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Direito Internacional

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1 EDSON FARLEY 
Direito Internacional 
ESPECIFICIDADES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus 
representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos 
a referendo do Congresso Nacional. 
No caso do inciso VIII – pelo costume, o presidente da república pode delegar. 
 
a) Inexistência de uma relação hierarquizada – Não há relação de subordina-
ção entre os estados, todos se encontram em par de igualdade 
 
CF, Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas re-
lações internacionais pelos seguintes princípios: [...] V - igualdade 
entre os Estados. 
CONU (Carta da ONU), Artigo 2. A Organização e seus Membros, para 
a realização dos propósitos mencionados no Artigo 1, agirão de 
acordo com os seguintes Princípios: 
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os 
seus Membros. 
COEA (Carta da OEA), Artigo 10 - Os Estados são juridicamente 
iguais, desfrutam de iguais direitos e de igual capacidade para 
exercê-los, e têm deveres iguais. Os direitos de cada um não de-
pendem do poder de que dispõem para assegurar o seu exercício, 
mas sim do simples fato da sua existência como personalidade ju-
rídica internacional. 
 
(CESPE/SENADO FEDERAL/2002) – As relações jurídicas entre os Estados, no con-
texto de uma sociedade jurídica internacional descentralizada, desenvolvem-
se de forma horizontal e coordenada. 
 
b) Inexistência de um Poder Legislativo Universal – inexiste poder legislativo 
universal, mas existem ordens jurídicas regidas pela autodeterminação 
 
c) Inexistência de um Poder Judiciário Internacional com jurisdição compulsó-
ria para todos os Estados – Inexiste poder judiciário com poder compulsório 
para julgar todos os Estados. 
 
CONCEITO E FUNDAMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
Conceito: Trata-se de uma disciplina jurídica que estabelece, de forma regula-
tória, as relações entre os estados e as organizações internacionais, bem 
como seus indivíduos, respeitando a ordem mundial dentro das diretrizes di-
plomáticas estabelecidas. 
2 EDSON FARLEY 
Fundamentos: 
1. Corrente voluntarista, subjetivista ou positivista 
a) Característica – Vontade própria dos Estados e OIs 
b) Fundamento – Vontade coletiva dos Estados ou no consentimento mútuo 
destes 
c) Críticas – Visa apenas a autonomia dos Estados 
 
2. Corrente objetivista ou não voluntarista 
a) Característica – Fazer frente a voluntarista 
Normas imperativas de direito internacional geral (jus cogens) 
b) Fundamento – Vontade das normas de DI 
c) Crítica – Afasta a autonomia dos Estados 
 
3. Corrente eclética, mista ou objetivista temperada ou moderada 
Direito Internacional moderno une as características de ambos. 
a) Característica – Não se deve desconsiderar a vontade dos Estados 
b) Fundamento – Pacta Sunt Servanda (deve respeitar os Estados e analisar 
os tratados) 
 
DISTINÇÕES IMPORTANTES 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO (DIP) E DIREITO INTERNO 
 
a) Quanto ao objeto 
DIP – Transcende as fronteiras do Estado 
Direito interno – Relações dentro do próprio Estado 
 
b) Quanto as partes 
DIP – Forte participação dos Estados, organizações e indivíduos 
Direito interno – Pessoas físicas ou jurídica que estão sujeitas as legis-
lações internas 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO (DIP) E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
 
a) Quanto às partes: 
DIP – Estados e organizações 
3 EDSON FARLEY 
DIPr – Pessoas particulares e eventualmente os estados quando atua-
rem como particulares 
 
b) Quanto à finalidade: 
DIP – Questões mais importantes como meio ambiente por exemplo 
DIPr – Conflito de leis no espaço 
 
c) Quanto à fonte: 
DIP – Fontes formais do Direito, costumes, tratados, princípios e atos 
unilaterais 
DIPr – Regulado pela legislação interna dos Estados 
 
d) Quanto à forma de soluções de controvérsia: 
DIP – Cortes internacionais 
DIPr – Cortes nacionais, conciliação, mediação etc. 
 
FONTES FORMAIS CLÁSSICAS, PRIMÁRIAS OU ESTATUTÁRIAS 
 
FUNDAMENTO 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça, Artigo 38 (defende as 
fontes clássicas) 
1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacio-
nal as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que es-
tabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados liti-
gantes; 
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita 
como sendo o direito; 
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civiliza-
das; 
d) sob ressalva da disposição do Art. 59, as decisões judiciárias e a 
doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como 
meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de de-
cidir uma questão ex aequo et bono (equidade), se as partes com isto 
concordarem. 
(ESAF/ANAC/2016) - São fontes de Direito Internacional, de acordo com o 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça, os tratados, os costumes e os 
princípios gerais de Direito, sendo meios auxiliares a jurisprudência e a 
doutrina e, sob certas condições, a equidade. 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/esaf-2012-cgu-analista-de-financas-e-controle-prevencao-da-corrupcao-e-ouvidoria
4 EDSON FARLEY 
CARACTERÍSTICAS DO ROL 
a) Exemplificativo – Falta falar das fontes contemporâneas 
b) Hierarquia entre as fontes – Para a maioria não existe, especialmente 
em tratados e costumes 
(CESPE/AGU-PROCURADOR FEDERAL/2010) – Costumes podem revogar trata-
dos e tratados podem revogar costumes. 
 
A doutrina, em geral, cuida do jus cogens separadamente 
das fontes do Direito Internacional, o que não é correto. No 
estudo das fontes do direito das gentes as normas de jus 
cogens deveriam vir destacadas em primeiro lugar, antes do 
estudo dos tratados e do costume internacional. Isto se 
deve em virtude de sua prevalência hierárquica sobre todas 
as outras fontes do Direito Internacional Público. 
 
DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA EQUIDADE 
Meios auxiliares que servem para 
interpretar e aplicar as normas 
jurídicas 
É uma forma de decisão pautado no 
critério de justiça. 
- Para sua utilização, precisa da 
anuência das partes 
 
 
TRATADOS: NOTAS INTRODUTÓRIAS 
ASPECTOS GERAIS 
a) Conceito – É o acordo jurídico formal celebrado por escrito entre certos 
sujeitos de DI com a finalidade de produzir efeitos específicos (entre as 
partes pactuantes), segundo as regras do direito internacional, quer 
conste de instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, 
sendo irrelevante a sua denominação. 
(CESPE/AGU/2002) - Tratado internacional é um acordo celebrado por 
escrito entre sujeitos de direito internacional, que produz efeito jurí-
dico, qualquer que seja sua denominação particular. 
 
b) Natureza jurídica: Tratado é um direito formal. 
Artigo 38 do ECIJ: 
1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito in-
ternacional as controvérsias que lhe forem submetidas, 
aplicará: 
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, 
que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos 
Estados litigantes; 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2010-agu-procurador-federal
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2010-agu-procurador-federal
5 EDSON FARLEY 
c) Característica 
(FGV/SENADO FEDERAL/2012) – O Direito Internacional pode ser entendido 
como o “conjunto de normas jurídicas que regulam as relações entre 
Estados e, subsidiariamente, as demais pessoas internacionais, como 
determinadas organizações, e dos indivíduos”. Ao longo do século XX, o 
Direito Internacional (DI) ampliou sobremaneira seu âmbito de atuação 
e, no século XXI, as perspectivas são ainda maiores, na medida em que 
as interações entre os diversos sujeitos dodireito internacional tende 
a se multiplicar. Entre as fontes do DI no século XXI, assinale a conside-
rada mais importante e, ao mesmo tempo, mais democrática: Os Trata-
dos. 
 
d) Fundamento para força normativa dos tratados 
CVDT/69, art. 26 (Pacta sunt servanda) – Todo tratado em 
vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-
fé. 
(ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2006) – Nos termos da Conven-
ção de Viena sobre Direito dos Tratados entre Estados, e no que se refere 
à observância, aplicação e interpretação dos acordos, consolidou-se re-
gra que reflete a cláusula pacta sunt servanda, isto é, todo tratado em 
vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé. 
 
TRATADOS E COSTUME INTERNACIONAL 
 a) Quanto à característica: o tratado é uma fonte escrita, enquanto 
costume é uma fonte não escrita, sendo um acordo tácito. 
 b) Quanto aos efeitos: em regra os tratados produzem efeitos inter par-
tes. Já o costume é efeito erga omnis 
 
COSTUME INTERNACIONAL 
INTRODUÇÃO 
a) Aspectos gerais 
a. Natureza jurídica 
 Artigo 38, 1, do ECIJ: 
1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacio-
nal as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita 
como sendo o direito. 
 
b. Característica – é a fonte de direito internacional mais antiga. 
 
b) Conceito – Consiste em uma prática reiterada/continuada com convicção 
de obrigatoriedade. 
6 EDSON FARLEY 
c) Elementos constitutivos 
Artigo 38, 1, do ECIJ: 1 [...] b) o costume internacional, como 
prova de uma prática geral / aceita como sendo o direito. 
a. Elemento objetivo (substantivo, material ou consuetudo) – pratica rei-
terada. 
b. Elemento subjetivo (opinio juris ou opinio juris civis necessitatis) – con-
vicção de obrigatoriedade 
 
d) Efeito: Necessita dos dois elementos para ser válido 
 
CODIFICAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL 
a) Conceito – Designa o processo de transformação das regras consuetudi-
nárias em normas escritas. 
 
b) Característica 
CVDT/69, Artigo 38 (Regras de um Tratado Tornadas Obriga-
tórias para Terceiros Estados por Força do Costume Inter-
nacional) – Nada nos artigos 34 a 37 impede que uma regra 
prevista em um tratado se torne obrigatória para terceiros 
Estados como regra consuetudinária de Direito Internacio-
nal, reconhecida como tal. 
(TRF3/JUIZ SUBSTITUTO/2022) – Uma regra prevista em um tratado pode se 
tornar obrigatória para Estados não partes, caso tal regra seja também 
uma regra consuetudinária de Direito Internacional. 
 
RELAÇÃO DO COSTUME INTERNACIONAL COM O DIREITO INTERNO 
a) Característica 
(CESPE/AGU/2015) – Diferentemente dos tratados, os costumes internacionais 
reconhecidos pelo Estado brasileiro dispensam, para serem aplicados no país, 
qualquer mecanismo ou rito de internalização ao sistema jurídico pátrio. 
3.1. No ordenamento jurídico brasileiro não existe óbice legal 
ao exercício da jurisdição em face de soberania externa, con-
forme se depreende da redação do art. 109, II, da Constitui-
ção da República. Todavia, o instituto da imunidade de juris-
dição é reconhecido e aplicado pela jurisprudência pátria, 
que recepciona o costume internacional no direito interno. 
(Voto-vista do Ministro Luis Felipe Salomão; STJ, AgRg no RO 
68 / RJ - Agravo Regimental no Recurso Ordinário 
2008/0042272-8; Relator(a): Ministro Marco Aurélio Bellizze 
(1150); Órgão Julgador: S2 - Segunda Seção; 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO 
a) Desuso – conduta reiterada deixou de ser aplicada 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/trf-3-regiao-2022-trf-3-regiao-juiz-substituto
7 EDSON FARLEY 
b) Superveniência de um novo costume – Surge um novo costume incompatí-
vel com os mais antigos 
c) Superveniência de um TI em sentido contrário – Surge um tratado com 
normas completamente incompatível aos costumes. (tratados apenas tem 
efeitos entre as partes) 
 
(CESPE/IRBr-DIPLOMATA/2010) – O costume, fonte do direito internacional 
público, extingue-se pelo desuso, pela adoção de um novo costume ou por 
sua substituição por tratado internacional. 
 
PRINCÍPIOS GERAIS “DE” DIREITO INTERNACIONAL 
Artigo 38, do ECIJ: 
1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacio-
nal as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
c) os princípios gerais “de” direito, reconhecidos pelas nações civi-
lizadas. 
 
ASPECTOS GERAIS 
a) Natureza jurídica – Fontes formais de DI 
 
b) Característica – Fontes formais surgeneres, pois são de aplicação subsidi-
arias, apenas será aplicado na ausência de tratados ou costumes. 
 
ATENÇÃO À QUESTÃO TERMINOLÓGICA 
Artigo 38, do ECIJ: 
1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacio-
nal as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
c) os princípios gerais “de” direito, reconhecidos pelas nações civi-
lizadas. 
a. Princípios gerais “de” direito (gerais ou comuns) – Tanto no âmbito do di-
reito internacional como no direito interno 
 
(CESPE/IRBr–DIPLOMATA/2009) – Pacta sunt servandae e res iudicata são 
princípios gerais de direito aceitos pela CIJ e discutidos em casos a ela 
submetidos. 
 
b. Princípios gerais “do” direito (próprios ou específicos) – Só existem no âm-
bito internacional 
(TRF5/JUIZ FEDERAL/2015) – Não há previsão expressa de princípios gerais do 
direito internacional no Estatuto da CIJ. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2010-instituto-rio-branco-diplomata-1-etapa-a
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2007-instituto-rio-branco-diplomata
8 EDSON FARLEY 
CF, Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção 
V - igualdade entre os Estados 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos. 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração 
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando 
à formação de uma comunidade latino-americana de nações 
 
 
FONTES CONTEPORÂNEAS, NÃO ESTATUTÁRIAS, EXTRAESTATUTÁRIAS OU EX-
TRACONVENCIONAIS 
ATOS UNILATERAIS EMANADOS DOS ESTADOS 
Aspectos gerais: 
Conceito: Manifestação pública, inequívoca e autônoma de vontade do Estado, 
desvinculada de qualquer tratado ou costume internacional, com o objetivo de 
produzir efeitos jurídicos no âmbito internacional. 
 
Natureza jurídica: fontes extra convencionais de expressão do DI 
(CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) – Atos uni-
laterais de Estados são modernamente admitidos como fontes extra con-
vencionais de expressão do direito internacional, embora não estejam pre-
vistos como tal no Estatuto da Corte Internacional de Justiça. 
 
Fundamento: Princípio do Estoppel - Consiste na impossibilidade de as partes 
envolvidas em um litígio nas instâncias internacionais de direitos humanos ale-
garem ou negarem um fato ou direito, estando essa negação em desacordo 
com uma conduta anteriormente adotada ou anuída 
 
Requisitos 
Caso sobre os Testes Nucleares (Austrália Vs França), julgado pela CIJ em 1974. 
 
Modalidades: 
PROTESTO, NOTIFICAÇÃO, PROMESSA, RECONHECIMENTO E A RENÚNCIA 
Protesto: modo de se evitar a formação de uma regra costumeira 
9 EDSON FARLEY 
Notificação: ato pelo qual um sujeito do direito internacional público dá a 
outro ou outros o conhecimento de um fato determinado que possa pro-
duzir efeitos jurídicos 
Promessa: compromisso assumido por um sujeito de direito internacional 
público de ter, no futuro, certa atitude 
Reconhecimento: Trata-se de uma manifestação unilateral por meio da 
qual um Estado passa a considerar como legítima certa situação fática 
oujurídica. 
Renúncia: Ato unilateral, por meio do qual um Estado voluntariamente 
abdica de certo direito. 
Denúncia: modo de desvinculação de um tratado, tido como ato unilateral 
quando nele não previsto 
 
ATOS UNILATERAIS DECISÓRIOS DAS ORGANIZAÇÕES NACIONAIS 
Conceito: São atos normativos emanados das OIs, que geram direitos e obri-
gações para os seus membros. 
 
Natureza jurídica: fonte formal autônoma de direito internacional 
 
Espécies: 
Resoluções: Cumprimento dos atos normativos das OIs no Brasil. 
Recomendações ou resoluções não-vinculantes: São normas emanadas 
das OIs cujo cumprimento é facultativo, pois lhe falta força coercitiva. 
 
DIREITO IMPERATIVO/COGENTE (JUS COGENS) 
Definições 
Normativas: 
a. CVDT, 1969 – Artigo 53. Tratado em conflito com norma imperativa 
de Direito Internacional Geral (jus cogens) [...] Para os fins da presente 
Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma 
norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados 
como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que 
só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral 
da mesma natureza. 
b. CVDT, 1986 – Artigo 53. Tratado em conflito com norma imperativa 
de Direito Internacional Geral (jus cogens) [...] Para os fins da presente 
Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma 
norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados 
como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que 
só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral 
da mesma natureza. 
10 EDSON FARLEY 
(FGV/OAB/2011) – Com relação à chamada “norma imperativa de Direito In-
ternacional geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma: Reco-
nhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, 
da qual nenhuma derrogação é permitida. 
Doutrinária: 
– Consiste no conjunto de preceitos universais dotados de superioridade 
normativa, razão pela qual não se admite qualquer tipo de derrogação ou 
modificação do seu conteúdo, salvo por outro preceito da mesma natureza 
e, ainda assim, desde que seja para acrescentar direitos, em respeito ao 
princípio da vedação ao retrocesso; e que possibilitam, em razão do atri-
buto da imperatividade, sua aplicação objetiva (e, independentemente da 
prévia manifestação de vontade dos Estados). 
 
Características: 
a) Universalidade: Erga Omnis 
b) Superioridade normativa: Maior ordem jurídica no sistema existente 
c) Inderrogabilidade: Em regra não poderá sofrer modificação no seu con-
teúdo, salvo por outro preceito da mesma natureza, que seja para acres-
centar direitos. Por causa do princípio da vedação ao retrocesso. 
d) Imperatividade: São puníveis a todos os estados, inclusive aqueles que 
são completamente contrários. 
 
Natureza Jurídica: Não é uma fonte de DI, mas é superior a tratados em caso 
de conflitos, TEMOS aqui exceção a hierarquia sobre as normas. 
 
NORMAS SOFT LAW, SOFT NORMS OU GREEN LAW 
Conceito: São instrumentos que não geram obrigações rígidas para os sujeitos 
de DI 
 
Natureza jurídica: Não são fontes formais porque estão no direito de formação 
 
Características: 
a) Não geram obrigações rígidas, revelam apenas um compromisso. 
b) Elas apresentam conteúdo meramente programático. 
 
TEORIA GERAL DOS TRATADOS INTERNACIONAIS 
REGULAMENTAÇÃO 
a) Regulamentação convencional 
11 EDSON FARLEY 
a. Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969 (CVDT/69) 
 
(CESPE/IRBR-DIPLOMATA/2010) – O tratado constitutivo de uma organiza-
ção internacional está sujeito às normas da Convenção de Viena sobre o 
Direito dos Tratados (1969). 
 
b. Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de, 1986 (CVDT/86) 
c. Convenção de Havana sobre Direito dos Tratados, de 1928 (CHDT/28) 
 
b) Costume internacional – prática uniforme e constante da maioria dos Es-
tados relevantes, reiterada de forma intensa ou usualmente por longos 
períodos 
 
DEFINIÇÃO E ELEMENTOS CARACTERIZADORES 
DEFINIÇÕES 
a) Normativa (CVDT/69, Art. 2, 1, “a”) 
CVDT/69, Para os fins da presente Convenção [...] “tratado” signi-
fica um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e 
regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento 
único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja 
sua denominação específica; 
CVDT/86, Para os fins da presente Convenção [...] tratado significa 
um acordo internacional regido pelo Direito Internacional e cele-
brado por escrito; I) entre um ou mais Estados e uma ou mais orga-
nizações internacionais; ou II) entre organizações internacionais, 
quer este acordo conste de um único instrumento ou de dois ou mais 
instrumentos conexos e qualquer que seja sua denominação especí-
fica. 
 
b) Doutrinária – Acordo jurídico formal / celebrado por escrito / entre certos 
sujeitos de DI / com a finalidade de produzir efeitos específicos (entre as 
partes pactuantes), / segundo as regras do direito internacional, / quer 
conste de instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, / 
sendo irrelevante a sua denominação. 
 
ELEMENTOS CARACTERIZADORES 
1) Acordo jurídico formal – É um ato voluntario e convencional entre os Esta-
dos, que deve ser no mínimo bilateral 
 
2) Concluído por escrito – A forma escrita constitui elemento essencial dos 
tratados. 
12 EDSON FARLEY 
CVDT/69 - art. 2, (1) (a) “tratado” significa um acordo inter-
nacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo 
Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, 
quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que 
seja sua denominação específica. 
CHDT/28 - Artigo 2º - É condição essencial nos tratados a 
forma escrita. A confirmação, prorrogação, renovação ou 
recondução serão igualmente feitas por escrito, salvo esti-
pulação em contrário. 
 
3) Entre certos sujeitos de DI – Apenas os entes participantes do direito de 
convenção. 
Quem pode celebrar tratados: Estados, organizações internacionais e al-
gumas coletividades como a Santa Sé 
Quem não pode celebrar tratados: Pessoa Física, Pessoa jurídica e em regra 
as ONGs (exceção é a Cruz Vermelha) 
(CESPE/STM/JUIZ-AUDITOR SUBSTITUTO/2013) – O Comitê Internacional 
da Cruz Vermelha apto para concluir acordos de sede com os Estados 
em que atua. 
 
*No Brasil, estão autorizados a assinar acordos internacionais apenas 
o Presidente da República, o Ministro das Relações Exteriores e os Em-
baixadores chefes de missões diplomáticas do Brasil no exterior 
 
4) Finalidade específica – Tem como objetivo estabelecer direitos e obriga-
ções que vão produzir efeitos entre os sujeitos que os integram. 
Em alguns casos específicos poderá surgir efeitos a terceiros (direito 
difusos dos tratados) (Difusos, aparentes, previsão convencional de di-
reitos para terceiros e previsão convencional de obrigações para ter-
ceiros). 
 
5) Regido pelo DI – Tratados é regido pelo DI e contratos pelo direito interno. 
 
6) Quer conste de um ou mais instrumentos conexos – Em alguns casos pode 
haver documentos complementares que visam auxiliar na interpretação do 
principal ou regular algum ponto especifico. 
 
7) Irrelevância da denominação – A denominação se é tratado, convenção, 
pacto etc. é irrelevante 
 
 Concordata: É o acordo bilateral onde uma das partes é necessaria-
mente a Santa Sé que tem por objetivo regular um assunto de caráter reli-
gioso. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2013-stm-juiz-auditor-substituto
13 EDSON FARLEY 
a) Regra geral 
(TRF-4/JUIZ FEDERAL/2004) – A denominação dos tratados interna-
cionais é irrelevante para a determinação de seus efeitos ou de sua 
eficácia, sendo indiferente sejam chamados de acordo, convenção, 
ajuste, pacto ou liga. 
Artigo 2 (Expressões Empregadas). 1. Para os fins da pre-
sente Convenção: a) “tratado” significa um acordo interna-
cional concluído por escrito entreEstados e regido pelo Di-
reito Internacional, quer conste de um instrumento único, 
quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que 
seja sua denominação específica. 
 
b) Exceções – ADI 4439/DF, de 20101 
 
c) Constituição Brasileira 
(a) Tratados – CF, art. 5º, §§ 2º e 3º; art. 49, I; art. 84, VIII; art. 102, III, 
“b” etc. 
(b) Convenções Internacionais – CF, art. 5º, § 3º; 
(c) Atos Internacionais – CF, art. 49, I e art. 84, VIII; 
(d) Compromissos internacionais – CF, art. 143, X; 
(e) Acordos internacionais – ADCT, art. 52, parágrafo único. 
 
ESTRUTURA 
a) Preâmbulo – É o relatório suscinto que contêm os aspectos gerais e mais 
importantes dos tratados. (não possui força obrigatórios entre as partes 
mas pode ser utilizado para hermenêutica) 
 
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS 
“NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS 
a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas 
vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humani-
dade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na digni-
dade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das 
mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer 
condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes 
de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser man-
tidos, e 
a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de 
uma liberdade ampla. 
E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, 
como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segu-
rança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a insti-
tuição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no 
 
 
14 EDSON FARLEY 
interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover 
o progresso econômico e social de todos os povos. Resolvemos conjugar 
nossos esforços para a consecução desses objetivos. 
Em vista disso, nossos respectivos Governos, por intermédio de represen-
tantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem seus ple-
nos poderes, que foram achados em boa e devida forma, concordaram 
com a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, 
uma organização internacional que será conhecida pelo nome de Nações 
Unidas”. 
 
b) Dispositivo – É o corpo normativo do tratado (cara de lei) 
 
c) Anexos – Regula temas complementares (Estatuto da Corte internacional 
de Justiça) 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
QUANTO AO NÚMERO DE PARTES – Bilaterais/particulares (dois sujeitos de DI) ou 
Multilaterais (celebrados por 3 ou mais sujeitos de DI) 
 
QUANTO AO PROCEDIMENTO – Podem ser solenes ou simplificados 
Treaty-making power (poder de celebrar tratados) – Distribuição interna de 
competência para celebração de tratados. 
 
Solene: 
 
 
 
 
 
 
Simplificados ou unifásicos: 
Tem apenas a fase internacional 
Gera direitos e obrigações a parir da simples assinatura do chefe de Estados 
 
Existe acordos simplificados no Brasil: 
- Acordos meramente interpretativos, servem para regulamentar tratados já 
vigentes. 
 
15 EDSON FARLEY 
Efeito – 
CF, Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter-
nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional. 
 
QUANTO À NATUREZA DAS NORMAS PACTUADAS 
a) Tratados-lei ou tratados-normativos (law-making treaties) – são tratados 
que estabelecem normas gerais e abstratas de DI, que são aplicáveis a 
grande número de sujeitos de DI. 
 
b) Tratados-contrato (treaty-contract) – são aqueles instrumentos que re-
gulam situações particulares e reciprocas de sujeitos de DI 
 
c) Tratados-constituição ou Institucionais – são aqueles instrumentos que 
criam organizações internacionais (caso da Carta de São Francisco, carta 
de Bogotá) 
 
QUANTO À POSSIBILIDADE DE VINCULAÇÃO – os tratados podem ser abertos (aquele 
que admite a vinculação posterior de outros sujeitos de DI, que queiram se vincu-
lar (caso do próprio Estatuto de Roma)), já os tratados fechados são os que não 
permitem adesão posterior (tratado de cooperação amazônica) 
 
REQUISITOS OU CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS TRATADOS 
 
(OAB-PE) – Os tratados e as convenções internacionais apresentam como ele-
mentos fundamentais para a validade, todas as condições indicadas abaixo, com 
exceção de: 
(A) Capacidade das partes contratantes determinadas. 
(B) Consentimento mútuo expresso. 
(C) Objetivos lícitos e possíveis. 
(D) Prévio registro de documentação epistolar nas Nações Unidas. 
 
A. CAPACIDADE DOS SUJEITOS (DE DI) PACTUANTES – Requisito associado ao di-
reito de convenção (capacidade para elaborar tratados) 
No Brasil, estão autorizados a assinar acordos internacionais apenas o 
Presidente da República, o Ministro das Relações Exteriores e os Embai-
xadores chefes de missões diplomáticas do Brasil no exterior. 
B. HABILITAÇÃO DOS AGENTES SIGNATÁRIOS – Relacionado a quem pode assinar 
em nome do Estado 
16 EDSON FARLEY 
C. CONSENTIMENTO MÚTUO – Necessita de consentimento para validade deste 
instrumento. (existem também vícios de consentimento) 
D. LICITUDE E POSSIBILIDADE DO OBJETO – Precisa ter um objeto lícito e possível. 
Será considerado ilícito quando violar as normas imperativas de DI “Jus Co-
gens”. Não obedecendo as normas este tratado será nulo. 
Inexigível quando não é possível tratar de determinado objeto. 
 
ESCALONAMENTO HIERÁRQUICO 
 
 
FORÇA JURÍDICA INTERNA DOS TRATADOS 
TRATADOS COMUNS 
Para a doutrina internacionalista serão inseridos na pirâmide como normas 
supralegais porque eles teriam seus direitos jurídicos preservados. 
 
Fundamento 
CVDT/69, Artigo 26 (Pacta sunt servanda) – Todo tratado em vigor obriga as 
partes e deve ser cumprido por elas de boa fé. 
Artigo 27 (Direito Interno e Observância de Tratados) – Uma parte não pode 
invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento 
de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46. 
17 EDSON FARLEY 
Finalidade – é um mecanismo de segurança jurídica aos compromissos inter-
nacionais e consequentemente evitar sanções pelo descumprimento dos Tra-
tados. 
 
O entendimento do STF é que os tratados comuns produzem efeitos no ordena-
mento jurídico brasileiro como leis ordinárias Federais 
A crítica é que uma lei posterior do Congresso Nacional, pode acabar fazendo 
o tratado deixar de produzir efeitos. (dando insegurança jurídica) 
 
TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS 
Equivale ou podem valer como Emendas à constituição, art. 5º, §3º, CF. Sendo 
uma faculdade. Porém, poderá ser normas supralegais (Teoria do duplo esta-
tuto dos tratados de DH) 
CF, Art. 5º, § 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em 2 (dois) turnos, por 3/5 (três quintos) dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucio-
nais (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
 
Tratados equivalentes a Emenda: 
Característica: faculdade do Congresso Nacional 
Precedentes: (tratado de Nova York e Marraquexe (tratados referentes as pes-
soas com deficiência), esses foram adotados como E/C. 
Não podendo o BR deixar de ser signatário por se tratar de um direito funda-
mental que tem força de cláusula pétrea. 
Pedro Lenza entende que pode deixar de ser signatário caso surja denúncia 
referente a este tratado passando esta pelo Congresso Nacional. 
Porém o posicionamento consolidado é de que está denúncia não precisa ser 
passada pelo Congresso Nacional. 
 
Controle de constitucionalidade ou de convencionalidade? 
Se surgir tratados comuns que contrariam os equivalentes a EC, deverá ser 
adotado um controle de convencionalidade (mecanismo pelo qual se confere a 
validade de uma norma em relação a uma convenção internacional de DH), e 
não de constitucionalidade pois é definido comotratados equivalentes a EC e 
não emenda a CF. 
 
Todos os tratados referentes a DH será hierarquicamente superior as normas 
brasileiras. 
*Em relação a matéria ambiental se tornou equivalente a DH (ADPF 708) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
18 EDSON FARLEY 
TRATADOS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA 
Art. 98 CTN, os tratados e as convenções internacionais revogam ou mo-
dificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes 
sobrevenha. 
Legislador pensou assim para evitar a bitributação. 
Para a doutrina internacionalista, prevalecerão sobre normas internas os tra-
tados internacionais. 
Para o STJ, apenas os tratados em matéria contratual, prevalecerão sobre 
normas internas (princípio da especialidade) 
 
Isenção heterônoma 
Isenção recaí apenas à União, ou seja, não alcança a República Federativa do 
Brasil 
Art. 151. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da com-
petência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios 
 
CONVENÇÕES DE VARSÓRVIA E MONTREAL VS CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Trans-
porte Aéreo Internacional (Convenção de Varsóvia). 
Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Trans-
porte Aéreo Internacional (Convenção de Montreal). 
Regras referentes a transporte internacional de passageiros 
 
STF decidiu que as indenizações por danos materiais serão regidas pelas con-
venções de Varsóvia e Montreal (pelo critério da especialidade) 
RE nº 636.331/RJ, com repercussão geral reconhecida, fixou a se-
guinte tese jurídica: Nos termos do artigo 178 da CF, as normas e os 
tratados internacionais limitadores da responsabilidade das 
transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Conven-
ções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código 
de Defesa do Consumidor. 
 
Efeitos: 
- Prazo prescricional de 2 anos e não de 5 igual o CDC 
- As indenizações por danos morais decorrentes de extravio de bagagem e de 
atraso de voo internacional não estão submetidas à tarifação prevista na 
Convenção de Montreal, devendo-se observar, nesses casos, a efetiva repara-
ção do consumidor preceituada pelo CDC. 
 
 
19 EDSON FARLEY 
VIGÊNCIA DOS TRATADOS 
A matéria é regulada pelo art. 24, § 1º, da Convenção de Viena de 1969, segundo 
o qual “um tratado entra em vigor na forma e na data previstas no tratado 
ou acordadas pelos Estados negociadores”. Na ausência de tal previsão ou 
acordo, dispõe a Convenção que o tratado somente entrará em vigor assim 
que o consentimento em se obrigar pelo mesmo for manifestado por todos os 
Estados negociadores (art. 24, § 2º). 
Todos os tratados internacionais, concluídos por quaisquer membros das Na-
ções Unidas, devem ser registrados e publicados pelo Secretariado da ONU. É o 
que dispõe o art. 102, § 1º, da Carta da ONU de 1945, segundo o qual “todo tra-
tado e todo acordo internacional, concluídos por qualquer Membro das Nações 
Unidas, depois da entrada em vigor da presente Carta deverão, dentro do mais 
breve prazo possível, ser registrados e publicados pelo Secretariado”. 
 
CRIMES DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
➢ Genocídio; 
➢ Crimes contra a humanidade; 
➢ Crimes de guerra; 
➢ Crime de agressão 
(uso da força armada por um Estado contra a soberania, integridade territo-
rial ou independência política de outro Estado, ou de qualquer forma incompa-
tível com a Carta das Nações Unidas). 
 
ESTADOS SOBERANOS 
CONCEITO: pessoa jurídica de direito público externo, forma, em geral, por uma 
comunidade de pessoas, estabelecidas permanentemente em um território, 
sob a autoridade de um governo soberano. Ex.: República Federativa do Brasil. 
 
ELEMENTOS INTEGRANTES OU CONSTITUTIVOS 
a) Classificação 
1) Comunidade de pessoas (elemento subjetivo): abrange quanto os naci-
onais assim como os imigrantes estabelecidos de forma permanente, conjunto 
de indivíduos vinculados ao Estado. 
 
2) Território (elemento objetivo): área do globo sobre a qual o Estado 
exerce sua soberania. Compreende os domínios aéreos, pluviais e marítimos. 
Fatores irrelevantes para a caracterização do Estado: 
- Extensão territorial, não se tem um tamanho específico, por exemplo o Vati-
cano, Mônaco etc. 
- Localização do território 
20 EDSON FARLEY 
- Delimitação definitiva do território: o fato de não haver limites definidos, não 
impede a caracterização definitiva daquele estado, como por exemplo Israel, 
não há como saber a delimitação. 
- Uniformidade populacional: não se exige que o território de um Estado seja 
ocupado pela mesma nação. Pode ocorrer uma população multinacional, como 
por exemplo a Espanha (Basco e Catalães) 
 
Aplicação da lei penal brasileira 
CP, Art. 5º, caput - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
 
3) Governo soberano (elemento político): é a organização política estável 
não subordinada a terceiros 
 
Características: 
- Capacidade de manter a ordem interna (auto organização) 
- Capacidade de estabelecer e manter validamente relações internacionais. 
 
Obs.: 
Em geral a presença dos três elementos, tornará um Estado de FATO. 
Em situações excepcionais poderá não conter algum elemento. Ex.: Estado do 
Vaticano, que não tem o elemento subjetivo do povo, pois a nacionalidade é em 
regra da Itália. 
 
4) FINALIDADE (Parte da doutrina, não é jurídico) 
Finalidade: não basta que tenha os 3 elementos, precisa ter um proposito, dizer 
o porquê veio a existir 
 
b) Fundamento: Art. 1º da Convenção sobre Direitos e Deveres do Estado (CDDE), 
assinada em Montevidéu, em 26 de dezembro de 1933 (promulgada, no Brasil, 
pelo Decreto nº 1.570, de 13 de abril de 1937): 
Artigo 1º - O Estado como pessoa de Direito Internacional deve reunir os 
seguintes requisitos. 
I. População permanente. 
II. Território determinado. 
III. Governo. 
IV. Capacidade de entrar em relações com os demais Estados. 
 
21 EDSON FARLEY 
SURGIMENTO DOS ESTADOS 
a) Descolonização ou emancipação: é um ato de independência, descolonização 
de um Estado em relação a outro, sendo pacífica ou não. 
Fundamento jurídico: Princípio da auto determinação dos povos. 
Descolonização não se confunde com a secessão: a descolonização designa a 
independência de um Estado colonizado em relação ao Estado colonizador e a 
secessão nada mais é que a separação de parte do território do Estado para 
a criação de outro Estado. Exemplo: quando o Uruguai em 1828 se desvinculou 
do Brasil. 
 
b) Separação (desmembramento ou divisão): ocorre quando o território de um 
estado for desmembrado, gerando com isso o aparecimento de novos estados 
e a extinção do Estado anterior. Ex.: caso da antiga União Soviética. 
 
C) Fusão (ou agregação): ocorre da união de 2 ou mais estados para formar um 
terceiro. Ex.: Itália, como o Vaticano, San Marino. 
 
Instrumentos jurídicos 
Tratados (na maioria das vezes) ou decisões de organizações internacionais. 
 
RECONHECIMENTO DE ESTADO E RECONHECIMENTO DE GOVERNO 
Reconhecimento de Estado é o surgimento do novo ente. 
Reconhecimento de Governo, será um novo poder 
 
RECONHECIMENTO DE ESTADO 
Conceito: ato político de caráter facultativo, por meio do qual um Estado. 
 
Fundamento: plano universal é amparado no costume. 
 
Natureza jurídica: ato meramente declaratório (a existência do estado não de-
pende do reconhecimento, depende apenas dos requisitos). 
 
Características 
Unilateral: não depende da vontade dos outros Estados 
Voluntário: não há obrigatoriedade de se reconhecer, nem tampouco o 
direito subjetivo de o Estado pleiteante de ser reconhecido 
22 EDSON FARLEY 
Discricionário: é facultativo, o Estado só reconhecerá o outro quando qui-
ser e se quiser. 
Irrevogável: reconhecimento é incondicional e irrevogável, uma vez reco-
nhecido, não poderá se voltar atras. Art. 6 convenção de MontevidéuIncondicionado: Art. 6 convenção de Montevidéu 
 
RECONHECIMENTO DE GOVERNO 
a) Governo de Direito (de jure) – é aquele constituído em obediência a ordem 
interna vigente 
Característica: transição entre os governos ocorrem de maneira democrática 
 
b) Governo de Fato (de facto) – é aquele chega ao poder por força de revolução 
ou por meio de um golpe 
Característica: a transição não ocorre de maneira democrática 
Esse governo deve ser reconhecido pelos outros? 
CF, Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: [...] IV - não-intervenção. 
 
DIREITOS E DEVERES DOS ESTADOS 
ASPECTOS GERAIS: Os estados têm direitos e deveres a serem respeitados. 
 
FUNDAMENTO: 
Tem previsão em alguns tratados e costumes internacionais. 
a. Convenção sobre Direitos e Deveres do Estado (CDDE), assinada em 
Montevidéu, em 26 de dezembro de 1933 (promulgada, no Brasil, pelo 
Decreto nº 1.570, de 13 de abril de 1937). 
b. Carta das Nações Unidas, de 1945 
c. Carta da Organização dos Estados Americanos, 1948 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS E DERIVADOS (não há uniformidade) 
a) Direito à existência – existir e continuar existindo enquanto ente soberano 
Direito de defesa e organização é extraído do direito à existência. 
CONU, Artigo 51. Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de 
legítima defesa individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque ar-
mado contra um Membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segu-
rança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz 
e da segurança internacionais. As medidas tomadas pelos Membros no 
exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas imediata-
mente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a 
autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/dec%201.570-1937?OpenDocument
23 EDSON FARLEY 
para levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à 
manutenção ou restabelecimento da paz e da segurança internacionais. 
 
b) Direito à igualdade jurídica – vai estabelecer que não há tecnicamente ne-
nhuma diferença entre os estados 
Essa igualdade é uma igualdade jurídica e formal, não material. 
Daqui extraímos a prerrogativa da imunidade estatal 
CONU, Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização 
dos propósitos mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os 
seguintes Princípios: 
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os 
seus Membros. 
 
c) Direito à independência – ele vai assegurar a soberania dos estados 
No âmbito interno assegura a alta capacidade dos estados 
No âmbito internacional assegura a possibilidade da soberania dos estados 
Daqui extraímos mais dois direitos de convenção (todo estado tem para cele-
brar tratados) e direito de legação (é aquele direito de enviar e receber agen-
tes diplomáticos), logo pode ser ativo e passivo. 
O Brasil é uma federação e seus Estados-membros não têm soberania, e 
sim autonomia interna. A soberania externa é exercida pelo Governo Fe-
deral, por intermédio do Presidente da República, ao qual compete man-
ter relações com os Estados estrangeiros e acreditar seus representan-
tes diplomáticos. 
 
DEVERES 
a) Respeitar os direitos da pessoa humana – obrigação de respeitar os direitos 
das pessoas, inclusive consta no art. 17 da OEA 
 
b) Respeitar o direito dos demais Estados, nos termos do DI – são entes iguais 
então cada um atuará no exercício da sua soberania 
 
c) Não se valer do uso da força para solucionar eventuais controvérsias inter-
nacionais – deve ser solucionada por meios pacíficos. 
Convenção sobre Direitos e Deveres do Estado (CDDE), de 1933, Ar-
tigo 10 – [...] As divergências de qualquer espécie que entre eles se 
levantem deverão resolver-se pelos meios pacíficos reconhecidos. 
 
d) Cumprir os tratados que celebrou – tem o direito de não se vincular, mas se 
vincular deverá cumpri-lo 
CVDT/69, Artigo 26 (Pacta sunt servanda) - Todo tratado em vigor 
obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé. 
 
24 EDSON FARLEY 
e) Dever de não de não intervenção – dever de se abster de interferir nos 
assuntos internos de outros estados. 
COEA, Artigo 19 - Nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito 
de intervir, direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos as-
suntos internos ou externos de qualquer outro. Este princípio exclui 
não somente a força armada, mas também qualquer outra forma 
de interferência ou de tendência atentatória à personalidade do 
Estado e dos elementos políticos, econômicos e culturais que o cons-
tituem. (acrescentado por mim). 
CDDE, Artigo 8 - Nenhum Estado possui o direito de intervir em as-
suntos internos ou externos de outro. 
 
EFEITOS 
Gerará responsabilidade do estado pelo descumprimento no âmbito do Direito 
internacional 
 
EXTINÇÃO 
Conceito: Quando um estado deixa efetivamente de existir, como por exemplo 
a Alemanha ocidental. 
 
Hipóteses: fusão, desagregação, incorporação, negociações internacionais. 
 
DOMÍNIOS 
A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobreja-
cente, bem como ao seu leito e subsolo. 
 
DOMÍNIO TERRESTRE 
Conceito: Espaço geográfico físico do Estado, dentro do qual estão compreen-
didos o solo, o subsolo e, eventualmente, ilhas, colônias ou territórios a ele 
pertencentes. 
 
DELIMITAÇÃO DO TERRITÓRIO 
CF, Art. 20, §2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, 
ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é 
considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocu-
pação e utilização serão reguladas em lei. 
O espaço pertencente a União e designado como 
“faixa de fronteira”, considerado fundamental para 
a defesa do território nacional, constitui a faixa de 
até 150 quilômetros de largura, ao longo das fron-
teiras terrestres. 
 
 
25 EDSON FARLEY 
DOMÍNIO AÉREO 
Conceito: Representa a camada de ar atmosférica, sobrejacente ao território 
do Estado, sobre a qual o Estado exerce sua soberania. 
Código Brasileiro de Aeronáutica (lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986), 
Art. 11. O Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aé-
reo acima de seu território e mar territorial. 
 
Instrumentos internacionais 
a. Convenção sobre Aviação Civil Internacional (Convenção de Chicago), de 07 
de dezembro de 1944 (promulgada pelo decreto 21.713, de 27/08/1946). 
 
b. Convenção sobre infrações e outros atos cometidos a bordo de aeronaves 
(Convenção de Tóquio), de 1963 (promulgada pelo decreto-lei nº 479, de 27 de 
fevereiro de 1969). 
 
c. Convenção para a repressão ao apoderamento ilícito de aeronaves (Conven-
ção da Haia). 
 
d. Convenção para Repressão aos Atos Ilícitos Contra a Segurança da Aviação 
Civil (Convenção de Montreal) 
 
e. Protocolo para a Repressão de Atos Ilícitos de Violência em Aeroportos que 
Prestem Serviços à Aviação Civil Internacional, concluído em Montreal, em 1988 
 
Até onde vai o domínio aéreo brasileiro? 
Na prática o domínio é estabelecido pela altitude máxima das aeronavais co-
merciais tripuladas. 
 
DOMÍNIO FLUVIAL E LACUSTRE 
A. DOMÍNIO FLUVIAL – Abrange os estudos dos rios, que podem ser nacionais e 
internacionais. 
 
B. DOMÍNIO LACUSTRE E MARES INTERNOS – Lacustre abrange tantos os lagos e 
mares nacionais e internacionais. 
 
C. AQUÍFERO GUARANI – Principais reservas subterrâneas de água doce do 
mundo, com mais de um milhão de metros de extensão 
Acordo sobre o Aquífero Guarani, firmado em San Juan, Repú-
blica Argentina, em 2 de agosto de 2010. 
26 EDSON FARLEY 
DOMÍNIO MARÍTIMO 
Conceito: Conjunto de águas salgadas localizadas antes da chamada linha de 
base do mar territorial 
 
FUNDAMENTO – art. 8 da convenção de 1982 
a. Normas Internacionais – Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar 
(CNUDM), de 1982 (United Nations Conventionon the Law of the Sea – “UNCLOS”). 
 
b. Legislação interna – 
(a) Constituição Federal 
Art. 20. São bens da União: 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; 
VI - o mar territorial. 
(b) Lei nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993 
CP, Art. 5º, §2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados 
a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade pri-
vada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no 
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Bra-
sil. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
A) Águas internas ou interiores (AI) 
CNUDM, de 1982, Art. 8 (Águas interiores) 1. Excetuando o disposto na Parte 
IV, as águas situadas no interior da linha de base do mar territorial fazem 
parte das águas interiores do Estado. 
 
Linha de base ou linha de baixa-mar 
CNUDM/82, Art. 5 (Linha de base normal) – Salvo disposição em contrário 
da presente Convenção, a linha de base normal para medir a largura do 
mar territorial é a linha de baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada 
nas cartas marítimas de grande escala, reconhecidas oficialmente pelo 
Estado costeiro. 
 
B) Mar territorial (territorial sea) 
CNUDM/82 – Art. 3 - Todo Estado tem o direito de fixar a largura do seu 
mar territorial até um limite que não ultrapasse 12 milhas marítimas, me-
didas a partir de linhas de base determinadas de conformidade com a 
presente Convenção. 
Lei nº 8.617/93 – Art. 1º - O mar territorial brasileiro compreende uma faixa 
de 12 (doze) milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de 
baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas 
náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.617-1993?OpenDocument
27 EDSON FARLEY 
 
Objetivo: 
Entre os holandeses precursores do direito internacional, destaca-se Cornélio 
Von Bienkershoek, que propôs a célebre teoria da bala de canhão como critério 
para definir a extensão do poder dos reis em relação ao mar adjacente. 
 
Característica 
Em regra será a soberania do Estado do porto. 
A soberania de Estado costeiro sobre o seu mar territorial abrange não apenas 
as águas, mas também o leito do mar, seu subsolo e o espaço aéreo corres-
pondente, devendo tal Estado, contudo, admitir o direito de passagem inocente 
de navios mercantes ou de guerra de qualquer outro Estado. 
 
Direito de passagem inocente – Trata-se de um costume internacional que as-
segura o direito de embarcação de qualquer nacionalidade utilizar o mar ter-
ritorial de um Estado de forma rápida, contínua e pacífica. 
(CESPE/OAB-RJ/2007) – É reconhecido aos navios de todas as nacionalida-
des o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. 
 
Efeitos jurídicos 
a. Penais – Temos (aqui) uma regra geral e uma exceção. 
(TRF3/JUIZ FEDERAL/2006) – Delito ocorrido a bordo de navio de bandeira 
estrangeira, no mar territorial do Brasil, envolvendo dois estrangeiros de 
nacionalidade diversa, a competência para o processo criminal é do juiz 
brasileiro. 
Fundamentando-se no art. 5º (territorialidade), §2, CP 
 
Competência criminal 
Art. 109 CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
IX - Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a 
competência da Justiça Militar. 
 
b. Não penais – 
(CESPE/OAB/2007) – Considere que, durante uma viagem de navio, um 
casal de argentinos, que deixará seu país rumo a um passeio pelo 
Caribe tenha uma criança quando o navio transite no mar territorial 
brasileiro. Nessa situação, a criança terá nacionalidade brasileira. 
 
C. Zona Contígua (Contiguous Zone) 
Faixa de mar que pode estender até 24 milhas marítimas que dá mais ou menos 
44 quilômetros 
28 EDSON FARLEY 
CNUDM/82 – Art. 33, 2º - A zona contígua não pode estender-se além 
de 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que 
servem para medir a largura do mar territorial. 
Lei nº 8.617/93 – Art. 4º - A zona contígua brasileira compreende 
uma faixa que se estende das 12 (doze) às 24 (vinte e quatro milhas) 
marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para 
medir a largura do mar territorial. 
 
(CESPE/OAB-RJ/2007) – A zona contígua brasileira compreende uma faixa 
que se estende de 12 a 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas 
de base que servem para medir a largura do mar territorial. 
 
a) Finalidade – visa assegurar o direito de fiscalização e de controles 
aduaneiros, sanitários porque é uma área de segurança. (porta de entrada de 
um território) 
(TRF4/JUIZ FEDERAL/2012) - Na zona contígua brasileira, que se estende das 
doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de 
base que servem para medir a largura do mar territorial, o Brasil poderá 
adotar as medidas de fiscalização necessárias para reprimir as infrações 
às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar territorial. 
 
b) Característica – Não estão sujeitos a lei brasileira, crimes ocorridos 
dentro desse trecho estarão sujeitos a lei aduaneira. 
 
 
D. Zona econômica exclusiva (exclusive economic zone) 
É uma novidade introduzida da convenção de 1982. 
Conceito: Também é uma faixa de mar adjacente ao mar territorial que pode 
se estender até 188 milhas marítimas (370 km) 
CNUDM – Art. 55 - A zona econômica exclusiva é uma zona situada 
além do mar territorial e a este adjacente, sujeita ao regime jurídico 
específico estabelecido na presente Parte, segundo o qual os direi-
tos e a jurisdição do Estado costeiro e os direitos e liberdades dos 
demais Estados são regidos pelas disposições pertinentes da pre-
sente Convenção. 
Lei nº 8.617/93 – Art. 6º - A zona econômica exclusiva brasileira com-
preende uma faixa que se estende das 12 (doze) às 200 (duzentas) 
milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem 
para medir a largura do mar territorial. 
 
a) Finalidade – é assegurar com exclusividade a exploração econômica da 
região. (pesca, construção de ilhas artificiais etc.) 
(CESPE/OAB-RJ/2007) – Em sua zona econômica exclusiva, o Brasil tem o 
direito exclusivo de regular a investigação científica marinha. 
29 EDSON FARLEY 
 
b) Característica – não está dentro do território nacional, então não 
está sujeito as leis brasileiras 
 
E. Plataforma continental (continental shelf) 
a) Conceito – Trata-se de um prolongamento natural do continente, que 
se apresenta na forma de planície submersa, e cuja profundidade (em geral) 
não excede 200 metros. 
 
b) Característica – 
(CESPE/SENADO FEDERAL/2002) – O limite exterior da plataforma 
continental coincide com o da zona econômica exclusiva, podendo, 
em determinados casos, atingir o limite de trezentas e cinquenta 
milhas marítimas. 
 
c) Finalidade – é possibilitar a exploração dos recursos naturais vivos ou 
não vivos (petróleo etc.) existentes tanto no leito do mar quanto no território 
“seco” 
 
 
AMAZÔNIA AZUL 
Amazonia azul é utilizada pela marinha 
do brasil para designar a biodiversi-
dade existente na região e os recursos 
econômicos existentes nesta região. 
 
 
 
 
 
 
 
ALTO-MAR E FUNDOS MARINHOS 
A. ALTO-MAR OU MAR ABERTO 
É aquela área após as 200 milhas 
CNUDM/82, (PARTE VII - ALTO MAR), Art. 86 – As disposições da presente 
Parte aplicam-se a todas as partes do mar não incluídas na zona econô-
mica exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores de um Estado, 
nem nas águas arquipélagicas de um Estado arquipélago. 
30 EDSON FARLEY 
Características 
É um patrimônio comum da sociedade. 
Os crimes estarão sujeitos as leis do registro da embarcação. 
Serão considerados os brasileiros natos os nascidos em navios de bandeira 
brasileira, mesmo que nascido em alto mar. 
 
CNUDM, Artigo 87 (Liberdade do alto mar) princípio da liberdade 
1. O alto mar está aberto a todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral. Aliberdade do alto mar é exercida nas condições estabelecidas na presente Con-
venção e nas demais normas de direito internacional. Compreende, inter alia, para 
os Estados quer costeiros quer sem litoral: 
a) liberdade de navegação; 
b) liberdade de sobrevoo; 
c) liberdade de colocar cabos e dutos submarinos; 
d) liberdade de construir ilhas artificiais e outras instalações permitidas pelo di-
reito internacional; 
e) Liberdade de pesca; 
f) liberdade de investigação científica. 
2. Tais liberdades devem ser exercidas por todos os Estados, tendo em devida 
conta os interesses de outros Estados no seu exercício da liberdade do alto mar, 
bem como os direitos relativos às atividades na Área previstos na presente Con-
venção. 
 
B. FUNDOS MARINHOS 
Subsolo do leito do mar, corresponde a área do solo marinho subjacente ao 
alto mar. Sendo também patrimônio comum da humanidade 
 
ESTADOS SEM LITORAL 
A. DIREITO DE ACESSO AO MAR 
Convenção de 1982 regula o direito de acesso ao mar, passando pelo território 
costeiro. É a liberdade de transito. 
Artigo 125 - Direito de acesso ao mar e a partir do mar e liberdade de 
trânsito 
1. Os Estados sem litoral têm o direito de acesso ao mar e a partir do mar 
para exercerem os direitos conferidos na presente Convenção, incluindo 
os relativos à liberdade do alto mar e ao patrimônio comum da humani-
dade. Para tal fim, os Estados sem litoral gozam de liberdade de trânsito 
através do território dos Estados de trânsito por todos os meios de 
transporte. 
2. Os termos e condições para o exercício da liberdade de trânsito devem 
ser acordados entre os Estado sem litoral e os Estado de trânsito inte-
ressados por meio de acordos bilaterais, sub-regionais ou regionais. 
31 EDSON FARLEY 
3. Os Estados de trânsito, no exercício da sua plena soberania sobre o seu 
território, têm o direito de tomar todas as medidas necessárias para as-
segurar que os direitos e facilidades conferidos na presente Parte aos 
Estados sem litoral não prejudiquem de forma alguma os seus legítimos 
interesses 
 
TEORIA GERAL DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
ASPECTOS HISTÓRICOS 
Origem – existem para unir objetivos comuns, que os estados não são capazes 
de concretizá-los sozinhos. 
a. Administração Geral de Concessão da Navegação do Reno, de 1804. 
b. União Telegráfica Internacional (UTI), de 1865. 
 
Personalidade internacional – criados apenas para finalidades específicas. 
Com personalidade jurídica própria 
 
TERMINOLOGIA 
CVDT/69 e CVDT/86 - Artigo 2 (Expressões Empregadas) 
1. Para os fins da presente Convenção: 
[...] 
i) “organização internacional” significa uma organização intergovernamental. 
Ou seja, não existe uma definição concreta. Porém pode afirmar que não se 
confundem com organização governamental. 
 
CONCEITO 
Somente se pode extrair o conceito pela doutrina: 
 Doutrinário – Pessoa jurídica de DI, formada por uma associação volun-
tária de Estados e/ou outras OIs e (que deve ser) instituída por meio um ato 
jurídico formal para desempenhar certas funções, segundo o DI 
 
CARACTERÍSTICAS - Foram extraídas do conceito acima. 
 
Natureza jurídica – É uma PJ de direito internacional, dotada de personalidade 
jurídica própria, distinta daqueles dos entes que as instruíram. 
(ESAF/PGFN/2003) – As organizações internacionais exprimem vontade 
própria – distinta da de seus Estados-membros – ao agir nos domínios em 
que desenvolve sua ação. Tal se dá tanto nas relações com seus membros, 
quanto no relacionamento com outros sujeitos do direito internacional. 
 
a. Precedente – Caso Reparação de Danos (CIJ, de 11 de abril de 1949). 
32 EDSON FARLEY 
 
 
b. Efeitos – Elas possuem direito de convenção, legação, imunidade de 
jurisdição e execução. 
(OAB/PE) – Sobre as organizações internacionais pode-se afirmar que exer-
cem o direito de convenção e o direito de legação. 
 
(a) Direito de Convenção – Direito de celebrar tratados, com base 
nos costumes internacionais. 
(FCC/TRT6/JUIZ DO TRABALHO/2015) – As organizações intergovernamentais 
podem celebrar tratados internacionais entre si e com estados, embora 
a esses acordos não se apliquem as disposições da Convenção de Viena 
sobre Direitos dos Tratados de 1969, sendo tais tratados ainda objeto de 
regulação por normas costumeiras. 
 
(b) Direito de legação – Direito de enviar e receber seus represen-
tantes. 
(FCC/TRT18/JUIZ DO TRABALHO/2014) – Dentre as capacidades reconhecidas 
às Organizações Intergovernamentais, estão a de celebrar tratados ne-
cessários para o cumprimento de seus objetivos, a de enviar e receber 
representantes diplomáticos e a de postular em contenciosos perante Tri-
bunais Internacionais. 
 
Composição – Normalmente criadas e construídas por Estados, mas não há 
nenhum impedimento de constituição ou integração por outras organizações 
internacionais. 
 
Instrumento de constituição 
As organizações internacionais são instituídas por meio de um tratado multi-
lateral, denominado tratado constitutivo (se equivalem a uma constituição), 
que em geral estabelece os objetivos e as regras para a instituição dos prin-
cipais órgãos e dispõe sobre os direitos e deveres dos Estados-membros. 
Como regra são por tratados. Não há nenhum impedimento para que estas 
sejam criadas por outros instrumentos normativos como por exemplo as reso-
luções. 
Ex.: ONUDE é organização especial da ONU 
 
Competência – Direito internacional penal 
 
Regulamentação – São subordinadas ao direito internacional, que é um fator 
que diferencia das ONGs por exemplo, que são reguladas por direito privado 
 
33 EDSON FARLEY 
CLASSIFICAÇÃO 
QUANTO AO ALCANCE, ABRANGÊNCIA GEOGRÁFICA OU BASE TERRITORIAL 
a) Universais – são aquelas que tem potencial de reunir todos os estados 
existentes no planeta (em tese), pois não estão sujeitas a nenhuma de-
limitação geográfica. 
 
b) Regionais – são aquelas que reúnem os estados de área específica do 
planeta. 
 
Característica: Não existe hierarquia entre elas. 
 
QUANTO À FINALIDADE 
a) Específicos – São aquelas entidades que atuam em áreas previamente 
definidas, na prática reúne a maioria das organizações internacionais. 
Sendo o fundamento o princípio da especialidade 
 
b) Gerais – São entidades que atuam em fins sensíveis na sociedade inter-
nacional (soberania, independência, direitos humanos, resolução de con-
flitos etc.) 
Se insere na categoria de natureza política, como é o caso da ONU 
Teoria dos poderes implícitos: possibilita a utilização de recursos para o atin-
gimento da finalidade principal da entidade, quando os meios estabelecidos 
se mostrarem insuficientes. 
A finalidade é legitimar a ampliação e a capacidade da competência destas 
organizações 
 
QUANTO À POSSIBILIDADE DE ADMISSÃO 
a) Abertas – São aquelas que permitem o ingresso de outros sujeitos de 
direito internacional. Podendo ser plenamente abertas ou limitadas 
 
b) Fechadas – São aquelas que não admitem o ingresso de outros sujeitos 
internacionais 
 
 
QUANTO À NATUREZA DOS PODERES EXERCIDOS 
 a) Intergovernamentais – São entidades que fomentam relações de mera 
coordenação entre seus membros (caso do MERCOSUL, OEA, ONU) 
- No MERCOSUL, como nas demais iniciativas de integração na Amé-
rica do Sul, predomina a dimensão intergovernamental sobre a su-
pranacional. O Protocolo de Ouro Preto, de 1994, atribuiu ao 
34 EDSON FARLEY 
MERCOSUL personalidade jurídica como ator internacional. 
- Não há uma relação de subordinação entre a organização e os estados que 
as integram 
- As decisões não possuem efeitos imediatos, dependerá de incorporação. 
 
 b) Supranacionais – São aquelas entidades que reúnem poderes para su-
bordinar seus estados membros, existindo subordinação entre eles. Único 
exemplo é a União Europeia 
- Há subordinação 
- As decisões possuem direitos imediatos, dispensando o processo de incorpo-
ração. 
 
ESTRUTURA 
 
 
EXTINÇÃO E SUCESSÃO 
 
 
ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)UNITED NATIONS (UN) 
ASPECTOS GERAIS 
Surge num contexto após a 2ª guerra, com o principal objetivo de evitar a 3ª 
guerra mundial. 
 
Fundamento – Carta das Nações Unidas (CONU) ou Carta de São Francisco, in-
corporada ao ordenamento jurídico brasileiro por meio do decreto nº 19.841/45 
(OAB-MG/2007 - adaptada) – É verdadeiro com relação à ONU pode-se dizer 
que sua lei básica é a Carta das Nações Unidas, que foi assinada em São 
Francisco a 26 de junho de 1945. 
 
a) Estrutura – Assembleia geral, conselho econômico social, conselho de segu-
rança e a Corte Internacional de Justiça 
 
b) Característica – maior organização internacional, cujo objetivo é assegurar 
a segurança internacional, desenvolvimento econômico, definição de leis inter-
nacionais, respeito aos direitos humanos e o progresso social. 
 
c) Natureza do instrumento – 
 
35 EDSON FARLEY 
Objetivos – 
CONU, Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são: 
1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletiva-
mente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agres-
são ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de confor-
midade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou so-
lução das controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz; 
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao prin-
cípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras 
medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal; 
3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internaci-
onais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e 
estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para to-
dos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; e 
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução 
desses objetivos comuns. 
 
Localização: Nova York – EUA 
 
Idiomas: Árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol. 
 
NATUREZA JURÍDICA 
a) Característica – natureza política com atuação universal, é, portanto, um 
sujeito de direito internacional. 
A personalidade jurídica não está reconhecida na carta, ela decorre de um 
precedente da corte internacional de justiça. Sendo um sujeito de direito inter-
nacional, possui direito de convenção, legação 
 
b) Efeitos – 
 
MEMBROS 
a) Composição atual – 193 Estados que integram essa instituição. 
 
b) Requisito – 
CONU, Artigo 4. 1. A admissão como Membro das Nações Unidas fica aberta 
a todos os Estados amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas 
na presente Carta e que, a juízo da Organização, estiverem aptos e dis-
postos a cumprir tais obrigações. 
 
c) Classificação – 
a. Membros Fundadores ou Originários – 
36 EDSON FARLEY 
(OAB-MG/2008) – O Brasil é membro originário da ONU. 
Artigo 3. Os Membros originais das Nações Unidas serão os Estados 
que, tendo participado da Conferência das Nações Unidas sobre a 
Organização Internacional, realizada em São Francisco, ou, tendo 
assinado previamente a Declaração das Nações Unidas, de 1 de ja-
neiro de 1942, assinarem a presente Carta, e a ratificarem, de acordo 
com o Artigo 110. 
 
b. Membros admitidos ou não fundadores – são Estados que entraram 
posteriormente. 
 
d) Admissão, suspensão e exclusão dos estados membros 
Compete ao conselho nacional de justiça 
 
OBSERVADORES 
Podem ser outros estados que não são membros. 
 
(a) Estados não membros que possuem representação perma-
nente 
(1) Santa Sé (pela perspectiva da ONU, a Santa Sé é considerada 
um Estado) 
(2) Palestina (Resolução A/RES/67/19 da AG de, 29 de novembro 
de 2012). 
(b) OIs – 
(1) União Europeia; 
(2) União Africana; 
(3) Liga dos Estados Árabes; 
(4) Tribunal Penal Internacional (TPI); 
(5) Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL);etc 
(c) Outras entidades: 
(1) Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). 
(2) Comitê Olímpico Internacional (COI), 
(3) Ordem Militar Soberana de Malta, etc 
 
a) Diferença entre Estados membros e observadores – 
 Apenas os Estados membros tem o direito de voto 
 
 
http://www.un.org/es/comun/docs/?symbol=A/RES/67/19
http://eu-un.europa.eu/
http://www.lasportal.org/Pages/Welcome.aspx
http://www.icc-cpi.int/Pages/default.aspx
http://www.interpol.int/
http://www.orderofmalta.int/?lang=es
37 EDSON FARLEY 
ÓRGÃOS PRINCIPAIS 
Corte Internacional de Justiça, é o único que não tem sede nos EUA 
 
a) Estrutura central – 
 
b) Fundamento – 
CONU, Artigo 7. 1. Ficam estabelecidos como órgãos principais das 
Nações Unidas: uma Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, 
um Conselho Econômico e Social, um conselho de Tutela, uma Corte 
Internacional de Justiça e um Secretariado. 
 
c) Localização – 
(TRF3/JUIZ FEDERAL/1998) – A Corte Internacional de Justiça, órgão da ONU, 
tem sede em Haia (Holanda). 
 
ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS (GENERAL ASSEMBLY) 
ASPECTOS GERAIS 
a) Conceito – É o órgão plenário das Nações Unidas onde todos os 193 
Estados membros da Organização se reúnem para discutir os assun-
tos de interesse da OI. 
 
b) Finalidade – 
 
SESSÕES 
Ordinária ocorre todo mês de setembro, com a abertura do presidente 
da república do Brasil e depois o presidente dos EUA 
Extraordinária que é convocada pelo conselho de segurança ou pela pró-
pria assembleia geral. 
 
Artigo 20. A Assembleia Geral reunir-se-á em sessões anuais re-
gulares e em sessões especiais exigidas pelas circunstâncias. As 
sessões especiais serão convocadas pelo Secretário-Geral, a pe-
dido do Conselho de Segurança ou da maioria dos Membros das Na-
ções Unidas. 
 
CARACTERÍSTICAS 
a) Democrático – Lá se reúnem todos os países em igualdade de condi-
ções, fundando-se no principio da igualdade 
 
38 EDSON FARLEY 
(CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) – Conforme dis-
põe a Carta das Nações Unidas, a qualificação de um voto para cada Estado 
nacional na Assembleia Geral das Nações Unidas constitui uma forma de aplica-
ção do princípio da igualdade entre os Estados. 
 
b) Parlamentar ou deliberativo – as decisões que são aprovadas e deli-
beradas por meio de edição de resoluções que é um ato normativo 
que regulariza um objeto de votação da assembleia geral. Precisando 
de um quórum de 2/3 
 
Artigo 18. 2. As decisões da Assembleia Geral, em questões impor-
tantes, serão tomadas por maioria de dois terços dos Membros 
presentes e votantes. Essas questões compreenderão: recomen-
dações relativas à manutenção da paz e da segurança internaci-
onais; à eleição dos Membros não permanentes do Conselho de Se-
gurança; à eleição dos Membros do Conselho Econômico e Social; à 
eleição dos Membros dos Conselho de Tutela, de acordo como pa-
rágrafo 1 (c) do Artigo 86; à admissão de novos Membros das Na-
ções Unidas; à suspensão dos direitos e privilégios de Membros; à 
expulsão dos Membros; questões referentes o funcionamento do 
sistema de tutela e questões orçamentárias. 
 
(CESPE-OAB/2007) – Entre as questões importantes a serem decididas 
pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, encontram-se as recomen-
dações relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais, 
a eleição dos membros não-permanentes do Conselho de Segurança, a 
admissão de novos membros, bem como a suspensão de direitos e pri-
vilégios de membros e sua expulsão. Nessas questões, a Assembleia de-
cide por dois terços dos membros presentes e votantes. 
 
COMPETÊNCIA 
Pode deliberar e discutir referente a todos os assuntos levados a ela. 
 
a) Regra Geral – 
CONU, Artigo 10. A Assembleia Geral poderá discutir quaisquer 
questões ou assuntos que estiverem dentro das finalidades da 
presente Carta ou que se relacionarem com as atribuições e fun-
ções de qualquer dos órgãos nela previstos e, com exceção do es-
tipulado no Artigo 12, poderá fazer recomendações aos Membros 
das Nações Unidas ou ao Conselho deSegurança ou a este e àque-
les, conjuntamente, com referência a qualquer daquelas questões 
ou assuntos. 
[...] 
Artigo 11. 1. 2. A Assembleia Geral poderá discutir quaisquer ques-
tões relativas à manutenção da paz e da segurança internacio-
nais, que a ela forem submetidas por qualquer Membro das Nações 
Unidas, ou pelo Conselho de Segurança, ou por um Estado que não 
seja Membro das Nações unidas, de acordo com o Artigo 35, pará-
grafo 2, e, com exceção do que fica estipulado no Artigo 12, poderá 
fazer recomendações relativas a quaisquer destas questões ao 
39 EDSON FARLEY 
Estado ou Estados interessados, ou ao Conselho de Segurança ou 
a ambos. Qualquer destas questões, para cuja solução for neces-
sária uma ação, será submetida ao Conselho de Segurança pela 
Assembleia Geral, antes ou depois da discussão. 
 
 
b) Exceção – 
CONU, Artigo 12. 1. Enquanto o Conselho de Segurança estiver exer-
cendo, em relação a qualquer controvérsia ou situação, as funções 
que lhe são atribuídas na presente Carta, a Assembleia Geral não 
fará nenhuma recomendação a respeito dessa controvérsia ou si-
tuação, a menos que o Conselho de Segurança a solicite. 
 
CONSELHO DE SEGURANÇA (SECURITY COUNCIL) 
ASPECTOS GERAIS 
 
a) Conceito – É o órgão político-militar das Nações Unidas. 
 
b) Característica – Principal órgão da entidade, sendo o responsável 
pela manutenção da paz e segurança internacional. 
 
COMPOSIÇÃO 
Composto por apenas 15 Estados, tendo os permanentes e não perma-
nentes. 
Permanentes: EUA, China, França, Rússia e Reino Unido 
E os não permanentes obtém mandato de 2 anos. 
 
a) Fundamento 
Artigo 23. 1. O Conselho de Segurança será composto de 15 (quinze) 
Membros das Nações Unidas. A República da China, a França, a 
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o Reino Unido da Grã-
Bretanha e Irlanda do norte e os Estados Unidos da América serão 
membros permanentes do Conselho de Segurança. A Assembleia 
Geral elegerá 10 (dez) outros Membros das Nações Unidas para 
Membros não permanentes do Conselho de Segurança, tendo espe-
cialmente em vista, em primeiro lugar, a contribuição dos Membros 
das Nações Unidas para a manutenção da paz e da segurança in-
ternacionais e para os outros propósitos da Organização e a dis-
tribuição geográfica equitativa. 
 
b) Membros permanentes 
a. Composição dos membros permanentes 
40 EDSON FARLEY 
(a) EUA 
(b) China 
(c) Rússia 
(d) França 
(e) Reino Unido 
 
b. Fundamento – 
Artigo 23. 1. O Conselho de Segurança será composto de 15 (quinze) 
Membros das Nações Unidas. A República da China, a França, a União 
das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o Reino Unido da Grã-Breta-
nha e Irlanda do norte e os Estados Unidos da América serão mem-
bros permanentes do Conselho de Segurança. [...] 
 
(OAB-RJ/2006) - Quais são os países que integram o Conselho de Se-
gurança da ONU e que têm direito a veto? 
(A) França, Alemanha, Japão, Estados Unidos e Rússia; 
(B) Espanha, Reino Unido, Japão, Rússia e França; 
(C) França, China, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos; 
(D) Alemanha, China, Espanha, Rússia e Estados Unidos. 
 
c) Membros não permanentes – 
a. Forma de ingresso – 
CONU, Artigo 18, 2. As decisões da Assembleia Geral, em questões impor-
tantes, serão tomadas por maioria de dois terços dos Membros presentes 
e votantes. Essas questões compreenderão: recomendações relativas à 
manutenção da paz e da segurança internacionais; à eleição dos Membros 
não permanentes do Conselho de Segurança; à eleição dos Membros do 
Conselho Econômico e Social; à eleição dos Membros dos Conselho de Tu-
tela, de acordo como parágrafo 1 (c) do Artigo 86; à admissão de novos 
Membros das Nações Unidas; à suspensão dos direitos e privilégios de 
Membros; à expulsão dos Membros; questões referentes o funcionamento 
do sistema de tutela e questões orçamentárias. 
[...] 
CONU, Artigo 23. 1. O Conselho de Segurança será composto de 15 (quinze) 
Membros das Nações Unidas. [...] A Assembleia Geral elegerá 10 (dez) outros 
Membros das Nações Unidas para Membros não permanentes do Conselho 
de Segurança, tendo especialmente em vista, em primeiro lugar, a contri-
buição dos Membros das Nações Unidas para a manutenção da paz e da 
segurança internacionais e para os outros propósitos da Organização e a 
distribuição geográfica equitativa. 
2. Os membros não permanentes do Conselho de Segurança serão eleitos 
por um período de dois anos. Na primeira eleição dos Membros não perma-
nentes do Conselho de Segurança, que se celebre depois de haver-se au-
mentado de onze para quinze o número de membros do Conselho de Segu-
rança, dois dos quatro membros novos serão eleitos por um período de um 
ano. Nenhum membro que termine seu mandato poderá ser reeleito para 
o período imediato. 
 
41 EDSON FARLEY 
COMPETÊNCIA 
a) Atribuição principal – 
Artigo 24. 1. A fim de assegurar pronta e eficaz ação por parte das 
Nações Unidas, seus Membros conferem ao Conselho de Segurança a 
principal responsabilidade na manutenção da paz e da segurança 
internacionais e concordam em que no cumprimento dos deveres im-
postos por essa responsabilidade o Conselho de Segurança aja em 
nome deles. 
 
b) Característica – 
Art. 41. O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, 
sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas 
para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os Membros 
das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir 
a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos 
meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, te-
legráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompi-
mento das relações diplomáticas. 
 
c) Efeito – 
 
a. Fundamento 
Artigo 44. Quando o Conselho de Segurança decidir o emprego de 
força, deverá, antes de solicitar a um Membro nele não represen-
tado o fornecimento de forças armadas em cumprimento das obri-
gações assumidas em virtude do Artigo 43, convidar o referido 
Membro, se este assim o desejar, a participar das decisões do Con-
selho de Segurança relativas ao emprego de contingentes das for-
ças armadas do dito Membro. 
 
b. Característica – 
Artigo 41. O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, 
sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas 
para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os Membros 
das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir 
a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos 
meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, te-
legráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompi-
mento das relações diplomáticas. 
 
c. Forma – 
Artigo 42. No caso de o Conselho de Segurança considerar que as 
medidas previstas no Artigo 41 seriam ou demonstraram que são 
inadequadas, poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, 
navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou 
restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá 
compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por 
parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos Membros das 
Nações Unidas. 
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d. Outras funções: 
a. Submeter relatórios anuais e, quando necessário, especiais à As-
sembleia Geral para sua consideração (Art. 24, 3). 
b. Investigar toda situação que possa vir a se transformar em um 
conflito internacional; 
c. Elaborar planos de regulamentação de armamentos; 
d. Solicitar aos países que apliquem sanções econômicas e outras 
medidas para impedir ou deter alguma agressão; 
e. Recomendar o ingresso, a suspensão e a exclusão de Estados 
membros; 
f. Recomendar à Assembleia Geral a eleição de um novo Secretário-
Geral. 
 
TOMADA DE DECISÃO OU DELIBERAÇÃO DO ÓRGÃO 
a) Instrumentos normativos – Decisões tomadas por meio de votação 
Exemplo: Resolução nº 1874, de 12 de junho de 2009, que determina 
medidas destinadas a impedir a proliferação de armas nucleares, 
biológicas

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