomar decisões e		enfrentar situações
problema.
	Habilidade(s) 3-Relacionar informações,
representadas	em diferentes formas e conhecimentos disponíveis		em situações concretas para	construir argumentação consistente.		4-
Analisar	fatores socioeconômicos e ambientais associados		ao desenvolvimento, às	condições	de vida e saúde de populações humanas, por meio da interpretação de diferentes indicadores.
	Base(s) Tecnológica/Base Científica
Idade Contemporânea As	Unificações italiana e alemã.
O	Imperialismo do Século XIX.
	Atividades Propostas
Ler os textos
As unificações italiana e alemã.
O Imperialismo ataca o mundo. Em seguida responder ao questionário que está anexado da seguinte forma: editar e responder no próprio formulário
	Metodologia(s
*)
Leitura e discussão de textos, Sugestão de filmes e proposição de preenchimento de questionário.
	Instrumentos de Avaliação
>Apresentar argumentos logicamente encadeados a respeito de um determinado assunto.
>Contextualiza ção, conteúdo, clareza, coesão		e capacidade crítica	ao argumentar, elaborar textos e ao realizar as atividades.
>Apresentação de ideias com clareza	e exatidão.
A Unificação Italiana
Na primeira metade do século XIX (19), predominou no território italiano a divisão política em diferentes estados independentes, a Região Norte, O Reino da Lombardia- Veneza e os ducados de Parma, Módena e Toscana estavam sob o controle do Reino da Áustria. O Reino das duas Sicílias (ou de Nápoles) era ligado à dinastia dos Bourbons; os Estados Pontíficios, à Igreja Católica; o Reino Sardo-Piemontês era o único livre e independente. Foi justamente este último reino que liderou o processo de unificação. A soma de dois fatores, em especial, contribuiu para o processo de unificação dos estados italianos: o sentimento nacionalista, que desejava libertar o território do domínio austríaco, e o interesse da burguesia italiana em acelerar o desenvolvimento econômico e industrial de seus estados. A divisão da Itália em vários estados dificultava a consolidação da economia capitalista em um período em que a industrialização avançava por toda a Europa. Foi com esse objetivo, então, que a burguesia italiana liderou o movimento pela unidade política e territorial da Itália, conforme afirmou o historiador René Rémond: “É a burguesia comerciante ou industrial que deseja a unificação do país, pois vê nessa idéia a possibilidade de um mercado maior e de um nível mais elevado.
Vitor Emanuel II assumiu o trono do Reino Sardo-Piemontês em 1849. Em 1852, nomeou Camilo Cavour como primeiro ministro. Para estimular a luta pela unificação, Cavour procurou desenvolver internamente o reino, buscando independência econômica e comercial. No plano externo, negociou o apoio da Inglaterra e da França na luta contra a Áustria. Com a França de Napoleão III, ele trocou os territórios de Nice e Savóia por ajuda militar.
O conflito entre o Reino Sardo-Piemontês e a França (de um lado) contra a Áustria foi provocado por Cavour e iniciado em 1859. Derrotada a Áustria, Napoleão III abandonou o acordo com o Estado Italiano para lutar contra a Prússia. No entanto, a derrota austríaca e a anexação da Lombardia repercutiram em toda a Itália. Vários movimentos explodiram em Módena, Parma e Toscana, que resolveram se unir ao Reino Sardo-Piemontês.
Em Nápoles (ou Duas Sicílias), Giuseppe Garibaldi liderou a dura luta pela libertação do domínio dos Bourbons. Vencido o conflito, a população do antigo reino decidiu em plebiscito anexar-se também ao Reino Sardo-Piemontês.
Apesar de sua importante participação na guerra contra os austríacos, Garibaldi não obteve grande destaque na consolidação da unificação italiana. Seu projeto para a nova nação unificada defendia a formação de um governo democrático. Garibaldi era um defensor da República: para ele, a Itália deveria se tornar um país mais justo, cujo governo permitisse maior participação popular. Contudo, como a liderança da unidade italiana coube aos piemonteses da Região Norte, a proposta de Garibaldi não se concretizou. A esse respeito, leia este texto:
Você se recorda das diferenças econômicas que existiam entre as regiões Norte e Sul dos Estados Unidos? Então, na Itália a situação era semelhante. O Reino do Piemonte, ao norte, possuía uma economia mais avançada e industrializada. Na região da Sicília, ao sul, ainda predominava uma economia agrária e pouco desenvolvida industrialmente. Portanto, no processo de unificação da Itália, prevaleceu o poder econômico da Região Norte. Ao invés do projeto popular defendido por Garibaldi, predominaram os interesses da burguesia industrial na formação dessa nova nação italiana. Desta forma, a classe dominante foi o grupo mais beneficiado pela unificação do país. Com a unidade política, a Itália criou condições para estimular o desenvolvimento econômico e a ampliação da indústria em todo o seu território.
Em 1861, Emanuel II era proclamado rei da Itália. Entretanto, faltava ainda resolver o problema dos Estados da Igreja e de Veneza, de posse da Áustria. Garibaldi tentou conquistar essas regiões, mas fracassou.
Veneza foi anexada em 1866, graças à derrota da Áustria diante da Prússia.
Roma foi conquistada com o fim do apoio militar de Napoleão III, em 1870.
Esse processo finalmente se consolidou quando, em 1870, Vitor Emanuel II (rei do Piemonte) anexou a cidade de Roma, tornando-a capital da nova nação unificada.
A Itália estava então definitivamente unificada, mas o problema com a Igreja Católica permaneceria. O papa Pio IX se recusava a aceitar a anexação de Roma. A questão só seria resolvida em 1929, com a criação do Estado do Vaticano (Tratado de Latrão), acertado entre Mussolini, Emanuel III e Pio XI
A Questão Romana
A anexação de Roma e a consequente unificação entre os estados do Norte e a Região Sul da Itália geraram um problema com a Igreja Católica, o qual ficou conhecido como Questão Romana. O papa Pio IX não reconheceu a unificação do Estado Italiano, pois a região onde se situa a cidade de Roma estava sob controle da Igreja em 1870. A Igreja Católica possuía boa parte dos territórios do Centro-Sul da Itália, denominados de Estados Pontifícios. Sendo assim, o processo de unificação entre os estados do Norte e os do Sul da Itália representava uma ameaça para a Igreja, que temia perder o controle sobre esses territórios da região central.
Ao se apropriar de Roma, o rei Vítor Emanuel II acabou gerando um conflito com a Igreja. A chamada Questão Romana se estendeu até 1929 e só foi resolvida pelo ditador Benito Mussolini, quando este ofereceu à Igreja a autonomia sobre o Estado do Vaticano. Criado na cidade de Roma, o Vaticano é um estado independente controlado de forma soberana pela Igreja Católica, sem interferência da política italiana. Com o fim da Questão Romana, a Igreja reconheceu a unidade do Estado italiano e, consequentemente, a religião católica foi institucionalizada como a religião oficial da Itália.
A unificação alemã
Vimos que o processo de unificação da Itália foi liderado pelo rico e desenvolvido Reino do Piemonte. Na Alemanha, o desejo de unidade política e territorial do país também foi iniciativa de um grande Estado Alemão: o Reino da Prússia. Na segunda metade do século XIX (19), a economia prussiana tinha adquirido um nível de desenvolvimento industrial bem superior, se comparado aos demais estados que compunham a chamada Confederação Germânica (uniãodos diversos estados independentes que, posteriormente, formaram a Alemanha). Nessa época, o território alemão (ou germânico) estava dividido em 39 estados. A Confederação Germânica estava sob o comando do Império Austríaco.
Os prussianos consideravam as barreiras alfandegárias que existiam entre os estados germânicos o grande obstáculo para a consolidação da sua economia industrial. As restrições para a livre circulação de mercadorias entre esses diversos estados realmente dificultaram um maior desenvolvimento econômico, não somente da Prússia, mas também dos demais estados da Confederação Germânica, na primeira metade do século XIX (19). Por essa razão, os prussianos defenderam a formação de uma liga (união) comercial que permitisse que os produtos industrializados circulassem livremente no território alemão. O objetivo era derrubar os impostos sobre importação, isentando os produtos alemães do pagamento de tarifas alfandegárias e, com isso, incentivar a produção interna e aprimorar as relações comerciais entre os membros da Confederação. A rivalidade contra os austríacos levou as lideranças prussianas, o imperador Guilherme I e o chanceler (primeiro-ministro) Otto Von Bismarck, a excluírem a Áustria da zolverein. Denominamos zollverein (união aduaneira criada em 1834, que gerou uma espécie de mercado comum na Alemanha) a união econômica dos estados germânicos que eliminou as barreiras alfandegárias e impulsionou o comércio interno alemão.
A exclusão da Áustria foi uma clara provocação dos prussianos que acentuou ainda mais a oposição entre os dois reinos e culminou com a Guerra Austro-Prussiana (1866). Vencida pelo Reino da Prússia, essa guerra gerou a extinção da tradicional Confederação Germânica e a formação da Confederação Germânica do Norte, sob o domínio dos prussianos. Ou seja, com a guerra, os estados alemães ficaram divididos entre a liderança da Prússia, ao norte, e a influência austríaca, ao sul, fato que dificultava o processo de unificação.
Outro obstáculo para que se consolidasse a unificação dos estados alemães era a oposição de Napoleão III, soberano da França. Aos franceses não era nada interessante a formação de um grande e poderoso país em suas fronteiras do leste. Para tentar evitar a unificação alemã, a França pressionou os estados do Sul a não aderirem ao projeto prussiano. A interferência francesa e o desejo de Napoleão III em controlar a Região Sul desencadearam mais um conflito: a Guerra Franco-Prussiana. Este foi o episódio definitivo para que a unificação alemã se concretizasse. A Prússia, comandada por Bismarck, possuía um exército muito superior ao da França. Por essa razão, a guerra, iniciada em 1870, foi amplamente favorável aos prussianos.
Batalha de Sedan (1870-1871) – um dos mais importantes conflitos da história europeia, marcou a derrota da França de Napoleão III e o nascimento do Império Alemão. Em Sedan, Região Nordeste da França, prussianos e franceses se enfrentaram em quase 10 meses de intensos conflitos. Ao final, prevaleceu a superioridade militar dos prussianos. Aproximadamente 200 mil prussianos venceram cerca de 120 mil soldados franceses. Ao final do conflito, além de ser obrigada a pagar indenização aos vitoriosos, a França perdeu seus territórios da Alsácia-Lorena, anexados pelos alemães. Nesse episódio, estava sendo plantada a semente da Primeira Guerra Mundial (1914- 1918). Os anos que se seguiram à Guerra Franco-Prussiana (1870-1914) marcaram um período de instabilidade nas relações entre os dois países. A obsessão dos franceses em recuperar seus territórios na fronteira com a Alemanha gerou uma rivalidade e um clima de revanche, que se manifestaria em 1914 com a Primeira Guerra Mundial.
	NOME: Amanda Campos de Paiva Almeida 
	RM: 101433
	Tipo de Ensino:
	Médio:
	X
	Técnico:
	
	Módulo/Série:
	1º
	X
	2º
	
	3º
	
	4º
	
	Habilitação: História
	Conteúdo: As Unificações Italiana e Alemã.
Competências: Criticar, analisar e interpretar fontes documentais de natureza diversa.
	PROVA:
	Mensal:
	X
	Bimestral:
	
	Prog. Parcial:
	
	Outros:
	
	
	Menção:
	MB
	
	B
	
	R
	
	I
	
	Professor(a):Celso Luiz Lucas
	Observações: Editem o trabalho e respondam no próprio formulário, estando pronto enviem para o endereço eletrônico do professor; rasura anulam-nas; .
Questão 1: 
O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa, publicado postumamente e popularizado pelo cineasta italiano Luchino Visconti, narra a decadência da nobreza e a ascensão de uma nova classe na Itália do final do século XIX, endinheirada, destituída de sangue azul, mas ávida para comprá-lo. A astúcia do aristocrata Tancredi o levou a perceber a necessidade de sobrevivência numa nova realidade. Em uma de suas falas, ele diz: “Se nós não estivermos presentes [na unificação], eles aprontam a República. Se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude. Fui claro?”.
Adaptado de revistabula.com.
A frase do personagem Tancredi no filme O Leopardo sintetiza a postura da nobreza italiana em meio ao processo de unificação nacional na década de 1860.
Apresente uma característica da unificação italiana que justifique a frase do personagem.
Aponte, ainda, um efeito socioeconômico dessa unificação para o continente americano.
R: A Unificação Italiana fez surgir um Estado unido territorialmente sob uma monarquia constitucional, isso assegurou o domínio social e político que a nobreza exercia sobre o povo. A manutenção da monarquia somado a contenção dos grupos que agiam sob ideais republicanos, liderados por Giuseppe Garibaldi, impediram a adoção do modelo republicano e afastaram o povo das grandes decisões políticas. Além disso, unificação foi a responsável pelas batalhas, a crise da agricultura sulista, e consequentemente a fome que atingiram os camponeses pobres na península itálica, o êxodo rural (para o norte) desses camponeses provocaram grande pobreza e desemprego no país, o que conduziu a uma enorme onda migratória para continente americano.
Questão 2:
A ação da Prússia na condução do processo de unificação da Alemanha foi eficaz e, conforme pode ser observado na legenda do mapa ao lado, cronologicamente rápida. A anexação dos territórios que pertenciam à Dinamarca, ao Império Austro-húngaro e à França, todavia, só foi viabilizada por meio de intensos conflitos militares que, embora tenham ocorrido no século XIX, foram de fundamental importância para a definição das alianças que se enfrentaram na I Guerra Mundial (1914-1918). 
Com base no mapa da Unificação Alemã, explique o conflito territorial envolvendo França e Alemanha, presente na Guerra Franco-Prussiana e na I Guerra Mundial.
R: O território da Alsácia-Lorena é conhecido por ser grande motivo de desavença entre franceses e alemães, as regiões eram muito ricas em carvão e ferro e, num mundo após a Revolução Industrial, o carvão e ferro eram as principais matérias-primas que impulsionavam a indústria. A Guerra Franco-Prussiana teve início porque a França punha empecilhos à integração dos Estados do Sul na formação de um novo país, pois a formação de um grande e poderoso país em suas fronteiras era desvantajoso, além do desejo do soberano da França (Napoleão III) em controlar a Região Sul. Essa guerra foi vencida pela Alemanha que tomou parte do território francês (Alsácia-Lorena), devido a isso, os franceses desenvolveram um sentimento de vingança contra a Alemanha, que foi responsável por colocar esses dois países em lados opostos na Primeira Guerra Mundial, além da criação do Plano XVII, cujo principal objetivo era a reconquista destes territórios.
Questão 3:
Analise as seguintes figuras e leia o texto abaixo.
Suponha-se que um dia, após uma guerra nuclear, um historiador intergaláctico pouse em um planeta então morto para inquirir sobre as causas da pequena e remota catástrofe pelos sensores de sua galáxia. (...) Após alguns estudos, nosso observador conclui que os últimos dois séculos da história humana do planeta Terra são incompreensíveis sem o entendimento do termo ‘nação’ e do vocábulo que dele deriva.
HOBSBAWM,Eric. Nações e nacionalismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 11.
a) Uma importante medida econômica que contribuiu para a unificação da Alemanha.
R: O estabelecimento, em 1834, dos Zollverein foi uma importante medida econômica que contribuiu para a unificação da Alemanha. Zollverein era uma união alfandegária composta pelos 39 Estados, que compunham o que hoje conhecemos como Alemanha, que na época estavam sob a liderança da Prússia; essa união abolia os impostos para as importações e exportações entre os seus membros, estabelecendo o livre comércio e fortalecendo o mercado interno na Alemanha, uma vez que ampliava o mercado consumidor dos produtores locais.
b) A importância do poderio militar nesse contexto de unificação dos Estados Alemães.
R: A Guerra Franco-Prussiana teve fim com a vitória Alemã e Prussiana, com o Tratado de Frankfurt; nesse tratado a França foi obrigada a pagar uma indenização de guerra, além de que a província francesa da Alsácia-Lorena passaria para o domínio alemão. O dinheiro obtido somado ao território rico em matérias-primas fundamentais para a expansão das indústrias (carvão e ferro), favoreceu o fortalecimento econômico e industrial alemão.
Questão 4:
Observe este cartaz comemorativo da Comuna de Paris:
A partir da análise desse cartaz e considerando outros conhecimentos sobre o assunto,
a) Descreva o contexto histórico que motivou a revolta que deu origem à Comuna de Paris, em 1871.
R: Após o fim da Guerra Franco-Prussiana com a vitória prussiana sobre a França e a prisão do imperador da França Napoleão III, instaurou-se a formação da Segunda República na França, Adolphe Thiers, representante da burguesia, liderou o novo governo francês e propôs um acordo de paz com a Prússia, apesar dessas medidas políticas, a derrota para os prussianos acirrou as divergências de classe no país, principalmente em Paris.
Os operários e setores populares da capital, descontentes com as condições de trabalho e os pesados impostos pagos para cobrir dívidas de guerra, pediam reformas sociais, principalmente no que se referia ao direito de propriedade. Com a pressão popular, Thiers transferiu o governo para Versalhes, o que intensificou a insatisfação popular, que somada à incapacidade dos exércitos franceses de defender a capital, levou a população mais pobre de Paris a assumir o governo da cidade de forma autônoma. A Comuna de Paris foi a primeira república proletária da história, quando os “communards”, revolucionários parisienses, tomaram o poder na cidade de Paris, em março de 1871. 
b) Cite duas medidas adotadas pelo governo constituído pela Comuna de Paris.
R: O governo da Comuna foi extremamente influenciado por ideias socialistas, então suas principais medidas adotadas buscavam favorecer as massas trabalhadoras, como por exemplo: Criação da “previdência social”; Redução da jornada de trabalho e fim do trabalho noturno; Fixação de salários mínimos para os trabalhadores etc.
c) Explique como cada um dos dois elementos representados no cartaz – a mulher e os dois homens – se relaciona com o contexto da Comuna de Paris.
R: Na gravura acima, a mulher representa a liberdade, sob ponto de vista popular e os homens representam trabalhadores (a esquerda, um trabalhador urbano e a direita um trabalhador rural) reforçando o caráter popular e socialista do movimento.
Questão 5:
A União Europeia dá continuidade ao seu processo de ampliação. Com o ingresso da Bulgária e Romênia em 2007, o bloco passa a contar com 27 países-membros.
(www.dw-world.de)
Vem de longe o esforço europeu para desenvolver estratégias que garantam a paz e o equilíbrio entre as nações que formam o continente. No século XIX, por exemplo, a tentativa realizada pelas nações participantes do Congresso de Viena (1814-1815) foi rompida com a unificação alemã, fruto da política empreendida por Bismarck.
Apresente dois objetivos do Congresso de Viena e um efeito da unificação alemã sobre as relações políticas europeias estabelecidas na época.
R: No Congresso de Viena, os países se reuniram para buscar estratégias para recuperar ou manter a antiga ordem política, impedir o avanço das ideias liberais no continente e construir uma política de intervenções militares para sufocar movimentos revolucionários liberais e/ou nacionalistas, visando garantir a permanência dos reis absolutistas no poder destituídos pelos efeitos da Revolução Francesa, e reformular o mapa europeu, que havia sido desconfigurado pelas guerras napoleônicas.
No começo da segunda metade do século XIX, a região da atual Alemanha era formada por uma série de pequenos reinos e ducados, que estavam assim definidos desde o Congresso de Viena, e após a sua unificação, houve o rompimento desse mapa que havia sido estabelecido, houve também o surgimento do revanchismo francês, causado pela perda do território da Alsácia-Lorena para o domínio alemão, além de que o sucesso da unificação colocou a Alemanha como potência e fortaleceu as ambições imperialistas dos alemães que se lançaram no objetivo de obter colônias na África, que estimulou à corrida armamentista - "Paz Armada”, que futuramente seria um fator importante para o começo da Primeira Guerra Mundial. 
Questão 6:
O texto a seguir narra o episódio da proclamação da Comuna de Paris em 1871.
"Faz-se silêncio, as pessoas escutam. Os membros do Comitê Central e da Comuna, com o lenço vermelho a tiracolo, acabam de subir ao palanque. Ranvier: 'O Comitê Central entrega seus poderes à Comuna. Cidadãos, meu coração está tão transbordante de alegria, que não posso pronunciar um discurso. Permiti-me apenas glorificar o povo de Paris pelo grande exemplo que acaba de dar ao mundo'. [...] Os tambores rufam. Os músicos, duzentas mil vozes, recomeçam a entoar a Marselhesa, não querem mais discursos. Em uma oportunidade, Ranvier mal consegue bradar: 'Em nome do povo, é proclamada a Comuna!'"
(LISSAGARAY, Prosper-Olivier. "A História da Comuna de 1871". São Paulo: Editora Ensaio, 1991, p. 118.)
a) Analise o contexto histórico que permitiu a proclamação da Comuna na França de 1871.
R: A proclamação da Comuna de Paris se dá depois da derrota da França na Guerra Franco-Prussiana, pois a população de Paris , que havia lutado contra os alemães invasores não admitiu a trégua com o governo alemão, conduzido por Thires, que assumira provisoriamente o governo francês após a rendição do ditador Napoleão lll.
b) Discuta o desfecho da experiência revolucionária de governo dos partidários da Comuna.
R: O governo francês, sendo um governo socialista, se instalou em Versalhes, solicitou à Alemanha a libertação de prisioneiros de Guerra para recompor o Exército Francês e combater a Comuna. As várias correntes ideológicas que se confrontaram durante a organização da Comuna, e o reduzido Exército, formado, em sua maioria, por operários, não suportaram as investidas do governo francês desocupando em três meses, a primeira experiência concreta de um governo socialista.
Questão 7:
Referindo-se aos acontecimentos ocorridos em Paris no ano de 1871, assim se expressou um militante socialista: "Eis o que significaram os acontecimentos de 18 de março. Eis por que esse movimento é uma revolução, eis por que todos os trabalhadores o reconhecem e aclamam".
a) A que movimento político a citação faz referência?
R: A Comuna de Paris
b) Explique o que foi esse movimento.
R: Um governo socialista, formado principalmente por operários, que aconteceu em Paris, após a derrota dos franceses na Guerra Franco-Prussiana.
c) Qual foi sua importância para o movimento socialista até o período inaugurado com a Revolução Russa de 1917?
R: A Comuna de Paris foi a primeira experiência concreta de um governo democrático e popular socialista.
Questão 8:
A partir dos anos de 1848/1850, o panorama político europeu foi caracterizado pelo processo de construção do Reino da Itália e de formação do Império Alemão.
Comparando os dois processos de unificação, descreva a participação dos setores populares em cada um deles.
R: Na Itália, o processo se deu através do apoiodos setores rurais e urbanos. Na Alemanha, o processo aconteceu a partir do Estado, que tomou a iniciativa da unificação e da modernização, não havendo o apoio dos setores populares nesse processo.
Questão 9:
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Ao longo do século XIX é possível identificar algumas tentativas de integração europeia, que não alcançaram grande repercussão. A ideia de uma Europa unida estava ainda distante. Segundo Bismark, Chanceler da Prússia e depois da Alemanha, "quem fala de Europa, se equivoca. Noção geográfica... ficção insustentável."
Contudo, na segunda metade do século XX, se fortaleceu a proposta de uma maior integração econômica e política do continente, com a assinatura do Tratado de Roma e a constituição da comunidade Econômica Europeia (CEE).
Identifique uma razão que tenha levado Bismark a mostrar-se pessimista quanto à possibilidade de uma união europeia em fins do século XIX.
R: No final do século XIX, havia na Europa, uma série de movimentos nacionalistas, além das diversas disputas colonialistas entre as nações industrializadas por territórios na África e na Ásia. Nesse contexto era impossível qualquer possibilidade de integração nas nações europeias.
Questão 10:
Em um relato de uma viagem ao Brasil de Luciano Magrini (In BRASILE, 1926), pode-se ler: Neste cenário, em uma triste e silenciosa solidão, quase perdidos no espaço, dispersos em uma imensa plantação de café, dez ou vinte quilômetros distante do menor vilarejo, vivem milhares e
milhares de italianos.
a) Que condições políticas e econômicas na Itália durante a segunda metade do século XIX provocaram um movimento migratório em direção ao Brasil?
R: O movimento de unificação italiana, que sofria influência do reino de Piemonte Sardenha, que era a favor de um projeto de industrialização, e como consequência houve um grande êxodo rural e a formação de um grande exército de mão-de-obra reserva.
b) Quais foram as localidades geográficas brasileiras ocupadas pela migração italiana nas últimas décadas do século XIX?
R: As regiões Sul e Sudeste
c) Quais eram as características econômicas da agricultura cafeeira?
R: Era classificada como plantação de exportação, baseada no latifúndio e na monocultura, utilizando-se mão de obra escrava inicialmente e posteriormente dos imigrantes europeus.
O Imperialismo ataca o mundo
Colonizar significa fixar homens e mulheres em certas áreas ou regiões, geralmente mantendo relações políticas administrativas e econômicas com o país de origem.
Isso pode ocorrer de maneira pacífica ou violenta. A colonização é uma prática muito antiga e fez parte da história de vários povos, sob diferentes estímulos. Os países da América, por exemplo, tiveram suas origens na colonização europeia do período Moderno, no contexto de formação dos Estados absolutistas e de economias mercantilistas.
Já a colonização nas últimas décadas do século XIX foi resultado do desenvolvimento espetacular do mundo industrial, com a consequente expansão demográfica e a busca por mercados consumidores, matéria-prima, bases estratégicas e áreas para investimento de capitais. Situa-se num momento de exacerbação dos nacionalismos burgueses e de competição entre países industrializados. Essa política expansionista foi levada a cabo por países capitalistas com o objetivo claro de formar impérios. É esse processo que vamos conhecer neste capítulo.
O que é Imperialismo?
Durante o século XIX, a palavra imperialismo foi usada para identificar a política de colonização ou tutela da Grã-Bretanha sobre regiões ou países de outros continentes. Os que defendiam o Império britânico se autodenominavam, com orgulho, imperialistas.
Para os imperialistas, a expansão britânica era benéfica para os povos colonizados, em contraste com o que ocorrera nos impérios do passado. A justificativa – ideológica – era de que os ingleses tinham a obrigação moral de levar a “civilização” às partes do mundo que a desconheciam. Muitos interpretavam isso como um sublime e generoso dever.
As sociedades humanas, segundo esse grupo, apresentavam diferentes níveis de evolução – umas mais adiantadas, outras muito atrasadas -, cabendo aos povos evoluídos levar sua cultura aos mais primitivos. Essa doutrina se baseava em critérios científicos do século XIX, sobretudo no livro A evolução das espécies, de Charles Darwin, de 1859. Então, estabeleceram-se os três estágios de evolução da humanidade: selvageria, barbárie e civilização.
Raça e evolução
A teoria evolucionista de Darwin foi utilizada ideologicamente pelos imperialistas, ajudando a dar base científica ao que ficou conhecido como darwinismo social. Segundo seus defensores, as raças humanas seriam desiguais: algumas geneticamente superiores às outras, sobretudo quanto à inteligência. O darwinismo social desdobrava-se, portanto, na chamada antropologia física ou biológica, característica do século XIX.
Obviamente houve apropriação seletiva ou inadequada das teorias de Darwin, pois ele próprio nunca defendeu tais argumentos. A teoria evolucionista sobre as sociedades não foi o motivo do imperialismo, mas os europeus a usaram como justificativa para impor seu domínio.
Em 1853, pouco antes de Darwin publicar seu livro, o conde francês Arthur de Gobineau (1816-1882) lançou uma obra que teve grande repercussão, como o expressivo título Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas. Gobineau condenava a mistura das raças, vendo nisso um fator de degeneração da espécie humana.
O inglês Francis Galton (1822-1911), primo de Darwin, por sua vez, relacionou a evolução dos povos à desigualdade das raças humanas. Criou o conceito de eugenia – estudo do aprimoramento da raça humana. Defendia a ideia de que a inteligência é herdada, e não fruto do meio ambiente. Outras características também seriam hereditárias, podendo melhorar ou piorar a qualidade das futuras gerações. Seu livro Gênio hereditário (1869) transformou-se numa espécie de “bíblia” da antropologia evolucionista.
Aos poucos, assim, surgia uma classificação das raças, cujos principais tipos eram a caucasóide ou caucasiana (brancos), a mongolóide (povos da Ásia e ameríndios) e a negróide (africanos). Os caucasianos foram considerados modelo de superioridade genética, ao passo que os negros foram classificados no grau mais baixo da evolução humana.
Em resumo, a Antropologia do século XIX era tremendamente racista e influenciou, em grande medida, as doutrinas imperialistas concebidas na Europa ocidental.
Imperialismo e Capitalismo
No polo oposto aos que defendiam o imperialismo europeu estavam os intelectuais de esquerda, críticos do capitalismo. Entre eles, destacou-se principalmente o revolucionário russo Vladimir Lênin, autor do livro O imperialismo: fase superior do capitalismo (1916).
Como sugere o título do livro, Lênin considerava o imperialismo um estágio avançado do capitalismo, organizado em grandes monopólios. Sua sobrevivência dependeria da expansão para outros territórios fora da Europa, para exportação de capitais.
Esse capitalismo avançado, que Lênin chamou de capitalismo monopolista ou imperialista, era diferente daquele analisado por Karl Marx, pois o capital, naquele tempo, reproduzia-se simplesmente pela produção de bens para a venda no mercado interno ou externo. Para os países imperialistas, implicava em dominar áreas fornecedoras de matérias-primas, sobretudo aquelas usadas na indústria pesada. Para isso, era preciso investir diretamente na economia dos territórios coloniais, segundo os interesses do grande capital das metrópoles europeias.
A política imperialista era, assim, a base desse novo colonialismo, que resultou na partilha da África e da Ásia e possuía um sentido muito negativo. Passou a ser, para socialistas, sinônimo de saque e exploração, causados pela política colonialista das grandes potências.
O Colonialismo
A Expansão dos países industrializados para outros continentes é inseparável do colonialismo e das intensas disputas entre os países europeus no século XIX.
O colonialismo não era um fenômeno historicamente novo.Em diversos casos, dava continuidade à experiência colonialista dos séculos anteriores, embora de modo diferente.
Portugal, por exemplo, mantinha relações com Angola e a região do golfo do Benin desde o século XV, praticando o tráfico de escravos a partir de fortalezas ou feitorias construídas no litoral. A Inglaterra havia estabelecido monopólios comerciais na Índia e na China no século XVIII, assim como em suas colônias nas Antilhas. A França, que também possuía colônias nas Antilhas, já se havia apossado de áreas da África na década de 1830, como a conquista da Argélia, que se completou na década de 1850.
A partir de 1830, a disputa do mundo entre as grandes potências se tornou frenética, e não somente para vender manufaturados por preços mais elevados e comprar, a preço baixo, produtos agrícolas (como o açúcar) ou metais preciosos para cunhar moedas, como ocorria no sistema mercantilista. Nesse novo momento, os países europeus buscavam áreas ricas em matérias-primas, como ferro, carvão, cobre e outros minerais necessários para as indústrias. Buscava-se ainda, áreas de investimento, onde fosse possível instalar ferrovias e conceder empréstimos a juros altos. Tudo como o alegado objetivo de levar a outros povos os benefícios da civilização ocidental.
Muitos historiadores denominam esse fenômeno de corrida imperialista. As áreas cobiçadas pelos países industrializados sofreram pressões e ataques, transformando-se em colônias, protetorados ou domínios.
A Inglaterra, maior potência industrial da época, foi a principal beneficiária da corrida imperialista. No final do século XIX, os ingleses chegaram a ter o controle direto sobre um quarto da superfície do globo terrestre. Incluídas as chamadas “áreas de influência britânica”, cujo domínio era mediado por autoridades locais, quase um terço do planeta estava inserido no poderoso império britânico – o império onde “o sol nunca se punha”.
Em segundo lugar na corrida imperialista, bem abaixo dos britânicos, destacava- se a França, seguido pela Bélgica e a Holanda. A Alemanha saiu muito atrás dos outros, assim como a Itália, por conta dos processos tardios de unificação, finalizados por volta de 1870. Portugal expandiu-se nas áreas da África que já dominava. Fora da Europa, houve dois países que entraram nessa disputa: os Estados Unidos, sobretudo no Caribe, e o Japão recém-industrializado, na Ásia.
O colonialismo imperialista do século XIX foi resultado, sem dúvida, dos interesses capitalistas, sobretudo europeus, justificados por razões civilizatórias de ordem moral ou religiosa, misturadas como preconceitos raciais inspirados na ciência genética. Mas foi mais longe: ocidentalizou grande parte do mundo, destruindo, modificando ou inferiorizando a cultura de muitos povos.
Passagem para a Índia
Desde o início do século XVII, a Companhia das Índias Orientais inglesa atuava no comércio da Índia e da China. O chá chinês e os tecidos de algodão indianos eram muito apreciados entre os ingleses e era a Companhia que supria esse mercado.
Quando Napoleão Bonaparte lançou-se sobre o Egito, em fins do século XVIII, os britânicos sentiram-se ameaçados em suas possessões comerciais na Ásia, e reforçaram ainda mais a ocupação militar. Os Estados da Índia foram pouco a pouco sendo subjugados e obrigados a aceitar o poder britânico.
No início do século XIX, a política de domínio inglês tomou uma forma mais agressiva. Em 1813, a Coroa inglesa aboliu o monopólio que a Companhia possuía nas Índias, e um número cada vez maior de negociantes teve acesso à região. Com o apoio da Coroa e do Exército, os britânicos derrotaram os ainda livres Estados da Índia Central, que acabaram por sucumbir. Uma administração estruturada e um exército bem equipado consolidaram a presença inglesa.
Na verdade, o domínio britânico baseava-se no poder do exército de sipaios (ou cipaios) – soldados indianos treinados por métodos ingleses – e no apoio de príncipes e de grandes proprietários rurais nativos, que mantinham seu poder sobre o resto da população. Enfim, a população indiana estava nas mãos de um duplo poder, local e estrangeiro.
A Revolução Industrial inglesa, por sua vez, inverteu a rota de comércio: o algodão indiano (cru ou sem fibra), antes base de várias empresas artesanais locais, passou a ser exportado para a Inglaterra, e os tecidos de algodão ingleses – produzidos em larga escala e, portanto, mais baratos – tiveram grande aceitação entre os indianos, o que acabou por destruir a produção local. A cidade de Dacca, principal centro têxtil indiano, reduziu sua população de 150 mil habitantes, em 1815, para 20 mil, em 1837.
A Revolta dos Sipaios e o vide-reino britânico da Índia
A partir da década de 1830, a Coroa britânica permitiu a ida de missionários para a Índia, sem autorização prévia. Foi o início da ocidentalização da Índia. Em 1815, o ensino de inglês passou a ser obrigatório em todas as escolas, e as elites indianas se ressentiram com as mudanças. Para agravar a situação, a política expansionista culminou com a chamada doutrina da prescrição ou doutrina da vacância, de 1848: todo Estado indiano cujo soberano morresse sem sucessor seria anexado às possessões britânicas.
Essa ocidentalização e a doutrina da prescrição levaram, em 1857, à revolta do exército profissional dos sipaios, chefiados por poderosos proprietários rurais. O exército britânico na Índia tinha um efetivo de 280 mil homens, sendo britânicos 6 mil oficiais e 40 mil soldados. Os demais eram sipaios. O estopim da revolta foi a obrigatoriedade do uso, pelo exército, de cartuchos que continham em seu exterior gordura de vaca ou de porco. Para carregar o fuzil, tinham de rasgar o invólucro com a boca. Era um choque cultural, tanto para os de religião hindu, que consideravam a vaca sagrada, quanto para os muçulmanos, que não comiam carne de porco por considerá-la impura.
Em algumas regiões, a revolta envolveu camponeses contra seus senhorios e coletores de impostos. Mas o movimento se dividiu e enfraqueceu com a tentativa de restabelecer a autoridade de um imperador Mogol muçulmano, o que descontentava os líderes hindus. A repressão britânica foi extrema, com massacres em várias regiões, resultando em milhares de mortos.
A revolta fez com que os ingleses mudassem sua política em relação à Índia. As forças inglesas se reorganizaram com a fixação de mais de 65 mil soldados britânicos no território e com sensível diminuição do número de sipaios. Acabaram com a doutrina da prescrição. Deram aos príncipes governantes apoio militar e financeiro para explorar como quisessem as populações sob seu controle. Para manter seu poder, os governantes tornaram-se dependentes do Império Britânico, em prejuízo da grande massa da população. No seu conjunto, as novas medidas administrativas resultaram no “Ato para melhor Governo da Índia”.
Os ingleses compravam dos indianos algodão, chá, trigo, ópio e outras matérias-primas. A existência de minas de carvão e ferro na Índia aumentava sua importância para a economia britânica. A Índia tornou-se um vice-reino da Grã-Bretanha e assim permaneceu até meados do século XX.
Nos anos seguintes, foram construídas estradas de ferro e de rodagem, que serviram para o comércio e a movimentação das tropas. A dominação econômica inglesa consolidava-se por meio de empréstimos a investidores locais para a construção de ferrovias, para a exploração de minas de carvão e de ferro e para financiar a compra de mercadorias inglesas. Os juros desses empréstimos rendiam, anualmente, dezenas de milhões de libras aos cofres britânicos.
A Índia se tornou o centro econômico do Império britânico. Com razão, batizaram-na de “a jóia do Império”. Assim, antes da corrida imperialista do final do século XIX, a Inglaterra já possuía uma extensa colônia da Ásia – controlava um grande mercado consumidor e tinha vasta experiência sobre como se apossar de outras regiões.
A África partilhada
Até o século XIX, mais de 14 milhões de africanos foram escravizados e enviados à América e à Ásia. Em várias partes do mundo,desde as primeiras décadas desse século, o tráfico e o sistema escravista passaram a ser duramente criticados pelos movimentos abolicionistas, inspirados no pensamento ilustrado do século anterior, liberal e filantrópico. A escravidão foi moralmente colocada em xeque, e o tráfico atlântico, na metade do século XIX, estava abolido em todos os países da América.
Mas isso não representou o fim das interferências estrangeiras no continente africano. As Igrejas cristãs europeias intensificaram ações missionárias, e numerosos religiosos se embrenharam pelo interior africano para converter e doutrinar as populações. Inúmeras expedições de pesquisa científica se realizaram na África com o intuito de recolher informações sobre a fauna, a flora e os povos africanos.
Essa presença facilitou a concretização dos interesses econômicos estrangeiros, decisivos para a partilha da África – com vantagem, uma vez mais, para a Inglaterra. Como estratégia de dominação, as potências imperialistas estabeleciam contratos monopolistas com os reis ou chefes locais – que, se negassem, tinham seus territórios atacados sob qualquer pretexto. Algumas vezes, as chefias resistentes eram substituídas por outras, mais dóceis aos estrangeiros, que contavam com a ajuda da população conquistada para ocupar a região vizinha.
A forma de colonizar variava. A França, por exemplo, usava o próprio governo como articulador da ocupação. Já os ingleses penetravam na África por meio das companhias comerciais privilegiadas. Algumas regiões foram incorporadas como colônias e administradas diretamente pelos Estados europeus. Outras tornaram-se protetorados, ou seja, conservavam-se as chefias locais aliadas ao governo estrangeiro.
O caso do Egito
A ocupação do Egito e especial por conter todos os elementos utilizados pelos ingleses na expansão imperialista. Na década de 1850, os europeus – particularmente os franceses – e os governantes do Egito projetaram a construção do canal de Suez, para ligar o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho. Inaugurada em 1869, a obra tornou o Egito o lugar de uma das mais importantes rotas navegáveis do mundo, suplantando o antigo caminho marítimo para as Índias do século XVI, que contornava o sul da África.
Além do canal, interessava aos ingleses o algodão egípcio, cujo cultivo foi estimulado durante a Guerra Civil norte-americana (1861-1865). Os Estados Unidos eram os principais fornecedores de algodão para a Inglaterra.
Em pouco mais de dez anos, foram construídos no Egito, com capital britânico, cerca de 1.400 quilômetros de ferrovias, centenas de pontes, docas, canais; implantou- se o telégrafo. Isso gerou uma enorme dívida do país com a Inglaterra. Em finais da década de 1870, o Egito já dava mostras de estagnação, com crises de fome. Nesse contexto, a Inglaterra interveio militarmente, alegando hostilidade do governo e da população contra os súditos britânicos residentes no país.
Em 1882 os ingleses conquistaram o Egito, prometendo que a ocupação seria temporária. Mas o domínio britânico se prolongou até meados do século XX. Nesse período, os ingleses projetaram a ligação por ferrovia entre as cidades do Cairo (no Egito) e do Cabo (na África do Sul). O projeto ficou a meio caminho. Afinal, outras nações também se intrometiam no continente africano, como a França, a Bélgica, a Alemanha e a Itália. Era uma verdadeira corrida para a África.
Cada qual com seu quinhão
A França planejou, sem sucesso, dominar a África de oeste a leste, de modo a interceptar as pretensões inglesas. Mas chegou a ocupar enorme parte do continente, denominada África Ocidental Francesa. Na parte oriental, a Inglaterra ocupou o Sudão e o Quênia. A Eritréia e a Somália ficaram com a Itália, enquanto a Alemanha formou a África Oriental Alemã, incluindo a ilha de Madagáscar. Os portugueses permaneceram com Angola, Moçambique e Guiné Bissau. Na África do Sul, os ingleses criaram a colônia do Cabo e anexaram as colônias bôeres de Natal, Transvaal e Orange (antiga colonização holandesa), formando a União Sul Africana, depois da Guerra dos Bôeres.
Na década de 1880, vários países europeus estavam convencidos de que a colonização – e a civilização – era o único meio de salvar a África da barbárie. Para tanto, era necessário criar uma série de regras que organizassem a presença europeia. Entre os anos de 1884 e 1885, organizou-se a Conferência de Berlim, da qual participaram 15 países, sendo 13 europeus, os Estados Unidos (uma potência emergente) e a Turquia, cabeça do Império Otomano.
As bacias dos rios Congo e Níger, pelo acordo estabelecido na Conferência de Berlim, estariam livres de ocupação e abertas ao comércio internacional. Mas as demais terras poderiam ser partilhadas. O rei da Bélgica, Leopoldo II, teve reconhecido seu domínio sobre enorme parte do Congo (um domínio pessoal do rei, e não do Estado belga). Os franceses tomaram outra grande parte do Congo, a Argélia, o Marrocos, o Senegal e todo o interior da África ocidental. Os alemães ocuparam o sudoeste, Camarões, Togo e uma parte da África oriental. Os portugueses tentaram ocupar o Congo sem êxito, restando-lhes as antigas colônias de Angola e Moçambique e uma pequena porção da Guiné (a Guiné-Bissau). O objetivo português era dominar as terras entre Angola e Moçambique, dominar de oeste a leste – objetivo frustrado com a conquista britânica da antiga Rodésia Houve um recrudescimento de sentimento antibritânico em Portugal.
Se antes da Conferência de Berlim a ocupação europeia na África se restringia ao litoral, no final da década de 1880 quase todo o continente achava-se dominado. Poucas regiões haviam resistido à invasão, como a antiga Abissínia, atual Etiópia, que se livrou dos ataques da Itália, o país mais fraco na corrida imperialista. Também a Libéria não foi anexada ao domínio europeu.
A Guerra dos Bôeres
O que hoje é a República da África do Sul foi objeto de interesse de diversos povos. Em 1652, no Cabo da Boa Esperança, a Companhia holandesa das Índias Orientais criou um forte para o abastecimento dos navios que viajavam para as Índias. Em seguida, fugindo de perseguições religiosas, colonos holandeses calvinistas para se dirigiram, e passaram a se dedicar à agricultura e à pecuária. Os descendentes dessa população ficaram conhecidos como bôeres. Em fins do século XVIII, os ingleses passaram a se interessar pelo sul da África, iniciando conflitos com os nativos africanos e os bôeres. No início do século XIX, o governo holandês, mais fraco, cedeu a colônia bôer para os ingleses. Descontentes, 10 mil bôeres migraram para o norte e o leste, a partir de 1835, criando os estados de Orange e de Natal e a República do Transvaal. Os ingleses permaneceram no sul. Em meados da década de 1860, a surpreendente descoberta de minas de ouro e diamantes (as mais ricas do mundo) nas terras bôeres mudou os rumos desses novos estados e fez com que muitos ingleses migrassem para a região. Eram chamados pelos bôeres de uitlanders (estrangeiros). Os ingleses tentaram, em 1880, dominar os estados de Transvaal e Orange, mas os bôeres resistiram e os venceram, em 1881. Os ingleses insistiram, porém, em controlar as ricas regiões mineradoras, ação que culminou na Guerra dos Bôeres, entre 1899 e 1902. Ajudados pela Alemanha com armamentos e técnicos, os bôeres resistiram algum tempo, mas, ao perceber que não venceriam a guerra em campo aberto, apelaram para as guerrilhas. Em 1902 foram obrigados a assinar um tratado de paz, e suas terras tornaram-se colônias britânicas. Passaram a ser chamados de afrikanders.
Na Ásia: China e Japão
Há séculos era intensa a presença estrangeira na China. Em 1517, os portugueses chegaram a Macau. Depois, vieram os holandeses e os espanhóis, que comercializavam com os chineses a partir das Filipinas.
No século XVIII, o comércio da China com o Ocidente cresceu bastante, em especial pela presença da Companhia das Índias Orientais inglesa, que dominava as trocas comerciais com a cidade de Cantão e mais três portos ao sul.
Mas foi no decorrer do século XIX que os chinesestiveram as suas fronteiras invadidas por diversos países, em especial europeus. Não tiveram possibilidade de resistir ao maior poderio bélico dos estrangeiros, que muitas vezes uniam forças militares para manter as conquistas.
Os imperadores chineses viam os estrangeiros com desprezo. Embaixadores ingleses, por exemplo, foram expulsos de Pequim (Beijing) em 1816, por se recusarem a aceitar o protocolo do governo chinês que obrigava qualquer pessoa a inclinar-se diante do imperador até que sua testa tocasse o chão.
O avanço do imperialismo
No começo do século XIX, a Companhia das Índias Orientais inglesa tinha o monopólio do comercio do chá da China. Comprado em Cantão, o produto era revendido na Inglaterra pelo dobro do preço, com lucro considerável. Em oitenta anos, esse negócio saltou de 12 mil toneladas anuais, em 1800, para quase 90 mil toneladas na década de 1880. Esse intercâmbio anglo-chinês, porém, era muito desigual. Os chineses não tinham interesse nos produtos ocidentais, que costumavam ver com estranhamento e, por vezes, com curiosidade.
Eram grandes consumidores, entretanto, de uma droga – o ópio – produzida na Índia e vendida pela Companhia das Índias Orientais inglesa desde o século XVIII. Tratava-se de um comércio lucrativo e ilegal: o consumo tinha sido proibido pelo governo chinês desde 1800. O ópio era utilizado por setores da elite, inclusive altos governantes. Em 1839, medidas enérgicas foram tomadas pelo imperador chinês para pôr fim ao tráfico do ópio, com o confisco do produto e a intimação para os ingleses acabarem com o negócio. Começava um conflito que ficou conhecido como a Primeira Guerra do Ópio (1839-1842).
Nesse momento, os ingleses tentavam abrir o mercado chinês para seus tecidos de algodão. E interpretaram o veto imperial ao tráfico do ópio como uma afronta. Iniciaram, então, ataques militares, que duraram três anos. O resultado foi péssimo para a China, obrigada a assinar o Tratado de Nanquim (1842), pelo qual cedia a ilha de Hong Kong aos ingleses e abria cinco portos ao comércio estrangeiro, incluindo o de Cantão.
Nesses portos, a Inglaterra instalou missões diplomáticas e legalizou o comércio do ópio. Dois anos depois, os mesmos direitos foram concedidos à França e aos Estados Unidos. Outros países europeus e missões religiosas ocidentais também foram beneficiados. Mas a Inglaterra ainda não estava satisfeita com as concessões obtidas.
Um pequeno incidente reacendeu o conflito: a captura pelos chineses de uma embarcação comandada por ingleses. Começava a Segunda Guerra do Ópio (1858). A Inglaterra ocupou Cantão e tomou com facilidade a cidade de Tientsin. A China teve de assinar o Tratado de Tientsin, que legalizava o consumo do ópio pelo seu território e permitia o trânsito de comerciantes por mais onze portos chineses.
No ano seguinte, os chineses se recusaram a confirmar o tratado. Ingleses e franceses, então, ocuparam Pequim (Beijing) e incendiaram o Palácio de Verão, onde residia o imperador. A rendição do governo chinês foi ainda mais humilhante: teve de assinar um novo tratado em que se comprometia a cumprir todas as cláusulas do acordo anterior; a pagar indenizações ao governo inglês pelas perdas econômicas de seus comerciantes; e a ceder à França a posse da Indochina, que era controlada pelos chineses. Estava garantido aos europeus, assim, o livre acesso ao mercado chinês.
Mas não só os europeus se interessavam pela China. O vizinho Japão também cobiçava o controle sobre aquele território, e lançou-se nessa conquista, começando pela península da Coréia, então ligada à China. O objetivo era se apossar das minas de ferro e carvão ali existentes. Em agosto de 1894, a marinha chinesa bombardeou barcos japoneses, dando início à Guerra Sino-japonesa.
O Japão, com frota e exército mais poderosos, tomou Formosa, hoje Taiwan, que se tornou domínio japonês. O conflito, vencido pelo Japão em 1895, rendeu ao país vários territórios e postos comerciais.
A expansão japonesa foi vista com desconfiança pelas potências europeias. A Rússia, por exemplo, cobiçava a Coréia e a Manchúria. Nesse caso, era um colonialismo tradicional, sobretudo preocupado com a conquista territorial e as rendas do Estado.
Resistência derrotada
A entrada intensa de estrangeiros provocou várias mudanças na China. Com a Reforma dos Cem Dias, em 1898, inspirada nas medidas aplicadas pelo governo japonês (Revolução Meiji), o governo de Pequim (Beijing) reorganizou as regras de comércio, a agricultura e a administração tanto militar quanto civil.
Internamente, essas mudanças modernizantes receberam forte resistência. Apoiada pelos conservadores, a rainha-mãe Tzu-hsi assumiu o trono, aprisionou o imperador, seu filho, e anulou vários de seus decretos, voltando-se contra os estrangeiros. Aliou-se a várias sociedades secretas, entre elas a I Ho T’uan ou I Ho Or’uan (Punhos da Justiça), chamada pelos ocidentais de Boxers (boxeadores).
A sociedade tinha como lema “Proteger o país e destruir o estrangeiro”. Em 1900, inspirada nesse ideal, a rainha declarou ao Grande Conselho que os estrangeiros deveriam ser expulsos ou eliminados. A população, atendendo à conclamação, matou vários missionários europeus, assassinou o ministro da Alemanha e impediu a entrada de missões diplomáticas e tropas estrangeiras.
A China foi novamente invadida por uma coligação de exércitos europeus, com apoio de um numeroso contingente japonês. Era a Guerra dos Boxers, que terminou com a derrota chinesa; a corte imperial refugiou-se no Sião.
O Império do Japão
O Japão, como várias regiões do Oriente, foi alvo do interesse de europeus e norte-americanos no século XIX. Era governado pelos chefes militares da família Tokugawa, detentores do poder desde o século XVII, quando criaram o Xogunato. Eram grandes senhores rurais que sujeitavam os camponeses à servidão, razão pela qual vários historiadores costumam chamar esse período de feudalismo Tokugawa. Havia, ainda, um imperador e uma corte imperial.
Na década de 1840, o rei holandês Guilherme II solicitou ao xogum que abrisse o comércio do país aos ocidentais. Em vão. Foram os norte-americanos, interessados em barrar a influência britânica na Ásia, que conseguiram mudar essa posição. Em 1854, estabeleceram com os japoneses um acordo de cooperação para reabastecimento de navios, auxílio aos náufragos e aceitação de um cônsul norte-americano em seu território. Dois anos depois, o acordo foi ampliado, permitindo a residência e o culto religioso de norte-americanos em seis portos do país. Outros países europeus conseguiram acordos semelhantes, principalmente a Inglaterra, que superava os Estados Unidos em volume de mercadorias vendidas ao Japão.
A abertura do Japão ao comércio exterior criou uma crise interna entre o imperador e o xogum. Em 1862, em meio à crise, um édito imperial determinou que o xogum expulsasse os estrangeiros de suas terras. A resposta imperialista foi arrasadora: ingleses, norte-americanos, franceses e holandeses impuseram a retomada do comércio, atacando cidades e reabrindo o estreito de Shimonoseki à navegação. Os japoneses perceberam que seria impossível resistir às forças ocidentais.
Nesse contexto, em 1867, subiu ao trono, aos 15 anos, o imperador Mutsuhito, conhecido como o “imperador iluminado”. Nos 45 anos em que esteve no poder (Era Meiji), ocorreu uma significativa transformação da sociedade e da economia japonesas.
O imperador determinou a transferência da capital para Tóquio, fez construir escolas nos moldes ocidentais, tornou obrigatório o serviço militar e adotou o calendário cristão gregoriano. Um representante do governo foi enviado à Europa para estudar as Constituições de vários países. Acabaram por adotar, em 1889, o modelo germânico, combinando as características tradicionais do império nipônico com as formas de governo ocidentais.
O projeto governamental de ocidentalização do Japão incluía, entre outras iniciativas, o envio de estudantes para a Europa e os Estados Unidos para a formação de um corpo profissional e de técnicos, além dacontratação de especialistas estrangeiros. Nas últimas décadas do século XIX, o país estava em condições de se industrializar. O Estado foi o grande investidor, com fundos provenientes do aumento dos impostos. Somente no século XX o governo japonês transferiu para a iniciativa privada o controle das indústrias.
Outras medidas foram fundamentais para o êxito do processo de modernização: a reforma agrária e o declínio do poder dos samurais.
Com todas essas mudanças, o Japão, em vez de se transformar numa colônia – como ocorreu com seus vizinhos do Extremo Oriente -, tornou-se um país industrial e concorrente dos países ocidentais na corrida imperialista na Ásia. A Era Meiji terminou em 1912, às vésperas da Primeira Guerra Mundial. O conflito, entretanto, permitiu aos japoneses ampliar suas conquistas asiáticas, despertando rivalidades que só cresceriam nas décadas seguintes.
	NOME: Amanda Campos de Paiva Almeida 
	RM: 101433
	Tipo de Ensino:
	Médio:
	X
	Técnico:
	
	Módulo/Série:
	1º
	
	2º
	
	3º
	
	4º
	
	Habilitação: História
	Conteúdo: O Imperialismo ataca o mundo
Competências: Criticar, analisar e interpretar fontes documentais de natureza diversa.
	PROVA:
	Mensal:
	X
	Bimestral:
	
	Prog. Parcial:
	
	Outros:
	
	
	Menção:
	MB
	
	B
	
	R
	
	I
	
	Professor(a):Celso Luiz Lucas
	Observações: Editem o trabalho e respondam no próprio formulário, estando pronto enviem para o endereço eletrônico do professor; rasura anulam-nas; .
Questão 1:
Entre 1899 e 1902, 48000 pessoas morreram em campos de concentração na Guerra dos Boeres, ou Guerra da África do Sul. Os campos foram estabelecidos pelos britânicos como parte de sua campanha militar contra duas pequenas repúblicas africanas: o ZAR (Transvaal) e o Estado Livre de Orange. A administração dos campos foi terrível. A comida era de péssima qualidade, o saneamento deplorável, as tendas estavam superlotadas e a assistência médica era insuficiente. Pouco se sabia na época sobre como lidar com epidemias de sarampo e febre tifoide.
FRANSJOHAN PRETORIUS Adaptado de theconversation.com, 18/02/2019.
A Segunda Guerra dos Boeres (1899-1902) foi um dos conflitos associados à dominação imperialista britânica no continente africano. Entre seus efeitos imediatos, destaca-se a criação de campos de concentração, como indicado nas fotos e no texto.
Identifique uma consequência desse conflito para a consolidação dos interesses britânicos naquele continente.
Em seguida, apresente outra experiência histórica de construção de campos de concentração no decorrer do século XX.
R: A Guerra do Boeres (1899-1902) integra mais uma das disputas associadas à expansão imperialista europeia no continente africano. No caso, representou a culminância de conflitos entre colonos e administradores ingleses e os boeres, descendentes de colonos holandeses que viviam nas Repúblicas do Transvaal e Orange, regiões que hoje integram a África do Sul. Tais conflitos foram diretamente associados às disputas pela exploração da mão de obra das populações nativas locais na utilização de recursos agrícolas e minerais, especialmente a extração de ouro e diamantes. Como indicam o texto e as fotografias do enunciado da questão, com a vitória dos ingleses, criaram-se campos de concentração destinados a prisioneiros e refugiados, os quais, na prática, se transformaram em campos de extermínio. 
Entre os desdobramentos da Guerra dos Boeres destaca-se a incorporação das repúblicas boeres do Transvaal e de Orange as colônias britânicas do Cabo e Natal e a criação da União Sul Africana, sob jurisdição do governo inglês. Os ingleses passaram também a deter o controle da exploração das minas de diamante em territórios sul-africanos. A guerra contribuiu para a consolidação da expansão imperialista britânica na África Oriental. Outras experiências de criação de campos de concentração no decorrer do século XX, ocorreram: no Brasil, para opositores do governo no Estado Novo (1937-1945); para retirantes da seca na década de 1930, no Ceará; para anarquistas durante a Primeira Republica, no Amapá́; na Alemanha e em outros países ocupados ou controlados pela Alemanha, para perseguidos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial; na antiga U.R.S.S., os Gulags, para perseguidos pelo governo de Stalin; nos E.U.A., para japoneses, entre 1942 e 1948.
Questão 2:
Os efeitos sociais do futebol enquanto elemento de uma dinâmica cultura popular impelira o estado colonial a intervir sobre este universo. Depois da abolição [...] do indigenato, o desporto servirá para alimentar a propaganda luso‐tropicalista, nomeadamente depois das vitórias do Benfica de Coluna e Eusébio (este só na segunda) na Taça dos Campeões Europeus em 1961 e 1962, mais tarde, com a participação da seleção no Mundial de 1966.
Nuno Domingos, “Desporto moderno e situações coloniais: o caso do futebol em Lourenço Marques”. In: MELO, V. A. de e outros (orgs.) Mais que um jogo: o esporte e o continente africano. Rio de Janeiro: Apicuri, 2010.
a) Explique a relação entre Moçambique e Portugal na década de 1960.
R: A relação entre Portugal e Moçambique era de Colônia e Metrópole, sendo que Moçambique iniciou uma luta pela Independência que durou de 1964 até 1974
b) Quais as relações da propaganda luso‐tropicalista portuguesa com a imagem da democracia racial no Brasil?
R: A propaganda luso-tropicalista era política utilizada pelo governo ditatorial português, chamado Estado-Novo, que utilizava a narrativa de Portugal como uma nação “ultramarina” multirracial.  Dessa forma podemos relacionar essa concepção com o discurso da democracia racial, no Brasil, que defende a convivência pacífica entre as raças.
c) 	As conquistas do Benfica e o desempenho da seleção portuguesa no Mundial de 1966 fortaleceram a propaganda oficial do governo português? Justifique.
R: Sim, fortaleceu. É tradicional, nas análises históricas, a mobilização da prática esportiva na construção de discursos identitários, bem como, de controle da população. Naquele momento, por exemplo, o time do Benfica era formado por “jogadores nacionais”, uma representação de todas as raças. Isso servia para fazer frente à pressão sobre Portugal no contexto dos movimentos de independência afro-asiáticos e, assim, garantir apoio da população nas Guerras Coloniais.
Questão 3:
Observe as informações do mapa abaixo:
No ano de 2018 a França consagrou-se como bicampeã da Copa do Mundo de Futebol, enquanto a Bélgica, responsável pela eliminação do Brasil, terminou em terceiro lugar. Refletindo a respeito do perfil das seleções de futebol representantes dos dois países, responda:
a) O que os dados do mapa revelam sobre a origem étnica dos jogadores de futebol das duas seleções?
R: A grande maioria dos jogadores das duas seleções possuem sua origem étnica no Continente Africano, Americano e Asiático.
b) Como é possível explicar o perfil atual das seleções de futebol mencionadas, tomando por referência o passado histórico das nações que hoje se destacam nessa modalidade esportiva?
R: O perfil atual das seleções de futebol mencionadas, tomando por referência o passado histórico da Bélgica e da França, nações que tiveram destacado papel no processo de colonização de vários territórios africanos, americanos e asiáticos em séculos anteriores, muitos deles configurados pelos atuais países de onde migraram os jogadores ou seus pais.
Questão 4:
O período de 1840 a 1890 é o do triunfo da ideologia do progresso, simultaneamente ao grande boom econômico e industrial do Ocidente.
(Adaptado de Jacques Le Goff, História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 1990, p. 204-245.)
Com base no texto e em seus conhecimentos históricos,
a) apresente duas características importantes do boom econômico e industrial do Ocidente entre 1840 e 1890;
R: São características do boom econômico e industrial do Ocidente entre 1840 e 1890: a Revolução Industrial em seu segundo momento, em que se destacam grandes inovações tecnológicas como a eletricidade, o uso do petróleo, o desenvolvimento das ferrovias etc.; o Imperialismo, com o neocolonialismoavançando sobre territórios como a África e a Ásia; a ampliação de mercados consumidores, especialmente aqueles reconhecidos como periféricos; a primazia da Inglaterra vitoriana como Império de destaque no período; o crescimento urbano, com intensa exploração das classes operárias e precarização de suas condições de vida nas cidades.
b) explique o ideário do progresso e o relacione com a Primeira Guerra Mundial.
R: O ideário de progresso do século XIX poderia ser identificado como uma característica marcante do período. Propunha a permanente evolução das sociedades rumo a um futuro sempre mais promissor que o presente. Nesse sentido, trazia um culto ao desenvolvimento tecnológico e à ciência, que estabeleciam um padrão europeu para se pensar um mundo civilizado. Esse ideário poderia ser relacionado à Primeira Guerra Mundial na medida em que o desenvolvimento tecnológico foi amplamente demonstrado por meio das inovações bélicas postas em uso nesse conflito. Ele favoreceu também o nacionalismo e a ideia de superioridade europeia, que legitimou a subjugação de múltiplos territórios, levando a conflitos pelo domínio colonial e ao colapso do próprio imperialismo.
Questão 5:
“A falência do governo de Chiang Kai-shek revelou a derrocada da adoção da democracia burguesa europeia e norte-americana pela China [...] O movimento social camponês mostrou sua capacidade política e revolucionária, agrupando as demais classes e setores sociais em torno de suas lutas e se constituindo na principal força social da Revolução”.
REIS FILHO, Daniel Aarão. A Revolução Chinesa. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 106-110. (Adaptado)
a) Explique os dois principais momentos da Revolução Chinesa: o movimento nacionalista de 1911 e a Revolução Comunista de 1949.
R: Durante o século XIX, a China sofreu diferentes intervenções estrangeiras, principalmente do Reino Unido. A Dinastia Qing (Manchu) mostrava-se frágil diante dessas interferências, o que a levou a ser violentamente contestada. Em 1905, o líder nacionalista Sun Yat Sen funda o Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês), que se opunha não só à monarquia como também às interferências estrangeiras. Em 1911, ocorre um movimento nacionalista de cunho político, social e cultural que derruba a monarquia e implanta uma República. Esse movimento ficou conhecido como Revolução Xinhai e conduziu Sun Yat Sen ao poder com apoio de grande parte dos militares chineses. Sun seria o primeiro presidente da República Chinesa. Contudo, o governo Nacionalista não conseguiu impedir oposições internas, das quais destacam-se a dos membros da elite agrária e a dos Comunistas. Com a morte de Sun Yat e posterior ascensão do general Chiang Kai-shek ao poder, haveria uma intensa perseguição aos opositores, principalmente aos comunistas, o que mergulhou a China numa terrível Guerra Civil que perdurou de 1927 a 1949. Em meio a esse processo de guerra civil e ostensiva perseguição aos comunistas, a China acabou sendo invadida pelo Japão. Com o final da Segunda Guerra Mundial, os nacionalistas liderados por Chiang Kai-shek propuseram uma negociação para um possível governo conjunto com os comunistas, que eram encabeçados por Mao Tse-tung. Como as negociações não foram em frente, retomou-se a Guerra Civil. Aos poucos os comunistas passaram a ganhar grande espaço, não só no interior da China como também nas grandes cidades. Em 1949, grande parte dos nacionalistas migrou para Formosa (Taiwan). Em outubro de 1949, Mao Tse-tung e os comunistas chegaram ao poder e proclamaram a República Popular da China. Dentre as principais medidas adotadas por esse novo governo estavam o controle estatal da economia, a reforma agrária, a abolição de privilégios feudais, a educação obrigatória e o fomento à industrialização. A China aproximou-se da URSS de Stálin estreitando suas ligações doutrinárias e políticas e acabou recebendo grande apoio da potência socialista. Essa relação manteve-se forte até 1953, com a morte de Stálin. Mao permaneceu no poder até a sua morte em 1976.
b) Acerca do Período Mao Tse-tung (1949-1976), explique o que foi o chamado movimento
Desabrochar de Cem Flores (1956-1957).
R: O Desabrochar das Cem Flores (1956-1957) foi um movimento ocorrido na China, que consistia em incentivar a expressão de diferentes formas de pensamento, inclusive anticomunistas, para evitar que o país ficasse à mercê de um único tipo de pensamento. Esse movimento foi sintetizado pelo slogan: “Que flores de todos os tipos desabrochem, que diversas escolas de pensamento se enfrentem!”. A princípio, as críticas ocorreram com relação à falta de liberdade, corrupção, péssima qualidade de vida, entre outros.Para muitos, o movimento feito por Mao tinha como objetivo encontrar opositores. Contudo, a partir do momento em que as críticas passaram a ocorrer contra o regime, o governo acabou por reagir de diferentes formas, chegando ao ponto máximo com a Revolução Cultural, em 1966, em que Mao perseguiu violentamente os inimigos do regime. passam a ocorrer contra o regime, o governo acaba por reagir de diferentes formas, chegando ao ponto máximo com a Revolução Cultural em 1966 em que Mao perseguirá violentamente os inimigos do regime
Questão 6:
A Índia exporta para a China vastas quantidades de ópio, para cujo cultivo possui facilidades peculiares. O ópio pode ser produzido em Bengala melhor e mais barato do que em qualquer outra parte do mundo; e a China oferece um mercado quase que ilimitado em suas dimensões. O gosto por essa droga espalhou-se pelo império, a despeito das severas regulações para sua exclusão, e se diz que ele entrou no próprio palácio. Não obstante o consumo desse estimulante pernicioso eventualmente ser reprimido de um ponto de vista moral, é certo que ele promove diversos objetos que são igualmente desejáveis tanto pela Índia como pela Inglaterra. A Índia, ao exportar ópio, auxilia o fornecimento de chá à Inglaterra. A China, ao consumir ópio, facilita as operações de receita entre a Índia e a Inglaterra. A Inglaterra, ao consumir chá, contribui para aumentar a demanda por ópio indiano.
Edward Thornton, India, its state and prospects. Londres: Parbury, Allen & Co., 1835. Adaptado.
a) Indique como o texto caracteriza a cadeia mercantil do ópio e qual sua importância para a economia inglesa do século XIX e para as relações coloniais entre Grã-Bretanha e Índia.
R: O texto caracteriza a cadeia mercantil do ópio como perniciosa e reprimida moralmente, ao mesmo tempo em que promovia “diversos objetos que são igualmente desejáveis tanto pela Índia como pela Inglaterra”. Para a economia inglesa do século XIX, o negócio do ópio representou a possibilidade de melhorar a balança comercial com a China e, dessa forma, segundo o texto, estimular a importação do chá. Já para as relações coloniais, o texto aponta que o negócio do ópio “facilita as operações de receita entre a Índia e a Inglaterra”.
b) Identifique e explique um conflito posterior a 1835 que se relacione diretamente aos processos descritos no texto.
R: A fim de interromper a evasão de divisas e combater a difusão do consumo de ópio pela população, o que causava sérios problemas de saúde pública e de ordem social, o Império Chinês tomou medidas para reprimir o negócio, como o confisco e a destruição de milhares de caixas de ópio. Tais medidas, entre outros aspectos, levaram à primeira Guerra do Ópio (1839-1842), encerrada com a vitória britânica e com um tratado (Tratado de Nanquim) que deu início ao domínio de portos chineses por outras potências, a começar pela Inglaterra.
Questão 7:
Leia trechos de um manifesto lançado na Europa em 1909.
3. 	Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto mortal, a bofetada e o soco.
4. Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova: a beleza da velocidade. [...]
7. Não há mais beleza senão na luta. Nada de obra-prima sem um caráter agressivo. A poesia deve ser um assaltoviolento contra as forças desconhecidas [...]
9. Nós queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo – o militarismo, o patriotismo [...]
11. Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta; as marés multicoloridas e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; a vibração noturna dos arsenais e dos estaleiros sob suas violentas luas elétricas; [...] e o voo deslizante dos aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da bandeira e os aplausos da multidão entusiasta.
(Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro, 1987.)
a) Que movimento esse manifesto iniciou? Cite uma frase do texto que demonstre a associação proposta entre arte e tecnologia.
R: O movimento iniciado foi o futurismo. Podemos demonstrar a associação entre arte e tecnologia através da frase: “Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova: a beleza da velocidade”, “Não há mais beleza senão na luta”, “Nada de obra- prima sem um caráter agressivo” ou “A poesia deve ser um assalto violento contra as forças desconhecidas”.
b) 	Relacione esse manifesto com o momento político que a Europa atravessava na ocasião. Relacione o manifesto e o momento econômico por que a Europa passava.
R: O manifesto futurista, escrito pelo italiano Marinetti, relaciona-se amplamente com o momento político europeu, pois as principais potências do período disputavam possessões coloniais e a liderança da economia no continente, sendo assim, já se armaram para um futuro conflito. A guerra era vista como um símbolo do progresso e capaz de “higienizar” a sociedade, ideia comprovada no texto de Marinetti.
Questão 8:
Analise atentamente os documentos abaixo:
Documento 1
"Todos sabem que a Terra é um planeta e, portanto, redondo (ou quase). Bolas não têm meio, apenas centro e, nesse caso, qualquer indicação externa é arbitrária e convencional. A representação cartográfica do planeta é uma convenção e corresponde à matriz europeia de compreensão do mundo. (...). O mapa também se afirma como um instrumento de formação da cidadania, definindo-se como emblema de identidade da nação.”
KNAUSS, Paulo; RICCI, Claudia e CHIAVARI. Maria Pace. Brasil: uma cartografia.Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2010.
Documento 2
Observando comparativamente o texto e a Tirinha da Mafalda é possível dizer que o modo de se compreender o espaço geográfico tem relação com o tema da identidade das nações. Sobre isso:
a) Cite DUAS nações europeias que se expandiram para outras partes do mundo no século XIX;
R: França e Alemanha
b) Explique como os mapas do século XIX serviram aos propósitos do imperialismo.
R: Os mapas do século XIX serviram aos propósitos do imperialismo com o estabelecimento e a difusão de uma cartografia de base eurocêntrica com o discurso de superioridade europeia.
Questão 9:
CONFERÊNCIA DE BERLIM, 1884-1885
Em nome de Deus Todo Poderoso,
S. M. Imperador da Alemanha; S. M. Rei dos Belgas; o Presidente dos EUA; o Presidente da República Francesa; S. M. Rainha do Reino Unido; S. M. Rei da Itália; S. M. Imperador de todas as Rússias, e outros.
Querendo regular as condições mais favoráveis ao desenvolvimento do comércio e da civilização em certas regiões da África; desejosos de prevenir os mal-entendidos e as contestações que poderiam originar, no futuro, as novas tomadas de posse nas costas da África, e preocupados ao mesmo tempo com os meios de crescimento do bem-estar moral e material das populações aborígenes, resolveram, reunir para este fim uma Conferência em Berlim.
Adaptado de Ata geral, 26/02/1885. casadehistoria.com.br.
PRIMEIRA CONFERÊNCIA DOS POVOS AFRICANOS, 1958
A Primeira Conferência dos Povos Africanos reuniu mais de duzentos delegados representando 62 organizações nacionalistas. Afirmando a importância da “personalidade africana”, contrastou com a Conferência de Berlim (1884-1885). O líder ganês Kwame Nkrumah ressaltou que os africanos desejavam decidir seu destino. Pela primeira vez, os africanos falavam para si próprios através da voz de um africano.
Adaptado de OLIVEIRA, P. O.; PARADA, M.; MEIHY, M. S. B. História da África contemporânea. Rio de Janeiro: PUC- Rio/Pallas, 2013.
Os textos acima se referem a duas conferências ocorridas em momentos diferenciados das histórias dos povos e sociedades africanas.
Apresente o respectivo contexto histórico no qual ocorreu cada uma dessas conferências. Considerando as relações internacionais da época, indique, também, uma proposta dos governos africanos defendida na conferência de 1958.
R: A história dos povos e sociedades africanas foi em diversos aspectos condicionada pelas ações de intervenção de governos europeus, em especial no curso dos séculos XIX e XX. As duas conferências mencionadas no enunciado da questão se inserem em contextos particularmente importantes, a saber: a Conferência de Berlim (1884-1885), referente à expansão imperialista europeia e à partilha da África; a I Conferência dos Povos Africanos (1958), referente às lutas de descolonização na África, em especial, à expansão internacional do pan-africanismo. A expansão capitalista no ocidente europeu, ao longo do século XIX, ocasionou o crescimento de demandas e de interesses por novas fontes de matérias-primas e recursos hidrominerais, por novos mercados e por mão de obra. Em especial a partir da década de 1870, tais demandas e interesses ampliaram-se e direcionaram-se para territórios e sociedades africanas, asiáticas e americanas, configurando a expansão imperialista na busca por novas colônias e áreas de influência. Como o fragmento do texto da ata da Conferência de Berlim, reproduzido no enunciado da questão, viabiliza interpretar que, em tal encontro, dirigentes europeus decidiram pela partilha da África tendo em vista a garantia da maior exploração desse continente. Ao longo do século XX, as guerras mundiais afetaram o controle de potências europeias nas regiões afetadas pelas práticas imperialistas. Em especial, nos contextos dos efeitos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), assistiu-se à expansão de lutas e movimentos emancipacionistas e à configuração de um conjunto de mudanças relativas aos processos de descolonização na África e na Ásia. A I Conferência dos Povos Africanos, ocorrida em Gana em 1958, se insere nesse contexto e representa a cada vez maior mobilização pela valorização da soberania dos povos e sociedades africanas e manifesta, entre outras propostas: a defesa do reconhecimento internacional da autonomia e independência de povos e nações africanas; a união entre povos e sociedades africanas; a crítica e oposição às interferências de governos estrangeiros nas sociedades africanas e a condenação das heranças do colonialismo.
Questão 10:
África e racismo
«Cartazes publicitários da indústria nascente do sabão em Portugal utilizam, respeitando o espírito do racismo 'cientifizado', a pele negra dos africanos para promover a boa qualidade dos seus produtos. Por exemplo, o cartaz que se serve do rosto africano para mostrar a eficácia do sabonete. Não sem evocar um outro fantasma racista: não haveria africano que não sonhasse em desembaraçar-se da cútis negra, para poder integrar a sociedade da norma branca, que seria assim a única verdadeiramente humana.»
Isabel de Castro Henriques. “As marcas da inferioridade africana”. Apud: Regina Claro. Olhar a África. São Paulo: Hedra, 2012, p. 136. Adaptado.
«Mas não se pode esquecer que, como sistema, o colonialismo era intrínseca e necessariamente racista (...) A maioria negra foi sempre profunda e estruturalmente discriminada, pois, se não o fosse, o colonialismo não teria condições para se manter (...) implica entender que o racismo é uma questão sistêmica e não pessoal, pelo que o combate contra os fundamentos e os processos deste sistema e não contra as pessoas deve ser o foco do antirracismo».
João Melo. O homem que não tira o palito da boca. Luanda: Editorial Nzila, 2009. p. 42.
A partir dos textos e das imagens, e tendo em vista a questão do racismo, caracterize a colonização europeiada África, e a posterior descolonização.
R: Entendendo-se “colonialismo” ou “colonização” como a subordinação de um território ultramarino a um país que exerce sobre ele total dominação e, na maioria dos casos, intensa exploração econômica, pode-se dizer que os primórdios da colonização da África pelos europeus encontram-se nas Grandes Navegações empreendidas pelos portugueses. Todavia, esse processo somente se corporificou em sua plenitude no último quarto do século XIX, quando as potências industriais da Europa, buscando fontes de matérias-primas estratégicas e mercados consumidores, conquistaram a quase totalidade do continente africano e vários territórios na Ásia. Embora esse fenômeno histórico (conhecido como “neocolonialismo” ou “imperialismo”) tivesse motivações sobretudo econômicas, sua justificativa foi construída sobre dois pilares: um, pseudocientífico, defensor da superioridade da raça edas sociedades brancas (darwinismo social); outro, de caráter moral e decorrente do primeiro, proclamava a missão civilizatória dos brancos em relação aos povos e raças considerados “inferiores”. A imposição e consolidação do neocolonialismo sobre as populações africanas exigia a exclusão dos nativos em relação aos altos e médios postos da administração, tanto burocráticos quanto militares. Nesse sentido, a realidade da diferenciação na cor da pele (reforçada pelas teorias já mencionadas) tornou-se um fator recorrente na distinção entre colonizadores e colonizados. Esse entendimento gerou o racismo – comporta mento habitual, consciente ou não, implicando a pretensa superioridade dos brancos sobre os negros. Como desdobramentos óbvios de tais ideias e atitudes, seguiram-se medidas de discriminação, segregação, exclusão e particularmente de humilhação da minoria europeia dominadora sobre a massa de africanos dominados. Acerca da descolonização da África, iniciada na década de 1950, intensificada na de 1960 e praticamente concluída no decênio seguinte, a primeira análise que costuma ser feita é sobre a “herança maldita” do neocolonialismo: fronteiras estabelecidas artificialmente, conflitos étnicos, falta de quadros administrativos capacitados, ausência de infraestrutura, deficiência educacional, miséria, doenças e fome. Todavia, não se pode minimizar a persistência do racismo, seja dos brancos remanescentes em terras africanas para com a população não branca (a exemplo do apartheid, vigente na África do Sul até 1990), seja dos próprios negros contra os brancos e, eventualmente, também contra os mestiços. Em um plano mais amplo, não podemos deixar de considerar que existe um menosprezo – ao menos no Ocidente como um todo – pelo continente africano e suas mazelas (“O mundo deu as costas à África”, no dizer de um economista asiático). Felizmente, a esse panorama negativo contrapõem-se iniciativas individuais e coletivas de ajuda humanitária e de combate ao racismo e a seus efeitos, não só na África mas no mundo em geral.

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