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Atlas em Hematologia AULA 02: Poiquilocitose e Inclusões Eritrocitárias Nos encontre em nossas redes sociais: Facebook: Atlas em Hematologia Instagram: @atlasemhematologia Linkedin: Atlas em Hematologia Youtube: Atlas em Hematologia Site: www.atlasemhematologia.com.br Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 http://www.atlasemhematologia.com.br/ Poiquilocitose e Inclusões Eritrocitárias Na aula de hoje, falaremos, em primeiro momento sobre a poiquilocitose – que é um termo que costuma aparecer no hemograma. Este se refere ao surgimento de hemácias com formas anormais em uma amostra. Por conseguinte, trataremos sobre inclusões que podem surgir nos eritrócitos. Sem mais prorrogação, vem com o Atlas. (no tempo ‘2:57’, nossa aula se inicia) Para introdução do assunto, nos é apresentado o conceito do termo poiquilocitose. “Poiquilocitose, nada mais é, do que a presença de formas anormais de hemácias. As hemácias, em sua forma típica, tratam-se de discos bicôncavos, com formato bem definido e presença de um halo central, e que, em condições normais, espera-se que sejam encontradas na lâmina do paciente. Mas, havendo alterações na morfologia, e observando que estas se encontram fora do padrão, a isto chamamos de poiquilocitose”. Segundo a biomédica e instrutora do curso, Larissa Santana. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 Porém, é importante ressaltar que, as hemácias irregulares possuem nomes – sim, nomes, no plural. Os eritrócitos – ou hemácias – podem se apresentar de diferentes formas. Alguns estão presentes em determinadas condições, já outras, são mais específicas de alguma doença. Observação: se o médico é sinalizado, através do laudo, sobre a presença de poiquilocitose na amostra, é necessário notificar qual forma alterada foi encontrada. Ou seja, relate a poiquilocitose e também a morfologia das hemácias. O hemograma deve ser liberado com qualidade. As hemácias que surgem de uma maneira fora do habitual, podem resultar da produção anormal de hemácias pela medula óssea ou quando, já no sangue periférico, elas sofrem algum dano. Estas condições, de uma forma geral, podem justificar a presença de formas inusitadas, e havendo variadas formas, também há explicações diferentes para o surgimento delas. (no tempo ‘7:14’, começamos a falar sobre as diferentes formas) Logo abaixo, observe as características e as imagens de eritrócitos com formas anormais. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 1. Codócitos ou hemácias em alvo: Morfologicamente, essa estrutura é formada pela má distribuição de hemoglobina, com conteúdo central e arredondado de hemoglobina, seguido de uma nova faixa circular esbranquiçada e um novo círculo com coloração normal. Está em grande número na hemoglobinopatia C (homozigota), doenças hepáticas, anemias hemolíticas, associação da hemoglobina C com talassemias, anemia falciforme, na deficiência de ferro e pós-esplenectomia. Importante: os codócitos podem ser observados como artefatos devido a confecção inadequada da distensão sanguínea. Nesses casos, vale a pena refazer a distensão para avaliar com mais segurança. (hemácias em alvo) Observação: supondo que você, no momento da análise, tenha encontrado apenas uma forma anormal de hemácia – neste caso, codócitos –, a caráter de saber, trata-se de uma poiquilocitose discreta, porque apenas um tipo de forma alterada foi encontrada. Havendo uma grande quantidade de hemácias em alvo, esta é acentuada (três cruzes). Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 Supondo que haja hemácias em alvo e eliptócitos, trata-se de poiquilocitose moderada. Em seguida, vem a definição de quantas cruzes essas formas têm. Se tratando de três formas ou mais, temos um caso de poiquilocitose acentuada. Uma curiosidade sobre as hemácias em alvo, é que In vivo, elas possuem um formato de sino. Observe na imagem abaixo. (Fonte: Bain, 2015. p, 91.) Acontece, que durante a distensão, elas são achatadas tomando a forma que costumamos observar através da microscopia óptica. 2. Dacriócitos: Possui uma morfologia bastante conhecida em forma de lágrima, pêra ou raquete. Está presente em patologias, tais como: talassemia beta maior, anemia megaloblástica e mielofibrose. Na mielofibrose e beta talassemias após esplenectomia, ocorre uma diminuição do número de dacriócitos, sendo este um indicativo de hematopoese extramedular ou de que Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 essas células sejam formadas devido aos danos causados às hemácias anormais, causados por macrófagos do baço. Importante: por causa de um esfregaço confeccionado com muita força; de forma inadequada, esses dacriócitos podem ser formados artefatualmente. Pra saber se estes são reais ou não, os dacriócitos devem apontar para lados diferentes. Observe alguns dacriócitos abaixo. (dacriócitos) 3. Equinócitos ou hemácias crenadas: São as hemácias que apresentam espículas regulares e distribuídas de maneira homogênea por toda a sua membrana. Podem aparecer combinadas com outras morfologias, como os esferócitos e eliptócitos. Esta morfologia pode ser gerada por diversos fatores relacionados a área de superfície e ao volume da célula. Como consequência, tornam-se mais rígidas e, consequentemente, aumentando seu nível de hemólise. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 De maneira mais frequente, estão presentes pelo aumento da concentração de ácidos graxos (ex: tratamento com heparina), uremia, insuficiência renal, hepatopatias, síndrome hemolítica-urêmica, carcinoma gástrico, úlceras peptídicas, deficiência de piruvatocinase e fase de compensação do mergulho de grandes profundidades. Veja equinócitos abaixo. (equinócitos ou hemácias crenadas) Observação: erroneamente, muitas pessoas podem confundir equinócitos com os acantócitos. Porém, apesar de se assemelharem, eles possuem características singulares. Acompanhe. 4. Acantócitos: Diferente dos equinócitos, os acantócitos possuem espículas citoplasmáticas com um padrão de distribuição aleatório, heterogêneo e irregular. São frequentes no distúrbio hereditário conhecido como abetalipoproteinemia, onde ocorre uma má absorção de Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 lipídeos, prejudicando a bicamada lipídica que é lipoproteica. A baixa produção de plasma também pode originar esse defeito na membrana. No entanto, os acantócitos, também podem estar presentes nas anemias hemolíticas, cirroses, na administração de heparina, no hemagioma hepático, nas hepatites neonatais e na pós-esplenectomia. (acantócitos) Observação: em alguns casos, além de serem confundidos com os equinócitos, algumas pessoas confundem os acantócitos com os esquizócitos. Adiante, veremos o que os difere. 5. Drepanócitos: As hemácias falciformes ou em formato de foice – em sua morfologia mais típica – se apresentam com formato alongado, com coloração mais densa e extremidades pontiagudas. Sua presença é extremamente específica das anemias de células falciformes (SS, SC, SD, S-Beta Talassemia). Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 Observe drepanócitos abaixo. (drepanócitos) Observação: Quando encontramos drepanócitos na lâmina, significa que o paciente tem a presença de hemoglobina S, mas isso não quer dizer que o paciente é homozigoto para SS. O S em questão, pode estar associado a outra hemoglobina variante – hemoglobina C, por exemplo. Se um paciente apresenta hemoglobina S e a hemoglobina C, ele não possui anemia falciforme, mas, devido a essa dupla heterozigose, chamamos de doença falciforme. Ao observar que um paciente tem drepanócitos na lâmina, diz-se que ele tem uma doença falciforme, pois esta engloba todas ashemoglobinopatias que possuem a S associada, incluindo a própria anemia falciforme. Porém, se eu tenho a S associada a hemoglobina A1 – que é um traço de anemia falciforme – raramente, encontra-se drepanócitos na lâmina, a menos que a coleta seja feita após um mergulho profundo ou o paciente estando em elevadas altitudes. O perfil da lâmina, onde esses eritrócitos podem aparecer, também é muito importante. Geralmente, podemos observar hemólise, policromasia, muitas hemácias em alvo. Algo que é fundamental ressaltar, é que a densidade dessas células é bem característica. A formação dos drepanócitos ocorre devido a formação de Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 longos polímeros de hemoglobina S. Este fenômeno se dá pelo constante processo de desoxigenação das hemácias. 6. Eliptócitos: São hemácias alongadas com formato elíptico – ou com aspecto riziforme; formato de arroz. Seu formato é decorrente de falha genética da proteína espectrina (alfa ou beta) ou da proteína 4.1. Uma vez afetada, a hemácia perde a sua elasticidade normal, e quando necessita percorrer vasos de pequenos calibres, tornam-se elípticas e não conseguem mais voltar ao normal. Observe os eliptócitos abaixo. (eliptócitos) Observação: há uma tendência de erro em relação aos eliptócitos. Por causa do seu formato, muitas pessoas os confundem com os drepanócitos, mas, se observarmos atentamente, veremos que as extremidades dos eliptócitos são arredondadas, enquanto que os drepanócitos possuem extremidades pontiagudas. É muito comum encontrarmos uma grande quantidade de eliptócitos (25 a 90%), e associarmos a um quadro de Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 eliptocitose hereditária. Porém, é importante salientar que, em alguns quadros, a quantidade encontrada pode ser bem menor. Os eliptócitos podem ser vistos em menor quantidade na deficiência de ferro, talassemias, anemias megaloblásticas, mielofibrose e portadores de hepatite C. (na imagem, podemos observar a espectrina beta – na cor verde – e a espectrina alfa – na cor roxa) Importante: a presença de poiquilocitose não é anunciada por nenhum índice hematimétrico. Em casos de uma eliptocitose hereditária, acontece algo muito interessante. Tendo uma lâmina, onde quase 90% das hemácias possuem formato elíptico, temos uma poiquilocitose discreta com três cruzes para eliptócitos, porém, o RDW geralmente não se altera. Nestes casos, a lâmina pode não ser feita. O que acontece é: apesar de ter formatos fora do comum, todos os eliptócitos estão do mesmo tamanho, e se eles estão com tamanhos semelhantes, não há variação, logo não mexe no RDW. Para que o paciente venha ter uma lâmina, só apresentando outros fatores, como uma anemia hemolítica – que são casos mais raros. Além disso, temos o que chamamos de piropoiquilocitose, onde ocorre casos graves de hemólises e anemias, tendo a presença de eliptócitos e outros formatos Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 anômalos. 7. Estomatócitos: Ocorrem quando há uma alteração na biconcavidade, que é redonda e passa a ser uma faixa clara, como uma fenda. Essa alteração ocorre pelo aumento de sódio e diminuição de potássio dentro da hemácia. Diferente das outras morfologias, os estomatócitos são bem difíceis de aparecer; não é tão comum. Eles também podem aparecer de maneira artefatual, e para diferenciá-los, é importante observar se os estomatócitos estão presentes em vários campos e não somente em uma pequena área. As condições clínicas que mais os acompanham com maior frequência são: estomatocitose hereditária (principalmente), alcoolismo agudo e cirrose hepática. Em menor quantidade, estão presentes na contaminação por chumbo, talassemias menores e mononucleoses. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 Veja estomatócitos abaixo. 8. Hemácias em bolha: (estomatócitos) São originadas pela formação de bolhas no interior da célula. As bolhas se formam pela fusão da membrana celular interna, fazendo com que o conteúdo de hemoglobina fique concentrado em apenas um lado da hemácia. As hemácias em bolha também podem ser geradas a partir da formação de corpúsculos de Heinz em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase, em embolias pulmonares, ou ainda nas anemias falciformes e microangiopática. Raramente se apresenta em outras anemias. As hemácias podem ter mais de um vacúolo ou bolhas, que quando se rompem ou são fagocitadas originam os queratócitos ou esquizócitos. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 Observe, abaixo, as hemácias em bolha. (hemácias em bolha) 9. Queratócitos: Também podem ser chamadas de hemácias mordidas. São células originadas de uma ou mais “mordidas” dos macrófagos do baço, ou ainda por dano celular traumático ou ruptura das hemácias em bolha. Estão, principalmente, presentes nas anemias e na deficiência de G6PD e hemolítica angiopática. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 10. Esferócitos: Semelhante aos eliptócitos, os esferócitos também podem ser formados por defeito na espectrina em casos de esferocitose hereditária, por traumatismo físico, ou por hemácias em processo apoptótico. Os esferócitos possuem uma instabilidade devido a perda de membrana, baixa deformidade e consequente meia vida mias curta na circulação. É um pouco menor que as hemácias normais e, como o próprio nome diz, possui formato esférico. Ademais, possui uma coloração mais densa. Estão mais frequentes nas esferocitoses hereditárias, anemias hemolíticas autoimunes (anticorpos quentes), anemias hemolíticas do recém-nascido, sepse por clostridium, picadas de cobra e afogamento em água doce. Observe esferócitos abaixo. (esferócitos) Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 11. Esquizócitos: De morfologia variável, os esquizócitos são gerados quando os macrófagos retiram, por fagocitose, várias partes das hemácias que possuem vários corpos de Heinz em sua membrana. Sendo assim, esta morfologia é de uma hemácia com várias “mordidas”. Ademais, os esquizócitos são frequentes – e mais numerosos – em anemias hemolíticas por queimaduras ou implante de próteses (ação mecânica), mas também podem estar presentes em vários outros tipos de anemia. Não possuem um formato definido, pois são, nada mais nada menos, do que fragmentos. Veja esquizócitos abaixo. (esquizócitos) Observação: apesar de serem apenas fragmentos, os esquizócitos, podem sim, interferir no hemograma. A maioria dos aparelhos realizam a contagem de plaquetas por impedância, e nesta metodologia os esquizócitos, sendo eles muito pequenos, podem ser contados como plaquetas, aumentando falsamente o número de plaquetas. Então é importante ficar atento a isso. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 Mas, há maneiras de resolver esse interferente. Se seu equipamento tiver o que chamamos de plaqueta por fluorescência, que é um método que cora as organelas plaquetárias, já temos uma solução. Não havendo essa técnica, pode-se usar metodologias manuais, tais como: o método Barbara O’Connor ou o de Fônio. 12. Hemácias pinçadas: As hemácias, nessas condições, se apresentam com um aspecto de fragmentação com sobreposição (entelhado). É provável que essa fragmentação esteja associada ao traumatismo causado pelos filamentos de fibrina que estão aderidos na parede dos vasos capilares. Embora raramente encontradas, as hemácias pinçadas estão presentes nas anemias hemolíticas hereditárias, entre outras. (hemácias pinçadas) Atualizando algumas informações acerca dessa morfologia, é importante relatar que ela não surgiu agora, como se acredita atualmente. Literaturas apontam a existência das hemácias pinçadashá muito tempo. Alguns pesquisadores apontaram as hemácias pinçadas como indicador da COVID-19. Eles propõem que o Sars-Cov-2 exerce impacto nos eritrócitos por stress oxidativo. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 (enunciado de um jornal de hematologia britânico falando sobre isso) 13. Hemácias em concha: Esse tipo de morfologia ocorre quando uma hemácia em alvo tem duas bordas dobradas, sendo este, o processo inicial da falcização dos eritrócitos. Essa alteração também pode ser conhecida com o termo cymbiform por causa da sua semelhança com um barco. (hemácias em concha) Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 14. Hemácias borradas: As hemácias se apresentam deformadas e com uma aparência imprecisa. São hemácias que perderam a definição do contorno da sua membrana celular. A confirmação desta morfologia pode ser feita checando os valores de lipídeos, mais precisamente os triglicerídeos, quando atingem valores superiores que 1000 mg/dL. O excesso de lipídeos é o que prejudica o equilíbrio da composição da membrana da hemácia. Podem ser confundidas como artefatos; atenção a isso. (hemácias borradas) Hemácias borradas não possuem significado clínico como as outras. Elas, apenas, indicam que há uma lipemia aumentada na amostra. Nesta transcrição foi necessária a apresentação de várias morfologias que os eritrócitos podem apresentar. O objetivo do Atlas é treinar o microscopista para que ele saiba identificar qualquer uma das supracitadas. A partir deste ponto, entraremos no que diz respeito às inclusões eritrocitárias. Sigamos. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 (a partir do tempo ‘1:06:51’, iniciamos sobre inclusões eritrocitárias) 1. Corpúsculos de Pappenheimer: Representam ribossomos e mitocôndrias carregados de ferro, agregados de ferritina ou fagossomos que contêm ferritina. Estes aparecem como inclusões (uma ou várias) irregulares que se localizam na periferia da hemácia. Quando corados pela reação de Peris para o ferro (azul da Prússia), as inclusões passam a ser chamadas de siderossomos e, as hemácias que os contêm, de siderócitos. São mais comuns em pacientes esplenectomizados, alcoolismos, nas anemias sideroblásticas e desiritropoética, SMD e na toxicidade por isoniazida. Essas alterações são bem simples de serem relatadas. Apenas devemos sinalizar da seguinte maneira: presença de corpúsculos de Pappenheimer. Simples e objetivo. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 (corpúsculo de Pappenheimer) 2. Pontilhados basófilos: A expressão “pontilhado basófilo” é usada para descrever a presença de pequenas e numerosas inclusões basófilas, contendo RNA, dispersas no citoplasma dos eritrócitos. Está aumentando em pacientes portadores de deficiência de pirimidina 5’ nucleotidase e contaminação por chumbo. De forma moderada são encontrados em portadores da talassemia beta menor e maior, portadores de hemoglobina instável. Raramente encontrados em pacientes saudáveis. (pontilhado basófilo) 3. Corpúsculo de Howell-Jolly: Trata-se de um resto material nuclear resultado de uma mitose anormal, e é formado por um cromossomo que se separou do fuso mitótico. Se apresenta como uma inclusão redonda e extremamente compactada. É um resto de núcleo do eritroblasto. Pode haver mais de Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 um corpúsculo de Howell-Jolly em uma mesma hemácia, e até mesmo em hemácias com morfologia diferente. (corpúsculo de Howell-Jolly) Como é no baço que ocorre a remoção desta inclusão, o corpúsculo é notado frequentemente em situações de baixa atividade do baço. Pacientes esplenectomizados, hipoesplênicos e em recém- nascidos – onde o baço ainda está imaturo. Outras situações incluem: anemias hemolíticas, megaloblásticas e alcoolismo intenso. 4. Anel de Cabot: Estrutura presente no interior das hemácias, corado de vermelho-roxo e sem estruturas internas. Assume, geralmente, um formato arredondado ou em formato de “8”. Costuma estar mais presente na contaminação com chumbo, anemias graves, anemia perniciosa, talassemia beta maior, pacientes com SMD e na desiritropoese. São formados por microtúbulos remanescentes do fuso mitótico. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 (Anel de Cabot) 5. Hemácias cruzadas: As hemácias podem se sobrepor em forma de “x”, e este fenômeno ocorre por alteração de suas cargas elétricas. Essa morfologia foi observada em grande número em raros pacientes portadores de eliptocitose hereditária. (hemácias cruzadas) 6. Rouleaux: As hemácias se enfileiram formando curtas ou longas extensões. A formação do rouleaux ocorre pela elevação das proteínas plasmáticas. Como consequência, o potencial – ou fator – zeta é anulado, fazendo com que as hemácias percam a sua força de repulsão e se atraiam entre si. Algumas situações são típicas para o aparecimento do rouleaux, como no aumento das gamaglobulinas. Verificamos, por exemplo, no mieloma múltiplo e na Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 macroglobulinemia de Waldenström. O aparecimento do rouleaux pode ser associado com a elevação das proteínas totais (elevadas) e o resultado de VHS que estará elevado, uma vez que a formação do rouleaux deixa as hemácias mais pesadas. (Rouleaux) A caráter de curiosidade, durante a gestação, o rouleaux pode ocorrer devido a elevação de fibrinogênio. É importante ressaltar a importância de avaliar um bom campo, pois, um campo inadequado, causa uma falsa impressão de rouleaux, em decorrência das hemácias estarem bem justapostas. E se, durante a confecção da lâmina, houver uma demora para fazer a distensão sanguínea, pode haver um rouleaux artefatual. Não deve ser considerado como uma poiquilocitose, porque as hemácias se encontram normais; apenas estão dispostas de maneira diferente. 7. Aglutinação: É o nome dado ao processo onde as hemácias, literalmente, se aglutinam. Isso se dá por causa de anticorpos frios, por nome de crioaglutininas, geralmente da classe IgM, que em baixas temperaturas acabam causando essa aglomeração. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192 Porém, na temperatura corporal, a tendência é se separar. Na análise do eritrograma, podemos perceber que ocorrem algumas discrepâncias nos índices hematimétricos. Ocorre a diminuição de hemácias e do hematócritos, pois os equipamentos não contam os grumos como hemácias devido ao seu tamanho. Para resolução deste interferente, acompanhe os passos abaixo. • Aquecer a amostra a 37°C, por 30 minutos; • Após esse período, processar imediatamente a amostra; • Se o resultado não for corrigido, realiza-se a substituição do plasma por salina aquecida, a coloca em incubação no banho-maria por 30 minutos; • Após a correção, o laudo deve ser liberado com a seguinte observação: exame realizado após incubação a 37°C, devido a aglutinação eritrocitária. O objetivo do banho-maria é simular a temperatura corporal fisiológica do paciente. Continue acompanhando por todas as redes sociais disponíveis, e fique atento a todas atualizações. Nossa equipe agradece a sua participação. Atenciosamente, Time Atlas. Gabriel Rabelo - rabelog817@gmail.com - IP: 189.105.231.192