Buscar

Ebook02 PRÁTICAS EM SERVIÇO SOCIAL


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Autoria: Dr. Marcone Costa Cerqueira
Revisão técnica: Ma. Carmen Suely Cavalcanti de Miranda
PRÁTICAS EM SERVIÇO SOCIAL IV
ASSESSORIA,
CONSULTORIA E
SERVIÇO SOCIAL:
COMO PENSAR,
INTERVIR E
FORTALECER A
TEMÁTICA?
Introdução
O assistente social é um pro�ssional solidamente formado a partir de uma gama
de conhecimentos, sendo assim, apto a intervir em diversas áreas da
organização social. Como intervir de maneira consciente e pro�ssionalmente
engajada em um ambiente privado? A prática do assistente social, ética e
politicamente comprometido com os fundamentos da pro�ssão, �ca limitada
fora do contexto público institucional?
Precisamos compreender os constitutivos de uma prática pro�ssional que alie a
autonomia da pro�ssão e os direcionamentos éticos e políticos que a
fundamenta.
Nesse sentido, como pensar a atuação pro�ssional diante da realidade
econômica atual e do fortalecimento do setor privado? Buscando um
entendimento destas e de outras questões relativas à atuação do pro�ssional no
campo privado, neste capítulo nos dedicaremos ao estudo da temática da
assessoria e consultoria no Serviço Social. Para esta �nalidade, no primeiro
tópico abordaremos a diferenciação entre assessoria e consultoria, delineando o
lugar de cada uma na realidade do Serviço Social.
No segundo tópico levaremos a discussão para o campo da atuação pro�ssional
enquanto atividade autônoma lastreada por um amplo conhecimento teórico e
prático. Em seguida, no terceiro tópico buscaremos compreender a importância
da regulamentação da pro�ssão de assistente social e as competências e
possibilidades inerentes ao pro�ssional desta área.
Por �m, no quarto tópico nos centraremos na temática da consultoria,
abordando a complexidade de se analisar e diagnosticar ações e intervenções
necessárias em um contexto pro�ssional.
Esperamos que, ao concluir este estudo, você possa tecer sua opinião sobre
esta temática, a partir da compreensão das questões aqui abordadas,
empregando-as em sua própria prática pro�ssional.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 57 minutos.
2.1 Assessoria e consultoria em Serviço Social
Dentro da ampla gama de atuação do assistente social é imprescindível ter uma
visão clara dos diversos modos como se organiza sua prática. Neste sentido,
faz-se necessário o delineamento das principais maneiras de tornar coerente
sua atuação, enquanto pro�ssional liberal, e sua condição de agente político-
social engajado eticamente com os princípios norteadores de sua pro�ssão.
Sua atuação se dá de maneiras distintas, no entanto, valendo-se sempre de sua
formação teórica e de sua capacidade prática. As atividades de consultoria e
assessoria são duas das maneiras pelas quais o assistente social desempenha
sua prática pro�ssional, sendo por isso necessário de�nir cada uma delas. 
Nos modernos moldes organizacionais das empresas e instituições do setor
privado, os serviços externos, quali�cados, de pro�ssionais de diversas áreas
têm sido amplamente utilizados.
O primeiro fator a contribuir para este fenômeno é a di�culdade em se ter, dentro
do organograma de uma empresa, todos os pro�ssionais necessários para lidar
com os inúmeros fatores envolvidos no processo comercial ou de produção.
Uma vez que o principal fator transitório de constituição de uma empresa é seu
corpo de funcionários, �ca impraticável manter um quadro de especialistas em
todas as áreas envolvidas no atendimento às necessidades de tais funcionários.
Sejam elas necessidades psicológicas, de saúde física ou mesmo demandas
sociais e assistenciais.
2.1.1 Definindo o processo de consultoria
Figura 1 - As consultorias empreendidas no âmbito privado são direcionadas para detectar carências
específicas das empresas e elaborar um plano de ação para saná-las
Fonte: tsyhun, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia aproximada de um
profissional segurando um tablet em cima de
uma mesa. Aparece apenas até seus braços. Há
outros dois profissionais mais ao fundo,
desfocados, bem como alguns papéis do lado
direito, em cima da mesa.
Dentro deste contexto, tem sido cada vez mais utilizada a ferramenta da
consultoria externa, ou mesmo a contratação temporária de pro�ssionais que
possam traçar um quadro especializado de carências especí�cas das empresas.
De acordo com Rodrigues (2005), o discurso e a prática da
responsabilidade social das empresas vêm se tornando um
valor de organização priorizado, principalmente entre
empresas do terceiro setor. 
Empresas especializadas em consultoria das mais diversas áreas têm ganhado
um enorme mercado. Podemos citar as consultorias nas áreas de psicologia,
saúde ocupacional, terapias ocupacionais, educação pro�ssional etc. Entre
essas áreas, o Serviço Social tem também se inserido como pro�ssão liberal
utilizada neste processo de demanda de consultorias e assessoria.
O segundo fator a contribuir para este processo é a busca de uma abordagem
autônoma e imparcial por parte das consultorias contratadas, ou seja, que não
haja nenhum tipo de interesse corporativo na análise de demandas. Em vista
Podemos a�rmar que esse campo tem se expandido
grandemente nas últimas décadas, principalmente em vista de
se limitar o ônus com contratações de pro�ssionais
permanentes, o que visa, por parte das empresas, diminuir os
gastos com pessoal e encargos trabalhistas.
 Na esteira dessa tendência, muitas pro�ssões liberais têm
sido utilizadas para a so�sticação e ampliação dessa
realidade de atendimento empresarial.
Já na década de 1940, as empresas contavam indiretamente com a
atuação do Serviço Social, principalmente por meio da Previdência Social,
dos centros sociais e dos serviços públicos. Essa atuação era de cunho
assistencialista, e visava amparar o empregado do comércio e da
indústria em suas demandas de saúde, prevenindo a adesão desses
trabalhadores às chamadas “ideologias estranhas” vindas da Europa após
a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), principalmente o socialismo
(CANÔAS, 1982).
VOCÊ SABIA?
disto, pode-se asseverar que o interesse das empresas nesta ferramenta é
simplesmente a objetividade dos dados e o diagnóstico do que deve ser feito
para otimização dos resultados. A partir dos dois fatores apontados como
interessantes às empresas – redução de custos e otimização de resultados por
meio de análise diagnóstica –, podemos começar a entender qual seja a
de�nição de uma consultoria nos moldes empregados pelos setores privados.
A consultoria, dentro do contexto que tentamos demonstrar, funciona como
ferramenta de análise e diagnóstico das carências e demandas especí�cas de
uma empresa em determinado aspecto ou área. Se determinada empresa tem
di�culdades em gerir seu setor �nanceiro, não querendo ampliar o quadro de
funcionários deste departamento, ela contrata uma consultoria especializada
que fará um balanço de todas as suas movimentações �nanceiras. Neste
processo, espera-se que a consultoria analise todos os aspectos envolvidos e
direcione uma solução, ou ao menos aponte as mudanças e ajustes a serem
aplicados.
Por esta de�nição, podemos entender que o trabalho de consultoria se limita a
coletar informações, analisá-las e indicar os pontos falhos e as possíveis
soluções em problemas especí�cos e objetivos. “Signi�ca também a ação de dar
ou apresentar parecer sobre algum assunto, sendo entendido como consultor
aquele que desenvolve essas ações, ou seja, que dá parecer sobre assunto de
sua especialidade” (MATOS, 2010, p. 31).
Nesse sentido, toda consultoria é direcionada, não extrapolando o tema e o
problema ao qual se destina. Caso seja necessária uma análise mais prolongada
e aprofundada, ou caso a consultoria se amplie em termos de treinamentos,
atendimentos e intervenções, ela pode se tornar uma assessoria.
No próximo item buscaremos apresentar o delineamento do processo de
assessoria e suas diferenças em relação à consultoria.
Se �zermos uma analogia livre sobre a relação entre as modalidades de
consultoria e assessoria, podemos aludir a uma consulta médica. Nesta
analogia, a consultoria seriaa primeira consulta, na qual o médico solicita os
exames com os quais indicará o diagnóstico do paciente; a assessoria seria
mais próxima do tratamento ao qual o médico submeterá o paciente. Dessa
maneira, o que buscamos ilustrar de forma simples é que a assessoria se
estende a termos mais amplos e objetivos, que por isso são mais demorados, e
devem apresentar maior grau de planejamento e intervenção.
2.1.2 Definindo o processo de assessoria
No processo de assessoria, que em geral é precedido por uma consultoria prévia
do próprio assessor ou outro pro�ssional, a intervenção é direta, e pode se dar
de forma mais prolongada. Como já mencionado, esse processo visa sanar
alguma de�ciência na organização da empresa, a qual apresenta re�exos claros
no próprio andamento dos processos produtivos ou comerciais. Porém, sua
principal vantagem para a empresa é o fato de ter uma assessoria especializada
e imparcial, o que limita a possibilidade de interferência de interesses ou
disputas.
A obra “Assessoria, Consultoria & Serviço Social”, organizada por Maria
Inês S. Bravo e Maurílio Costa de Matos (2010), traz diversos textos que
tratam dos dilemas e desa�os de se re�etir, na prática, os princípios ético-
políticos da pro�ssão. Tais desa�os são percebidos no trabalho do
assistente social, que busca atuar em um cenário econômico dominado
pelo capital e pela forte atuação de empresas privadas. 
VOCÊ QUER LER?
Sendo o ato de assessorar identificado como uma ação que
auxilia tecnicamente outras pessoas ou instituições, graças a
conhecimentos especializados em determinado assunto,
assim, o assessor é tido como um assistente, adjunto, auxiliar
ou ajudante que detém conhecimentos que possam auxiliar a
quem assessora (MATOS, 2010, p. 32). 
Porém, é preciso salientar que tratamos aqui da assessoria no âmbito do Serviço
Social, ou seja, o que é bem distinto de uma assessoria, por exemplo, no âmbito
da contabilidade. Nesta última, a assessoria prestada será direcionada para
avaliar dados, informações, planilhas, sanar falhas e carências, direcionando um
processo de reorganização.
No caso de uma assessoria no âmbito social empreendida no setor privado, as
questões não podem ser restritas ao ambiente laboral. Os indivíduos, na
condição de funcionários, são pessoas com vivências próprias e cargas sociais
distintas. Segundo Friedmann (1972), conclusões codi�cáveis ou imediatamente
perceptíveis, não podem ser tiradas aleatoriamente da realidade de trabalho dos
indivíduos, uma vez que seja necessária a compreensão das demais relações
humanas dentro da empresa.
Sendo assim, a assessoria pro�ssional no Serviço Social, como buscaremos
demonstrar, não pode ser apenas uma análise técnica de demandas sócio-
assistenciais que visem apenas à otimização do trabalho. Muito menos pode ser
direcionada somente por obrigações jurídicas que precisam ser observadas
pelas empresas em suas relações com seus funcionários.
Diante disto, a assessoria pro�ssional empreendida pelo assistente social é
passível de especi�cidades que devem ser tratadas ao longo deste estudo. No
entanto, é preciso compreender que o mercado de trabalho segue diretrizes que,
na maioria das vezes, contradizem os princípios éticos e políticos que
fundamentam a pro�ssão do assistente social. Tais situações e impasses
devem ser tratados de maneira pro�ssional e buscando sempre um
direcionamento que garanta o atendimento às demandas dos empregados.
Figura 2 - No processo de assessoria, o profissional estabelece um projeto que será gerido de acordo com
as carências e objetivos detectados na consultoria, agindo conjuntamente com a equipe da empresa
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um grupo de
pessoas sentado ao redor de uma mesa. No
centro, há um homem mais velho de pé, falando
algo para uma pessoa à esquerda. Em cima da
mesa, há papéis, cadernos, livros e um vaso de
planta. Ao fundo, encontramos um quadro negro
na parede com um esquema sobre organização,
em que temos administrativo, missão, direção
(ou equipe gestora), relacionamentos e visão e
políticas de ensino.
Em sentido amplo, as assessorias em todos os âmbitos devem compor uma
intervenção direta na realidade organizacional das empresas, seja a partir de
treinamentos, palestras, pareceres, entrevistas, representações jurídicas ou
contábeis e demais ações. Ao contrário das consultorias, nas quais o
pro�ssional não age diretamente na realidade da empresa, na assessoria a ação
se dá de forma direta, planejada, e visando resultados que possam justi�car sua
intervenção.
No próximo tópico buscaremos deslindar as ditas especi�cidades do assistente
social enquanto pro�ssional liberal que presta serviços de consultoria e
assessoria.
O assistente social é reconhecidamente um pro�ssional que domina diversos
conhecimentos compartilhados com diversas áreas do saber, principalmente
das ciências humanas. Sua condição de pro�ssional liberal o habilita a transitar
em diferentes espaços ocupacionais, sendo, no entanto, direcionado por um
código de ética claro e universalmente aplicável em todas as suas áreas de
atuação.
Podemos dizer que este é o aspecto de autonomia pro�ssional do assistente
social, sendo também seu norte nos processos de intervenção, tanto no âmbito
público quanto privado. Neste tópico analisaremos estes aspectos e
ampliaremos nossa discussão sobre a temática da assessoria e consultoria.
Ao tratarmos da questão relativa à condição de pro�ssional liberal, é preciso
afrontar dois problemas: o primeiro, combater a ideia de que liberal é o mesmo
que autônomo; o segundo, o engano de que o termo liberal signi�ca algum tipo
de descompromisso com os fundamentos ético-políticos que norteiam a
pro�ssão. Certamente que estas distinções devem apontar para uma autonomia
pro�ssional que se fortaleça pelo claro direcionamento político do código de
ética da pro�ssão, mas que não se limite a uma leitura alijada da realidade
político-econômica atual.
Em relação ao primeiro problema, devemos compreender a diferença entre
pro�ssional autônomo e pro�ssional liberal. No primeiro caso, o pro�ssional
trabalha por conta própria, prestando serviços ou comercializando mercadorias,
sem qualquer tipo de vínculo empregatício. Podemos citar como exemplo os
pro�ssionais autônomos da construção civil, tais como pedreiros, pintores,
marceneiros, eletricistas, assim como vendedores informais e demais
prestadores de serviços. É bom fazer uma alusão à própria raiz do termo
“autônomo”, auto, que vem do grego e signi�ca “[...] noção de próprio, de si
2.2 A atuação profissional no campo da
assessoria e consultoria
2.2.1 O assistente social como profissional liberal
próprio, por si próprio” (PRIBERAM, 2018, s. p.). Em sentido jurídico, tais
pro�ssionais não possuem vínculos empregatícios ou normativos com as
pessoas, físicas ou jurídicas, que tomam seus serviços.
Em geral, estes pro�ssionais autônomos não estão sujeitos a uma �scalização
por parte de órgãos representativos, também não possuem um código de ética e
conduta, nem uma hierarquia representativa – sendo estas as principais
distinções entre a categoria de autônomo e a de pro�ssional liberal. Dessa
forma, a regulamentação que suporta a categoria de pro�ssional liberal deve
expressar um direcionamento que norteie a prática da pro�ssão e, ao mesmo
tempo, garanta a autonomia na prestação do serviço, caso este serviço se dê de
forma autônoma.
Tomemos a de�nição de pro�ssional liberal de acordo com o art. 1.º da
Confederação Nacional de Pro�ssionais Liberais (CNPL, 2015, s. p.):
Nestes termos, o pro�ssional liberal não é despregado de um compromisso
normativo e norteador da pro�ssão, ao contrário, é exatamente a predominância
dos princípios normativos que o deixa em condição de exercer sua prática. No
caso do assistente social, os princípios normativos da pro�ssão devem ter
prioridade sobre outros dispositivos que possam, de alguma forma, limitar a
atuação deste pro�ssional. Haja vista que a prática do assistente social nãoestá
presa a rotinas e limitações políticas e econômicas, ela deve ser resguardada em
suas prerrogativas de intervenção e proposição de ações e projetos.
[...] aquele legalmente habilitado a prestação de serviços de
natureza técnico-científica de cunho profissional com a
liberdade de execução que lhe é assegurada pelos princípios
normativos de sua profissão, independentemente de vínculo de
prestação de serviços.
Em decorrência da necessidade de resguardar o caráter pro�ssional da prática
do assistente social enquanto pro�ssional liberal, se faz necessário sanar o
equívoco de se intuir que tal condição de liberal implica uma falta de
direcionamento ético-político. O Código de Ética da pro�ssão é bem claro em
suas diretrizes e princípios, como apontam Barroco e Terra (2012, p. 53):
A relação pro�ssional do assistente social com um empregador público ou
privado não o desprende de suas obrigações com os princípios normativos da
pro�ssão; dessa forma seu caráter de pro�ssional liberal está garantido pelas
prerrogativas que estes mesmos princípios normativos lhe asseguram.
No próximo item nos deteremos mais centralmente na questão da autonomia do
assistente social e em sua atuação na esfera privada enquanto consultor ou
assessor. 
Podemos a�rmar que uma das questões que mais se discute dentro do tema da
prática pro�ssional do assistente social, tanto no âmbito público quanto privado,
é a de sua autonomia enquanto trabalhador assalariado. Em diversos momentos
a principal crítica se volta para a dicotomia entre resguardar o interesse dos
usuários e suas demandas em detrimento aos interesses e objetivos das
empresas e empregadores. Conforme comenta Baptista (2000, p. 33):
2.2.2 A autonomia do assistente social
O CE se organiza em torno de um conjunto de princípios,
deveres, direitos e proibições que orientam o comportamento
ético profissional, oferecem parâmetros para a ação cotidiana
e definem suas finalidades ético-políticas, circunscrevendo a
ética profissional no interior do projeto ético-político e em uma
relação com a sociedade e a história.
Parece claro, de acordo com o comentário do autor supracitado, que não se
pode simpli�car em termos maniqueístas a atuação do assistente social no
âmbito privado. No entanto, o erro oposto também não pode ser cometido,
aquele de acreditar que o trabalho de consultoria ou assessoria, por ser de
caráter em geral temporário, não implica um posicionamento ético-político
engajado com os princípios norteadores da pro�ssão. É necessário
compreender o contexto mais amplo que garante ao assistente social uma
autonomia enquanto pro�ssional liberal.
Sendo detentor de um conhecimento solidamente fundado tanto na teoria
quanto na prática, o assistente social tem a capacidade de compreender que
nenhuma intervenção ou proposição de projeto social é baseada em situações
aleatórias. Ao ser incumbido da tarefa de analisar e detectar demandas sócio-
assistenciais em determinado espaço ocupacional, o pro�ssional não pode
perder a perspectiva de que não existe apenas uma dimensão a ser avaliada, ou
seja, o espaço laboral. É preciso pautar-se pelos próprios princípios ético-
políticos da pro�ssão, tendo uma compreensão alargada do contexto no qual
aquela atividade econômica ou produtiva está inserida. Em outras palavras,
signi�ca não se prender a termos locais, restritos apenas à realidade da empresa
na qual o pro�ssional está intervindo, é preciso ter uma consciência social de
Essa polaridade, de certa forma, coloca muitas vezes o
profissional perante o que parece ser um falso dilema: atender
à demanda tal como ela se coloca, o que, para ele, significaria
colocar-se do ; ou desenvolver trabalhos
em sintonia com os reclamos da 
dos serviços, de costas para a instituição, o que caracterizaria
seu posicionamento do . Este é um
falso dilema na medida em que aponta para a negação pura e
simples da contradição inerente à prática profissional,
.
lado do empregador
população demandatária
lado da população usuária
dicotomizando-a
conjunto, entendendo que aqueles usuários que serão atendidos naquela
empresa fazem parte de uma classe trabalhadora que não pode ser vista
isoladamente.
Esta percepção deve se traduzir em proposições que direcionem a consultoria
ou assessoria para o atendimento das demandas percebidas entre os
funcionários daquela empresa ou instituição contratante. No entanto, re�etindo
o entendimento de que não se trata de uma “queda de braço” local entre usuário
e empregador, mas de uma realidade social que perpassa todas as relações
daqueles indivíduos enquanto classes sociais.
Quando é dada ao pro�ssional a prerrogativa de construir seu parecer, de aplicar
seus conhecimentos teórico-práticos, ele deve fazê-lo com a autonomia que lhe
é garantida por tais conhecimentos e pelo código pro�ssional que o resguarda. 
Louis Althusser foi um �lósofo e pensador político francês, de in�uência
marxista, tendo como principal objeto de crítica a disputa ideológica e o
aparelhamento ideológico do Estado. Segundo ele, a busca da anulação
da luta de classes a partir da individualização do sujeito em seu meio
social é um processo de construção ideológica burguesa, reproduzida nos
aparelhos do Estado. Dessa forma, a ideologia burguesa busca
desagregar os indivíduos, evitando uma tomada de consciência de classe,
principalmente entre a classe trabalhadora (ALTHUSSER, 1986).
VOCÊ O CONHECE?
Figura 3 - Diante de conflito de interesses entre os objetivos do empregador e as necessidades dos
empregados, o assistente social deve ter a autonomia de fazer valer seu conhecimento teórico-prático
Fonte: hafakot, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma martelo de
juiz ao lado de um papel com a escrita "conflito
de interesses".
Considerando essas colocações, devemos intuir que o conhecimento teórico-
prático do pro�ssional o capacita a impor, de forma ética, um direcionamento
que se estabelece com autoridade. Segundo Freire (2010), o espaço da área de
trabalho no setor privado é um ambiente de disputas, no qual o pro�ssional tem
relativa autonomia, podendo favorecer mais os trabalhadores ou a empresa
contratante. É o seu conhecimento e sua expertise que lhe garantem tal
autoridade pro�ssional, amparados por um código de conduta que regula sua
prática. Nesses termos, o assistente social não deve se intimidar com o fato de
haver uma clara resistência, por parte dos empregadores, em implementar
projetos que atendam às demandas dos usuários.
No item seguinte buscaremos tratar deste aspecto relativo à autoridade
pro�ssional re�etida pelo conhecimento do assistente social.
2.2.3 O conhecimento interdisciplinar do assistente social e as
possibilidades de atuação
Quando pensamos em quão extensa é a abrangência de possíveis áreas de
atuação do pro�ssional do Serviço Social, não podemos deixar de nos
remetermos à base interdisciplinar que compõe sua formação. Certamente não
temos o espaço necessário para apresentar todas as composições desta
formação, no entanto, é precioso destacar que o Serviço Social na
contemporaneidade é uma área do conhecimento que abarca a contribuição de
outras áreas, principalmente das ciências humanas e humanas aplicadas. Desde
a sociologia até a psicologia e a �loso�a, com forte diálogo com a pedagogia, as
ciências políticas e até mesmo com a saúde.
Nesse sentido, o que buscamos ressaltar é que o assistente social não é um
pro�ssional cuja atuação pode ser restrita ao conhecimento técnico-operativo,
sua base de formação é diversi�cada, mas com a característica de ser
solidamente direcionada por princípios ético-políticos bem delineados.
Figura 4 - A sólida formação do assistente social o capacita a atuar em diversos espaços ocupacionais,
sempre mantendo a coerência e o direcionamento dos princípios que guiam a profissão
Fonte: Rei Imagine, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um quebra-
cabeças com peças brancas. Uma das peças está
na mão de uma pessoa à direita. No espaço que
deveriaencaixar a peça há um fundo vermelho
com a escrita "código de conduta".
Tal caráter de formação e abrangência de atuação permite ao assistente social
inserir-se em diversos espaços ocupacionais, tendo ferramentais teóricos e
práticos próprios para sua atuação pro�ssional.
É interessante frisar que em âmbito privado, a principal preocupação das
empresas em contratar uma consultoria ou assessoria do Serviço Social está
relacionada a obrigações legais de atendimento ao bem-estar do empregado.
Sendo assim, �ca claro que o direcionamento do que se espera, por parte desses
entes privados, de tal atuação do assistente social é bem delineado por políticas
de gestão e práticas administrativas.
Essa é uma frente de atuação que se fortalece bastante no decorrer dos anos da
inserção do Serviço Social no setor privado, principalmente por conta da
necessidade de implementação, orientação e gestão do acesso às políticas
sociais e do acesso dos empregados aos serviços sociais disponíveis. Porém,
esta con�guração não pode ser majoritária, muito menos implicar um
engessamento da prática pro�ssional do assistente social.
A assessoria do assistente social, independentemente da área, deve ser
direcionada, entre outros, por dois fatores primordiais: primeiro, o código de
ética da pro�ssão; segundo, seu conhecimento sobre as políticas públicas de
acesso dos usuários aos seus direitos.
Para Matos (2010), a discussão dos temas de consultoria e
assessoria no Serviço Social aponta para a maturidade do
projeto ético-político da pro�ssão, rea�rmando a
importância cada vez maior que o pro�ssional desta área
vem conquistando. Nesse sentido, podemos indicar
algumas áreas nas quais o assistente social pode atuar
como consultor ou assessor: da saúde, da educação, do
lazer, na coordenação de projetos sociais, nos movimentos
sociais, nas entidades públicas e privadas em geral.
Segundo a experiência do Serviço Social da Indústria (SESI)
de Santa Catarina, quando da implantação de uma
proposta de assessoria e consultoria a partir do Serviço
Social, entre novembro de 1994 e junho de 1995, veri�cou-
se que a ação se desenvolvia mais junto às áreas (90%) do
que junto às organizações (10%). Sendo que 75% eram
ações de assessoria, das quais 31% se concentravam junto
à coordenação (JOOS; PEREIRA, 1998).
A partir da responsabilidade social das empresas, principalmente daquelas cuja
área de  produção ofereça riscos insalubres aos funcionários ou riscos
poluentes ao meio ambiente, a presença de um assistente social é
imprescindível. É este pro�ssional que vai garantir o acesso dos usuários a seus
direitos e direcionar ações das próprias da instituição empregadora, visando o
bem-estar dos funcionários e da comunidade na qual esta empresa está
inserida.
Pode-se a�rmar que essa é uma das realidades que mais contribuem para o
aumento da demanda de serviços de consultoria e assessoria na área do Serviço
Social, ou seja, a preocupação das empresas em cumprirem seu papel de
responsabilidade social.
A obra “O Serviço Social na reestruturação produtiva”, de Lúcia Freire
(2003), aborda de maneira clara a questão da inserção do Serviço Social
nas novas tendências de possibilidades para a atuação dos pro�ssionais
desta área, principalmente em vista do desa�o da atuação em grandes
empresas e da ruptura com o conservadorismo. A autora também discute
temas como o neoconservadorismo e os rebatimentos da
reconceituação.           
VOCÊ QUER LER?
No Brasil, as duas principais instituições que trabalham o tema
utilizam denominações distintas: o Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada) usa o termo ‘ação social das empresas’,
enquanto o Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas)
fala em ‘investimento social privado’ (RODRIGUES, 2005, p. 52).
As possibilidades de atuação do assistente social na consultoria e na assessoria
para entidades privadas e públicas são enormes, como buscamos demonstrar,
diante de seu caráter de pro�ssional liberal, resguardada sua autonomia e sua
formação interdisciplinar. Seja na atuação em áreas especí�cas, seja em
empresas distintas, a prática do pro�ssional do Serviço Social se dá de forma
direta.
  No próximo tópico abordaremos mais detidamente o aspecto regulador da
pro�ssão e suas diretrizes para a atuação do assistente social enquanto
consultor ou assessor.
Trataremos neste tópico sobre dois dos fatores primordiais para a atuação do
pro�ssional liberal, que são a regulamentação da pro�ssão e a construção
coletiva, classista, de princípios norteadores para a prática pro�ssional.
Para tanto, buscaremos traçar um quadro evolutivo no sentido de ressaltar as
conquistas, mas também demonstrar alguns dos desa�os ainda latentes, tendo
o direcionamento de abordar a questão da atuação pro�ssional nas
modalidades de consultoria e assessoria.
Ao observarmos o longo período de desenvolvimento do Serviço Social
enquanto pro�ssão, nos depararemos com problemas de delimitação de
atuação, de nomenclatura e até mesmo de embasamento teórico.
Sendo assim, parece mais prudente e produtivo apresentar alguns dos traços
que nos interessam a respeito da atuação nos setores privado e público, e nas
modalidades de consultoria e assessoria. Interessa-nos, também, compreender
a importância da Lei n. 8.662, de 7 de junho de 1993, bem como seus intrínsecos
desdobramentos na atuação do pro�ssional do Serviço Social (BRASIL, 1993).
Levando em consideração a opinião de Iamamoto e Carvalho (1988), o período
compreendido entre o pós-guerra (a partir de 1945) e as décadas subsequentes
até a última década do século XX, apresenta forte crescimento orgânico do
Estado e intenso crescimento econômico das indústrias e dos demais setores
produtivos. Neste quadro, o Estado passou a assumir o papel de cuidar do
2.3 A Lei n. 8.662, de 7 de junho de 1993, que
regulamenta a profissão de assistente social, e
o lugar da assessoria e consultoria
2.3.1 A realidade do Serviço Social como profissão antes da
década de 1990
disciplinamento e da reprodução da força de trabalho, oferecendo aos
trabalhadores condições mínimas de sobrevivência e circunstâncias favoráveis,
essenciais para garantir tal reprodução do trabalho.
Neste processo, as instituições assistenciais desempenharam fundamental
importância. O que podemos intuir desta descrição é o fato de que o Serviço
Social, tal qual se tinha estruturado em sua fase inicial, nos meados do século
XX, servia mais como “amortecimento” para as reais demandas e lutas do
proletariado (IAMAMOTO; CARVALHO, 1988).
Este quadro foi marcado por um conservadorismo que em todos os sentidos
tornava super�cial a real abrangência e importância de uma intervenção do
Serviço Social. Até a década de 1990, mesmo depois de intensas mudanças e
movimentos no interior do Serviço Social, tais como a reconceituação, os
documentos de Araxá, Sumaré e Teresópolis, a modernização da relação entre
teoria e prática, faltava um ponto de regulamentação mais politizado. Neste
sentido, faltava um suporte político-legal, teoricamente engajado, que desse ao
Serviço Social uma base ético-normativa que ampliasse a atuação do
pro�ssional no quadro social da divisão do trabalho.
Importante fazer aqui uma ressalva, não é o caso de que faltasse um dispositivo
legal, uma vez que códigos de ética da pro�ssão existem desde 1947. A primeira
lei brasileira a regulamentar a pro�ssão foi a Lei n. 3.252, de 1957; seguiram-se
depois os Códigos de Ética de 1965 e 1975, havendo uma reformulação em 1986
(BARROCO; TERRA, 2012).
Na década de 1990, diversos avanços foram conquistados pelo Serviço
Social através de órgãos representantes da categoria, principalmente por
meio do processo democrático de reestruturação das políticas sociais do
Estado, provenientes da promulgação da nova Constituição de 1988.
Pode-se citar a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei
Orgânica da Saúde, bem como a Lei Orgânica da Assistência Social
(JOOS; PEREIRA, 1998).
VOCÊ SABIA?
Porém, a revogação da Lei n. 3.252/1957 e a promulgação da Lei n. 8.662, em
1993,tendo como destaques a politização, a construção coletiva, o
fortalecimento das entidades representativas, a profunda ruptura com o
conservadorismo (o que já vinha se intensi�cando desde 1986), trouxe um
instrumento político-legal que fortaleceu o caráter ético-político da pro�ssão.
Estes fatores contribuíram para um fortalecimento tanto das bases teóricas
quanto dos direcionamentos práticos da pro�ssão, sendo o campo da
consultoria/assessoria um alargamento proporcionado por este processo
(BRASIL, 1993).
No próximo item nos debruçaremos sobre a análise sucinta dos avanços e
desa�os, posteriormente sobre a descrição das atribuições e competências.
A partir do que tratamos até o momento, podemos direcionar uma análise sobre
as questões relativas à atuação do pro�ssional do Serviço Social dentro de uma
esfera privada, tendo como ponto de referência a realidade de uma
regulamentação pro�ssional que se caracteriza por seu caráter ético-político.
Os avanços, como de�nidos anteriormente, podem ser entendidos a partir do
viés téorico-prático no qual se destaca a questão do aprofundamento político
dos princípios que norteiam a pro�ssão.
A própria condição das relações de forças políticas e econômicas, a partir da
década de 1990, empurra a realidade do Serviço Social para outro patamar,
sendo necessária cada vez mais uma postura clara e teoricamente
fundamentada. Dessa maneira, os avanços conquistados a partir da
regulamentação de 1993, ancorados em uma reestruturação política, ética e
normativa – não só da pro�ssão, mas do próprio entendimento das estruturas
sociais –, trouxeram também desa�os.
2.3.2 Os avanços e desafios de uma regulamentação
profissional
Figura 5 - O fortalecimento do caráter político e coletivo do Código de Ética do Assistente Social
proporcionou uma discussão mais ampla acerca da inserção deste profissional no cenário político-
econômico atual
Fonte: garagestock, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de diversas pessoas
segurando um balão de fala vermelho com a
escrita "ética" no centro.
Ao ampliarmos a atuação do pro�ssional do Serviço Social, principalmente em
condições de trabalho assalariado e até mesmo temporário, ampliamos também
o grau de discussão que se deve empreender para que o caráter liberal da
pro�ssão não a deixe, em certo sentido, alienada de sua estrutura básica de
atuação no contexto político-econômico da sociedade. A própria experiência de
se alargar o campo de atuação do assistente social, empreendendo consultorias
e assessorias nos setores privado e público, representa um desa�o que deve ser
tratado, com coerência e ampla discussão ética e política, pela pro�ssão.
Deve se ter clara a percepção de que a �nalidade da empresa não é a mesma da
atuação pro�ssional do assistente social que se compromete com os princípios
da pro�ssão. Como já dissemos, não se trata de fazer uma leitura maniqueísta,
mas é necessário resguardar a coerência ideológica representada
historicamente nas relações sociais de força.
Como aponta Canôas (1982, p. 74):
Certamente que esse é um desa�o posto na prática do assistente social que
atua na consultoria e na assessoria a empresas privadas, e mesmo naquelas
públicas onde a gestão é exercida de modo restritivo. Não se pode ter uma visão
parcial da questão, o Código de Ética da pro�ssão, em seus estabelecimentos
éticos e políticos, reforça este entendimento teórico-ideológico de que o
trabalhador deve ser orientado em vista de sua emancipação política e social,
principalmente a partir de sua atividade produtiva.
O termo emancipação é utilizado aqui no sentido de tomada de consciência,
reconhecimento de sua própria realidade e, principalmente, reconhecimento de
seus direitos sociais. O processo de consultoria/assessoria pode ser a porta
para que o assistente social “force”, junto ao empregador, a implementação de
dispositivos que favoreçam esse processo junto aos trabalhadores.
O que buscamos ressaltar é exatamente a clareza que o assistente social deve
ter ao se empreender o trabalho de consultoria ou assessoria, tendo como
norteador o Código de Ética da pro�ssão. Ele deve pautar-se por uma
abordagem que lhe permita identi�car de forma concreta as demandas dos
trabalhadores envolvidos no processo, e propor um plano de intervenção e
assessoria que contemple tais demandas.
No item seguinte, indicaremos as atribuições e competências do assistente
social, a partir do Código de Ética, no processo de consultoria e assessoria.
2.3.3 Atribuições e competências do assistente social
A empresa capitalista espera que a ação do Serviço Social
obtenha do trabalhador novos comportamentos adaptativos,
mais ajustados à exploração em que se vê submetido. Não
podemos esquecer que o Serviço Social deve realmente
colocar-se a serviço do trabalhador na empresa. Não
adaptando-o a novos comportamentos, mas facilitando-lhe os
meios de obter uma visão crítica de sua realidade.
Buscaremos apontar, objetivamente, os principais pontos do Código de Ética da
pro�ssão acerca das competências e atribuições do assistente social em
relação à consultoria e assessoria. Segundo Joos e Pereira (1998), ao se
confrontar as bibliogra�as da área de Administração com as do Serviço Social,
percebe-se que o principal diferencial na prestação de assessoria deste último é
trabalhar as relações sociais.
O assistente social, na assessoria, não é um “executador” de tarefas ou projetos,
mas um pro�ssional que realiza ações quali�cadas e de conteúdo social. Por
este viés, podemos intuir que a fonte de tal diferencial são exatamente os
princípios que direcionam sua prática pro�ssional, ou seja, seu código ético e
político.
Segundo o Código de Ética (CFESS, 2012, p. 44-45), temos as seguintes
descrições de competências do assistente social:
Art. 4.º Constituem competências do Assistente Social:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais
junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta,
empresas, entidades e organizações populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e
projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social
com participação da sociedade civil;
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos
sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos
mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da
administração pública direta e indireta, empresas privadas e
outras entidades, com relação às matérias relacionadas no
inciso II deste artigo;
Ressaltamos o inciso I para argumentar que a abrangência do Serviço Social não
está restrita ao serviço público ou às ações assistenciais governamentais de
qualquer nível, direto ou indireto. Fazem parte do leque de atuação do assistente
social, instituições, entidades e organizações populares (ONGs, sindicatos,
instituições �lantrópicas, associações etc.).
Sobre o inciso II, podemos argumentar que o Serviço Social é reconhecido como
área especí�ca de conhecimento, o qual possui um fundamento teórico e
prático, tanto na elaboração quanto na execução de projetos junto à sociedade
civil.
  Em relação ao inciso V, é correto a�rmarmos que o pro�ssional do Serviço
Social deve ser um profundo conhecedor dos meandros legais que perpassam
todos os níveis sociais. Ou seja, seu conhecimento teórico deve abarcar todos
os dispositivos legais que podem, e devem, ser usados para garantir o acesso
dos usuários aos seus direitos.
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em
matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na
defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; [...]. 
Figura 6 - O assistente social, tanto no processo de consultoria quanto de assessoria, deve ter sempre em
perspectiva a garantia e o acesso dos usuários aos direitos sociais, políticos e legais
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma pilha com
três pastas, uma em cima da outra. Na pasta do
meio, está escrito"documentos legais". Na mesa
em que estão apoiadas, encontramos um
notebook à esquerda, desfocado, e um fundo
com plantas.
Sobre os incisos VIII e IX, podemos asseverar que direcionam claramente as
prerrogativas referentes às modalidades de consultoria e assessoria. Devemos
aí ressaltar a premissa de se resguardar os direitos políticos, sociais da
coletividade, bem como a participação da sociedade civil, como indica o inciso
II. Neste ponto devemos fazer uma diferenciação em relação ao que se
denomina como “sociedade civil”, há uma diferença entre Estado, poder público,
e sociedade (civil), enquanto sendo esta o corpo de indivíduos políticos. As
empresas privadas são tidas como “pessoas jurídicas”, sendo por isso
entendidas como parte da sociedade civil; no entanto, o foco político-ideológico
do Código de Ética da pro�ssão é a “pessoa física”, o sujeito enquanto
trabalhador. Neste sentido, mesmo que intermediado pela pessoa jurídica, o foco
sempre está na garantia de acesso aos direitos sociais e políticos da pessoa
física – o indivíduo. Dessa forma, é imprescindível o destaque do inciso V.
Evidencia-se, assim, que tanto a consultoria quanto a assessoria estão
amparadas pelo Código de Ética, mediante a regulamentação da pro�ssão,
norteado e fundamentado por princípios ético-políticos claros, re�etindo um
entendimento teórico-ideológico que se alinha a uma compreensão histórico-
material da sociedade.
A seguir, nos voltaremos para os meandros constitutivos da consultoria e
assessoria, buscando alinhá-los a uma leitura da sociedade.
Compreender o cenário social, no qual se inserem tanto as empresas quanto os
funcionários, é primordial para uma atuação positiva no sentido pro�ssional,
bem como efetiva no direcionamento das demandas. Essa compreensão é
imprescindível no processo de consultoria e assessoria; no entanto,
procuraremos demonstrar como os dois momentos se diferem, mas buscam o
mesmo objetivo.
No âmbito de atuação das empresas privadas, o foco está direcionado pela
objetividade, otimização e padronização das ações e projetos. Contudo, como já
ressaltamos anteriormente, a atuação do Serviço Social é primordialmente
2.4 O trabalho dos assistentes sociais nas
consultorias empresariais
A Corporação (BAKAN, 2003), documentário dirigido por Mark Achbar e
Jennifer Abbott, trata do surgimento e do fortalecimento das grandes
corporações, abordando o processo de formação do reconhecimento de
seus direitos e o conceito de pessoa jurídica. A partir desta abordagem, o
documentário desenvolve a discussão sobre a inserção das grandes
corporações no cotidiano das pessoas e suas in�uências sociais. Para
assistir, clique no link a seguir!
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY
centrada na �gura humana, no indivíduo na condição de trabalhador, pertencente
a uma realidade social que extrapola o ambiente de trabalho. Porém, a
objetividade e a otimização podem ser aplicadas, desde que se tenha como foco
as demandas dos usuários – conforme abordaremos na sequência.
O conceito de consultoria não é um termo surgido no Serviço Social, o que
parece bem claro. Sendo assim, devemos entender que ele vem de outra área do
conhecimento, a da administração. Tal a�rmação pode causar uma discussão
que nos levaria a termos intermináveis, tanto teóricos quanto históricos, sobre a
real pertença do conceito à área que indicamos. No entanto, parece óbvio que na
organização das ciências sociais aplicadas, a administração seja a área que
melhor lida com este conceito. Partindo desta a�rmação, precisamos
compreender quais sejam os diferenciais entre as abordagens dadas ao
conceito e a abordagem que se espera no Serviço Social.
Ao pensarmos em uma consultoria na área contábil, certamente devemos
imaginar um trabalho focado na análise de documentos, planilhas, notas �scais,
holerites, contas a pagar e a receber. O mesmo se daria em uma consultoria na
área administrativa, uma análise de documentos, projetos, organogramas etc. Ao
�m do processo, seria estabelecido um diagnóstico, apontamento de falhas,
carências e o indicativo de planejamento necessário para saná-los. Tomando
como parâmetro estas proposições, podemos compreender que a consultoria na
área do Serviço Social é distinta.
2.4.1 A consultoria como diagnóstico e análise
Primeiro, a “matéria” de análise do pro�ssional não é imóvel,
objetiva e puramente mensurável, tratam-se de indivíduos que
se encontram em determinada situação social, o trabalho. Estes
indivíduos apresentam demandas pessoais que devem ser
entendidas pelo pro�ssional, mas também atendidas no âmbito
coletivo do conjunto de trabalhadores.
Primeiro
Segundo
Anteriormente já argumentamos que o pro�ssional possui uma autoridade de
saber, ou seja, seu conhecimento teórico e sua expertise prática, fundamentados
nos princípios ético-políticos de sua pro�ssão, lhe garantem autoridade de
proposição. Este é o motivo pelo qual uma empresa contrata um pro�ssional de
determinada área para empreender uma consultoria. Assumindo este papel de
autoridade de saber, o assistente social deve empreender uma consultoria que
se comprometa diretamente com as demandas dos usuários.
No desenrolar desse processo de consultoria, a expectativa não é a de uma
intervenção efetiva a partir do diagnóstico empreendido. Mesmo que algumas
ações pontuais, tais como palestras, workshops, entrevistas, reuniões de grupo
etc., sejam usadas para a construção de um diagnóstico e um relatório de
consultoria, essas ações não estão direcionadas a atuar efetivamente nas
carências e demandas detectadas.
Neste sentido, a assessoria é um passo seguinte e natural ao processo de
consultoria, mesmo sendo uma abordagem mais efetiva, ela tem o mesmo �m
da consultoria, ou seja, o de sanar uma de�ciência apresentada em determinada
área na qual a empresa ou organização não tem suporte de pessoal próprio.
Para isto, é necessário que o pro�ssional compreenda tanto a realidade da
empresa, quanto a dos trabalhadores, para que ele não caia em uma prática
padronizada de análise e proposição.
Em vista dessa necessidade, a seguir trataremos da relação entre a realidade da
empresa e a realidade dos trabalhadores, para a proposição de ações que
respondam às demandas dos usuários. 
Segundo, o “foco” da resolução não deve ser o interesse
material da empresa, mas antes a necessidade humana dos
indivíduos; neste sentido, a proposição do diagnóstico não deve
contemplar os resultados imediatos de produção. Antes, a
análise e o diagnóstico constantes no resultado da consultoria
devem re�etir uma preocupação com as demandas
identi�cadas entre os usuários, que no caso são funcionários da
empresa contratante, mas também agentes sociais. “Os
assistentes sociais preocupam-se mais em estimular a
participação social. Essa participação é negada diretamente
aos trabalhadores, pois estes não têm o domínio dos meios de
produção, nem condições de grande pressão no Estado”
(CANÔAS, 1982, p. 72).
Podemos asseverar que no processo produtivo do capitalismo atual, a interação
entre pessoa jurídica e pessoa física se dá no compartilhamento de uma mesma
realidade sociopolítica. No entanto, tal realidade tem implicações distintas para
os indivíduos (pessoas físicas), bem como para as empresas (pessoas
jurídicas).
Sendo assim, deveríamos então falar de implicações da realidade para as
empresas e implicações da realidade para os trabalhadores. Quando fazemos
esta distinção, queremos apenas ressaltar que um entendimento histórico-
material da sociedade deve compreender que ambos os agentes, físico e
jurídico, interagem simultaneamente no mesmo contexto social; no entanto, com
implicações distintas para cada qual. É exatamente esta interação e suas
implicações que fomentarão as desigualdades sociais que geram as demandas
percebidas nos trabalhadores.
Partindo desta compreensão, podemos entender que o assistente social não
pode acreditar que sanará a fonte de todas as desigualdades sociais, nem
anulará as implicaçõesda realidade sofridas pelos trabalhadores no contexto
social, até porque não é de sua competência. Qual seria então o foco de sua
análise em consultoria?
Podemos intuir que tanto a consultoria quanto a assessoria, partindo do
conhecimento da realidade político-social na qual se encontram empresa e
empregados, devem ter como foco o suporte ao trabalhador no processo de
reconhecimento de sua realidade (implicações) e a garantia e o acesso aos seus
direitos sociais, trabalhistas e políticos.
2.4.2 Conhecendo a realidade da empresa e a dos
trabalhadores
Figura 7 - A principal preocupação do assistente social, seja em consultoria ou assessoria, deve ser a de
garantir aos usuários a possibilidade de se expressarem e reconhecerem sua condição
Fonte: Rob Hyrons, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um homem.
Aparece apenas parte do seu rosto, até metade
do seu pescoço. Ele tem uma corrente ao redor
da sua boca, com um cadeado.
Para Baptista (2000), é preciso conhecer todos os aspectos da instituição que
demanda uma ação, no caso uma consultoria ou assessoria, tais como: seus
valores, área de atuação, estruturas administrativas e organizacionais e função
na cadeia produtiva. Este conhecimento é preponderante para se estabelecer os
parâmetros que guiarão a proposição de uma consultoria que realmente
contemple as demandas dos empregados.
Uma vez estabelecido este conhecimento, este entendimento, o pro�ssional terá
uma base para elencar os dispositivos legais que se assentam como direitos
aos trabalhadores desta área. E, ainda, a perspectiva de prever as situações nas
quais o trabalhador possa se encontrar em situação de risco social, bem como
as situações nas quais ele já se encontra vulnerável.
Vejamos o exemplo descrito no caso a seguir.
No decorrer do processo de consultoria, o pro�ssional adquire a capacidade de
absorver mais dados e informações que lhe permitam aguçar sua compreensão
da realidade na qual estão inseridos empresa e empregados, bem como as
implicações desta realidade para cada um deles. Sendo assim, o assistente
social terá condições de estabelecer um diagnóstico que re�ita as premências
dos trabalhadores. No entanto, para uma ação mais profusa, mais ampliada,
será necessário um processo mais operativo, no sentido de ser mais efetivo,
atacando as carências detectadas. 
Concluímos este capítulo, no qual abordamos a questão da assessoria e
consultoria em Serviço Social. Tendo como substrato o conhecimento adquirido
a partir deste estudo, esperamos que você sinta-se capaz de re�etir sobre sua
prática pro�ssional, aplicando os conceitos aqui apresentados em sua área de
atuação. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CONCLUSÃO
As assistentes sociais Iara e Kiara foram contratadas para prestar uma
assessoria em uma empresa frigorí�ca, analisando as questões sociais
pertinentes às demandas dos funcionários e apontando as ações que a
empresa deveria tomar para se adequar os parâmetros determinados por
lei. Antes de iniciarem o processo de identi�cação das demandas, por
meio de entrevistas com os funcionários, elas iniciaram pela análise dos
históricos socioeconômicos, análise do organograma da empresa e
função de cada setor, a estrutura de atendimento de primeiros socorros a
casos de traumas e questões de insalubridade. Tomaram conhecimento
também da legislação que trata diretamente deste tipo de atividade. Por
meio de entrevistas em grupo e individuais, além dos dados obtidos em
suas análises, elas puderam traçar um plano de intervenção que
atendesse às demandas identi�cadas. Mas foi necessário compreender
diversos aspectos organizacionais, estruturais, jurídicos e
socioeconômico que envolviam a realidade dos trabalhadores.
ESTUDO DE CASO
conhecer os conceitos de consultoria e assessoria, a partir
de suas distinções e abrangências de ação;
identi�car as possibilidades de atuação nas modalidades
de assessoria e consultoria, tendo por base a autonomia e
o conhecimento teórico-prático;
entender a importância da regulamentação da pro�ssão
em seu caráter ético-político, e as competências e
possibilidades que apresenta; 
compreender a necessidade de conhecer a realidade da
empresa e dos empregados envolvidos na consultoria e
assessoria, bem como os determinantes deste processo.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
ALTHUSSER, L. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. Tradução de
Joaquim José de Moura Ramos. Lisboa: Editorial Presença/Martins
Fontes, 1986.
AUTO. [verbete]. In: Priberam Dicionário da Língua Portuguesa, 2018.
Disponível em: https://www.priberam.pt/dlpo/auto
(https://www.priberam.pt/dlpo/auto). Acesso em: 27 jul. 2021.
Referências
https://www.priberam.pt/dlpo/auto
BAKAN, J. A corporação. Direção: Mark Achbar; Jennifer Abbott.
Produção: Mark Achbar; Bart Simpson. Canadá/EUA, 2003, documentário,
145 min. Canal ECOmantiqueira, YouTube, publicado em 12 de mai de
2011. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY
(https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY). Acesso em: 27 jul.
2021.
BAPTISTA, M. V. Planejamento social: intencionalidade e instrumentação.
São Paulo: Veras Editora; Lisboa: CPIHTS, 2000.
BARROCO, M. L. S.; TERRA, S. H. Código de Ética do/a Assistente Social
comentado: CFESS. São Paulo: Cortez, 2012.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 8.662, de 7 de junho
de 1993. Dispõe sobre a pro�ssão de Assistente Social e dá outras
providências. Brasília, DF, 1993. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8662.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8662.htm). Acesso em: 27
jul. 2021.
BRAVO, M. I. S.; MATOS, M. C. de (Orgs.). Assessoria, Consultoria &
Serviço Social. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2010. 
CANÔAS, J. W. Por uma nova presença do Serviço Social na empresa.
São Paulo: J. W. Canôas, 1982.
CFESS – Conselho Federal de Serviço Social. Código de Ética do/a
Assistente Social – Lei n. 8.662/93 de regulamentação da pro�ssão. 10.
ed. rev. e atual. Brasília: CFESS, 2012. Disponível em:
http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf
(http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf). Acesso em: 27
jul. 2021.
CNPL – Confederação Nacional das Pro�ssões Liberais. Estatuto.
Brasília: CNPL, 2015. Disponível em:
http://www.cnpl.org.br/new/images/arquivospdf/estatuto.pdf
(http://www.cnpl.org.br/new/images/arquivospdf/estatuto.pdf). Acesso
em: 27 jul. 2021.
FREIRE, L. M. B. Assessoria e consultoria a gestores e trabalhadores
como trabalho do assistente social. In: BRAVO, M. I. S.; MATOS, M. C. de
(Orgs.). Assessoria, Consultoria & Serviço Social. 2. ed. São Paulo:
https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8662.htm
http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf
http://www.cnpl.org.br/new/images/arquivospdf/estatuto.pdf
Cortez, 2010.
FREIRE, L. M. B. O Serviço Social na reestruturação produtiva: espaços,
programas e trabalho pro�ssional. São Paulo: Cortez, 2003.
FRIEDMANN, G. O trabalho em migalhas: especialização e lazeres. São
Paulo: Perspectiva, 1972.
IAMAMOTO, M.; CARVALHO, R. de. Relações sociais e serviço social no
Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 6. ed. São
Paulo: Cortez, 1988.
JOOS, M.; PEREIRA, S. do V. (Orgs). Assessoria: inovações e avanços da
prática do Serviço Social. Porto Alegre: Dacasa/SESI-SC, 1998.
MATOS, M. C. de. Assessoria e consultoria: re�exões para o Serviço
Social. In: BRAVO, M. I. S.; MATOS, M. C. de (Orgs.). Assessoria,
Consultoria & Serviço Social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
RODRIGUES, M. C. P. Ação social das empresas privadas: como avaliar
resultados? Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.