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Questão social e seus determinantes

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20/08/2023, 14:56 Questão social e seus determinantes
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03285/index.html# 1/43
Questão social e seus determinantes
Prof. Nelson Lellis
false
Descrição
Contextos e expressões da questão social em diálogo com a realidade nacional brasileira.
Propósito
O sistema capitalista, com suas classes bem definidas, revela um sistema de lutas e de desafios
constantes, uma vez que o ser humano anseia por direito, pela dignidade, por acesso a serviços básicos de
qualidade e por respeito. Ter consciência disso é fundamental para o profissional que estará diretamente
ligado à questão social e sua intervenção.
Objetivos
20/08/2023, 14:56 Questão social e seus determinantes
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Módulo 1
As expressões da questão social no século XX
Analisar o contexto sociopolítico da chamada questão social.
Módulo 2
Pobreza e exclusão social
Identificar as expressões da questão social.
Módulo 3
A questão social e a classe trabalhadora
Reconhecer a classe trabalhadora como sujeito histórico.
Módulo 4
Questão social e política social
Relacionar expressões da questão social com a sociedade brasileira.

20/08/2023, 14:56 Questão social e seus determinantes
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Introdução
A questão social revela temas importantes dentro do cenário capitalista. O presente conteúdo buscará
responder a questões como:
De que maneira a sociedade lida com a relação entre mercado e seus agentes?
Quais são as expressões da questão social?
A desigualdade seria fruto e assunto do passado ou ainda está presente e em constante mutação?
De que maneira a exclusão social tem sido debatida?
Para responder a essas e outras questões, veremos contextos históricos e políticos. Também refletiremos
sobre o processo de produção na reprodução da questão social e suas expressões (de desigualdades)
contemporâneas, tais como racismo e gênero, tendo o contexto brasileiro como exemplo. Estando o
processo capitalista inclinado a aumentar o número daqueles que precisam vender sua força de trabalho, é
preciso identificar os novos e os contemporâneos arranjos sociais para a manutenção desse sistema.
1 - As expressões da questão social no
século XX
20/08/2023, 14:56 Questão social e seus determinantes
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Ao �m deste módulo, você será capaz de analisar o contexto
sociopolítico da chamada questão social.
O contexto da questão social no século XX
A Europa do séc. XIX foi palco de um fenômeno de grandes proporções. Diferentemente da pobreza que já
existia, o pauperismo da classe trabalhadora explicita a pobreza, resultado de uma sociedade cuja
capacidade de produzir bens e serviços estava cada vez mais patente. É o período quando trabalhadores
começam a reagir às péssimas condições de vida, como desdobramento do pauperismo, surge a questão
social.
O interior da cabana de uma família camponesa durante o período da Grande Fome na Irlanda (1845-1849). Ilustração de Robert Wilson, The
life and times of Queen Victoria, 1900.
A teoria do pauperismo foi criada por Karl Marx (1818-1883), que concentrou esse termo dentro das
categorias de trabalho, alienação, fetichismo, exploração, buscando dar conta da discussão sobre pobreza
e desigualdade. O pauperismo não deixa de contemplar também aspectos sobre produção e distribuição,
bem como sobre troca e consumo.
Ao longo do século XX, houve diferentes eventos que demarcaram alterações no sistema capitalista. E o
tema da questão social também acompanhou essas transformações. Antes de conceituarmos a questão
social, apresentaremos os modelos de organização do Estado, pois isso ajudará a identificar um quadro
geral dentro do qual aparecem as expressões da questão social. São eles:

Estado liberal (ou Estado liberal de direito)

Welfare State (ou Estado de bem-estar social)
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
Estado neoliberal
Vejamos agora as principais características de cada um desses modelos.
Estado liberal (ou Estado liberal de direito)
Após a Revolução Francesa, surge o Estado liberal. Sua base traz como protagonista as ideias do filósofo
inglês John Locke (1632-1704), que compreendia que todos nasciam com direito natural:
à vida;
à liberdade;
à propriedade privada.
O desdobramento dessa ideia foi que o Estado não deveria intervir em tais questões. E como povo e
governo se relacionariam?
A partir de um contrato social. Nesse contrato, os cidadãos abdicaram de determinados direitos para que o
Estado tivesse o encargo de manter a ordem na sociedade. Nesse aspecto, o liberalismo tornou-se uma
inspiração para um Estado cujo interesse é assegurar as liberdades individuais e, concomitantemente,
regular os interesses do povo.
E quais são as características desse Estado?
Igualdade
Todos são iguais perante a lei, independentemente de etnia, religião, gênero, sexo etc.
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Welfare State (ou Estado de bem-estar social)
Nesse sistema, o modelo de Estado é aquele que busca garantir à população o bem-estar socioeconômico.
Outro nome que se dá ao Estado de bem-estar é Estado-providência. Isso ocorre por causa de medidas de
Tolerância
Como consequência da maneira que governo trata os cidadãos, de forma igualitária, todos
devem ter a oportunidade de serem respeitados.
Livre mercado
Nesse sistema, o que opera é a mão invisível do mercado, em que não há intervenção do
governo na esfera econômica. É por isso que os sujeitos podem exercer tais atividades, pois o
mercado se autorregula.
Liberdade individual
Onde as pessoas têm certas liberdades em que o Governo não pode interferir. Portanto, a
atividade econômica, política e social está funcionando em pleno acordo com a participação
do sujeito, desde que ele não viole, igualmente, os direitos de outro indivíduo.
Liberdade da mídia
A imparcialidade da mídia é um ponto forte nesse sistema. Não deve estar vinculada a
nenhum governo. Isso facilita a promoção de informações, uma vez que, em assuntos
políticos, por exemplo, elas serão divulgadas não de maneira tendenciosa, e sim, livremente.
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proteção sobretudo aos indivíduos mais carentes.
E quais as contribuições desse tipo de governo? Podemos elencar algumas, como: transporte público,
segurança, limpeza urbana, educação (escolas bem estruturadas) etc. E medidas adotadas, como: licença-
maternidade, assistência médica, seguro-desemprego, entre outros.
Existem também características gerais do Estado de bem-estar. Separamos quatro. São elas:
Estado neoliberal
O neoliberalismo trata de uma nova fase do sistema capitalista. De forma objetiva, suas características
principais são:
Medidas de natureza socialista
Estatização de empresas
Intervenção do Estado na esfera econômica
Legislação protetiva (que visa a proteger direitos dos cidadãos
mais vulneráveis)
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Ênfase na globalização
Defesa dos princípios capitalistas
Política de privatização de estatais
Redução de direitos e encargos sociais
Desregulamentação do sistema �nanceiro
Conversão de serviços públicos para o setor privado
Facilitação na economia para empresas multinacionais
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Todas essas ações políticas têm um custo que recai exatamente na sociedade: desemprego, desigualdade
social, salários defasados, instabilidade econômica, dependência do capitalestrangeiro, dentre outros.
Mediante as informações anteriores, levando em consideração características e consequências dos
sistemas, podemos considerar que as expressões da questão social surgem exatamente de tais
enquadramentos sociopolíticos. Com a industrialização dos países, temas como desemprego, pobreza,
precariedade no trabalho e exclusão social tornam-se cada vez mais presentes. Mas, para mergulhar nos
termos que compõem o conteúdo da questão social, precisamos enxergar suas origens, localizadas
marcadamente no século XX.
Os modelos de organização do Estado
Neste vídeo, são apresentados os modelos de organização do Estado (liberal, bem-estar social, neoliberal)
como base para compreensão da questão social.
A origem das expressões da questão social
no século XX
No século XIX, diante da pobreza e da miserabilidade, das distâncias acentuadas pela forma de produção do
capital e da instabilidade das condições de vida de operários, emergiu a questão social ― que, dito de outra
maneira, é a integração da classe trabalhadora na sociedade capitalista.
Intervenção mínima do governo no mercado de trabalho

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Encontramos uma riqueza teórica sobre a questão social no legado literário de Karl Marx. A questão social
na obra do filósofo alemão desenvolve-se como exploração diferenciada que se efetiva em um marco de
“contradições e antagonismos que a tornam, pela primeira vez na história registrada, suprimível sem a
supressão das condições nas quais se cria exponencialmente a riqueza social” (NETTO P., 2001, p. 46), pois
a produção da riqueza é coletiva, todavia, sua apropriação é privada.
O sistema capitalista é, portanto, uma importante chave para se compreender os temas que compõem a
questão social por causa da maneira como a sociedade passa a ser norteada, com suas divisões de classes
cada vez mais acentuadas e tendo como consequência desafios a serem superados.
Diante dessa base marxiana, verificaremos como ocorrem as expressões da questão social como
consequência desse vetor ideológico e político.
A partir de 1830 (CASTEL, 1995), a fim de categorizar uma nova face da pobreza, não há outra expressão
que se enquadre mais para dar conta da contradição do sistema capitalista se não a exploração do
trabalho. É nesse processo de produção do capital que se pode compreender a questão social. Nesse
período que se aclara a dimensão do pauperismo, que não se limitava mais tão somente a enfermos, idosos,
órfãos, viúvas. Ampliava-se para a esfera do trabalho.
Ao olhar para o século XIV, os grupos citados anteriormente (enfermos, viúvas, indigentes) não podem ser
entendidos (CASTEL, 1995) como um fenômeno, ou seja, não se podia entender que é possível denominar
de pauperismo fenômenos que ocorrem dentro da questão social. Como dito, apenas com o sistema
capitalista, diante das forças, dos níveis e das condições de produção, o pauperismo passa a ser assunto de
debate, o que ocorre no século XIX. Dessa forma é que se pode relacionar a política à questão social.
Com essas informações, podemos entender que apenas quando o sistema capitalista for superado é que
poderemos dizer que a questão social também será ― o que para muitos autores não passa de uma utopia,
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uma vez que o capitalismo se reinventa a cada crise.
Mesmo diante desse quadro em que muitos acreditam não passar de um aspecto distante da realidade
global, a obra marxista insiste que a consciência política do proletariado é que fortalecerá a luta para a
superação desse sistema. E por que se entende dessa maneira? Porque o que o importa ao sujeito na
sociedade é sua emancipação, que, consequentemente, possibilitará a ele compreender livremente seus
direitos. E a verdadeira emancipação, para Marx, não se limita apenas à crítica da sociedade civil, mas
também da burguesia, cujo tema central encontra-se na apropriação privada da riqueza social.
Considerando a classe trabalhadora na mutação do pauperismo em questão social,
observamos também o papel do Estado, sobretudo no século XX, que abre as
cortinas para o que foi denominado sociedade salarial.
Tanto a relação quanto a condição de assalariado estavam marcadas pela inferioridade social e pelo
vilipêndio. Os assalariados viviam inseguros e na pobreza. Estavam entre a repressão das políticas públicas
e o assistencialismo eclesiástico e/ou privado. E foi apenas no final do século XIX que diferentes reformas
sociais buscaram promover iniciativas capazes de estabilizar as condições de vida da classe trabalhadora.
Isso ocorreu por meio da concessão de direitos trabalhistas e sociais.
Por isso que o trabalho passa a ser a base das reformas, deixando de lado aquela imagem simplesmente de
prestação de serviços para tornar-se uma base a fim de se refletir sobre direitos, pertencimento social,
identidade etc. O trabalho é, sem dúvida, no enquadramento teórico que destacamos, uma nova forma para
se assegurar as proteções e direitos necessários para a classe trabalhadora diante dos riscos da existência
social. Mas há também (CASTEL, 1995) a chamada nova questão social. Ela é dividida em três expressões:

Desestabilização dos trabalhadores estáveis.

Constituição de população sobrante (desintegração do indivíduo).

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Instalação na precariedade (houve um retorno à precariedade ― semelhantes às do século XIX, superadas
pela sociedade salarial).
Com um novo cenário dentro do sistema capitalista, veremos na próxima seção como as expressões
pobreza e exclusão social compõem a questão social e são debatidas.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Conforme tratado, o pauperismo é um desdobramento das péssimas condições de vida dos
trabalhadores do século XIX. Além disso, é uma teoria criada por Karl Marx (1818-1843) baseada nas
seguintes categorias:
Parabéns! A alternativa B está correta.
De fato, a teoria sobre o pauperismo foi criada por Karl Marx. O termo concentra em si a precariedade
das condições de trabalho, a alienação do trabalhador frente ao que é produzido e a mais-valia, o
fetichismo da mercadoria e a exploração do seu trabalho.
A Desemprego, pobreza, desigualdade e sociedade.
B Trabalho, alienação, fetichismo, exploração.
C Alienação, globalização e desinformação.
D Trabalho, alienação, fetichismo e democratização.
E Trabalho, alienação, fetichismo e desigualdade social.
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Questão 2
O teórico que ficou conhecido como responsável pelos fundamentos do Estado liberal foi John Locke
(1632-1704). Para este autor cada cidadão vem ao mundo com direitos básicos. Sobre isso, podemos
afirmar que:
Parabéns! A alternativa A está correta.
O estado de natureza para Locke era caracterizado por ambiente de relativa paz e harmonia, no qual os
homens detinham plena liberdade e igualdade. Locke afirma ser a existência do indivíduo anterior ao
surgimento da sociedade e do Estado. Na sua concepção individualista, os homens viviam
originalmente num estágio pré-social e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e
igualdade, denominado estado de natureza. Nesse sentido, os direitos são naturais e não adquiridos,
conquistados, outorgados ou meritórios.
A São direitos naturais a vida, a liberdade e a propriedade privada.
B São direitos adquiridos a vida, a liberdade e a propriedade privada.
C São direitos conquistados a vida, a liberdade e a propriedadeprivada.
D São direitos outorgados a vida, a liberdade e a propriedade privada.
E São direitos meritórios a vida, a liberdade e a propriedade privada.
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2 - Pobreza e exclusão social
Ao �m deste módulo, você será capaz de identi�car as expressões da
questão social.
Questão social e expressões de
desigualdade
Inicialmente, que tal reforçarmos o conceito? Questão social pode ser compreendida como um
desdobramento da sociedade moderna (ou “burguesa”).
A questão social pode ser identi�cada nos seguintes termos:
desemprego; doenças; desigualdades; penúria; desamparo frente
ao sistema sociopolítico etc.
(NETTO P., 2001, p. 44)
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A questão social é produzida pelo desenvolvimento do capitalismo, e isso ocorre em diferentes estágios na
história. Durante essa história, a crise do sistema capitalista apresentou e ainda apresenta muitas facetas,
como o desemprego e o subdesemprego crônicos. Com isso, a pobreza e a exclusão social (CASTEL, 1995)
são definidas como ponto máximo da marginalização no qual o indivíduo vai se afastando (ou é afastado)
da sociedade por meio de contínuos processos.
Existem pelo menos três sentidos para a questão da pobreza. Veja:
Esfera econômica
A carência se dá em relação aos rendimentos e à riqueza.
Carência cogonal
Retrata as dificuldades cotidianas, tais como alimentação, vestuário, moradia, acesso a serviços de saúde.
Carência social
A exclusão social busca incapacitar o indivíduo a fim de que este não participe ativamente na sociedade e
tenha acesso à informação, educação, à dignidade e aos seus direitos garantidos legalmente.
É chamado de superacumulação um dos fatores responsáveis por esse cenário de pessoas ― em muitos
países é crescente seu número ― que não têm acesso aos serviços básicos que devem ser ofertados pelo
Estado. Nessa plataforma, o que remonta a tendência fundamental da superacumulação é o excedente de
capital, a ausência de oportunidades de investimento, as taxas de lucro decrescentes, a baixa demanda no
mercado, entre outros semelhantes. Por outro lado, a crise impõe novas racionalizações para manter-se. O
custo social dessa nova lógica é alto: colapsos econômicos, desvalorização de poupanças pessoais,
inflação, concentração de poder econômico, queda salarial, desemprego etc.
É por isso que outro aspecto discutido pela questão social é a desigualdade ― o que marcadamente aponta
para a questão da pobreza e da exclusão. O capitalismo enfrenta crises constantes fazendo com que se
incorpore cada vez mais força de trabalho (aumentando a massa para repor continuamente sua base social)
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construindo uma imagem de “mais emprego”. O que ocorre, de acordo com os teóricos do capitalismo
(LAUDARES, 2010) é o aumento no sistema de produção. Isso impossibilita, consequentemente, a
distribuição de riqueza que provém do trabalho. Nesse sentido:
A desigualdade no acesso aos bens e serviços deixou de ser algo
natural para se tornar cada vez mais um problema de natureza
política. As políticas sociais não se universalizaram.
(POCHMANN, 2014, p. 56)
No Brasil, muitos conceitos foram e ainda são utilizados para explicar a identidade nacional no que se refere
ao estoque cultural, suas relações com diferentes instituições, bem como atrasos econômicos e políticos. A
sociologia pública de Jessé Souza (2017) aborda criticamente um desses conceitos: o uso equivocado de
patrimonialismo para explicar parte da identidade nacional.
Patrimonialismo é um modelo de administração trazido de estados absolutistas
europeus, cuja maior característica é a não distinção entre o bem público e o bem
privado. Ou seja, não seria possível diferenciar o bem que pertencia ao Estado do
bem que pertencia ao detentor do poder.
Trata-se de um engano articulado pela elite econômica durante o século XX o uso desse conceito para
explicar os desafetos e desafios da nação (SOUZA, 2017). A elite brasileira (nessa percepção, entendida
como elite do atraso), ao centralizar o termo como o “x” da questão, busca fazer acreditar que o poder, a
corrupção e as elites opressoras concentram-se no Estado. Todavia, o autor defende que em uma sociedade
capitalista o poder encontra-se no mercado. O conceito de patrimonialismo seria utilizado por grandes
proprietários a fim de esconderem a realidade e a força do capital.
Dentro deste quadro de desigualdades causado pelo mercado, há também outras faces que se unem à
dinâmica do sistema econômico, tais como: o preconceito racial e de gênero.
Questão social e desigualdade salarial

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O contexto brasileiro
Neste vídeo, o professor apresenta a relação entre desigualdade salarial e questão social, no contexto
brasileiro.
Em 18 de setembro de 2020, a ONU criou o Dia Internacional da Igualdade Salarial a fim de que a discussão
acerca da desigualdade de salários entre gêneros pudesse promover equilíbrio em tal área. O tema da
igualdade salarial pode ser compreendido de forma bem simples: trata-se de assegurar o direito de
trabalhadores e trabalhadoras receberem igual valor de acordo com cada ofício.
Exemplo
Um engenheiro que ganha mais que uma engenheira dentro de uma mesma empresa, uma vez que ambos
realizam as mesmas tarefas.
Vejamos como isso tem ocorrido no Brasil:
Há registro (REGO apud TOKARNIA, 2020) que, historicamente, os homens possuem um salário maior do
que as mulheres em nosso país. Em 2011, o salário médio de homens com ensino superior era de R$ 3.058;
as mulheres, com o mesmo nível de formação, recebiam R$1.865,00 ― ou seja, uma diferença de 63,98%.
No ano seguinte (2012), foi registrada uma leve queda para 61,78%. Em 2018, para 44,7%. Já em 2019, a
diferença voltou a crescer para 47,24%: homens com rendimento que chegava a R$ 3.372, enquanto as
mulheres recebiam cerca de R$ 2.593.
Importante ressaltar que a participação da mulher como provedora da renda
familiar tem sido destacada desde a década de 1970.
Muitas pesquisas empíricas, em diferentes momentos da história, acerca da crescente presença da mulher
no mercado de trabalho, observaram outras características que ajudaram nesse processo, como a queda da
fecundidade, maior número de mulheres como chefes de família, situação conjugal, idade.
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O fator comum nas pesquisas foi o aumento da escolaridade. Todavia, independentemente do nível de
instrução da mulher, a média salarial ainda é inferior à dos homens.
Há ainda uma outra questão: a maternidade enquanto fator da desigualdade salarial. Mulheres que são
mães recebem, em média, menos que mulheres que não são mães. Ainda existe maior disparidade quando
o número de filhos aumenta. Entre outras coisas, também há, em muitos casos, mulheres que se tornam
mães, com prejuízo em suas carreiras e dificuldade em serem promovidas, além da ausência de um
programa que apoie o retorno dessas mulheres ao mercado de trabalho após a gestação.
Mas não é somente entre gêneros que podemos destacar a questão da desigualdade. A etnia também faz
parte dessa discussão. Em relação à desigualdade entre pardos/pretos e brancos, o rendimento mensal
(IBGE, 2018) de pessoas brancas era, em 2018, de R$ 2.796; e de R$ 1.608 da população preta ou parda ―
uma diferença de 73,9%.
Sobre o mercado de trabalho, 64,2% da população brasileira desocupada representavam pretos ou pardos,
sendo que no ano de 2018 chegou a 66,1% da população subutilizada. Quando se fala de ocupaçõesinformais, assim fica a diferença: 34,6% dos trabalhadores brancos e 47,3% entre pretos ou pardos.
No tema distribuição de renda, pretos ou pardos representavam 75,2% de um grupo formado pelos 10% da
população com os rendimentos mais inferiores do Brasil. Entre os 10% mais ricos no país, 27,7% não são
brancos.
Importante que se saiba que a maior parte dos trabalhos acadêmicos sobre relações raciais agrupam, em
uma só categoria, pretos e pardos. O que isso pode gerar? Nos indicadores socioeconômicos, que são
variados, as percepções dos padrões identitários não possuem a mesma convergência (entre ambos os
grupos). Mesmo assim, os resultados observados anteriormente (DAFLON et al., 2017) apontam que etnia e
a dimensão socioeconômica não podem ser dissociadas nas pesquisas no Brasil.
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Exemplo
Pardos de baixo nível socioeconômico estão próximos a pretos e, por outro lado, pardos de classe média
(alta) reportam pouca discriminação aproximando-se dos brancos. Isso não autoriza dizer que pardos e
pretos de classe média (alta) não sofram preconceito.
A sociedade brasileira revela, portanto, suas correntes dominantes e suas contradições quando busca
explicar as raízes dos problemas econômicos e políticos. O desafio que se coloca não é apenas captar a
ponta do iceberg, como a corrupção na política, por exemplo; mas interpretar criticamente os discursos que
determinados grupos utilizam para explicarem as mazelas sociais.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O desenvolvimento do capitalismo trouxe à tona a questão social. O sistema capitalista enfrentou
várias crises que teve como consequências o desemprego e subdesemprego. O cenário advindo
dessas realidades só poderia ser a pobreza e a exclusão social. Marque a alternativa que corresponde a
um dos fatores responsáveis por esse quadro no capitalismo:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A Superfaturamento
B Superendividamento
C Superacumulação
D Superinflação
E Superorçamento
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A superacumulação é um dos fatores responsáveis pelo cenário crítico do capitalismo que leva à
pobreza e à exclusão social. Como o próprio termo define, a superacumulação ignora o acesso das
pessoas aos serviços básicos que devem ser ofertados pelo Estado.
Questão 2
A desigualdade social é uma das expressões da questão social mais impactante. Enquanto há um
número de pessoas com capital elevado, outros tantos passam por privações básicas envolvendo
saúde e educação. Tal realidade pode ser analisada a partir do preconceito racial e de gênero. Sobre
isso, podemos dizer que:
I. O preconceito racial se materializa quando uma etnia é privilegiada em detrimento da outra no
acesso ao mercado de trabalho. Já o preconceito de gênero diz respeito à diferença de salários entre
homens e mulheres.
II. O preconceito racial se materializa somente em ofensas verbais, quando branco ou preto se agridem
mutuamente pela sua etnia. O preconceito de gênero ocorre do mesmo modo, quando um homem
agride física e verbalmente o sexo oposto.
III. O preconceito racial e de gênero são realidades forjadas ideologicamente por grupos cujos
interesses pelo poder sobrepõem os interesses da maioria.
Marque a opção com verdadeiro ou falso:
Parabéns! A alternativa E está correta.
A Somente II é falsa.
B Somente II é verdadeira.
C Somente III é falsa.
D Somente III é verdadeira.
E Somente I é verdadeira.
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No caso das desigualdades sociais geradas pelo capitalismo, o preconceito racial e de gênero não está
restrito a ofensas e muito menos é forjado por grupos específicos. Esses tipos de preconceitos são
confirmados pelos dados estatísticos, quando se observa que os homens continuam recebendo
maiores salários que mulheres e os brancos ganham mais do que pretos. Não existe nenhuma
justificativa para esse cenário que não esteja vinculada ao racismo e preconceito.
3 - A questão social e a classe trabalhadora
Ao �m deste módulo, você será capaz de reconhecer a classe
trabalhadora como sujeito histórico.
Globalização e urbanização
Globalização e urbanização na complexi�cação da
questão social
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As crises forçam o sistema capitalista a se readaptar e a se reinventar. E por que o referido sistema age
dessa maneira? A fim de garantir sua hegemonia, sua força e seu domínio. As desigualdades na sociedade
contemporânea (IAMAMOTO, 2000) são distribuídas territorialmente. Portanto, há que se dar conta de um
importante elemento quanto à complexificação da questão social: o espaço.
Com a globalização, o sistema capitalista não apenas precisa se renovar, mas durante esse processo
também busca expandir-se, tendo como foco a economia em diferentes países, bem como os periféricos.
Isso pode ser reconhecido como uma nova colonização do espaço, do território. O objetivo é reorganizar o
território a partir da lógica do mercado e, posteriormente, devolvê-lo em condição de mercadoria. É para isso
que o sistema capitalista filtra as informações e as reprocessa no setor econômico, produzindo, segundo
sentenças mais críticas de alguns autores, as distâncias entre classes.
Ao abordarmos a questão do território, notamos que a produção
social do espaço tem o poder de realizar uma inversão de sentido na
realidade urbana.
O que isso quer dizer? As relações de produção (LEFEBVRE, 2016) são modificadas pela realidade urbana
que se afirmam como dominante. Diante disso é importante destacar que processo de urbanização não é a
mesma coisa do urbano.
A urbanização
A urbanização da sociedade é um fenômeno resultado da industrialização, que complexificou o processo de
produção, fazendo com que a sociedade como um todo fosse atingida juntamente com suas relações
sociais.
O urbano
O urbano é considerado aquilo que ainda não está concluído, aquilo que é possível. Portanto, para que o
urbano se torne realidade, é preciso vencer os obstáculos causados pelo domínio do capital, cujo foco é
produzir constantemente a mercantilização das relações e nos espaços.
A sociedade, portanto, reflete a questão da produção material até mesmo em suas relações cotidianas
efetuando-se por meio das extensões escolares e universitárias, no lazer, na cultura, no esporte, ou seja, por
meio dos espaços. Em tempos de globalização, os espaços testemunham as relações sociais reproduzindo
o método da produção, em uma lógica urbanizada e fragmentada, cheia de hierarquização. Determinados
espaços são constrangidos por outros, uma vez que enquanto uns possuem acesso a determinados
serviços, outros ainda são desprovidos de serviços básicos que deveriam ser garantidos por lei.
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Contraste entre os espaços da favela de Paraisópolis e dos prédios de luxo no bairro vizinho do Morumbi, em São Paulo.
Certamente você deve ter pensado que a propriedade privada tem alguma relação com essa história. Sim,
acertou. A propriedade privada, cada vez mais crescente no cenário de acumulação capitalista, busca
concentrar-se exatamente no espaço social e hierarquizá-lo enquanto resultado do processo da
complexificação da questão social. Perceba que os espaços periféricos são aqueles mais empobrecidos e
integrados à lógica de produção, ou seja, apropriação desigual do espaço.
Exemplo
Existem condomíniosde luxo em que os terrenos são vendidos por valores exorbitantes e a construção das
casas devem seguir um padrão/modelo a fim de que não destoe daquela realidade. Ou seja, esses espaços
são construídos para determinada classe. Não são todas as pessoas que conseguiriam comprar um terreno
e depois construir de acordo com o preestabelecido.
Se por um lado existe o avanço do sistema capitalista com seu modelo de produção que se aproveita da
globalização para atingir seus meios imperialistas de desenvolvimento, por outro, a hierarquização dos
espaços urbanos que, sem dúvida, obedecem, sob o comando do mercado, os domínios de produção
desigual do espaço. O que isso quer dizer? Que a produção é socializada no espaço.
Anteriormente, o imobiliário era considerado capital secundário. Hoje, tornou-se central no sistema
capitalista, pois a ocupação do espaço, segundo sua ótica, é fundamental para a produção; mas há, como
consequência de todo esse esforço de ocupação territorial, a segregação.
Tanto a segregação socioespacial quanto a fragmentação estão presentes nos
centros urbanos que crescem constantemente.
Há outro dado que ajuda a complexificar esse cenário, a divisão territorial do trabalho. Ou seja, a
instrumentalização do espaço cuja finalidade é incorporar as exigências do capital. Não é exagero pensar
numa cidade que se tornou mercadoria, onde as pessoas, em grande parte, são coisificadas e etiquetadas,
cada uma com o seu valor referente. E as relações tornam-se meios de trocas e tudo parece carregar um
preço, uma cidade onde aparentemente tudo é possível comprar e/ou vender.
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A subjetivação da classe trabalhadora
A questão social na subjetivação da classe
trabalhadora
Temos visto até aqui como o sistema capitalista busca ocupar os espaços a fim de que sua hegemonia
perdure apesar de quaisquer coisas que possam ser consideradas sagradas para uns e outros. A vida, por
exemplo, é um bem maior.
Daí existe o paradoxo: “De que maneira as pessoas seriam empregadas se não fossem os donos de
empresas, das fábricas, das grandes potências industriais etc.?”; “Como criticar esse sistema que
aparentemente gera empregos e consegue expandir a tecnologia, como temos visto acontecer de forma
exponencial?”.
Na linha marxista, o objetivo de estudo que deve ser tratado são as classes sociais, como já temos
discutido em seções anteriores. Essa percepção entendia a separação das classes entre proletariado e
burgueses. De forma que:
Burgueses
Detinham poder e espaço de trabalho.
Proletariado

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Detinham apenas a força de trabalho.
Muitas eram as ferramentas utilizadas para que os trabalhadores permanecessem inertes, insensíveis, sem
o desejo de lutarem por melhoria nas condições de trabalho e de salário.
A religião, por exemplo, era um elemento importante de controle social. Era utilizada como uma forma de
fazer com que trabalhadores entendessem aquele tipo de vida, injusta e maltratada, como a vontade de
Deus. Por outro lado, a religião era o suspiro da criatura oprimida, ou seja, o momento em que o sujeito tinha
para abrir-se em devoção e buscar certo alívio, ainda que temporário. A religião também era vista como ópio
do povo. Tradicionalmente se acredita que essa expressão era para explicar metaforicamente o que o ópio
faz no ser humano: o dessensibiliza. A religião, de igual modo.
Religião: ópio do povo?
Neste vídeo, apresentamos as perspectivas e limitações na compreensão marxista acerca da religião e sua
importância na sociedade contemporânea.
A classe trabalhadora surge como sujeito histórico na periferia do sistema capitalista. Embora as
ferramentas de alienação fossem potentes (e ainda encontram-se presentes), acreditava-se (MARX;
ENGELS, 1955) no potencial desse sujeito histórico, entendendo que a resistência por parte desse, assim
como sua organização e luta contra quaisquer tipos de dominação e exploração, tornaram-se elementos
marcadamente históricos que ajudaram, ao longo tempo, a registrar as reformulações nos ambientes de
trabalho (melhorias nas condições de trabalho e salarial) e também as peculiaridades desse movimento em
cada momento.
Alguém poderia perguntar se Marx ou Engels foram os responsáveis por esse movimento. Estes autores não
são os responsáveis por inventar a classe. Diziam que homens e mulheres, dessa classe trabalhadora, se
encontrariam para identificar a submissão diante de uma condição social que os distanciava, com seus
meios de produção, substancialmente da burguesia. Foi desse encontro que pesquisas sobre classes se
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tornaram uma espécie de compromisso que ultrapassaria os tempos. Em outras palavras, a observação das
lutas e da organização da classe trabalhadora.
Relembrando
Marx não foi um pesquisador sobre o comunismo, mas sim, sobre o capitalismo. É a partir desse sistema
que suas teses são levantadas e discutidas.
Marx e Engels são autores que deixaram arcabouço teórico para que pudéssemos compreender a
concepção dessa classe trabalhadora e seu movimento no decorrer da história. É possível refletir, a partir
desse arsenal teórico, sobre os diferentes lugares onde são exercidas as desigualdades de poder, a
exploração, a dominação, a opressão... E é nesse conflito entre as classes que nasce a identificação e a
organização dos grupos por seus interesses. E uma das expressões mais importantes chama-se
consciência de classe, pois sem consciência não pode haver luta de classe.
Em O Manifesto Comunista, Marx e Engels afirmam que toda a história existente trata da história da luta de
classes:
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de guilda e
artesão, em uma palavra, opressor e oprimido, estiveram em constante
oposição entre si, levaram adiante um conflito ininterrupto, agora oculto, um
conflito que em cada época terminou ou em uma reconstituição revolucionária
da sociedade em geral, ou na ruína comum das classes em luta.
(MARX; ENGELS, 1955, p. 34)
E o que vem a ser a consciência de classe? Conforme já sinalizamos, trata-se de uma organização da classe
sendo resultado da compreensão acerca da participação no processo de produção, bem como da definição
sobre os objetivos comuns dessa classe. Esse é o motor da história, para Marx e Engels: a luta de classes,
em que o proletariado é sujeito e agente das transformações em direção a uma nova sociedade, cuja
identidade principal é a justiça e a igualdade.
Curiosidade
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Você encontrará no meio acadêmico duas afirmações curiosas: de um lado dizendo que, embora alguns
países durante o século XX tenham implantado governos inspirados nas teorias de Marx, não se pode
afirmar que houve um governo, seja comunista ou socialista, que seguisse à risca o conteúdo marxista. E,
de outro, dizendo que a afirmação anterior ― em que o marxismo teórico é separado do marxismo real ― é
mera artimanha para não reconhecer o fracasso dessa proposta socioeconômica. Cabe a você posicionar-
se!
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Estudamos o quanto o processo de globalização está ligado à compreensão de questão social, que nos
é necessária contemporaneamente. Neste sentido, uma consequência da sociedade globalizada é a
hierarquização dos espaços e territórios.
Qual das alternativas a seguir melhor caracteriza esses espaços?
Parabéns! A alternativa A está correta.A Os espaços reproduzem as relações sociais e os métodos de produção.
B Os espaços são reduzidos a pequenos guetos, por questão de afinidade apenas.
C Os espaços vip servem para atender à demanda de quem necessita de mais saúde.
D Os espaços podem ser divididos entre classes, porém, não há privilégios.
E Os espaços são apenas uma dimensão geográfica fragmentada e organizada.
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Como visto nos estudos do módulo e representado pela tira, os espaços são hierarquizados porque
testemunham as relações sociais e reproduzem o método de produção. Assim, os espaços divididos na
sociedade são constrangidos por outros, segregando os que fazem parte dele.
Questão 2
Como discutido nos módulos sobre a subjetivação na classe trabalhadora, Karl Marx entendia que a
sociedade é dividida em classes entre proletariado e burgueses. Os burgueses são os donos dos meios
de produção e detêm o poder de empregar. Os proletariados têm apenas a sua força de trabalho. Para
que não tomassem consciência de condição, a burguesia se apropriava de ferramentas para produzir
um estado de alienação. Assinale a alternativa que representa uma dessas ferramentas de controle e
alienação:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A religião era, para Marx, o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma
de situações sem alma. Para Marx, a religião ao invés de desiludir o trabalhador quanto os mecanismos
de controle, iludia-o com a promessa de um mundo melhor fora deste. Daí a expressão de que a religião
seria o ópio do povo.
A O capital
B O consumo final
C A religião
D Os bens de produção
E A mais valia
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4 - Questão social e política social
Ao �m deste módulo, você será capaz de relacionar expressões da
questão social com a sociedade brasileira.
Panorama da política social
A política social no Brasil contemporâneo
Foi a partir de 1930 que o Brasil iniciou seu processo de desenvolvimento econômico. É o que podemos
chamar de modernização social acompanhada de certa participação política ― ainda que com períodos de
autoritarismo(s). Contudo, esse processo quanto à participação na esfera política e na evolução das
políticas sociais, não ocorrera de maneira igualitária. Apenas com a Constituição Federal de 1988, o Estado
passa a ter o dever de oferecer a todos, de forma igualitária, serviços básicos e de qualidade, tais como:
saúde, educação, previdência, segurança, entre outros.
Pesquisas comprovam que o Estado, diante da política social (que tem a igualdade como um dos principais
objetivos), tem enfrentado dificuldades em atender às demandas de atendimento básico. Por essas e outras
questões, surgem diferentes reivindicações na sociedade, como as manifestações.
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É importante que sublinhemos: todo o movimento é legítimo quando
respaldado constitucionalmente.
E por que ainda devemos relembrar isso? Porque existe uma crítica bem expressiva de alguns setores,
sobretudo empresariais, sobre as expressões e os movimentos que busquem melhores condições de
trabalho e afins. Isso força que tais setores não burlem regras, estatutos, leis, bem como impede que o
trabalhador exerça sua atividade sem segurança ou de forma indigna.
Manifestação contra políticas relacionadas à economia, terra e agricultura em frente ao Ministério da Agricultura, 2020.
No Brasil, temas como reforma agrária, tribos indígenas, migrações internas, ocupação de habitações,
movimentos sociais (na legalidade ou não), expropriação ou saque, ressaltam aspectos da questão social
nacional. Mediante tais aspectos, notamos uma polarização quanto às lutas sociais no trato ao emprego,
condições de trabalho e salário, saúde, educação, participação e direitos políticos.
Polarização da reivindicações sociais
Neste vídeo, o professor apresenta o contexto em que as reivindicações sociais no Brasil, na busca da
igualdade social, podem assumir condição de (i)legitimidade e/ou (i)legalidade.

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Mesmo diante da polarização, a questão social no Brasil reflete as profundas diferenças nas esferas
econômicas, políticas e culturais, trazendo à discussão grupos étnicos e sociais, bem como formações
regionais. Em questões práticas, podemos inserir a discussão sobre como ocorre a cobertura dos
programas sociais, de que maneira os desempregados são (e se são) amparados economicamente, como
os benefícios da política social são estratificados etc. Dito de outra maneira, o que nos parece é que os
serviços do Estado para os pobres continuam carecendo de reflexões acerca de sua qualidade, uma vez
que, em determinados lugares, quem não puder pagar por serviço de qualidade não terá um tratamento
digno.
De que maneira o trabalhador demonstra sua resistência diante de um sistema como esse? Ele pode optar
pela organização em sindicatos ou cooperativas de produção.
A mobilização de grupos que buscam produção independente, como o Movimento dos Sem Terra (MST),
com a agricultura familiar, e, ainda assim, buscando apoios no setor político, é um forte exemplo. E por quê?
Porque tal mobilização dos camponeses faz surgir uma nova cultura, novas táticas de trabalho no campo,
ampla conscientização da questão social.
Perceba, portanto, que a questão social traz uma identidade muito peculiar em cada lugar/ região/ país,
abrangendo aspectos raciais, econômicos e políticos, demonstrando, com isso, sua dinâmica para a
compreensão das desigualdades e antagonismos socioculturais.
Cada país adota uma metodologia para atender as demandas de sua sociedade provendo serviços e
políticas sociais. Existe uma relação entre três esferas que configuram arranjos para promoção do bem-
estar social. São elas:

Esfera do Estado

Esfera do mercado
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
Esfera da da sociedade civil
A inter-relação dessas instituições é capaz de promover o bem-estar social, uma vez que o funcionamento
dos serviços sociais e, consequentemente, atendimento das demandas, recai sobre os elementos dessas
instituições. Não podemos nos esquecer que a maneira como essas instituições se estruturam traz certos
impactos mútuos.
Exemplo
Quando abordamos a estrutura familiar. Quantos filhos a família possui? Quantos idosos habitam na mesma
casa? Tudo isso influencia a maneira como serão direcionadas as políticas sociais do Estado para aquela
determinada família.
Ligada a essa questão, está também a forma como o mercado influencia e é influenciado enquanto oferece
seus serviços. Está tudo interligado. É por isso que existe uma grande preocupação de pesquisadores
acerca dos desafios das políticas sociais no Brasil, que, mesmo diante de certas conquistas que buscam
contemplar grupos considerados minoritários, o processo de superação marcado pela desigualdade deve
ser pensado dentro dessa rede, ou seja, não de forma separada, distante, mas sim, interconectada,
expressando a igualdade em todos os aspectos.
Desa�os da política social
No Brasil, existem medidas políticas que buscam minimizar a exclusão social, econômica e cultural,
conforme já discorremos em seções anteriores. São as ações afirmativas, que visam a, sobretudo, atacar o
problema da discriminação a indivíduos que pertencem a grupos que sofrem algum tipo de preconceito,
desigualdade e afins. As ações afirmativas contemplam grupos que no processo histórico possuem a
marca de discriminação, como questões religiosas, étnicas, de gênero.
O principal objetivo das açõesafirmativas é combater a desigualdade e garantir ao
indivíduo, seja ele de qual grupo for, o acesso a quaisquer posições na sociedade.
Com isso, podemos afirmar que essas ações visam a transformar o perfil demográfico na sociedade,
estimulando a participação política dos que fazem parte de grupos considerados minoria, como:
comunidade LGBTQIA+, indígenas, mulheres, negros... Será que todos esses grupos teriam condições de
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acessar determinados direitos básicos (saúde, educação, cultura) se não fossem auxílios característicos
das ações afirmativas?
O que podemos considerar como ações afirmativas?
Como já destacado nessa disciplina, as ações acabam por fazer parte da identidade de um país/ região,
tendo a possibilidade, inclusive, de ser uma iniciativa governamental ou por meio da esfera privada, além da
própria sociedade civil.
Qual seria a diferença entre ação afirmativa e ação política?
Ação a�rmativa
Age de modo preventivo à discriminação, buscando minimizar seus efeitos.
Ação política
Medidas que contemplam a igualdade e direitos de cidadania e valorização (simbólica ou
não) de etnias e culturas variadas.
A atenção, o estímulo e a crescente contratação de profissionais que fazem parte de grupos
historicamente discriminados na sociedade.
Cotas e outros estímulos (bolsas de estudo; empréstimos para financiamento de cursos,
graduações e outros; redistribuição de terras e moradias; proteção do Estado aos que são
ameaçados) aos que se sentem vítimas de algum tipo de discriminação.

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Age a partir da repressão àqueles que cometem discriminação, além de conscientizar a sociedade dos
efeitos negativos desta.
As cotas são ações afirmativas que ainda hoje geram bastante polêmica. Algumas universidades públicas
iniciaram o sistema de cotas no Brasil com o objetivo de diminuir ― ou até mesmo corrigir ― as injustiças
que historicamente foram causadas pela escravidão. A primeira universidade a adotar esse sistema foi a
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), direcionando 50% das vagas para aqueles alunos que
vinham especificamente de escolas públicas.
Mas, como já dito, a maior polêmica desse sistema se dá na esfera da etnia. No Brasil, a etnia é
autodeclarável. E o que isso quer dizer? Que cada pessoa tem a condição de declarar qual é a sua etnia. A
crítica passa por esse ponto: de acordo com um critério subjetivo, como controlar esse benefício? Outro
embaraço causado por aqueles que não concordam com o sistema de cotas é que, segundo suas
argumentações, isso reiteraria as distinções e aumentaria a discriminação, a segregação. E o terceiro ponto
é que o sistema de cotas não passa pela meritocracia, uma vez que não dá importância ao sucesso do
indivíduo, ou seja, ao seu próprio mérito de ter chegado lá.
Protesto de estudantes da periferia de São Paulo na região da avenida Paulista, 2012.
A política de cotas não pode ser considerada como uma ação pública isolada. Elas foram criadas junto com
outras medidas, como a Lei de Ensino de História da África e populações afro-brasileiras e indígenas. O
objetivo dessa ação afirmativa é construir uma sociedade cujos serviços sejam acessíveis a todos os
grupos, que tenham mais respeito às diferenças, que haja uma reparação histórica.
Em julho de 2021, na cidade de São Paulo, por exemplo, a estátua do bandeirante Borba Gato, símbolo da
escravidão, foi queimada por manifestantes. Esse ato trouxe à tona discussões acerca dos marcos e
símbolos de um passado colonial que continuam presentes em diferentes lugares do país. A destruição de
estátuas é a melhor maneira de considerar um caminho para essa reparação histórica? Quais outras
maneiras possíveis de se pensar uma sociedade mais justa e igualitária? São questões que continuam em
debate. E que, esperamos, esse estudo tenha oferecido suporte teórico para tal.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
A adoção de ações afirmativas tem se intensificado no Brasil nos últimos anos. Podemos considerar
como ações afirmativas medidas que possuem objetivos específicos de afirmação de grupos que
passaram por discriminação e/ou enfrentaram barreiras históricas no processo de inclusão social.
Nesse sentido, podemos afirmar que são exemplos de políticas de ações afirmativas:
I. A expansão das universidades públicas e gratuitas.
II. O sistema de cotas para estudantes indígenas e afrodescendentes nas universidades.
III. A concessão de bolsas de estudos a estudantes de escola pública em universidades privadas por
meio do Programa Universidade para Todos (PROUNI).
Podemos considerar como corretas as afirmativas:
Parabéns! A alternativa D está correta.
As ações afirmativas são medidas e políticas públicas com o objetivo de afirmar grupos discriminados
historicamente e, com isso, ampliar o acesso a direitos. A expansão de universidades não é uma
medida direcionada a um grupo, mas sim à população de maneira geral.
Questão 2
A Somente I
B Somente III
C I e II
D II e III
E I e III
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As políticas sociais são uma resposta às consequências do capitalismo e cada país adota uma
metodologia para atender essas demandas. Sobre a política social no capitalismo, assinale a
alternativa correta.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Como analisamos em parte dos estudos, o capitalismo gera pobreza e desigualdade social. Além disso,
salta aos olhos o preconceito de gênero, de etnia e de outros tipos. Nesse sentido, as políticas sociais
fundam-se na redistribuição de riquezas e nas ações afirmativas de grupos vítimas de racismo e
preconceito.
Considerações �nais
As expressões da questão social ajudam a compreender, como vimos, os enquadramentos da história sob o
controle do sistema capitalista. Em outras palavras, o que de negativo produziu o acúmulo do capital
A Funda-se em uma redistribuição da riqueza e ações afirmativas.
B
Configura-se, no contexto da estagnação, como um terreno importante da luta de
classes.
C Cria condições de um Estado máximo para os trabalhadores.
D Na perspectiva marxista, a política social é o caminho para o comunismo.
E
Realizam-se por ações que atendem aos interesses exclusivos da classe dominante no
capitalismo.
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gerando desigualdades e com isso, ausência de dignidade humana. A discussão de temas como pobreza,
exclusão, violências físicas e simbólicas, a partir de movimentos de conscientização e por lutas a fim de que
se cumpra devidamente as garantias constitucionais, é essencial para um caminho de equidade e justiça
social.
Em relação ao Brasil, notamos que já existem mecanismos que buscam demarcar esses limites, apontando
novos rumos de justiça e reparação histórica. Embora as manifestações da questão social tenham nascido
fora deste século, elas perduram com outras e novas formas de exclusão. E, para que isso seja minimizado,
estar consciente de que esses desafios existem é o primeiro passo.
Podcast
Neste podcast, o professor aborda a questão social e sociedade capitalista.
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O artigo Acumulação de capital, crise e mercado de trabalho no Brasil contemporâneo, de Gustavo Mello
e Maurício Sabadini traz importantes reflexões sobre o conteúdo por nós estudado.
O artigoMulta para diferença salarial entre gêneros: caminho certo para distorções e demissões, de
Helio Beltrão, apresenta outros argumentos acerca da igualdade salarial.
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Gabriel Sestrem, no Jornal Gazeta do Povo, de 04/10/2021, atualiza questões apresentadas em nosso
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Os vídeos a seguir, disponibilizados no YouTube, apresentam visões contrastantes acerca das Ações
Afirmativas. Vale conferir!
DoisP - Cotas Raciais - Silvio Almeida, no Canal DoisP ― Candeia.
Economista americano Walter Williams defende a política de livre mercado, no canal World News Brasil.
Referências
CASTEL, R. As metamorfoses da questão social. Petrópolis: Vozes, 1995.
DAFLON, V.T.; CARVALHAES, F.; FERES JR., J. Sentindo na pele: percepções de discriminação cotidiana de
pretos e pardos no Brasil. DADOS ― Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 60, n. 2, 2017, p. 293-330.
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional! 3. ed. São
Paulo: Cortez, 2000.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Editorial. Brasília: IBGE, 2018. Consultado na internet
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