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1 PTF para intervenção no transtorno fonológico - modelo de ciclos adaptado

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Capítulo 1 
plano terapêutiCo FonoaudiológiCo (ptF) 
para intervenção no transtorno FonológiCo – 
Modelo de CiClos adaptado
Haydée Fiszbein Wertzner
Luciana de Oliveira Pagan Neves
i. ClassiFiCação estatístiCa 
internaCional de doenças e probleMas 
relaCionados à saúde (Cid 10)
F 80 Transtornos específicos do desenvolvimento da fala 
e da linguagem.
F 80.0 Transtorno específico da articulação da fala.
ii. prinCipais aChados
1. Criança com alteração no uso das regras fonológicas 
do Português Brasileiro.
2. Criança com presença de processos fonológicos não 
esperados para a idade. 
3. Criança com presença de processos fonológicos com 
ocorrência superior a 25%.
4. Criança com inventário fonético incompleto.
5. Criança com dificuldade em discriminar auditivamente 
alguns sons da fala.
6. Criança com dificuldade em produzir alguns sons da 
fala.
7. Criança com dificuldades nas provas de consciência 
fonológica.
iii. objetivos gerais
1. Organizar o sistema fonológico da criança.
2. Eliminar o uso de processos fonológicos.
3. Completar o inventário fonético.
4. Alcançar fala inteligível.
5.Desenvolver as habilidades metafonológicas.
Planos TeraPêuTicos Fonoaudiológicos (PTFs) - Volume 2
2
iv. objetivos espeCíFiCos e respeCtivas 
intervenções terapêutiCas1
objetivo espeCíFiCo 1: avaliação da Fonologia da 
Criança.
Intervenção terapêutica 1: aplicação da prova 
de fonologia que permite caracterizar todos os sons da 
língua materna da criança1.
Intervenção terapêutica 2: verificação dos tipos de 
erro que a criança apresenta para cada som do inventário 
fonético: substituição, omissão e distorção2.
Intervenção terapêutica 3: verificação dos sons 
ausentes do inventário fonético e cálculo do índice de 
estimulabilidade.
Intervenção terapêutica 4: análise dos processos 
fonológicos apresentados2, elencando os três processos 
fonológicos com maior ocorrência.
Intervenção terapêutica 5: seleção de um dos 
três processos fonológicos que será o alvo terapêutico 
inicial**.
Intervenção terapêutica 6: identificação dos sons 
afetados no processo fonológico selecionado e escolha 
de apenas um som alvo. Exemplificando: se a criança 
apresentar o processo fonológico de ensurdecimento de 
fricativas com desvozeamento das três fricativas vozeadas 
/v, z, ʒ/, o fonoaudiólogo deverá selecionar apenas um 
deles para iniciar o primeiro ciclo terapêutico.
objetivo espeCíFiCo 2: seleção do tipo de oposição 
eMpregada na abordageM dos pares MíniMos.
Intervenção terapêutica 1: em função da avaliação 
fonológica, o fonoaudiólogo deve escolher o tipo de 
oposição aplicada na abordagem dos pares mínimos 
(oposição mínima ou máxima) que seja mais indicada 
para o caso3. Neste Capítulo, para facilitar a compreensão 
do leitor, os exemplos que serão fornecidos estão baseados 
na abordagem dos pares mínimos com oposição mínima.
objetivo espeCíFiCo 3: estruturação de uM CiClo no 
Modelo de CiClos adaptado.
Intervenção terapêutica 1: cada ciclo é composto 
por sete sessões de terapia com duração de 50 minutos.
Intervenção 2: em cada ciclo apenas um som alvo 
deve ser trabalhado. Exemplo: se a criança apresentar 
o processo fonológico de ensurdecimento de fricativas 
com desvozeamento das três fricativas vozeadas /v, z, ʒ/, 
o fonoaudiólogo seleciona como primeiro som alvo para 
trabalhar o /v/, que será trabalhado nas sete sessões do 
ciclo.
Intervenção 3: a partir do ciclo 2, há a introdução 
de um novo som alvo, porém, os pares mínimos trabalhados 
no ciclo anterior são mantidos em algumas atividades.
1. O modelo de ciclos foi apresentado por Hodson e Paden (1991), sendo sua proposta determinar prioridades para o tratamento com base nos processos 
fonológicos que a criança apresenta, na frequência de cada um destes processos fonológicos e nos impactos destes processos na habilidade comunicativa 
da criança, com ênfase no uso das pistas semânticas, tátil-cinestésicas, auditiva e visual como modo facilitador para o aprendizado de um novo som. Para 
isto, as autoras propõem que o tratamento seja feito em ciclos, sendo que cada ciclo é um período de tempo necessário para a criança eliminar cada um dos 
processos fonológicos que estiverem presentes em sua fala. A partir da proposta de Hodson e Paden (1991), elaboramos uma adaptação às necessidades de 
crianças falantes do Português Brasileiro e, ao longo dos últimos 10 anos, esse modelo de ciclos adaptado é aplicado em crianças com diagnóstico de transtorno 
fonológico no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Fonologia do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da USP, coordenado 
pela Professora Associada Haydée Fiszbein Wertzner. Na adaptação apresentada neste Capítulo, acrescenta-se ao modelo de ciclos a abordagem dos pares 
mínimos, que tem como intuito promover a generalização dos contrastes e diminuir a duração da intervenção terapêutica.
2. Para o Português Brasileiro, sugere-se o uso das provas de fonologia do ABFW-Teste de Linguagem Infantil nas áreas de Fonologia, Vocabulário, Fluência e 
Pragmática (Andrade et al., 2004).
3. Para aprofundar o conhecimento acerca dos critérios de avaliação fonológica, verificação dos tipos de erro e dos processos fonológicos, bem como a hierarquização 
da seleção dos processos fonológicos e sons alvo, ler o Capítulo PTF para Seleção de Estímulos Alvo no Tratamento para a Seleção de Estímulos Alvo no 
Tratamento do Transtorno Fonológico deste livro.
3
PTF Para InTervenção no TransTorno FonológIco – Modelo de cIclos adaPTado
objetivo espeCíFiCo 4: organização das sessões 1, 2 e 
3 do CiClo 1 no Modelo de CiClos adaptado.
Intervenção terapêutica 1: estimulação auditiva 
realizada por meio de bombardeamento auditivo. A 
primeira atividade a ser realizada é a estimulação auditiva, 
preferencialmente amplificada4. Para isto, o fonoaudiólogo 
deve gravar em áudio (antes da terapia) dez palavras que 
contenham o som alvo em posição inicial de palavra. No 
momento inicial da terapia, o fonoaudiólogo deve posicionar a 
criança em frente a um aparelho de áudio e reproduzir a lista de 
palavras numa intensidade aumentada (volume aumentado). 
É importante que a informação auditiva chegue ao mesmo 
tempo nas duas orelhas. A criança deve ser instruída a ouvir 
e prestar atenção às palavras. Nesta primeira atividade, o 
fonoaudiólogo não deve fazer nenhum questionamento 
em relação às palavras que são reproduzidas. Sua única 
preocupação deve ser para que a criança ouça atentamente 
às palavras, em intensidade aumentada.
Intervenção terapêutica 2: colocação fonêmica. 
Nesta intervenção, o fonoaudiólogo deve fornecer pistas 
táteis, visuais e cinestésicas para que a criança entenda como 
produzir o som alvo. Seguindo o exemplo sugerido, para a 
colocação fonêmica do som /v/ que é produzido sem ou com 
pouco vozeamento, podem ser utilizadas algumas estratégias 
tais como: colocar a mão da criança sobre a região do pescoço 
onde está a cartilagem tireóidea do terapeuta enquanto o 
mesmo produz o som do /v/ prolongado (para que ela sinta 
a vibração das pregas vocais) e, em seguida, colocar a mão 
da criança sobre a região de sua própria cartilagem tireóidea, 
pedindo que ela sinta se é capaz de produzir a mesma vibração.
Intervenção terapêutica 3: reforço articulatório do som 
alvo. Nesta etapa da terapia, o fonoaudiólogo deve realizar 
atividades que permitam o treino articulatório em situações 
de fala, como por exemplo, estratégias em que o som alvo 
seja repetido em sílabas isoladas, repetição de sílabas repetidas 
(reduplicação silábica), repetição do som alvo em posição 
inicial de palavras, e assim por diante. O terapeuta deve 
dificultar as estratégias à medida que a criança for capaz de 
produzir o som de maneira adequada. O uso de estratégias 
que associem a execução motora do gesto articulatório ao 
conhecimento sobre o uso efetivo desses gestos na fala é 
essencial na aplicação do modelo de ciclos adaptado.
Intervenção terapêutica 4: apresentação dos pares 
mínimos com oposição mínimaconforme o exemplo citado 
na intervenção terapêutica 2 do objetivo específico 3. Nesta 
etapa do treino, o fonoaudiólogo apresenta à criança de três a 
cinco pares mínimos que já foram preparados previamente5. 
Para isto, o terapeuta deverá posicionar as figuras (uma a 
uma) ao lado de seus lábios e dizer o nome das palavras 
alvo. Ao final desta apresentação, o fonoaudiólogo poderá 
organizar as figuras numa pilha e pedir que a criança sorteie 
as figuras, dizendo o nome delas. Caso a criança não tenha 
ainda aprendido o nome da figura, o profissional deverá 
nomeá-la novamente, contextualizando-a para facilitar a 
memorização do nome de cada figura. O importante desta 
atividade não é que a criança adivinhe o nome da figura 
que queremos que ela produza e sim, que ela aprenda o que 
deve dizer quando vir a figura. Trata-se de uma atividade 
apenas de apresentação das figuras e de contextualização 
das mesmas, para que a criança seja capaz de, nas próximas 
atividades, reconhecer e nomear a figura de acordo com 
o que o fonoaudiólogo está propondo. Neste momento, o 
profissional pode ainda associar o som alvo ao par de figuras 
que for mais facilmente identificado pela criança. No caso 
da oposição /f / x /v/, os sons vozeados podem ser associados 
à figura da vaca e os sons desvozeados à figura da faca. O 
fonoaudiólogo deve criar duas colunas, uma ao lado da outra 
e em seguida, deverá novamente produzir o nome de cada 
figura, colocando-a na coluna da vaca ou na coluna da faca.
Intervenção terapêutica 5: atividade de discriminação 
auditiva. Após apresentar o nome das figuras alvo, o 
fonoaudiólogo deve realizar uma atividade de discriminação 
auditiva entre as palavras dos pares mínimos com oposição 
mínima. Diversas estratégias podem ser adotadas como 
resposta: separar em duas colunas (como exemplificado na 
intervenção terapêutica 4), colar a figura da vaca em uma 
parede da sala e a da faca na parede oposta e pedir para a 
criança bater a mão (ou jogar uma bola) na figura da vaca, 
quando ouvir uma palavra que começa com o som do /v/ 
ou na da faca, quando a palavra começar com o som do 
/f/, pedir para a criança levantar quando ouvir o som do 
/v/ da vaca e abaixar quando ouvir o som do /f/ da faca, 
4. Estudos demonstram que amplificar o som durante a terapia fonoaudiológica facilita a percepção e o reconhecimento auditivo do som alvo.
5. Para maiores detalhes sobre como selecionar os pares mínimos com oposição mínima para o uso terapêutico, ler o Capítulo PTF para Seleção de Estímulos 
Alvo no Tratamento para a Seleção de Estímulos Alvo no Tratamento do Transtorno Fonológico deste livro.
Planos TeraPêuTicos Fonoaudiológicos (PTFs) - Volume 2
4
como a brincadeira “vivo e morto” (em que o vivo vai estar 
associado ao som vozeado e o morto ao som desvozeado); 
jogo de boliche (no qual a criança deve jogar a bola nos pinos 
vermelhos quando ouvir o som vozeado e nos pinos azuis 
quando ouvir o som desvozeado), entre outros. Os acertos 
devem ser enfatizados para a criança e os erros devem ser 
imediatamente corrigidos: o fonoaudiólogo deve produzir 
novamente o nome da figura, reforçando o contraste que 
distingue as palavras. Se a criança não for capaz de perceber 
esta diferença, o terapeuta deverá auxiliá-la, mostrando o som 
correto. No início da intervenção sugere-se que esta atividade 
seja realizada com o apoio visual que deverá ser retirado a 
critério do terapeuta, quando este perceber que a atividade 
já está sendo realizada sem dificuldade.
Intervenção terapêutica 6: atividades com os pares 
mínimos. É muito importante que nestas primeiras sessões 
do ciclo o fonoaudiólogo explore somente as figuras dos 
pares mínimos que foram selecionados para o processo 
terapêutico. É a partir do uso dessas figuras que a criança irá 
construir a regra fonológica necessária para o conhecimento 
e, consequentemente, para a produção do som específico. 
Assim, nesta etapa, o fonoaudiólogo pode promover de duas 
a três atividades terapêuticas que utilizem os pares mínimos, 
como por exemplo, realizar um jogo da memória, no qual 
cada vez que a criança/terapeuta acertar o par correto, deverá 
produzir uma frase que contenha o nome da figura; jogos 
de adivinhação, em que a criança/terapeuta devem dar 
características da figura para o outro adivinhar, entre outras.
Intervenção terapêutica 7: repetição da atividade de 
estimulação auditiva realizada por meio de bombardeamento 
auditivo. Esta atividade deve ser realizada da mesma maneira 
que a intervenção terapêutica 1. As mesmas palavras devem 
ser utilizadas para o bombardeamento auditivo.
objetivo espeCíFiCo 5: organização das sessões 4, 5 e 
6 do CiClo 1 no Modelo de CiClos adaptado.
Intervenção terapêutica 1: estimulação auditiva 
realizada por meio de bombardeamento auditivo. Esta 
atividade deve continuar a ser realizada exatamente da 
mesma maneira como foi utilizada nas quatro primeiras 
sessões do ciclo. As palavras e a amplificação sonora 
devem permanecer iguais.
Intervenção terapêutica 2: colocação fonêmica. 
Esta atividade somente será mantida nos casos em que 
a criança ainda não emite o som alvo, mesmo com todas 
as pistas oferecidas nas sessões anteriores. Nos demais 
casos, essa intervenção não precisa mais ser realizada a 
partir da quarta sessão do ciclo 1.
Intervenção terapêutica 3: reforço articulatório 
do som alvo. Nesta atividade, o treino deverá acontecer 
em situações mais complexas de fala, como repetições do 
som alvo em diferentes posições silábicas nas palavras e 
em palavras inseridas em sentenças maiores.
Intervenção terapêutica 4: atividade de 
discriminação auditiva. Nesta etapa do ciclo, o 
fonoaudiólogo trabalha a discriminação auditiva entre 
o som alvo e seu par cognato sem o auxílio da pista 
visual. Para isto, as mesmas atividades exemplificadas 
anteriormente (na intervenção terapêutica 5 do objetivo 
específico 4) podem ser adotadas porém, ao produzir 
o nome das figuras, o fonoaudiólogo deve tapar os 
lábios e não enfatizar a produção das pistas acústicas/
proprioceptivas do som alvo. A critério do fonoaudiólogo, 
caso a criança demonstre facilidade na execução da 
atividade, pode-se introduzir um ruído de fundo (ruído 
branco) enquanto fala o nome das figuras para a criança.
Intervenção terapêutica 5: atividades com os pares 
mínimos. A partir da quarta sessão, o modelo terapêutico 
de ciclos deve enfatizar o trabalho de fortalecimento 
acerca do aprendizado da regra linguística e, por isso, 
esta se torna a principal atividade destas sessões que dão 
continuidade ao tratamento. Assim, o fonoaudiólogo 
deverá promover estratégias que enfatizem a produção 
e os diferentes contextos em que o som alvo pode ser 
utilizado. Incluir nestas atividades estratégias direcionadas 
às diferentes habilidades metafonológicas (das mais 
simples para as mais complexas) é essencial nesta etapa do 
modelo de ciclos. Ainda utilizando os pares, o terapeuta 
pode, por exemplo, realizar um jogo em que a criança 
deve separar as palavras dos pares em sílabas e identificar 
em qual sílaba está o som alvo ou ainda, após realizar a 
atividade de segmentação silábica, nomear outra palavra 
que possua a mesma sílaba inicial da figura.
5
PTF Para InTervenção no TransTorno FonológIco – Modelo de cIclos adaPTado
Intervenção terapêutica 6: repetição da 
atividade de estimulação auditiva realizada por meio 
de bombardeamento auditivo. Esta atividade deve 
ser realizada da mesma maneira que a intervenção 
terapêutica 1. As mesmas palavras devem ser utilizadas 
para o bombardeamento auditivo.
objetivo espeCíFiCo 6: organização da sessão 7 do 
CiClo 1 no Modelo de CiClos adaptado.
Intervenção terapêutica 1: estimulação auditiva 
realizada por meio de bombardeamento auditivo. Esta 
atividade deve continuar a ser realizada exatamente da 
mesma maneira como foi utilizada nas quatro primeiras 
sessões do ciclo. As palavras e a amplificação devem 
permanecer iguais.
Intervenção terapêutica 2: colocação fonêmica. Estaatividade só é aplicada na 7ª. sessão do ciclo 1 quando a 
criança ainda não produz o som. Caso a criança demonstre 
muita dificuldade em ajustar o ponto articulatório 
necessário para a produção do som alvo, como acontece 
para sons líquidos (/l, ɾ, ʎ/) ou para os sons plosivos velares 
(/k/ e /g/), as estratégias empregadas devem ser específicas, 
com o intuito de auxiliar a criança a superar a imprecisão 
articulatória observada na produção do som alvo.
Intervenção terapêutica 3: reforço articulatório 
do som alvo. Nesta atividade, o treino deverá acontecer 
em situações mais complexas de fala, como repetições do 
som alvo em diferentes posições silábicas nas palavras e 
em palavras inseridas em sentenças maiores.
Intervenção terapêutica 4: atividade de 
discriminação auditiva. Nesta etapa do ciclo, o 
fonoaudiólogo trabalha a discriminação auditiva entre 
o som alvo e seu par cognato sem o auxílio da pista 
visual. Para isto, as mesmas atividades exemplificadas 
anteriormente (na intervenção terapêutica 5 do objetivo 
específico 4) podem ser adotadas, porém, ao produzir 
o nome das figuras, o fonoaudiólogo deve tapar os 
lábios e não enfatizar a produção das pistas acústicas/
proprioceptivas do som alvo. Se o terapeuta notar que 
a atividade está muito simples, pode-se introduzir um 
ruído de fundo (ruído branco) enquanto fala o nome das 
figuras para a criança.
Intervenção terapêutica 5: atividades com os pares 
mínimos. Manter as atividades propostas na intervenção 
terapêutica 5 do objetivo específico 5.
Intervenção terapêutica 6: repetição da 
atividade de estimulação auditiva realizada por meio 
de bombardeamento auditivo. Esta atividade deve 
ser realizada da mesma maneira que a intervenção 
terapêutica 1. As mesmas palavras devem ser utilizadas 
para o bombardeamento auditivo.
objetivo espeCíFiCo 7: apliCação da prova de 
veriFiCação na sessão 7 do CiClo 1.
Intervenção terapêutica 1: prova de verificação. Na 
última sessão do ciclo 1, deve ser realizado uma verificação 
do progresso alcançado após sete sessões terapêuticas. A 
verificação possui dois objetivos principais: o primeiro 
é conferir se o desempenho da criança em relação ao 
som alvo atingiu 80% de acerto ou não, bem como se já 
ocorreu alguma generalização para outros sons da fala. O 
segundo objetivo é monitorar a evolução terapêutica da 
criança e mostrar aos pais o quanto (percentualmente) 
a criança melhorou na sua dificuldade de fala.
Intervenção terapêutica 2: para a prova de 
verificação, o fonoaudiólogo deve selecionar 20 palavras, 
sendo sete com o som alvo em sílaba inicial de palavra, 
seis em sílaba medial e seis em sílaba final. A seleção 
das palavras deve dar preferência àquelas que não foram 
utilizadas na atividade de bombardeamento auditivo e 
que não foram inseridas como figuras representantes dos 
pares mínimos. Essas 20 palavras são separadas em dois 
grupos de dez palavras que serão empregadas em uma 
prova de nomeação de figuras em outra de imitação de 
palavras.
Intervenção terapêutica 3: a aplicação da prova 
de verificação deve ser realizada, preferencialmente, com 
gravação em áudio e/ou vídeo. O fonoaudiólogo deve 
transcrever foneticamente a produção apresentada pela 
criança nas duas provas e contabilizar separadamente a 
porcentagem de acertos em cada uma delas (as distorções 
devem ser contabilizadas como erros).
Intervenção terapêutica 4: quando o número de 
Planos TeraPêuTicos Fonoaudiológicos (PTFs) - Volume 2
6
acertos na prova de verificação corresponder a 80% 
ou mais, a criança inicia o ciclo 2 do modelo de ciclos 
adaptado. Se o desempenho foi abaixo de 79%, o ciclo 
1 deve ser repetido.
Intervenção terapêutica 5: caso a criança apresente 
acerto superior a 80% nas duas provas do reteste para 
o som alvo trabalhado /v/, o fonoaudiólogo deve testar 
(por meio de uma prova de nomeação de figuras e 
de outra de imitação de palavras) os outros sons que 
fazem parte do processo fonológico alvo. Exemplo: o 
fonoaudiólogo trabalhou um ciclo com o som alvo /v/ do 
processo fonológico de ensurdecimento de fricativas. Na 
prova de verificação, se a criança atingir índice superior 
a 80% para o som /v/, o fonoaudiólogo deve também 
testar os sons /z/ e //. A verificação desses outros sons 
é indicada, pois um dos objetivos primordiais do modelo 
de ciclos adaptado é promover a generalização para os 
sons não tratados, por meio de estratégias terapêuticas 
que possibilitem o conhecimento da regra fonológica e 
não somente do aprendizado da produção motora do som.
Intervenção terapêutica 6: a verificação do demais 
sons envolvidos no processo fonológico alvo contribui 
para o direcionamento da seleção do próximo som alvo 
do ciclo 2. Por exemplo, se a criança atingiu 100% de 
acertos para o som /v/, 60% para o som /z/ e 10% para o 
som // - tanto na prova de nomeação de figuras quanto 
na de imitação de palavras - o fonoaudiólogo tem um 
indicativo de que o próximo ciclo deve ser trabalhado com 
o som /z/. Caso o reteste dos três sons alvo que fazem parte 
do processo fonológico de ensurdecimento de fricativas 
apresentem acertos superiores a 80%, o fonoaudiólogo 
deve selecionar o segundo processo fonológico de maior 
ocorrência (verificado a partir da avaliação da fonologia, 
conforme descrito na intervenção terapêutica 4 do 
objetivo específico 1) para ser trabalhado no ciclo 2.
objetivo espeCíFiCo 8: organização da repetição do 
CiClo 1 do Modelo de CiClos adaptado.
Intervenção terapêutica 1: a repetição do ciclo 1 
do modelo de ciclos adaptado segue a mesma organização 
apresentada nos objetivos específicos 4, 5, 6 e 7.
Intervenção terapêutica 2: destaca-se que os pares 
mínimos empregados no ciclo 1 devem ser os mesmos 
na repetição do ciclo 1.
objetivo espeCíFiCo 9: organização das sessões do 
CiClo 2 no Modelo de CiClos adaptado.
Intervenção terapêutica 1: as atividades que serão 
realizadas neste novo ciclo devem apresentar a mesma ordem 
de apresentação das que foram descritas na organização das 
sessões do ciclo 1 nos objetivos específicos 3, 4, 5, 6 e 7.
Intervenção terapêutica 2: caso o som alvo do 
ciclo 2 seja outro som do mesmo processo fonológico 
abordado no ciclo 1, as intervenções terapêuticas devem 
ser aplicadas a esse novo som alvo. Da mesma forma, 
devem ser selecionados os pares mínimos para esse som 
alvo. Seguindo com o exemplo do processo fonológico de 
ensurdecimento de fricativas, no ciclo 2, todas as atividades 
detalhadas nas intervenções terapêuticas devem envolver 
a oposição mínima /s/ x /z/.
Intervenção terapêutica 3: no ciclo 2 sugerimos que, 
em uma das atividades com os pares mínimos do novo 
som alvo (/s/ x /z/), em todas as sessões terapêuticas, sejam 
acrescentados os pares mínimos com a oposição /f/ x /v/ 
trabalhada no ciclo 1. Esta atividade com os pares mínimos 
trabalhados no ciclo 1 têm o intuito de reforçar o uso da 
regra fonológica que está se consolidando.
 Intervenção terapêutica 4: prova de verificação. Na 
última sessão do ciclo (sétima sessão), deve ser realizada 
uma verificação do progresso alcançado após as sete sessões 
terapêuticas do ciclo 2. Para isto, o terapeuta deve selecionar 
20 palavras seguindo os mesmos critérios apresentados no 
objetivo específico 7. Desta vez, o som alvo /z/ e o som 
alvo // devem ser retestados. O mesmo critério deve ser 
aplicado para o direcionamento do tratamento. Caso o 
valor obtido no reteste do /z/ esteja aquém do esperado 
(abaixo de 79%), o mesmo ciclo de sete sessões (ciclo 2) 
deve ser repetido. Caso a criança apresente acerto superior 
a 80% nas duas provas de verificação para o som alvo /z/, 
o fonoaudiólogo deve verificar (por meio de uma prova de 
nomeação de figuras e de outra de imitação de palavras), 
o som //. Caso a verificação dos dois sons alvo que fazem 
parte do processo fonológico de ensurdecimento de fricativas 
apresentem acertos superiores a 80%, o fonoaudiólogo 
deve selecionar o segundo processo fonológico de maior 
7
PTF Para InTervenção noTransTorno FonológIco – Modelo de cIclos adaPTado
ocorrência (verificado a partir da avaliação da fonologia, 
conforme descrito na intervenção terapêutica 4 do objetivo 
específico 1) para ser trabalhado no ciclo 3.
objetivo espeCíFiCo 10: organização das sessões do 
CiClo 3 no Modelo de CiClos adaptado.
Intervenção terapêutica 1: as atividades que serão 
realizadas no ciclo 3 seguem a proposta nos objetivos 
devem apresentar a mesma ordem de apresentação das 
que foram descritas na organização das sessões do ciclo 
1 nos objetivos específicos 3, 4, 5, 6 e 7.
Intervenção terapêutica 2: o processo fonológico 
alvo e o som alvo dependem do resultado da prova de 
verificação aplicada no ciclo 2 para serem selecionados.
Intervenção terapêutica 3: a prova de verificação 
a ser aplicada na sessão 7 do ciclo 3 deve conter tanto 
o som alvo como aqueles que possam ser previstos na 
generalização. O mesmo critério deve ser aplicado para 
o direcionamento do tratamento e para determinar o 
término do tratamento. 
Planos TeraPêuTicos Fonoaudiológicos (PTFs) - Volume 2
8
v. bibliograFia sugerida ao 
Fonoaudiólogo ClíniCo
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remediation approach. In: WILLIAMS, AL; McLEOD, 
S; McCAULEY, RJ (Eds.). Interventions for speech 
sound disorders in children. Baltimore (MD): Paul 
H. Brookes Publishing Co, 2010. p. 137-57.
WERTZNER, HF. Fonologia: desenvolvimento e 
alterações. In: FERNANDES, FDM; MENDES, BCA; 
NAVAS, ALPGP(Org.). Tratado de Fonoaudiologia. 2. 
ed. São Paulo: Roca, 2009. p. 281-90. 
WERTZNER, HF; PAGAN-NEVES, LO. A efetividade 
dos testes complementares no acompanhamento da 
intervenção terapêutica no transtorno fonológico. 
Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 
17, n. 4, p. 469-75, 2012.
WILLIAMS, AL. A systematic perspective for assessment 
and intervention: A case study. Advances in Speech–
Language Pathology, v. 8, n. 3, p. 245-56, 2006. 
WILLIAMS, AL; McLEOD, S; McCAULEY, RJ. 
Interventions for speech sound disorders in children. 
Paul H. Brookes Publishing Co, 2010. 644p.
vi. bibliograFia sugerida ao 
paCiente ou responsável
WERTZNER, HF. Pesquisa avalia desempenho de 
crianças com transtornos fonológicos. Revista Toque de 
Ciência da UNESP. Podcast. Disponível em: <http://
www2.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/projetos/toque/
podcasts.php?c=409>. Acesso em: 18 maio 2011.
WERTZNER, HF. Soltando o verbo. Revista Pais e Filhos, 
São Paulo; Rio de Janeiro, p. 62-3, 03 jun. 2004.
vii. bibliograFia utilizada 
neste Capítulo
ANDRADE, CRF et al. ABFW: teste de linguagem 
infantil nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência 
e pragmática. Carapicuíba: Pró-Fono, 2004. 
HODSON, BW; PADEN, EP. Targeting intelligible speech: 
a phonological approach to remediation, 2. ed. Austin 
(TX): Pro-Ed, 1991.
WERTZNER, HF. Fonologia. In: ANDRADE, CRF 
et al. ABFW: teste de linguagem infantil nas áreas 
de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. 
Carapicuíba: Pró-Fono, 2004.

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