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Ranking de peças 
 
 
 
 
 
 
2ª FASE OAB | PENAL | 37º EXAME 
 
 Ranking de peças 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
PEÇAS JÁ COBRADAS 
 
Apelação ............................................................................................................. 4 
Memoriais.......................................................................................................... 13 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia .................................. 22 
Resposta à acusação ........................................................................................ 29 
Agravo em execução ........................................................................................ 36 
Contrarrazões de Recurso de Apelação ........................................................... 43 
Queixa-crime ..................................................................................................... 50 
Revisão criminal ................................................................................................ 56 
Relaxamento de prisão ..................................................................................... 61 
Apelação do assistente de acusação no procedimento do júri.......................... 66 
Memoriais do júri ............................................................................................... 76 
PEÇAS INUSITADAS 
Recurso Ordinário Constitucional ...................................................................... 81 
Apelação no Tribunal do Júri ............................................................................. 85 
Defesa Preliminar – Funcionário Público .......................................................... 89 
Defesa Preliminar – Lei de Drogas ................................................................... 92 
Embargos Infringentes ...................................................................................... 96 
Liberdade provisória ........................................................................................ 100 
 
Revogação de prisão preventiva ..................................................................... 105 
Razões de Apelação ....................................................................................... 109 
Contrarrazões de Agravo em Execução.......................................................... 124 
Contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito ................................................ 133 
Carta testemunhável ....................................................................................... 143 
Contrarrazões de Apelação do Júri ................................................................. 155 
Mandado de Segurança Criminal .................................................................... 160 
Queixa-crime subsidiária ................................................................................. 169 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 2ª Fase do 37º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. 
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em fevereiro de 2023. 
PEÇAS JÁ COBRADAS 
Apelação 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 35º EXAME 
Recurso de apelação 
Enunciado 
 
No dia 04 de março de 2019, Júlio, insatisfeito com a falta de ajuda de sua mãe no tratamento 
que vinha fazendo contra dependência química, decide colocar fogo no imóvel da família em 
fazenda localizada longe do centro da cidade. Para tanto, coloca gasolina na casa, que estava 
desabitada, e acende um fósforo, sendo certo que o fogo gerado destruiu de maneira significativa 
o imóvel, que era completamente afastado de outros imóveis, e, como ninguém costumava 
passar pelo local, o crime demorou algumas horas para ser identificado. Júlio foi localizado, 
confessou a prática delitiva e, realizado exame de alcoolemia, foi constatado que se encontrava 
completamente embriagado, sem capacidade de determinação do caráter ilícito do fato, em 
razão de situação não esperada, já que ele solicitou uma água com gás e limão em determinado 
bar, mas o proprietário, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida, que ingerida junto 
com o remédio que vinha tomando para combater a dependência química, causou sua 
embriaguez. Foi, ainda, realizado exame de local, constando da conclusão que o imóvel foi 
destruído, havendo prejuízo considerável aos proprietários, mas que não havia ninguém no local 
no momento do crime e nem outras pessoas ou bens de terceiros a serem atingidos. Com base 
em todos os elementos informativos produzidos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face 
de Júlio, perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis/SC, juízo competente, 
imputando-lhe a prática do crime do Art. 250 do Código Penal. Foi concedida liberdade provisória. 
Após citação e apresentação de defesa, entendeu o magistrado por realizar produção antecipada 
de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de instrução e julgamento, motivando sua 
decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de audiência de processos de réu solto estava 
para data longínqua, tendo a defesa questionado a decisão. Após oitiva das vítimas, foi agendada 
audiência de instrução e julgamento, que foi realizada em 05 de março de 2021, ocasião em que 
os fatos acima narrados foram confirmados. Em seu interrogatório, o réu confirmou a autoria 
delitiva, destacando que pouco, porém, se recordava sobre o ocorrido. Após apresentação da 
manifestação cabível pelas partes, o juiz proferiu sentença condenando o réu nos termos da 
denúncia. No momento de aplicar a pena base, reconheceu a existência de maus antecedentes, 
aumentando a pena em 03 meses, tendo em vista que, na Folha de Antecedentes Criminais, 
acostada ao procedimento, constava uma condenação de Júlio pela prática do crime de tráfico, 
por fato ocorrido em 20 de abril de 2019, cujo trânsito em julgado ocorreu em 10 de março de 
2020. Na segunda fase, reconheceu a presença da agravante do Art. 61, inciso II, alínea b, do 
Código Penal, aumentando a pena em 05 meses, já que o meio empregado por Júlio poderia 
resultar perigo comum. Não foram reconhecidas atenuantes da pena. Na terceira fase, não foram 
aplicadas causas de aumento ou de diminuição de pena, sendo mantida a pena de 03 anos e 8 
meses de reclusão e multa de 15 dias, a ser cumprida em regime semiaberto, não sendo 
substituída a privativa de liberdade por restritiva de direitos com base no Art. 44, III, do CP. 
Intimado da sentença, o Ministério Público se manteve inerte, sendo a defesa técnica de Júlio 
intimada em 11 de julho de 2022, segunda-feira. Considerando apenas as informações 
narradas, na condição de advogado(a) de Júlio, redija a peça jurídica cabível, diferente de 
habeas corpus e embargos de declaração, apresentando todas as teses jurídicas 
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, 
considerando que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 
5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC
 
Processo nº 
 
 
JÚLIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor 
RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. 
O presente recurso é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo de 5 
dias, na forma do artigo 593, caput, do Código de Processo Penal. Assim, requer seja 
recebido eprocessado o recurso, já com as razões inclusas, remetendo-se os autos ao 
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina. 
 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local...,18 de julho de 2022. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA 
Apelante: Júlio 
Apelado: Ministério Público 
Processo nº 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina 
Colenda Câmara Criminal 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 250 do Código 
Penal. 
Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o Juiz proferiu 
sentença, condenando Júlio nos termos da denúncia. 
O Ministério Público não interpôs recurso. 
A defesa foi intimada da sentença no dia 11 de julho de 2022, segunda-feira. 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DA OITIVA DAS VÍTIMAS 
Após citação e apresentação de defesa, entendeu o Magistrado por realizar 
produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de instrução e 
julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de audiência 
de processos de réu solto estava para data longínqua. 
Todavia, o mero decurso natural do tempo não é fundamento idôneo para 
justificar tal medida. No caso, o magistrado determinou a produção antecipada da prova 
simplesmente porque a data da audiência de instrução e julgamento estava longe, sem 
qualquer fato concreto a indicar o risco de perecimento da prova. 
Diante disso, considerando ainda o inconformismo manifestado pela 
defesa, requer a nulidade da oitiva das vítimas, com base no artigo 225 do Código de 
Processo Penal ou Art. 564, inciso IV, do Código de Processo Penal OU Súmula 455 do 
Superior Tribunal de Justiça. 
B) DA ATIPICIDADE DA CONDUTA OU DESCLASSIFICAÇÃO 
O réu foi acusado pela prática do crime de incêndio, previsto no artigo 250 
do Código Penal. Todavia, Júlio colocou fogo em um imóvel isolado, sendo constatado na 
perícia que não havia pessoas ou bens de terceiros nas proximidades para serem atingidos. 
Logo, a conduta não se enquadra no crime de incêndio, que exige perigo 
comum, sendo necessário que o agente exponha a perigo a vida, integridade física ou 
patrimônio de outrem, causando risco para número indeterminado de pessoas, sendo, 
portanto, o fato atípico, ou, no máximo, crime de dano qualificado, previsto no artigo 163, 
parágrafo único, inciso II, do Código Penal. 
Dessa forma, deve Júlio ser absolvido, diante da atipicidade da conduta, 
conforme artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal OU deve ser o fato 
desclassificado para o crime de dano qualificado. 
 
C) DA EMBRIAGUEZ COMPLETA ACIDENTAL 
O recorrente foi denunciado pelo crime previsto no artigo 250 do Código 
Penal. 
Todavia, conforme exame de alcoolemia, foi constatado que Júlio estava 
completamente embriagado ao tempo do fato, em razão de situação não esperada, já que 
o proprietário do bar, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida. Assim, ao 
ingerir a bebida junto com medicamento que vinha tomando para combater dependência 
química, Júlio ficou completamente embriagado. 
Dessa forma, deve ser excluída a culpabilidade do agente, em razão da 
inimputabilidade, diante da embriaguez completa e proveniente de caso fortuito, na forma do 
Art. 28, §1º, do Código Penal. Sendo assim, deve Júlio ser absolvido, conforme artigo 386, 
inciso VI, do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
D) DOS MAUS ANTECEDENTES 
No momento de aplicar a pena base, o juiz reconheceu a existência de 
maus antecedentes, aumentando a pena em 03 meses, tendo em vista que, na Folha de 
Antecedentes Criminais acostada ao procedimento, constava uma condenação de Júlio 
pela prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril de 2019. 
Todavia, equivocou-se o magistrado, uma vez que o fato que justificou a 
condenação definitiva de Júlio por tráfico ocorreu depois da suposta prática do crime de 
 incêndio. 
 Dessa forma, devem ser afastados os maus antecedentes, devendo a 
pena-base ser aplicada no mínimo legal. 
 
E) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE 
O Juiz elevou a pena em 05 meses, pois reconheceu a presença da 
agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal. 
Todavia, a situação de perigo comum já é elementar do tipo imputado, de 
modo que a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “d”, do Código Penal deve ser 
afastada, por configurar bis in idem OU a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do 
Código Penal deve ser afastada, por não haver a intenção de ocultação, vantagem ou 
impunidade de outro crime. 
 
F) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA 
O recorrente, em seu interrogatório, confirmou a autoria delitiva. 
Desta forma, deve ser reconhecida a atenuante da confissão espontânea, 
nos termos do artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal. 
 
G) DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA 
O Juiz fixou a pena em 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias, 
a ser cumprida em regime semiaberto. Todavia, em sendo a pena aplicada no mínimo 
legal. 
 
 
não sendo superior a quatro anos, deve ser fixado o regime inicial aberto para cumprimento 
da pena, conforme artigo 33, §2º, alínea “c”, do Código Penal. 
 
H) DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
 O Juiz fixou a pena em 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias, não sendo 
substituída por pena restritiva de direitos com base no artigo 44, III, do Código Penal. 
Todavia, o réu possui direito à substituição da pena privativa de liberdade 
por pena restritiva de direitos, tendo em vista que estão presentes todos os requisitos do 
artigo 44 do Código Penal. 
III) DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o recurso, com a 
REFORMA da decisão, a fim de que: 
a) Seja reconhecida a nulidade na oitiva das vítimas; 
b) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da atipicidade da 
conduta, com base no art. 386, III, do Código de Processo Penal; 
c) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da ausência de 
culpabilidade, com base no art. 386, VI, do Código de Processo Penal; 
d) Seja aplicada a pena base no mínimo legal, tendo em vista que não há 
fundamento para reconhecimento de maus antecedentes; 
e) Seja afastada a agravante reconhecida na sentença; 
f) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea; 
g) Seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena no regime aberto, para 
cumprimento da pena; 
h) Seja substituída a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos; 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 18 de julho de 2022. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Petição de interposição 
1. Endereçamento: Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal da 
Comarca de Florianópolis/SC (0,10). 
0,00/0,10 
2. Fundamento legal: Art. 593, inciso I, do CPP (0,10) 0,00/0,10 
3. Tempestividade: Prazo de 5 dias na forma do Art. 593, 
caput, do CPP (0,10). 
0,00/0,10 
Razões de Apelação 
4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de Santa 
Catarina (0,10) 
0,00/0,10 
5. Preliminarmente, nulidade na oitiva das vítimas (0,35), 
tendo em vista que o mero decurso de tempo não é 
fundamento idôneo para produção antecipada de provas 
(0,15), nos termos do Art. 225 do CPP, ou Art. 564, inciso 
IV, do CPP, ou Súmula 455 do STJ (0,10). 
0,00/0,15/0,25/0,35/ 
0,45/0,50/0,60 
6. No mérito, absolvição de Júlio (0,20), na forma do Art. 
386, incisos III ou VI, do CPP (0,10). 
0,00/0,20/0,30 
7. Atipicidade da conduta ou desclassificação para crime 
de dano qualificado (0,25), tendo em vista que a conduta 
de Júlio de colocar fogo no imóvel não gerou perigo a 
número indeterminado de pessoas (0,15) e o crime de 
incêndio é crime de perigo comum, exigindo prova de 
perigo concreto (0,35) 
0,00/0,15/0,25/0,35/0,40 
/0,50/0,60/0,75 
8.1 Excludente de culpabilidade (0,30), em razão da 
inimputabilidade (0,20).0,00/0,20/0,30/0,50 
8.2 Pois a embriaguez era completa e proveniente de caso 
fortuito ou de força maior (0,25), na forma do Art. 28, §1º, 
do CP (0,10). 
0,00/0,25/0,35 
9. Subsidiariamente: aplicação da pena base no mínimo 
legal (0,15), tendo em vista que o fato posterior ao crime 
julgado não pode ser considerado maus antecedentes 
(0,20). 
0,00/0,15/0,20/0,35 
10. Afastamento da agravante do Art. 61, inciso II, alínea d 
(ou b), do CP (0,15), pois a situação de perigo comum é 
elementar do tipo imputado ou por configurar bis in idem 
ou por não haver a intenção de ocultação, vantagem ou 
impunidade de outro crime (0,25). 
0,00/0,15/0,25/0,40 
11. Reconhecimento da atenuante da confissão 
espontânea (0,15), na forma do Art. 65, inciso III, alínea d, 
do CP (0,10). 
0,00/0,15/0,25 
12. Aplicação do regime inicial aberto para cumprimento 
da pena (0,15), na forma do Art. 33, § 2º, alínea c, do CP 
(0,10). 
0,00/0,15/0,25 
13. Substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos (0,15), nos termos do Art. 44 do CP 
(0,10). 
0,00/0,15/0,25 
14. Pedido: Conhecimento (0,10) e provimento do recurso 
(0,30). 
0,00/0,10/0,30/0,40 
15. Prazo: 18 de julho de 2022 (0,10). 0,00/0,10 
16. Fechamento: local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
Memoriais 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVI EXAME OAB 
Memoriais 
Enunciado 
 
Em 03 de outubro de 2016, na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, Lauro, 33 anos, 
que é obcecado por Maria, estagiária de uma outra empresa que está situada no mesmo prédio 
em que fica o seu local de trabalho, não mais aceitando a rejeição dela, decidiu que a obrigaria 
a manter relações sexuais com ele, independentemente da sua concordância. Confiante em sua 
decisão, resolveu adquirir arma de fogo de uso permitido, considerando que tinha autorização 
para tanto, e a registrou, tornando-a regular. Precisando que alguém o substituísse no local do 
trabalho no dia do crime, narrou sua intenção criminosa para José, melhor amigo com quem 
trabalha, assegurando-lhe que comprou a arma exclusivamente para ameaçar Maria a manter 
com ele conjunção carnal, mas que não a lesionaria de forma alguma. Ainda esclareceu a José, 
que alugara um quarto em um hotel e comprara uma mordaça para evitar que Maria gritasse e 
os fatos fossem descobertos. Quando Lauro saía de casa, em seu carro, para encontrar Maria, 
foi surpreendido por viatura da Polícia Militar, que havia sido alertada por José sobre o crime 
prestes a acontecer, sendo efetuada a prisão de Lauro em flagrante. Em sede policial, Maria foi 
ouvida, afirmando, apesar de não apresentar documentos, que tinha 17 anos e que Lauro sempre 
manteve comportamento estranho com ela, razão pela qual tinha interesse em ver o autor dos 
fatos responsabilizado criminalmente. Após receber os autos e considerando que o detido 
possuía autorização para portar arma de fogo, o Ministério Público denunciou Lauro apenas pela 
prática do crime de estupro qualificado, previsto no Art. 213, §1º c/c Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, 
inciso II, alínea f, todos do Código Penal. O processo teve regular prosseguimento, mas, em 
razão da demora para realização da instrução, Lauro foi colocado em liberdade. Na audiência de 
instrução e julgamento, a vítima Maria foi ouvida, confirmou suas declarações em sede policial, 
disse que tinha 17 anos, apesar de ter esquecido seu documento de identificação para confirmar, 
apenas apresentando cópia de sua matrícula escolar, sem indicar data de nascimento, para 
demonstrar que, de fato, era Maria. José foi ouvido e também confirmou os fatos narrados na 
denúncia, assim como os policiais. O réu não estava presente na audiência por não ter sido 
intimado e, apesar de seu advogado ter-se mostrado inconformado com tal fato, o ato foi 
realizado, porque o interrogatório seria feito em outra data. Na segunda audiência, Lauro foi 
ouvido, confirmando integralmente os fatos narrados na denúncia, mas demonstrou não ter 
conhecimento sobre as declarações das testemunhas e da vítima na primeira audiência. Na 
mesma ocasião, foi, ainda, juntado o laudo de exame do material apreendido, o laudo da arma 
de fogo demonstrando o potencial lesivo e a Folha de Antecedentes Criminais, sem outras 
anotações. Encaminhados os autos para o Ministério Público, foi apresentada manifestação 
requerendo condenação nos termos da denúncia. Em seguida, a defesa técnica de Lauro foi 
intimada, em 04 de setembro de 2018, terça-feira, sendo quarta-feira dia útil em todo o país, para 
apresentação da medida cabível. Considerando apenas as informações narradas, na condição 
de advogado(a) de Lauro, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, 
apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do 
prazo para interposição. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE CAMPOS/RJ 
Processo nº ... 
 
 
LAURO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar 
MEMORIAIS, com base no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal, pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DA TEMPESTIVIDADE 
Os presentes memoriais são tempestivos, já que apresentados dentro do 
prazo de 5 dias, previsto no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal. 
 
II) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática de estupro qualificado, previsto no artigo 
213, § 1º, combinado com os artigos 14, II, e 61, II, “f”, todos do Código Penal. 
Durante a primeira audiência de instrução, a vítima foi ouvida. O réu não 
compareceu na audiência, pois não foi intimado, mas mesmo com o inconformismo da defesa, o 
ato foi realizado, sendo interrogado apenas na segunda audiência. 
O Ministério Público requereu a condenação da ré, nos termos da denúncia. 
A defesa foi intimada em 04 de setembro de 2018. 
 
III) DO DIREITO 
 
A) DA NULIDADE DA INSTRUÇÃO 
O réu Lauro não compareceu na primeira audiência, porque não foi intimado. 
Todavia, os atos processuais realizados durante a instrução devem ser anulados, 
uma vez que não foi intimado, e mesmo com a defesa manifestando o inconformismo com o ato, 
a audiência foi realizada. 
 
 
 Assim, os atos processuais realizados a partir da primeira audiência de 
instrução devem ser anulados, uma vez que a falta de intimação para comparecimento do réu 
em audiência, representa cerceamento de defesa OU afronta o princípio da ampla defesa, 
previsto no artigo 5º, LV, da Constituição Federal/88 OU artigo 564, IV, do Código de Processo 
Penal. 
Diante disso, verifica-se a nulidade dos atos da instrução, nos termos do 
artigo 564, IV, do Código de Processo Penal. 
 
B) DOS ATOS PREPARATÓRIOS 
 
O réu foi acusado de ter tentado estuprar Maria. Todavia o fato de Lauro 
ter comprado uma arma e guardado em seu quarto configura apenas atos preparatórios. 
Logo, não foi iniciada a execução do crime de estupro, haja vista que os atos preparatórios, 
de regra, não são puníveis. 
Diante disso, não há de se falar em tentativa de estupro, já que não havia 
sido iniciada a execução do delito, devendo o agente ser absolvido, isso porque, sua 
conduta não configura crime. No mais, o porte de arma de fogo por si só não configura 
infração, tendo em vista que Lauro possuía autorização. 
Assim, o réu deve ser absolvido, com base no artigo 386, III, do Código de 
Processo Penal. 
 
C) DA QUALIFICADORA 
 
Na audiência de instrução, a vítima não apresentou documentação hábil 
que comprovasse sua idade, apenas apontando que possuía 17 anos. Todavia, a mera 
alegação em audiência nãoé suficiente para comprovação de idade, não 
sendo possível ter certeza, em razão de sua aparência física, se era maior de 18 anos. 
Nesse sentido, não há prova nos autos da idade da vítima, bem como não 
foi apresentado nenhum exame pericial, devendo ser afastada a qualificadora prevista no 
artigo 213, §1º, do Código Penal. 
 
D) DA CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL FAVORÁVEL 
 
Na eventualidade de sentença condenatória, o que não se espera, deve a 
pena-base ser fixada no mínimo legal. 
Isso porque foi juntada a folha de antecedentes criminais do réu sem 
qualquer anotação. Logo, o réu ostenta bons antecedentes, devendo a pena-base ser 
fixada no mínimo legal, já que todas as circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal 
são favoráveis. 
 
E) DA AGRAVANTE 
Apesar da vítima ser mulher, não existia situação de relação familiar ou de 
coabitação, não sendo o crime praticado no âmbito de violência doméstica contra mulher, 
como prevê a Lei nº 11.340/06. Isso porque, não basta a vítima do crime ser mulher para 
reconhecimento da agravante. 
Assim, requer seja afastada a agravante do artigo 61, II, “f”, do Código 
Penal. 
 
F) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA 
 
Ao ser interrogado, o réu confirmou integralmente os fatos descritos na 
denúncia. Logo, incide a atenuante da confissão espontânea, prevista no artigo 65, inciso 
III, “d”, do Código Penal. 
Assim, requer seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea. 
 
G) DA TENTATIVA 
Considerando que o crime ficou longe da consumação OU tendo em vista 
que o entendimento pacífico é de que o critério do quantum de redução guarda relação com 
o iter criminis percorrido, a diminuição pela tentativa deve ser no máximo. 
Assim, requer seja aplicada a redução máxima de 2/3 em razão da 
tentativa. 
 
 
H) DO REGIME INICIAL ABERTO 
 
Considerando a pena no mínimo legal e a redução pela tentativa, com a 
diminuição no patamar máximo, a pena ficará abaixo de quatro anos, devendo, portanto, o 
Magistrado fixar o regime inicial de cumprimento de pena no aberto OU semiaberto. 
Logo, na hipótese de eventual condenação, o Magistrado deverá fixar 
o regime aberto OU semiaberto, nos termos do artigo 33, § 2º, “b” OU “c”, do Código Penal, 
já que o réu é primário e as circunstâncias judiciais são favoráveis. 
 
I) DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA PENA 
Considerando a pena no mínimo legal e a redução pela tentativa, com a 
diminuição no patamar máximo, a pena ficará em dois anos, com o que o réu preenche os 
requisitos do artigo 77 do Código Penal. 
Assim, requer a aplicação da suspensão condicional da pena. 
 
IV) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) seja declarada a nulidade dos atos da instrução em razão da falta de 
intimação do réu para a solenidade; 
b) a absolvição, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo 
Penal; 
c) seja afastada a qualificadora do artigo 213, § 1º, do Código Penal; 
d) seja aplicada a pena base no mínimo legal OU seja reconhecida a 
atenuante da confissão espontânea, com base no artigo 65, III, “d”, do Código Penal; 
e) seja afastada a agravante do artigo 61, II, “f”, do Código Penal; 
f) seja aplicada a redução máxima pela tentativa; 
g) seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena como sendo o 
aberto, artigo 33, § 2º, “c”, do Código Penal; 
h) seja aplicada a suspensão da pena, com base no artigo 77 do Código 
Penal. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., 10 de setembro de 2018. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento: 
1) Vara Criminal da Comarca de Campos/RJ (0,10). 0,00/0,10 
Cabimento: 
2) Fundamento legal para apresentação de Alegações Finais por 
Memoriais: Art. 403, § 3º do CPP (0,10). 
0,00/0,10 
Fundamentação: 
3) Preliminarmente, reconhecimento da nulidade dos atos da 
instrução (0,20). 
0,00/0,20 
4) A nulidade decorre da ausência de intimação do réu para 
realização da audiência de instrução e julgamento (0,40), o que 
representa cerceamento de defesa OU configurando violação ao 
princípio da ampla defesa (0,15), nos termos do Art. 5º, LV, CRFB/88 
OU Art. 564, IV, do CPP (0,10). 
0,00/0,15/0,25/0,40/ 
0,50/0,55/0,65 
5) No mérito, absolvição de Lauro (0,30). 0,00/0,30 
6) Não foram iniciados atos executórios do crime de estupro (0,60), 
sendo certo que os atos preparatórios são impuníveis (0,20). 
 
0,00/0,20/0,60/0,80 
7) Subsidiariamente, afastar a qualificadora pois não há prova nos 
autos da idade da vítima (0,50), nos termos do Art. 213, §1º do CP 
(0,10) 
0,00/0,50/0,60 
8) Aplicação da pena base no mínimo legal, já que as circunstâncias 
do Art. 59 do CP são favoráveis (0,20). 
 
0,00/0,20 
9) Afastamento da agravante do Art. 61, inciso II, alínea ´f´, do CP 
(0,20), pois o crime não foi praticado em situação de violência 
doméstica, familiar ou de coabitação contra mulher (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30 
10) Reconhecimento da atenuante da confissão espontânea (0,30), 
nos termos do Art. 65, III, ´d´, CP (0,10). 
0,00/0,30/0,40 
11) Aplicação do quantum máximo de redução de pena em razão da 
tentativa (0,15), tendo em vista que o crime ficou longe da 
consumação OU tendo em vista que o critério a ser observado é do 
iter criminis percorrido (0,10). 
0,00/0,10/0,15/0,25 
12) Aplicação do regime aberto ou semiaberto, considerando a pena 
mínima a ser aplicada (0,20), nos termos do Art. 33, §2º, alíneas b 
ou c, do CP (0,10) OU Aplicação da suspensão condicional da pena 
(0,20), nos termos do Art. 77 do CP (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
Pedidos 
13) Nulidade dos atos da instrução (0,05). 0,00/0,05 
14) Absolvição de Lauro (0,20), nos termos do Art. 386, inciso III, do 
CPP (0,10). 
0,00/0,20/0,30 
14.1) Afastamento da qualificadora do Art. 213, § 1º, do CP (0,05). 0,00/0,05 
14.2) Aplicação da pena base no mínimo legal ou reconhecimento 
da atenuante da confissão (0,05). 
0,00/0,05 
14.3) Afastamento da agravante do Art. 61, II, ´f´, do CP (0,05). 0,00/0,05 
14.4) Redução do máximo em razão da tentativa (0,05). 0,00/0,05 
14.5) Aplicação de regime inicial aberto ou semiaberto (0,05). 0,00/0,05 
Tempestividade: 
15) Prazo: 10 de setembro de 2018 (0,10). 0,00/0,10 
Fechamento: 
Data, local, assinatura, OAB (0,10). 0,00/0,10 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXIV EXAME OAB 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia 
 
Enunciado 
 
Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a causa de aumento 
prevista na primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal do Júri da Comarca de 
São Paulo. De acordo com o que consta na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma 
boate localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido um soco na barriga de João, 
além de ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro 
que segurava. O corte gerado foi a causa eficiente da morte de João, conforme consta do laudo 
acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido encaminhado por seus amigos ao hospital após os 
fatos, pois se mostrava descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por isso, sendo 
imputada a causa de aumento da primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP. 
Diante da inicial acusatória, Rodrigo procurou seu (sua) advogado(a), narrando que, no dia dos 
fatos, câmeras de segurança registraram o momento em que uma pessoa desconhecida, de 
maneira furtiva, teria colocado substâncias entorpecentes em sua bebida, o que teria causado 
uma embriaguez completa. Rodrigo teria ficado descontrolado e, em razão disso, sem motivação, 
teria desferido um soco na barriga de João, empurrando-o em seguida apenas para que, dele, 
se afastasse, nem mesmo percebendo que a vítima estaria com uma garrafa de cerveja nas 
mãos. Destacou sequer saber por que quis lesionar João, mas assegurou que o resultado morte 
não foi pretendido e nem aceito pelo mesmo, que precisou, inclusive,ser submetido a tratamento 
psicológico em razão dos fatos. Apresentou laudo do hospital, elaborado logo após o ocorrido, 
constatando que estaria completamente embriagado em razão da ingestão daquela substância 
entorpecente que teria sido colocada em sua bebida, bem como que, naquele momento, era 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito dos fatos. 
Após recebimento da denúncia, citação e apresentação de defesa, foi designada audiência de 
instrução e julgamento, na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, para oitiva das 
testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Os policiais responsáveis 
pelas investigações e pela oitiva dos envolvidos, arrolados como testemunhas pelo Ministério 
Público, informaram ao magistrado que se atrasariam para o ato judicial, pois estavam em 
importante diligência. Não querendo fracionar a colheita da prova, o magistrado determinou a 
oitiva das testemunhas de defesa antes das de acusação, apesar do registro do inconformismo 
da defesa. Ao final, o réu foi interrogado. As provas colhidas indicaram que a versão apresentada 
por Rodrigo ao seu advogado era totalmente verdadeira. Considerando que foi constatado o 
desferimento do soco e do empurrão por parte de Rodrigo em João, após manifestação das 
partes, o juiz pronunciou o acusado nos termos da denúncia. Intimado, o Ministério Público se 
manteve inerte. Rodrigo e sua defesa técnica foram intimados da decisão em 05 de abril de 2021, 
segunda-feira. Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de 
advogado(a) de Rodrigo, a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de 
declaração, expondo todas as teses jurídicas de direito material e processual aplicáveis. A peça 
deverá ser datada do último dia do prazo para interposição, devendo ser considerado que 
segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP 
 
Processo nº 
 
 
 
 
 
RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, 
inciso IV, do Código de Processo Penal. 
O presente recurso é tempestivo, já que interposto dentro do prazo de 
5 dias, previsto no artigo 586 do Código de Processo Penal. Nesse sentido, requer seja 
recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de 
Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, já com 
as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para o devido 
processamento. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
Local..., 12 de abril de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
Recorrente: RODRIGO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Processo nº 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de homicídio 
simples consumado, com a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, 
do Código Penal. 
Designada a audiência de instrução e julgamento para a oitiva das 
testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Encerrada a instrução, o 
Magistrado proferiu decisão pronunciando o réu nos termos da denúncia. 
A defesa foi intimada da decisão no dia 05 de abril de 2021, segunda-
feira. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DO PROCEDIMENTO 
Na audiência de instrução e julgamento o magistrado determinou a 
oitiva das testemunhas de defesa antes das de acusação, em virtude do atraso dos policiais 
arrolados pelo Ministério Público. Todavia, conforme dispõe artigo 411 do Código de 
Processo Penal, na audiência de instrução e julgamento deverão ser ouvidas as 
testemunhas de acusação e defesa, nesta ordem. 
 
 
. 
 
 
 
A inversão da ordem de oitiva das testemunhas prejudicou o exercício da ampla 
defesa e contraditório, previsto no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal. 
Logo, deve ser reconhecida a nulidade de todos os atos processuais praticados a 
partir da audiência, tendo em vista a inversão da ordem de inquirição de testemunhas. 
 
B) DA EMBRIAGUEZ COMPLETA E ACIDENTAL 
O recorrente foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, 
com a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do Código Penal, 
pois teria desferido um soco na barriga de João, além de ter lhe dado um empurrão, que 
fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro que segurava. 
Todavia, conforme laudo hospitalar elaborado logo após o ocorrido, 
Rodrigo estava completamente embriagado, em razão de substância entorpecente que 
havia sido inserida em sua bebida sem que ele percebesse, de modo que não entendia o 
caráter ilícito dos fatos. 
Dessa forma, o recorrente deve ser isento de pena, em virtude da embriaguez 
completa, proveniente de caso fortuito, nos termos do artigo 28, §1º, do Código Penal, causa 
excludente de culpabilidade. Sendo assim, deve Rodrigo ser absolvido sumariamente, 
conforme artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
C) DA DESCLASSIFICAÇÃO 
O réu foi denunciado pelo crime de homicídio doloso, com causa de 
aumento de pena. Todavia, em que pese tenha ocorrido o resultado morte de João, o 
recorrente não pretendia esse resultado e nem o aceitava. 
No caso, Rodrigo teve a intenção de praticar o crime de lesão corporal. 
Em relação a morte, vislumbra-se a ocorrência de culpa, de modo que o delito em tese 
praticado seria o de lesão corporal seguida de morte, previsto no artigo 129, § 3º, do Código 
Penal, o qual não é um crime doloso contra a vida. Dessa forma, caso não seja 
 
 
 
 
 
 
reconhecida a absolvição sumária, requer a desclassificação do crime imputado para o delito 
de lesão seguido de morte, na forma do artigo 419 do Código de Processo Penal, 
encaminhando-se os autos ao juízo singular. 
 
D) DO AFASTAMENTO DA CAUSA DE AUMENTO 
O réu foi pronunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com 
a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do Código Penal. 
Todavia, tal causa de aumento somente é aplicável ao crime de homicídio 
culposo, conforme se extrai da primeira parte do artigo 121, § 4º, do Código Penal. No caso, 
o delito imputado ao recorrente foi de homicídio doloso, sendo inaplicável a causa de 
aumento de pena. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente 
recurso, com a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que: 
a) Seja reconhecida a nulidade dos atos praticados desde a audiência de instrução e 
julgamento; 
b) Seja o réu absolvido sumariamente, com fundamento no artigo 415, inciso IV, do 
Código de Processo Penal; 
c) Seja desclassificado o delito de homicídio simples consumado para o crime de lesão 
corporal seguida de morte, com a consequente remessa para o juízo comum, na forma do 
artigo 419 do Código de Processo Penal; 
d) Seja afastada a causa de aumento de pena, previsto no artigo 121, §4º, do Código 
Penal. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., 12 de abril de 2021 
Advogado... 
OAB... 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Petição de interposição 
1. Endereçamento: Juízo do Tribunal do Júri da Comarca de São 
Paulo/SP (0,10) 
0,00/0,10 
2. Fundamento legal: Art. 581, inciso IV, do CPP (0,10) 0,00/0,10 
3. Requerimento do juízo de retratação ou exercício do efeito 
regressivo (0,30), nos termos do Art. 589 do CPP (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
Razões de Recurso 
4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
(0,10) 
0,00/0,10 
5. Preliminarmente, nulidade da pronúncia ou nulidade da 
instrução (0,30), porviolação ao princípio da ampla defesa e 
contraditório ou devido processo legal (0,15), nos termos do Art. 
5º, inciso LIV ou LV, da CRFB/88 ou do Art. 564, inciso IV, do 
CPP (0,10) 
0,00/0,15/0,25/0,30/ 
0,40/0,45/0,55 
5.1. Houve inadequada inversão da ordem de oitiva das 
testemunhas ou as testemunhas de defesa foram ouvidas antes 
das testemunhas de acusação (0,30), em desrespeito à previsão 
do Art. 411 do CPP (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
6. No mérito, pedido de absolvição sumária (0,30), diante da 
manifesta causa de isenção de pena ou excludente de 
culpabilidade (0,15), nos termos do Art. 415, inciso IV, do CPP 
(0,10) 
0,00/0,15/0,25/0,30/ 
0,40/0,45/0,55 
6.1. A imputabilidade penal restou afastada em razão da 
embriaguez (0,30), que foi completa, decorrente de caso fortuito 
ou força maior, e que tornou o réu inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato (0,15), conforme o Art. 28, §1º, 
do CP (0,10) 
0,00/0,15/0,25/0,30/ 
0,40/0,45/0,55 
7. Subsidiariamente, desclassificação para crime não doloso 
contra a vida (0,30), nos termos do Art. 419 do CPP (0,10), pois 
Rodrigo pretendia desferir um soco na barriga da vítima e um 
empurrão, tendo apenas intenção de causar lesão, mas não o 
resultado morte ou houve dolo na lesão e culpa em relação ao 
resultado morte (0,25) 
0,00/0,25/0,30/ 
0,35/0,40/0,55/0,65 
7.1. Deveria Rodrigo responder, caso reconhecida a 
imputabilidade, pelo crime de lesão corporal seguida da morte 
(0,30), previsto no Art. 129, §3º, do CP (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
8. Ainda de maneira subsidiária, afastamento da causa de 
aumento imputada na denúncia (0,30), tendo em vista que 
somente aplicável ao homicídio culposo ou tendo em vista que 
foi imputada a prática do crime de homicídio doloso (0,40) 
0,00/0,30/0,40/0,70 
Pedidos 
9. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,20) 0,00/0,10/0,20/0,30 
10. Prazo: 12 de abril de 2021 (0,10) 0,00/0,10 
Fechamento 
11. Local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 
 
Resposta à acusação 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 36º EXAME 
Resposta à acusação 
Enunciado 
 
No dia 31 de dezembro de 2019, Matheus, nascido em 10 de fevereiro de 2000, compareceu a 
uma festa de Ano Novo, em Vitória, Espírito Santo, juntamente com seus amigos. Animados com 
o evento, os amigos de Matheus ingeriram grande quantidade de bebida alcoólica, enquanto 
Matheus permaneceu bebendo somente água tônica, pois sabia que tinha intolerância ao álcool 
e que qualquer pequena quantidade de bebida alcoólica já o colocaria em situação de 
embriaguez. Ocorre que, em determinado momento, solicitou água tônica ao funcionário do bar, 
que, contudo, em erro, entregou a Matheus o drink “gin tônica”, que é feito com uma dose de gin 
misturada com água tônica. Matheus, com sede, deu um grande gole na bebida, vindo a ficar 
completamente embriagado, em razão da intolerância ao álcool. Sentindo-se mal, quando 
deixava o local dos fatos, Matheus é surpreendido com a presença de Caio, 25 anos, com quem 
já discutira em diversas oportunidades em jogos de futebol. Caio, ao verificar a situação de 
completa embriaguez de seu rival, começa a rir, momento em que Matheus usa a garrafa de 
refrigerante, de vidro, que estava em suas mãos, para desferir um golpe na cabeça de Caio. Caio 
é imediatamente encaminhado para o hospital e, após atendimento médico, comparece à 
Delegacia, narra o ocorrido e informa que teve de levar 15 pontos na cabeça, razão pela qual 
ficaria incapacitado de trabalhar por 45 dias. Em razão da dor que sentia na cabeça, deixou de 
comparecer, naquele momento, para a realização de exame de corpo de delito, informando, 
ainda, que não teve acesso ao Boletim de Atendimento Médico (BAM) no hospital, não sabendo 
se ele foi, efetivamente, realizado. Concluído o procedimento, o inquérito foi encaminhado ao 
Ministério Público, que, com base apenas nas declarações de Caio, ofereceu denúncia em face 
de Matheus, perante a 2ª Vara Criminal de Vitória/ES, imputando-lhe a prática do crime do Art. 
129, § 1º, inciso I, do Código Penal. Informou o Parquet que deixou de oferecer proposta de 
suspensão condicional do processo, em razão da significativa pena máxima prevista para o delito 
(05 anos de reclusão), bem como diante da Folha de Antecedentes Criminais, que registrava 
apenas uma condenação anterior de Matheus, com trânsito em julgado no ano de 2018, pela 
prática da infração prevista no Art. 42 do Decreto-lei no 3.688/41. Como documentação, o 
Ministério Público apresentou apenas imagens da câmera de segurança do local da festa e a 
Folha de Antecedentes Criminais. Após recebimento da denúncia, Matheus foi pessoalmente 
citado e intimado para adoção das medidas cabíveis, em 16 de novembro de 2022, quarta-feira, 
data em que os mandados foram juntados aos autos, vindo a procurar seu advogado para 
assistência técnica. Informou ao patrono que, na data dos fatos, realizou exame de alcoolemia e 
atendimento médico, que constatou que ele se encontrava completamente embriagado em razão 
da ingestão de bebida alcóolica (gin) e sua intolerância, bem como, que era inteiramente incapaz 
de determinar-se sobre o caráter ilícito do fato. Forneceu, ainda, o nome do funcionário do bar 
que teria lhe atendido (Carlos) e dos seus amigos José e Antônio, que teriam presenciado os 
fatos. Confirmou, todavia, que desferiu o golpe de garrafa na cabeça de Caio, que deixou o local 
com sangramento. Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado 
de Matheus, a peça jurídica cabível diferente de habeas corpus e embargos de declaração, 
expondo todas as teses jurídicas de direito material e direito processual pertinentes. A 
peça deverá ser datada no último dia do prazo, considerando que de segunda a sexta-feira 
são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE VITÓRIA/ES 
 
Processo nº 
 
 
 
 
 Matheus, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência 
apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base no artigo 396 e 396-A, ambos do Código 
de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
 I) DA TEMPESTIVIDADE 
 A presente Resposta à Acusação é tempestiva, uma vez que 
apresentada dentro do prazo de 10 dias, na forma do artigo 396 do Código de Processo 
Penal. 
 
II) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal qualificada, previsto 
no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal. 
A vítima deixou de realizar o exame de corpo de delito, em razão de 
dores que sentia na cabeça. 
O Ministério Público deixou de oferecer proposta de suspensão 
condicional do processo, em razão da pena máxima prevista para o delito (05 anos de 
reclusão), bem como diante da Folha de Antecedentes Criminais. 
 Após o recebimento da denúncia, Matheus foi pessoalmente citado e 
intimado para adoção das medidas cabíveis, em 16 de novembro de 2022, quarta-feira. 
 
 
 
 
 
III) DO DIREITO 
A) DA AUSÊNCIA DE EXAME DE CORPO DE DELITO 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do 
crime previsto no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal. 
Todavia, a vítima deixou de realizar o exame de corpo de delito, em 
razão de dores na cabeça, não havendo informações sobre a realização ou juntada do 
Boletim de Atendimento Médico. Ao oferecer a denúncia, o Ministério Público, apresentou 
apenas imagens da câmera de segurança do local da festa e a Folha de Antecedentes 
Criminais. 
Considerando que o crime de lesão corporal qualificada deixa vestígios, 
é indispensável o exame de corpo de delito, conforme artigo 158 do Código de Processo 
Penal,não bastando as declarações do ofendido. 
Logo, a denúncia deve ser rejeitada, considerando a ausência do laudo 
para fundamentar a inicial acusatória, conforme prevê o artigo 395, inciso III, do Código de 
Processo Penal OU deve ser reconhecida a nulidade do recebimento da denúncia, conforme 
o artigo 564, III, “b”, do Código de Processo Penal. 
 
B) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do 
crime previsto no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal, sem oferecer proposta de 
suspensão condicional do processo. 
Todavia, nos termos do artigo 89 da Lei 9.099/95, caberá ao Ministério 
Público oferecer proposta de suspensão condicional do processo quando a pena mínima 
cominada ao delito imputado for de até 01 ano, preenchidos os demais requisitos legais, 
dentre os quais se destacam a primariedade e a presença dos requisitos do artigo 77 do 
Código Penal. 
No caso, havia informação de que Matheus registrava contra si apenas 
uma condenação anterior, com trânsito em julgado em 2018, pela prática da infração prevista 
no artigo 42 do Decreto-lei nº 3.688/41, ou seja, contravenção penal, que não impede a 
concessão do benefício. 
 
Logo, deve ser declarada a nulidade dos atos processuais, uma vez 
que não foi oferecida a proposta de suspensão condicional do processo, pois preenchidos 
os requisitos do artigo 89 da Lei 9.099/95. 
 
C) DA EMGRIAGUEZ COMPLETA ACIDENTAL 
O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal qualificada, previsto 
no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal. 
Todavia, conforme exame de alcoolemia, foi constatado que Matheus 
estava completamente embriagado ao tempo do fato, em razão de situação não esperada, 
uma vez que Matheus solicitou água tônica ao funcionário do bar, mas este, por erro, 
entregou a Matheus o drink “gin tônica”. 
Assim, ao ingerir a bebida, Matheus ficou completamente embriagado, 
em razão da intolerância ao álcool. 
 Dessa forma, deve ser excluída a culpabilidade do agente, em razão 
da inimputabilidade, diante da embriaguez completa e proveniente de caso fortuito, na forma 
do Art. 28, §1º, do Código Penal. 
Sendo assim, deve Matheus ser absolvido, conforme artigo 397, inciso 
II, do Código de Processo Penal. 
 
IV) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o denunciado: 
a) Nulidade do ato de recebimento da denúncia, com base no artigo 
564, III, “b”, do Código de Processo Penal OU rejeição da denúncia, com base no artigo 395, 
III, do Código de Processo Penal; 
b) Nulidade do processo OU encaminhamento dos autos ao Ministério 
Público, pelo não oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo; 
c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso II, do Código de 
Processo Penal; 
d) Produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a 
testemunhal OU indicação do rol de testemunhas. 
 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
a) Carlos... 
b) José... 
c) Antônio... 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 28 de novembro de 2022. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
1. A resposta à acusação deve ser encaminhada à 2ª Vara 
Criminal da Comarca de Vitória/ES (0,10). 
0,00/0,10 
2. Fundamento legal: Art. 396 ou 396-A, ambos do CPP (0,10). 0,00/0,10 
Tempestividade 
3. Prazo de 10 (dez) dias, na forma do Art. 396 do CPP (0,10). 0,00/0,10 
Fundamentação 
4.1. Pedido de nulidade do recebimento da denúncia ou rejeição da 
denúncia por ausência de justa causa (0,30), nos termos do Art. 
395, inciso III, do CPP ou Art. 564, inciso III, alínea b, do CPP (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
4.2. A infração penal imputada deixa vestígios (0,35) e não consta 
do procedimento qualquer prova pericial ou boletim de atendimento 
médico (0,20). 
0,00/0,20/0,35/0,55 
4.3. Nulidade em razão da ausência de exame de corpo de delito, 
direto ou indireto (0,40), nos termos do Art. 158 do CPP (0,10). 0,00/0,40/0,50 
5.1. Cabimento de proposta de suspensão condicional do processo 
(0,50), nos termos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95 (0,10). 0,00/0,50/0,60 
5.2. O sursis processual é admitido mesmo a infração não sendo 
de menor potencial ofensivo ou relevante é que a pena mínima seja 
fixada em até 01 ano e não a pena máxima (0,20) 
0,00/0,20 
5.3. A condenação anterior por contravenção penal não impede a 
concessão do benefício ou a lei somente proíbe a proposta quando 
houver condenação por crime (0,20). 
0,00/0,20 
6.1. A conduta do agente não configura crime (0,20), em razão da 
ausência de culpabilidade (0,40). 0,00/0,20/0,40/0,60 
6.2. A embriaguez de Matheus era completa e decorrente de caso 
fortuito ou força maior (0,45), nos termos do Art. 28, §1º, do CP 
(0,10). 
0,00/0,45/0,55 
Pedidos: 
7. Pedido de acolhimento das alegações para reconhecer a 
nulidade no ato de recebimento da denúncia ou rejeição da 
denúncia pela ausência de justa causa (0,20). 
0,00/0,20 
8.1. Oferecimento de proposta de suspensão condicional do 
processo (0,10). 
0,00/0,10 
8.2. Absolvição sumária (0,30), nos termos do Art. 397, inciso II, do 
CPP (0,10). 
0,00/0,30/0,40 
9. Apresentação de rol de testemunhas (0,20). 0,00/0,20 
10. Prazo: 28 de novembro de 2022 (0,10). 0,00/0,10 
Fechamento: 
11. Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10 
Agravo em execução 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XVI EXAME OAB 
Agravo em execução 
 
Enunciado 
 
Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo 
simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um 
aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela 
vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto 
denunciado e CONDENADO como incurso nas sanções penais do Art. 157, “caput”, do Código 
Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial 
fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 
de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 
de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive 
obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os 
requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. 
No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de 
livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de 
Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em 
tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de 
roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena 
privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos 
objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, 
deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c) 
indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, 
de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. 
Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma 
segunda-feira. 
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso 
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de “habeas corpus”, no último dia do 
prazo para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO 
PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
 
GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presençade Vossa Excelência, 
interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 197 da Lei de Execução 
Penal. 
O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 5 dias, 
nos termos da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal e artigo 586 do Código de 
Processo Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de 
retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, 
requer seja encaminhado o recurso ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 30 de março de 2015. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Recorrente: GILBERTO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Processo nº... 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O agravante foi denunciado e condenado como incurso nas sanções penais 
do artigo 157, caput, do Código Penal, sendo-lhe aplicada pena privativa de liberdade de 
04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença 
transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. 
O agravante formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto 
ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, que foi indeferido. 
 
II) DO DIREITO 
A) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, sob o 
fundamento de que o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o 
momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade. 
Todavia, o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em vista que não 
está previsto no rol trazido pelo Art. 1º da Lei nº 8.072/90. 
Assim, não há que se falar em cumprimento de 2/3 da pena para concessão 
do benefício, mas 1/3 da pena, já que o agravante não é reincidente, conforme prevê o 
artigo 83, inciso I, do Código Penal. 
 
 
B) DO PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, argumentando, 
ainda, que não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em 
vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena 
imposta para obtenção do livramento condicional. 
Todavia, a decisão do Magistrado fere o princípio da legalidade, uma vez 
que o artigo 83, inciso II, do Código Penal prevê que apenas o condenado reincidente na 
prática do crime doloso tem que cumprir mais de metade da pena aplicada para fazer jus 
ao livramento condicional. 
Logo, embora conste no artigo 83, inciso I, do Código Penal, que o 
condenado não reincidente e portador de bons antecedentes deve cumprir 1/3 da pena, 
essa fração deve ser aplicada também caso o acusado seja portador de maus 
antecedentes, além de não reincidente. 
Diante do exposto, deverá observar o requisito objetivo para o livramento 
condicional após cumprimento de 1/3 da pena. 
 
C) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, porque 
considera indispensável a realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes 
de roubo, de maneira abstrata, são graves e causam severos prejuízos para a sociedade. 
Todavia, o exame criminológico não é obrigatório para fins de obtenção da 
progressão de regime ou do livramento condicional, bastando atestado de bom 
comportamento expedido pelo diretor do estabelecimento carcerário, nos termos do artigo 
112, § 1º, da Lei nº 7.210/84. 
O simples fato de considerar o crime de roubo grave não justifica a 
realização do exame criminológico, devendo a decisão ser devidamente fundamentada 
considerando o caso concreto, nos termos da Súmula 439 do Superior Tribunal de Justiça. 
Além disso, o agravante nunca foi punido pela prática de falta grave dentro 
do estabelecimento prisional, de modo que desnecessária a realização do exame.
 
III – DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, 
com a reforma da decisão, a fim de que seja concedido o livramento condicional, com a 
consequente expedição do alvará de soltura, já que o recorrente preenche os requisitos. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 30 de março de 2015. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
Item 1 - Endereçamento correto: Juízo da Vara de Execuções Penais do 
Rio de Janeiro/RJ (0,10). 0,00/0,10 
Item 2 – Fundamento legal: Art. 197 da Lei nº 7.210/84 (0,10) 0,00/0,10 
Item 3 - Pedido de retratação (0,30). 0,00/0,30 
RAZÕES DO RECURSO 
Item 4 – Endereçamento correto: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 
(0,10). 
0,00/0,10 
Item 5 – Desenvolvimento jurídico acerca da concessão do livramento 
condicional, pois a fundamentação trazida pelo magistrado é 
equivocada (0,40). 0,00/0,40 
Item 6 - Afastamento da hediondez do crime de roubo simples (0,50), 
pois este não está no rol dos crimes hediondos ou por violação ao 
princípio da taxatividade (0,20). 
0,00/0,20/ 
0,50/0,70 
Item 7.1 - O requisito objetivo para a concessão do livramento 
condicional de condenado não reincidente portador de maus 
antecedentes é de 1/3 e não de metade (0,50); 
0,00/0,50 
Item 7.2 - Aplicação do Art. 83, I, do CP (OU não aplicabilidade do Art. 
83, II, do CP) (0,20), diante do princípio da legalidade, que veda a 
aplicação de analogia in malam partem (OU aplicação da interpretação 
mais favorável ao apenado) (0,50). 
0,00/0,20/ 
0,50/0,70 
Item 8 – A realização do exame criminológico não é indispensável (0,50), 
porque a decisão que determina o exame criminológico deve ser 
devidamente fundamentada em fatores concretos (OU a mera gravidade 
em abstrato do delito não é suficiente para a exigência do exame 
criminológico) (0,40), conforme Súmula 439 do STJ (0,10). 
0,00/0,40/0,50/ 
0,60/0,90/1,00 
Item 9 – Dos Pedidos: Conhecimento e provimento do recurso OU 
concessão do livramento condicional (0,50); com a consequente 
expedição do alvará de soltura (0,20). 
0,00/0,20/ 
0,50/0,70 
Item 10 - Prazo: 30.03.2015 (0,30). 0,00/0,30 
Item 11 - Estrutura – duas petições (interposição e razões); aposição de 
local, data, assinatura e OAB (0,10). 
0,00/0,10
 
Contrarrazões de Recurso de Apelação 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XIX EXAME OAB (Adaptada) 
Contrarrazões de apelação 
Enunciado 
 
No dia 24 de dezembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não 
identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir 
bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia 
do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu, 
mediante emprego de uma faca, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava 
tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 anos que acabara de sair do médico e 
saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi denunciado pela prática 
de crime de roubo duplamente majorado, na forma do Art. 157, § 2º, incisos II e VII, do Código 
Penal. Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde 
constavam anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado 
e três ações penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver 
sentença com trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento 
ouvidos a vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime, na posse dos bens 
subtraídos. Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução, 
após alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, com Rodrigo sendo 
condenado a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumpridaem regime semiaberto, 
e 13 dias-multa. O juiz aplicou a pena-base no mínimo legal, além de não reconhecer qualquer 
agravante ou atenuante. Na terceira fase da aplicação da pena, reconheceu a majorante 
mencionada na denúncia e realizou um aumento de 1/3 da pena imposta. O Ministério Público 
foi intimado da sentença em 14 de setembro de 2015, uma segunda-feira, sendo terça-feira dia 
útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de apelação perante o juízo de 
primeira instância, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 
2015, requerendo: 
i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de 
Antecedentes Criminais do acusado; 
ii) O reconhecimento das agravantes previstas no Art. 61, inciso II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código 
Penal; 
iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no Art. 
157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as 
majorantes; 
iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem 
assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a 
sociedade. 
A defesa não apresentou recurso. O magistrado, então, recebeu o recurso de apelação do 
Ministério Público e intimou, no dia 19 de outubro de 2015 (segunda-feira), sendo terça feira dia 
útil em todo o país, você, advogado(a) de Rodrigo, para apresentar a medida cabível. Com base 
nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso 
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de “habeas corpus”, no último dia do 
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
 
RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer 
as CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 600 do Código 
de Processo Penal. 
As presentes contrarrazões são tempestivas, já que oferecidas dentro do 
prazo de 8 dias, previsto no artigo 600 do Código de Processo Penal. Nesse sentido, requer 
sejam recebidas, com posterior remessa ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de 
Janeiro. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 27 de outubro de 2015. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Apelado: RODRIGO 
 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado, na forma do 
artigo 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal. 
Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença condenatória, 
aplicando a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime 
semiaberto, e 13 dias-multa. 
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação, 
acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015. 
O Magistrado recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e 
intimou a defesa para apresentar a medida cabível. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO 
O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 14 de setembro de 
2015 e interpôs o recurso de apelação no dia 30 de setembro de 2015. Todavia, nos termos 
do artigo 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor recurso de apelação é 
de 05 dias. 
Logo, considerando que entre a data da intimação da sentença e da 
interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 dias, conclui-se que o recurso 
de apelação interposto pelo Ministério Público é intempestivo. 
Diante disso, o recurso de apelação não deve ser conhecido. 
 
B) DO AUMENTO DA PENA-BASE 
 
O Ministério Público postula o aumento da pena-base, tendo em vista a 
existência de diversas anotações na folha de antecedentes criminais do acusado. Todavia, 
nos termos da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, inquéritos policiais, ações 
penais em curso e condenações ainda não transitadas em julgado não autorizam o 
reconhecimento de circunstância judicial desfavorável como maus antecedentes, sob 
pena de violação do princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, 
da Constituição Federal/88. 
Logo, não há maus antecedentes, devendo a pena-base ser mantida no 
mínimo legal. 
 
C) DA AGRAVANTE DA GRAVIDEZ 
 
O Ministério Público busca o reconhecimento da agravante pela prática 
de crime contra mulher grávida, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal. 
Todavia, o réu não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida. A própria vítima 
recém tinha saído do médico e tomado conhecimento de que estava grávida de um mês, 
não sendo, portanto, possível verificar sinais visíveis de gravidez da vítima. 
Logo, não deve ser aplicada a agravante da gravidez, sob pena de 
responsabilidade objetiva, já que o réu, em relação a essa circunstância, não agiu com 
dolo ou culpa. 
 
D) DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA 
O Ministério Público requer seja reconhecida a agravante da embriaguez 
preordenada, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “l”, do Código Penal. Todavia, o réu não 
ingeriu bebida alcóolica com o objetivo de praticar crime ou para tomar coragem para 
cometer delito, uma vez que bebeu em comemoração durante evento festivo. 
 
 
Logo, não se trata de embriaguez preordenada, mas voluntária ou, até 
mesmo, culposa. Assim, não deve ser aplicada a agravante da embriaguez preordenada. 
 
E) DO AUMENTO DA PENA 
O Ministério Público postulou a majoração do quantum de aumento em razão 
das causas de aumentos previstas no Art. 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, 
exclusivamente pelo fato de serem duas as majorantes. 
Todavia, não é possível elevar ainda mais a pena, uma vez que a elevação 
da fração da pena exige motivação idônea, não sendo suficiente fundamentar o aumento 
apenas com base no número de majorantes, conforme a Súmula 443 do Superior Tribunal 
de Justiça. 
Logo, deve ser mantida a majoração da pena. 
 
F) DO REGIME CARCERÁRIO 
O Ministério Público requer a fixação do regime inicial fechado de 
cumprimento de pena, pois o roubo tem assombrado a população do Rio de Janeiro, 
causando uma situação de insegurança em toda a sociedade. 
Todavia, nos termos das Súmulas 718 e 719 do Supremo Tribunal 
Federal, eventual gravidade em abstrato do delito não constitui motivação idônea para a 
fixação do regime mais severo do que a pena aplicada permitir. 
Além disso, o Magistrado fixou a pena-base no mínimo legal, sendo, 
portanto, vedada a fixação do regime mais severo do que a pena imposta permite, com 
base na gravidade em abstrato do delito, nos termos da Súmula 440 do Superior Tribunal 
de Justiça. 
Logo, considerando que o fato de roubo estar assombrando a população do 
Rio de Janeiro não constitui motivação idônea para fixação de regime carcerário mais 
severo, porque amparada na gravidade em abstrato de delito, deverá ser mantido o regime 
carcerário semiaberto fixado na sentença. 
 
 
III) DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer não seja conhecido, e, no mérito, IMPROVIDO o 
recurso de apelação interposto, mantendo-se, por conseguinte, a decisão recorrida nos 
seus exatos termos. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 27 de outubro de 2015. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Queixa-crime 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XV EXAME OAB (Adaptada) 
Queixa-crime 
Enunciado 
 
Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das 
redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contatocom seus 
amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet 
para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo 
contemporâneo. 
No dia 07/05/2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite 
com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, 
no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por 
meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para 
todos os seus contatos. 
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está 
adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, 
de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em 
Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico. 
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte 
comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, 
irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas 
de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No 
dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado 
no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para 
socorrê-lo!”. 
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de 
seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de 
Helena em seu perfil pessoal. 
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, 
que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o 
constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de 
ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em 
Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o 
conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia 
ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de 
advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo. 
Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e 
Juizados Especiais Criminais. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas 
corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando-a no último dia do prazo. 
(Valor: 5,00 pontos) 
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE NITERÓI/RJ 
 
 
 
 
 
ENRICO, nacionalidade..., estado civil..., engenheiro, RG..., CPF..., com 
endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...., por meio do seu procurador infra-
assinado, com procuração com poderes especiais, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, oferecer a presente QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 30, 41, 44, 
todos do Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, do Código Penal, contra HELENA, 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., endereço eletrônico..., residente 
na Rua ..., pelos fatos a seguir expostos. 
A presente queixa-crime foi oferecida dentro do prazo de 6 meses, previsto 
nos artigos 38 do Código de Processo Penal e art. 103 do Código Penal. 
 
I – DOS FATOS 
 
 No dia 07 de maio de 2021, no prédio na praia de Icaraí, em Niterói/RJ, a 
querelada Helena difamou e injuriou o querelante, imputando-lhe fato ofensivo à sua 
reputação e ofendeu, ainda, sua dignidade e o decoro. 
Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui 
perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos do querelante, por meio do seu 
computador pessoal, instalado em sua residência, publicou no perfil pessoal de Enrico o 
seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um 
idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”. 
Na sequência, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas 
de trabalho e atingir a sua reputação, acrescentou que “ele trabalha todo dia embriagado! 
No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão 
 
bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma 
ambulância para socorrê-lo!”. 
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões 
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou 
a divulgação da difamação e injúria, incorrendo na causa de aumento de pena, prevista no 
artigo 141, § 2º, do Código Penal. 
 
II – DO DIREITO 
 
Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10 
de março, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no 
horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância 
para socorrê-lo, a querelada praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do 
Código Penal. 
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável 
e sem vergonha, a querelada praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código 
Penal. 
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões 
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou 
a divulgação da difamação e injúria, por meio de rede mundial de computador, incidindo, 
por isso, a causa de aumento de pena prevista no artigo 141, § 2º, do Código Penal. 
Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, mediante única 
publicação, com desígnios autônomos, em concurso formal imperfeito de crimes, nos 
termos do artigo 70, 2ª parte, do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
III – DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, o querelante requer: 
a) A designação de audiência reconciliação, prevista no artigo 520 do Código de Processo 
Penal; 
b) O recebimento da queixa-crime; 
c) A citação da querelada; 
d) A procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada pela prática dos 
crimes do artigo 139 e 140 c/c o artigo 141, § 2º, e artigo 70, todos do Código Penal; 
e) A fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código 
de Processo Penal; 
f) A produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1) CARLOS...; 
2) MIGUEL...; 
3) RAMIREZ... 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 6 de novembro de 2021. 
 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Item 1 – Endereçamento correto: 
Juizado Especial Criminal de Niterói (0,10) 
 
(OBS: Trata-se de uma adaptação da peça do XV Exame, 
considerando a alteração do artigo 141, § 2º, do Código Penal, razão 
pela qual o endereçamento seria para a Vara Criminal). 
0,00 / 0,10 
Item 2 – Indicação correta do dispositivo legal que embasa a queixa-
crime: art. 41 do CPP OU Art. 100, §2º, do CP OU o Art. 30, do CPP OU 
Art. 145 do CP (0,10) 
0,00 / 0,10 
Item 3.1 – Qualificação do querelante e da querelada: Indicação da 
qualificação do querelante (0,10) e da querelada (0,10) 
0,00 / 0,10 / 0,20 
Item 3.2 – Existência de Procuração com poderes especiais de acordo 
com o artigo 44 do CPP em anexo ou menção acerca de sua existência 
no corpo da qualificação. (0,30) 
0,00 / 0,30 
Item 4.1- a exposição dos fatos criminosos: Descrição do delito de 
injúria (0,50)

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