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Responsabilidade Social e Governança Corporativa - Unidade 4

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Responsabilidade Social e Governança Corporativa
Unidade 4 – Aula 1
Responsabilidade social e governança
A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é a cobrança que a sociedade faz para que as empresas se comportem de maneira responsável no ambiente em que atuam. A RSE pode ser definida de muitas maneiras, o que é pouco relevante, já que as palavras-chave que a determinam serão sempre:
· Responsabilidade.
· Sociedade.
· Empresas. 
Por que seriam “palavras-chave”? Porque o que está em questão é o comportamento das empresas na sociedade, ou seja, a avaliação de sua responsabilidade.
	1º setor – Estado
	2º setor – Mercado
	3º setor – Sociedade civil organizada
	Estado em todas as suas esferas, cuja finalidade é pública.
	Empreendimentos privados, cuja finalidade é privada.
	Empreendimentos privados, cuja finalidade é pública.
Quando falamos em RSE, estamos tratando, a princípio, de todas as empresas ou de todos os empreendimentos. Um empreendimento pode não estar registrado ou identificado da maneira que o Estado prescreve, o que não isenta o responsável ou a empresa de ser qualificada como tal.
O mesmo pode ser aplicado para o que se chama, comumente, de “ONG”. As ONGs são empresas com finalidade muito específica de fazer algo para o bem-estar público. Por isso, elas não são visadas ou cobradas a serem “responsáveis”, socialmente falando. As “empresas” do Estado também se incluem nesse mesmo raciocínio.
Note que a categoria jurídica do empreendimento é irrelevante – o que interessa é como ele se comporta.
No entanto, costuma-se dar mais atenção a uns tipos de empresas do que a outras. Do Estado, espera-se que cumpra seu propósito. Afinal, se ele existe para zelar pela sociedade, nada mais natural que aja com responsabilidade.
Das organizações que têm finalidade pública (ONGs), espera-se o mesmo. Se excluímos o Estado e o Terceiro Setor, sobram as empresas do mercado, como, por exemplo, a Nestlé, a Coca-Cola, a Net, entre tantas conhecidas – até uma “birosca”, por mais escondida que esteja em algum recanto do Brasil.
É claro que costumamos ignorar os negócios pequenos. A atenção total se volta para as grandes corporações. “Grandes empresas, grandes estragos”. Mas o que é definido vale para todas.
O que é cidadania?
É o conjunto de direitos e deveres de um cidadão em um território. Fazem parte dela os direitos políticos, sociais e civis, como, por exemplo, o voto, a organização de grupos etc. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando em uma posição de inferioridade dentro do grupo social.
O que é ser cidadão?
Todo indivíduo que tem direitos e deveres perante a sociedade e o Estado é um cidadão. Cidadão, portanto, é uma pessoa que tem acesso a seus direitos sociais, civis e políticos e que os exerce.
Empresa cidadã
A ideia de “empresa cidadã” também está relacionada à responsabilidade social. Uma empresa cidadã tem deveres, entre os quais está agir com responsabilidade entre seus pares, em seus relacionamentos e no ambiente em que está inserida.
Observe que essa é uma expansão para além de suas obrigações legais. Imagine que um vendedor de carros esconde um defeito de um veículo ao vendê-lo. Ele não está agindo responsavelmente, certo? Se considerarmos que essa atitude faz parte do negócio e é normal, todos o farão. Se isso acontecer, o mercado de automóveis perderá a credibilidade, o que dificultará as vendas – as mesmas que o vendedor fez omitindo defeitos.
O que é melhor para que um diálogo seja bem-sucedido?
Certamente, não é mentir ou omitir. Por exemplo, a comunicação de uma empresa não pode omitir algo sobre o produto. A imposição também não parece ser adequada. Transparência é a melhor solução.
O mínimo desejado para que uma empresa seja considerada responsável pressupõe que ela respeite o ambiente em que está inserida, obedecendo a suas leis, aos códigos de conduta e aos princípios.
Princípios da governança corporativa
A ideia de “governança” existe, não literalmente, para combater o vendedor de carros desonesto, pois, sem confiança, o mercado não se desenvolve de forma plena. Quando isso acontece, menos negócios são feitos, menos dinheiro se ganha. Disso resulta a importância dos princípios que norteiam a governança corporativa. Vimos, anteriormente, que esses princípios são:
· Transparência: Princípio fundamental da responsabilidade social, que traz credibilidade para o negócio.
· Equidade: Princípio de igualdade que pressupõe que o acionista minoritário deve ser tratado tal qual o majoritário. Isso evitaria que o minoritário e os potenciais acionistas desse tipo se afastassem.
· Prestação de contas: Princípio claramente ligado à transparência, que também traz credibilidade para o negócio.
· Responsabilidade corporativa: Princípio ligado à ideia de que uma empresa responsável é aquela que é respeitada e que tem mais possibilidades de longa vida por se inserir em uma sociedade e se relacionar, adequadamente, com ela.
Em um primeiro momento, podemos considerar que a responsabilidade social é um princípio de governança, pois a maneira como alguém conduz um negócio – responsavelmente ou não – é muito importante. A RSE seria, então, um princípio, tal qual a transparência e a equidade, pois apresenta uma relação de subordinação com a governança. Em outras palavras, a RSE seria um valor para a governança.
Ao inverter esse olhar, podemos pensar que uma empresa responsável socialmente conduz seus negócios com transparência e equidade, respeitando o ambiente em que está inserida. Nesse caso, a governança “desaparece”, já que o que importa são esses princípios.
Nessa visão, uma empresa que tem responsabilidade social seria, automaticamente, aquela que apresenta governança e respeitável destino de investimentos. O oposto também seria verdadeiro. Isso parece mais do mesmo, mas não é. O que vale, aqui, é a origem.
A governança é desejada pelo empresariado, porque quem investe nela deseja atrair investimentos. A RSE é desejada pela sociedade. Para o empresário, ela é um custo que se tenta reverter em investimento.
Responsabilidade Social e Governança Corporativa
Unidade 4 – Aula 2
Responsabilidade social e meio ambiente
“Ao longo da década de 1970, muitas questões fortaleceriam o discurso ambientalista, mas, muito antes disso, em 1962, Rachel Carson publicou Primavera Silenciosa (Silent Spring). Nesse livro, Carson condenava o uso indiscriminado de agrotóxicos ou pesticidas. O debate saiu do mundo acadêmico e foi para as ruas. Ninguém mais podia negar que o problema existia.”
O problema ambiental é fonte de irritação para quem acha que ele não existe e fonte de preocupação para quem vê os indícios de sua presença ao redor. Um sinal forte de sua existência é sua permanência como fonte de debates. Um exemplo dessas discussões foi a fundação do Clube de Roma, em 1968. Por meio dele, líderes políticos, economistas, cientistas, entre outros de vários países analisaram a situação mundial e apresentaram soluções para o futuro.
O primeiro relatório criado por esse grupo, intitulado Os limites do crescimento, foi publicado em 1972, e tratava de problemas cruciais para o desenvolvimento da humanidade, tais como energia, poluição, saneamento, saúde, ambiente, tecnologia e crescimento populacional. Nesse mesmo ano, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) declarou o princípio segundo qual o poluidor paga quando produz um dano ambiental.
As empresas continuaram crescendo e o potencial de problemas também. Evidentemente, o consumo aumentou, assim como o lixo, os recursos naturais afetados etc.
O crescimento econômico experimentado após o fim da Segunda Guerra Mundial alimentou a criação de mega empresas com alcance global, mobilizando e consumindo recursos como nunca antes havia acontecido. A probabilidade de desastres ambientais – como o de Bhopal, na Índia (1984), e do Exxon Valdez, no Alasca (1989) –, o uso intenso de recursos naturais – que provocou seu esgotamento (morte de rios, desaparecimento de espécies)– e a ausência de uma legislação adequada revelaram a falta de preparo global para lidar com essas novas questões.
O que é sustentabilidade?
Se for feita a um pedreiro que está levantando um muro, ele pode dizer que é a capacidade que o muro tem de ficar em pé, sustentável. Se questionarmos um profissional ligado às finanças, ele dirá que é a capacidade que a empresa tem de honrar seus compromissos. Uma pessoa que sai de casa pode ser sustentável ou depender do pai ou da mãe para se bancar.
Por que, então, a todo instante, fazemos referência ao meio ambiente nesse caso? Uma empresa que polui não é sustentável? E uma empresa que não polui, mas não faz caixa para pagar aos funcionários, é sustentável? E outra que não polui e que é altamente lucrativa, mas vive de produtos que deterioram o corpo humano, é sustentável?
A ideia, aqui, é relacionar a questão ambiental com a RSE. Para isso, vamos aos nossos questionamentos.
	
No que se baseia a questão ambiental?
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	A grosso modo, a questão ambiental baseia-se no consumo dos recursos naturais, na possibilidade de desastres, isto é, na criação de um desequilíbrio que coloque em risco a raça humana ou crie condições calamitosas de extinção de espécies. Pode-se acrescentar algo a essa definição, mas, no fundo, tudo gira em torno do mesmo ponto.
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	Como relacioná-la com a RSE?
	↓
	↓
	A briga principal dos ambientalistas é com o mercado. As empresas é que estão crescendo muito, e nós, consumindo na mesma escala. De acordo com Costa (2012), algumas empresas geram mais riquezas do que alguns países da União Europeia. Como negociar em pé de igualdade com alguém com tanto poder?
	Os princípios que os ambientalistas cobram, de uma maneira geral, mudam apenas de “ambiente”. Eles desejam mais transparência, mais cuidado no consumo de recursos, no descarte de resíduos, nos investimentos em produtos e em fontes de energia que sejam menos impactantes ao planeta.
Responsabilidade ambiental é o respeito da empresa ao meio ambiente, que só tem sentido se estiver subordinado à sociedade. Por isso, as Nações Unidas fizeram a referência ao “meio ambiente humano”, pois, por consequência lógica, a RSE inclui a responsabilidade ambiental.
Responsabilidade Social e Governança Corporativa
Unidade 4 – Aula 3
Responsabilidade social e mercado de trabalho
Oportunidades de emprego, profissões, cargos... O mercado de trabalho para a RSE ou, ainda, o profissional de RSE existe?
Tal qual um ambientalista, esse profissional não tem uma formação específica, exceto por uma instrução não técnica, mas de postura, crenças etc. Ambientalistas são pessoas que possuem as mais diversas formações e que encaram a proteção do meio ambiente como algo importante. Esses indivíduos criam organizações, revistas e blogs, escrevem livros e dão palestras em prol da defesa do meio ambiente.
A responsabilidade social é transversal a uma empresa. Essa frase, por si só, explica muito – não se trata de algo de um departamento específico, mas de todos os departamentos. Afinal, é a empresa que está em jogo.
O que é ser honesto?
Você já mediu seu grau de honestidade? É possível fazê-lo: basta criar indicadores para “escorregões”, como, por exemplo, “mentiras que impactam”, “mentiras sociais”, “amplitude”, “quantidade de impactados” etc. Possível é, mas vai dar um trabalho enorme, e você será, constantemente, alvo de questionamentos. Nunca haverá um consenso
O mesmo vale para a responsabilidade social. Você é responsável? O quanto? Essas discussões intermináveis interessam a quem? Enquanto o debate acontece, o lixo continua sendo produzido, e maneiras de “flexibilizar” as leis ou normas são cogitadas.
Veja, a seguir, algumas situações que envolvem a questão da responsabilidade social:
· Quando um empresário não confia em seus relatórios, ele os confere e cria uma auditoria. A administração nos ensina a agir da seguinte forma: Plan, Do, Check e Action – planejar, executar, conferir e corrigir. Quem verifica se a empresa é responsável? A responsabilidade era de uma concessionária localizada na cidade do Rio de Janeiro, que tinha um departamento específico para tal, cuja encarregada era uma assistente social.
· Em uma empresa estatal exportadora de produtos, a imcumbência de tal área também era destinada a uma assistente social. Para a empresa, a perspectiva era de relacionamento com o entorno. Eles tinham problemas exatamente com isto – impactavam o ambiente a seu redor e tentavam resolver a questão com projetos sociais.
· Para um shopping de Brasília, quem deveria cuidar desse assunto era o gerente de marketing. O mesmo acontecia com um shopping de São Paulo. Na organização deles, o dinheiro que saía para os projetos vinha da verba de marketing.
Diante do exposto, percebemos que as empresas não sabem o que é responsabilidade social. Primeiro, porque deixam com a área de marketing essa questão. Depois, porque baseiam sua explicação em frases como: “Nós patrocinamos alguns eventos e projetos ambientais”. Pergunta-se o motivo, e a resposta é a seguinte: “Ué? Temos de fazer isso”. Vem, então, um sopro de alegria que esse argumento trata de enterrar: “Afinal, todos estão fazendo”. Bom, como a verba saiu do departamento de marketing, o responsável é ele.
Seja na assistência social, seja no marketing ou em qualquer outra área: a responsabilidade social se projeta nesses departamentos. O que se pode esperar disso? Até hoje, inúmeras empresas confundem “marketing” com “vendas” ou “comunicação”.
Por ignorância, má-fé ou preguiça, o que importa é que não se tem o respeito adequado pelo tema.
ISO 26000
No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, na Suíça. Não se pode criticar a ISO, porque, a partir dela, a responsabilidade social foi debatida a fundo. Certamente, avançamos na compreensão de alguns temas. Mas o mercado a aplica? Se a ideia de RSE é limitar o empresário, isso está acontecendo?
Se esse assunto não requer uma formação específica e não corresponde a um departamento, como a RSE se encaixa no mundo empresarial? Bom, o empresário pode ler a norma referente ao tema. Como sabemos que ele não a lerá, mandará alguém ler. Mas quem? A assistente social? O gerente de marketing? Enquanto você reflete a respeito de quem é a responsabilidade sobre a RSE, vamos pensar em algumas áreas a serem impactadas por ela.
· Produção: Na produção, quem diz que a empresa tem de recolher o produto do mercado? A lei? O engenheiro-chefe? Quem decide, por exemplo, sobre o uso de uma matéria-prima em detrimento de outra?
· RH: O discurso de governança fala de “meritocracia”. Já o discurso de responsabilidade fala de “igualdade”. Quando um gerente de RH percebe que os funcionários trabalham mais de 12 horas diárias e que não têm oportunidades iguais na empresa, ele pode intervir. Por quê? Se isso acontece e todos conhecem a situação – inclusive o dono da empresa –, por que esse profissional faria isso? A RSE é de sua responsabilidade? Esse é um problema de RH e de RSE. Da mesma forma, usar uma matéria-prima que gera resíduos tóxicos é uma decisão de produção, de finanças – devido aos custos – e, também, de RSE.
· Valores de uma empresa: As empresas publicam, constantemente, esses valores. Mas quem fiscaliza se eles estão sendo cumpridos? “Levamos nosso compromisso a sério, com transparência, ética e responsabilidade social”. Esses são valores de uma organização. O fato é que ninguém os supervisiona. No entanto, todos os observam e julgam a empresa. Mas para que serve o veredito nesse sentido se não tiver força para a aplicação? Se a empresa realmente leva a sérios tais valores, se todos os que dela participam conhecem e respeitam tais valores, aquele que desliza é alertado ou punido. Por quem? Por seu chefe imediato. Todos sabem o que podem ou não fazer. Quando isso não acontece, as questões são debatidas.
Se alguém deseja ser responsável, mas não sabe como, há um caso muito curioso de indecisão. Por quê? Porque algunsprincípios parecem bem claros, independentemente de formação ou norma. Uma empresa pode e deve lucrar, mas não sacrificar o meio ambiente nem a sociedade em que está inserida.
Como já vimos, a perspectiva de um profissional de RSE aparenta não ter sentido. Contudo, pode-se considerar que a “profissão” existe para continuarmos a análise. Alexandre (2008) descreve os desafios do “profissional de RSE”, entre os quais estão:
· Desafio de conquista de espaço: “A quantidade de pessoas acumulando atividades de RSE com as de outras áreas pode significar integração/sinergia ou, simplesmente, falta de espaço e um posicionamento secundário.” Parece difícil acreditar que algo é considerado “tão importante pelas empresas” como se vê nos discursos em geral daquelas que não têm um orçamento próprio e profissionais exclusivos para tal. Esse pode ser um bom questionamento para empresas que dizem que o tema é relevante.
· Desafio de ser agente de mudança: “É importante que os funcionários e as lideranças não pratiquem a responsabilidade social ‘como esporte’, caso sobre tempo ou ‘quando for possível’, mas que a pratiquem como parte de suas atribuições.” Todos entendemos errado, então. Não era importante? É possível ser responsável de vez em quando? A responsabilidade social é transversal ao processo todo. Não é para ser praticada. Não é um exercício. É para que toda a atividade da empresa seja conduzida a partir desse princípio fundamental – da concepção de um produto até sua fabricação e distribuição.
· Risco de isolamento: “RSE pressupõe interdisciplinaridade e transversalidade de conhecimento e prática dentro da empresa. A coordenação das atividades pode ser função da área de RSE, mas é responsabilidade da direção da empresa e de cada departamento.”
· Risco da cosmética: “Esse risco é caracterizado quando se produz o discurso do marketing e se trabalha visando ao melhoramento da imagem da empresa, mais do que ao envolvimento com fins no desenvolvimento sustentável da sociedade.” Esses dois riscos são interessantes. Afinal, como é possível ficar isolado do assunto se esse é um desejo do acionista? Parece, no mínimo, estranho que o dono da empresa tenha um desejo e, em sua própria organização, isso não seja feito. Seria como outro risco apresentado pela autora do estudo: o “risco de ser um jogador café com leite.” Nenhuma criança gosta disso, quiçá um profissional.

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