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Conceitos de inovação Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 SST BRAGA, C.; Bartkiw, P. I. N. Conceitos de inovação / Autor: Cristiano Braga e Paula Izabela Nogueira Bartkiw Local: Florianópolis, 2019; . nº de p. : 10 páginas Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 Conceitos de inovação 3 Apresentação Com a globalização, a competitividade ficou em evidência. Novas tecnologias estão transformando a maioria dos mercados locais, regionais, nacionais e mundiais em mercados sem fronteiras. A conectividade, a democratização das informações, a liberdade de ações e o aumento exponencial da concorrência, processos voltados para a qualidade e o aumento da produtividade, tornaram-se necessários e começaram a ser estudados e implantados nas organizações, nos departamentos de Marketing, Estratégia, Gestão de Pessoas, Finanças, entre outros. Nessa perspectiva, a inovação surge por possuir estreita relação com a competitividade. Assim, começaram a aparecer ideias e propostas inovadoras sobre governança corporativa, imagem e reputação da empresa, gestão participativa, cadeia de valor, processos de certificação, logística reversa, gerenciamento de resíduos sólidos e em muitas outras áreas. Vamos juntos entender o conceito e o processo da inovação, bem como sua contribuição para a geração do conhecimento. Conceito de inovação Para definirmos a inovação, adotaremos o conceito do Manual de Oslo, uma publicação da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE): Inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. (OCDE, 2005, p. 55). A inovação é um dos fundamentos da excelência preconizados pela FNQ. Segundo a FNQ (2014, p. 111), “[...] inovação são características originais, diferenciadas ou incomuns, desenvolvidas e incorporadas em produtos e processos da organização, com valor percebido pelas partes interessadas”. Como podemos observar, trata- se de uma definição abrangente que abarca uma série de possibilidades como ideias e práticas inovadoras. Para isso, a organização deve assegurar um ambiente Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 4 favorável para a promoção dessas ideias, as quais devem atender a pelo menos três critérios, quais sejam: ser relevante, ser viável e ser sustentável. A ideia deve ser relevante porque, desse modo, se destaca em uma escala comparativa. O critério da viabilidade leva em consideração a importância relativa ao valor ou volume dos recursos envolvidos, isoladamente ou em determinado contexto. Já a sustentabilidade garante que a ideia ou proposta atenda às necessidades da sociedade e da própria organização sem comprometer as possibilidades das gerações futuras. Hoje, um produto ou serviço sustentável pode gerar apreciação e confiança por parte do cliente, o que, por conseguinte, pode gerar fidelidade, fator determinante para aumentar a participação no mercado. Como exemplo de sustentabilidade, temos empreendedores brasileiros que buscam recursos e referências da nossa terra para as inovações em produtos. Há empresas que fabricam cosméticos orgânicos de açaí e andiroba; outras, madeira plástica; e outras, produtos de limpeza orgânicos e biodegradáveis. Também existem organizações que cultivam bactérias que “comem” resíduos de embalagens biodegradáveis, feitas de amido de mandioca, e que promovem o plantio de florestas de eucalipto para compensar um possível dano ambiental causado pelos seus processos produtivos. Reflita Tipos de inovação Como já vimos, os principais tipos de inovação são de produto (bens ou serviços), de processo, de marketing e de métodos organizacionais. Tais tipos podem agir de forma isolada ou em conjunto, em determinado cenário de implementação. • A inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou melhorado, seja em suas especificações técnicas ou funcionais, que consiga agregar valor ao resultado final para as partes interessadas, também conhecidas como stakeholders. Como exemplo, temos o sapato feminino, um produto que, mesmo causando desconforto no uso, não deixa de ser comercializado e consumido. Logo, as organizações que desenvolvem um sapato feminino mais confortável e ergonômico inovam no tipo de produto. O termo “produto” abrange tanto bens como serviços, assim, qualquer inovação nesse sentido pode ser classificada como uma inovação de produto. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 5 • A inovação de processo refere-se a novas práticas, ou práticas melhoradas, que visam otimizar um fluxo, melhorar a qualidade ou aumentar a produtividade de determinado processo em uma cadeia operacional ou produtiva. Para promover a inovação de processo, é necessária uma cultura de mudanças na organização, pois qualquer processo de suas atividades pode ser alterado ou eliminado. • Antes de definirmos a inovação de marketing, vamos elucidar o conceito de marketing. Marketing é definido por Kotler (2003, p. 11) como “[...] a arte da ciência de escolher os mercados-alvo e de conquistar, reter e cultivar clientes, por meio da criação, comunicação e fornecimento de valor superior para os clientes”. Ou seja, as empresas de alto desempenho buscam necessidades, variedade e acesso na oferta de produtos e serviços e, a partir desse ponto, criam novos mercados, buscando agregar valor aos clientes. Segundo a OCDE (2005, p. 59), “[...] as inovações de marketing são voltadas para melhor atender as necessidades dos consumidores, abrindo novos mercados, ou reposicionando o produto de uma empresa no mercado, com o objetivo de aumentar as vendas”. • A inovação organizacional é a implementação de algum método ou ferramenta de gestão que interfira de forma positiva em alguma metodologia da empresa, melhorando seu desempenho e otimizando resultados. No segmento de medicina diagnóstica, por exemplo, as clínicas que trazem soluções que reduzem o tempo de espera pela consulta, ou avisam por SMS que está na vez do paciente, ou ainda enviam lembretes sobre jejum para exames, estão inovando nos métodos organizacionais. Portanto, como vimos nos exemplos apresentados, as inovações podem ser dirigidas ao ambiente interno da empresa ou ao ambiente externo, o mercado. Vejamos a relação entre o tipo de inovação e o ambiente no quadro a seguir. Quadro 1: Tipos de inovação nos ambientes interno e externo Nível da inovação Ambiente Dentro da organização Mercado Organizacional Métodos Marketing Tecnológica Processo Produto (bens/serviços) Fonte: Elaborado pelo autor (2019). Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 6 Conheça as empresas e seus casos de sucesso reconhecidos pela FNQ em <http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e- entrevistas/cases-de-sucesso>. Acesso em: 17 dez. 2019. Além disso, no Brasil, inúmeras instituições promovem a inovação e fomentam boas práticas inovadoras, a exemplo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Conheça mais sobre essa instituição em <http://www.finep.gov.br>. Acesso em: 17 dez. 2019. Saiba mais Assim, podemos concluir que uma prática inovadora, seja de produto (bem ou serviço), processo, marketing ou método organizacional, que tenha sido implementada e que atenda aos critérios de relevância, viabilidade e sustentabilidade vai ampliar a capacidade de competitividade da organização, tornando-a inovadora. Consequentemente, essa organização deverá ter colaboradores que pensem e ajam como difusores da inovação, com abordagens diversificadas, propagando uma cultura voltada para a mudança e melhoria contínua, o que pode, inclusive, assegurar a atuação da empresaem um mercado diferente, um mercado novo criado com base nas necessidades e perspectivas dos clientes, desconhecidas até então. Sobre os agentes difusores da inovação, Caldas e Wood Júnior (1999, p. 77) defendem que: entre os fatores estruturais, os agentes e padrões de difusão controlam o fluxo do sistema. Os agentes de difusão são os principais agentes sociais que influenciam ativamente outros – deliberadamente ou não – a adotar e/ou rejeitar a inovação ou os padrões de tal adoção/rejeição. Entre tais agentes, podem-se citar executivos, a mídia empresarial, órgãos governamentais e regulatórios, redes profissionais e consultores (CALDAS; WOOD JÚNIOR, 1999, p. 77). Quanto aos padrões de difusão, podemos citar o conceito de Caldas e Wood Júnior (1999, p. 78): “[...] as formas pelas quais a adoção e a rejeição fluem em organizações, definindo o ritmo da difusão (lento ou rápido) e seu escopo (limitado ou abrangente)”. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/cases-de-sucesso http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/cases-de-sucesso http://www.finep.gov.br 7 No processo de busca pela inovação, a entrada/input são os experimentos de novas ideias que possam adicionar valor; a saída/output pode ser considerada como um experimento exitoso, inovação identificada e lições aprendidas. Com base nessas definições, estabeleça seu processo de inovação e formule sua entrada e saída para qualquer processo e empresa.. Reflita A contribuição da inovação na geração do conhecimento Para que seja possível compreender como o conhecimento é gerado, precisamos entender sua relação com os dados e as informações. Assim, em um trabalho voltado para a inovação, a coleta de dados pode assumir diversas formas, por isso, torna-se difícil abordar todas as metodologias neste estudo, deste modo, trataremos de algumas das mais relevantes. Segundo a OCDE (2005, p. 72): dados sobre cada tipo de inovação podem ser coletados por meio de uma única questão ou por meio de uma série de subquestões em subgrupos separados para cada tipo de inovação. Esta última sugestão resultará em informações mais detalhadas sobre as inovações de cada empresa. Maiores detalhes sobre os tipos de inovação implementados pelas empresas seriam muito úteis para a análise e interpretação de dados (OCDE, 2005, p. 72). Com base nessa definição da OCDE, podemos conceituar dados como fatos, eventos, que podem ser relevantes para a realização de determinada atividade, mas que, por si só, não representam uma compreensão e análise de determinada situação ou cenário. Do mesmo modo, podemos conceituar informação como algo criado com a finalidade de representar algum tipo de conhecimento, a qual pode se apresentar na forma conjunta de dados ou como uma correlação entre eles. Por fim, podemos chegar à conclusão de que conhecimento seria a capacidade de alguém relacionar todo o processo das informações recebidas em determinado contexto. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 8 Figura 1: Relação entre os conceitos de dados, informação e conhecimento Dados Informação Resultado Filtro Interpretação CONHECIMENTO Fonte: Elaborada pelo autor (2019). Dessa forma, podemos compreender que o conhecimento é criado pela conversão de dados em informação, e esta, ao ser interpretada em um contexto, é difundida como conhecimento. As ações e os resultados culminam na acumulação de conhecimentos. O conhecimento pode ser encontrado nas organizações, entre seus colaboradores e nos sistemas de gestão de conhecimento da própria empresa ou em sua cultura e pode ser classificado como conhecimento tácito ou explícito. O conhecimento tácito são competências, juízos e intuições dos indivíduos. O conhecimento explícito são competências e fatos transmitidos. O segredo para a aquisição do conhecimento tácito é a experiência. Por exemplo, a socialização funciona como um processo de compartilhamento de experiências – assim, é criado o conhecimento tácito. Sobre esse assunto, Motta (1991, p. 137) discorre que: a gestão contemporânea resume bem o dilema das organizações modernas: num ambiente em constante mutação, caracterizado por grande ambiguidade e incerteza, a gerência, na sua busca da racionalidade, tende, ao mesmo tempo, a recorrer ao conhecido e ao experimentado, tomando decisões notadamente incrementais (MOTTA, 1991, p. 137). Ainda segundo Motta (1991, p. 140), a “[...] preocupação demasiada com o racionalismo pode conduzir ao imobilismo, à paralisia e à dificuldade de inovação”. O autor também cita que “a organização moderna deve regular os conflitos internos no sentido de induzir e estimular a cooperação [...] aglutinando esforços e contribuindo para o crescimento profissional e pessoal do empregado”. Para atuar nessa perspectiva, a organização precisa assegurar o envolvimento das pessoas, que devem sentir a segurança de que podem pensar em novos modelos. O ponto- Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 9 chave é incentivá-las com um ambiente de seleção de catalisadores da inovação e dar-lhes poder e autonomia para, em conjunto, fazerem com que a organização saia de simples lampejos individuais para uma cultura da inovação na disseminação do conhecimento. Algumas técnicas, ferramentas e processos especializados podem ser adotados para a promoção e disseminação de novas ideias, a exemplo do brainstorming, do design thinking e do benchmarking. Brainstorming (tempestade de ideias) é uma “[...] técnica grupal ou individual na qual são realizados exercícios mentais com a finalidade de resolver problemas específicos, explorando a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo” (FNQ, 2017, p. 11). Design thinking é o “[...] conjunto de métodos e processos para abordar problemas relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas de solução, colocando as pessoas no centro do desenvolvimento, promovendo a criatividade para a geração da solução e a razão para analisar e adaptar as soluções” (FNQ, 2017, p. 11). Benchmarking é o “[...] método de comparação de produtos, processos e desempenho de uma organização com outra de referência” (FNQ, 2017, p. 11). Pode ser organizacional, como é o caso da comparação com empresas similares; de desempenho, com a comparação feita por meio de uma série de padrões e de indicadores; de processo, com a comparação de processos organizacionais, internos e externos. Saiba mais Portanto, com o que vimos até o momento, podemos perceber e ter um entendimento um pouco mais profundo de que os desafios organizacionais caracterizam a era do trabalhador do conhecimento. Fechamento Vimos que, em um ambiente cada vez mais competitivo, as organizações precisam estar prontas para se adaptarem a qualquer cenário que surja a sua frente, porém para que possam liderar seus mercados, a resiliência não é suficiente, tornando-se necessária a busca de novas ideias, que possibilitem inovar e estar à frente de todos. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 10 Aprendemos que inovar não é simplesmente criar algum produto novo, inovar é transformar uma ideia criativa em algo que gere valor a empresa, podendo inovar em produtos, serviços, processos, marketing ou ainda em uma inovação organizacional. Referências CALDAS, M.; WOOD JÚNIOR, T. Transformação e realidade organizacional: uma perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 1999. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE – FNQ. Critérios rumo à excelência. São Paulo: FNQ, 2014. ______. Gestão da inovação. São Paulo: FNQ, 2017. KOTLER, P. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. Trad. Afonso Celso Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus, 2003. MOTTA, P. R. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de ser dirigente. 11. ed. Rio de Janeiro: Record, 1991. ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃOECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO - OCDE; EUROSTAT. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Rio de Janeiro: Finep, 2005. Disponível em: <https://www.finep.gov. br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2019. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf Inovação e criatividade Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 SST Rodrigues, Suzy Cristina Inovação e criatividade / Suzy Cristina Rodrigues - 2019 nº de p.: 10 páginas Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 Inovação e criatividade 3 Apresentação Nesta aula, você será levado a entender o contexto da inovação nas organizações baseada na criatividade. Para isso, o seu aprendizado inicia-se com o estudo dos conceitos de inovação e criatividade, que mesmo próximos, possuem suas diferencias que precisam ser compreendidas, bem como do processo criativo. A partir desse entendimento, você compreenderá a necessidade de se promover um ambiente criativo nas organizações que almejam ser consideradas inovadoras, bem como a criatividade pode ser motivada e estimulada para que o processo criativo seja constante. Inovação e criatividade Inovação e criatividade são dois conceitos que, apesar de próximos, são diferentes em seus significados. Vamos começar nosso estudo assimilando a diferença entre um e outro. Siga em frente e conheça os conceitos de criatividade e inovação. a) Criatividade Diferentemente das máquinas e de boa parte dos seres vivos, somos dotados de uma inteligência criativa que é capaz de fazer escolhas a partir da observação da realidade. A criatividade se relaciona a esse potencial que temos de gerar novas ideias, que podem se apresentar de diversas maneiras. Perceba que se trata de algo abstrato, pois é a manifestação de um estado atento e imaginativo de nossa mente a novas formas de pensar ou realizar as coisas. Observe que, por ser algo subjetivo, a criatividade é de difícil mensuração. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 4 Criatividade e Inovação Fonte: Plataforma Deduca (2019). b) Inovação A inovação trata da geração de valor a partir da criatividade. Por isso, diferentemente da criatividade, a inovação é mensurável. Vamos continuar estudando sobre inovação e criatividade: O que nasceu na criatividade de muitos se tornou uma inovação pelas mãos do alemão Johannes Gutenberg, que ficou mundialmente conhecido como o inventor da imprensa, por volta do ano 1439. Sua invenção possibilitou a produção em massa de livros, o que nunca havia sido feito antes (BRIGGS; BURKE, 2004). Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 5 Desde sua ideia inicial, Gutenberg aprimorou sua invenção até que ela se tornasse algo útil e revolucionário em sua época. Sua criatividade gerou um produto inovador. Compreendidas as definições de criatividade e inovação, veremos dois tipos de descoberta por acaso e a propriamente dita. A descoberta por acaso e a propriamente dita Hedwig Eva Maria Kiesler ao tocar piano com e o seu amigo George Antheil, percebeu que ondas se desprendiam ao tocarem as teclas do piano. Como tinha habilidade para a invenção, desde criança, inventou com a ajuda do seu amigo a tecnologia que se baseia o wi-fi moderno. A principal delas foi a tecnologia que serviu de base para a criação de telefones celulares, Bluetooth e Wi-Fi. Vejamos outra invenção interessante. Percy Spencer era um engenheiro norte-americano que trabalhava em uma empresa que fabricava radares. Foi durante uma experiência com o uso de radares e microondas, no ano de 1945, que Spencer percebeu que uma barra de chocolate em seu bolso começou a derreter. Apesar de não ter sido a intenção da experiência verificar o efeito calorífero das microondas, Spencer percebeu ali um outro uso possível das ondas com as quais estava acostumado a trabalhar. Apesar da descoberta ao acaso, o estado atento e criativo da mente de Spencer foi fundamental para que um efeito natural de um elemento da natureza fosse convertido em uma inovação para um uso comercial para o benefício de toda a sociedade. Então, apesar de elementos casuais auxiliarem muitas vezes no processo de inovação, a criatividade sempre estará presente. A descoberta pode ser entendida como a primeira percepção humana sobre algum fenômeno que naturalmente se desenvolveria em condições ideais, mesmo sem nossa intervenção. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 6 A partir de uma descoberta, a criatividade humana pode perceber ali uma aplicabilidade prática para sanar alguma necessidade, ou seja, uma inovação. Apresentadas a descoberta por acaso e a descoberta propriamente dita, iremos verificar a diferença entre as inovações. Comparando as inovações Você percebeu a diferença entre a inovação de Gutenberg e a de Spencer? Método de Gutenberg: o método de alojar tipos móveis (letras dispostas em uma prensa) para copiar páginas proposto por Gutenberg foi um rearranjo de outros elementos de criação humana (papel, tinta, chapa de ferro etc.). Método de Spencer: Spencer descobriu um efeito natural (geração de calor) a partir de um elemento também natural (microondas). Fatores ambientais Steven Johnson, importante escritor e pesquisador norte-americano contemporâneo, dedicou alguns anos de suas pesquisas na busca pela identificação de padrões no processo criativo que pudessem ser aprendidos, compartilhados e replicados. Ele descobriu que fatores ambientais, ou seja, o meio em que vivemos, estavam diretamente relacionados a melhores níveis de criatividade (JOHNSON, 2011). Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 7 Também pesquisou espaços físicos que geraram níveis muito expressivos de criatividade e inovação e descobriu que em todos eles existiam padrões recorrentes Palpite lento: um desses aspectos foi chamado por ele de “palpite lento”, segundo o qual as ideias mais importantes passam um bom tempo dormentes, hibernadas. Após esse período de maturação, muitas vezes de alguns anos, é que as ideias se tornaram de fato úteis, ou seja, foram convertidas em uma inovação. Ideias compartilhadas: outro aspecto ambiental relevante levantado por Johnson é que, comumente, aquilo que transforma uma ideia simples em algo extraordinário é outra ideia que estava amadurecendo também na mente de outra pessoa. Johnson utiliza, para ilustrar seu pensamento, os salões parisienses da era moderna ou as primeiras cafeterias inglesas que foram verdadeiros motores para o florescimento do Iluminismo. Vejamos um exemplo na prática: um bom exemplo disso é a história da invenção da internet. Tim Berners-Lee, físico e cientista da computação britânico, criador do WWW (World Wide Web, a Rede Mundial de Computadores), só começou a ter uma visão geral do que viria a ser a internet após um período de 10 anos de trabalho. Sabe-se, portanto, que é possível elevar os níveis de criatividade ao entendermos que as ideias precisam de um certo tempo de maturação e que é importante compartilhá-las com pessoas que refletem e estudam partes complementares àquilo que queremos realizar. Como manter a mente conectada? Podemos começar compreendendo que o processo criativo ocorre pela soma de três princípios mentais que funcionam como engrenagem do processo criativo que ocorre a todo tempo em nossa mente. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 8 Analogia das engrenagens com o processo criativo Fonte: Deduca (2019) Atenção: É o estado em que ficamos concentrados e atentos a algum problema práticode nossa realidade. Fuga: É o estado que ficamos quando nossa mente é capaz de se deslocar do problema em questão, fugindo dos padrões conhecidos e dos pensamentos convencionais que estamos habituados em nossa realidade. Movimento: É o estado seguinte que nos leva à ação, ou seja, à materialização das ideias que conseguimos experimentar em nosso momento de fuga. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 9 Outros elementos sensoriais também podem fazer parte desse processo, como cores, sons, cheiros, entre outros. Diferentes percepções da realidade trarão diferentes elementos ao processo criativo. Isso ocorre de forma muito diversa, afinal, cada um de nós percebe o mundo de uma maneira diferente. Imagine o potencial imenso que teremos em nossos ambientes de trabalho se compartilharmos e somarmos nossas percepções acerca dos problemas que temos no dia a dia: um poderia estimular a criatividade do outro na resolução de nossos problemas! Fechamento Chegamos ao fim desta unidade, onde fomos convidados a discutir a importância da inovação e da criatividade no contexto empresarial. Como as descobertas acerca de fenômenos naturais se relacionam com os conceitos de criatividade e inovação, a partir das pesquisas de Steven Johnson, conhecemos um pouco mais sobre o processo criativo e compreendemos que ideias inovadoras precisam de um tempo de maturação e de conectividade com outras ideias complementares. Entendemos, também, que o processo criativo funciona como uma engrenagem em que as peças fundamentais são: a atenção, a fuga e o movimento. Até mais! Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 10 Referências BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004. JOHNSON, Steven. As ideias que mudaram o mundo – A história natural da inovação. Lisboa: Clube do Autor, 2011. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 O Processo de Inovação Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 SST Doms, M.ª Daniela Título: O Processo de Inovação / M.ª Daniela Doms Local: 2019 nº de p. : 11 Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 O Processo de Inovação 3 Apresentação Nos dias atuais, podemos perceber que o avanço das tecnologias, especialmente das tecnologias de informação e comunicação, tem impulsionado diversas mudanças na sociedade, fazendo da inovação uma regra de desenvolvimento. Contudo, não podemos pensar que inovação seja, necessariamente, sinônimo de tecnologia, a inovação pode ocorrer em qualquer produto, serviço, processo, ou ainda no marketing e no contexto organizacional. Vamos juntos entender o processo da inovação, bem como o avanço das tecnologias, especialmente as tecnologias de informação e comunicação e as diversas mudanças na sociedade. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 4 O Processo de Inovação A inovação é um conceito econômico, isso significa que deve ser comercializada no mercado. É diferente, por exemplo, de uma invenção ou descoberta. A descoberta pressupõe um novo conhecimento, já a invenção é um protótipo que foi produzido com um novo conhecimento, mas não foi comercializado no mercado. Protótipo é um modelo elaborado com a finalidade de testar um determinado produto ou serviço antes de sua produção em grande escala e disponibilização no mercado. Curiosidade A inovação parte de um novo conhecimento que vai gerar um protótipo e, então, ser comercializada, ou seja, é um processo organizável e gerenciável que vai além da alta tecnologia. Ela depende de muito trabalho e pesquisa para poder gerar valor. A inovação pode ocorrer não somente em produtos e serviços, mas também nos processos, na logística, na forma de organização e no próprio modelo de negócios (DORNELAS, 2013). Características da Inovação Para o SEBRAE/CNI (2010, p. 20), a inovação apresenta as seguintes características: • O risco de insucesso está sempre presente quando se busca inovar. • Pessoas criativas são a matéria-prima básica do processo de geração de ino- vações. • Ambientes adequados geram transbordamentos favoráveis capazes de gerar insights criativos e inovações. • A inovação é um processo aberto. • A inovação pode ser obtida de formas distintas, inclusive com o uso de méto- dos estruturados. • Inovação é um fenômeno que acontece em todas as áreas do conhecimento, inclusive nos negócios. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 5 • A inovação deve estar alinhada à estratégia. • A maioria das inovações vem de três fontes básicas: clientes, concorrentes e funcionários. • A inovação é um fenômeno que acontece no mercado. • Inovar é criar valor para a empresa. Inovação Fonte: Deduca (2019) Em geral, a inovação é importante para as empresas por permitir avanços em relação à vantagem competitiva e impedir que o negócio decline ao lançar ou melhorar produtos e serviços, por exemplo, mantendo-se à frente de seus concorrentes. Para um país, uma empresa e toda a sociedade, a inovação é a mola propulsora do desenvolvimento (DORNELAS, 2013). As organizações promovem a inovação via duas estratégias: Liderança em custos: neste sentido, a empresa procura manter sempre um baixo custo e, com isso, conquistar o mercado com melhores preços. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 6 Diferenciação: com esta estratégia, a empresa busca inovar em produtos e serviços e, assim, conquistar o mercado. A inovação é fundamental para que a empresa se mantenha competitiva, para que possa melhorar os processos, a organização, a logística, lançar novos produtos e serviços, portanto, é uma condição de sobrevivência da empresa no mercado. Os avanços tecnológicos, tais como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), a nanotecnologia e a biotecnologia são fatores que impulsionam a inovação, assim como a mudança de hábitos dos consumidores e da sociedade que necessitam de demandas específicas. A intensificação da competição em nível global também reduz a estabilidade dos mercados, a inovação deve ser uma reação para a empresa manter-se competitiva, assim como as mudanças no ambiente de negócios também exigem que a inovação seja o grande diferencial competitivo (DORNELAS, 2013). A inovação pode ser classificada de diferentes tipos. Nos últimos tempos, temos ouvido muito falar em inovação disruptiva, mas ela também pode ser uma inovação radical ou incremental. Vamos entendê-las melhor? Inovação disruptiva: é o processo pelo qual um produto ou serviço aos poucos vai modificando a forma como as coisas são realizadas, uma inovação que vai deslocar os concorrentes pela mudança. Um exemplo pode ser dado com relação à fotografia. Há algum tempo, as fotos necessitavam ser impressas, era preciso um rolo de filme e esperar o tempo necessário para a revelação, só assim, poderíamos tê-las em mãos (DORNELAS, 2013). A máquina de fotografia digital alterou o modo como obtemos nossas fotos. Hoje, não precisamos mais de rolos de filme nem esperar a revelação, imediatamente após o “clique” já podemos visualizá-las, com qualidade cada vez maior. Portanto, os hábitos mudam de acordo com a introdução das inovações disruptivas no mercado, alterando também a base de competição entre os negócios. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 7 Inovação radical: a inovação radical promove a criação de novos mercados ou a ruptura de mercados já existentes. Esse tipo de inovação envolve muitas incertezas e riscos, contudo, pode auferir um lucro de monopólio até que novos concorrentes se lancem no mercado. Nesse sentido, a inovação radical precisa ser sustentada por inovações incrementais. A inovação radicalpode ser confundida com a inovação disruptiva, pois são de fato disruptivas, contudo, as inovações disruptivas não são sempre radicais; o telefone celular foi uma inovação radical e disruptiva, e um aplicativo de motorista particular é disruptivo, mas não é radical. Inovação incremental: melhora algo que já existe, seja um produto, um processo ou um serviço. São as mais comuns e geram menos valor, mas ajudam a sustentar as mudanças radicais e disruptivas. A inovação deve ser compreendida, portanto, como um processo gerenciável e organizável. O processo de inovação segue uma sequência ordenada de atividades, que devem ser organizadas e mensuradas. Alguns modelos de organização são por função ou por projetos. Atenção A organização por função é dividida por departamentos ou funções e, para fazer um produto ou serviço em uma empresa, é preciso passar por diversos departamentos especializados que possuem orçamentos, metas, recursos etc. Essa lógica de produção fragmentada por departamentos impede uma visão ampla de mercado (MAXIMIANO, 2012). A organização por projeto está ligada a um conjunto de variáveis de desempenho. Cada projeto é único e, por isso, podem ser desenvolvidos processos sistematizados que organizem a empresa e gerem produtos inovadores. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 8 A gestão da inovação pode estar focada na pesquisa e desenvolvimento ou no processo de desenvolvimento do produto ou serviço, e existem muitos modelos de gestão que são utilizados de acordo com cada organização. Basicamente, o processo de gestão da inovação passa por quatro fases (SEBRAE, 2013): • Geração de ideias • Desenvolvimento • Implementação • Difusão Nesse sentido, é importante avaliar o grau de maturidade da empresa em relação ao sistema de gestão da inovação. É possível definir quatro tipos de empresas quanto ao grau de maturidade (SEBRAE, 2013): Startups: essas empresas atuam com alto grau de incerteza, por isso, é preciso identificá-las e gerenciá-las tanto no ambiente interno quanto externo. O planejamento também é muito importante e deve ser realizado levando em consideração as incertezas que envolvem o negócio. Empresas maduras: necessitam de indicadores de inovação, já que inovam radicalmente e precisam valorar os projetos com uma boa gestão de portfólio. Empresas que não têm um sistema de inovação consolidado: é preciso diagnosticar o ponto fraco do processo de inovação para, então, poder transformar ideias em produtos. Empresas que não inovam: essa é a realidade da maioria das empresas, ainda que mantenham a intenção de começar a inovar. Para a gestão da inovação, é fundamental que a geração de ideias possa passar ao estágio de desenvolvimento e que um protótipo possa ser transformado em produto ou serviço. Caso contrário, as ideias podem se perder e a inovação pode não ser concretizada, deixando que oportunidades sejam perdidas (MAXIMIANO, 2012). Dimensões da Gestão Estratégica O processo da gestão estratégica da inovação deve ser sistemático e sistêmico, isso significa que deve possuir uma visão ampla e integrada do todo, compreendido enquanto um sistema. Para isso, deve estar apoiado em seis dimensões, de acordo com o SEBRAE/CNI (2010): Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 9 Método: É a descrição organizada e sistemática de como o processo de geração de inovação acontecerá. Ambiente: Para que a empresa comporte a inovação, é preciso que um ambiente propício seja criado. Esta dimensão visa a propor as condições para desenvolver esse ambiente. Pessoas: Esta dimensão visa a facilitar o entendimento de como se pode estruturar um processo de atração, desenvolvimento, retenção, reconhecimento e recompensa de pessoas, cujo talento é responsável pela geração de inovações na empresa. Estratégia: Para ganhar competitividade com a inovação e mantê-la sustentável, é preciso que seja definido um posicionamento estratégico que seja capaz de gerar diferenciação. Liderança: A implementação da gestão estratégica da inovação depende do engajamento emocional e intelectual da alta administração e lideranças. Resultados: Os resultados obtidos com a gestão da inovação devem ser mensurados. O processo de inovação também deixa de ser um processo fechado, restrito aos limites da empresa. Atualmente, a inovação aberta é bastante valorizada por permitir a interação da empresa com outros setores da sociedade, como universidades, fornecedores, parceiros, etc. (MAXIMIANO, 2012). As informações que são coletadas em rede podem ser trabalhadas e transformadas em inovação. A internet permitiu que as fronteiras entre a empresa e a sociedade fossem diminuídas e, além das ideias internas, a empresa passa a incorporar cada vez mais as informações externas no seu processo de inovação. Amplia-se consideravelmente a quantidade de informações disponíveis e, desta maneira, também se ampliam as possibilidades de envolver, no processo de inovação, para além do departamento de pesquisa e desenvolvimento, as pesquisas realizadas em universidades, as contribuições de toda a cadeia produtiva e os anseios dos consumidores (MAXIMIANO, 2012). Dessa maneira, o processo de inovação passa a ser fundamental para agregar valor aos produtos e serviços pelo gerenciamento de informações, conhecimentos etc. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 10 As diversas entradas do ambiente externo foram sendo cada vez mais incorporadas pelas organizações, e essa diversificação ampliou o campo de visão das empresas, que puderam dinamizar seus processos de inovação, gerando valor para o negócio. Se, na sociedade industrial, a inovação era mais lenta e restrita aos limites da empresa, na sociedade do conhecimento, a inovação passa a ser o principal fator para gerar vantagens competitivas; as informações advindas do ambiente externo passam a ser determinantes no processo de inovação e a colaboração passa a ser fundamental para o sucesso do processo de inovação (MAXIMIANO, 2012). Fechamento As empresas que buscam serem consideradas inovadoras precisam estar preparadas para inovar de maneira sistêmica, assim, a inovação precisa seguir um processo estruturado para que possa ser mensurado seu impacto, bem como avaliado seus resultados, a inovação precisa seguir etapas definidas para que possam alcançar os resultados esperados. A inovação está presente no cotidiano das empresas que lutam pela competitividade em seus mercados, assim como outras ações organizacionais, ela também precisa respeitar um processo para que possa ser desenvolvida a fim de atingir a eficácia esperada. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 11 Referências DORNELAS, J. C. A. Como fazer o plano estratégico do negócio do seu plano de negócios. Disponível em <http://www.planodenegocios.com.br/www/index.php/ informcao/artigoscientificos/2950-entendendo-a-finalidade-e-a-eficacia-do-plano- de-negocios>. Acesso em: 17 dez. 2019. MAXIMIANO, A. C. A., Empreendedorismo. São Paulo: Pearson, 2012. SEBRAE/CNI. Cartilha de Gestão da inovação. Publicações. 2010. Disponível em: http://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/8/cartilha_ gestao_inovacao_cni.pdf. Acesso em: 17 dez. 2019. SEBRAE. O Quadro de Modelo de Negócios: Um caminho para criar, recriar e inovar em modelos de negócios. Arquivos. 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com. br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Cartilha%20o%20Quadro%20do%20Modelo%20 de%20Negocios.pdf. Acesso em: 17 dez. 2019. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 http://www.josedornelas.com.br/wp-content/uploads/arquivos/Artigos-Cient%C3%ADficos-Entendendo-a-finalidade-e-a-efic%C3%AAcia-do-plano-de-neg%C3%B3cios.docx http://www.josedornelas.com.br/wp-content/uploads/arquivos/Artigos-Cient%C3%ADficos-Entendendo-a-finalidade-e-a-efic%C3%AAcia-do-plano-de-neg%C3%B3cios.docx http://www.josedornelas.com.br/wp-content/uploads/arquivos/Artigos-Cient%C3%ADficos-Entendendo-a-finalidade-e-a-efic%C3%AAcia-do-plano-de-neg%C3%B3cios.docxhttp://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/8/cartilha_gestao_inovacao_cni.pdf http://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/8/cartilha_gestao_inovacao_cni.pdf https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Cartilha%20o%20Quadro%20do%20Modelo%20de%20Negocios.pdf https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Cartilha%20o%20Quadro%20do%20Modelo%20de%20Negocios.pdf https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Cartilha%20o%20Quadro%20do%20Modelo%20de%20Negocios.pdf Organizações empreendedoras e inovadoras Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 SST Bassler, Ana Cristina Organizações empreendedoras e inovadoras / Ana Cristina Bassler Ano: 2019 Nº de p.: 11 Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 3 Organizações empreendedoras e inovadoras Apresentação As organizações empreendedoras e inovadoras precisam possuir intrínseco em sua cultura organizacional tal comportamento, para que de fato possa ser considerada empreendedora ou inovadora. Desta forma, para estudar tais organizações, se faz necessário compreender o conceito de cultura organizacional Nesta unidade você será levado a entender o contexto do empreendedorismo e da inovação nas organizações visando uma postura estratégica. Você aprenderá o que é e como se dá a postura estratégica das organizações; em seguida terá uma visão a respeito das organizações empreendedoras e inovadoras para então poder assimilar o processo da formulação de estratégias no contexto de sustentabilidade. Bom estudo! Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 4 Organizações empreendedoras e inovadoras A inovação pode se apresentar de diferentes maneiras e gerar impactos bastante significativos no mercado, conforme estudamos até aqui. Para a formulação da estratégia, bem como para a sua implementação, devemos observar a cultura organizacional. Na visão de Andrade (2016): A cultura organizacional é composta pelo conjunto de crenças, valores e comportamentos aceitos e partilhados por todos os trabalhadores. A cultura ajuda a construir laços de cooperação, motivação e dedicação dos trabalhadores, facilitando a interiorização da visão global da empresa. A cultura também dá forma ao empenho de cada um, a sua atuação intraempreendedora, à assunção de valores de honestidade, de entreajuda e de comunicação aberta. Outros gestores podem preferir enfatizar valores assentes em posturas conservadoras, na consulta aos seus superiores, na formalização etc. Por exemplo, comportamentos e atitudes mais conservadoras serão incentivados, mas as empresas tecnológicas tendem a incentivar a criatividade e a assunção de riscos. (ANDRADE, 2016, p. 297). No entendimento de Andrade (2016), são características da cultura organizacional a identificação do trabalhador com a empresa no seu todo mais do que com a sua tarefa, a ênfase no grupo e a organização em equipe em vez de individual, as normas e regras de supervisão, a colaboração entre os trabalhadores nos esforços de melhoria e de inovação, as normas para atribuir recompensas pelo desempenho ou mesmo aspectos como as regras a seguir nas novas contratações. No fundo, essa forma de conceber o que é a cultura organizacional não é nova, e nos estudos de Elton Mayo, na Western Electric, em 1924, já emergia a importância de variáveis emocionais e a existência de uma cultura informal nas organizações. A cultura influencia, por exemplo, a resistência às mudanças estratégicas. Na literatura sobre gestão da inovação nas organizações, boa parte dos autores concorda que a gestão da inovação se relaciona diretamente com outras duas áreas: empreendedorismo e gestão do conhecimento. O empreendedorismo pode ser entendido como o processo de criação de novos negócios de valor, processo este que exige do empreendedor conhecimento, dedicação e enfrentamento de riscos (de mercado, financeiros, entre outros). Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 5 E, novamente, veja que interessante: o empreendedor, como o agente hábil para produzir inovação, apesar de parecer um tema recente e atual, foi um conceito elaborado pelo austríaco Joseph Alois Schumpeter, um dos primeiros estudiosos do assunto, importante economista e cientista político nascido no século XIX. O empreendedorismo se desdobra em outro conceito muito importante: o intraempreendedorismo, que é a capacidade de empreender, ou seja, criar coisas novas dentro de uma organização já em funcionamento. Entende-se por gestão do conhecimento o esforço das organizações em criar e difundir conhecimento e integrá-lo a seus produtos, processos, sistemas e serviços. Envolve também a proteção desse conhecimento contra o uso indevido. Há outro conceito que você também precisa saber. Você já deve ter ouvido a frase: “As pessoas são o grande ativo das empresas”. Na prática, isso significa que o conhecimento das pessoas é tão importante que faz parte do patrimônio das organizações, certo? Na visão de Andrade (2016) as pessoas são importantes para as organizações: As pessoas são o recurso-chave das organizações contemporâneas. São as pessoas que pensam, que criam, que formulam, que executam e que controlam. A começar pelo líder e pela equipe executiva, os recursos humanos – que alguns autores referem como o capital humano ou intelectual (por comparação com o financeiro) – são o fator crítico e fundamental para a implementação da estratégia (ANDRADE, 2016, p. 307). A essa importância do conhecimento das pessoas como parte do patrimônio das organizações damos o nome de capital humano ou capital intelectual. Agora você conhecerá as diferentes classificações que uma inovação pode ter. Existe uma classificação fundamental que você deve intuitivamente perceber: as inovações radicais e as inovações incrementais. Conforme Christensen, Grossman e Hwang (2009), inovações radicais representam uma mudança drástica, um total rompimento com a maneira de consumir um determinado produto ou serviço. Christensen, Grossman e Hwang (2009) comentam inovações incrementais são melhorias de determinadas tecnologias, sem rompimento com a base da ideia ou modelo original, e representam pequenos avanços ou melhorias na forma como algum determinado produto, processo ou serviço é percebido por quem o consome. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 6 Existem outros tipos de inovação, os mais importantes são: inovação de produto, inovação de processo, inovação de marketing e inovação de modelo de negócio. Junges e Silva (2013) apresentam estes tipos de inovações: Inovação de produto: Esse é o tipo de inovação de mais fácil percepção, pois é aquela que ocorre quando as empresas ou inventores disponibilizam para a sociedade, como o próprio nome diz, produtos ou serviços novos ou já conhecidos, mas com melhorias inéditas. Inovação de processo: É uma novidade ou melhoria significativa em algum processo organizacional e, por isso, refere-se a um contexto de organizações (empresas). Inovação de marketing: Ocorre uma inovação de marketing e comercialização quando há novidade ou melhoria na embalagem, no posicionamento de mercado, na forma como é comercializado e nas estratégias de venda de determinado produto ou serviço. Inovação de modelo de negócio: Um dos fundamentos da inovação de modelo de negócio é a Teoria da Complexidade. A Teoria da Complexidade engloba coisas que são complicadas, envolvem muitos elementos e interações, não são deterministas e propendem a resultados inesperados. Sistemas complexos são não lineares e podem ser caóticos. Um aspecto fundamental da Teoria da Complexidade é o comportamento total ou agregado de uma grande quantidade de itens, partes ou unidades entrelaçadas, conectadas ou interligadas em rede. Um aspectosurpreendente é o fato de ela aplicar-se a muitos tipos de “unidades” (grãos de areia amontoados, moléculas em um ímã, pessoas dirigindo carros nas vias expressas, e assim por diante). Sendo as leis matemáticas da Teoria da Complexidade essencialmente indiferentes à natureza das “unidades”, isso evidentemente comportou a promessa de uma teoria universal de grande utilidade para a elucidação de muitos aspectos da economia e Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 7 de outros sistemas envolvendo seres humanos. Na verdade, como a compreensão científica da biologia revela a natureza da evolução e dos processos biológicos, há quem afirme que a biologia talvez seja a melhor metáfora para compreender as empresas do século XXI (KLEINDORFER, 2012). Inovação e desenvolvimento Como vimos, a inovação ocorre quando a criatividade é capaz de gerar algum valor. Mas o que isso significa na prática? Siga em frente e descubra! Você deve se lembrar da época não muito distante em que já sentíamos como era viver em uma realidade moderna em que os eletrônicos ocupavam muitos espaços em nossas vidas e em nossos lares. Já era comum termos computadores em casa e no trabalho, câmeras fotográficas digitais, filmadoras, videogames, aparelhos de som, CDs e DVDs. E, claro, eles, os nossos telefones celulares, que até então serviam apenas para realizarmos ligações telefônicas e enviarmos mensagens por SMS. Não faz muito tempo, não é mesmo? Uma das indústrias que mais cresce no mundo inteiro é a de empresas que criam aplicativos. As ideais para novos aplicativos surgem em todos os lugares do mundo, de diversas maneiras e para resolver praticamente todas as situações que pudermos imaginar. Atenção Lembre-se que uma inovação implica impactos econômicos justamente por trazer elementos novos que geram riqueza, que, por sua vez, gera mais oportunidades. Inovação e economia Imagine que você percebeu, em sua cidade, que havia uma necessidade de as pessoas saberem os horários do transporte público e a situação do trânsito. Você estuda e se aprofunda no assunto, cria um aplicativo que resolve o problema e o disponibiliza para download. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 8 Também idealize que você tenha feito um ótimo trabalho e que as pessoas passam a usar seu aplicativo, o que gera um excelente faturamento para você. A sua ideia gerou novos empregos e arrecada uma boa quantidade de impostos que são convertidos em benefícios para todos de sua região. Crescimento econômico Fonte: Plataforma Deduca (2019). Assim, a quantidade de trabalho aumenta, então você precisa contratar mais pessoas para cuidar das melhorias do aplicativo, da parte comercial, do atendimento aos seus clientes e de outras funções. Além disso, os usuários do seu aplicativo conseguiram se organizar em seu cotidiano, já que puderam entender melhor o trânsito e o transporte público e, assim, utilizá-lo de uma forma melhor. Conseguiram ainda, com isso, trabalhar mais em seus empregos e também gerar mais renda, o que gera mais impostos, que também são convertidos em educação, saúde e serviços melhores à população de sua região. É por isso que a inovação interessa muito ao campo de estudo da economia, visto que é uma das causas do desenvolvimento econômico de uma região. Trott (2012, p. 6) cita que “historiadores econômicos do século XIX observaram que a aceleração do crescimento econômico foi resultante de progresso tecnológico”. E, em tempos de globalização, sabemos que essa “região” pode ser, muitas vezes, todo o planeta. É muito interessante essa relação entre inovação e desenvolvimento econômico. De acordo com Trott (2012, p. 6), foi Karl Marx que primeiro “sugeriu que as inovações Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 9 poderiam ser associadas com as ondas de crescimento”. A criatividade é capaz de realizar o que está no campo de nossas ideias em produtos inovadores, que podem gerar impacto na sociedade em que vivemos e, assim, propiciar o desenvolvimento econômico. Portanto Trott (2012) comenta que a inovação é o motor do crescimento e que a aceleração do crescimento econômico foi resultante de progresso tecnológico. Enfatiza também que o processo de inovação está inserido na economia através do desenvolvimento de novos produtos servindo como estímulo para o crescimento econômico. Desenvolvimentos científicos e tecnológicos conduzem a inserções de conhecimento (indivíduos criativos) em firmas que desenvolvem conhecimento, produtos e processos. Quando você ouve o termo tecnologia, provavelmente vem à sua mente imagens de computadores, máquinas e robôs. Mas atente ao real significado da palavra: tecnologia significa a aplicação de um conhecimento. Então, não necessariamente quando se fala em inovação tecnológica estamos falando de robôs, foguetes e outros maquinários. Lembre-se das outras formas de conhecimento aplicado, como medicamentos, vacinas, novos materiais, softwares, novos processos de trabalho, entre outros tantos possíveis exemplos. Em sua obra “Teoria do desenvolvimento econômico”, em 1911, Schumpeter foi o primeiro economista a apontar a inovação tecnológica como o grande motor do desenvolvimento capitalista, devendo ser buscada e incentivada pelos governos. Atenção Fechamento Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 10 Chegamos ao fim desta unidade, você foi convidado a refletir sobre os conceitos de organizações empreendedoras e inovadoras. Você começou estudando que inovação e, por consequência, empreendedorismo são os grandes motores para o desenvolvimento econômico e que isso foi apontado por Schumpeter no início do século passado. Você também aprendeu que inovações radicais são uma mudança drástica na maneira de consumir um determinado produto ou serviço e que inovações incrementais são melhorias sem rompimento com a base da ideia ou do modelo original. Identificou, ainda, os tipos de inovação mais importantes (de produto, de processo, de marketing e de modelo de negócio). Conheceu que a gestão da inovação nas organizações se relaciona diretamente com conceitos de gestão do conhecimento e do empreendedorismo e que o capital intelectual é determinante no sucesso de uma organização. Até mais! Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 11 Referências ANDRADE, A. R. de. Planejamento estratégico: formulação, implementação e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2016. CHRISTENSEN, C. M.; GROSSMAN, J. H.; HWANG, J. Inovação na gestão da saúde: soluções disruptivas para reduzir custos e aumentar qualidade. Porto Alegre: Bookman, 2009. KLEINDORFER, P. R. O desafio das redes: estratégia, lucro e risco em um mundo interligado. Porto Alegre: Bookman, 2012. TROTT, P. Gestão da inovação e desenvolvimento de novos produtos. Porto Alegre: Bookmann, 2012. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 COMPONENTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO I Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 SST MARCOS, Janaina Ramos Componentes de criatividade e inovação I / Janaina Ramos Marcos Ano: 2020 nº de p. 11 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 3 COMPONENTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO I Apresentação Neste momento, estudaremos a disciplina Componentes de Criatividade e Inovação I que tem por objetivos orientar no sentido de incentivá-los a criatividade e a ambientação da aprendizagem. Também será proporcionado a interação dos conhecimentos acadêmicos e a aplicação no mundo do trabalho e despertar o senso crítico e prático para ações e interesse pela investigação no exercício profissional, assim como, promover atitudes éticas de respeito à diversidade, às diferenças, ao trabalho e à vida. Também seráestimulado ao desenvolvimento de habilidades e competências dos estudantes quanto aos conhecimentos de Criatividade e Inovação. E, por fim, auxiliará a implementar mudanças de comportamento e obter mais resultados pessoais e profissionais. Bons estudos. CRIATIVIDADE: CONCEITOS E COMPONENTES Os fatos criativos definem-se como aqueles que trazem um valor mais imediato na linha de evolução, modificando a ordem estabelecida. O autoconhecimento é de extrema importância para o desenvolvimento da capacidade criativa do ser humano, podendo ser uma meta para aqueles que desejam aperfeiçoar seu potencial criativo (PREDEBON, 2010). Um dos principais componentes da criatividade é o conhecimento que acumulamos em anos de estudos e vivências cotidianas, o que nos oferece uma grande bagagem para sermos criativos e solucionarmos problemas, seja em organizações ou em nossas tarefas diárias. Atenção Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 4 Diversos autores classificam a criatividade de acordo como sua funcionalidade, ou seja, a criatividade artística como Da Vinci, Michelangelo ou Oscar Niemeyer, criatividade prática ou objetiva, como uma pessoa que cria uma receita nova a partir das sobras de geladeira. Deve-se encorajar a criatividade nas pessoas, uma vez que esta pode ser uma poderosa ferramenta para a solução dos problemas da modernidade, agregando valor ao conhecimento e tornando-o cada vez mais útil. Não existem fórmulas mágicas para ativar nosso potencial criativo, o que existe são algumas abordagens ou técnicas que possam estimular a criatividade, apresentando ideias que possam solucionar problemas. Se o homem não tivesse que solucionar o problema de ter ferramentas para a caça, nem inventando a roda, descobrindo o fogo e a agricultura, através do pensamento e da criatividade, a humanidade não teria chegado à era da tecnologia da informação e do conhecimento. Atenção A criatividade de Thomas Edison que descobriu a eletricidade, Graham Bell, o inventor do telefone, Santos Dumont, o avião, somente para citar alguns. Podemos ainda chegar até Steve Jobs, que projetou uma espécie de “minicomputador” de bolso, que revolucionou a maneira como nos comunicamos hoje. Atualmente o senso comum, a mídia e a maioria da sociedade passou a acreditar que a criatividade é um elemento essencial em qualquer área de conhecimento, sejam elas humanas, exatas, tecnológicas ou sociais aplicadas, como se desconsiderassem ou desconhecessem que a evolução humana dependeu da criatividade de várias pessoas, em diversos momentos da história para chegarmos ao momento presente. O PENSAMENTO CRIATIVO O pensamento criativo origina-se a partir de uma visão macro das situações cotidianas, pode ser considerado um traço de personalidade ou uma opção de se Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 5 posicionar no mundo, de acordo com suas crenças. A criatividade de um indivíduo pode destacá-lo no contexto social, onde ele pode ser capaz de desenvolver suas competências acima da média de outras pessoas. A criatividade, ocorre em três diferentes níveis: Criatividade genial Aquela cujo potencial criativo é capaz de produzir grandes inovações que podem modificar ou melhorar a qualidade de vida das pessoas, como, por exemplo, o telefone e a eletricidade; Criatividade autêntica Aquela expressada através de melhorias em processos e sistemas já existentes, como, por exemplo, o fax e o telefone celular; Criatividade cotidiana Expressa nas pequenas ações diárias, ao resolvermos problemas de forma original (GRAMIGNA (2006). Do ponto de vista empresarial, a criatividade é um processo produtivo de ideias, capazes de gerar soluções eficazes para a organização em um menor espaço de tempo possível. A criatividade ocorre em quatro diferentes dimensões dentro de uma organização: Pessoa Aquela que cria, considerando seu temperamento, posicionamento pessoal, hábitos e valores; Processo Recursos mentais que conduzem ao ato criativo tais como a motivação, a percepção, o aprendizado, pensamento e comunicação; Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 6 Ambiente Fatores ambientais e culturais que podem influenciar no processo criativo; Produto Resultado do processo, sendo, por exemplo, uma obra de arte, um novo produto ou qualquer outro resultado criativo. Dimensões da criatividade Pessoa Ambiente ProdutoCriatividadeProcesso Fonte: GURGEL (2006, p. 26). COMPORTAMENTO CRIATIVO O comportamento criativo acontece quando o meio estimula o indivíduo a solucionar um problema, sendo mais propício este comportamento no meio empresarial, uma vez que a criatividade está sendo cada vez mais considerada no ambiente organizacional, devido às constantes mudanças, tanto tecnológicas quanto no mercado, gerando necessidade de evolução e adaptação imediata. Nas organizações, as abordagens que envolvem ações e interações sociais deve considerar algumas abordagens no processo criativo: a pessoa criativa, as relações interpessoais, o ambiente de trabalho e as relações das pessoas com os líderes e com os projetos da empresa. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 7 No entanto, existem alguns fatores que podem criar barreiras ou estimular a criatividade no ambiente organizacional, como apresentado acompanhe no Quadro a seguir: Estímulos e barreiras da criatividade ESTÍMULOS BARREIRAS NAS ORGANIZAÇÕES • Estrutura organizacional • Liberdade e autonomia • Salário e benefícios • Suporte da chefia • Suporte do grupo de trabalho • Suporte organizacional • Características da chefia • Comunicação • Cultura organizacional • Estrutura organizacional • Relações • Interpessoais NO AMBIENTE DE TRABALHO • Desafios • Participação • Suporte da chefia • Suporte do grupo de trabalho • Suporte organizacional • Comunicação • Cultura organizacional • Estrutura organizacional • Influências político- administrativas • Relações interpessoais • Volume de servicos Fonte: Sousa e Rangel Junior (2014, p. 80) De acordo com Zogbi (2013) existe um tipo de “zona de conforto” na criatividade, algo que pode contribuir para o bloqueio criativo: a educação recebida, o excesso de regras e normas estabelecidas, a preguiça, o pensamento pessimista, a falta de confiança em si mesmo, a falta de objetividade, o isolamento da liderança, a falta de empatia entre os membros da equipe, má gestão do tempo e ainda a falta de dinheiro. Todos estes fatores devem ser listados, pensados e ultrapassados. Alguns desses bloqueios são traços de nossa personalidade, mas com outros se pode aprender a “lidar”, para que não se tornem um problema para suas ideias. É recomendável também a criação de um sistema de classificação e organização das ideias, seja por ordem de prioridade ou relevância, ideias já categorizadas ou que ainda precisam de maior desenvolvimento. Desse modo, é importante anotá-las em um papel ou no computador, sempre as buscando ou atualizando-as, quando necessário. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 8 Segundo Gurgel (2006), para compreender a criatividade dentro de uma organização, devem ser considerados quatro componentes principais: • Estrutura da organização: sua constituição, formação, tamanho e forma adminis- trativa; • Funcionários ou colaboradores: capital ou força de trabalho humana, atuando através de seus valores e motivações; • Ambiente organizacional: postura da empresa no que diz respeito à criatividade, aos relacionamentos interpessoais, às responsabilidades, à estabilidade no em- prego, entre outros; • Informação: principal elemento de mudança, uma vez que os canais de comu- nicação devem estar abertos para novas ideias e opiniões, deixando o fluxo de informação dinâmico. Existem alguns fatores que motivam a inovação nas organizações, segundo apresentado no Quadro, a seguir:Fatores que motivam a Inovação na Organização FATORES DESCRIÇÃO COMPETIÇÃO PELO PODER A própria forma como se organiza a competição pelo poder, ou seja, as disputas de interesse, o controle das informações, o processo de avaliação de desempenho e a consistência entre o discurso a prática. COLABORAÇÃO A participação pela interação e colaboração entre as equipes através de reuniões para a solução conjunta de problemas e para a troca de experiências e conhecimentos. AMBIENTE A existência de um ambiente alegre e descontraído, pois um ambiente de trabalho onde existe a confiança e o bom humor facilita o processo de comunicação e a cooperação entre as pessoas, principalmente quanto a novas ideias. TEMPO O tempo para ideias é entendido como o tempo para pensar sobre as atividades que devem ser realizadas, refletir sobre o melhor modo de realizá-las e discutir novas ideias e soluções para os problemas. DESAFIO A percepção do desafio no trabalho com a necessidade de buscar sempre novos conhecimentos, motivando as pessoas a resolverem os problemas de forma criativa. SEGURANÇA A segurança para apresentar ideias e assumir riscos. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 9 LIBERDADE A liberdade de discutir e questionar as orientações recebidas permite explorar novas alternativas para a realização do trabalho. VALORIZAÇÃO A valorização do trabalho e o reconhecimento adequado. NOVIDADE A busca de novas experiências, pois a rejeição ao pragmatismo, a propensão a aceitar e testar novas ideias e soluções e rejeitar a tendência ao comportamento resistente influencia diretamente a proposição de novas ideias. Fonte: Gurgel (2006, p. 95) Porém, de nada adianta ter um pensamento criativo, um conhecimento vasto e não sentir nenhum tipo de motivação, concorda? Por exemplo, um funcionário de uma empresa que é extremamente criativo, mas suas ideias nunca são aceitas e nem postas em prática, gera um comportamento de desmotivação, que faz com a pessoa deixe de mostrar seu lado mais criativo, anulando-se por completo dentro da organização. Algumas teorias foram pesquisadas e aplicadas sobre os melhores processos de motivação e inovação em organizações. Nessas pesquisas concluiu-se que o ponto chave da motivação está no ambiente de trabalho e qualidade e sintonia das relações interpessoais. Existem pesquisas na área do comprometimento, criatividade e motivação nas organizações que seguem duas direções distintas. A primeira trata de identificar qual a origem do comprometimento, isto é, a relação do indivíduo e a organização para qual trabalha. A outra direção procura analisar outros fatores que podem levar ao comprometimento e motivação, tais como a própria organização, sindicatos e propósito de carreira com o qual a pessoa está comprometida. Sendo assim, pessoas que trabalham em ambientes que estimulam a inovação e a criatividade tendem a ser mais comprometidos e motivados afetivamente. Por fim, um exemplo que pode ser citado é o da empresa GOOGLE, situada no Vale do Silício, Estados Unidos e que possui escritórios em várias cidades do mundo. A empresa procura proporcionar aos funcionários um ambiente de trabalho, inovador, com áreas de lazer, móveis coloridos e confortáveis, onde eles podem trabalhar onde e como quiserem, com horários flexíveis e ainda promove reuniões constantes para gerar novas ideias para seus produtos, ou seja, os líderes estão sempre motivando sua equipe para que sejam inovadores, criativos e produtivos em ambiente que propicia esta forma de trabalho. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 10 Fechamento Pudemos aprender a reconhecer os componentes da criatividade – conhecimento, motivação, pensamento criativo a priori seus conceitos. Depois nos aprofundamos no que é o pensamento criativo, também estudamos sobre os componentes da Inovação – ambiente de trabalho, liderança, recursos, comunicação e colaboração. Aprendemos sobre varios fatores que são possíveis de incentivar a inovação e criatividade nos diversos ambientes profissionais. Estudamos também sobre o comportamento criativo e sua relevância. E, por fim também pudemos apreender a identificar a criatividade como aquisição de competências. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 11 Referências GRAMIGNA, M. R. Árvore das competências em criatividade. Recre@rte, Vitória, v. 1, n. 1, p. 1-10, mar. 2006. Disponível em: <http://www.iacat.com/Revista/recrearte/ recrearte05/Seccion1/Competencias.htm>. Acesso em: 21 set. 2020. GURGEL, M. F. Criatividade & Inovação: uma proposta de Gestão da Criatividade para o Desenvolvimento da Inovação. 2006. 193 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <https:// edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1751677/mod_resource/content/1/Criatividade_e_ Inovacao_-_Marcus_Gurgel_-_COPPE_2006.pdf>. Acesso em: 21 set. 2020. PREDEBON, J. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente. 7. ed. São Paulo: Pearson, 2010. SOUSA, A. P.; RANGEL JUNIOR, J. F. L. B. Cultura organizacional e ambiente criativo: formadores da cultura como barreira ou estímulo à criatividade. VEREDAS, Ipojuca, v. 10, n. 1, p. 76-91, jan. 2014. Disponível em: <http://veredas.favip.edu.br/ojs/index. php/veredas1/article/view/194>. Acesso em: 21 set. 2020. ZOGBI, E. Criatividade: o comportamento inovador como padrão natural de viver e trabalhar. São Paulo: Atlas, 2014. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 COMPONENTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO II Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 SST MARCOS, Janaina Ramos Componentes de criatividade e inovação II / Janaina Ramos Marcos Ano: 2020 nº de p. 12 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 3 COMPONENTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO II Apresentação Neste momento, trataremos de um assunto relacionado aos componentes de criatividade e inovação II. Estudaremos sobre os conceitos relacionados a inovação, a importância do papel dos líderes, e os tipos de líderes que se tem delineado para essa intervenção na perspectiva da inovação e criatividade no ambiente organizacional. Também estudaremos a respeito da criatividade como aquisição de competências, apresentaremos os cincos tipos de competências que as empresas devem adotar em uma gestão criativa. E, por fim, iremos estudar sobre a importância do estímulo as equipes para um bom desempenho. Fique atento a todas as informações presentes aqui, e vamos juntos ao processo de conhecimento e aprendizagem a respeito da relevância desses assuntos. Bons estudos. Componentes da Inovação – ambiente de trabalho, liderança, recursos, comunicação e colaboração A inovação é o principal agente para o desenvolvimento econômico, teoria esta que foi formulada primeiramente pôr o Joseph Alois Schumpeter. Em seus estudos, observou que o ciclo do capitalismo combina inovações e um novo paradigma na economia, impulsionando-a rapidamente (AMORIM; FREDERICO, 2008). Já Drucker (2002, p. 25) caracteriza inovação como: [...] o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente. Ela pode ser apresentada como disciplina, ser apreendida e ser praticada. Os empreendedores precisam buscar, com propósito deliberado, as fontes de inovação, as mudanças e seus Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 4 sintomas que indicam oportunidades para que uma inovação tenha êxito. E os empreendedores precisam conhecer e pôr em prática os princípios da inovação bem-sucedida. Existe uma grande relação entre inovação, criatividade e desenvolvimento econômico que atualmente estão no foco das discussõesorganizacionais, em virtude de estarmos vivenciando a era do conhecimento e sua importância nas relações e no modelo de processo produtivo capitalista atual (AMORIM; FREDERICO, 2008). A criatividade e a inovação nas organizações estão ligadas a alguns fatores, de acordo com Amorim e Frederico (2008), a saber: • Características de pessoas altamente criativas e inovadoras; • Ambiente que favorece a criatividade e a expressão de ideias e inovação; • Habilidades cognitivas de pessoas que possuem pensamentos criativos e inovadores. Uma organização que cria um ambiente que favorece a criatividade possui algumas características, tais como: reconhecimento do trabalho criativo, flexibilidade nos níveis hierárquicos, estímulos à criatividade, estímulo à troca de experiências entre as equipes de trabalho. Toda organização possui um nível hierárquico de líderes, cada um desempenhando um papel estratégico na articulação da inovação. Desse modo, em uma empresa ocorre o relacionamento entre três tipos de líderes: Líderes locais Responsáveis diretos pelos resultados das equipes; Líderes de rede Atuam na construção de comunidades, não atuando diretamente em nível hierárquico na organização; Líderes estratégicos Responsáveis diretos pelo desempenho da organização, mas influenciam em menor monta nos processos de trabalho dos colaboradores (BORGES, 2010). Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 5 Um líder deve desempenhar um papel de articulação no sentido de orientar o processo de mudanças na empresa, auxiliando as pessoas a perceberem novas possibilidades de ação, de geração de ideias. Devem ainda motivá-las e engajá- las para que estas possam modificar sua forma de ação, reavaliar seus modelos mentais, suas atitudes, orientá-las a desenvolver o pensamento sistêmico e coordenar o trabalho em equipe para que este seja produtivo e eficaz. Você sabe o que significa pensamento sistêmico? A teoria do pensamento sistêmico consiste em pensar sobre as partes de um sistema, suas interrelações entre as partes e qual a finalidade que o sistema visa alcançar, organizando as informações e pensando em como elas funcionam. Curiosidade Outro ponto importante é que compete aos líderes empresariais motivarem seus funcionários, para que tragam ideias e inovações para a empresa, oferecendo todo seu conhecimento e capital intelectual para a solução de problemas na empresa. O que é motivação? “A palavra motivação tem origem na palavra latina movere, que significa mover […] essa origem da palavra encerra a noção de dinâmica ou de ação que é a principal tônica dessa função particular da vida psíquica. Curiosidade A motivação é uma ferramenta imprescindível para as empresas e deve ser aplicada de forma prudente, não devendo ser utilizada somente motivação de forma financeira. Sendo assim, as lideranças devem motivar e oferecer condições para que as necessidades, objetivos e perspectivas das pessoas sejam supridas. Existem algumas crenças equivocadas em relação à motivação, ou seja: a crença de que uma pessoa possa literalmente motivar outra; a crença de que a pessoa é motivada como resultado da satisfação. Etc. Reflita Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 6 Uma equipe onde um indivíduo tem suas ideias sempre acatadas e recompensadas financeiramente, pode gerar uma espécie de “inveja” ou animosidade entre outro membro, que também possui boas ideias, mas estas nunca são postas em prática, nem tão pouco recompensadas. Observe no quadro a seguir a relação entre a motivação intrínseca e extrínseca: Modelo componencial de criatividade de Amabile Criatividade Processo criativo Ambiente de trabalho Componentes externos Componentes internos Motivação intrínseca Expertise Habilidade para criatividade Fonte: FARIA; VARGAS; MARTÍNEZ (2013, p. 13) Por fim, além de liderança e ambiente de trabalho motivador, a empresa também deve dispor de recursos, sejam eles financeiros, físicos e pessoais, para que o processo de inovação seja efetivo e possa trazer resultados para a organização, identificando a criatividade e estimulando competências. A Criatividade como aquisição de competências A criatividade precisa ser pensada no ambiente organizacional, através do compartilhamento de conceitos, métodos e competências de cada indivíduo, adequando-se ao histórico da empresa, à sua estrutura, missão, visão e valores. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 7 A competência pode ser compreendida como uma gama de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para que o indivíduo possa desenvolver suas tarefas e responsabilidades, usando a sua criatividade e seu poder de inovação. Fleury e Fleury (2000, apud Borges, 2010, p.36) adotam o conceito de competência como “um agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Senge (1998, apud Borges, 2010) aponta cinco tipos de competências que as empresas devem adotar em uma gestão criativa: • Pensamento sistêmico: observar relações entre fatos isolados, procurando pontos em comum; • Domínio pessoal: observar a realidade de forma objetiva; • Visão compartilhada: habilidades para encontrar e estimular o comprometi- mento de todos os envolvidos nos processos de inovação e criatividade; • Aprendizagem em equipe: estimular o diálogo entre as equipes de trabalho; • Modelos mentais: potencializar a criatividade e a aprendizagem nas orga- nizações. Em todas as atividades criativas que o ser humano desempenha necessita-se de estímulo de seus conhecimentos e habilidades, além de atitudes específicas para alcançar qualidade e excelência nos resultados. A gestão por competências tem como principal objetivo alinhar as metas e objetivos profissionais com os objetivos organizacionais. Existem dois tipos de competências: organizacionais e pessoais. As competências organizacionais são patrimônios das empresas, ou seja, conhecimentos adquiridos ao longo do tempo; ao passo que as competências pessoais podem ser caracterizadas como conhecimentos e habilidades que as pessoas adquirem em sua vida diária, capazes de agregar valor ao patrimônio de conhecimentos da organização. No quadro abaixo analisamos a competência dentro do conceito de conhecimentos, habilidade e atitudes. Licensed to ANDRÉ LUIZ DO AMORIM - leitespc@gmail.com - 118.414.068-56 8 Competências C H A Conhecimentos Habilidades Atitudes Saber Saber-fazer Querer-fazer O que se sabe, mas, não necessariamente se coloca em prática. O que se prática, tem-se experiência e domínio sobre. Constitui as características pessoais, que levam os indivíduos a praticarem ou não, o que conhecem e sabem. Fonte: Borges (2010, p. 41). Aliando criatividade e competências, foi criado um termo chamado árvore das competências, fazendo uma analogia das atitudes, conhecidos e habilidades com as raízes, o tronco, a copa e os frutos de uma árvore. Veja um pouco mais deste conceito no Quadro que segue. Árvore das Competências RAÍZES TRONCO COPA E FRUTOS Representada por atitudes Conhecimentos essenciais Habilidades • Curiosidade; • Ousadia; • Questionamento; • Inconformismo; • Persistência; • Imaginação; • Ludicidade. • Conceitos; • Informações sobre pensamento • Criativo; • Metodologia de resolução de problemas; • Técnicas de geração de ideias e resolução de problemas, • Teoria das inteligências múltiplas; • Teoria da quadratividade cerebral; • Movimentos criativos. • Usar ativadores de criatividade; • Gerar ideias variadas; • Transformar ideias em ação; • Apresentar ideias de forma convincente; • Agir com flexibilidade; • Possuir visão de futuro; • Enxergar o mundo com lentes de visão sistêmica. Fonte: Adaptado de Gramigna (2006) Por fim, existem ainda
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