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MÓDULO 1 MÓDULO I ESTADO DO MARANHÃO Secretaria de Estado da Saúde Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão São Luís 2023 ATUALIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA E CONTROLE DA TUBERCULOSE MÓDULO I Políticas Públicas para as ações de controle da tuberculose GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO Carlos Orleans Brandão Junior Secretário de Estado da Saúde Tiago José Mendes Fernandes Secretária Adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde Deborah Fernanda Campos da Silva Barbosa Secretária Adjunta de Assistência à Saúde Kátia Cristina de Castro Veiga Trovão Superintendente de Atenção Primária à Saúde William Vieira Ferreira Superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças Tayara Costa Pereira ORGANIZAÇÃO Hospital Presidente Vargas Rillma Marques Melo Nunes - Diretora Geral Thiago Mendes Leite – Diretor Administrativo Fernando Moreira Silva Neto – Diretor Clínico Projeto TBDR - Tuberculose Drogarresistente (Equipe técnica) Amanda Lima da Costa Coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Hospital Presidente Vargas. Nathalya de Sousa Campos Araujo Enfermeira do Núcleo de Gestão da Qualidade do Hospital Presidente Vargas/EMSERH. Enfermeira da SEMUS/São Luís, lotada na Superintendência de Vigilância Epidemiológi- ca e Sanitária de Saúde. Especialista em Vigilância em Saúde. Leyna Melo Lima Enfermeira, Especialista em Saúde da Família; Especialista em Processos Educacionais em Saúde; Metodologia ativa. Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão – ESP/MA Ana Lúcia Nunes - Diretoria Administrativa Ananda Beatriz Rodrigues Marques - Diretoria Científica Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves - Coordenadora de Educação e Saúde Elisa Santos Magalhães Rodrigues - Coordenadora de Tecnologias Educacionais. ELABORAÇÃO Nathalya de Sousa Campos Araujo Enfermeira do Núcleo de Gestão da Qualidade do Hospital Presidente Vargas/EMSERH. Rosany Leandra Carvalho dos Santos Enfermeira Coordenadora Estadual de Tuberculose. Especialista em Vigilância e Saúde. 2023. Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão. Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão. Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Não Comercial – Compartilha Igual 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. COLABORAÇÃO Hellen José Daiane Alves Reis - Bióloga - Assessora Técnica da ESP/MA. Berenice Viana Batista - Enfermeira - Assessora Técnica da ESP/MA. Ana Paula Matos Ferreira Vieira - Enfermeira - Assessora Técnico ESP/MA. Thais Silva dos Reis - Enfermeira - Assessora Técnico ESP/MA. REVISÃO TÉCNICA Amanda Lima da Costa Nathalya de Sousa Campos Araujo Leyna Melo Lima EDITORIAL Normalização Josélia Pereira Rodrigues - Bibliotecária - ESP/MA Revisão textual Maria de Lourdes Carvalho Barbosa - Assessora Técnica - ESP/MA Diagramação Daniele Ramaianne Rocha da Silva - Designer Gráfica - ESP/MA FINANCIAMENTO Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose - REDE-TB Ficha Catalográfica elaborada por: Josélia Pereira Rodrigues – CRB/13 – 918. Bibliotecária da Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão Maranhão, Secretaria de Estado da Saúde. Atualização na assistência e controle da tuberculose [Cartilha] / Secre- taria de Estado da Saúde do Maranhão; Hospital Getúlio Vargas (org.). – São Luís, 2023. 22 f.:il. Módulo I: Políticas Públicas para as ações de controle da tuberculose. 1. Políticas Públicas. 2. Assistência. 3. Tuberculose. I. Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão. II Nathalya de Sousa Campos Araujo. III. Rosany Leandra Carvalho dos Santos. IV. Título. CDU 614:351.77 APS - Atenção Primária à Saúde CGDR - Coordenação Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas CIB - Comissão Intergestora Bipartite GAL - Gerenciamento do Ambiente Laboratorial MNT - Micobacteriose Não Tuberculosas MS - Ministério da Saúde PECT - Programas Estaduais de Controle da Tuberculose PMCT - Programas Municipais de Controle da Tuberculose PNC - Programa Nacional de Controle da Tuberculose RAS - Rede de Atenção à Saúde SES - Secretaria Estadual de Saúde SITE-TB - Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose SUS - Sistema Único de Saúde SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde TDO - Tratamento Diretamente Observado UBS - Unidade Básica de Saúde UPA - Unidade de Pronto Atendimento LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APRESENTAÇÃO 7 1 Bases organizacionais e políticas para as ações de controle da Tuberculose 8 1.1 PAPEL DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO NO PROGRAMA DE CONTROLE DA TUBERCULOSE 8 1.2 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE 9 1.3 REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 10 1.3.1 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 10 1.3.2 REFERÊNCIA SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA PARA TUBERCULOSE 12 1.3.3 ATENÇÃO HOSPITALAR NA TUBERCULOSE 17 1.4 REDE LABORATORIAL 18 1.5 INTERSETORIALIDADE NO CONTROLE DA TUBERCULOSE 20 1.6 PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA 20 2 Considerações finais 21 REFERÊNCIAS 22 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo (a) ao módulo I do Curso de Atualização na Assistência e Controle da Tuberculose! Durante o estudo desta unidade, você terá contato com o flu- xo organizacional das ações de controle da Tuberculose no Bra- sil, e será possível reconhecê-lo como aporte para a execução das políticas de saúde no controle da tuberculose em seu nível de atuação. Ao concluir este módulo, esperamos que você seja capaz de reconhecer as políticas de saúde como norteadoras para as ações de controle da tuberculose, bem como identificar o fluxo organizacional das redes de atenção à saúde visando a integra- lidade do cuidado ao paciente com tuberculose. Esperamos que seja uma jornada de muito aprendizado! 7 1.1 PAPEL DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO NO PRO- GRAMA DE CONTROLE DA TUBERCULOSE As ações de saúde referentes ao controle da Tuberculose são implementadas no Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com as competências dos entes federados (União, Distrito Federal, Es- tados e Municípios) na organização da rede de atenção à saúde, respeitando a autonomia entre os poderes e o processo de hierar- quização e regionalização, tornando necessário delinear pactua- ções e cooperações entre os diversos atores (BRASIL, 2019). 1 Bases organizacionais e políticas para as ações de controle da Tuberculose Figura 1 - Principais competências da União, estados e municípios no controle da Tuberculose. 8 Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose Para conhecer detalhadamente as demais competências de cada uma das instâncias citadas, acesse clicando em: Manual de Recomendações para o controle da Tuberculose no Brasil. 1.2 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), está inserido na rede de Serviços de Saúde, encontra-se na Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), no Ministério da Saúde (MS), sob a denominação de Coordenação Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas – CGDR/SVS/MS (BRASIL, 2019). O programa garante aos usuários do SUS o diag- nóstico, tratamento e distribuição de medicamentos. Portanto, o programa visa em sua centralidade a redução da morbimortalida- de por tuberculose no Brasil. Sua atuação acontece em conformidade com os princípios e di- retrizes do SUS, priorizando a descentralização das medidas de controle para a Atenção Primária à Saúde (APS), como meio de ampliar o acesso da população às ações de prevenção e diagnós- tico da doença. O programa direciona ações para o fortalecimen- to da adesão do paciente ao tratamento por meio da estratégia de Tratamento Diretamente Observado (TDO), além de articular com outros programas governamentais à ampliação do controle da tuberculose, principalmente em situações de populações mais vulneráveis ao risco de adoecer, como em pessoas que vivem com HIV/AIDS. Assim, são metas do Programa Nacional de Controle da Tuber-culose estimular a cooperação intersetorial e o engajamento de organizações não governamentais ou da sociedade civil visando contribuir com o fortalecimento do controle social e a garantia de maior sustentabilidade das ações (BRASIL, 2019). O PNCT se divide em cinco componentes com a finalidade de “[...] assegurar a especialização dos assuntos, integrando suas compe- tências, habilidades e atitudes para otimizar o planejamento e al- cançar os resultados desejados para o controle da tuberculose” (BRASIL, 2019, p. 285). Sendo eles: Administração e Orçamento; Atenção à Pessoa com Tuberculose; Informação Estratégica; Mo- bilização, Advocacy e Promoção à Saúde; Planejamento e Monito- ramento. Esses componentes foram criados para atender o plano 9 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose para execução do programa e podem ser modificados de acordo com novas necessidades. 1.3 REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE É importante que todo profissional de saúde compreenda que, para que as necessidades da pessoa com suspeita ou diagnóstico de tuberculose ativa e infecção latente da tuberculose sejam atendidas de forma integral. É necessária a estruturação de uma rede de atendimento que garanta, nos diferentes níveis de atenção e sistemas de apoio e suporte, um local que disponibilize de suporte capaz de promover de forma articulada e flexível a promoção de saúde até a cura da pessoa com tuberculose, a partir do estabelecimento de fluxos assistenciais, a partir do estabelecimento de fluxos assistenciais bem definidos e adequados ao percurso que a pessoa precisa fazer para o atendimento de suas necessidades. Para a definição das referências, as coordenações estaduais, regionais e municipais identificam-nas de acordo com o perfil epidemiológico dos casos, sobretudo considerando sua magnitude, além de considerar nesta escolha, as questões estruturais e de organização dos serviços, tais como: distâncias geográficas, recursos humanos, estrutura e acesso rápido e resolutivo a exames e/ou procedimentos de média e alta complexidade. Para essa determinação, faz-se necessário pactuação na Comissão Intergestora Bipartite – CIB (BRASIL, 2019). Esses programas que são implementados nas três esferas (fede- ral, estadual e municipal), possuem como objetivo central oferecer condições de capacitação, acesso a exames e medicamentos, nas unidades de atenção básica e mapear e credenciar as unidades de referência secundária e terciária para atendimentos dos usuários do SUS. 1.3.1 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Considerando a organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS), a Atenção Primária à Saú- de (APS) é o elemento estrutural do sistema, sendo a responsável pela gestão do cuidado, garan- tindo condições para o enfren- tamento da doença a partir da suspeita, diagnóstico e trata- mento dos casos identificados Fonte: Brasil (2021a) 10 Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose no território local, e da sua prevenção, por meio da quimiopro- filaxia para a infecção latente da tuberculose, baseados em uma abordagem de cuidado multiprofissional da equipe da APS, bem como a articulação com os demais níveis de atenção e de apoio intersetorial (BRASIL, 2021a). É na Unidade Básica de Saúde (UBS) que se deve realizar o direcionamento do cuidado compartilhado qualificado do paciente com tuberculose ativa e infecção latente da tuberculose no sistema, de acordo com as pactuações existentes para cada nível de atenção, tais como para as referências secundária ou terciária, e para os dispositivos que extrapolam o eixo saúde (BRASIL, 2021a). A seguir, observamos uma representação da organização da Linha de Cuidados da Tuberculose. Desta maneira, compreende-se a APS como um local de acolhi- mento às pessoas e com responsabilidades específicas antes de direcionar para as unidades de Referência Secundária e Terciária. A seguir, uma representação da organização da Linha de Cuida- dos da Tuberculose. Figura 2 - Atuação da APS no trato de TB. 11 . Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose Com o objetivo de colaborar para um trabalho efetivo dos ges- tores da saúde, coordenadores estaduais e municipais de tubercu- lose, profissionais e trabalhadores de saúde e ainda para identifi- car e garantir elementos essenciais na RAS, o ministério da saúde elaborou um guia sobre a Linha de Cuidado para as pessoas com Tuberculose. Para consultar esse guia clique aqui. Depois de entender um pouco mais sobre as Linhas de Cuida- dos para pessoas com Tuberculose, vamos estudar sobre as Refe- rências Secundária e Terciária para Tuberculose. 1.3.2 REFERÊNCIA SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA PARA TUBERCULOSE As referências secundárias em Tuberculose são responsáveis pelo atendimento dos casos de maior complexidade (BRASIL, 2019), como por exemplo, elucidação de casos de difícil diagnós- tico, toxicidade, intolerância ou impedimento ao uso do esquema básico e avaliação de falência terapêutica, tratamento com esque- mas especiais, reações adversas maiores e pessoas com doenças associadas, como HIV e diabetes mellitus. Algumas destas situa- ções podem demandar a utilização de esquemas especiais para tratamento, sendo assim, necessário um cuidado compartilhado entre a referência secundária e a Atenção Primária (BRASIL, 2021a). Fonte: Adaptado de Brasil (2021a) 12 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_tuberculose_orientacoes_gestores_profissionais_saude.pdf Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose A unidade de referência terciária tem como competências reali- zar o manejo dos casos com resistência aos fármacos antiTB e dos casos de Micobacteriose Não Tuberculosas (MNT), que por suas características, possuem elevada complexidade clínica e psicosso- cial. É recomendado que sua estrutura, assim como na referên- cia secundária, viabilize o acesso ágil a exames diagnósticos mais complexos, bem como a leitos hospitalares, e que o seu quadro de profissionais considere a capacitação e a experiência no manejo destas situações (BRASIL, 2019). Nos quadros a seguir (quadro 1 e 2), você encontra a estrutura mínima necessária para a estruturação das unidades de referência secundária e terciária e as competências referentes a cada unida- de. No quadro 3, você encontra o fluxo que deve acontecer entre as unidades de referência e unidades da atenção primária após o atendimento e avaliação do paciente (BRASIL, 2019). QUADRO 1 - Características e competências para estrutu- ração de unidades de Referência Secundárias. R EF ER ÊN CI A S EC U N D Á R IA Equipe com profissional médico especialista ou com experiên- cia no tema, enfermeiro e técnico de enfermagem, farmacêuti- co ou pessoa com capacidade para a gestão dos medicamentos; Trabalho por equipe multidisciplinar com outros profissionais como Assistência Social e Saúde Mental, na própria unidade com parcerias pré-estabelecidas; Estrutura que viabilize o acesso rápido a outros exames diag- nósticos e leitos hospitalares; Condições mínimas de biossegurança para o atendimento de pessoas com tuberculose (ver capítulo Controle de Infecção da Tuberculose em Unidades de Saúde); Condições adequadas para armazenamento dos medicamentos; Pessoa responsável pela notificação e atualização dos casos no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tubercu- lose (SITE-TB); Disponibilidade de computador com acesso à internet na unidade. ESTRUTURA MÍNIMA RECOMENDADA COMPETÊNCIAS Elucidação diagnóstica – para pessoas com suspeita de TB pulmonar com baciloscopia negativa e/ou com apre- sentação radiológica atípica, bem como auxílio no diag- nóstico das formas extrapulmonares; 13 Basesorganizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose Manejo de intolerância aos medicamentos – orientar a conduta frente a efeitos adversos maiores. Tratar e acompanhar os casos de mudança de esquema. É impor- tante informar aos doentes sobre a ocorrência rara des- ses eventos e da importância de continuar o tratamento; Manejo de tratamentos especiais: • Tratar e acompanhar os casos de difícil condução ou com comorbidades; • Garantir, para todos os casos, o tratamento diretamen- te observado, que poderá ser feito na própria referência ou na atenção básica/ESF (TDO compartilhado); • Avaliar, criteriosamente, os casos encaminhados com persistência de baciloscopia positiva, diferenciando má adesão ao esquema básico ou resistência aos fármacos. Realizar o controle diário de faltosos, utilizando estraté- gias como visita domiciliar, contato telefônico e/ou por correio, a fim de evitar a ocorrência de abandono. Realizar a investigação e o controle de contatos (direta- mente ou em parceria com AB), tratando, quando indica- do, a infecção latente e/ou doença; Indicar, realizar ou referenciar contatos para prova tuber- culínica (diretamente ou em parceira com AB); Identificar precocemente a ocorrência de efeitos adver- sos, adequando o tratamento (ver capítulo Tratamento); Oferecer a testagem do HIV, de preferência o teste rápi- do a todos os doentes referenciados cuja testagem ainda não tenha sido realizada; Notificar e atualizar o acompanhamento dos casos de tratamentos especiais e mudança de esquema no Siste- ma de Informação de Tratamentos Especiais de Tubercu- lose (SITE-TB), encerrando os casos no Sinan; Encaminhar os casos de monorresistência e multirresis- tência à unidade de referência terciária R EF ER ÊN CI A S EC U N D Á R IA Bases organ 14 Fonte: Adaptado de Brasil (2019). Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose ESTRUTURA MÍNIMA RECOMENDADA R EF ER ÊN CI A T ER CI Á R IA O U P A R A C A SO S CO M R ES IS TÊ N CI A A O S FÁ R M A CO S an ti TB COMPETÊNCIAS Equipe com profissional médico especialista, enfermeiro, farma- cêutico e técnico de enfermagem; Trabalho por equipe multidisciplinar com outros profissionais, como Assistência Social e Saúde Mental, na própria unidade com parcerias pré-estabelecidas; Estrutura que viabilize o acesso rápido a outros exames diagnós- ticos e leitos hospitalares (semelhante às unidades secundárias); Condições mínimas de biossegurança para o atendimento de pessoas com tuberculose (ver capítulo Controle de Infecção da Tuberculose em Unidades de Saúde); Condições adequadas para armazenamento dos medicamentos; Pessoa responsável pela notificação e atualização dos casos no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculo- se (SITE-TB); Disponibilidade de computador com acesso à internet na unidade. Diagnosticar e tratar os casos de monorresistência, polir- resistência, TB MDR e TB XDR, realizando, mensalmente, as baciloscopias e, pelo menos trimestralmente, as cul- turas; e, a critério médico, o teste de sensibilidade aos fármacos de segunda linha até o final de tratamento; Garantir o tratamento diretamente observado para to- dos os casos, que poderá ser feito na própria referência ou na atenção básica/ESF (TDO compartilhado); Oferecer a testagem para o HIV, dando preferência ao teste rápido a todos os doentes referenciados, cuja tes- tagem ainda não tenha sido realizada; realizar o controle de faltosos, identificando imediatamente o caso faltoso e comunicando ao município/unidade para garantir a con- tinuidade do tratamento; TDO 15 QUADRO 2 - Características e competências para estrutu- ração de unidades de Referência Terciária ou para casos como resistência aos fármacos antiTB. Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose Orientar a investigação e o controle de contatos, tratan- do, quando indicado, a infecção latente (quimioprofila- xia) e/ou doença; Identificar precocemente a ocorrência de efeitos adver- sos, adequando o tratamento; Notificar e atualizar o acompanhamento dos casos de mono e polirresistência, MDR e XDR e mudança de es- quema no SITE-TB, encerrando os casos no Sinan; Manter o acompanhamento clínico e encaminhar os ca- sos de polirresistência, TB MDR e TB XDR, para a realiza- ção do TDO compartilhado na unidade básica, enviando o cartão do TDO (a ser registrado pela unidade básica) e orientações que se fizerem necessárias (regime prescri- to, efeitos adversos relacionados ao esquema especial, solicitação de baciloscopia etc.); Articular comunicação com a assistência social e saúde mental Após atender e avaliar os casos referenciados, as unidades de referência deverão: FL U XO E N TR E U N ID A D ES Encaminhar, após avaliação clínica, os casos para início ou continuidade de tratamento, com a guia de encaminha- mento contendo resumo clínico e resultados de exames; Manter acompanhamento clínico de casos de maior complexidade na unidade secundária, realizando TDO compartilhado na unidade básica, viabilizando a troca de informações entre as duas unidades; Particular comunicação com a assistência social e saúde mental. FLUXO ENTRE UNIDADE DE REFERÊNCIA E UNIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA R EF ER ÊN CI A T ER CI Á R IA O U P A R A C A SO S CO M R ES IS TÊ N CI A A O S FÁ R M A CO S an ti TB Bases organ 16 Fonte: Adaptado de Brasil (2019). QUADRO 3 - Fluxo entre unidade de referência e unidade da atenção básica. Fonte: Adaptado de Brasil (2019). Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose SAIBA MAIS Quadro 1 1.3.3 ATENÇÃO HOSPITALAR NA TUBERCULOSE Apesar do SUS ter na organização da rede de atenção à tubercu- lose a Unidade Básica de Saúde (UBS) como porta de entrada prefe- rencial, ainda se observa, em muitas situações, barreiras de acesso à rede de atenção primária, observando-se grande expressividade de diagnóstico da doença sendo realizado em unidades de urgên- cia/emergência (pronto-socorro e hospitais) e em unidades pré-hos- pitalares (Unidades de Pronto Atendimento - UPAs). Devido esta importância dos hospitais no controle da TB, todas as unidades devem se adaptar à adoção de medidas de precaução e controle, sendo capazes de promover a condução clínica e la- boratorial correta dos casos suspeitos e/ou confirmados, realizar ações de vigilância epidemiológica, instituir medidas de biossegu- rança e adequar seus fluxos à identificação do sintomático respira- tório de forma oportuna e resolutiva (BRASIL, 2019). Agora que já conhecemos o papel da unidade básica de saúde, da referência secundária, da referência terciária e da rede hospita- lar, podemos compreender melhor o fluxo de atendimento à pes- soa com tuberculose, representado na figura a seguir: Os medicamentos para tratamento dos casos que requerem esquemas especiais são dispensados ex- clusivamente pela unidade de referência, quer seja secundária ou terciária, após notificação e atualiza- ção de casos no Sistema de Informação de Trata- mentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB) por pro- fissionais destes serviços. No estado do Maranhão, o Hospital Presidente Vargas, situado na capital São Luís é a referência secundária e terciária para todo o estado. Clique para acessar mais informações sobre o Hospital Presidente Vargas. 17 https://www.canva.com/design/DAFUvjMgJlk/YfvU8DSB34jRWx4C4MN6FA/view?utm_content=DAFUvjMgJlk&utm_campaign=designshare&utm_medium=link&utm_source=publishsharelink Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose Fonte: Brasil (2019). IMPORTANTE A vinculação do paciente à unidade de referência não exclui o acompanhamento da equipe da APS. Pelo contrário, reforça a sua atuação no acompanhamento de tratamentos mais desafiadores e complexos, inclusive conduzindo o Tratamento Diretamente Obser- vado (TDO) e procedendocom a investigação de contatos com vis- tas à interrupção da cadeia de transmissão no domicílio e na comu- nidade, sobretudo da tuberculose drogarresistente (BRASIL, 2019). 1.4 REDE LABORATORIAL A organização dos serviços de laboratório é essencial tanto para o diagnóstico da tuberculose e seu acompanhamento, quanto para a identificação da infecção latente da tuberculose e das micobac- terioses não tuberculosas. Para isso, é importante que a rede la- boratorial tenha profissionais capacitados e insumos necessários para a realização dos exames. É responsabilidade da rede laboratorial a definição de fluxo de amostras e retorno de resultados para que as medidas de contro- le e tratamento da tuberculose sejam instituídas da forma mais oportuna possível (BRASIL, 2022). Figura 3 - Estrutura de atenção à TB. 18 Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose Para o fluxo laboratorial, o Ministério da Saúde estabeleceu dire- cionamentos para a análise das amostras com suspeita de TB, TB drogarresistente (TB-DR) ou Micobactérias Não Tuberculosas (MNT). Figura 4 Fonte: Adaptado de Brasil (2022). Para o acesso aos resultados, o Sistema Nacional de Laborató- rios de Saúde Pública disponibiliza o sistema eletrônico de Geren- ciamento do Ambiente Laboratorial (GAL). Figura 4 - Fluxo de amostras suspeitas de TB e TB-DR. 19 Bases organizacionais e Políticas para as ações de Controle da Tuberculose No link <teste-rapido-molecular-para-tuberculo- se-trm-tb> você pode acessar o informativo do Ministério da Saúde sobre o TRM-TB. Ele contém as principais indicações do exame, os possíveis re- sultados com suas interpretações e os algoritmos para diagnóstico e condutas. 1.5 INTERSETORIALIDADE NO CONTROLE DA TUBERCULOSE A rede de apoio intersetorial é um dispositivo que perpassa to- dos os níveis de atenção à pessoa com tuberculose, podendo ser acionado a qualquer momento durante o acompanhamento do indivíduo com tuberculose ou infecção latente da tuberculose nos serviços de saúde. Segundo Brasil (2021a), são exemplos de setores que compõem a rede de apoio para o controle da Tuberculose: serviço de assis- tência social, conselho tutelar, previdência social, organizações da sociedade civil, órgãos de justiça e segurança pública, órgãos de habitação e transporte, setor privado e instituições de ensino. 1.6 PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA No que se refere ao componente social, o Programa de Controle da Tuberculose incentiva e fortalece a articulação entre as organi- zações da sociedade civil e o controle social, com o intuito de tornar viável as ações de controle da doença, com enfoque nas pessoas com tuberculose em situações de vulnerabilidade. São exemplos de ferramentas e serviços com participação comunitária: Conse- lhos de Saúde, Comitês de Tuberculose, Comitês de pessoas em situação de rua, Igrejas e suas Pastorais, Organizações não gover- namentais e centros comunitários (BRASIL, 2021a). No Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública a participação social constitui um pilar das estraté- gias de enfrentamento da Tuberculose no Brasil (BRASIL, 2021b) 20 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/teste-rapido-molecular-para-tuberculose-trm-tb/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/teste-rapido-molecular-para-tuberculose-trm-tb/view Apesar da rede de atenção à pessoa com Tuberculose possuir uma estruturação bem definida com a Atenção Primária à Saúde sendo a porta de entrada preferencial do usuário no SUS, ainda se observam casos sendo diagnosticados em unidades de pronto atendimento e hospitais, bem como fragilidades nos sistemas de referência e contrarreferência. Logo, faz-se necessário que gestores dos Programas de Controle da Tuberculose promovam cada vez mais a implementação tanto da rede de atenção quanto a intersetorialidade com os diversos parcei- ros, visando maior eficiência das ações de controle da doença. Além disso, também cabe aos profissionais de saúde, atuantes no SUS, conhecer e implementar cada vez mais em seu dia-a-dia as ações competentes ao seu nível de atuação para que o paciente tenha atendimento integral às suas necessidades e êxito no tratamento. Nos próximos módulos iremos compreender mais sobre a As- sistência ao paciente com Tuberculose (módulo II) e Vigilância Epidemiológica e Sistema de informação (módulo III). Vamos nessa? 2 Considerações finais 21 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Depar- tamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Reco- mendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Minis- tério da Saúde, 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Depar- tamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Linha de cuidado da tuberculose: orientações para gestores e profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2021a. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Depar- tamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública: estratégias para 2021- 2025. Brasília: Ministério da Saúde, 2021b. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Depar- tamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Diagnóstico Labo- ratorial de Tuberculose e Micobactérias não Tuberculosas de Interes- se em Saúde Pública no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2022 22 Sua experiência com os materiais produzidos pela ESP/MA é valiosa para nós. Nos conte como foi sua experiência para melhorarmos continuamente as produções e elaborações destes materiais gráficos. Clique no QRCode ao lado ou use o leitor para acessar. Este documento utiliza as famílias tipográficas Amsi Pro e Open Sans. Fotografias de capa e imagens não referenciadas em texto são de autoria do Freepik.com. Demais elementos e imagens são de responsabilidade da Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão, Secretaria de Estado da Saúde. Governo do Maranhão. O QUE VOCÊ ACHOU DESTE MATERIAL? https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdEG6CZtL7Jch8yP_GL1YXF4gwp8ltPi-nl0hQBTPzkMCcTXQ/viewform https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdEG6CZtL7Jch8yP_GL1YXF4gwp8ltPi-nl0hQBTPzkMCcTXQ/viewform MÓDULO I _GoBack Botão 34:
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