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UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO
Serviço Social - Ead
Angela Maria Manoel da Cruz
Leia Aparecida de Proença Carriel
OS DESAFIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Capão Bonito - São Paulo
2023
Angela Maria Manoel da Cruz
Leia Aparecida de Proença Carriel
OS DESAFIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Sociais da Universidade de Santo Amaro – UNISA, como requisito parcial para obtenção do título Bacharel em Ciências Sociais. Orientador: Prof. Dr. Luana Euzebia da Silva
Capão Bonito-São Paulo
2023
“O caminho para o desenvolvimento social e econômico – seja de um país ou de uma organização – passa necessariamente pela administração.” (Idalberto Chiavenato)
RESUMO
O seguinte trabalho evidencia um estudo realizado sobre os profissionais da atenção básica buscando entender quais são as bases legais que sustentam os principais conceitos dos cargos de vigilância e assistência social em uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF). Com isso, busca-se entender as ações de planejamento no cotidiano para a promoção de atividades de educação em saúde, seja por meio de palestras, reuniões, atividades coletivas, ou também as investigações de surtos de doenças emergentes. Para isso foi realizado uma pesquisa de campo que visa ouvir as opiniões dos profissionais de uma unidade de saúde para analisar acerca dos principais desafios enfrentados dentro de uma unidade de atenção básica de saúde que por meio dos resultados obtidos, pontuar os principais problemas encontrados e visualizar possíveis intervenções que podem ser realizadas pelas equipes. E por fim, evidenciar a importância da promoção de um vínculo entre os serviços sociais e a atenção básica para entender as condições e necessidades de cada usuário, assim como afirma Alexander Langmuir que diz que a vigilância em saúde é como a observação contínua da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante a coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados relevantes, e a regular disseminação dessas informações a todos os que necessitam conhecê-la.
Palavras-chave: Vigilância, planejamento, desafios, ações, promoção. 
ABSTRACT
The following work evidences a study conducted on primary care professionals seeking to understand the legal bases that support the main concepts of surveillance and social assistance positions in a Family Health Strategy Unit (ESF). With this, it seeks to understand the actions of planning in daily life for the promotion of health education activities, whether through lectures, meetings, collective activities, or also the investigations of outbreaks of emerging diseases. For this, field research was carried out that aims to listen to the opinions of the professionals of a health unit to analyze about the main challenges faced within a primary health care unit that through the results obtained, score the main problems encountered and visualize possible interventions that can be performed by the teams. Finally, to highlight the importance of promoting and a link between social services and primary care to understand the conditions and needs of each user, as Alexander Langmuir says that health surveillance is such as the continuous observation of the distribution and trends of the incidence of diseases through systematic collection, consolidation and evaluation of morbidity and mortality reports, as well as other relevant data, and the regular dissemination of this information to all who need to know it.
Keywords: Health surveillance, planning, public health, actions, management. 
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA	7
1.2 Vigilância e seus principais conceitos	8
1.3 O Serviço Social para a prevenção e promoção da saúde	9
2.	OBJETIVOS	14
2.1 Objetivo geral	14
2.2 Objetivos específicos	15
3.	FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	15
4.	METODOLOGIA	16
5.	RESULTADOS E DISCUSSÕES	18
6.	CONCLUSÃO	20
7.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	21
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
Um dos fatores principais para a globalização foram os avanços tecnológicos que trouxeram diversas inovações das quais a sociedade teve que se adaptar diante das ferramentas que traziam melhorias e praticidade para as atividades que as pessoas realizavam no dia a dia. Diante deste contexto, o mercado vem se adaptando em todas as esferas de trabalho para o ambiente virtual, isto é, onde se encontra uma maior quantidade de pessoas em menos tempo. Sob a óptica da saúde pública, com o aumento de problemas de pacientes e a alta demanda para a utilização do Sistema único de Saúde (SUS), houve uma necessidade de criação de medidas e intervenções que fossem capazes de prevenir os problemas de endemias e problemas sanitários de forma ampla para assim, diminuir os riscos, através de orientações e medidas de prevenções, além do aleitamento de pacientes que se encontram um estado alto de risco de saúde. Desde então vem sendo discutido sobre os modelos de saúde. Um autor que incide sobre esse tema é Teixeira, Paim e Vilasboas, quando diz: 
O sistema de saúde brasileiro após a constituição de 1988 vem buscando construir modelos de atenção que respondam de forma eficaz e efetiva às reais necessidades da população brasileira, seja em sua totalidade, seja em suas especificidades locais. Os modelos hegemônicos atuais – o médico-assistencial, pautado na assistência médica e no hospital, e o modelo sanitarista, baseado em campanhas, programas e em ações de ‘vigilância epidemiológica’ e ‘sanitária’ – não conseguem mais responder à complexidade e diversidade dos problemas de saúde que circunscrevem o cidadão comum nesse início de século (Teixeira, Paim e Vilasboas,1998).
Através dessa necessidade de modelos de atenção básica que atendessem a alta demanda no Brasil houve a criação de unidades conhecidas como Estratégia de Saúde Da Família (ESF), que tem como objetivo esse primeiro acolhimento das equipes de saúde, sendo elas separadas através de um mapeamento das áreas daquela cidade, no qual o posto faz esses atendimentos, sendo cada equipe voltada para atendimentos de determinados bairros. Para a estrutura desse modelo, o controle dessas microáreas se torna essencial, às atividades de vigilância sanitária e de assistência social junto com os agentes de saúde (ACS) integrados para o uso de ferramentas para o monitoramento contínuo e análise de informações sobre doenças, a fim de controlar as práticas que promovam a saúde para os cidadãos. 
Segundo Paim e Almeida Filho (2000) podemos caracterizar a vigilância em saúde como:
A ‘vigilância em saúde’, entendida como rearticulação de saberes e de práticas sanitárias, indica um caminho fértil para a consolidação do ideário e princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Apoiada no conceito positivo do processo saúde-enfermidade, ela desloca radicalmente o olhar sobre o objeto da saúde pública – da doença para o modo de vida (as condições e estilos de vida) das pessoas. Entendida como uma ‘proposta de ação’ e uma ‘área de práticas’, a ‘vigilância em saúde’ apresenta as seguintes características: intervenção sobre problemas de saúde que requerem atenção e acompanhamento contínuos; adoção do conceito de risco; articulação entre ações promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras; atuação intersetorial; ação sobre o território; e intervenção sob a forma de operações. (Paim & Almeida Filho, 2000).
1.2 Vigilância e seus principais conceitos
Na vigilância sanitária são realizadas inspeções que certificam o funcionamento de estabelecimentos, a cerca de sua execução em relação aos produtos ou serviços relacionados a saúde. Tais como: Açougues, bares, restaurantes, consultórios etc. A vigilância possui autonomia para impor penalidades, são elas: inutilização, cancelamento de licença, multa, advertência, prestação de serviços à comunidade, interdição e/ou apreensão. 
Já na vigilância epidemiológica são desenvolvidos importantesprojetos para a prevenção e controle de doenças, como: Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), o controle como da dengue e hanseníase, além de, realizar campanhas para a imunizações e a promoção de investigação de surtos de doenças emergentes, informações de doenças de notificação compulsória.
Por fim, a vigilância ambiental são executas atividades específicas para identificação e controle de zoonoses e enfermidades transmitidas por vetores, bem como evitar os maus tratos aos animais.
A vigilância em saúde teve como base legal para criação de sua identidade os instrumentos, que compõem o Direito Sanitário, isto é, o Sistema Único de Saúde; a Lei Orgânica da Saúde; as Leis de criação das Agências Nacionais de Vigilância Sanitária e de Saúde Suplementar; os diversos Códigos Sanitários estaduais e municipais, além dos regulamentos sobre ações e serviços de interesse à saúde. Segundo o Artigo 2° da Lei Municipal n. 13.725 de 09 de janeiro de 2004 – Códigos Sanitários do Município de São Paulo:
[...] entende-se por Vigilância em Saúde as ações de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância em Saúde Ambiental e Vigilância em Saúde do Trabalhador , que compõem um campo integrado e indissociável de práticas, fundado no conhecimento interdisciplinar e na ação intersetorial, desenvolvidos por meio de equipes multiprofissionais, com a participação ampla e solidária da sociedade, por intermédio de suas organizações, entidades e movimentos, estruturando, em seu conjunto, um campo de conhecimento.
 Por tanto, entende-se que as práticas de educação sanitária não se delimitam apenas no âmbito da Vigilância Sanitária, mas sim no conjunto de atividades desenvolvidas pela esfera da Vigilância em Saúde. 
Em suma, como discutido anteriormente, os conceitos de vigilância e saúde, deve-se entender a fundamentação teórica do profissional responsável pelos Serviços Sociais dentro da saúde pública.
1.3 O Serviço Social para a prevenção e promoção da saúde
No Brasil o trabalho de assistente Social no setor de saúde pública se deu, a partir do momento em que começou a ocorrer o viés dos trabalhos com a comunidade, que de forma educativa foram implantadas palestras para que a população tivesse mais conhecimento científico, acerca do seu próprio corpo além disso, foram fundamentais para discutir questões importantes como o controle da saúde bucal, o controle à natalidade, o incentivo a vacinação, a prevenção de doenças infantis, entre outros.
Os assistentes sociais de modo geral, relatam que há diversas formas de promover ações para a prevenção e a promoção da saúde que, em grande parte das vezes, é pontuada por uma atividade de educação em saúde, por meio de palestras, reuniões, atividades coletivas com a participação da comunidade como forma de transmissão de conhecimento científicos aos usuários do SUS. O assistente social promove a educação em saúde com base em algo que se dá no momento do encontro pela troca de saberes e a capacidade de dialogar, seja alguma dúvida em relação a determinada atitude, ou promovendo uma tradução para uma linguagem que possibilite o usuário entender as ações educativas.
Entretanto, devido a um modelo centralizado e focado na produção, a inserção do profissional de assistência social na saúde pública foi um grande desafio, já que a saúde se baseava num discurso moralizador para tratar de temas como a pobreza, de forma que não havia caminhos para a mudança, o que acabava tornando a miséria como algo naturalizado pela saúde pública. Diante deste cenário, o profissional tinha que adaptar seus projetos a burocratização e a essa moralização dos problemas de saúde pública. 
Em meados da década de noventa que devido, a modelos voltados aos superlucros e a exploração dos trabalhadores pelas grandes empresas, surgiu as iniciativas da sociedade civil por meio de ONGs, voluntariados, e a partir disso, a alta demanda a serviços de assistência social focalizadas ficaram em alta. 
Com a evolução das nomenclaturas da saúde foram ressignificando termos como a saúde coletiva que trata agora questões de políticas públicas voltado agora, para as lutas sociais. Em reflexo disso, criou-se o modelo de Estratégia de Saúde da Família (ESF), que teve como principais mudanças na produção que não era mais em série, e sim por demanda, além da implantação das equipes de agentes comunitários que saem das unidades com o objetivo de que o cidadão compreenda a saúde como estilo de vida, em relação as famílias elas apresentam fatores importantes que servem como determinantes social para o processo das crianças e adolescentes na questão saúde-doença, isto é, a qualidade de vida precária, a ausência de planejamento familiar e o baixo nível de escolaridade influencia diretamente, sendo assim de suma importância as ações profissionais de Serviço Social, a estas famílias, viabilizando os direitos que são garantidos por lei.
Através da lei 2.059 de 31 de dezembro de 1924, em São Paulo, o cargo de Juiz de Menores, com o objetivo de dar a assistência e proteção aos menores de dezoito anos de ambos os sexos, abandonados, assim como no processo e julgamento dos delinquentes maiores de 14 e menores de 18 anos. Conforme o caso apresentado o assistente social é solicitado pelo juiz, o autor Fávero, diz que:
O serviço social, enquanto participante das práticas judiciárias, se utiliza do inquérito e do exame para, no atendimento que realiza, pesquisar “a verdade”. O assistente social é solicitado pelo Judiciário como sendo elemento neutro perante a ação judicial para trazer subsídios, conhecimentos que sirvam de provas, de razões para determinados atos ou decisões a serem tomadas. Através de técnicas de entrevistas, visitas domiciliares, observações, registros, realiza o exame da pobreza e dá o seu parecer sobre a situação investigada e a medida mais adequada a ser aplicada, no caso do Juizado de Menores, ao menor ou à família. (FÁVERO, 1999, p. 64).
Dispõe sobre os artigos referidos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude:
Art. 151. Compete à equipe interprofissional, dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.
Um dos desafios vivenciados no cotidiano do profissional de assistência é a questão de negligência das ações que deve ser realizada na atenção básica, e que com isso pode causar sérios problemas epidemiológicos, assim como a falta de planejamento ou a falta de compreensão das equipes. 
Essas ações se evidenciaram essenciais no contexto da pandemia causada pela COVID-19, mostrando a importância desse controle pandêmico que ficou presente nos grandes meios de comunicação em massa, a fim de conscientizar a população sobre a situação. De acordo com o Caderno de Saúde Pública, à atenção básica em tempos de COVID-19, diz que: 
(...) Mesmo reconhecendo as diversas fragilidades de atuação das equipes, ressalta-se que a Estratégia Saúde da Família (ESF) é o modelo mais adequado por seus atributos de responsabilidade territorial e orientação comunitária, para apoiar as populações em situação de isolamento social pois, mais do que nunca, é preciso manter o contato e o vínculo das pessoas com os profissionais, responsáveis pelo cuidado à saúde. (FIOCRUZ, 2020)
Levando em consideração as atribuições que destacam sobre as equipes de atenção primária em relação a integração com a vigilância, estão a garantia do atendimento para pacientes que vem através da demanda espontânea com a garantia da realização de ações programática que buscam a integralidade, por meio de promoção, proteção e recuperação dasaúde e a notificação de prevenção de agravos compulsórios seja por acidentes, outras doenças, agravos, violência doméstica ou situações sanitárias e ambientais, a fim de promover essas práticas de vigilância clínica ampliada e apoio matricial ao processo de trabalho cotidiano dos profissionais da atenção primária.
Porém, a vigilância em saúde vista em contexto a realidade dos brasileiros possui em linhas gerais alguns desafios que dificultam sua eficiência, seja por conta da grande diversidade e complexidade da distribuição da população com condições de vida (saneamento básico, água, luz, habitação) ou por conta da fragmentação da informação na maioria das vezes, não é integrada aos sistemas de informações. Com isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem encontrando dificuldades para desenvolver um modelo integrado que se adapte nas equipes de atenção básica em relação a vigilância em saúde de acordo com as condições de cada município. 
Essa fragmentação acarreta problemas na gestão e integração de informações estratégicas para a proteção da saúde uma vez que não se adaptam de acordo com as condições que exigem tais regiões. Evidenciando assim, a falta de sistemas de informação. Isso acaba influenciando indiretamente na qualidade de assistência ao paciente, a carência de ações de vigilância eficazes e resolutivos capazes de responder satisfatoriamente às emergências de saúde pública como elucidado por Oliveira:
Essa integração exige uma articulação com a atenção primária, viabilizando uma reorientação dos processos de trabalho que inclua o território como foco de atenção, agregando ações de prevenção e promoção àquelas assistenciais curativas e reabilitadoras. Para alcançar esse objetivo é necessário ter uma visão interdisciplinar dos problemas de saúde e um enfrentamento intersetorial das necessidades de saúde (Oliveira; Casanova, 2009).
A realidade em diversas gestões municipais não promove a prevenção e facilitação como alicerce de um sistema essencial, limitando suas facetas em problemas de saúde individuais e coletivos nas medidas de tratamento, deixando de lado essa solidificação que poderia promover resultados positivos no sistema de saúde. Para isso, cada equipe de atenção básica tem a função de realizar ações de vigilância em saúde no território como descrito no Centro de Vigilância da Saúde dentre elas, pode-se citar:
· A promoção de uma análise que auxilie na criação do planejamento, para assim haver a definição consciente de prioridades e estratégias de monitoramento e avaliação das ações de saúde pública;
· Notificação de doenças e agravos na adoção de medidas adequadas para a resolutiva de saúde pública;
· Notificação compulsória e o acompanhamento da investigação dos casos suspeitos ou confirmados de doenças, agravos e outros eventos.
· Orientação e o aconselhamento individual e em grupo, visitas domiciliares, atendimento em grupo e procedimentos realizados pela equipe AB, para organização da equipe, ela precisa estar ciente das alterações no arquivo de configuração do serviço ex. Aumento de casos tratados: Em casos de surto, torna-se necessário avaliar, informar, investigar e orientar a multidão com precauções. 
· Organização operações de serviços de saúde em AB para fornecer cuidados imediatos e prolongados, a fim de atender os usuários que chegam pela demanda espontânea na UBS.
· Em um único território deve orientar a integração de processos de trabalho entre equipes atenção primária e vigilância em saúde; 
· Planejar suas ações de acordo com o perfil e necessidades da comunidade; 
· Refazer ou complementar a área quando necessário, porque o território é dinâmico e pode ter alterações frequentemente.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Entender os principais conceitos que fundamentam a atuação dos profissionais de assistente social e vigilância sanitária na atenção primária, visando observar o impacto que essa inserção causa a sociedade com a integração do trabalho das equipes saúde, além de buscar entender por meio de uma pesquisa de campo os desafios enfrentados pelos profissionais e discriminar suas características para analisar possíveis soluções.
2.2 Objetivos específicos
a. Buscar entender os desafios enfrentados no dia a dia das equipes de saúde da atenção primária por meio da realização de uma pesquisa de campo; 
b. Entender a importância das ações realizadas pelas equipes de saúde;
c. Analisar possíveis soluções para os problemas levantados pelos profissionais na Unidade Estratégia Saúde da Família (ESF).
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com base na alta demanda das Unidade Estratégia de Saúde da Família (ESF), percebe-se a presença de alguns desafios que norteiam o cotidiano dos profissionais que atuam nessa área, de modo que acabam sendo fatores que influenciam na qualidade de atendimento ao paciente. Diante deste tema, procura-se entender quais são os desafios enfrentados sejam eles, a falta de estrutura das unidades, a burocratização para encaminhamentos, a alta demanda ou até mesmo, a falta de comunicação entre as equipes acerca dos pacientes. Após serem pontuados esses desafios ser listada as possíveis soluções e entender que isso é uma tarefa coletiva para que haja mudança no modo de operar, com base na experiência dos profissionais que trabalham na unidade, trazendo as visões dos profissionais de linha de frente desses problemas.
E por fim, pontuar a importância dos profissionais que atuam com ações de controle social e trabalho comunitário dentro da atenção básica, o que de certa forma auxilia na identificação dos problemas, uma vez que possui uma alta quantidades de vertentes aplicadas pelas equipes, acarretando o que Mioto (2004, p.12) pontua:
Não é por acaso que questões importantes como educação em saúde, trabalho comunitário, trabalho com redes, controle social, incluindo discussões sobre abordagens metodológicas, venham se estruturando como campo de conhecimentos em áreas como a enfermagem, a medicina, a psicologia, a nutrição dentre outras. 
4. METODOLOGIA
Este estudo apresenta como base teórica e metodológica uma pesquisa bibliográfica, haja vista o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o tema proposto para que seja possível ampliar o entendimento sobre os desafios presentes em uma Unidade de Estratégia e Saúde da Família (ESF). Para realização do trabalho foi utilizado o método de pesquisa exploratória, no qual teve como base fontes primárias e secundárias, dentre elas foram selecionados trinta artigos, dos quais após a leitura dos resumos foi utilizado como referência cinco deles para a criação desse trabalho. Para tanto, foi realizado também uma pesquisa de campo com os profissionais que atuam numa (ESF) para promover uma visão da prática, acerca dos desafios enfrentados no dia a dia.
Para realização dessa pesquisa de campo realizou-se uma entrevista na Unidade Estratégia de Saúde da Família de Ribeirão Grande, no qual foram entrevistadas quatro auxiliares de enfermagem, três enfermeiros, uma assistente social e um médico. Assim como apresentado abaixo no Quadro 1: 
Quadro 1: Metodologia aplicada para realização da entrevista
	Metodologia para pesquisa de campo
	Procedimento
	Fase
	Descrição da atividade
	Objetivos 
	Entrevista
	1°
	Realização de um levantamento com o assistente social e os profissionais de uma ESF sobre os principais desafios enfrentados no seu cotidiano, além de ouvir da opinião deles sobre o nível de integralidade das informações de pacientes e o quanto isso interfere na qualidade dos atendimentos
	Entender os desafios enfrentados no cotidiano.
	
	2°
	
	Analisar se as informações dos pacientes estão sendo integralizadas pelas equipes
	
	3°
	
	Ouvir os profissionais, com base em suas experiências possíveis antídotos para os problemas apresentados
Fonte: Própria (2023)
No que tange ao tipo de perguntas, nas primeiras duas fases foi utilizada a escala Likert que é um tipo de questionário, voltado a medir os níveis de opiniões numa escala de 1 a 5. Já na última fase foi escutado as respostas de forma livre e descritiva.As primeiras três perguntas abrangem questões diferentes para que seja possível fazer uma análise levando em conta essas variáveis, uma vez que, a primeira pergunta procura medir o nível de conhecimento e experiência do profissional em seu ambiente de trabalho, as próximas perguntas do primeiro bloco buscam identificar se em algum momento algum dos fatores listados limitou o profissional no seu desenvolvimento do trabalho. Na segunda parte é direcionado à assistente social do município. Por último na terceira parte de forma de entrevista busca ouvir os problemas e na visão dos profissionais, as possíveis soluções para eles. Assim como evidenciado abaixo no Quadro 2:
Quadro 2: Perguntas para os profissionais.
	1°
	A quanto tempo atua na Esf?
	1
	2
	3
	4
	5 ou mais
	1°
	Em relação a estrutura do posto de saúde classifique de 1 a 5.
	1
	2
	3
	4
	5
	1°
	Em relação a participação popular para a intervenção de ações e elaboração de projetos.
	1
	2
	3
	4
	5
	1°
	Em relação aos processos realizados nas suas consultas o quanto tem recebido apoio da administração para a realização dessas ações ou intervenções.
	1
	2
	3
	4
	5
	2°
	Em relação ao seu papel de intermediador do usuário com município, na sua opinião como tem sido a atenção ao usuário. 
	1
	2
	3
	4
	5
	 
	Em relação a integração das informações dos pacientes com as equipes.
	1
	2
	3
	4
	5
	2°
	O quanto a alta demanda interfere na qualidade de atendimento?
	1
	2
	3
	4
	5
	3°
	Qual é o seu maior desafio enfrentado no seu dia a dia?
	 
	3°
	Em relação a estes desafios, quais na sua opinião poderia ser a solução para eles?
	 
Fonte: Própria (2023)
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos estão apresentados no Quadro 3:
Quadro 3: Perguntas para os profissionais.
	Apuração de Resultados
	2
	 
	 
	1
	6
	 
	 
	2
	5
	2
	 
	 
	 
	6
	3
	 
	1
	2
	4
	2
	 
	 
	 
	7
	2
	 
	 
	 
	2
	7
	 
	 
	 
	8
	1
	A alta demanda foi apresentado por 7 profissionais, 1 deles respondeu em relação a falta de incentivo para realização de atividades e 1 não soube responder.
	Diminuição de retirada de fichas, estipular um limite de pacientes para a demanda; aumento de campanhas e incentivos para criação de atividades.
Fonte: Própria (2023)
Com base nas respostas obtidas pela pesquisa de campo realizada, é possível observar que a maioria possui mais de cinco anos atuando na unidade e que consideram a estrutura boa do local; já, em relação a participação popular é possível identificar que há uma mobilização pelas pessoas que dão a devida importância para as ações realizadas, o que é algo essencial para o monitoramento e controle da saúde em geral; na quarta pergunta que citava sobre o apoio da administração foi a questão que mais possuiu polaridade, sendo possível analisar que pode haver questões em que a administração não consegue atender as expectativas de todos funcionários; a atenção aos usuários da unidade todos consideraram acima de quatro tendo uma boa cobertura na visão dos profissionais; por fim, a questão que mais se sobressaiu foi a alta demanda evidenciada em que foi um consenso geral, que ela é o principal fator que atrapalha na qualidade dos atendimentos; apontado como solução para esse problema foi uma diminuição na tirada de prontuários para pegar ficha, diminuindo assim a quantidade de atendimentos de demanda espontânea no dia.
6. CONCLUSÃO
A realização de planejamento em conjunto de ações da atenção básica em saúde nas necessidades evidenciadas em cada território é fundamental para a saúde daquela região, uma vez que cada local possui diversos fatores que distinguem uns dos outros, tornando assim a necessidade de um tratamento exclusivo e adaptado. É notória, a importância dos profissionais de assistência social dentro de uma unidade de atenção primária, já que com ele pode-se obter informações sobre os sintomas e problemas de um mesmo paciente de diversas formas, além de ter um papel fundamental estando presente com monitoramento contínuo para os casos daqueles que necessitam. O assistente social dentro da Unidade Estratégia Saúde da Família se torna muito mais acessível para todos aqueles que precisam de um trabalho social ou um acompanhamento o que acaba potencializando a qualidade de saúde pública daquela unidade que possui esse profissional.
Medidas de controle para prevenir a alta demanda exponencial se faz necessário quando começa a comprometer na qualidade do atendimento. Por conta disso, o monitoramento e promoção de análise conjunta entre as equipes de atenção básica com a vigilância em saúde é papel essencial para que haja mudanças no modo de operar as ações, para que possibilite a implementação de diretrizes e políticas que permitam o aproveitamento significativo para a ampliação e melhoria das relações entre as estruturas que compõem o SUS. 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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