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Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 50 Transmissor – Evolução Motivação • Exigências dos usuários por melhor desempenho e custo reduzido. • Desenvolvimentos que ocorreram nas tecnologias adjacentes, microeletrônica, ciência dos materiais e tecnologias de comunicação. Microprocessamento → Tornaram os transmissores: • Baixo Custo; • Pequenos; • Facilidade de Manutenção (Self-test); Inteligentes. Transmissores SMART Microprocessamento – Capacidade Fundamental • Permitiu a inclusão/associação de circuitos adicionais de I/O e outros periféricos para formar um controlador, conceitualmente equivalente a um computador digital dentro do instrumento. Não mais apenas transmito, posso controlar. Transmissores Inteligentes – SMART: • Possuem um pequeno computador em seu interior que geralmente lhe dá a habilidade de fazer, entre várias outras, duas coisas principais: Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 51 o Modificar sua saída para compensar os efeitos de erros; o Comunicar (enviar dados e ser interrogado) com outros dispositivos. • Armazenam a informação referente ao transmissor em si (seus dados de aplicação e sua localização) e gerenciam um sistema de comunicação que possibilite uma comunicação de duas vias – Transmissão e Recepção de Dados. Modelos Atuais Diagrama de Blocos Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 52 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 53 2.3. Sensores Industriais Transdutor industrial que converte a energia da grandeza física em um sinal elétrico a ser transmitido pelo transmissor. Principais grandezas: • Temperatura; • Pressão; • Nível; • Vazão; • Presença; • Velocidade; • Tensão e Corrente Elétrica; 2.3.1 Caracterísitcas a. Faixa de Medida ou RANGE Faixa ou conjunto de valores da variável medida/controlada que estão compreendidos dentro dos limites superior e inferior de capacidade de medição. É um valor expresso do dispositivo. • Faixa Nominal: faixa ativa do instrumento (selecionada pelo usuário) • Faixa de Medição: Faixa de valores do mensurando para a qual o instrumento foi desenhado para operar (A faixa de medição, também denominada faixa de trabalho, é o conjunto de valores de um mensurando para o qual admitimos que o erro de um instrumento de medição é mantido dentro dos limites especificados). • Faixa de Indicação: Intervalo compreendido entre o menor e o maior valor que pode ser indicado. b. Resolução Menor incremento da grandeza física que provoca uma mudança no sinal de saída do sensor. Menor nível de variação da entrada do sensor que pode ser verificada. Ex: paquímetro: 0,05 mm Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 54 c. Curva de Resposta Identifica a forma como o sinal de saída responde a variações do sinal de entrada. Similar aos sistemas de controle. Tipos: • Linear • Não Linear d. Sensibilidade Relação entre o sinal elétrico entregue na saída e a grandeza física medida. Ganho proporcional entre saída e entrada. Exemplo: A pressão de 2 bar produz uma deflexão de 10 graus em um transdutor. Portanto, a sensibilidade é de 5 graus/bar. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 55 e. Exatidão (acurácia): Indica o grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor verdadeiro do mensurando. • Aptidão de um instrumento para dar respostas próximas a um valor verdadeiro convencional. • É um conceito qualitativo. f. Precisão: Indica o grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo mensurando, efetuadas sob as mesmas condições de medição. Estas condições incluem: • mesmo procedimento de medição • mesmo observador • mesmo instrumento de medição • mesmo local • repetição em curto período de tempo • A precisão de medição é geralmente expressa numericamente por características como o desvio padrão, a variância ou o coeficiente de variação, sob condições especificadas de medição. • Descreve o grau de liberdade a erros aleatórios, i.e., ao nível de espalhamento de várias leituras em um mesmo ponto. • É a característica relativa ao grau de repetibilidade do valor medido por um transdutor. Normalmente é dada como um valor percentual do fundo de escala (%FSD – full scale deflecion). Exemplo: um voltímetro com fundo de escala de 10V e precisão de ±1% apresenta erro máximo esperado de 0,1 V. Exemplo: Um manômetro possui escala que varia de 0 a 50 psi, sendo que a pior variação obtida nas leituras é ±4,35 psi. Qual é a precisão %FSD? %FSD = (± 4,35 psi / 50 psi) x 100 = ± 8,7 % Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 56 Precisão X Exatidão Histerese: É a diferença nas leituras obtidas quando um instrumento se aproxima de um sinal a partir de direções opostas, ie, a leitura é feita durante a subida ou a descida do sinal medido. • Propriedade de um instrumento de medir pela qual a resposta a um dado estímulo depende da sequência dos estímulos precedentes. Num instrumento de medição, é o erro máximo apresentado pelo instrumento, para um mesmo valor, em qualquer ponto da faixa de trabalho, quando a variável percorre a escala nos sentidos ascendente e descendentes. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 57 3. NIVEL Definição: altura de um líquido ou sólido, contido em um recipiente, sendo a medição feita a partir de uma referência ou linha base. • Permite o cálculo do volume ou do peso de um líquido ou sólido em um recipiente. Importante para: * determinar e controlar a quantidade de materiais em processos; * manter controle sobre a capacidade em tanques que suprem um fluxo constante durante um processo; * determinar constantemente o conteúdo de tanques de armazenamento, visando um controle operacional ou controle de custo. • Medida relativamente simples. Complicações: material corrosivo, abrasivo, radioativo, sob altas pressões ou difícil acesso. • Tendência atual: processamento contínuo com baixa capacidade de estocagem controle apropriado de nível pode reduzir estoques e aumentar a eficiência do processo. Símbolos: LG, LI, LR, LSL, LSH, LSLL, LSHH Unidades: Percentual – [ % ]; Comprimento – [ m ], [ ft ]; Volume – [ m3 ], [ L ]; Massa – [ kg ], [ ton ]. Classificação Tecnologia aplicada Líquidos Sólidos Medida Direta Trena / Régua / Gabarito Visor de nível / Gauge Bóia / Flutuador Eletrodos de contato Sensor de contato Unidade de grade Medida Indireta Por capacitância Por empuxo Pressão hidrostática Caixa de diafragma Tubo em U Por borbulhamento Radioatividade Ultra-som Vibração Pesagem Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 58 3.1 MÉTODOS DE MEDIDA DIRETA 3.1.1 Trena / Régua / Gabarito Consiste em uma escala graduada ou demarcada de forma conveniente, e que possui um comprimento suficientemente extenso para ser introduzida dentro do reservatório a ser medido. Trena de sondagem Régua Externa Régua Características • Coeficiente de Dilatação Termal = 10 a 13 x 10-6 m/°C (Temperatura de Referência: 20 °C); • Dimensões: o Comprimento nominal: 5, 10, 15, 25, 30 e 50 m o Espessura: 0,25 a 0,45 mm Largura: 9,5 a 16,0 mm • Graduação: o Em mm, de um lado só. 3.1.2 Visor de Nível / Gauge • Simples tubo de vidro, com pelo menos uma das extremidades ligada ao reservatório. O nível do líquido no tubo, lido em escala graduada, é o mesmo do reservatório (vasos comunicantes). • Uma das formas mais simples de indicação de nível. • É frágil, por ser construído devidro; Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 59 • Pode-se usar armaduras e proteção metálicas, para aumentar a resistência mecânica do visor; • Pode-se usar paredes mais grossas ou materiais transparentes mais resistentes, como fibra de vidro e plásticos. • Pode ser em invólucro especial que suporte altas pressões e ação de ácidos. Visor (gauge) com Vidro Tubular • Fabricados com tubos de vidro reto, com paredes de espessura adequada a cada aplicação. • Comprimento e diâmetro do tubo dependem das condições a que estará́ submetido o visor. • Sistema dotado com hastes protetoras metálicas, ou com tubos ou chapas plásticas colocadas em torno do tubo de vidro para proteção contra eventuais choques externos. • Não se recomenda o uso com líquidos tóxicos, inflamáveis ou corrosivos, visto que a fragilidade destes instrumentos aumenta a probabilidade de perda de produto contido no equipamento. Visor (gauge) com Vidro Plano • Substituíram, ao longo dos anos, quase a totalidade dos visares tubulares. • Esse fato decorre da inerente falta de segurança apresentada pelos visares tubulares em aplicações com pressões elevadas. • Atualmente, os visores planos representam cerca de 90% das aplicações de visores de nível em plantas industriais. • São compostos de um ou vários módulos onde se fixam barras planas de vidro (as seções dos visores). • Estes módulos são conhecidos como seções dos visores (visor multiseção). Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 60 Visor com vidro plano 3.1.3 Boia / Flutuador • Baseia-se nas mudanças de altura de um flutuador colocado na superfície de um líquido. • Sistema de medição direta de nível; extremamente simples, usado em tanque aberto para a atmosfera; • Requer manutenção frequente; • A boia move de acordo com a superfície da água, indicando assim, o nível. • Os movimentos do flutuador podem ser convertidos por intermédio de um dispositivo mecânico para operar: *uma chave de ligação *válvulas *polias e cabos *transmissores pneumáticos ou elétricos • Alternativa de baixo custo; • Apropriado para fluidos com baixa acidez (geralmente a boia é confeccionada em material plástico). • Adequado a tanques sob pressão ou à vácuo; • Pode medir o nível da interface entre dois fluidos (emprego de flutuador com lastro); • Medição com boia pode ser tanto contínua, gerando uma resposta exponencial (um sinal analógico ao variar a resistência da haste que segura o flutuador), quanto discreta, simplesmente detectando um limiar, como em uma caixa d’água (sinal elétrico de uma chave de nível). Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 61 Medidor com flutuador interno Dispositivo esférico interno ao tanque. O movimento vertical é convertido, por alavanca, em rotação para um indicador externo. A rotação da alavanca produz um indicação direta ou aciona um contato magnético. Medidor com flutuador externo O flutuador é colocado em uma câmara externa ao tanque. Menos afetado pelas oscilações do liquido do tanque ou de sua vaporização. Especialmente indicado quando a instalação interna ao tanque for problemática. (a)Flutuador interno (b) Flutuador externo (c) Flutuador livre (d) boia Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 62 3.1.4 Eletrodos de contato Particularmente aplicável à fluidos condutivos, não corrosivos e livres de partícula em suspensão; A sonda de medição é formada por eletrodos (ou apenas um, se a parede do recipiente for metálica). A corrente elétrica circulante é proporcional à parcela de eletrodo imersa no fluido: Algumas vantagens: • Baixo custo • Flexível; • Faixa de nível ilimitada; Desvantagens: • Não pode ser aplicado em líquidos não-condutivos, viscosos ou que formem partículas em torno dos eletrodos. 3.1.5 Sensor de contato Aplicado basicamente para o controle de nível máximo e mínimo ou quando o nível atinge certos pontos desejados como por exemplo em sistemas de alarme e segurança de nível alto ou baixo. ; R vi = ; A LR T j = + + + + + + + + + + + + + + Fonte c.a. + - Eletrodos Fluido condutor Reservatório não metálico sendo: i = corrente; v = tensão; LT = comprimento do condutor j = condutividade elétrica; A = seção transversal do condutor. Eletrodos Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 63 Aplicações: Água potável, industriais, destiladas desmineralizada Bebidas em geral como cerveja, whisky, vinho, sucos, caldo de cana, álcool, vinagre, glicerina, benzina, soda cáustica (30%). Interfaces (água e óleo, água e gasolina) 3.1.6 Unidade grade • Mecanismo de transmissão de momento de torção; • Consiste em anéis metálicos, ligados por hastes, formando um dispositivo cilíndrico vertical; as forças são transmitidas através de um tubo torque a um relé pneumático que transmite a medida a um instrumento de leitura ou controlador; • Quando a grade se encontra expandida (nível baixo), o peso é máximo. Conforme o nível aumenta, os anéis metálicos passam a repousar no sólido, diminuindo a força peso e o momento de torção diminui proporcionalmente à elevação do nível de sólidos; • Indicado para nível de sólido-granular em silos e unidades de cozimento (temperaturas de 960ºC e pressão de 130 atm). 3.2 MÉTODOS DE MEDIDA INDIRETA 3.2.1 Capacitância • Capacitância: propriedade elétrica existente entre 2 superfícies condutoras, separadas por uma distância, em um meio dielétrico; • Mede as capacidades do capacitor formado pelo eletrodo submergido no líquido em relação as paredes do tanque. A capacidade do conjunto depende do nível do líquido; • À medida que o nível do tanque for aumentando, o valor da capacitância aumenta progressivamente. • A capacitância é convertida por um circuito eletrônico numa corrente elétrica sendo este sinal indicado em um medidor. Grade de atuação F Braço de alavanca F Tubo torque F Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 64 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 65 3.2.2 Medição por empuxo • Baseia-se no princípio de Arquimedes: “Todo o corpo mergulhado em um fluido sofre a ação de uma força vertical dirigida de baixo para cima igual ao peso do volume do fluído deslocado.” • É constituído de um elemento flutuador que, com a variação do nível, o empuxo que o líquido exerce sobre o flutuador é transformado em um movimento rotativo que é detectado pelo transmissor que envia um sinal proporcional ao nível de fluido no tanque. • O medidor deve ter um dispositivo de ajuste para densidade do líquido cujo nível estamos medindo, pois o empuxo varia com a densidade. • O sistema de medição de nível por deslocador se resume na detecção e medição de um peso que varia com o nível. • Consiste na medição da variação do peso de uma massa conhecida parcialmente submersa no líquido cujo nível deve ser medido; • O empuxo, que fará diminuir o peso da massa, é proporcional ao volume submerso. Princípio de funcionamento: Variação do Peso Aparente (P ap) Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 66 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 67 3.2.3 Medição por pressão hidrostática • Para medir o nível do fluido, utiliza-se um sensor de pressão diferencial e determina-se a pressão hidrostática do mesmo. • A pressão hidrostática, resultante da coluna do liquido, é diretamente proporcional ao valor dessacoluna de liquido. • A pressão em um ponto do liquido é proporcional ao nível acima desse ponto de referência. 3.2.3.1 Medição hidrostática – Célula d/p Cell - tanque aberto Medida da pressão no fundo do recipiente, proporcional à altura (h) do líquido: r: densidade do liquido (massa / volume) g: aceleração da gravidade • Instrumento detector: célula do tipo d/p – Mede a pressão exercida por um líquido, utilizando um sistema transmissor de células de pressão diferencial (transmissão de sinal pneumático ou eletrônico a um indicador distante). • A pressão hidrostática exerce uma força contra um diafragma de aço da câmara de alta pressão (H), sendo este equilibrado contra a pressão atmosférica da câmara de baixa pressão (L). • Este procedimento é apropriado a tanques abertos ou mesmo fechados, porém com respiradouros, tampas contendo ventanas, tanques não pressurizados. ghP r= Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 68 3.2.3.2 Medição hidrostática – pressão diferencial – tanque fechado • Tanque selado – fluidos armazenados sob pressão. • O nível é obtido pela pressão diferencial entre as partes superior e inferior do tanque. • O nível será relacionado à diferença de pressão, DP = P2 – P1: h= DP / r.g Pressão diferencial (para tanques selados) Transmissor de pressão diferencial com selos diafragmas acoplados Vantagens: • Se o sensor de pressão diferencial for elétrico ou eletrônico, o sinal pode ser transmitido, pneumática ou eletronicamente, para indicação, registro ou controle remotos; • Disponíveis grandes variedades de materiais de cápsulas, para uso em aplicações corrosivas. Desvantagens: • Nível é determinado indiretamente a partir da medição da pressão. • Variações na densidade causam erros na medição → Independentemente da altura da coluna de líquido, se o fluido é trocado, o sensor precisa ser ajustado ao novo fluido, ou seja, à nova densidade.; Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 69 • Não pode ser usado com liquido volátil e que requer selagem. → Isto decorre do fato do liquido volatilizar, ocupar todo o espaço do recipiente e tornar a pressão interna uniforme. 3.2.3.3 Medição hidrostática – Caixa de Diafragma • Variante da medição por pressão hidrostática, porém de custo reduzido; • Sistema composto por uma simples caixa diafragma imersa até o fundo do tanque; • Existem dois tipos comuns de caixas de diafragma: aberto e fechado. A caixa de diafragma aberta é imersa no fluido dentro do vaso. A caixa de diafragma fechada é montada externamente a partir do vaso e é conectada por uma pequena tubulação. Vantagem Onde for necessário evitar o contato com líquido e diafragma, a caixa pode ser instalada em um poço fora do tanque conectado através de uma tubulação auxiliar. A tubulação e o poço são preenchidos com um líquido inerte. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 70 Desvantagem A principal desvantagem é que a caixa não é suficiente para atender às perdas da linha, bem como para uma indicação satisfatória. Portanto, os intervalos são bastante limitados. 3.2.3.3 Medição hidrostática – Medição por tubo em U • Variante de mais baixo custo do sistema de medição por pressão hidrostática; • Um tubo em U é conectado à base do reservatório não pressurizado; • Ao invés de uma escala de pressão, pode- se ter uma escala de nível apropriada que permita a leitura direta desta variável. • O sistema consiste em um simples tubo em U contendo mercúrio, instalado no fundo de um reservatório não pressurizado ou aberto, e considerando que o reservatório venha sempre a conter o mesmo tipo de liquido, isto quer dizer que será́ sempre o mesmo peso específico. • Em vez da escala de pressão, pode ser registrada no tubo uma escala que permita a leitura do nível do líquido diretamente neste. 3.2.3.4 Medição hidrostática – Medição por Borbulhamento • Outra variante da medição por pressão hidrostática; • Detecta nível de quaisquer líquidos, inclusive viscosos e corrosivos; • Um suprimento de ar ou gás a uma pressão ligeiramente superior à máxima exercida pelo líquido; • A vazão é ajustada por uma válvula agulha até que se observe a formação de bolhas e a pressão correspondente devido ao peso da coluna de líquido é medida em um manômetro. Princípio de Funcionamento: • Injeta-se ar ou gás inerte (nitrogênio) através de tubo de vidro; • Aumenta-se lenta e continuamente a pressão de suprimento do gás, até que se comece a borbulhar o gás . • No momento limite que começa o Borbulhamento, a pressão diferencial torna-se estável e o valor desta é exatamente igual à pressão exercida pela coluna de líquido. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 71 Vantagens: • Pode medir nível de fluidos sujos e corrosivos; • Temperatura do processo é limitada apenas pelo material do vidro. Desvantagens: • Dificuldade de medição de nível em tanque fechado pressurizado; • Sistema é frágil e exige muito cuidado de manuseio. 3.2.4 Medição de Nivel por Radiação • Adequado para líquidos e sólidos; • São completamente isentos de contato com os produtos que estão sendo medidos; • Processo caro e adequado somente quando outro método não é aplicável (materiais de manuseio extremamente difícil, corrosivos, abrasivos, muito quentes, sob pressões elevadas ou de alta viscosidade); Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 72 Princípio de funcionamento: uma fonte de radiação gama é instalada na parte externa do reservatório e um detector desta radiação é instalado no outro lado do recipiente. A diferença entre a quantidade emitida e recebida foi absorvida pelo produto, o que é função do nível deste produto. Chave de nível por radiação: usado para determinar o nível em vasos em um determinado ponto. Esses medidores são ideais para medição de nível em mineração e outras aplicações severas, em que outras técnicas não oferecem a confiabilidade necessária. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 73 3.2.5 Medição de Nivel por Ultrasom • Sensor por Som ou Ultrassom – Propagação de Ondas Mecânicas • Permite a utilização com fluidos e sólidos. Princípio de Funcionamento: • Sistema de detecção de nível sônico (9500 Hz) e ultrassônico operam pela absorção da energia acústica, quando ela se propaga da fonte para o receptor ou pela atenuação (mudança de frequência) de um dispositivo vibrante, oscilando em 35 a 40 kHz; • O transmissor de nível ultrassônico opera gerando um pulso e medindo o tempo que o eco leva para voltar. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 74 Montagem do Transmissor • Topo do tanque: Tempo de propagação é uma indicação do espaço vazio acima do nível do líquido no tanque; • Fundo do tanque: Tempo de propagação reflete a altura de líquido no tanque e a velocidade do pulso é função deste líquido. 3.2.6 Sensor por Radar – Propagação de Ondas Eletromagnéticas - Microondas • Similar ao sistema por ultrassom, porém, com ondas eletromagnéticas • Tanto os sinais de radar como as microondas viajam à velocidade da luz, mas distinguem-se pelas suas frequências (a freqüência de rádio FM é de 88 a 108 MHz, enquanto as microondas variam de 1 a 300 GHz) e por seus níveis de potência (o radar é de cerca de 0,01 mW). / cm2, enquanto as microondas variam de 0,1-5 mW / cm2). Como as microondas operam em um nível de energia mais alto, elas podem suportar mais revestimento do que os sensores do tipo radar. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 75 • Montado no topo do vaso e dirigido para baixo. • É instalado perpendicularà superfície do líquido. → Sinal refletido da fonte retorna diretamente para o sensor. Princípio de Funcionamento: • Sistemas usam ondas eletromagnéticas, tipicamente, microondas na faixa de 10 GHz (banda X). Geralmente, a medição é contínua e se aplica a nível de líquido. • As emissões são de baixa potência, tipicamente menores que 0,015 mW/cm2 pois as aplicações industriais requerem geralmente faixas menores que 30 m, que é uma distância pequena para a técnica de radar. OBS: Nesta faixa de energia, não há problema de saúde, segurança, licença ou considerações de contaminação. Os dispositivos envolvidos são transistores e diodos para gerar e detectar as microondas. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 76 O radar de ondas guiadas usa um guia de ondas para conduzir energia de microondas para e da superfície do fluido. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 77 3.2.7 Medição por Pesagem (balança) • Método relativamente simples de medição de líquidos e sólidos; • Frequentemente utilizada em sistemas em que se deseja conhecer o nível alto e nível baixo. • O recipiente é instalado em uma célula de carga (balança) e o nível será função de seu peso, volume e densidade; • A densidade da substância deve variar o mínimo possível; Princípio de Funcionamento: • O volume do material é estimado por meio da mensuração da massa. • Sabendo-se que a densidade é uma relação de proporcionalidade entre massa e volume e sabendo-se as dimensões do reservatório ou recipiente, temos o nível deste. OBS: • Se mensuramos sólidos, consideramos a densidade média do material em função do tamanho das partículas (granulometria) à Existe espaço vazio entre elas. • Se mensuramos líquidos homogêneos, a densidade é constante. • Se mensuramos líquidos heterogêneos, consideremos a densidade média do fluido. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 78 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 79 3.2.8 Pás Rotativas – Chaves de Nível para Sólidos Princípio de Funcionamento: • Instrumento eletromecânico que mensura o nível de materiais sólidos, como granulados, carvão, cavaco de madeira, areia de fundição e brita, entre outros. • Evita o transbordamento de silos (alarme de nível alto), mantendo o nível em um ponto predeterminado, além de indicar entupimento de dutos pneumáticos. • O motor, localizado no interior do invólucro, movimenta o rotor, o responsável por detectar o produto. • Quando o material entra em contato com as pás, impedindo-as de girar, o motor gira acionando dois contatos elétricos. Um deles é utilizado no circuito de alarme e outro desliga o motor, evitando seu funcionamento com as pás travadas. • Dispõe de modelos para altas temperaturas (até 399°C). • Pode ser instalado através de conexão rosca ou flange. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 80 4. TEMPERATURA TERMOMETRIA: Medição de Temperatura. Dentro da termometria, definem-se: • PIROMETRIA - Medição de altas temperaturas, na faixa onde os efeitos de radiação térmica passam a se manifestar. • CRIOMETRIA - Medição de baixas temperaturas, ou seja, aquelas próximas ao zero absoluto de temperatura. • Símbolos: TI, TR, TSL, TSH, TIC, TIA 4.1 Conceitos Calor é a energia transferida entre dois ou mais sistemas devido a uma diferença de temperatura entre eles. Fenômeno é toda e qualquer transformação que ocorre com a matéria; Pode ser classificado em físico ou químico. Fenômeno químico é todo aquele que ocorre com a formação de novas substâncias. Um fenômeno químico, como a combustão, transforma uma substância em outra, com diferentes propriedades químicas. Exemplo: após a combustão de um fósforo, a composição da cinza e da fumaça é totalmente diferente do palito inicialmente presente. O fenômeno químico altera a natureza da matéria. Fenômenos físicos causam transformações da matéria sem ocorrer alteração de sua composição química. É todo fenômeno que ocorre sem que haja a formação de novas substâncias. Exemplo: mudanças de estado físico da matéria. A água pode se encontrar no estado sólido, líquido ou gasoso, mas sua molécula H2O continua a mesma, ou seja, o fenômeno físico altera apenas a forma da matéria. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 81 4.2 Modos de Transferência da Energia Térmica Condução: é o processo pelo qual o calor se transmite ao longo de um meio material, como efeito da transmissão de vibração entre as moléculas. As moléculas mais energéticas (maior temperatura) transmitem energia para as menos energéticas ( menor temperatura ) . Convecção: ocorre no interior de fluidos (líquidos e gases) como consequência da diferença de densidades entre diferentes partes do fluido. Por exemplo, consideremos o caso ilustrado na figura 3 em que um recipiente contendo água é colocado sobre uma chama. Pelo aquecimento, a parte inferior da água se dilata e fica com densidade menor que a parte superior. Com isso, ocorre uma corrente ascendente e outra descendente. Essas correntes são chamadas de correntes de convecção. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 82 Radiação: Todos os corpos emitem ondas eletromagnéticas cuja intensidade aumenta com a temperatura. Diferentemente da condução e da convecção, a radiação não precisa de meio para ocorrer, pois a energia térmica neste processo é transferida por ondas eletromagnéticas, que são capazes de propagar-se no vácuo. 4.3 Escalas de Temperatura Fahrenheit: escala termométrica de símbolo F, no qual 32° F é o ponto de congelamento da água e 212° F é o ponto de ebulição da água. Celsius: escala de temperatura, símbolo C, no qual 0° C é o ponto de congelamento da água e 100° C é o ponto de ebulição da água. Na escala termométrica, o intervalo entre o ponto de ebulição e o ponto de congelamento da água é dividido em 100 intervalos, denominados graus. Kelvin: escala de temperatura absoluta ou escala termodinâmica, cujo símbolo é K, no qual o ponto triplo da água tem o valor de 273,16 K. Rankine: é uma escala de temperatura assim chamada em homenagem ao engenheiro e físico escocês William John Macquorn Rankine, que a propôs em 1859. Ver a equação Rankine-Hugoniot. Como a escala kelvin, o 0R (Rankine) é o zero absoluto, mas as variações em graus Fahrenheit são utilizadas. Assim, a variação de um grau R equivale a variação de um grau F. Convertendo-se, por exemplo, 0R vale -459,67 °F IMPORTANTE: Escalas relativas são aquelas em que o zero é arbitrário, ie, escolhido segundo algum critério de referência (por exemplo, 0° C é o ponto de liquefação da água). Já as escalas absolutas são aquelas em que o zero é o limite inferior de temperatura, que é impossível de ultrapassar. O zero absoluto em que cessam os movimentos da matéria. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 83 4.3.1 Conversão entre escalas TR = 459,67 + TF TF = 1,8 x TK Onde: TC – temperatura Celsius TF – temperatura Fahrenheit TK – temperatura Kelvin TR – temperatura Rankine 4.4 Partes do transdutor Sensor: elemento primário do transdutor, que percebe a variação da temperatura. Bulbo: Proteção do elemento sensor ou do fluído. Poço: Poços termométricos são usados para a proteção de sensores de temperatura e seus bulbos, tais como termopares, termistores e termômetros bimetálicos contra danos por pressão excessiva, velocidade do material e corrosão. Eles também aumentam a longevidade do sensor, permitem a substituição do sensor sem drenar o sistema e reduzem a probabilidade de contaminação. Poço ou Engenharia de Produção– AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 84 Poço 4.5 Classificação por Princípio de Funcionamento a. Dilatação Térmica: • Sistema de volume: Termômetros de líquidos; • Sistema a pressão: Enchimento termal; • Dilatação linear: Bimetálicos. b. Fenômenos Elétricos: • Termopares; • Termômetros de resistência (RTD). c. Fenômenos Ópticos: • Termômetro Ópticos: Pirômetros. 4.6 TERMÔMETRO A DILATAÇÃO DE LÍQUIDO Princípio de funcionamento: lei da expansão volumétrica Tipos (conforme sua construção): • termômetro de vidro transparente • termômetro metálico T = Temperatura do líquido em OC V0 = Volume do líquido à temperatura de referência to Vt = Volume do líquido à temperatura t b= Coeficiente de expansão do líquido oC-1 Dt = t – t0 Vt = V0.( 1 + b.DT) Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 85 4.6.1 Termômetros de dilatação de líquido em recipiente de vidro • Constituído de um reservatório, ligado a um capilar. O reservatório e parte do capilar são preenchidos por um líquido. O calor faz com que o líquido se dilate e penetre no capilar, cuja altura é calibrada em escala de temperatura. • A medição de temperatura se faz pela leitura da escala no ponto em que se tem o topo da coluna líquida. • Uso mais comum: laboratórios e indústrias, sendo o bulbo de vidro protegido por um poço metálico e o tubo capilar por um invólucro metálico. • Líquidos mais comuns: Mercúrio, Tolueno, Álcool. LÍQUIDO PONTO DE SOLIDIFICAÇÃO(oC) PONTO DE EBULIÇÃO(oC) FAIXA DE USO(oC) Mercúrio -39 +357 -38 à 550 Álcool Etílico -115 +78 -100 à 70 Tolueno -92 +110 -80 à 100 Obs: No termômetro de mercúrio, pode-se elevar o limite máximo até 550OC injetando-se gás inerte sob pressão, evitando a vaporização do mercúrio. Vantagens: baixo custo; simples manuseio; variação volume é diretamente proporcional à variação de T; escala de temperatura é linear; bulbos pequenos; faixa estreita; alta precisão. Desvantagens: frágeis; impossível registrar a medição ou transmiti-la à distância; pode haver efeito da temperatura ambiente ao longo do capilar; resposta lenta, (não devem ser usados para regulação, somente para indicação). Câmara de expansão Capilar Bulbo Proteção metálica Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 86 4.6.2 Termômetro de dilatação de líquido em recipiente metálico. O líquido preenche todo o recipiente e sob o efeito de um aumento de temperatura se dilata, deformando um elemento extensível (sensor volumétrico). materiais mais usados: bronze fosforoso, cobre - berílio , aço inox e aço carbono. Aplicação na indústria: em geral para indicação e registro; • alta precisão (mais preciso dos sistemas mecânicos). • tempo de resposta é relativamente grande. • escala de temperatura é linear Características dos elementos básicos a.Bulbo • dimensões variam de acordo com o tipo de líquido e principalmente com a sensibilidade desejada. • Líquidos mais utilizados: mercúrio, xileno, tolueno, éter etílico. O mercúrio é preferido, apesar da dificuldade de manuseio, mas tem ampla faixa de utilização e baixo coeficiente de atrito. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 87 b.Capilar • dimensões variáveis, sendo o diâmetro interno o menor possível, a fim de evitar a influencia da temperatura ambiente, porém não deve oferecer resistência a passagem do líquido em expansão. c.Elemento de Medição Tubo de Bourdon: funciona como um amplificador mecânico; Tipo C Tipo Espiral Tipo Helicoidal 4.7 Termômetro à Dilatação de Gás Princípio de funcionamento • Fisicamente idêntico ao termômetro de dilatação de líquido: consta de um bulbo, elemento de medição e capilar de ligação entre estes dois elementos. • volume do conjunto é constante e preenchido com um gás a alta pressão. Variando-se a temperatura, varia-se a pressão, conforme a lei dos gases ideais. O elemento de medição opera como medidor de pressão (Lei de Charles): P1 = P2 = cte T1 T2 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 88 Características • gás mais utilizado: N2 (por ser inerte). Sua faixa de medição vai de -100 a 600 oC. Utilizam-se também o He, H2 e o CO2. • Resposta mais rápida entre todos os sistemas mecânicos. • escala de temperatura é linear 4.8 Termômetro à Dilatação de Vapor Princípio de funcionamento Assim como o de dilatação de gás, construção bastante semelhante ao de dilatação de líquidos, baseando o seu funcionamento na Lei de Dalton: “A pressão de vapor saturado depende somente de sua temperatura e não de seu volume” para qualquer variação de temperatura haverá uma variação na pressão de vapor do gás liquefeito colocado no bulbo do termômetro e, em consequência disto, uma variação na pressão dentro do capilar. P1 e P2: pressões relativas às temperaturas T1 e T2: temperaturas absolutas He: calor latente de evaporação do liquido em questão líquidos mais empregados: Cloreto de Metila;Butano; Éter Etílico; Tolueno; Dióxido de enxofre;Propano vantagens: baixo custo e resposta rápida; desvantagem: a escala de temperatura não é linear Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 89 4.9 Termômetro à Dilatação de Sólidos (Termômetros Bimetálicos) Princípio de funcionamento: fenômeno da dilatação linear dos metais com a temperatura Características de construção • consiste em duas lâminas de metais com coeficientes de dilatação diferentes sobrepostas, formando uma só peça. Variando-se a temperatura do conjunto, observa-se um encurvamento que é proporcional a temperatura. • Forma mais utilizada: de lâmina helicoidal que consiste em um tubo bom condutor de calor, no interior do qual é fixado um eixo que por sua vez recebe um ponteiro que se desloca sobre uma escala. • A faixa de trabalho dos termômetros bimetálicos vai aproximadamente de - 50 a 800 oC, sendo sua escala bastante linear. Possui exatidão na ordem de +/- 1%. • Na prática a lâmina bimetálica é enrolada em forma de espiral ou hélice, o que aumenta bastante a sensibilidade. o 64% Fe + 36% Ni (INVAR) – Baixo coeficiente de dilatação o Latão – Alto coeficiente de dilatação T = temperatura do metal em OC L0 = comprimento do metal à temperatura de referência to Lt = comprimento do metal à temperatura t a = Coeficiente de expansão do líquido oC-1 Dt = t – t0 Lt = L0. ( 1 + a.Dt) Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 90 Vantagens: • Baixo custo, simplicidade de funcionamento e fácil leitura; • Facilidade de instalação e manutenção; • Disponíveis com muitas faixas de medição e incertezas variadas; • Não necessita de energia auxiliar (baterias, etc); • Mecanicamente robusto, adequado p/ instalações industriais; • Hastes podem ter grande tamanho e alcançam pontos de difícil acesso. Desvantagens: • Baixa precisão; • Não linearidade de indicação e presença de grande histerese; Presença de peças móveis que se desgastam; • Facilidade de perder calibração. • Confinamento ao local de medição, precisa ficar no local. • Não adaptável para transmissão, registro ou controle automático; HÉLICE Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 91 4.10 TERMÔMETRO DE RESISTÊNCIA (Resistência Termo Detectora – RTD) Princípio de funcionamento: baseiam-se no princípio de variação da resistência em função da temperatura e na lei de Ohm. Quando se conhece a característica temperatura x resistência e se quer a medição da temperatura, basta medir a resistência elétrica. Características: • Linearidade entre variação da resistência termal e temperatura;• Estabilidade termal; • Ductilidade (propriedade de ser transformado em fio fino); • Disponibilidade comercial. • Precisão: ± 0,15 oC R1 = resistência do fio a temperatura t1 R2 = resistência do fio a temperatura t2 a = coeficiente de temperatura Dt = t2 – t1 R2 = R1 ( 1 + a.Dt) I = V/R - Lei de Ohm Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 92 Materiais Mais Utilizados: • Cobre • Platina: • Usada para medição de faixas entre 0 e 650 °C; • A característica resistência x temperatura é linear nesta faixa e apresenta grande coeficiente de temperatura; • Os sensores PT100 (os mais utilizados industrialmente) tem resistência de 100 W à 0 °C e de aproximadamente 139 W à 100 °C. • Níquel: • É o segundo metal mais utilizado para a medição de temperatura; • É também encontrado em forma quase pura, entre 0 °C a 100 °C apresenta um grande coeficiente termal; • A sua curva resistência x temperatura é não linear para temperaturas maiores que 200 °C. Características de construção Utilização de um circuito sujeito a uma f.e.m. constante, em que a corrente medida é inversamente proporcional à variação da resistência (ou a variação da temperatura). Usualmente, a resistência é ligada em um circuito ponte de Wheatstone, que permite avaliar a variação de temperatura por variação de tensão (grandeza mais facilmente medida) entre dois pontos do circuito. Na ponte de Wheatstone, uma das resistências empregadas é variável de modo a permitir a calibração do circuito (ajuste do zero). A relação entre as resistências é: R4.R2 = R1.R3. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 93 Vantagens • Altíssima precisão; • Apropriada para medição de temperatura média enquanto o termopar é adequado para medição de temperaturas em um ponto; • Capaz de medir largura de faixa estreita (de até 5 °C); • Mantém-se estável, precisa e calibrada durante muitos anos. Desvantagens: • Alto custo; • Tempo de resposta maior; • Auto-aquecimento da resistência. RTD mais utilizado industrialmente: PT-100 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 94 Exemplo de aplicação prática: Trocador de calor Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 95 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 96 4.11 Sensor Elétrico por Termopares • consiste de dois condutores metálicos de mesma natureza ou de natureza distinta (figura a). • os condutores são soldados em um extremo ao qual se dá o nome de junta quente ou junta de medição (junta quente). • a outra extremidade dos condutores é levada ao instrumento de medição de f.e.m. (força eletromotriz), onde a diferença de potencial é medida (junta fria); (a) (b) Princípios de funcionamento (efeitos Seebeck, Peltier e Thomson): i) o potencial é proporcional à diferença de temperatura entre as junções ii) o potencial depende da combinação de materiais diferentes; iii) o potencial depende da homogeneidade do material. Decorre que: a f.e.m. (potencial) medida depende única e exclusivamente da composição química dos metais e das temperaturas existentes nas junções, sendo independente de temperaturas intermediárias, diâmetro ou comprimento dos fios (figura b). Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 97 Características gerais • o material deve ser selecionado de modo a resistir à corrosão no meio e na faixa de temperatura utilizada; • deve ser resistente à variação das características que afetam sua calibração; • sensibilidade e tempo de resposta dependem da liga utilizada; • deve-se instalá-lo em um ponto de temperatura média, pois o termopar mede a temperatura no ponto; • Nunca montar o fio de extensão próximo a uma fonte eletromotriz, para evitar interferência na leitura; • Por gerarem baixa força eletromotriz, são empregados em temperaturas acima de 150ºC. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 98 Tipos de termopares comumente empregados Termopares Par Cód ISA fem/ºC observações Método de identificação + - Ferro Constantan1 J 2º Uso geral porém fraco para oxidação Ferro e mais duro e magnético Cromel2 Alumel3 K 3º Fraco para ambiente redutor Alumel e ligeiramente magnético Cobre Constantan T Maior Para t < 25º C anti oxidante Pelas cores Platina Plat+Rhódio S Menor 630ºC<t<1400ºC fraco para ambiente redutor 1. liga de cobre (50%) e níquel (40%) 2. liga de cromo (10%) e níquel (90%) 3. liga de níquel (94%) manganês (3%) alumínio (2%) sílica (1%) Vantagens: • Baixo tempo de atraso e grandes distâncias de transmissão; • Flexibilidade para alterar as faixas de medição; • Facilidade para reposição do elemento sensor, quando danificado; • Maior exatidão que o enchimento termal. Desvantagens: • Característica temperatura x militensão não é linear totalmente; • Sinal de militensão pode captar ruídos na linha de transmissão; • Junta de medição pode se deteriorar, oxidar e envelhecer com o tempo; • Custo mais elevado em comparação aos mecânicos. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 99 4.12 Termômetros de radiação total - Pirômetros A radiação é coletada por um arranjo óptico fixo e dirigida a um detector que pode ser um termoresistor, um termopar, termistor, fototransistor, etc..., gerando um sinal de saída correspondente à variação de temperatura. Precisão: ± 1,0% VFE. Princípio de Funcionamento: • Qualquer objeto emite radiação térmica em temperaturas superiores ao zero absoluto e a radiação emitida é função da temperatura. • A energia radiada é proporcional a emissividade a dada temperatura e comprimento de onda que para obter um valor preciso e coerente de temperatura para uma superfície o operador precisa conhecer a emissividade do material que ele está medindo. • O equipamento é construído com uma lente que focaliza essa radiação emitida em um sensor, que é sensível a luminosidade, e gera uma tensão elétrica que é proporcional a radiação focalizada. • É vantajoso pois independe da capacidade de interpretação de cores do operador e pode ser utilizado para diversas aplicações através da implementação de filtros permissivos para apenas a faixa do espectro eletromagnético desejada. O termômetro ou pirômetro óptico: • é um instrumento com o qual a luminosidade desconhecida de um objeto é medida comparando-a com a luminosidade conhecida de uma fonte padrão. • A comparação do brilho entre a fonte a ser medida e o filamento da lâmpada é feita por um observador, o que faz com que essa medida dependa, portanto, da sensibilidade do olho humano às diferenças no brilho entre duas fontes da mesma cor.
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