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HEMATOLOGIA CLÍNICA

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PROFESSORAS
Me. Larissa Benvenutti 
Me. Silvia Aparecida Ramos
Hematologia 
Clínica
ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17339
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Coordenador de Conteúdo Sidney Edson Mella Junior Designer Educacional Lucio Ferrarese Curadoria Katia Salvato 
Revisão Textual Sarah Cocato Editoração Adrian Marçareli dos Santos, Nivaldo Villela Ilustração Andre Luis Azevedo, 
Geison Odlevati Ferreira Fotos Shutterstock. 
Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
Diretoria de Design Educacional
FICHA CATALOGRÁFICA
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. BENVENUTTI, Larissa; 
RAMOS, Silvia Aparecida.
 Ramos Hematologia Clínica. Larissa Benvenutti, Silvia Aparecida 
Maringá - PR: Unicesumar, 2022. 
248 P.
ISBN: 978-85-459-2259-9
“Graduação - EaD”. 
1. Hematopoiese 2. Clínica 3. Eritrograma. I. Título. 
CDD - 22 ed 616.079
02511346
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17299
Silvia Aparecida Ramos
Olá, caro(a) aluno(a)! O meu nome é Silvia Aparecida Ramos. Eu sou 
farmacêutica e atuo na área de análises clínicas e toxicológicas. En-
quanto era estudante, recebi algumas dicas para seguir a carreira 
como docente. Contudo, antes de me aprofundar nesse mundo 
fantástico, resolvi viver as experiências profissionais para aprender 
e, depois, ensinar. Foi tudo muito desafiador, trabalhei cinco anos 
intensos, dividindo o tempo entre rotina e vários plantões noturnos 
em grandes hospitais da cidade de Curitiba. 
Bom, a vida não pode ser feita somente de trabalho e estudo, não é? 
Eu sou uma pessoa muito eclética, gosto de muitas coisas. Amo música, 
e, quando falo de música, são vários artistas. As minhas playlists têm de 
tudo: Madonna, Metallica, Bob Marley, Djavan, Arctic Monkeys, The Doors, 
Ramones, Os Serranos. Uma loucura! Adoro culinária, em especial, as 
cozinhas italiana e árabe. Sorvete e chocolate, é claro! 
Em casa, somos um trio de humanos: eu, meu marido e nosso filho 
de dois anos. Além dos humanos, temos seis cães: três Schnauzers — 
Guilhermina, Madonna e Elvis, dois deles foram adotados — e três eu 
resgatei da rua — Nega, Doroteia e Brutus. Nas raras horas de folga, 
gostamos de curtir a praia em família. Praia é o meu lugar favorito, espe-
cialmente, no inverno, com um dia de sol e um passeio na beira do mar.
http://lattes.cnpq.br/2567691592823562
Aqui você pode 
conhecer um 
pouco mais sobre 
mim, além das 
informações do 
meu currículo.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11691
Larissa Benvenutti
Olá, caro(a) aluno(a)! O meu nome é Larissa Benvenutti. Eu sou biomédica 
e atuo na área de análises clínicas. Trabalho há cinco anos em análises 
clínicas, realizando, principalmente, plantões noturnos em hospitais. 
Nesse meio tempo, concluí a especialização em Hematologia Clínica e 
Banco de Sangue e o mestrado em Ciências Farmacêuticas. 
Apesar de ter uma rotina agitada, busco ter momentos de lazer. Amo 
livros de literatura e eu tenho um apreço por diferentes tipos de gênero, 
desde ficção científica, fantasias épicas, até clássicos da literatura. Existem 
três livros que têm um papel especial no meu coração: Os Miseráveis, de 
Victor Hugo; A Menina que Roubava Livros, de Markus Suzak; e O Peque-
no Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. Sou apaixonada por história 
e adoro conhecer museus, se eu pudesse, estaria sempre conhecendo 
um lugar diferente e me imergindo na cultura. Nas horas de folga, eu 
prefiro ter tranquilidade e ir para a praia. 
http://lattes.cnpq.br/0773828917994903
Aqui você pode 
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mim, além das 
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meu currículo.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/15233
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Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. 
O download do aplicativo está disponível nas plataformas:
Google Play App Store
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite 
este momento.
PENSANDO JUNTOS
EU INDICO
Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre 
os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo 
Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os 
recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das 
possibilidades de interação de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode 
sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do 
assunto discutido, de forma mais objetiva.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
HEMATOLOGIA CLÍNICA
Uma forma de investigar as funções fisiológicas do nosso organismo, bem como possíveis patologias é por meio 
das análises laboratoriais. Esse é um campo diverso, e existem inúmeras áreas dentro do laboratório clínico, como 
a Bioquímica, Imunologia, Microbiologia, Parasitologia, Toxicologia, Biologia Molecular, dentre outras. 
Uma área de destaque muito importante e que exige muita dedicação é a Hematologia. A Hematologia reúne 
um grande grupo de exames utilizados como ferramenta para avaliação do estado de saúde. Além disso, de forma 
geral, também são avaliadas a presença de anemias, processos infecciosos e reacionais, processos neoplásicos, além 
da avaliação dos distúrbios hemorrágicos. 
Caro(a) aluno(a), como são realizados os exames hematológicos? Como as análises hematológicas são inter-
pretadas? Qual é a contribuição da Hematologia para o diagnóstico clínico? 
A Hematologia tem fundamental importância na investigação de doenças no momento em que o paciente 
procura o médico e relata a sua “queixa”. Praticamente, todas as áreas da Medicina utilizam o hemograma como 
objeto principal dessa avaliação, devido à sua vasta quantidade de parâmetros que direcionam à investigação do 
médico. Após isso, outros exames hematológicos podem ser solicitados. Devido à sua importância, o hemograma 
deve ser realizado de forma criteriosa, eliminando a possibilidade de erros analíticos, que possam comprometer 
o quadro clínico e a saúde do indivíduo. 
Quando estamos bem de saúde, conseguimos elaborar e desenvolver as nossas atividades diárias. Seguimos em 
frente, vivemos! Entretanto, nesse caminho fantástico da vida, algumas situações podem abalar o nosso estado de 
saúde. Por exemplo, um dia você acorda com dores no corpo, sensação de mal estar, a garganta está arranhando, 
o nariz trancado, com dor de cabeça e uma sensação febril. Nesse dia, a vontade é ficar na cama, não levantar de 
forma alguma! Será que existe algum agente infeccioso? É provável. 
A realização de um hemograma pode ajudar a elucidar essas alterações, indicando um provável agente in-
feccioso e a evolução do quadro clínico. Pense nas vezes em que você ou alguém que você conhece fez exames 
de sangue que envolviam alguma condição clínica. Lembre-se dos passos necessários para a realização desses 
exames e tente definir quais são os propósitos que esses passos do exame possuem. 
Os processos infecciosos são situações muito relevantes e muito comuns na rotina do setor de Hematologia 
Clínica. O hemograma é a principal ferramenta nessa avaliação, pois ele mostrará como as células de defesa estão 
atuando. Além disso, mostra quais são as células de defesa envolvidas no processo infeccioso, quais células aumen-
tadas e estimuladas. Essa observação auxiliaa correlacionar o principal patógeno associado ao quadro clínico e, 
consequentemente, também, auxilia no monitoramento da evolução do quadro e do sucesso da farmacoterapia.
Caro(a) aluno(a), devido à grande variedade de conteúdos, você aprenderá temas diferentes em cada unidade. Na 
Unidade 1, você aprenderá sobre a hematopoiese e uma introdução à rotina de biossegurança do laboratório clínico. 
Já na Unidade 2, apresentaremos para você o eritrograma, enquanto, na Unidade 3, você aprenderá sobre as anemias. 
A seguir, na Unidade 4, o estudo será sobre o leucograma, enquanto a Unidade 5 falará sobre o plaquetograma, 
e você aprenderá sobre o hemograma nas leucemias agudas na Unidade 6. Na Unidade 7, você aprenderá sobre o 
hemograma nas neoplasias mieloproliferativas crônicas, mielodisplasias e nos processos reacionais mieloides; na 
Unidade 8, você aprenderá sobre o hemograma nas doenças linfoproliferativas crônicas e nos processos reacionais 
linfoides. Por fim, na Unidade 9, encerraremos nosso estudo nos debruçando sobre a hemostasia.
Dessa forma, preparamos muitas informações hematológicas para você. A Hematologia é uma ciência muito 
poderosa, que nos faz entender muitos processos fisiopatológicos, e o mais interessante é que praticamente 
tudo o que estudamos tem aplicação. Iniciemos o nosso estudo! Aproveite as dicas, e sucesso na sua caminhada. 
1 2
43
5 6
101
13
69
45
HEMATOPOIESE
147
O HEMOGRAMA 
NAS LEUCEMIAS 
AGUDAS
ANEMIAS
ERITROGRAMA
LEUCOGRAMA
 PLAQUETOGRAMA
123
7 8
9
167
207
189
O HEMOGRAMA NAS 
NEOPLASIAS MIELOPRO-
LIFERATIVAS CRÔNICAS, 
NAS MIELODISPLASIAS E 
NOS PROCESSOS REA-
CIONAIS MIELOIDES 
HEMOSTASIA
O HEMOGRAMA 
NAS DOENÇAS LIN-
FOPROLIFERATIVAS 
CRÔNICAS E NOS 
PROCESSOS REACIO-
NAIS LINFOIDES
1
Nesta unidade, você terá a oportunidade de aprofundar os seus 
conhecimentos sobre as boas práticas de laboratório, bem como 
ressaltar a importância e aplicação da biossegurança no ambiente 
de trabalho dos serviços de saúde de forma geral. A biossegurança 
faz parte da rotina do laboratório clínico e, também, do cotidiano, 
uma vez que algumas dessas práticas foram disseminadas na socie-
dade em tempos pandêmicos. Além disso, iniciaremos o estudo das 
bases hematológicas, enfocando os processos da fase pré-analítica 
dos exames hematológicos e a hematopoiese, que é a origem da 
formação do sangue — o instrumento de toda a análise citomorfo-
lógica na bancada da Hematologia Clínica.
Hematopoiese
Me. Silvia Aparecida Ramos
14
Durante as fases iniciais da pandemia da COVID-19, no ano de 2020, falou-se muito sobre a origem 
do Coronavírus e como ele infecta o ser humano. Duas teorias foram consideradas válidas: uma delas, 
chamada zoonótica, considera o contato do homem com um animal infectado, então o vírus trans-
pôs a barreira animal–homem; a outra teoria se referiu ao “escape” do vírus do maior laboratório de 
pesquisa em virologia de Wuhan, na China, indicando falhas no processo de biossegurança. Poderia 
mesmo ter ocorrido um “escape” de um agente viral tão perigoso?
Ambas as teorias levantadas possuem fundamento. A questão é: qual é a teoria mais provável e qual 
é a justificativa mais provável. O conhecimento sobre as boas práticas de laboratório e de biossegu-
rança promove argumentações sobre a segunda hipótese, visto que a biossegurança está diretamente 
vinculada à manipulação de patógenos. Nesse contexto, deve-se considerar o grupo de risco no qual 
o patógeno está inserido. Caro(a) aluno(a), as medidas de biossegurança protegem você e as pessoas 
ao seu redor. Então, ela é uma prática diária, necessária para evitar vários tipos de acidentes com pa-
tógenos, independente da sua periculosidade (aquilo que é perigoso ou arriscado para a vida).
Digamos que um pesquisador de um determinado centro de pesquisa de virologia, ao final do 
seu protocolo experimental, organiza a sua área de trabalho, retira o seu equipamento de proteção 
individual das mãos e do tronco, mas não o descarta adequadamente. Com pressa, esquece de lavar 
as mãos e sai do laboratório. Um detalhe: ele havia manipulado um agente viral de uma classe de risco 
3 — grupo de patógenos altamente contagiosos. Ao sair do laboratório, o pesquisador encontra um 
amigo e, com muito entusiasmo, cumprimenta-o com um forte aperto de mãos e um abraço. Passados 
alguns dias, ocorrem relatos de queixas médicas relacionadas a um agente infeccioso que produz um 
quadro clínico respiratório grave e altamente transmissível. Quais foram os momentos percebidos por 
você, caro(a) aluno(a), em que houve quebra de protocolo na experimentação? Quais são as medidas 
que deveriam ter sido tomadas para evitar o ocorrido?
UNICESUMAR
UNIDADE 1
15
Sempre, caro(a) aluno(a), o profissional de laboratório clínico tem que seguir todos os protocolos de 
segurança aplicados à sua área de trabalho. Seja na técnica experimental, seja na gestão da qualidade, 
seja em relação às normas de segurança. Com a vivência na prática, é quase impossível quebrar regras 
ou deixar de executá-las. Uma vez absorvidas, não serão esquecidas. O caso hipotético, mas que pro-
move reflexão e poderia acontecer na vida real, é um ótimo exemplo de compromisso com o “dever 
de seguir as normas”. No desenvolver desta unidade, você verá claramente esse processo e será capaz 
de ponderar (pensar muito sobre o assunto) sobre a consequência da falta de biossegurança. Pesquise 
sobre o assunto, discuta, reflita sobre essas questões e anote os seus resultados, as suas dúvidas ou mais 
questionamentos em seu Diário de Bordo.
16
A vivência dentro do laboratório clínico (laboratório de análises clínicas) expõe o profissional 
de saúde e a equipe, de forma geral, a uma variedade de riscos para a segurança, muitos dos quais 
são capazes de produzir lesões ou doenças graves. Pensando nisso, o desenvolvimento das prá-
ticas laboratoriais deve ser seguro e organizado, estruturado em procedimentos que objetivam 
reduzir a exposição dos analistas a riscos no ambiente de trabalho. Essas práticas envolvem a 
ordem e a limpeza dos materiais, a separação e a limpeza dos setores, o manuseio adequado de 
equipamentos elétricos, substâncias químicas, materiais radioativos e biológicos, o uso adequado 
de equipamentos de proteção individual (EPIs) e segurança, dentre outras, com o objetivo de 
mitigar a ocorrência dos riscos (HIRATA; MANCINI FILHO; HIRATA, 2017). 
Risco é a probabilidade de ocorrer um dano, um ferimento ou uma doença. Pode se classificar em 
riscos físicos, químicos, ergonômicos, acidentes e, especialmente, na rotina laboratorial, risco biológico.
O risco biológico, por sua vez, é a probabilidade de exposição ocupacional a agentes biológicos. 
Os agentes biológicos, para fins de segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, são os 
microrganismos — não modificados e modificados geneticamente —, a cultura celular, os para-
sitas, as toxinas e os príons. Os agentes biológicos são classificados em quatro classes de risco 
(CR) ou grupos de risco (GR), conforme Quadro 1.
UNICESUMAR
UNIDADE 1
17
Classe de risco Probabilidade de causar doença Risco indivi-dual Risco coletivo
CR1 Baixa probabilidade de o agente biológico causar doença em humanos. Baixo Baixo
CR2 Pode causar doenças que são tratáveis e controladas com profilaxia. Moderado Baixo
CR3
Pode causar doenças e infecções graves, 
que podem ser tratadas ou não, e sem 
sucesso na profilaxia.
Elevado Moderado
CR4
Apresenta grande potencial de transmis-
sibilidade de pessoa para pessoa, para o 
qual não existem meios eficazes de profila-
xia ou tratamento.
Elevado Elevado
Quadro 1 - Classificação de risco dos agentes biológicos / Fonte: adaptado de Hirata, Mancini Filho e Hirata (2017).
Vale ressaltar que diversas amostras recebidas e processadas no laboratório clínico são fontes 
de microrganismos, potencialmente, nocivos. O entendimento de como esses microrganismos 
são transmitidos (cadeia de infecção) é essencial para prevenir as contaminaçõesacidentais. A 
cadeia de infecção requer uma conexão contínua entre uma fonte, um método de transmissão 
e um hospedeiro suscetível. Nesse caso, a fonte pode ser uma amostra clínica contaminada. Por 
exemplo, uma amostra de hemograma de sangue total — amostra coletada com anticoagulante 
sem centrifugação — de um paciente infectado pelo vírus da hepatite B (HBV). O analista pode 
se contaminar caso entre em contato direto com o sangue do tubo, deixando-o cair, abrindo de 
forma inadequada e provocando dispersão de gotículas de sangue ou, ainda, perfurando a pele 
com a agulha suja de sangue em um procedimento de punção (STRASINGER; LORENZO, 2009). 
Geralmente, em ambiente de laboratório clínico, as pessoas têm muito medo de infecção pelo vírus 
da imunodeficiência humana (HIV), mas vários outros patógenos podem causar doenças e, por vezes, 
são até muito mais infectantes e graves. A regra geral é nunca subestimar o patógeno que, possivel-
mente, está nas amostras biológicas. No caso de outros patógenos, além do exemplo do HBV citado 
anteriormente, a contaminação ainda poderá ocorrer pela via aérea, por meio de gotículas — tosse, 
espirros do paciente ou de alguém da própria equipe —, e várias outras circunstâncias de exposição. 
Com isso, o ambiente laboratorial onde ocorre a manipulação dos materiais biológicos deve 
ser construído e organizado adequadamente, além de ter mecanismos de contenção específicos 
de acordo com a classe de risco biológico, descrita anteriormente. Nos laboratórios em que são 
manuseados agentes infecciosos, devem ser atendidos os requisitos de segurança específicos 
denominados níveis de contenção física ou níveis de biossegurança (NB), que são classificados 
de acordo com o grau de risco biológico (Quadro 2). 
18
Nível de bios-
segurança Indicação Medidas preventivas
NB1 Microrganismos da CR1 Planejamento do espaço e adoção de boas práticas de laboratório.
NB2 Microrganismos da CR2
Exige maior proteção da equipe, prevendo exposição 
ocasional e inesperada de microrganismos perten-
centes a esse grupo.
NB3 Microrganismos da CR3
Requer desenho e construção especializados, área 
com acesso restrito a pessoal autorizado e treina-
mento específico para a equipe quanto aos procedi-
mentos de segurança na manipulação desses agen-
tes.
NB4 Microrganismos da CR4
CUIDADO MÁXIMO! Precisa ser instalado em área 
isolada e funcionalmente independente de outras 
áreas. Requer barreiras de contenção e equipamen-
tos especiais de segurança biológica, área de suporte 
laboratorial e um sistema de ventilação específico.
Quadro 2 - Classificação dos níveis de biossegurança / Fonte: adaptado de Hirata, Mancini Filho e Hirata (2017).
No que se refere ao laboratório clínico tradicional, os profissionais terão maior contato com os níveis 
de contenção física e os agentes de classificação de risco biológico que se encontram, na sua maioria, na 
categoria entre o NB1 e, especialmente, o NB2. Particularidades podem ocorrer, como o que foi viven-
ciado com a pandemia da COVID-19 nos anos de 2020, 2021 e 2022. O SARS-CoV-2, à semelhança 
dos demais membros da família Coronaviridae, é classificado como microrganismo de classe de risco 3. 
Duas situações, porém, devem ser avaliadas quanto ao risco de contaminação e patogenicidade. 
A primeira se refere à investigação laboratorial do SARS-CoV-2 por meio dos testes empregados na 
rotina diagnóstica em amostras de soro ou sangue, na manipulação de vírus lisados, fixados, de partes 
não infecciosas do genoma, no embalo de amostras biológicas para diagnóstico, bem como demais 
atividades não propagativas — por exemplo: sequenciamento, teste de amplificação de ácidos nu-
cleicos —, que requerem que o laboratório apresente estrutura equivalente ao NB2 e sejam realizadas 
em cabine de segurança biológica, utilizando as precauções padrão. A segunda situação se refere às 
atividades consideradas propagativas, a exemplo do cultivo celular (células vivas infectadas pelo vírus), 
isolamento viral ou testes de neutralização, que devem ser realizadas em um laboratório de contenção 
com fluxo de ar direcional (pressão negativa de ar) equivalente a NB3. Nos exemplos mencionados, as 
medidas de biossegurança são fundamentais e deverão ser instituídas (MARTINELLO, 2020). 
De acordo com Teixeira e Valle (2010), a biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a pre-
venção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, 
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, à pre-
servação do meio ambiente e à qualidade dos resultados. Um dos principais processos que asseguram 
a biossegurança é a limpeza das áreas do laboratório — bancadas, pisos, equipamentos, instrumentos 
e demais superfícies —, que devem ser realizadas regularmente e imediatamente após o término de 
uma atividade, reduzindo, dessa forma, os riscos de contaminação acidental. Outro fator importante 
se refere ao comportamento dos usuários de um laboratório clínico, o que é determinante para o 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
19
sucesso dos procedimentos nele desenvolvidos. As boas práticas em laboratório são apresentadas 
como forma de minimizar os riscos e aumentar a segurança dos colaboradores, dos professores e dos 
alunos que utilizam os laboratórios e devem ser observadas e seguidas por todos. 
1. Lavar as mãos frequentemente, especialmente, nas trocas de luvas. 
2. Sempre que permanecer no laboratório, deverá fazer uso de avental branco devidamente 
abotoado, sapatos fechados — sapatilhas, calçados parcialmente fechados, com orifícios, não 
podem ser usados no laboratório! — e calça comprida sem rasgos, comprida o suficiente para 
cobrir o pé e não tropeçar — o modelo pantacourt é lindo, mas aparece o tornozelo, então nem 
sempre a moda pode ir ao trabalho ou ao estágio!
3. Não desenvolver o hábito de passar a mão na boca, nariz, olhos e cabelo. Não inspirar (cheirar) 
nenhuma substância ou material exposto. 
4. Ter um comportamento adequado para evitar danos e/ou acidentes dentro do laboratório.
5. Manter os cabelos longos presos durante os trabalhos. 
6. Manter as unhas limpas e curtas, não ultrapassando a ponta dos dedos. 
7. Preferencialmente, não usar joias e adornos. Pulseiras e colares que possam tocar as superfícies 
de trabalho, as vidrarias ou os pacientes não são permitidos. 
8. Não fumar, não comer e não beber — nem água, seja qual for o tipo de garrafa — no local de 
trabalho onde há qualquer agente patogênico. 
9. Não estocar comida ou bebida no laboratório. Muitos laboratórios possuem copa fora da área 
técnica, com geladeira ou frigobar, para onde é permitido levar o lanche e guardá-lo até o 
momento da refeição — nunca dentro da área técnica.
10. Ao sair do laboratório, verificar se tudo está em ordem. Caso for o último a sair, desligue os 
equipamentos e as luzes, exceto quando indicado pelas normas do laboratório. 
11. Retirar o jaleco ou avental antes de sair do laboratório. Os aventais devem ter seu uso restrito 
ao laboratório. 
12. Retirar as luvas e proceder a lavagem das mãos. 
13. Usar óculos de segurança, visores ou outros equipamentos de proteção facial sempre que hou-
ver risco de espirrar material infectante ou de contusão com algum objeto (STAPENHORST 
et al., 2018). 
COMO LAVAR AS MÃOS
20
Em âmbito internacional, a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional, do inglês Oc-
cupational Safety and Health Administration (OSHA), define os equipamentos de uso e/ou 
proteção individual (EPIs) que devem ser utilizados para olhos, cabeça e extremidades, as roupas 
de proteção, os dispositivos de respiração e outros. Nos Estados Unidos da América, além da 
OSHA, várias instituições estabelecem normas relativas à obrigatoriedade e ao uso de EPIs. No 
Brasil, toda empresa, obrigatoriamente, deverá fornecer aos seus funcionários, gratuitamente, 
EPIs que se encontrem em perfeito estado de conservação segundo as necessidades de trabalho 
e o risco inerente(HIRATA; MANCINI FILHO; HIRATA, 2017). 
A Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 
divide os EPIs em nove grupos diferentes, classificados de acordo com a parte do corpo para a qual 
oferecem proteção: EPIs para proteção da cabeça, proteção dos olhos e face, proteção auditiva, proteção 
respiratória, proteção do tronco, proteção de membros superiores, proteção de membros inferiores, 
proteção para o corpo inteiro e proteção contra quedas (BRASIL, 1978). Como visto, as boas práticas 
de laboratório são um conjunto de ações exercidas no cotidiano de forma a evitar acidentes, em que fica 
evidente que o uso de EPIs é essencial nesse processo (HIRATA; MANCINI FILHO; HIRATA, 2017). 
No laboratório clínico, desde a década de 80, existe uma preocupação adicional com a exposição 
a patógenos sanguíneos, principalmente, o HIV, o vírus da hepatite C (HCV) e o HBV, novamente, 
falamos sobre os agentes virais mais temidos do dia a dia. Foram instituídas pelo Centro de Controle 
e Prevenção de Doenças, do inglês Centers for Disease Control and Prevention (CDC), as precauções 
universais, considerando que todo paciente pode ser potencial portador de patógenos. A diretriz reco-
menda o uso de luvas — para a coleta e manipulação do sangue —, protetores para o rosto — quando 
houver perigo de o sangue espirrar em membranas mucosas —e o descarte de todas as agulhas e ma-
terial perfurocortante em descartes resistentes a perfurações (STAPENHORST et al., 2018). 
De forma similar, considerou-se que todos os fluidos corporais e secreções têm potencial para serem 
infecciosos. Vestir jaleco — limpo é suficiente, não há necessidade de esterilizar — ajuda a proteger a pele 
e evitar sujar a roupa durante os procedimentos e as atividades que podem gerar respingos ou borrifos 
de sangue, fluidos corporais e secreções. Da mesma forma, as luvas protegem contra a contaminação 
a partir de materiais biológicos. As luvas de proteção precisam ser de material resistente, ter baixa 
permeabilidade e boa flexibilidade, além de ser compatíveis com as substâncias que serão manuseadas. 
Óculos de proteção, geralmente, são utilizados para proteger as membranas mucosas dos olhos contra 
o impacto de partículas. As máscaras são extremamente importantes para a proteção respiratória, da 
boca e das membranas mucosas. Protetores ou máscaras respiratórias contêm filtros que protegem o 
aparelho respiratório. Os filtros podem ser: (a) mecânicos, para proteção contra partículas suspensas 
no ar; (b) químicos, que protegem contra gases e vapores orgânicos; e (c) combinados (mecânicos e 
químicos) (STRASINGER; LORENZO, 2009).
UNICESUMAR
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Equipamento
de Proteção
Pessoal
S
A
B
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O
SP
RA
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A
N
TI
SS
ÉP
TI
CO
Especificamente, ao falar sobre o laboratório clínico e o setor de Hematologia, caro(a) aluno(a), 
você já tem noção sobre os exames que são realizados nesse setor? Você aprenderá, ao longo das 
unidades deste livro, vários exames e análises que serão realizados pelo setor de Hematologia. O 
principal foco do estudo fisiopatológico e o maior número de informações estão relacionados 
ao famoso hemograma completo.
Biossegurança: é o conjunto de procedimentos, normas e ações que visa promover a segurança 
no ambiente de trabalho laboratorial, especialmente, evitando exposição a agentes biológicos. 
Fase pré-analítica: conjunto de etapas e procedimentos que antecedem a fase de análise pro-
priamente dita. A fase pré-analítica influencia, diretamente, a fase analítica e assume fundamental 
importância no preparo da amostra para que ela seja analisada. Além disso, a fase pré-analítica 
envolve os técnicos de laboratório, o que exige treinamento e fluxo de conversa constante entre o 
técnico e o analista. 
Sangue periférico: é o sangue venoso, coletado em uma veia da fossa cubital ou coleta venosa de 
outro sítio. Quando coletado com anticoagulante e homogeneizado, chamamos de sangue total.
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A realização do hemograma envolve uma série de etapas que se inicia na chegada do paciente 
ao laboratório e o motivo pelo qual ele foi realizar o exame. A abordagem inicial ao paciente no 
momento do cadastro pode trazer informações valiosas para as análises laboratoriais em todos 
os setores, especialmente, na Hematologia, a abordagem com questões diretas ou observacionais 
pode ajudar na complementação da realização do exame. 
O que seria uma questão direta? O atendente, ao realizar o cadastro, pergunta à pessoa se ela toma 
algum medicamento. Sabemos que alguns medicamentos interferem nos resultados de exames. Se o 
indivíduo responde: “estou fazendo uso de corticoides”, sabe-se que corticoides alteram o movimento 
cinético dos neutrófilos, podendo influenciar na interpretação do resultado do hemograma. Se o in-
divíduo responde: “tomo vitaminas” e realiza exame de coagulação, devemos, obrigatoriamente, saber 
qual é o tipo de vitamina que ele toma. A vitamina K tem ação pró-coagulante, o que altera diretamente 
a terapia anticoagulante e os exames de coagulação. 
O que seria uma abordagem observacional? O coletador, ao avaliar o local de punção sanguínea, 
observa que o paciente possui “manchas roxas” que parecem pontos de sangramento. O coletador 
deverá anotar ou avisar diretamente ao analista. Em outra situação, ao encostar no paciente para pre-
pará-lo para a punção, percebe que a temperatura pode estar mais alta. O coletador poderá comentar 
com o analista que percebeu que o indivíduo estava febril, o que pode ser indicativo de alterações 
hematológicas. 
Quando o paciente entra na sala de coleta, a identidade do mesmo deve ser cuidadosamente confe-
rida antes da coleta. Isso é feito ao pedir para ele olhar a etiqueta, ler e repetir em voz alta o seu nome, 
sobrenome, data de nascimento e do dia que está realizando a coleta. Em ambiente hospitalar, deve-se 
conferir numeração do leito, prontuário e/ou pulseira de identificação. A sala de coleta de material 
biológico deve ser limpa e tranquila. O paciente deve estar calmo e ser orientado e esclarecido sobre os 
riscos de uma punção sanguínea, um processo invasivo que pode ter como consequência a formação 
de hematoma. No caso de crianças ou pacientes não cooperativos, o braço deve ser imobilizado de 
forma firme, mas delicada, por um assistente (SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009).
Reforcemos! O coletador deverá utilizar todos os EPIs necessários, usar jaleco limpo com punho 
nas mangas, estar com unhas curtas e claras e sem adornos. O ambiente está em ordem? Se sim, 
chequemos os materiais para a coleta. Quais são os materiais necessários para a realização da 
punção venosa? Para que servem, como influenciam na realização do exame? 
No adulto, o sangue, geralmente, é coletado de veias da fossa ante cubital, preferencialmente, da 
veia cubital média, por ser mais grossa (calibrosa) e fixada aos tecidos subjacentes. Outras veias que, 
geralmente, oferecem bom acesso são a cefálica e a basílica (Figura 1). O sangue pode ser coletado de 
outras veias? Certamente. A limitação, normalmente, dá-se por maior mobilidade dos vasos. 
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Já ouviu falar em “veia bailarina”? Caro(a) aluno(a), muitas vezes, os pacientes aparecem no 
laboratório com os seus saberes (conhecimentos adquiridos durante a vida), o seu vocabulário de 
entendimento, de forma humilde. É interessante tomarmos conhecimento de algumas dessas falas. 
Então, veia bailarina é aquela que se move, é mais difícil de se “espetar” e de se acertar o lúmen vas-
cular, ou seja, a luz do vaso. O paciente que tem a famosa veia bailarina mal entra na sala de coleta e, 
imediatamente, fala “minha veia é difícil e é bailarina”. 
Além disso, veias das mãos e pés também podem ser locais de punção quando as suas opções aca-
baram. A punção nesses locais, porém, é dolorosa, promove hematomas, o fluxo sanguíneo é escasso. 
Então, se optar por puncionar mesmo assim, deve-se levar em conta o risco/benefício. Deve haver 
cuidado adicional em idosos por contada pele flácida. Por conta dessa característica, a pele deverá ser 
distendida com o auxílio do polegar no momento da punção, essa prática diminui o risco de sangra-
mentos subcutâneos. Em crianças com acesso venoso difícil, a jugular externa pode ser uma boa opção. 
Uma outra prática considerada é a coleta do sangue capilar que deverá ser feita nas partes externas, 
medial e lateral do calcanhar, sendo que este deve estar aquecido (SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009). 
Veia
cefálica
Veia
basílica
Veia cubital
média
Veia
cefálica 
Veia
cefálica 
mediana
Descrição da Imagem: a figura 
mostra o desenho de um homem 
branco nu, de cabelos curtos e 
escuros, na posição de pé voltada 
para frente, com as mãos espal-
madas para a frente, a posição 
dos pés é para frente e a cabeça 
olha para o horizonte. Do braço à 
esquerda, na altura do cotovelo, 
a imagem é ampliada em forma 
de caixa contornada de preto para 
ressaltar as veias posicionadas na 
região de fossa cubital, que é a 
região da dobra do braço. Dentro 
da caixa ampliada, as veias estão 
retratadas em cor azul, sobrepon-
do uma região esbranquiçada, 
simulando ossos. Do alto da caixa 
ampliada, próximo ao limite es-
querdo do braço, encontra-se a 
veia cefálica, com maior diâmetro 
em relação às outras veias. Próxi-
mo ao limite direto do braço, en-
contra-se a veia basílica, que está 
especificada logo abaixo da veia 
cefálica. Bem na região da dobra 
do braço, a posição das veias se 
assemelha à letra V, em que o lado 
direito da letra V é a posição da 
veia cubital média, e o lado esquer-
do da letra V é a posição da veia 
cefálica mediana. Mais abaixo da 
imagem, está indicado, com a últi-
ma seta, a continuação dos ramos 
da veia cefálica.non cus aut quam, 
commolo reroviducit aut quiatiis 
sint explaut lacerior ma dolo corita 
sum et everiat. Igendamus invelec-
tus nam nistiisciae
Figura 1 - Diagrama de acesso veno-
so para punção sanguínea
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 A punção pode ser realizada por sistema a vácuo ou seringa e agulha. No sistema a vácuo, utili-
zam-se tubos comerciais específicos para esse tipo de punção, contendo, no seu interior, uma quan-
tidade de anticoagulante ajustada para um determinado volume sanguíneo, que é aspirado até uma 
marca indicadora de volume que obedece a uma relação sangue/anticoagulante. No caso do setor de 
Hematologia, no final da coleta a vácuo, quando o volume do tubo é atingido, o tubo é separado da 
agulha e homogeneizado por inversão por, pelo menos, cinco vezes. O sistema de coleta seringa e 
agulha é clássico e muito eficiente, sendo utilizado em diversas situações, como veias de difícil acesso, 
coleta de sangue arterial, coletas pediátricas. A punção com seringa e agulha deve fluir bem, ou seja, 
não deve ser aplicada força sobre o êmbolo, caso o êmbolo seja puxado com força, poderá ocorrer um 
turbilhonamento excessivo, causando ruptura de células, o que prejudicará a qualidade do sangue. 
Acesso venoso escolhido, e, agora, qual é o próximo passo? 
 Desinfecção da pele no local da punção venosa com álcool 70% ou clorexidina 0,5%. Realiza-se 
um movimento circular com o algodão de dentro para a periferia, que se assemelha ao desenho 
de um caracol, deixando secar espontaneamente. O garrote (pedaço de material elástico com 
presilha utilizado para “expor” o vaso sanguíneo) deve ser aplicado com força suficiente para 
tensionar a veia, não pode causar desconforto com demasiado aperto. Na rotina, o garrote pode 
ser mantido até o final da coleta, mas respeitando o tempo máximo de 1 minuto. O ideal é, logo 
após a entrada do sangue no bisel da agulha, liberar o garrote. 
Para uma exata contagem dos componentes do sangue e uma correta avaliação microscópica, é 
necessário que o sangue seja coletado com o anticoagulante adequado e entregue sem demora ao 
laboratório, a fim de que não ocorram formação de artefatos (estruturas sem significado clínico) 
(SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009). O anticoagulante de escolha para a rotina hematológica é 
o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), que pode ser encontrado na forma de sal dipotássico 
K2EDTA, tripotássicos K3EDTA e o dissódico Na2EDTA. 
O sal K2EDTA é recomendado pois é a forma mais solúvel no sangue e promove menos altera-
ções celulares. Pode ser utilizado tanto na forma seca como em solução (1,5 e 2,2 mg/mL), como 
é habitualmente empregado. O mecanismo anticoagulante do EDTA se dá por ação quelante dos 
íons cálcio — ligação forte entre íons e EDTA —, tornando os íons indisponíveis para a ativação 
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de vários fatores de coagulação. Além da propriedade de anticoagulante, o EDTA também é 
antiagregante plaquetário, servindo, inclusive, para a avaliação da formação de grumos plaque-
tários — esse tema será resgatado em unidades futuras. A coleta com o EDTA é utilizada para 
realização do hemograma completo, da velocidade de hemossedimentação (VHS), da tipagem 
sanguínea e de alguns outros protocolos técnicos. Outro anticoagulante muito utilizado no setor 
da Hematologia é o citrato de sódio (SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009). 
O citrato de sódio é o anticoagulante de escolha para os estudos da hemostasia (coagulação sanguínea). 
Sua concentração recomendada é de 3,8 g/dL, porém, como o citrato é comercializado em vários graus 
de hidratação, convencionou-se utilizar a concentração molar, 0,106 M. Assim, quando a molaridade 
é utilizada, o grau de hidratação do sal não importa. No caso de uso de concentração molar, a relação 
sangue/anticoagulante será de 1:10, uma parte de anticoagulante para nove partes de sangue, essa relação 
sempre deverá ser respeitada. O citrato de sódio exerce sua ação anticoagulante ao precipitar os íons de 
cálcio presentes no plasma, impossibilitando a ativação dos fatores de coagulação. É o anticoagulante 
de escolha para os estudos na hemostasia sanguínea — hemostasia é o equilíbrio entre o sangramento e 
a trombose, em que se mantém a fluidez do sangue (SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009). 
A heparina de alto peso molecular também pode ser utilizada como anticoagulante in vitro, 
não é muito comum na Hematologia, mas, em rotina hospitalar, aparece com maior frequência. 
Uma desvantagem é a influência na coloração e formação de agregados de plaquetas, prejudican-
do a sua contagem. A heparina potencializa a ação da antitrombina III e, dessa forma, impede 
a ativação de vários fatores de coagulação (SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009). Esse assunto 
será abordado futuramente com maiores detalhes.
O material para análise e identificação dos elementos do sangue é a extensão sanguínea, que 
nada mais é do que uma monocamada de células justapostas em uma lâmina de vidro — glóbulos 
vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, envoltos por plasma. Após corada, pode ser avaliada 
em microscopia de luz. Para que se consiga uma extensão sanguínea perfeita, de qualidade, o pri-
meiro cuidado é verificar se a lâmina em que será colocado o sangue está limpa, livre de gordura 
e material particulado. Também, observa-se a qualidade da lâmina extensora, se ela não possui 
irregularidades, ou seja, as bordas devem ser uniformes e sem ranhuras. 
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A extensão sanguínea para avaliação microscópica pode ser feita a partir de sangue sem anticoa-
gulante (sangue nativo) ou de sangue anticoagulado. Com o advento da otimização da rotina com 
os contadores hematológicos (máquinas automatizadas), uma parte dos hemogramas são liberados 
automaticamente pelo sistema. Esse processo de liberação automática leva em conta a padronização 
de intervalos de valores considerados normais para as linhagens celulares, bem como a implementa-
ção de um sistema de gestão de qualidade rigoroso. Isso mudou a dinâmica do processo de realizar a 
punção sanguínea e confeccionar a lâmina imediatamente com sangue nativo. De acordo com a minha 
experiência profissional, primeiramente, a amostra de sangue é processada por automação e, se houver 
a indicação do equipamento por meio de “flags” — flags são avisos de que tem algo suspeito — de que 
existem alteraçõeshematológicas, a extensão sanguínea é feita, corada e revisada em lâmina. 
Todo esse processo deve ser rápido, preferencialmente, no máximo, quatro horas após a coleta para 
evitar alterações morfológicas induzidas pelo anticoagulante. A partir de então, faz-se a lâmina para 
realizar a revisão com o sangue anticoagulado. Para confeccionar a lâmina com o tecido sanguíneo, 
uma pequena gota — aproximadamente, 20 microlitros — de sangue total é colocada sobre a lâmina. 
Deve-se posicionar a lâmina extensora à frente da gota com ângulo de, aproximadamente, 20 graus. 
Depois, puxar a extensora para trás e fazer um movimento tipo gangorra — para baixo e para cima 
—, o sangue se espalhará de uma ponta a outra da extensora. Em seguida, basta “empurrar” a lâmina 
extensora para a frente, de forma firme e rápida (SANTOS, 2013). 
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Lâmina extensora
Gota de sangue total
(5-10 μl) 
Início
Lâmina de vidro
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma sequência de passos para a realização da extensão sanguínea. Em todos os passos (1, 
2, 3 e 4), a ilustração apresenta uma lâmina de vidro grande e uma outra lâmina de vidro posicionada perpendicularmente à lâmina de 
vidro, aparentemente, menor e mais fina. Essa é a lâmina extensora — aquela que empurra o sangue para frente. Em todas as imagens, 
o sangue é ilustrado na cor vermelha. No primeiro passo (número 1), uma gota de sangue, um círculo vermelho, é colocada próximo de 
uma das extremidades da lâmina de vidro. Uma seta preta indica como a lâmina extensora deve ser posicionada sobre a lâmina de vidro. 
A posição indicada pela seta preta é a frente do sangue e na posição perpendicular — quase na vertical. No segundo passo (número 2), 
a lâmina extensora foi puxada para trás, sendo arrastada sobre a lâmina de vidro até o sangue se espalhar de uma ponta a outra. Existe 
uma seta preta indicando o sentido de puxar a lâmina extensora para trás e inclinar levemente com uma angulação de 30 a 45 graus. No 
terceiro passo (número 3), existe uma outra seta preta indicando o movimento de empurrar o sangue para a frente para que o sangue 
seja estendido. Por fim, o número 4 mostra uma extensão de sangue pronta.nam nistiisciae
Figura 2 - Etapas para confecção da extensão sanguínea
A execução desse movimento faz com que as células sanguíneas se distribuam ao acaso por rolamen-
to. A extensão ideal deve terminar ao final de 2/3 da lâmina. Ângulos menores que 20 graus formam 
extensões longas; o contrário acontece com ângulos maiores que 20 graus, que formam extensões 
curtas; ambas as extensões são inadequadas para análise. Uma extensão sanguínea ideal deve possuir 
uma região de leitura que seja larga, preferencialmente, em linha reta, evitar as extensões com formato 
em arco ou sorriso (OLIVEIRA, 2014) (Figura 2). 
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O material da punção sanguínea já está preparado na lâmina, o próximo passo é um procedimento de 
extrema importância da fase pré-analítica. Esse procedimento se refere à coloração das células. A fase de 
coloração com sistemas de corantes hematológicos clássicos revela componentes celulares que auxiliarão 
na classificação da população das células. Por exemplo, depois de coradas, as células brancas do sangue 
ou leucócitos poderão ser facilmente classificadas em diferentes tipos, por exemplo: monócitos, linfó-
citos, neutrófilos. Estudaremos, nas futuras unidades, que é fundamental identificar os diferentes tipos 
de leucócitos, pois eles têm funções efetoras distintas na resposta imune. Além disso, uma boa coloração 
auxilia o analista no reconhecimento de células imaturas, células atípicas e outras alterações reacionais. 
Os eritrócitos, que já possuem a cor vermelha por conta da presença de ferro no estado ferroso 
em sua estrutura, ficam mais rosados ou avermelhados após a coloração, ajudando, também, a 
identificar a morfologia, inclusões e estágio de maturação. E as plaquetas são pálidas, esbran-
quiçadas, mas, após a coloração, tornam-se violeta-azuladas e, também, é possível visualizar 
componentes granulares relacionados à sua função. 
Esse conjunto de informações sobre a coloração deve ser suficiente para o entendimento de que, se 
a coloração não for boa, as estruturas celulares não serão vistas, e isso pode alterar profundamente o 
resultado do exame. As colorações hematológicas são derivadas dos corantes de Romanowsky, que se 
chamavam panóptica, que significava “o que tudo vê”, uma técnica inicialmente utilizada para corar 
parasitas da malária. Esses corantes são misturas de sais ácidos (eosina) e sais básicos (azul de metileno 
e seus produtos de degradação, os azures). A eosina-azul de metileno tem afinidade por estruturas 
celulares citoplasmáticas ácidas ou básicas, e os corantes eosina-azur-azul de metileno apresentam 
afinidades celulares citoplasmáticas e nucleares (SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009).
O sistema de coloração com o May-Grünwald (eosina-azul de metileno) e o Giemsa (eosina-azur-
-azul de metileno) resulta em excelente qualidade de coloração, com detalhamento microscópico de 
estruturas celulares e nucleares. A desvantagem é o tempo estimado de coloração de 20 minutos. Em 
rotinas hospitalares, de emergência e com volume grande de amostras, os 20 minutos gastos para o 
procedimento de coloração é um tempo muito grande. O ganho, porém, traduz-se na qualidade da 
coloração e, consequentemente, do resultado. 
O sistema May-Grünwald-Giemsa envolve três etapas. Primeiramente, a lâmina é mergulhada no 
May-Grünwald por quatro minutos; nessa etapa, ocorre a fixação do tecido sanguíneo na lâmina, pois 
o corante está dissolvido em metanol. Depois de quatro minutos, a lâmina é mergulhada em água por 
um minuto ou solução tampão. Ocorre uma inversão de fase alcoólica para aquosa, fazendo com que 
ocorra a coloração. Por fim, a lâmina é colocada em uma solução de Giemsa por, aproximadamente, 
15 minutos. Depois, a lâmina é lavada com água corrente e deixada para secar. 
Os corantes ácidos, como a eosina, têm afinidade por estruturas celulares básicas, e os básicos, como 
azul de metileno — e produtos de oxidação chamados de azur de metileno —, por estruturas celulares 
ácidas. Assim, o May-Grünwald cora, preferencialmente, estruturas citoplasmáticas, enquanto o Giemsa 
tem maior afinidade por estruturas nucleares (SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009). 
Um detalhe importante: se o potencial hidrogeniônico (pH) da água estiver muito ácido, a colora-
ção tende a ficar muito avermelhada, já se o pH da água estiver mais alcalino, a tendência é a coloração 
ficar azulada. Um outro sistema corante muito utilizado é o corante rápido — erroneamente chamado 
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de panóptico, pois, por definição, todos os corantes são panópticos. Como o nome já diz, a vantagem é 
que ele é muito rápido, a lâmina pode ser corada em, aproximadamente, um minuto. Entretanto, alguns 
detalhes podem deixar de ser revelados ou confundir o analista. Se for bem padronizado pela equipe do 
laboratório, com experiência, ele pode ser útil para triar hemogramas com menos alterações patológicas. 
Pronto! Caro(a) aluno(a), agora, você já pode observar o sangue por meio da microscopia de luz. 
Existem inúmeras regras quanto ao uso do microscópio que não serão aprofundadas neste momento. 
Contudo, vale reforçar algumas dicas mais importantes. Sempre, devemos iniciar a leitura do hemo-
grama a partir do menor aumento, utilizando a objetiva de 10, que resulta em um aumento de 100 
vezes. Nessa circunstância, é possível ter uma noção de quantidade das células. Você, caro(a) aluno(a), 
adquirirá essa habilidade com a prática, muito treino e estudo. Além disso, a observação em aumento 
de 100 vezes já indica a qualidade do material, ou seja, se a lâmina ficou boa e bem corada. 
Ao passar para a objetiva de 40, um aumento de 400 vezes, nós “chegamos mais perto” das células, 
observamos mais detalhes, diminui-se a área de observação por campo. Esse é o aumento utilizado 
para ler a grande maioria dos hemogramas, normaise com algumas alterações que podem ser defini-
das nesse aumento. Ao utilizar o maior aumento de 1000 vezes, obrigatoriamente, utiliza-se óleo de 
imersão, que promove o deslizamento da objetiva sobre a extensão do sangue, existe, portanto, contato 
físico. Como a lâmina está devidamente fixada e corada, ela não será danificada com o contato. Agora, 
chegamos mais perto ainda, é o momento de ver estruturas muito pequenas dentro das células, como 
inclusões, grânulos, cromatina nuclear, entre outras estruturas especiais. 
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Objetiva de 10, aumento de 100x: ideal 
para realizar um “screening” ou triagem, 
dá-nos a noção de celularidade 
(quantidade).
Objetiva de 40, aumento de 400x: ideal 
para realizar a contagem diferencial em 
amostras normais.
Objetiva de 100, aumento de 1000x: ideal 
para realizar a contagem diferencial em 
amostras alteradas. Visualização detalhada 
da cromatina nuclear, grânulos e inclusões 
nucleares e citoplasmáticas.
Do menor aumento
Para o maior
aumento
A imagem se trata de um infográfico sobre a utilização das objetivas no microscópio. Do lado esquerdo, 
temos três caixas circuladas de vermelho com texto. De cima para baixo, a primeira diz: “Objetiva de 
10, aumento de 100x: ideal para realizar um “screening” ou triagem, dá-nos a noção de celularida-
de (quantidade)”. A segunda diz: “Objetiva de 40, aumento de 400x: ideal para realizar a contagem 
diferencial em amostras normais”. Já a terceira diz: “Objetiva de 100, aumento de 1000x: ideal para 
realizar a contagem diferencial em amostras alteradas. Visualização detalhada da cromatina nuclear, 
dos grânulos e das inclusões nucleares e citoplasmáticas”. Ao lado das caixas, há uma seta vermelha 
e larga indicando o sentido do aumento do tamanho das objetivas de cima para baixo — no alto da 
seta, está escrito “Do menor aumento” e, embaixo da seta, está escrito “Para o maior aumento”. Do lado 
direito da seta, também no mesmo sentido, de cima para baixo, estão representados círculos — cada 
círculo equivale a um campo — com células sanguíneas nos diferentes aumentos. Ao lado e acima 
dos círculos, aparece uma lâmina com extensão sanguínea corada. Nessa lâmina, existe um círculo 
vermelho pequeno; a partir do círculo, abrem-se duas setas vermelhas, sugerindo ampliação do que 
é, de fato, visto no microscópio equivalente ao primeiro campo. Abaixo da figura da lâmina, aparece 
a imagem de um microscópio e a lâmina posicionada na mesa do microscópio.
OLHAR CONCEITUAL
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Descrição da Imagem: Imagem que ilustra 
o aumento de 100 vezes: a imagem ilustra 
um círculo com bolinhas rosa-avermelha-
das, que são os eritrócitos, distribuídas 
dentro de todo o círculo. As bolinhas ro-
xas-azuladas são os leucócitos, também 
estão distribuídas dentro do círculo, porém 
em menor número. O nome desse “círculo” 
que enxergamos no microscópio se chama 
campo.
Descrição da Imagem: Imagem que ilustra o aumento de 400 
vezes: os elementos mostrados nessa figura são os mesmos 
da figura anterior. É possível identificar as bolinhas rosa-aver-
melhadas, que são os eritrócitos, distribuídas dentro de todo 
o círculo, bem como as bolinhas roxas-azuladas, que são os 
leucócitos e, também, estão distribuídas dentro do círculo, 
porém em menor número. É possível contar três leucócitos. 
Um deles está no limite do canto esquerdo; outros dois estão 
mais centralizados; um está mais acima; e outro, mais abaixo. 
Nessa imagem, é possível ver, com mais nitidez, alguns pon-
tinhos roxos no fundo, entre os eritrócitos, mais ou menos, 
umas 10 vezes menor que o eritrócito. Esses pontinhos roxos 
são plaquetas. 
Descrição da Imagem: Imagem que ilustra o aumento de 
1000 vezes: os elementos mostrados nessa figura são os 
mesmos que a figura anterior. Algumas bolinhas estão sol-
tas, outras parecem formar um empilhamento de moedas. É 
possível identificar quatro bolinhas roxas-azuladas, que são 
os leucócitos. Especificamente nessa imagem, os leucócitos 
apresentam núcleo bem definido, é possível ver que existem 
círculos mais claros dentro do núcleo celular, que é a parte 
roxa. São detalhes refinados que só podem ser vistos nesse 
aumento de 1000 vezes.
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Descrição da Imagem: Imagem que ilustra o microscópio: pode ser visto o canhão das objetivas em cor cinza e/ou prata metálico, 
mostrado de perfil (de lado). Podem ser vistas três objetivas em forma de cilindro na cor prata metálica. Uma das objetivas está em 
posição vertical, emitindo um feixe de luz sobre uma lâmina de vidro.
Descrição da Imagem:Imagem que ilustra o microscópio: a imagem ilustra uma lâmina de vidro com extensão sanguínea já corada, 
apresentando tonalidade cinza-azulada em, aproximadamente, dois terços da lâmina.
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Saber trabalhar com o microscópio é fundamental para identificar os elementos celulares do sangue 
e as suas particularidades. A segurança do manuseio do equipamento vem com o treino. Cuidado ao 
focar a lâmina e realizar os ajustes do sistema de luz do microscópio, especialmente, com a posição 
do condensador e do diafragma, para que a visualização não fique muito forte a ponto de “cansar, 
arder” os olhos, e nem muito fraca a ponto de não ver as estruturas. Não se preocupe agora, caro(a) 
aluno(a), com as peças e o sistema de luz do microscópio, mas se lembre de que essas dicas são valiosas!
Nos hospitais, hemogramas são considerados exames de urgência. Qual dos sistemas de corantes 
disponíveis, rápido e May Grünwald-Giemsa, você escolheria? Qual seria a padronização das colo-
rações para atender à exigência da urgência sem perder a qualidade do exame?
O resultado final de todo esse processo — coleta, extensão sanguínea, coloração e avaliação em lâ-
mina — é o laudo do hemograma com as informações quantitativas, qualitativas, as observações 
pertinentes e a assinatura do analista. Caro(a) aluno (a), assinar um laudo é muita responsabilidade e 
muito emocionante também. A gente nunca se esquece do primeiro laudo! As principais orientações 
para a formulação dos componentes de laudos podem ser encontradas em Resolução da Diretoria 
Colegiada (RDC) nº 302 de 2005.
A Resolução n° 302, de 13 de outubro de 2005, dispõe sobre o regu-
lamento técnico para o funcionamento de laboratórios clínicos. É, de 
fato, uma leitura necessária que contribui para a visão do sistema de 
gestão de qualidade do laboratório. Por esse motivo, eu recomendo a 
leitura. Existem versões comentadas disponíveis que auxiliam muito 
na interpretação.
Mais uma vez, toda a base e objeto de estudo da Hematologia é o sangue. Pelo menos alguma vez na 
vida, vimos sangue com aquela descrição de um líquido vermelho que “flui” dos vasos sanguíneos 
quando nos espetamos, cortamo-nos, quando nos acidentamos. Entretanto, o que é o sangue? O que 
encontramos nele quando observamos seus constituintes em microscópio? 
Podemos dizer que o sangue é um fluido constituído por uma porção sólida ou massa celular, 
constituído por 1% de leucócitos, 40–45% de eritrócitos e plaquetas (AZEVEDO, 2013). Os leucócitos 
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14178
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são os glóbulos brancos — neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos —, os eritrócitos 
são os glóbulos vermelhos, e as plaquetas não possuem classificação (Figura 3). Essa massa sólida se 
encontra suspensa em uma porção líquida denominada plasma. O plasma (55–60%) é constituído, 
basicamente, por água, em que estão dissolvidas substâncias orgânicas e inorgânicas representadas 
por proteínas — exemplos: anticorpos, fatores de coagulação, enzimas —, lipídeos, carboidratos, íons, 
sais inorgânicos, gases dissolvidos. A porção celular representa, aproximadamente, 45% de um volume 
total de sangue, e a parte líquida representa 55% (Figura 3) (AZEVEDO, 2013). 
Como foi dito, esse é um valor aproximado, podendo variar entre os indivíduos. Fisiologicamente, 
os volumes plasmáticos e celulares sofrem influência de fatores como a idade, gênero, mas é uma boa 
noção de quantidade.Em conjunto, os glóbulos, as plaquetas e o plasma desempenham inúmeras fun-
ções no nosso organismo, envolvendo os mecanismos efetores da resposta imunológica, o transporte de 
gases, a veiculação de nutrientes e a manutenção do equilíbrio térmico, hídrico, ácido básico e iônico. 
Linfócito T Linfócito B Neutró�lo
Eosinó�lo Monócitos Basó�lo
CÉLULAS BRANCAS DO SANGUE 1%
ERITRÓCITOS E
PLAQUETAS 40-45%
Descrição da Imagem: a figura mostra um 
tubo dividido em duas grandes partes. A parte 
superior é amarela, e a parte inferior é verme-
lha. As duas grandes partes são separadas por 
uma linha cinza. Cada uma dessas partes está 
alinhada a uma caixa com seta destacada com 
uma linha azul fina à direita. A parte amarela 
superior indica a parte líquida do sangue, em 
que se lê “Plasma 55–60%”. A linha cinza indica 
a população das células brancas do sangue. 
Dentro da caixa com linha azul fina, estão re-
presentadas as células. A bolinha verde é o 
linfócito T; a bolinha amarela é linfócito B; ao 
lado do linfócito B, uma célula com grânulos 
rosa e segmentação é o neutrófilo; abaixo do 
linfócito T, há uma célula com grânulos laran-
ja, que é o eosinófilo; ao lado dele, há uma 
célula com núcleo vermelho, que representa o 
monócito; e, ao lado do monócito, uma célula 
com grânulos azuis representando o basófilo. 
A caixa com linha azul que sai da parte ver-
melha possui bolinhas vermelhas indicando 
eritrócitos e bolinhas com espículas azuis que 
são as plaquetas.
Figura 3 - Composição e elementos do sangue
Como o sangue é formado? Qual é a origem dos elementos sólidos do sangue — leucócitos, eri-
trócitos e plaquetas? Hematopoiese — poiese = formação — é o processo de formação das células 
do sangue, que ocorre em dois períodos principais: inicia-se no período intrauterino e continua 
após o nascimento no período extrauterino. 
No feto, desde as primeiras semanas de gestação até, aproximadamente, dois meses, ocorre a fase 
pré-hepática da hematopoiese, situada no saco vitelínico. Entre dois e sete meses, a hematopoiese 
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UNIDADE 1
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passa a se desenvolver no fígado e baço, caracterizando a fase hepatoesplênica. Dentro dessa fase, 
por volta do quinto mês, observa-se a formação dos glóbulos brancos, além das plaquetas e eritrócitos. 
Por fim, aproximadamente, ao sétimo mês de gestação, instala-se a fase mieloide, em que a medula 
óssea passa a ser o principal sítio de produção das células sanguíneas. Após o nascimento, o fígado e 
o baço deixam de colaborar com a produção das células sanguíneas e passam a participar do processo 
de destruição das células sanguíneas senescentes ou danificadas por meio do sistema mononuclear 
fagocitário (HOFFBRAND; MOSS; PETTIT, 2008; SILVA; HASHIMOTO; ALVES, 2009). 
O período extrauterino se inicia com a fase criança, que ocorre até, aproximadamente, os quatro 
anos. A medula óssea produtiva é encontrada em praticamente todos os ossos, isso significa que, até os 
quatro anos de idade, toda a medula óssea é hematopoiética, ou seja, praticamente, todo o “esqueleto” 
tem capacidade de produção de células sanguíneas. A partir dos quatro anos, na fase adulta, a medula 
hematopoiética sofre modificações, a atividade medular decresce, ocorre substituição progressiva da 
medula dos ossos longos por gordura. Com o passar dos anos, quando adultos, os principais sítios 
medulares ativos ficam restritos aos ossos do tronco como vértebras, costelas, crânio, esterno, sacro e 
pelve, bem como nas extremidades proximais dos fêmures. Aproximadamente, após a quinta década 
de vida, na fase senil, a produção avança homogênea nos ossos do tronco e, nos ossos longos, ocorre 
a proliferação de fibroblastos, ocorrendo substituição medular. Esse processo é irreversível e impro-
dutivo. Também, é chamado de medula cinza ou cinzenta (Figura 4) (AZEVEDO, 2013). 
Descrição da Imagem: a figura apresenta um gráfico composto pelo eixo X, na horizontal, indicando intervalos numéricos que representam 
o tempo em meses: a partir do zero até nove, há um espaço e continua a marcação, indicando o intervalo de anos, de 10 a 60. O eixo Y, 
posicionado na vertical, indica intensidade da hematopoiese, mas não mostra unidade de medição. A primeira linha rosa inicia bem no alto, 
encostando-se no eixo Y, e termina no número 3 (terceiro mês). Em cima da linha, uma caixa azul indica o período de hematopoiese no saco 
vitelínico. Uma linha verde escuro inicia no número 1, alcança o pico entre 5–6 meses e vai caindo até o 9. Em cima dessa linha, encontra-se 
uma caixa amarela indicando o período de hematopoiese do fígado e baço. Uma linha rosa sobreposta a uma linha azul — que não é vista 
ainda — inicia no número 3 e vai subindo; a linha azul tem um pico em 10 anos, cai um pouco e, depois, estabiliza. A linha rosa tem um 
pico em cima da linha tracejada e cai, gradativamente, até 30 anos. Ao lado da linha tracejada, existe uma caixa vermelha indicando a he-
matopoiese em ossos. O lado esquerdo da linha tracejada indica a hematopoiese pós-natal, representada por três esqueletos. O pequeno 
esqueleto indica a fase criança e é todo vermelho, retratando hematopoiese ativa. O segundo esqueleto indica a fase adulta, e os ossos mais 
próximos ao tronco estão mais vermelhos. O terceiro esqueleto indica a fase senil, com poucos ossos produtores de medula óssea vermelha.
Figura 4 - Fases da hematopoiese / Fonte: a autora.
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Anatomicamente, a medula óssea possui arquitetura própria, formada por um microambiente 
composto por células estromais — células endoteliais, macrófagos e fibroblastos —, as células 
hematopoiéticas e uma matriz extracelular — moléculas de adesão. Esses elementos, associados 
à presença de fatores de crescimento, interagem de modo a permitir a indução da proliferação, 
diferenciação e maturação das células sanguíneas. A proliferação, diferenciação e manutenção 
funcional das células hematopoiéticas são mediadas por interleucinas (IL) e fatores estimulantes 
de colônia (CSF), produzidos pelo próprio microambiente, que agem em receptores de membrana, 
estimulando ou inibindo o crescimento celular (OLIVEIRA, 2014). 
Os grupos celulares que povoam a medula óssea e, portanto, estão envolvidos na hematopoiese 
compreendem as células tronco pluripotentes, as células progenitoras indiferenciadas 
multipotentes, as células precursoras, a sequência maturativa linhagem específica e as 
células maduras. A hematopoiese se inicia a partir de uma célula tronco hematopoiética (CTH) 
pluripotente, termo traduzido do inglês hematopoietic stem cell (HSC). Também, pode ser cha-
mada de célula primitiva, cuja função é originar todas as linhagens sanguíneas. As CTHs estão 
distribuídas na medula óssea em número baixo, porém com alta capacidade de autorrenovação 
e diferenciação (Figura 5). A autorrenovação corresponde à capacidade de uma célula se dividir 
e gerar duas células-filhas idênticas à célula-mãe. A diferenciação se refere à sequência de eventos 
que leva à maturação da célula (HOFFBRAND; MOSS; PETTIT, 2008). 
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UNIDADE 1
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As células progenitoras indiferenciadas multipotentes são originadas a partir das CTH pelo pro-
cesso de diferenciação celular. Essas células são muito importantes, pois são capazes de se comprometer 
com uma linhagem específica. O que isso significa? Uma célula progenitora multipotente, quando 
devidamente estimulada, compromete-se com uma linhagem mieloide ou linfoide. Podemos utilizar, 
também, o termo “tronco”. Tronco mieloide, tronco linfoide. 
Dessa forma, as células progenitoras multipotentes se organizam em unidades formadoras de colônia 
(CFU) que formarão vários tipos celulares. Mais especificamente, a CFU-GEMM, que é a representante 
do tronco mieloide e dará origem a outras CFUs específicas para os granulócitos — CFU-G, CFU-Eo, 
CFU-Baso —, eritrócitos — BFU e CFU-E —, monócitos — CFU-M — e megacariócitos — CFU-Meg. 
Enquanto as células progenitoras multipotentes linfoides se organizam na CFU-Li, que é a unidade 
formadora de colôniados linfócitos, assim diferentes populações de linfócitos são formadas. 
As células precursoras são, ainda, células imaturas, morfologicamente, mais diferenciadas em re-
lação às anteriores, que dão origem a diferentes tipos celulares. Correspondem às primeiras células da 
sequência maturativa de cada linhagem celular específica. A sequência maturativa corresponde a uma 
ordem de células, que se inicia a partir de cada célula precursora de linhagem específica até a célula mais 
madura daquela linhagem. Seguem uma hierarquia específica: células progenitoras, células imaturas 
intermediárias e células maduras (Figura 6). As células maduras são o produto final da sequência ma-
turativa para cada linhagem. São completamente diferenciadas, ou seja, a morfologia é compatível com 
a sua forma madura, perdem a capacidade de realizar mitoses e desempenham funções especializadas. 
Devemos lembrar que moléculas como ILs e dos CSFs atuam em todas as linhagens hematopoiéticas 
e, especialmente, nos estágios iniciais de maturação, muito importantes no crescimento das células. 
Fatores de crescimento hormonais importantes, também, são apresentados, a eritropoietina (EPO) 
estimula a eritropoiese (formação dos eritrócitos) e a trombopoietina (TPO) estimula a trombopoiese 
(formação das plaquetas) (OLIVEIRA, 2014) (Figura 6). 
Descrição da Imagem: a imagem mostra um círculo azul, 
que contorna uma bolinha vermelha, ilustrando uma célu-
la-tronco, posicionado acima da imagem. Da célula tronco, 
emergem duas setas pretas. A seta da esquerda mostra, 
novamente, o círculo azul envolvendo a bolinha vermelha, 
idêntico ao do início, indicando uma mitose, que gera uma 
célula-filha idêntica à de origem, ocorreu autorrenovação. 
A seta da direita, que também emergiu da célula-tronco, 
aponta para um círculo formado por uma linha azul-escura/
preta semipreenchida de cinza, envolvendo uma bolinha 
vermelha. Está diferente da célula-tronco de origem, ocor-
reu diferenciação. Dessa célula, emergem mais duas setas 
pretas. A seta da direita apresenta novamente um círculo 
azul, envolvendo uma bolinha vermelha ao centro. O as-
pecto é mais achatado. A seta preta da esquerda apresenta, 
novamente, um círculo azul mais claro, envolvendo uma bo-
linha vermelha ao centro, também com aspecto achatado. 
São representações de células diferenciadas. 
Figura 5 - Caminhos da célula tronco hematopoiética
Fonte: adaptada de Hoffbrand, Moss e Pettit (2008).
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Descrição da Imagem: a figura mostra, no topo da imagem, um círculo com borda em linha preta, circundado, internamente, com branco, 
e centro em forma de bolinha cor-de-rosa, essa descrição ilustra a célula-tronco pluripotente. Dela, emerge uma seta apontando para ela 
mesma, indicando autorrenovação. Outras duas setas pretas emergem da célula-tronco pluripotente. A seta preta que direciona para o lado 
esquerdo da figura se compromete com o tronco mieloide que é caracterizado por círculos com borda em linha preta, circundado, inter-
namente, com branco, e centro em forma de bolinha amarela. Cada uma dessas células indica uma linhagem. As setas de cima para baixo 
indicam o sentido de maturação e, entre as setas pretas, aparecem descritos os fatores de crescimento celular, CSFs, IL-3, TPO, EPO. Na parte 
inferior da figura, existem setas pretas mais compridas, indicando o final da maturação. A primeira célula madura do lado esquerdo são os 
eritrócitos, ilustrados por bolinhas amarelas contornadas de preto. Ao lado dos eritrócitos, estão as bolinhas vermelhas contornadas de preto, 
que são as plaquetas. Na sequência, aparecem quatro células, uma ao lado da outra, com desenho de núcleo em cor vermelho/magenta, 
representando os neutrófilos (rosa), monócitos (azul-claro), eosinófilos (amarelo), basófilos (cinza-claro). A seta preta que direciona para o lado 
direito da figura se compromete com o tronco linfoide, que é caracterizada por círculos com borda em linha preta, circundado, internamente, 
com branco, e centro em forma de bolinha azul-escura. Da primeira bolinha azul, emergem duas setas pretas. A seta da esquerda para baixo 
indica maturação dos linfócitos T (LT). A seta da direita para baixo indica maturação dos linfócitos B (LB). Assim como falado anteriormente, 
entre as setas pretas, aparecem descritos os fatores de crescimento celular, CSFs, e várias IL. No final, as últimas células são círculos quase 
completos com núcleo de cor vermelha/magenta. A última célula do lado direito apresenta um círculo maior preenchido por azul-escuro, 
com centro pequeno vermelho/magenta, indicando a diferenciação do LB em plasmócito.
Figura 6 - Hematopoiese / Fonte: adaptado de Oliveira (2014).
Vejamos um exemplo de todo esse processo? A partir da célula progenitora mieloide (CFU-GEMM), 
são originados os eritrócitos. A primeira célula da linhagem eritroide que se reconhece morfologi-
camente é o pró-eritroblasto; a partir daí, segue a hierarquia maturativa, eritroblasto basófilo, eritro-
blasto policromático, eritroblasto ortocromático, reticulócito e, por fim, eritrócito maduro. Quando 
as células atingem a sua maturação na medula óssea ou no timo — como ocorre com linfócitos T —, 
essas células alcançarão o sangue periférico e, depois, seguirão o seu caminho para os tecidos onde 
elas foram requisitadas, ou seja, o local onde elas exercerão a sua função até o final da sua vida celular. 
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UNIDADE 1
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Caro(a) aluno(a), essa é uma visão geral da formação das células sanguíneas, que servirá de base 
para inúmeros conteúdos, e, de fato, é um tema de extrema importância. 
Você quer aprender mais sobre a formação das células do sangue? 
Acesse o link e escute o PODCAST que eu preparei para você.
A Hematologia é uma ciência muito ampla, assim como as demais ciências, ela possui a sua comple-
xidade. Felizmente, existem diversos artigos científicos e livros que podem contribuir profundamente 
com o seu estudo. Hoje, caro(a) aluno(a), eu tenho uma indicação para você
Título: Diagnóstico Hematológico
Autora: Eliana Rezende Adami
Editora: Contentus
Sinopse: a obra traz uma introdução interessante sobre o sistema circu-
latório, a história da Hematologia, os conceitos, as técnicas hematológicas 
clássicas e o avanço das técnicas com abordagem moderna.
Comentário: a obra reúne um texto adicional ao produzido na unidade, 
reforçando os valores das práticas hematológicas e a ênfase de execução 
da fase pré-analítica.
Demos início à jornada de estudos na Hematologia. Aproveite! Fica, aqui, nesta unidade, um 
compilado de conhecimentos fundamentais para esse início. A partir da visão preliminar da he-
matopoiese, aprofundaremos o conhecimento de cada uma das linhagens citadas no texto, com 
abordagem fisiológica e patológica.
Demos início à jornada de estudos na Hematologia. Aproveite! Fica, aqui, nesta unidade, um compilado de 
conhecimentos fundamentais para esse início. A partir da visão preliminar da hematopoiese, aprofundare-
mos o conhecimento de cada uma das linhagens citadas no texto, com abordagem fisiológica e patológica.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11682
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Caro(a) aluno(a), diante do que foi exposto, podemos perceber a imensa aplicação da biosse-
gurança nas práticas de laboratório. Vimos uma pequena parte da estruturação teórica sobre as 
normas de segurança no ambiente de trabalho, assim como as boas práticas de laboratório, que 
são o nosso dia a dia. Vimos, também, o impacto desses conceitos na qualidade dos exames, 
desde a coleta de sangue até algumas partes do processamento — recepção, coleta, preparo da 
extensão sanguínea, coloração, microscopia e laudo. 
Lembra-se do nosso exercício do começo da unidade? Agora ficou fácil, não é? É claro que o 
profissional quebrou os protocolos de biossegurança e boas práticas de laboratório e, sim, promoveu 
a disseminação de um agente infeccioso. As medidas para evitar o ocorrido são seguir com rigor 
as medidas de biossegurança, jamais sair do laboratório de jaleco ou qualquer outro EPI, lavar asmãos adequadamente e finalizar com um pouco de álcool em gel.
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A Unidade 1 envolve algumas temáticas. Iniciamos nosso estudo enfocando as questões de biossegu-
rança, depois, seguimos para os processos iniciais da rotina na Hematologia e finalizamos com o in-
ício do estudo das células sanguíneas. Podemos organizar melhor essas ideias em um mapa mental. 
Então, construa um mapa mental dando ênfase à fase pré-analítica da rotina hematológica. Seguem 
algumas palavras-chave para ajudá-lo(a): sangue, anticoagulantes, coloração, microscopia e laudo.
HEMOGRAMA
Sangue
Coloração
Anticoagulantes
Laudo
Microscopia
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1. Leia o texto a seguir.
A hematopoiese constitui um processo altamente dinâmico que envolve proliferação, dife-
renciação e maturação das células sanguíneas. O sistema hematopoiético é formado por 
diversos órgãos e inclui fígado, baço, linfonodos e timo, que atuam em diferentes fases do 
desenvolvimento humano, seja em produção, maturação ou destruição das células do sangue.
AZEVEDO, M. R. A. A. Hematologia Básica: Fisiopatologia e diagnóstico laboratorial. Rio de 
Janeiro: Revinter, 2013.
Como foi dito, as fases da hematopoiese acompanham o desenvolvimento humano. E, em 
cada fase distinta, ocorrem alterações celulares importantes. De acordo com os seus conhe-
cimentos sobre a hematopoiese e os eventos que acontecem durante esse processo, assinale 
a alternativa correta.
a) A autorrenovação ocorre com células maduras, tanto da linhagem mieloide quanto da linha-
gem linfoide.
b) Uma célula diferenciada é uma célula madura em relação ao seu precursor mais imaturo e 
deve mostrar características dessa diferenciação.
c) Durante o desenvolvimento humano, a hematopoiese intrauterina segue o mesmo padrão 
da hematopoiese pós-natal quanto à intensidade e aos locais de produção.
d) A medula óssea vermelha é substituída por medula óssea cinza na fase adulta.
e) Na fase senil, a hematopoiese perde a sua capacidade de maturação das células. 
2. As normas de biossegurança são um conjunto de medidas, regras e padrões desenvolvido para 
ser aplicado à rotina de trabalho. No que diz respeito ao laboratório clínico, a biossegurança é 
essencial para a proteção de toda a equipe e dos pacientes envolvidos. Analise as imagens a seguir.
Descrição da Imagem: na imagem, vemos duas fotos de sangue sendo coletado do braço de duas pessoas. Na foto (a), à esquerda, 
um indivíduo branco de camiseta cinza está sentado com o braço apoiado em cima de uma bancada e virado para cima. Os braços 
de uma segunda pessoa branca aparecem na foto, e ela realiza um procedimento no braço do paciente, que tem um garrote de 
elástico azul. Essa pessoa está sem luvas e usando pulseiras. Na foto (b), à direita, um indivíduo pratica uma punção sanguínea em 
um fossa ante cubital de um indivíduo branco. O coletador está usando o sistema seringa e agulha e está sem luvas. Na seringa, há o 
enchimento de sangue vermelho escuro. O braço do indivíduo está garroteado com elástico amarelo pálido, existem nós no garrote.
Figura 1 - Procedimentos de punção sanguínea 
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Observe o procedimento de punção e/ou coleta sanguínea apresentado nas imagens A e B. 
A imagem A traz o momento em que, de fato, acontece a coleta de sangue, e a imagem B 
mostra — aparentemente, em outro indivíduo — os momentos finais da coleta de sangue, 
porém o procedimento ainda está em andamento. De acordo com seus conhecimentos em 
biossegurança e execução da fase pré-analítica, escolha a alternativa correta.
a) As duas imagens mostram grave quebra do protocolo de biossegurança, os coletadores 
podem ser vistos sem luvas, com unhas esmaltadas e usando pulseiras.
b) Como, na imagem A, o coletador já terminou a coleta, não há problema colocar o Stopper 
— protetor do furo produzido pela agulha — já sem luvas, pois não haverá mais contato 
com o sangue. E, aparentemente, outro local de punção já estava coberto com algodão e 
esparadrapo.
c) Na imagem B, o nó presente no garrote não atrapalha o fluxo venoso, assim a punção pode 
ser feita com segurança.
d) Caso o coletador não consiga sentir a veia, ao tocar e pressionar a veia, ele pode tirar a luva 
para aumentar a sensibilidade. Possivelmente, é por esse motivo que ele tirou a luva.
e) As imagens podem estar relacionadas à coleta de sangue em ambiente de pesquisa, então 
as normas de biossegurança podem ser diferentes.
3. Anticoagulantes são moléculas capazes de retardar o tempo de coagulação do sangue por 
inibir, de alguma forma, a ativação dos fatores de coagulação. Podem ser utilizados in vivo 
para fins terapêuticos, por exemplo, para tratar um evento tromboembólico, como a trom-
bose venosa profunda. Também, podem ser utilizados in vitro, com o objetivo de evitar que 
o sangue se torne coagulado, mantendo o fluido como se estivesse dentro dos vasos sanguí-
neos. A escolha do anticoagulante ideal na rotina hematológica já é bem estabelecida. Sobre 
os anticoagulantes utilizados na rotina da hematologia clínica, assinale a alternativa correta.
a) Para a realização dos exames hemograma e coagulograma, são recomendadas coleta de 
sangue com anticoagulante EDTA e citrato de sódio, respectivamente.
b) O mecanismo de ação do citrato de sódio é como quelante de cálcio, e o uso da solução é 
de 3,8 mg/dL para 4 mL de sangue.
c) A heparina de alto peso molecular é um anticoagulante utilizado somente in vivo, ou seja, é 
um medicamento e não serve para a rotina de laboratório.
d) O EDTA dissódico (Na2EDTA) é a forma mais solúvel no sangue e o mais indicado para a 
realização do hemograma completo.
e) Os anticoagulantes citrato de sódio, EDTA e heparina podem ser intercambiados na rotina 
do laboratório. O laboratório poderá adquirir o que tiver maior disponibilidade de mercado.
44
2
Nesta unidade, você terá a oportunidade de rever e aprofundar os 
seus conhecimentos sobre hematopoiese. No entanto, a partir de 
agora, dar-se-á ênfase ao conhecimento de linhagens específicas. 
Iniciaremos com o estudo dos eritrócitos, envolvendo a sua forma-
ção, estrutura, fisiologia e destruição. Após obter esses conheci-
mentos, dar-se-á o próximo passo, ou seja, abordar-se-á o estudo 
da avaliação laboratorial dos eritrócitos. Esse tópico representa o 
eritrograma, que é um dos conjuntos de parâmetros (componentes) 
do hemograma. Dessa forma, ao final desta unidade, você saberá a 
fisiologia dos eritrócitos, bem como conhecerá as principais formas 
de avaliação dessa linhagem. 
Eritrograma
Me. Silvia Aparecida Ramos
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Exames laboratoriais não servem apenas para elucidar uma condição patológica. Eles também devem 
ser empregados para monitorar o estado de saúde de uma pessoa. No entanto, é muito comum o in-
divíduo realizar exames laboratoriais somente quando existe uma queixa clínica. E, assim, deixa-se 
de lado a prática preventiva, ou seja, a realização do famoso “check-up”. Nesse sentido, de que forma a 
análise do eritrograma contribui para a investigação do estado de saúde do indivíduo? 
A realização do check-up garantirá o conhecimento do valor basal (real) individual, ou seja, é como 
se fosse o seu próprio valor de referência. Essa conduta pode auxiliar o clínico, em eventos futuros, 
a avaliar as alterações que poderão surgir no que se refere à doença ou à queixa do paciente. Essas 
informações são valiosas e servem para refletir a importância de conhecer valores referenciais. Nesse 
sentido, o estudo dos parâmetros hematológicos deve sempre se iniciar com base no que é normal, seja 
guiado por valores de referência descritos na literatura e morfologia celular, seja por meio do acom-
panhamento de sucessivos exames de check-up realizados no laboratório, seja, ainda, em situações 
similares que serão discutidas adiante.
Para trabalharmos esta unidade, imagine o seguinte caso: M. N. R., gênero masculino, 40 anos, 
trabalha em uma empresa de produtos químicos. De acordo com o programa de saúde ocupacional 
da empresa, o trabalhador realiza corretamente

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