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Transcrição Bioquímica Aula 3 (21/03) (03:50-10:50) Olha só... nucleotídeo, conceitualmente, é uma biomolécula formada por três elementos, tá? Nós vamos ter um elemento central, que é um açúcar, mas é mais interessante, mais moderno, a gente chamar de carboidrato, certo? Já já vocês vão aprender efetivamente o que é um carboidrato... mas em síntese, o carboidrato é um poli-hidroxialdeído ou poli-hidroxicetona. Memorizem o nome polihidroxi... Então tem várias hidroxilas, estão vendo? Jóia? Esse carboidrato aqui, ele tem 5 carbonos, ele é um monossacarídeo. Os monossacarídeos, eles vão existir na forma de cadeia aberta ou de cadeia fechada. Se você vê um carboidrato de cadeia aberta, vá sem medo de ser feliz que ele é um monossacarídeo, fechado? Se você encontrar ele fechado, ele vai existir de duas estruturas: a gente vai ter um anel parecido com esse (professor desenhou um anel no quadro), certo? Esse anel recebe o nome genérico de furano e, com ele, vamos ter esse anel chamado de pirano, tranquilo (desenha um segundo anel no quadro)? Apesar de eu ter aqui (aponta para o primeiro anel) cinco vértices e nesse (aponta para o segundo anel), quatro vértices... Eu posso ter aqui uma pentose, que são cinco carbonos, tá? Às vezes uma hexose... Aqui (aponta para o segundo anel), eu posso ter uma pentose, uma hexose... eu só não posso ter o que? Uma triose, concorda? -Aluno: Por quê? -Professor: Porque eu tenho quatro vértices, com uma triose eu tenho três carbonos, então não fechariam quatro vértices. -Aluno: Hã? -Professor: Uma triose é um carboidrato com três carbonos. Se eu preciso de quatro vértices, cada vértice desse é um carbono. Se a triose tem três carbonos, eu não conseguiria ter uma figura com quatro, nem com cinco vértices. Então as trioses não formam essas figuras, não formam as estruturas fechadas; as trioses só existem na estrutura aberta, certo? Então para esse momento de hoje, se você vê um anel parecido com esse que contém hidroxilas, você vai suspeitar fortemente que é um carboidrato. (Inaudível) ...Hoje, se você estudar como carboidrato, tá valendo, beleza? Lá na frente você vai aprender melhor. Se esse anel estiver separado, um anel e outro anel, são dois monossacarídeos, tranquilo? Se esses anéis estiverem unidos por algum tipo de ligação covalente, deixam de ser monossacarídeos e passam a ser dissacarídeos, eu tenho duas moléculas de carboidratos unidas. Então quando eu olho para este anel, eu vejo que este anel aqui é uma forma furanosídica, tem hidroxilas, então posso nesse momento dizer que isso aqui é um carboidrato. Esse carboidrato tem quantos carbonos? Cinco, então esse carboidrato é uma pentose, fechado? Essa pentose é especificamente a ribose, tranquilo? Esta ribose, ela vai ter algumas características, por exemplo, nós vamos memorizar aqui o carbono 1 dela, nesse carbono 1 dela vai estar ligada outra biomolécula, que seria uma base nitrogenada, as bases nitrogenadas podem ser do tipo purina ou pirimidina, fechado? Então aqui as bases nitrogenadas, ó... (aponta para o slide) purinas ou pirimidinas. Observem que a purina, que tem o nome menor, ela é formada por dois anéis, você vê uma estrutura que tem dois anéis, ela é quem? Purina. E a pirimidina, que tem o nome maior, é formada por um único anel. Parece besteira, mas essa informação vai ser importante pra gente. Então, no carbono 1, e a gente vai chamar esses carbonos, dentro do nucleotídeo, esses carbonos do carboidrato, dentro, só dentro do nucleotídeo, vão receber a nomenclatura linha. Então se eu falar carbono 1 linha, eu tô me referindo ao carbono do carboidrato. É importante você escrever esse “linha” pra não confundir o carbono do carboidrato com o carbono das bases nitrogenadas, tranquilo? Então se eu falar carbono 2, é carbono da onde? Da base nitrogenada, obviamente, se eu estiver me referindo a um nucleotídeo. Então no carbono 1 linha, uma base nitrogenada, que pode ser uma purina ou uma pirimidina, jóia? Então carbono 1 linha a gente precisa saber o que tem nele. Eu também preciso conhecer o carbono 2 linha, esse carbono 2 linha pode, ou não, ter essa hidroxila. É essa hidroxila que vai ser responsável pela vida da gente. Se ela estiver presente, eu tenho o ácido ribonucleico. Se ela estiver ausente, eu tenho o ácido desoxirribonucleico, presente... (10:50-17:50) Parte 2: Presente, ribonucleico, RNA. Ausente, desoxirribonucleico, DNA. A presença ou ausência dessa hidroxila é que vai determinar a principal propriedade do DNA e do RNA. Sem ela, essas duas moléculas não fariam o que precisam fazer. Aluno: Só confirmando, professor. Sem hidroxila o carboidrato que a gente está vendo é ribose.. Professor: Os dois casos são riboses. Só que no caso que tem hidroxila é ribose e no outro caso desoxirribose. Lembrando: DNA é o ácido desoxirribonucleico, ribo vem de onde? Ribose. RNA ácido ribonucleico. Ribose sempre. O (carbono) 3’ também tem uma hidroxila e a gente também precisa conhecê-la, porque ela vai ser responsável pela ligação fosfodiéster. Aluno: Sempre tem hidroxila no 3’? Professor: Sempre. 1’ - Base nitrogenada 2’ - tem ou não tem hidroxila (Para saber se é DNA ou RNA) 3’ - hidroxila responsável pela formação da ligação fosfodiéster. 4’ - Só precisa saber que ele liga o 3’ ao 5’. 5’ - Tem o grupamento fosfato. Esse grupamento fosfato tem natureza ácida, por isso o nome ácido ribonucleico e ácido desoxirribonucleico. Sem o grupamento fosfato, a molécula é chamada de nucleosídeo. Tecnicamente, nucleotídeo é a “galera” toda junta e nucleosídeo é sem o fosfato. Algumas “frescuras” de nomenclatura: a base nitrogenada, por exemplo, é chamada de adenina. O nucleosídeo é adenosina e o nucleotídeo adenilato. Não se estressem com isso porque a gente chama tudo de adenina ou adenosina, mas tecnicamente existe essa distinção de nomenclatura. Agora vamos ver o que faz cada componente desses. O que faz a base nitrogenada na sua vida? Por que ela é tão importante? Primeiramente, ela é um composto altamente hidrofóbico e isso vai fazer com que a base nitrogenada esteja sempre voltada para o interior da molécula. Quando a gente ver o DNA que é dupla hélice, a base nitrogenada não está para fora porque ela não pode interagir com água, então ela vai estar para onde? Para dentro. No RNA que é fita simples, a gente tem mais dificuldade para ver isso, mas ela está voltada para dentro. Essas bases nitrogenadas vão ser responsáveis pelas formação de pontes de hidrogênio e interações hidrofóbicas. Essas ligações, no caso do DNA, vão ser importantes tanto para estabilização das moléculas, quanto para garantir o pareamento das bases. O pareamento das bases é a essência da nossa hereditariedade. Todo mundo sabe sobre os pareamentos das bases? Adenina com Timina, Citosina com Guanina. É sempre uma purina com uma pirimidina. Por que isso acontece? Porque a natureza adora simetrias. A purina tem 2 anéis e a pirimidina tem 1 anel. Então, todas as ligações vão ter três anéis, mantendo sempre a mesma distância, e, assim, o DNA não fica parecendo uma sanfona. (17:50-24:50) Essa sanfona não é compatível com a natureza, precisa de uma certa estabilidade, se eu tiver uma purinha com uma pirimidina eu garanto sempre uma distância uniforme entre as duas hélices. Isso responde a primeira parte da pergunta, mas porque que não pode ser uma adenina com uma citosina? Porque essas duas moléculas não conseguem atingir uma angulação para otimizar as pontes de hidrogênio, se eu tentar parear essas duas a ponte de hidrogênio que se forma é uma só e não vai ter estabilidade. Esse pareamento é essencial para a hereditariedade e fluxo da informação genética. Qual o nosso fluxo? Replicação, transcrição e tradução. Replicar é fazer uma cópia de si mesmo, transcrever é o que? Quando eu faço uma cópia que não é de mim mesmo, quando eu vou formar o RNA ele é nucleotídeo, eu copio ele do DNA que também é nucleotídeo, ou seja eles têm a mesma língua, a língua dos nucleotídeos, como se eu transcrevesse algo em português para o meu caderno,a linguagem é a mesma. E o que é que é tradução? É quando eu pego a linguagem do RNA, que é nucleotídeo, e transformo em linguagem de proteína que é aminoácido eu to copiando de uma linguagem para outra por isso o nome é tradução. Esse é o fluxo da informação genética, ela só vai em um único sentido, o da replicação, transcrição e tradução e não fazendo o caminho de volta. Com relação ao nosso carboidrato eu já mencionei pra vocês qual seria a função de cadê um pra vocês, chamando atenção para essa hidroxila (aponta para a hidroxila 3’). Uma das principais diferenças entre o DNA e o RNA na verdade é que o meu RNA precisa copiar a informação no núcleo, levar para o citosol e produzir essa informação. O que a célula vê para torna-se funcional na maioria das vezes são proteínas, existem alguns RNAs que tem função catalítica, aliás, vocês acham que existem apenas 3 tipos de RNAs e não é verdade, existem vários e com várias funções relevantes. Mas a grosso modo a célula enxerga as coisas por meios de proteínas, se a proteína está presente ela entende algo, se está ausente da entende outra coisa, se esta assim ela entende outra, essa análise é quantitativa e qualitativa. Alguém perguntava aqui sobre o P53 no nosso primeiro encontro, de acordo com o local dela a célula entende coisas diferentes. Bom, independente de ser quantitativo ou qualitativo a proteína só deve estar presente enquanto eu precisar da informação, se é uma proteína quantitativa acabou a necessidade ela tem que desaparecer. (Aluno: através dos proteassomos). Então, do ponto de vista quantitativo pode ou subir u diminuir, tão entendendo que também é um tipo de homeostasia? Uma das formas que eu controlo isso é pelo RNA, se eu quero mais proteínas por uma necessidade eu fabrico mais RNA, se eu não quero eu sesso a produção, o primeiro ponto de controle é esse, se eu por acaso expresso mais RNA mensageiro do que eu deveria, eu vou ter mais proteina do que eu deveria ou então eu vou ter essa proteínas em um momento inapropriado. Como que a célula controla isso? Ela fabrica o RNA, ele vai pro citosol e desaparece. (24:50-31:50) O RNA mensageiro assim que ele é transcrito (o RNA tem um tempo de meia vida muito curto, ele tem que ser transcrito naquele tempo) acabou, morreu a tradução, se eu quero a tradução eu que fabrique mais RNA, a meia vida do RNA é extremamente curta. Isso decorre porque o RNA apresenta uma grande instabilidade química e tem que ter para cumprir a sua função e ao mesmo tempo como ele tem que ter mobilidade, ele tem que sair do núcleo, atravessar os poros do núcleo, chegar no citosol, ser desmanchado para ser traduzido ele tem que ter uma grande estabilidade física. Então o RNA tem grande instabilidade química e estabilidade física. Aluno: Só confirmando professor, estabilidade física para o RNA fazer a movimentação do núcleo até o citosol e a instabilidade química para que ele seja rapidamente degradado após a tradução. Professor: Evitando assim a perpetuação da informação. Aluna: Então o RNA não vai ser reciclado? Professor: Não vai ser reciclado. Agora se eu olhar pro DNA já é o contrário, o DNA tá no núcleo ou tá na mitocôndria, protegido, não sai de lá para nada, ele precisa ter estabilidade física? Não. Ele tem instabilidade física, porém o DNA precisa guardar informação, ele tem que durar anos então ele tem que ter estabilidade química. E essa estabilidade é dada pela desoxirribose e a instabilidade química é dada pela ribose. Olhem só, nos ácidos nucleicos, o ácido nucléico é um polímero de nucleotídeo, e no ácido nucléico os nucleotídeos são unidos por ligações fosfodiéster. O que é que a gente chama de ligação fosfodiéster? Olhem aqui: Esse fosfato que vocês estão vendo pertence a esse carbono 5', esse fosfato 5' sempre vai unir se a hidroxila de outro nucleotídeo. Com esta união eu formo esse tipo de ligação, que é uma ligação do tipo éster, como essa ligação éster não tem enxofre mas tem fosfato, então por isso a ligação é fosfoéster. O que é uma ligação fosfoester? P dupla O, O e O, P dupla O. Tem duas ligações fosfoéster em uma só, por isso o nome fosfodiéster. Quando eu tenho a bendita hidroxila - eu vou ver essa hidroxila no DNA ou RNA? No RNA - quando o RNA chega aí citosol as hidroxilas… Lembrem-se que o citosol é um ambiente eletroquímico, tem um pH, tem hidrogênio e hidroxilas, inclusive é levemente alcalino a maioria das vezes, aquelas hidroxilas do meio fazem um ataque nucleofilico (ataque de passar de e lá elétrons), a hidroxila ao ser atacada ataca a ligação fosfodiéster, rompendo a ligação. E esse ataque só foi possível graças a hidroxila do carbono 2'. O núcleo também essas hidroxilas dando bobeira, o núcleo também tem um pH, mas o DNA é desoxirribonucleico, sendo desoxi não tem essa hidroxila para sofrer o ataque e sem este ataque eu ganho estabilidade química. Se não fosse essa hidroxila a gente não estava aqui. Aluno: Essa quebra ocorre para que mesmo? Professor: Para que o RNA desapareça mais rápido. Aluno: É por isso que dizem que vírus de RNA é mais mutagenico né? Professor: Não. Na verdade, vamos lá, os dois vírus são mutagênicos. (31:50-38:50) Vamos lá, os dois vírus são mutagênicos, o problema é o seguinte: no de RNA, o material é mais curto, mais facilmente manobrável, tá? E como é que eu posso dizer mais facilmente? digamos assim, penetrado ele é mais infeccioso, o maior sonho do vírus é fazer “víruszinhos”, então o vírus precisa infectar. Para infectar, ele precisa injetar o material. Como ele é menorzinho mais maleável ele consegue o quê replicar mais facilmente na célula infectada E com isso sofrer mais variações como eu produzo milhões de populações de viroszinhhos fica mais fácil de eu testar qual vai dar certo, tá? em paralelo, o vírus de RNA você não pode olhar bem torto para ele não se você olhar para ele meio estranho, ele se desmancha, entendeu? Por isso que o vírus da covid a melhor forma de combater é o álcool 70% ou água e sabão. O vírus de RNA não pode ver água e sabão que se desintegra facilmente. Professor, o senhor pode repetir a resposta da pergunta da colega que eu não entendi direito? Se é por conta disso que os vírus de RNA se replicam mais facilmente, não é isso? Aluna: mais mutagênico, sofria mais mutações... Aluno: aí qual seria a resposta? Professor: são, de fato, mais mutagênicos, mas não exatamente por conta disso. Sim porque são menores, mais flexíveis. Daí eles conseguem replicar mais facilmente Com relação à ligação fosfodiéster, observe que sempre vai ser o fosfato do 5’ (refere-se ao carbono 5 linha) com a hidroxila do carbono 3’, a iniciativa tem que ser sempre do fosfato, e isso vai conferindo um sentido a minha molécula, porque se a iniciativa é sempre fosfato, quem entrar, sempre vai ser por baixo (pelo fosfato). Dessa forma, chegamos a conclusão que o sentido de crescimento é sempre 5’---- 3’. ’. Então, o grupamento fosfato participa da ligação fosfodiester. Enquanto esse protonado em PH fisiológico, ele vai dar caráter de solubilidade em água da molécula, tá? interage com proteínas básicas que a gente vai ver que isso é muito importante para a regulação da informação genética. Aluno: O senhor pode voltar por favor porque o último ponto eu não peguei? Interage com proteínas básicas... Professor: são as histônicas e as não histônicas. O Professor reafirma o sentido que a ligações vão se formando (5’---3’). Eu tenho a hidroxila e tenho o fosfato, certo? Na verdade, essa hidroxila vai atacar o fosfato que está chegando. É como se a ponto 5’ fosse estática e os novos nucleotídeos fossem entrando da 3’. Se a 5’ é estática e eu sempre vou crescendo por aqui, o crescimento 5’---3’. Agora será que esses nucleotídeos fazem coisa da vida além de formar os ácidos nucleicos? Só serve para DNA e RNA? vocês conhecem outras propriedades? Aluno: ATP Metabolismo energético. O quê que significa ATP? Trifosfato de adenosina. Mediador fisiológico, adenosina é o importante nucleotídeo no controle do fluxo sanguíneo coronariano. O coraçãoé como eu já disse para vocês, ele funciona a base de muito oxigênio. Se por algum motivo começar a faltar oxigênio tal como o entupimento, a célula começa a liberar muito ADP, esse ADP ou até mesmo uma AMP, eles sinalizam para célula que está carente de oxigênio. Sinaliza para que haja o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos, um dos ativadores da angiogênese cardíaca é o aumento da concentração da adenosina no miocárdio. Então também é um sinalizador fisiológico. Aluno: então, só confirmando, quando a célula está mal oxigenada devido a entupimento... a insuficiência do fluxo sanguíneo em determinada região do coração ela vai fazer essa liberação do ADP do AMP os quais irão sinalizar a necessidade de produção de novos vasos sanguíneos naquela região. Professor: exatamente. Por exemplo, o ADP é muito importante na agregação plaquetária, vocês vão ver que alguns fármacos agem inibindo a agregação plaquetária justamente por interagirem com o ADP, então também é um produto importante nesse processo. O AMP5 e o GNP5 nós vamos aprender que são utilizados como segundo mensageiro, o segundo mensageiro é muito importante no processo de sinalização da grande maioria dos hormônios. (38:50-45:50) Professor: Os hormônios hidrossolúveis, como a adrenalina, glucagon e insulina, só conseguem agir na célula por meio de segundos mensageiros. E muitos desses segundos mensageiros vão ser nucleotídeos, tais como AMP cíclico, certo? O GTP participa do “CAKING” do RNA mensageiro. O “CAKING” a gente vai ver que é o seguinte: O RNA é tão instável quimicamente, que se ele dependesse só da sequência de nucleotídeos dele, o “coitado” não chegava nem no citosol. Então a natureza bolou duas coisas para dar uma ajudada, para aumentar a meia vida dele: Formou uma estrutura chamada de “CAKING” numa das extremidades e uma cauda poliar (várias adenosinas) na outra extremidade. Fechado? “CAKING” é uma forma de aumentar a meia vida do RNA. O nucleotídeo tem função de precursor. Por exemplo, o GTP é o precursor da tetraidrobiopterina. Vocês vão ver isso nas reações bioquímicas de formação de neurotransmissores, na degradação da fenilalanina também. Principalmente pra quem tem fenilcetonúrias, pois uma das causas delas pode ser um defeito no GTP, que é precursor da tetraidrobiopterina; produção de óxido nítrico, que é um importante vaso dilatador do nosso organismo, tá? Componente de coenzimas, que são elementos fundamentais pro funcionamento de determinadas enzimas e são compostos orgânicos requeridos para o funcionamento de determinadas enzimas, fechado? Aqui a gente tem o NAD (significa nicotinamida adenina dinucleotídeo). Aluno: Professor, uma dúvida relativa ao crescimento do polímero de nucleotídeos. O senhor disse que a ponta do 5’, estática, e o crescimento ocorre na ponta do 3’. No caso, o nucleotídeo que irá se ligar a esse polinucleotídeo irá se aproximar da ponta 3’, e o fosfato desse nucleotídeo ligado ao carbono 5’ vai se aproximar da hidroxila ligada ao carbono 3’ da extremidade do polo nucleotídeo. Aí a hidroxila do 3’ irá atacar o fósforo do 5’ e esse processo formará a ligação fosfodiester, que aumentará o polinucleotídeo, certo? Professor: Exatamente! E também, pra complicar nossa vida, existem outras bases nitrogenadas chamadas de bases minoritários, mas que “aqui e aculá” acabam “atanazando” as nossas vidas. Tranquilo? Partindo desse princípio que existem outras bases e diversas propriedades, a gente começou a pensar em utilizar algumas dessas bases nitrogenadas com finalidades terapêuticas. Então, por exemplo, existe um fármaco chamado de zidovudina. Lembra que a gente discutia aqui, ainda pouco, que maior sonho de um vírus é fazer “virusinhos”? Para que isso ocorra, ele precisa replicar, ou seja, precisa copiar a sua informação genética. Pra copiar, ele tem que formar ligação fosfodiester. Ele olha e sai anexando nucleotídeos novos. Beleza? Então aqui estamos vendo um virosinho de RNA: é uma estrutura simples, tem uma capa aqui, de natureza lipoproteína. Tranquilo? A grande maioria desses vírus vai ter essas espículas que vão interagir com receptores na célula. Quando esse vírus infecta a célula, ele vai se ligar a um receptor. Então, um dos estágios que eu tenho para bloquear um vírus é bloquear a interação com o seu receptor. Tranquilo? Ele interage com o receptor e, na hora que ele interage, ele se funde e injeta apenas o material genético. Então a fusão do HIV com a superfície da célula hospedeira permite que haja a entrada desse vírus aqui. O problema é que o material genético desse vírus é RNA. Pra aquele assuma o controle, esses vírus precisa que ele seja incorporado no material genético da célula, que é de DNA. Então o vírus que contém RNA precisa dar um jeito de virar DNA pra que ele possa ser incorporado ao genoma da célula e assumir o controle dela. Fechado? Se ele não fizer isso, a célula fica no controle e se mata pra não que não fique infectada. Como é que eu transformo um RNA em DNA? Transcriptase reversa! Que faz a conversão deste RNA em DNA, transformando o RNA viral em DNA viral, o qual se incorpora ao DNA da célula infectada para poder fabricar novos vírus de RNA. (45:50-52:50) Transforma o RNA viral em DNA viral. Esse DNA viral se incorpora no DNA da célula infectada para poder fabricar novos vírus de RNA. Para fazer essa transcrição reversa eu preciso fazer uma cópia, preciso fazer uma tradução invertida, ligações fosfodiéster a partir de uma leitura de uma fita de RNA viral. Feito isso aqui eu produzo a capa proteica e libero o vírus. Na grande maioria das vezes eu fabrico RNA viral, saio botando os vírus dentro da célula infectada, quando essa célula já ta cheia eu estouro e libero os vírus. Ao estourar a célula morre e eu vou perdendo minha função, mas a ideia do vírus não é essa. A ideia do vírus é tentar manter os hospedeiros vivos, quando ele tem o que quer ele estaciona essa capacidade de formar novos vírus para manter o hospedeiro vivo, o vírus é inteligente, ele quer dominar tudo e para isso precisa se expandir. Então ele suga e sabe que o hospedeiro vai morrer e com isso ele desenvolve uma capacidade de infecção. O sucesso do vírus está na sua capacidade de transcrição. Por isso que o maior perigo pra gente hoje são os vírus respiratórios, porque os vírus respiratórios viajam mais facilmente pelo mundo e não requer o contato físico entre as pessoas, basta uma pequena distância e já estamos nos contaminando. Não existe vírus sob controle, até pode ter rapidamente mas basta uma simples mutação que ele deixa de estar, ele tem uma grande capacidade pra isso. Não existe cura, existe tratamento pra você ficar bom daquela gripe, você não fica bom e curado de qualquer gripe. Qual a ideia aqui da … ? ela tá a cara de um nucleotídeo, ela é um fármaco análogo à timina, análogo quer dizer que parece mas não é, no corpo ela é fosforilada pela quinase, quinase é nome genérico de enzima que fosforila utilizando ATP. Eles entram no organismo, são fosforilados e o corpo acha que é a enzima. Uma vez absorvida, ela vai entrar e ser incorporada no DNA viral. Essa incorporação impede o desenvolvimento do DNA viral, pois impede que novos nucleotídeos sejam acionados. Ela não tem hidroxila 3´ necessária para o prosseguimento do crescimento da molécula de DNA que está sendo replicada, quando o próximo nucleotídeo chegar aqui com o fosfato ele não vai encontrar hidroxila, pois não há como ser atacado. Daí o crescimento para. Então o cdv vai interromper o processo de replicação do material genético do vírus e impedir a sua propagação e a sua morte. Dúvida sobre HIV (inaudível) Aqui eu já tenho uma infecção, o vírus tentou escapar disso, por isso que hoje em dia os melhores tratamentos virais na grande maioria das vezes não tem só uma medicação, tem várias, porque o vírus é inteligente e dá uma forma de escapar se eu der uma única medicação. Dúvida: No caso professor, essa mediação impede o crescimento do DNA que o vírus já invadiu. Enquanto a que ela tá falando o que ela impede é o receptor…professor: isso, ai não tem crescimento. Eu dei um migué no vírus, eu dei algo que parece mas não é, e isso a indústria farmacêutica só conseguiu graças ao conhecimento dos nucleotídeos e do conhecimento sobre a replicação do material genético. Dúvida: O cdv se incorpora ao dna viral pela similaridade com a timina, ai quando vai replicar esse vai junto? professor: não, ele impede a replicação. Ele é incorporado porque ele vai perder o fosfato. Tipo aqui nesse exemplo, eu consigo colocar o cdv porque ele vai perder o fosfato, pois este foi fosforilado. (52:50-59:50) Porque que ele vai ter um fosfato, né? Aquele foi o quê?Ele foi fosforilado, não foi? E ligou fosfatar uma que então ele consegue entrar. Ele consegue entrar na sequência, pegar aqui pega aqui, pega da li. Mas ele não tem. Daqui para frente, ninguém entra mais. Aí lascou pro vírus, ele vai formar um DNA viral incompleto, incompetente de entrar no nosso DNA e consequente competente e formar novos vírus.Certo? É como se fosse aquela peça de lego que ela é lisa, não tem a parte encaixa. Ele entra, mas não permite que a sequência continue. Entendeu? Certo.Né? Ainda tem bastante HIV, mas a essência disso permitiu o desenvolvimento de novas medicações. Certo? A maioria dessas medicações hoje em dia, que, por exemplo, é muito utilizado para hepatite viral. É bastante comum. Esses agentes são chamados de inibidores da transcriptase reversa. Existe uma classe medicação só para isso. Toda vez que vocês forem trabalhar com doenças relacionadas à infecção viral, vocês vão se deparar isso tanto na parte de oncologia quanto na parte de infecção viral, vocês vão lidar com os inibidores da transcriptase reversa que nucleotídeos. Então, são alguns exemplos de medicações que foram derivadas disso, então a bioquímica tem lá sua aplicabilidade fechado. A transcriptase reversa É para o RNA viral ou pro meu genoma? Para o RNA viral. Essa transcriptase reversa tem maior afinidade pelo ZDV do que pelas DNA polimerases humana, DNA polimerase é a enzima que sintetiza o DNA.Quando eu dou ZDV, o ZDV prefere a transcriptase do que a DNA Polimerase. Então.A ação principal vai ser sobre quem? O vírus, e não estou dizendo que é impossível uma molécula de zDV se ligar o nosso DNA, mas uma Andorinha só não faz barulho. A consequência aí vai ser mínima. Certo, ninguém vai virar Jacaré por conta disso. Entendeu? OK.Certo? Outra coisa, gente, medicação. Vou tirar alguns mitos sobre medicação para vocês tentarem desmanchar isso na comunidade.Toda medicação mata a gente. Não tem medicação que não mate pessoas.Há a farmacologia ela trabalha com base na estatística. Exemplo: um laboratorio desenvolveu a medicação e testa em 1000 pessoas. Ela mata 90 e salva 910, eu uso ou não uso dessa medicação na população? Você vai deixar de salvar 910? Entendeu? Estatística.Somente isso. Não tem medicação, vou lá, fulano tomou, morreu , mas talvez ele seja um ponto fora da curva. Estatisticamente, ela vai salvar muito mais. Existe estudos para isso? Óbvio, não pode ser assim também 51% e 49%, aí não rola, né? Aí também é sacanagem. Não vai, a não ser que só tenha ela e a doença, seja vai acabar com a população do mundo, então pelo menos consigo salvar 50% da população do mundo. Fora isso, ela vai salvar muito mais do que matar. Outra confusão que é feita, quando eu vou pra fazer vacina, o campo é outro. A vacina ela não feita aos poucos, porque a vacina ela tem que ser feita em massa? Você já parou para pensar nisso? Toda vacina tem que fazer campanha, já viram? Por quê? Porque a vacina preciso que a maioria da população esteja imunizada. Para facilitar a vacina é um escudo. Pode pegar essa analogia que é muito boa. Se eu tenho escudo para uma pessoa me atacar o escudo da conta, mas se eu tenho um escudo para 10 me atacar? eu saio correndo e solto meu escudo. Então, se eu tomo a vacina, mas vocês não tomam, A Carga viral nesta sala, não tem vacina que dê conta, entendeu? Mas se a maior parte toma vacina, A Carga viral circulante Diminui, e é mais fácil de elaborar o quê? A defesa, por isso que eu não preciso nem de 100% da população imunizada. Mas também tem que ter uma taxa, O quê? que salva. se +90% da população estiver imunizada, a gente é consegue uma cobertura eficiente. E isso os 10% que não tomaram vacina também vão estar o quê? Protegidos, porque é menos gente. Só que, infelizmente, começaram a pensar o que? se tem 10% que não precisa tomar, Eu não vou tomar. Então os 10% viraram 90%, no caso de algumas vacinas, entendeu a diferença?. e muitas pessoas que não podem tomar, por varios motivos, ficam desprotegidas por conta de pessoas que são aptas a tomar a vacina, mas não querem. Essas pessoas dependem de quem pode. isso tudo é matematica. (59:50- 1h 06min 50s) Vocês acham, vocês acreditam mesmo que o comprimido que tem 500mg, todo mundo precisa de 500mg? O cara fez uma média, gente, pra me lascar direito o cara fez uma média levando em conta um alemão de 1,90m de altura, aí dá superdosagem. Vamos lá, esse DNA, ele é formado por uma dupla-hélice, todo mundo lembra quem fez o trabalho, né, Watson e Crick. (Professor conta a história de como Watson e Crick publicaram seu trabalho sobre o DNA e a situação deles com a (segundo ele, chata, mas merecedora de crédito) Rosalind Franklin). As fitas são mantidas juntas por pontes de hidrogênio, a adenina só faz dupla com a timina, se botar outra aqui não fecha, tranquilo? A citosina com a guanina, e isso obedece às Regras de Chargaff. Aqui, só o que vocês precisam saber é a questão da simetria, não é bagunçado. Tem estabilidade. [lendo o slide] A composição de base pode ser especificada sem ambiguidade a partir da porcentagem de guanina e citosina; nas estruturas de Watson e Crick, as duas cadeias da hélice são anti-paralelas e complementares. (Professor conta a história de como o Watson e Crick derrubaram sua escultura do DNA e descobriram que as eram, na verdade, anti-paralelas). (1h 06 min 50s - 1h 13min 50s) ...professor explica que, provavelmente, Watson e Crick descobriram que a fita de DNA é antiparalela pela forma como a escultura de DNA feita por eles caiu acidentalmente. Muitas descobertas na ciência foram feitas por acaso, uma delas o antibiótico, através da penicilina. Então, a fita dupla de DNA é antiparalela, as fitas estão em direções opostas. Vamos para a replicação do DNA. Teremos uma série de enzimas e eu não entrarei em detalhes com vocês nessas enzimas, são todas muito complexas com papéis muito diversos. Replicar o DNA não é fácil, é uma dupla fita que está grudada, muito grande, o DNA de uma única célula quando todo esticado dá cerca de 2 metros, isso dentro de um buraco que não se enxerga, como está apertado, quando eu estico um ponto eu gero tensão em outro, então eu preciso dessa porção de enzimas. Eu tenho uma helicase para abrir, uma girasse. Em síntese, vou ser bem resumido com vocês, tem muitas enzimas, essas enzimas podem dar defeito e quando dá defeito, dá ruim. E vamos aprender apenas algumas delas. A gente precisa, no caso do DNA que é muito grande, ele precisa de várias origens de replicação, ela não ocorre em um ponto só e requer a participação de várias enzimas dentre elas a DNA-polimerase. Quando eu abro uma dupla fita do DNA, eu verei as duas fitas (desenho no quadro), isso é necessário para copiar as bases, então preciso abrir e preciso dessas inúmeras enzimas. Pergunta: “Então, quando eu tenho o processo de replicação do DNA, ele abre em diferentes partes?” Resposta: “Isso, diferentes partes.” Vamos pegar só um pedaço. Para copiar eu preciso formar ligação fosfodiéster. Para a ligação fosfodiéster, eu preciso de alguém para fornecer a hidroxila (-OH) 3’, não preciso?! Então, inicialmente, eu preciso de uma estrutura que vai me dar uma hidroxila (1h 13min 50s - 1h 20 min 50s) Professor: uma estrutura que forneça o que? uma hidroxila Aluno: mas professor essa hidroxila não seria oferecida pelo primeiro nucleotídeo do polímero? Professor: não, eu preciso ter uma estrutura que forneçahidroxila, o nucleotídeo não pode ligar a nada, tem uma pequena sequência nucleotídica que dará o ponta pé inicial, essa primeira sequência é o que denominamos de primer que é o inicial. O primer é sintetizado em um RNA e tem por volta de 10 a 20 nucleotídeos que vai nos fornecer a hidroxila, o primer ainda não é informação que quero replicar mas vai dar o ponta pé inicial. coloca-se o primer em cada uma das extremidades, porque as fitas são anti paralelas. Essa bolha vai crescer em um único sentido, ela não cresce para os dois lados porque da muito trabalho, abrindo, assim, apenas para um lado. A fita que colocamos o primer vai sendo adicionado nucleotídeos e esses vão ser fornecidos pelos dNTP’s ( Desoxinucleotídeos trifosfatados), primer entra e colocamos os dNTP’s e vai sendo copiado, quem faz essa síntese e sai copiando é justamente a DNA polimerase. Aluno: quem quebrou as pontas de hidrogênio? Professor: a forquilha de replicação que tem as helicases que quebram, as topoisomerases que estabilizam e as girases Aluno: inaudível Professor: o primer tem que sempre seguir do 5’ para o 3’ independente de qual fita ele se integre. Professor: um lado da fita vai se abrindo enquanto a outra se fecha, durante esse processo vai se formando a fita um delas contínua e a outra fragmentada, esses pedaços são chamados de fragmentos de Okazaki. depois serão retirados os primers e serão unidos os fragmentos, mas uma fita será contínua (fita líder) e outra aos pedaços, todo esse processo será semiconservativo. Aluno: quem ligará as fitas descontínuas, ja que não são ligadas? Professor: eles são ligados, existe uma enzima chamada ligase que remove os primers e ligam-se as fitas. Aluno: Inaudivel Professor: existem várias polimerases no nosso corpo, essa é apenas uma delas. (1h 20 min 50s - 1h 27 min 50s) O processo é bem complicado mesmo. A gente vai pegar linhas gerais aqui e vamos pegar a aplicabilidade disso, que seria os exames de PCR e RT PCR. aluno: "Tudo bem, já que é a ligase que faz isso, vai ter mais de um tipo de ligase?" sim. mas mais de um tipo não, tem mais de uma ligase. Exatamente como eu tenho várias forquilhas, tem várias dessas enzimas lá fazendo isso aí. Jóia? Só que aí entra o negócio. Esse processo é perfeito, inclusive na sua imperfeição. Em que sentido? Quem faz, na verdade, Quem faz a leitura, Quem é o astro do processo é DNA polimerase. Ela que vai ler. Esse restante é toda equipe de apoio, Tá? Quem ler é a DNA polimerase, ela lê o Adenina, Coloca o que? uma timina . Ela vê citosina coloca o quê? Uma guanina. Certo? Só que ela é programada para aqui e acolá colocar uma coisa errada. O que não é raro, é certo. A gente que acha que é errado. E por que é que o errado é certo, e o certo é errado? Porque se não fosse isso, não teria o que? Variabilidade genética pra gente tentar. Nós somos seres em evolução. Ela está toda hora testando. Vou colocar aqui um nucleotídeo errado, Ih deu merda. Mata aí, morreu. Pronto, tô aqui só pra ver o que é que aconteceu. Só pra ver aqui a brincadeira. Ih, botei deu certo, né? Pronto, o cara agora tá correndo 100 metros a menos de 10 segundos. Uma mutação que deu certo. aluno: "Mas por exemplo, ela bota uma adenina numa citosina. Como é que eu vou conseguir a angulação, se a gente falou que, por exemplo, a citosina e a guanina elas só se ligam porque elas conseguem ter estabilidade?" Não necessariamente essa troca. Mas ela pode colocar uma outra base nitrogenada que dê estabilidade. Entendeu? Certo. Às vezes ela vai botar isso, vai dar merda. Entendeu? Vai dar ruim. Isso aí tá a toda hora, a gente não para pra pensar nisso. Por exemplo, engravidar é difícil. Faça muitas tentativas, né? Se manter grávida é mais difícil ainda, porque naquele processo todo de replicação tem coisas que vão dar ruim, esse que dá ruim, vai levar a uma mutação, que vai levar a uma vida inviável. Às vezes a inviabilidade permite que você nasça. Mas a genética não trabalha para você nascer ou não nascer, a genética ela trabalha para você se reproduzir ou não se reproduzir. Se você nasce com a mutação e você não se reproduz para a genética aquilo ali não tem efeito nenhum. Você não vai passar a mutação adiante, sendo ela boa ou sendo ruim, mas toda hora está testado, fechado? Isso sem ninguém ajudar. A gente vai ver que ainda tem umas entidades do mal que entram em ação aí pra acelerar esse processo . aluno: "Esses códons , essas produções que são propositalmente produzidas erradas, elas seriam os íntrons ou não?" . Isso tem mais a ver com a questão do gene, porque a gente está copiando informação completa, toda, tranquilo, certo? Esses erros acontecem em qualquer parte, Qualquer erro. Como ela acontece em qualquer parte, e a maior parte do meu DNA é DNA não gênico ou intrônico. A maior parte disso não vai ser percebido . Se isso acontece num éxon ou num promotor ou numa sequência de regulação. Isso pode ter implicação . Vai depender também da onde acontecem suspeitas que os íntrons e as regiões não gênicas elas teriam essa utilidade. Eu consigo espalhar a informação e é mais difícil um evento fotogênico atingir, apesar de eu ter regiões de alta densidade gênica. Essas regiões de alta densidade seriam mais suscetíveis à mutação. Ok. Entendeu? aluno: "Só uma coisa. Essas variações de bases nitrogenadas Elas acontecem em toda replicação? Ou elas acontecem só uma vez ?" É toda replicação, certo? Se eu comparar seu DNA quando você nasceu, porque agora ele não tem as mesmas bases nitrogenadas, certo? Então vai ter outro tipo de variações aí que vão espelhar essas alterações, tá bom? Outro processo que o DNA pode sofrer, eu botei ali modificações do DNA , ou seja, esse DNA pode sofrer várias modificações, várias que são relevantes. Um desses processos chama desnaturação. Essa desnaturação a gente já ouviu falar que é no DNA, ela se aplica ao RNA e ela se aplica também às proteínas. Jóia. Os polímeros, nossas principais moléculas polímeras, com seu DNA e RNA e proteínas, e eu vou colocar enzima aí porque 99% das enzimas são proteínas e 1% RNA. Então se aplica também essa questão da desnaturação. As nossas moléculas existem no mínimo, com estruturas que a gente chama de estrutura primária e estrutura terciária. Óbvio que tem uma secundária no meio, ninguém é doido de pular do primário para o terciário sem passar pela secundária. Mas importante pra gente aqui é a estrutura primária e terciária ,ok? A primária é a sequência, sequência nucleotídeos, sequência de aminoácidos, isso é a estrutura, o que ? primária. aluno: "Professor, Inclusive aproveito esse momento para fazer uma pergunta. Quando eu estava lendo Alberts, o Albert disse que algumas proteínas se ligam às outras em locais específicos. (1h 27 min 50s - 1h 34 min 50s) Aluno: locais específicos. Por exemplo, uma proteína usada para marcar outras proteínas, a chamada ubictinina, ela forma cadeia que podem ser formadas pela ligação das ubictinas na lisina 48 e na lisina 63. Esse 48 e esse 63 é a posição do aminoácido na sequência linear? Professor: Pimária. Exatamente. Olha só, aí essa sequência primária faz um desenho no espaço, esse desenho é a estrutura terciária. Qual seria a estrutura terciária do DNA? Qual o desenho que ele faz no espaço? Aluno: Dupla hélice Professor: Entendido? Então é isso daí. As estruturas terciárias elas podem ser desnaturadas. A desnaturação é um processo que envolve um agente desnaturante e que rompe interações fracas tais como pontes de hidrogênio sem quebrar as ligações fortes, que são as ligações covalentes. Quando eu desnaturo o DNA eu desmancho as pontes de hidrogênio mas mantenho intactas as ligações fosfodiéster. Então a molécula ela não é destruída, ela só é, digamos assim, deformada momentaneamente. Tranquilo? Só que isso é uma implicação, como eu já disse a vocês, a forma determina o que? A... Alunos: Função. Professor: Quando eu altero a forma eu altero a função, então ela pode perder a função naquele momento, mas como não houve destruição eu posso voltar à forma oque? Original. A desnaturação é um processo reversível que leva à perda da atividade momentânea da molécula. Ao se retirar o agente desnaturante, volta-se tudo ao normal. Tranquilo? Diga, Nycolas. Aluno: Um agente desnaturante é por exemplo a temperatura? Professor: A temperatura, mas com cuidado. O Lenninger, eu não li a última edição dele, mas se ainda tiver lá o maldito do exemplo, certo, do ovo frito... O ovo frito, o ovo cozido não é desnaturação, certo? Você pegar um ovo cozido, você pegar uma temperatura elevadíssima, 100 graus centígrados, e deixa um ovo lá. Óbvio que aquilo ali destruiu as ligações covalentes. Tanto que aquele processo é irreversível. Você vai ficar olhando o dia inteiro e o ovo não vai voltar a ser clara de jeito nenhum. Concorda? Ali houve o que? Uma destruição. Um exemplo de desnaturação seria a chapinha. Você pega o calor, passa lá, as proteínas do cabelo ficam o que? Lisinhas. Enquanto o calor tiver lá o cabelo tá o que? liso. Pegou uma corrente de ar, volta ao que era. Tirou o agente desnaturante, volta a conformação o que? Original. Entendido isso? A gente vai voltar a falar isso em proteínas. Tá? Nenhuma ligação covalente destruída, o processo é reversível. Outras modificações do DNA, em que nosso DNA é muito sensível a espécies reativas de oxigênio, nossos chamados radicais livres. Aqui é ruim. Ácidos nucleicos e proteínas odeiam radicais livres,, só que a proteína quando ela tá muito estressada oxidativamente eu posso trocar. O DNA eu não tenho como trocar, tá, então tá aqui, ó. Nós somos bichos que respiramos, a nossa respiração gera espécies reativas de oxigênio, tá, que produzem injúria celular e a morte. Ácidos graxos odeiam proteínas, odeiam, e o DNA uma vez oxidado, leva a uma mutação e à quebra. Então o nosso DNA o que? Envelhece. Nós temos uma maquinaria pra nos proteger. Presta atenção que isso aqui é importante. Nós produzimos radicais livres, faça o que acontecer, a gente produz. Ok? Na rede, nos radicais livres. Radical livre é uma doença, não uma doença, mas uma condição acumulativa. Existe na patologia doenças de acúmulo. Qualquer doença de acúmulo eu só acumulo... É a mesma coisa do lixo de casa. Como é que eu consigo acumular lixo em casa? Alunos: Se eu não... Professor: Se você não remover ou se você produzir mais do que você consegue o que? Remover. E é desse jeito. Se eu produzir mais radicais livres do que eu consigo remover, eu acumulo formas danosas nas minhas moléculas. Se eu tiver um defeito no sistema de remoção, mesmo eu produzindo normalmente, vai o que? Acumular. E vai levar aos danos. Qualquer doença de acúmulo, o defeito ou é excesso de produção ou é defeito na remoção. Tranquilo? A gente vai falar isso várias vezes ao longo do nosso curso. Tá joia? Então essas espécies elas interagem, tá? E apesar das células possuírem sistemas de defesa, as catalases, as superoxidodismutases, o processo é o que? Acumulativo. Certo? Outra modificação, tá vendo quantos agentes do mal tão trabalhando? Então aquela ideia de eu diminuir a quantidade de radicais livres no meu corpo é importante. Alimentação saudável, existem algumas vitaminas que auxiliam nesse processo. Certo? A desaminação é outra modificação importante, é a perda espontânea de grupamento amínico exocíclico nas bases. A desaminação das citocinas do DNA em uracila é facilmente reconhecido como DNA estranho e é removido no sistema de reparo. Olha que interessante: o nosso DNA ele tá muito sujeito a ataques, e aí a natureza desenvolveu um sistema de reparo. A DNA polimerase tá programada pra colocar coisa errada e o sistema de reparo ta programado para o quê? Reparar. Certo? Óbvio que é uma guerra. Tranquilo? E o sistema é imperfeito pra ser mesmo imperfeito porque é da perfeição dele. (1h 34 min 50s - 1h 41 min 50s) PROFESSOR: O sistema é perfeito, porque é da perfeição dele. Mas existe um sistema de reparo, que não é cem por cento eficiente, porque não foi feito para ser dessa forma. É importante reconhecer que algumas doenças - alguns cânceres - estão relacionadas a defeitos no sistema de reparo e, com isso, são acumulados danos no DNA. Por exemplo, um xeroderma pigmentosum é um defeito no sistema de reparo. E aí, se eu não fizer nada, (ininteligível). Depurinação é outra, que traz uma ligação glicosídica entre a base e a pentose. Dímero de pirimidina é um defeito induzido pela radiação UV. Considerem duas pirimidinas unidas apenas pela ligação fosfodiéster. Quando eu tomo banho de sol, a radiação UV força a ligação entre as pirimidinas formando um dímero. Quando a DNA polimerase vai realizar a leitura, ela não enxerga essa estrutura como duas pirimidinas separadas, mas sim como um só conjunto. Esse processo gera uma mutação. Todas as vezes em que você toma banho de sol, são formados dímeros de pirimidina na sua pele, a não ser que você venha naturalmente protegido com uma camada de melanina, o que ameniza esse efeito. Com a formação desses dímeros de pirimidina, o sistema de reparo entra em ação e os conserta. Você, não satisfeito, chega na praia às 10 h da manhã e sai às 16 h. Nesse caso, foram formados muito mais dímeros de pirimidina do que a quantidade que o sistema de reparo consegue dar conta. Com o tempo, esse acúmulo se tornará aparente na sua pele. Agora, existem pessoas que apresentam um defeito genético no sistema de reparo. Tais indivíduos devem evitar ao máximo exposição solar. Tudo o que vocês veem nessa imagem são tumores, pelo acúmulo de dímeros de pirimidina, já que a pessoa da imagem não possui um sistema de reparo eficiente para fazer a remoção. Fig. 1: Indivíduo com acúmulo de dímeros de pirimidina em sua pele. A metilação é outra modificação no DNA, que pode ser maléfica ou benéfica. Ela acontece, principalmente, nas ilhas CpG. As ilhas CpG são longas sequências de citosinas e guaninas na mesma fita. O “p” representa as ligações fosfodiéster. A metilação pode ser benéfica por muitas vezes estar relacionada a funções estruturais e regulatórias. O DNA é uma molécula muito extensa, a qual precisa ser confinada organizadamente em um espaço minúsculo. Para isso, ele é configurado na forma de cromossomos, o que permite sua organização em células diplóides (o DNA mede, aproximadamente, 2 metros e comporta em torno de 20 mil genes). O número de genes não é importante, mas sim o que o conjunto deles faz. Existem bichos com muito mais genes do que os seres humanos, então a quantidade de genes não é um parâmetro que mede a complexidade de um organismo. Se o nosso genoma fosse um livro, os componentes do DNA seriam letras, os genes seriam palavras, os cromossomos seriam capítulos, o DNA seria o texto e os homens seriam coleções de 100 bilhões de livros. Ou seja, é bastante informação a ser armazenada. E como nós conseguimos guardar essa informação de forma organizada no nosso DNA? De duas formas. Primeiro, vamos entender o que é cromatina e o que é cromossomo. No caso do cromossomo, é possível olhar para o núcleo e diferenciar os 46 deles entre si. Quando você olha pro núcleo e só enxerga o material genético, significa que ele está em forma de cromatina: tudo junto e misturado, porém organizado. Olhem, agora, para o núcleo da célula. (1h41min50s - 1h48min50s) professor: olhando para o núcleo, onde está o cromossomo 9? Eu to vendo o núcleo e o material genético mas eu não consigo identificar o cromossomo. Então esse material genético ta na forma de cromatina. Eu vejo na cromatina pontos escuros e pontos mais claros, é a eucromatina e a heterocromatina. Quando eu não preciso mover esses cromossomos, no núcleo interfásico, meu material genetico ta na forma de cromatina. Núcleo da síntese é a cromatina, que é bem aberta, o que permite a transcrição. Quando eu preciso movimentar pra dividir as celulas durante a mitose, eu individualizo o material genético como cromossomos. Então os cromossomos só vão estar presente no núcleo mitótico, durante a divisão celular, é o estado de condensação máxima. Como eu tive que condensar para individualizar é impossivel eu abrira fita para ler, por isso que não ocorre transcrição durante a mitose. aluna: qual seria a função da heterocromatina? professor: abrir espaço para a eucromatina. Na tua célula da pele, vai ter uma enzima chamada creatina quinase, importante para a contração do músculo e armazenamento de energia, a tua célula da pele vai ter o gene dessa enzima?Vai. Ela vai usar esse gene? Não, então não tem sentido eu deixar aquele gene aberto. Ao fechar ele , eu abro espaço no núcleo. Então eu vou ter regiões condensadas com genes que eu não vou utilizar. No caso da mulher, um exemplo é um dos cromossomos X vai estar sempre condensado, pois ela nunca vai utilizar aluno: essas regiões condensadas são hetero ou eucromatina? professor: (inaudível) e ainda a constitutiva e a facultativa, tem a região mais frouxa e mais alongada. O dna é muito grande, então para organizar isso imagine que tenho um arame farpado de 2 metros para cercar uma cerca. A cerca vai ter 2 metros? Não , pois o arame vai ter que dar voltas nas estacas, a cerca vai ser menor. Com o DNA é a mesma ideia, aqui e acolá ele encontra uma estaca. Ele raramente vai ser encontrado puro, sempre vai estar em volta de proteínas histonicas, como se tivesse formando uma cerca. Isso vai fazer com que o DNA fique mais curto e grosso. Essas histonas são básicas, e o DNA tem fosfato, que tem carga elétrica negativa. Esse fosfato interage com as histonas e eu tenho essa organização. Nessa forma eu ainda consigo abrir e fazer a leitura. São chamados filamentos de cromatina. Colar de contas aluna: inaudível professor: mas bactérias não têm DNA grande e não precisam dessa organização toda. Só quem tem DNA grande , em geral os eucariotos, vão ter essa organização. Essa estabilização é dada pela interação da carga positiva de dois aminoácidos, esse aminoácido aqui é a lisina e esse aqui é a arginina. Eles são carregados positivamente (1h 48 min 50s - 1h 55 min 50s) 01:48:50 a 01:55:50 Os aminoácidos têm uma abreviatura de três letras, escutem que isso é importante, quando forem escrever a sigla de três letras dos aminoácidos, a primeira letra é maiúscula e as duas outras minúsculas, então um aminoácido chamado de alanina se você escrever A(MAIÚSCULO) L(MAIÚSCULO) e A(MAIÚSCULO) ta errado, as três maiúsculas significam uma outra coisa, se eu quero falar de alanina, Ala. Lisina e arginina são aminoácidos que vão compor os histonas, tem carga elétrica positiva para interagir com a carga negativa do fosfato. Bom, não tem sentido eu deixar todo mundo no DNA dessa forma, porque essa forma ligado as histonas, a forma mais básica permite a leitura, como a gente colocou o exemplo aqui, tem coisas que eu vou ter mas nunca vou utilizar, e eu vou guardar bem escondidinho, então ele vai começar a se organizar, ele vai fazer regiões mais condensadas e regiões menos condensadas, então essa cromatina interfásica vai começar a se organizar, olha o DNA, formou o filamento de cromatina. aluno: professor, então o DNA que está enrolado nas histonas ele ainda consegue ser lido? Resposta: consegue, é fácil abrir isso aqui, porque a interação é só carga positiva com negativa, né? num instante eu desmancho isso. Mas olha como começa complicado, quando eu saio do filamento de cromatina para a fibra de cromatina já começa a ficar complicado, ela começa a se enrolar sobre ela mesma (slide) aqui ta o número de histonas, o filamento de cromatina, começa a formar quem? a fibra. Aluno: então as fibras de cromatina, são elas que formam a heterocromatina? Resposta: exato, começa aqui, eu saio de uma região de eucromatina para uma região de heterocromatina, mais consensada. Essa região de heterocromatina pode sofrer ainda, existe cromatina constitutiva e heterocromatina facultativa; a constitutiva é que está constantemente inacessível, a facultativa está ou não facultada, acessar ou não acessar, entendido? Então é lógico, a gente pode inferir isso facilmente que essa facultativa, posso ou não acessar, ela está menos condensada do que a constitutiva. A mais frouxa eucromatina que é a sequência do nucleotídeo, o filamento de cromatina, vem a heterocromatina facultativa que é a fibra, e tem a heterocromatina constitutiva na qual eu já começo a sofrer um novo enovelamento, eu vou ter uma base proteica e eu vou me novelando mais, enovelando e apertando, até formar quem? aqui tá todo mundo inacessível, a forma ta individualizada, aqui não tem jeito pra ninguém. Aluna: explique de novo aquela parte de heterocromatina vinculada às proteínas e a parte de eucromatina vinculada a...(inaudível) resposta: porque pra ler tem que estar frouxo, a forma mais frouxa qual que é? Filamento de cromatina, é onde vou encontrar minha eucromatina. Aluno: a heterocromatina constitutiva vai ser responsável pela formação de cromossomos? Resposta: não. quando eu falar em eucromatina heterocromatina é tudo (inaudível), núcleo interfásico tem essas três entidades, durante a mitose as três entidades vão virar o que? Cromossomo, as três entidades vão se condensar ao máximo, eu só vou ver o cromossomo, eu só vou ver, é como se eu só visse agora heterocromatina constitutiva, só que eu não posso falar em heterocromatina no núcleo em replicação porque não existe cromatina, existe cromossomo. Então, eu fico abrindo e fechando esse processo, tranquilo? Olha aqui (slide) os anovelamentos. Aluno: essa parte de estar condensada ou não condensada acaba sendo mais importante pra formar o RNAm, né? Pra formar proteína? Resposta: é, só que esse processo tem que ser altamente regulado, porque essa região não é igual em toda célula, tem que olhar isso muito bem, e isso tem exatamente a ver com a minha metilação, ó pra cá (slide): na hora que eu metilar eu vou impedir essa associação correta nas proteínas histônicas e não histônicas, vamos chegar lá na frente e vocês vão entender melhor. E aí eu tenho essas regiões, quando eu formo os cromossomos, esse cromossomo ta individualizado/ inacessível, esse cromossomo vai ter três partes, já aproveitando que a gente vai entrar um pouco em cromossomo, então durante a mitose o meu material está 100% condensado na forma de cromossomo, onde eu consigo ver os 46 cromossomos se a célula for diploide, as nossas células podem ser nuliploide, com 0 cromossomos (hemácias), elas podem ser haploides (gametas), podem ser diplóides e podem ser pluripóides, tem células pluri... Aluno: o professor Thiago falou de algumas células do sangue que se juntam (megacariócitos no sangue, algumas células hepáticas). Ó, quando eu vejo cromossomo individualizado eu vou ter que reconhecer essas três estruturas, na origem de replicação a gente não reconhece, só se atenta aos principais elementos. Os centrômeros, que é uma região de constricção primária... (1h 55 min 50s - 1h 59 min 50s) Ó, quando eu vejo o cromossomo individualizado, eu vou ter que reconhecer essas 3 estruturas, né? A origem de replicação, a gente não reconhece, tá certo? Vamos só se ater aos principais elementos, tá? Os centrômeros, que é uma região de constricção primária aonde eu uno as duas metades do cromossomo. Os cromossomos, gente, eles são formados por braços... Fechado? Um cromossomo, ele tem 2 braços, esses 2 braços estão unidos por uma região de constricção chamada de quê? Centrômero... Fechado? Quem estudou... começou a estudar os cromossomos foram os franceses. A partir do centrômero, eu classifico os meus cromossomos em acrocêntrico, telocêntrico e blá blá... E vaí... Mas onde eu quero chegar... Isso aqui vai ficar para a genética... Tá? Um dos braços, o braço mais curto é chamado de braço p... Tranquilo? p porque os franceses chamaram esse braço de "petit"... O braço p... - Pequeno Exatamente. E o braço longo é o q, que é a letra que vem depois do p... Tranquilo? Vai entender cabeça de francês... Tá joia? Braço curto p... Então é só pra lembrar o p de petit que você lembra que é o braço curto... Fechado? Então o centrômero divide... Cada braço desse (eu tô falando disso porque eu vou precisar dessa informação: por isso queeu tô entrando em cromossomo) é dividido em regiões e em sub-regiões... Ou seja: cada parte do meu cromossomo tem um enderço. Então ouçam bem: se eu chegar para vocês agora, falar que um gene localiza-se em 2p16, eu estou dizendo que esse gene está no cromossomo 2, no braço curto, região 1, sub-região 6... Tá? Depois a genética vai encher o saco de vocês com a classificação dos cromosssomos - Professor, rapidinho... O 16 é o quê... Desculpa? Não é 16: 1,6: 1, região; 6, subregião - Professor... Então... É... Existem... É... Duas partes do DNA que compartilham o mesmo endereço já que a gente tem dois braços... Não. Me dê quem compartilha o mesmo endereço? - Porque, por exemplo, 2p16'. Tem aquele quadrado ali e tem o outro quadrado [a imagem a qual o aluno se refere está presente no slide 41 da apresentação "Estrutura e Função dos Ácidos Nucleicos"]... São dois Não. Por que aqui eu tenho o quê? Um mesmo cromossomo... Aqui são cromátides-irmãs... Certo? Tá? É um espelho do outro. - Mas tipo... É... Cada lado de um cromossomo não é uma molécula de DNA? Mas são locais diferentes porque são regiões diferentes: é uma fita e outra fita, por exemplo. Um cromossomo, uma cromátide e outra cromátide - Aí, por exemplo, como é que a gente pode diferenciar? Você tem um irmão... Não são 2 cromossomos 3 que você tem? Um tá em um cromossomo e outro tá em outro cromossomo... Simples assim - Mas com esse endereço não tem como identificar o locus gênico? Tem... Mas o que ele quer dizer que tá no mesmo endereço: é o mesmo endereço, mas, fisicamente, não é, por que o outro é uma cópia. Eu tenho esta fila e essa fila eles estão no mesmo endereço mas não tão na mesma cadeira: é isso que eu quero dizer, tá entendendo? - Ah... Entendi agora - Então não importa o lado para a análise do cromossomo? Aqui eu não tô falando de lados de fitas: eu tô falando de cromossomos. Eu tenho dois cromossomos 2, dois cromossomos 1... Não tenho? (1:59:50 - 2:02:50) - Então… era o que eu estava tentando dizer: existem duas regiões que compartilham do mesmo endereço… Mas não quer dizer que são a mesma coisa. Aí a gente vai entrar naqueles conceitos muitas vezes de… não queria falar disso agora, mas já adiantando… de dominância e recessividade. Por exemplo, são duas cópias do gene no mesmo endereço, digamos assim. Entretanto, esses dois genes sequencialmente são iguais… mas funcionalmente? Pode ser ou não. Os dois genes são expressos? - Não, dominante! São! Na dominância, os dois são expressos. Não são, não? - É porque tem a diferença do alelo... Não? Não, os dois são expressos! Dominância não tem a ver com o genótipo. Entendeu? - Não: se o dominante não vai determinar o genótipo? Não. Dominância e recessividade nunca tiveram a ver com genótipo... Vamo lá, provar? Azão... Azinho... Né?... Tão em heterozigose... Homozigozidade e heterozigozidade se refere, sim, a genótipo, mas não a dominância... Vamo lá ver... Imagine você que esse azão produz 50L de um pigmento branco e esse azinho produz 0,2L de um pigmento vermelho... Os dois estão sendo expressos? - Sim! Vão ser expressos! Qual o fenótipo que você vai ver? - Do A... do azão... Não: [inaldívei]... Você vai ver o fenótipo o quê? - Branco Branco... - Mas não vai ser um rosa bem clarinho... Os dois tão sendo expressos: esse não mandou esse calar a boca, não. Tá sendo expresso. Mas, vê: o fenótipo é branco porque isso aqui fica tão diluido que eu só vejo quem? (2h 02 min 50s -2h 09 min 50s) Professor: o fenótipo é branco porque isso (vermelho) fica tão diluído que só vê quem? branco, o fenótipo branco domina o vermelho, dominância e recessividade se referem a fenótipo e não a … Aluno: mas aí a gente levaria em questão a segunda lei, e não a primeira, de Mendel, interação gênica seria pra mais de um tipo de locus Professor: Mendel observou fenótipo ou genótipo? Aluno: os dois, em tese Professor: não, o fenótipo. Os dois são expressos, e se eu botar… (fez alguma coisa no quadro) Aluno 2: aí vai ficar rosa Professor: pode ser, se eu ver rosa, fenótipo, isso aqui é oq? semidominância, se eu ver os dois, codominância Aluno 2: agora isso não tem nada a ver com aqui, tipo, aqui a gente tem intérfase, aqui há expressão, aqui é divisão Professor: estou apenas falando que os dois podem se expressar e estão em lugares diferentes, são loci diferentes, loci é o plural de locus Aluno 3: aquele dois se refere ao cromossomo, então eu tenho dois cromossomos emparelhados e ele está se referindo ao segundo? Professor: aí vai depender gente Aluno 2: é porque existem dois cromossomos dois Professor: cada cromossomo só tem um gene, os dois são expressos, na maioria das vezes, pode ser que um só gene seja expresso? sim, mas de qualquer maneira mesmo só um sendo expresso eu não falo de dominância em relação ao meu genoma, e sim ao fenótipo. Conceito de fenótipo é tudo aquilo que eu posso ver ou induzir ou quantificar, guardem isso, dominância, recessividade, semidominância e codominância referem-se ao meu fenótipo, óbvio que se um for silenciado, a expressão vai ser zero e o fenótipo que vou ver é induzido a isso Aluno: em tese a gente não teria nenhuma situação em que a primeira lei se verifica? porque, em tese, nela a gente teria essa dominância completa Professor: na maioria dos casos a gente tem, porque geralmente a expressão do outro é muito baixa, anula, prevalecendo apenas um dos fenótipos, ou eles são muito parecidos e eu só vejo um, vamo lá, imagine uma enzima que eu tenha na velocidade 100 e outra velocidade do outro gene expresso é 99, a diferença é insignificante, isso é muito importante pq tem várias doenças em que vai precisar ver isso em termos de fenótipo, por exemplo, no caso das dislipidemias, aonde as pessoas tem dislipidemias primárias, relacionada a hipercolesterolemia familiar, a pessoa geralmente tem defeito em um dos alelos receptores de LDL, então você expressa metade dos receptores, levando ao aumento do LDL Aluno 4: essa análise é feita em um cromossomo só ne? Aluno 2: isso aí não é cromossomo não, cromossomo é na divisão celular, essa resenha tá expressando Professor: existe um ramo da genética chamado de citogenética, depende do que eu quero ver ne, se eu quero ver gene, eu não vejo gene eu faço uma sequência, hoje em dia a maioria dos exames eu analiso isso por meio do sequenciamento, ou PCR ou RT PCR, aí tem vários exames específicos, tudo vai depender daquilo que você quer ver. Existe uma inversão de coisas quando eu vou pro mundo dos exames moleculares, eu tenho que perguntar oq eu quero pra usar a ferramenta correta, não é o exame que vai me dizer, você faz um exame de PCR, pra que? tem muito médico que acha que fazer exame molecular é como fazer exame de ressonância, pra ver oq que aparece lá ne? eu não sei oq o sujeito tem, faz uma ressonância aí, torcendo para que o cara que vai laudar diga oq é não posso ir desse jeito, tem que partir de uma suspeita diagnóstica, é muito grande, como vou sair buscando isso? agora tem doenças que consigo ver no cromossomo, não preciso de PCR para detectar uma síndrome de down, posso fazer isso por meio de uma cariotipagem mais simples, trissomias posso detectar dessa forma. Quero ver se a pessoa tem uma mutação num determinado alelo relacionado a uma patologia, tenho que fazer um sequenciamento daquele gene (2h 09 min 50s - 2h 16 min 50s) As trissomias, eu posso detectar dessa forma. Eu quero ver se a pessoa tem uma mutação num determinado alelo relacionada com a patologia... Eu preciso fazer o sequenciamento daquele gene - Inclusive professor, hoje é o dia Internacional da síndrome de down, né? É? Sabe porquê? Porque 21 de março: trissomia do cromossomo 21 Num sabia não, sério? A galera do... a galera do... Da liga de genética disse Beleza O cromossomo 2, no caso, na frente do p, vai ser sempre o da direita? Não... Todos os dois aqui são braços curtos...Aí, convencionou-se... Mas, Adriano, olhando para cá, é meio difícil saber quem curto, quem é longo. Convencionou-se a botar para cima o curto... E parabaixo o longo... Certo? Então só precisa de fato saber quem é curto, quem é longo quem for fazer setor genético... Tá? Quando o cromossomo [creio que o prof. quis dizer centrômero] está mais perto da extremidade, mais fácil... não é isso? É por que eu acho que ela tá perguntando daquele 2p16... Daquele 2 da frente... É... Exatamente Aquele dois na frente, no caso... Eu num entendi não... O que é que você não entendeu? Esse 2 no 2p16... O 2 é quem...? O cromossomo 2 Ah... Tá... É só o cromossomo em si... O p são esses dois braços curtos Sim... Isso aí... Ok... O 1 nessa parte aí e o 6 na subdivisão Certo? Professor... Só pra... Só pra... Confirmar aqui... É... Existem 4... 4... É... Regiões que são designadas pelo mesmo endereço... Por exemplo... O endereço 2p16... A gente tem um endereço 2p16 da cromátide-irmã da esquerda... Da cromátide-irmã da direita e do outro [cromossomo]... Deixa eu facilitar para você... Deixa eu facilitar para você... Você tem o endereço onde você vai encontrar, você pode ter um único 2 ou 4... Vai depender se a célula é haploide ou diploide ou pluriploide... Tá... Tá... Mas não interessa. O que importa o que é que é? Onde é que o gene mora... Ponto! Ali... Certinho? Você vai chegar lá... se você chegar lá, você vai encontrar uma família ou um só não tem relevância, no momento... Entendido? Tranquilo Mas, por exemplo... É... Enfim, eu posso ter entendido errado, mas isso que ele falou... Certo: se eu tenho uma célula diplóide e eu vou ter esses 4 endereços... A mutação... Se ocorrer, ela pode ocorrer em só um desses...? Pode, mas lembre-se... Não, eu num tenho quantro não, gente: para cada gene eu só tenho duas cópias... Certo... Aqui... Exatamente... É que estou pegando uma célula diplóide e uni pelo centrômero... Eu só tenho duas cópias... A mutação pode ser num só... E é mais comum que seja num só, por que o evento mutagênico é um evento aleatório...É mais comum que seja num só... Mas pode acontecer nos 2... É muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito pouco provável que o mesmo evento mutagênico de cara mude logo os dois alelos... O mais comum, Maria Clara, é que eu tenha uma mutação num alelo e eu recebo a mutação no outro alelo. Existe, por exemplo, alguns tipos de câncer em que isso acontece: de 3 a 5% dos nossos cânceres são ditos hereditárias. Ninguém herda câncer: cê herda uma pré-disposição. De 3 a 5%... Cê herda uma disposição mais forte. O que é que acontece no câncer de mama, por exemplo? Câncer de mama está muito veiculado a uma mutação em dois genes chamados de brca... B, R, C, A... Se escreve brca, mas se pronuncia "braca" Existe o brca1 e o brca2. Todos nós, homens e mulheres, temos o brca. Eu tenho 2 alelos pro brca1... Pessoas que têm maior predisposição ao câncer de mama nascem com uma mutação em um dos alelos, geralmente herdada. Ele é um gene supressor de tumulto... Cê tem metade do freio funcionando... Isso quer dizer que você tem uma maior chance de ter a mutação no segundo? Se eu nascer com os 2 normais, eu tenho que mutar um e, depois, mutar o quê? É um evento mais raro... Se eu nascer com um dos alelos mutado, eu só preciso de uma mutação... Então, nesse caso, a gente faz o rastreamento da mutação... Quem tiver a mutação em um dos alelos não tem câncer, mas tem pré-disposição maior... E aí você recomenda... Aí... um acompanhamento médico mais frequente... Entendido? Mas são duas cópias de cada alelo que a gente tem. Tranquilo? Agora, o que é que pode dar um nózinho na cabeça de vocês? Existe alguns genes que duas cópias não dão conta... Tá? Esses genes que precisam existir de família. Eles existem na forma [inaudível] ocupando um locus... E vão existir em loci diferentes... Eu posso ter um gene que tem várias cópias dele ao longo do? Genoma. Vamos pensar: Poxa, os genes da família das globinas...né... mioglobina, hemoglobina... vocês acha que teriam só duas cópias para dar conta de tudo isso? Então, fiz o quê... Várias? Cópias. Ali, sim, eu posso ter vários locus diferentes... Certo? Por que eu preciso de várias cópias... Tá... E aí eu vou ter uma família gênica... Entendido? Então, tem gente que tem família. Tem uns que são... isolados... moram sozinhos... Professor.... Oi? É por isso que chamam o código genético de degenerado, ou não? Não: a degeneração tem mais haver com a questão de eu poder ter mais de uma trinca codificando o mesmo aminoácido... Certo? Que aí entra a coisa maluca, né? Que é o quê? eu tenho 4 nucleotídeos para formar, no mínimo, (não existe só) mas eu tenho que formar, no mínimo, 20 aminoácidos... Ó: 4 tem que formar 20 aminoácidos para formar centenas de proteínas... Como é que essa conta fecha? Como 20000 genes viram mais de 100000 proteínas diferentes no nosso corpo? (2h 16 min 50s - 2h 23 min 50s) Como é que mais de 20mil genes viram mais de 100mil proteínas diferentes no nosso corpo? É isso que a gente vai ver, é onde estou querendo chegar. Aluno: Spaice (não sei como escreve), né? Professor: não só isso. Veja só (aponta pro slide), os telômeros, muito importante pra gente, é como se fosse aquela pontinha nossa do cadarço. Lembram da dupla fita? Na frente dela, DNA polimerase está andando, quando chegar na última “cadeira”, última sequência da fita a ser copiada, a DNA polimerase “cairia”, não teria espaço para copiar, pois não conseguiria ler o final da fita de DNA. A natureza, para resolver isso, esticou o DNA e criou uma ponta que não tem informação, só serve de base à DNA polimerase, e isso é chamado de telômero, permitindo manter a integridade estrutural dos cromossomos e (parte inaudível, vou colocar o que eu acho que seja) a replicação completa. Mas tem outra função especial – o telômero, já que ele é a ponta, à medida que o DNA vai sendo replicado, essa ponta vai sendo desgastada, vai sendo perdida, assim, o nosso telômero diminui de tamanho à cada replicação, o que não tem nenhum problema, porque ele não tem informação, mas com o passar dos anos, na hora que esse desgaste atinge a informação, eu não consigo mais copiar e a célula vai morrer, assim, o que determina o tempo de vida de uma célula é o tamanho dos seus telômeros. Existe uma enzima que tenta retardar a degradação desse telômero, o recompondo, é a telomerase. A telomerase é uma enzima, por enquanto, do bem e do mal, ela tenta recompor. Um dos passos para a célula se tornar neoplásica é ativar a telomerase. Uma célula cancerígena tem uma alta taxa de atividade da telomerase, por isso ela pode se recuperar infinitamente, e existe alguns malucos que estão tentando fabricar telomerase para as pessoas viverem eternamente, porém, o perigo é dar telomerase pra vida eterna e algum tumor se formar, tomar conta. Aluna: é por isso que existe aquele impasse de que não é possível clonar seres humanos, exatamente porque quando se clona uma pessoa já em vida, seus telômeros já estão gastos, criando uma pessoa com uma meia-vida? Professor: exatamente. Por isso tá sendo uma dificuldade clonar seres humanos; criar animais é mais fácil, pois eles não precisam viver tanto, já que podem ser consumido. Aluno: sendo assim, (inaudível). Aluno: quando clonamos um Adriano, não criamos outro Adriano, mas sim um gêmeo idêntico ao Adriano, então, o clone será diferente do original, já que existe uma coisa chamada de epigenética. Professor: Não necessariamente. Você pode ter tanto epigenética, expressão variada, ou pode ser fisicamente ou não igual, mas, em termos de pensamento seria outra pessoa. Então não existe aquela ideia de que: “ah, vão clonar Hittler”, isso não existe. Voltando: óh, cromatina (apontando no slide), como a gente já falou, e aqui as proteínas histonas (apontando no slide). Aqui a gente já entra na metilação. Quando eu vou ler... já deu pra entender que na forma de cromossomo não dar pra ler nada do DNA, o DNA está empacotado, condensado. A transcrição e a replicação só ocorrerão quando as pontes de hidrogênio entre as fitas forem rompidas. Quando eu tenho as regiões metiladas... (parte inaudível), essas regiões serão silenciadas. Toda região quefor metilada, em excesso nas ilhas CTGs (essa parte do tipo de ilhas não deu para compreender bem), não consegue ser expressa. Lá no artigo que eu dei para vocês sobre alterações epigenéticas, verão muito metilação e a importância disso. Além da metilação, tem a acetilação e a desacetilação. A acetilação das lisinas, histonas, ela vai fazer com que essa lisina deixe de interagir com o fosfato. Ao deixar de interagir com o fosfato, eu desmancho as interações com a histona, o que permite a abertura para a leitura. Aluno: pode recapitular, professor? A transcrição e a replicação requerem a leitura da dupla fita. Como eu vou ler se ela está conectada às histonas? Para isso, preciso desmanchar primeiro o nucleossomo (mesma coisa de histona), por meio da acetilação da lisina. Depois de acetilar, leio a dupla fita, ao terminar, eu desacetilo. Se isso tiver metilado, eu não consigo acetilar, portanto, não consigo ler. Todo gene metilado está silenciado, o que pode ser bom ou ruim. Eu posso metilar do ponto de vista fisiológico, silenciando o que deve ser silenciado. Mas em algumas patologias, eu posso silenciar errado, imagine, por exemplo, eu silenciar um gene supressor de tumor... depois eu explico para vocês o que é um gene supressor de tumor. Com esse processo todo, vou controlando a expressão de um gene, e o ápice da expressão de um gene é a proteína funcional. (2h 23min 50s - 2h 29 min 50s) Tudo que vimos no DNA hoje é importante, mas o importante para a célula é sua expressão. Nosso DNA possui os genes, o estudo deles é a genômica, por muito tempo achávamos que isso que mandava no mundo, quando começamos a fazer os exames, um dos primeiros que saiu foi o do câncer de mama, no início da década de 90, quem possuía os genes de câncer de mama recebia como indicação a mastectomia radical, acreditava-se que quem tinha a mutação, tinha a doença. Com o passar do tempo, percebemos que isso não era tudo, o genoma seria uma receita de bolo, mas não indicaria necessariamente a patologia, pois há a variância de expressão. Com isso a genômica vem perdendo espaço e o proteoma passou a crescer, o que importa não é a genética, é a proteína, mas algumas coisas não se encaixavam, porque algumas proteínas expressavam algumas alterações sem que elas fossem expressas nos genes, devido às alterações pós-traducionais, pós-transcricionais. Sendo assim a genética molecular se subdivide em: Genômica, Transcriptômica (estudo dos RNAs) e proteômica(estudo de como as proteínas e como elas formam redes e estas determinam a função celular). O estudo é mais amplo e complexo, como tudo isso interage para formar o fenótipo, tudo isso é genética, biologia celular, bioquímica, para chegar na anatomia e na fisiologia.
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