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Redação para web aula 6

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REDAÇÃO PARA WEB 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alexsandro Ribeiro 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Olá, aluno(a)! Nesta aula, vamos analisar a redação de chamadas 
quanto à formatação de títulos para atrair o leitor para o conteúdo, diferenciar e 
comparar o texto na web na publicação das mais variadas redes sociais e 
demonstrar os recursos da atualidade na produção da reportagem multimídia e 
como isso se insere na linguagem. Iremos também entender a importância de 
mapear a audiência e, ao final, conhecer como inserir publicidade no meio 
digital. 
CONTEXTUALIZANDO 
Você já deve ter percebido ao longo das aulas que o ciberjornalismo só 
tende a crescer e se desenvolver, uma vez que as inovações no meio digital 
não param. Qualquer conteúdo jornalístico, seja em papel ou on-line, requer 
linguagem correta, construção simples, concisa e clara e ágil, que capte o 
interesse do público-alvo. Jornalismo digital é acima de tudo jornalismo. 
Portanto, todos os parâmetros e critérios para garantir a qualidade de 
transmissão de conteúdo de notícias continuam sendo válidos no 
webjornalismo, mas com um sabor a mais de desafio e saindo da zona de 
conforto, ao pensar que o que foi aprendido aqui sofrerá mudanças e 
adaptações. 
Nesse sentido, para esta última aula, trouxemos mais temas que 
reforçam a ideia de que escrever para a web não é apenas publicar no suporte 
digital conteúdos de outros meios tradicionais ou até aplicar o famoso 
“CRTL+C e CTRL+V” de outros conteúdos pesquisados na web. Escrever para 
a web exige técnica, estar imerso nos parâmetros de imediatismo, multimídia, 
personalização da informação, interatividade e hipertextualidade. Com isso, 
você vai encontrar os seguintes temas nesta aula: 
• Redação de chamadas; 
• Publicação em redes sociais; 
• Produção de reportagem multimídia: complementação de linguagens; 
• Mapeamento da audiência; 
• Inserção de publicidade. 
 
 
 
3 
TEMA 1 – REDAÇÃO DE CHAMADAS 
Temos visto até aqui o quanto é importante pensar no novo leitor que 
temos atualmente na web. Ele é diferente daquele leitor que sentava no sofá e 
passava horas folheando o jornal. Hoje, com a notícia na palma da mão, ele 
quer consumir a informação rapidamente, muda de uma notícia para outra com 
muita frequência e, quando passa mais tempo em uma, é porque o assunto 
interessa e o texto, desde o título, prendeu sua atenção. 
Hoje, como nunca antes ocorreu, o título na web ganhou uma força 
e uma importância ainda maior e precisa ser bom para chamar a atenção 
e prender o leitor, que não tem mais paciência para consumir a 
informação. Vimos, em aulas anteriores, a pesquisa Eye Track, de Nielsen, na 
qual se fez uma análise do comportamento do leitor ao ler uma notícia na 
internet. A pesquisa revela que a área dominante de leitura está na parte 
superior esquerda da página inicial, normalmente dedicada à matéria principal 
ou ao título. 
Além do comportamento do leitor, você viu no último tema da aula 
passada, sobre SEO, que o título na web é um dos itens que mais influencia o 
posicionamento no Google, se não for o mais importante. É preciso ser 
estratégico e usar palavras-chaves no título e no lead. De preferência, que 
essas palavras-chaves sejam a busca que as pessoas fazem no Google. 
Portanto, levar em consideração o Google e o comportamento de leitura 
do internauta nos aponta o quanto é importante ter uma atenção maior na hora 
de fazer a redação de chamadas. Se um título segue todas as regras de 
SEO, mas não é atrativo, mesmo que bem posicionado, receberá poucos 
cliques. Para te ajudar a fazer título para a redação na web, eis algumas 
recomendações básicas: 
• Desperte a curiosidade do leitor: Seja criativo! Um bom título chamará 
a atenção do leitor para ler seu texto. Títulos assim terão grandes 
chances de serem lidos; 
• Tamanho do título: Menos é mais. Seja objetivo. O título ideal deve ser 
curto em torno de 64 palavras, embora alguns SEOs defendem que ele 
pode chegar até 70 palavras; 
• Uso de palavras-chave: Procure utilizar palavras-chaves no título e no 
lead, principalmente. Elas poderão se repetir ao longo do texto, mas é 
 
 
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imprescindível que apareça no início. No entanto, cuidado com os 
exageros. Se você achar que ficar repetindo palavras-chaves com muita 
frequência é uma estratégia, está enganado. Isso porque, além do seu 
texto não ficar agradável para o leitor, o Google interpreta isso como 
uma tentativa de manipulação, e o resultado é a punição de não mostrar 
sua página nos buscadores. Portanto, muita cautela e bom senso!; 
• À esquerda, sempre a palavra mais importante: Lembra-se da leitura 
em “F” que vimos na primeira aula? Então, ao formular seu título, tente, 
sempre que possível, levar a palavra-chave para o início; 
• Pesquisa de palavras-chave: Na hora de otimizar seu título, busque 
sempre a melhor forma de atingir a atenção das pessoas para encontrar 
facilmente as melhores palavras para seu negócio; 
• Voz passiva: Essa dica é bem polêmica. Escrever frases na voz passiva 
sempre foi condenado em qualquer meio de comunicação, mas, na web, 
alguns autores fazem essa indicação. Para Guilhermo Franco (p. 94), o 
ideal é “trocar a ordem dos elementos da frase de forma a começar com 
as palavras que, a seu juízo, tenham mais relevância e ‘gancho’”; 
• Dois-pontos: Os dois-pontos são outro recurso defendido por 
Guilhermo Franco (p. 99). Para ele, “os dois-pontos são um recurso 
válido para atrair ao lado esquerdo da frase os elementos mais 
informativos, as palavras portadoras de informação”; 
• Evite os artigos para iniciar os títulos: Para Franco (p. 103), artigos 
definidos e indefinidos (o, a, os, as, um, um, uns, uma, umas…) são 
considerados as “piores palavras para começar frases, em especial 
títulos”. Além disso, os artigos são as primeiras palavras descartáveis 
quando se precisa ajustar o tamanho das frases em campos limitados 
por caracteres; 
• Use verbos fortes nos títulos: Vimos que o ambiente digital causa 
dispersão, e o uso de verbos fortes passa a ser orientado para a leitura. 
Então, estimule a ação sempre que puder. Use verbos e expressões 
como “conheça”, “faça”, “consulte”. Substitua “tomar uma decisão” por 
“decidir”; em vez “fazer uma pesquisa” use “pesquisar”. 
Agora que você está a par de todas essas dicas, comece a perceber 
essas regras na prática, tanto em textos já publicados na web como naqueles 
que você irá escrever desde agora. A redação de chamadas é a “vitrine da 
 
 
5 
loja”: se ela for atraente, provavelmente atrairá o cliente para o interior da loja 
e, quem sabe, fazer a compra. O título sempre foi e sempre será a porta de 
entrada do conteúdo. 
TEMA 2 – PUBLICAÇÃO EM REDES SOCIAIS 
Antes de falar sobre publicação em redes sociais, é preciso passar por 
várias etapas, que passam por diagnóstico, mapeamento e planejamento. 
Então, antes de seguir para a ação, é preciso definir objetivos, traçar 
estratégias, identificar o que quer comunicar e para quem comunicar. 
Além disso, é importante também saber o que os concorrentes estão 
publicando e fazer um benchmarketing, que são as melhores práticas do que já 
foi publicado dentro do segmento de sua marca. 
Você pode achar que tudo isso é óbvio, mas é fato que grande parte das 
empresas publica nas redes sociais sem determinar uma estratégia de 
divulgação, sem conhecer a concorrência e seu público-alvo. Também é 
preciso saber que cada rede social tem a própria dinâmica, que exige tipos 
diferenciados de linguagem, de público-alvo, que impactam diretamente na 
frequência de publicação. Não precisa sair por aí publicando em todas as redes 
sociais; se avaliar que uma mídia é suficiente, invista tempo e planejamento 
nela. 
Uma dica é começar a observar o que empresas de destaque vêm 
fazendo nas diversas mídias sociais. Como elas se posicionam? Como elas 
se comunicam com seupúblico? Como elas utilizam as diversas redes 
sociais? A comunicação delas diferencia dependendo da mídia utilizada? 
A observação das melhores práticas de grandes empresas, assim como de 
empresas concorrentes, é um exercício que deve ser feito diariamente. 
Perceba que, nessas grandes empresas, eles não usam a mesma 
estratégia e o mesmo texto em todas as redes sociais. Há sim uma 
convergência entre elas, mas cada uma está focada na característica de cada 
mídia, que tem suas particularidades e públicos diferentes, que se engajam 
mais ou menos. 
Enfim, para publicar com êxito nas redes sociais, entre as dicas para 
otimizar as publicações: opte sempre por textos curtos; utilize com estratégia 
as hashtags (#), principalmente no Twitter e Instagram; no Facebook, utilize 
conteúdo variando as mídias utilizados (fotos, vídeos, enquetes, links que 
 
 
6 
levem para o site, imagens e infográficos); construa relacionamento, responda 
comentários, faça interação; identifique os que mais se engajam e procure 
entrar em contato com eles; marque eles nos posts; faça o mapeamento da 
audiência pelo menos uma vez por mês e promova eventos e ações seja online 
ou offline. 
Algo a se ressaltar é que os conteúdos nas redes sociais são originários 
de outros ambientes ou plataformas. Mesmo que nativos digitais ou 
aplicativos autóctones, os veículos jornalísticos, em sua grande maioria, 
ainda são ancorados em sites e portais. Ou seja, o foco da produção em 
reportagem ainda segue a lógica do jornalismo online visto em temas 
anteriores. Contudo, alguns jornais têm se empenhado em “surfar” na onda 
das redes sociais e usado o local para amplificar a leitura das suas matérias e 
sua imagem. Uma postura de sucesso é oferecer a informação nas redes 
sociais, e o restante no próprio site, construindo, portanto, uma narrativa que se 
assemelha a lógica da pirâmide deitada (Canavilhas, 2006) ou ainda à pirâmide 
de terceiro nível de uso (Franco, 2009). 
Um exemplo dessa postura que vem ganhando espaço nas redes é o 
uso dos stories como recurso de sequência de informação, o que amplifica a 
capacidade de informar com base na própria rede social digital. Dentro do 
Instagram, o jornal britânico The Guardian1 tem atuado com maestria ao criar 
elementos visuais ou audiovisuais para os planos sequências na rede. A 
publicação/matéria constrói uma narrativa horizontalizada, que promove 
interação por parte do internauta, desde o momento em que ele acelera e dá 
continuidade à história. Imagens, elementos visuais e animações são usados 
na parte central, mas os internautas podem ainda ampliar a leitura com base no 
texto de apoio, e seguir para a conta principal do jornal na rede encontrar o link 
externo. 
Algo que não é exclusivo do Instagram, mas que é massivo e 
compartilhado por todas as redes é o uso de hashtags e marcação de 
páginas e pessoas. Esses recursos criam ao menos duas dimensões nas 
publicações. A primeira é o efeito de tageamento ou de classificação. As tags 
permitam o agrupamento e filtragem dos assuntos por editorias ou palavras-
chave. Exemplo disso é a hashtag #CNNpelaVacina, publicado pela CNN 
 
1 Disponível em <https://www.instagram.com/p/CMSxeNPsn3a/>. Acesso em: 4 mar. 2022. 
 
 
7 
Brasil2 na sua conta no Facebook, que permite ao internauta seguir a hashtag e 
acompanhar tudo o que o jornal publicou sobre a vacina3. O segundo ponto é a 
intertextualidade e hiperlinkagem com outras páginas e assuntos. Mantendo o 
olho na CNN, outro recurso que dialoga com a navegação em dispositivos 
móveis e que pode ser usado pelos veículos é o uso de stories em plataforma 
própria. No exemplo da CNN, usa-se a mesma lógica da sequência 
horizontalizada do Instagram4. Cada imagem pode se consolidar em um bloco 
distinto de informação. Ou seja, a sequência é orientada pelo tema, e não 
necessariamente pela linha do assunto do texto. Com isso, amplifica-se a 
abrangência de assuntos. Esse é um recurso que pode ser usado em casos de 
suíte ou de retrospectiva de um caso. Cada slide é um capítulo da cobertura. O 
Google, gigante da internet, criou em 2020 o WebStories, plataforma para 
publicação de narrativas com base na mesma ideia já ancoradas nas redes 
sociais, mas sem a necessidade de estar nas redes sociais5. 
Para criar as stories, o internauta pode usar as ferramentas indicadas 
pela própria Google, com configurações para esse tipo de publicação, como a 
Newsroom AI6 e a MakeStories7. Uma vez finalizado o stories e publicado no 
servidor do Google, o internauta pode compartilhar nas redes sociais ou ainda 
incorporar em seu site. Outro recurso em sequência de narrativa é a Sequência 
ou Thread do Twitter, que permite vincular uma publicação às outras. Nesse 
caso, o jornal pode criar uma série de publicações em ordem. A Folha de 
S.Paulo tem usado o Thread como forma de criar uma newsletter no Twitter, 
fazendo um resgate de matérias publicadas sobre determinado tema8. Nesse 
caso, é o mesmo recurso que os sites têm feito ao mudar a capa do portal, 
agrupando todas as notícias publicadas sobre um mesmo tema, para criar o 
que alguns jornalistas chamam de “pauta de ir com tudo”, que agrupa assuntos 
correlatos sobre o tema do momento para angariar o máximo de visualização 
na rede. 
 
2 Disponível em: <https://www.facebook.com/cnnbrasil>. Acesso em: 4 mar. 2022. 
3 Disponível em: <https://www.facebook.com/hashtag/cnnpelavacina>. Acesso em: 4 mar. 
2022. 
4 Disponível em: <https://edition.cnn.com/ampstories/us/4-myths-and-4-fascinating-facts-about-
mlk>. Acesso em: 4 mar. 2022. 
5 Disponível em: <https://stories.google/intl/pt-BR_ALL/howitworks/>. Acesso em: 4 mar. 2022. 
6 Disponível em: <https://www.nws.ai/>. Acesso em: 4 mar. 2022. 
7 Disponível em: <https://makestories.io/>. Acesso em: 4 mar. 2022. 
8 Disponível em: <https://twitter.com/folha/status/1083862012730490881>. Acesso em: 4 mar. 
2022. 
 
 
8 
TEMA 3 – PRODUÇÃO DE REPORTAGEM MULTIMÍDIA: 
COMPLEMENTAÇÃO DE LINGUAGENS 
Quando falamos em produção de reportagem multimídia, vale lembrar o 
que dissemos nas aulas anteriores sobre o perfil do redator multifuncional. 
Nessa era de convergência, só se destaca o jornalista com perfil dinâmico e 
multitarefa: ele elabora a pauta, apura o texto, faz vídeos, áudios, fotos, 
infográficos. Enfim, ele precisa ter todas as características do jornalista dos 
outros meios e estar sempre atualizado nas mudanças do meio on-line. 
Para Palacios (2002), o ambiente on-line propicia a produção de uma 
reportagem com todos os suportes mediáticos tradicionais (jornal, rádio, 
televisão). Antes do fenômeno da internet, e como consequência da maneira 
de fazer jornalismo on-line, a produção jornalística e o seu profissional estavam 
imersos em limitações de espaço ou de tempo que restringiam a profundidade 
ou o uso de demais recursos de contextualização. Ou seja, os jornais 
impressos apresentam os limites de espaço, sendo que há uma lógica 
dos caracteres que sempre pressiona o jornalista a manter seu texto mais 
enxuto o possível. Na rádio e na TV, essa mesma lógica se aplica, mas em 
comparação ao tempo. Quando seguimos para a web, temos uma grande 
ruptura desse aspecto. Assim, conforme destaca Palacios (2002, p. 7), além de 
ultrapassar tais limites de tempo e de espaço, o jornalismo na web também 
apresenta uma potencialidade no que diz respeito ao cenário que é permitido 
com essa quebra de barreiras de espaço e com a somatória dos elementos 
multimidiáticos. 
Outro autor que explica esse fenômeno é Castilho (2005). Para ela, essa 
aposta na convergência das mídias explica o crescimento da web e a 
popularização de seu uso. Castilho (2005, p. 256) lembra como foi a evolução 
dos jornais on-line, que timidamente foram incorporando aos textos outros 
recursos. Inicialmente, eles eram puro texto. Depois, foram incorporando doses 
crescentes de multimídia como fotografias, sons e vídeo. Issoobrigou os 
jornalistas dos vários meios a trabalharem juntos em projetos que usavam a 
convergência. O resultado é que começou a surgir uma cultura multimídia. 
Vale aqui utilizar a metáfora dos rios para embasar a produção de 
reportagem multimídia: quando dois ou mais rios se juntam para formar um 
terceiro, esse é totalmente diferente. Isso é, quando há a convergência entre 
 
 
9 
veículos tradicionais como o jornal e a televisão, o resultado é totalmente 
diferente, sem semelhança alguma, de uma ou de outra mídia. É uma 
complementação de linguagens resultando em uma mídia totalmente nova e 
com um potencial de audiência que supera o convencional. 
É comum encontrar, hoje, sites jornalísticos que publicam pequenas 
matérias em vídeo. O portal de notícias G1, da Rede Globo, dedica uma seção 
inteira aos vídeos exibidos nos telejornais da emissora, além de apresentar 
alguns vídeos de arquivo de décadas passadas e transmitir, ao vivo, a 
programação da Globo News. A Band News também consegue transmissões 
com razoável qualidade, em internet banda larga. 
É uma evolução das mídias nunca vistas anteriormente. Isso sem contar 
que nem entramos no mérito quando o público faz o papel do jornalista, 
enviando fotos e vídeos, que são veiculadas na televisão e repercutidos nos 
portais de notícias. 
Saiba mais 
Confira o subtítulo Interação Hipermidiática no livro-base da disciplina 
para se aprofundar sobre as características do meio online e seus reflexos na 
produção multimídia. O texto está entre as páginas 128 e 131. BOZZA, G. 
Redação ciberjornalística: teoria e prática na comunicação digital. Curitiba: 
Intersaberes, 2018. 
TEMA 4 – MAPEAMENTO DE AUDIÊNCIA 
Quando você procura seu nome no Google para ver quais resultados 
aparecem, está fazendo um mapeamento de como seu nome está posicionado 
e faz uma avaliação de que links aparecem em primeiro lugar. Dificilmente será 
possível de remover qualquer deslize publicado na web que envolva seu nome. 
Portanto, cuidado com a maneira como você se expõe. Lembre-se também de 
que muitas pessoas que querem saber mais sobre você, principalmente no 
ambiente profissional, fazem esse tipo de busca. Você faz com frequência esse 
tipo de pesquisa? Sabe que resultados aparecem quando digita seu nome no 
Google? 
Com as marcas, acontece o mesmo. É preciso monitorar sempre como o 
nome da empresa aparece no Google e, em caso de links negativos, é 
necessário agir rápido, pois usando a metáfora da maçã: uma maçã podre 
 
 
10 
pode estragar o resto se não for removida a tempo. A percepção negativa é 
suficiente para lançar sua marca fora das mentes dos clientes. Pode ser 
um comentário em um blog, um tweet, uma atualização de status no Facebook 
ou qualquer coisa que possa prejudicar a reputação social on-line de sua 
empresa ou de seu cliente. 
Quer saber como controlar a reputação on-line de sua empresa ou 
marca? A busca simples não é suficiente. Você tem que experimentar 
diferentes palavras-chaves relacionadas e ser bem específico para não 
perder nenhuma informação. Há ferramentas gratuitas que podem ajudá-lo a 
fazer esse monitoramento, como o Google Alerts, o Social Mention, 
TweetDeck, Hootsuite, Radian, entre tantas outras. 
É preciso levantar os principais temas/assuntos das conversas 
monitoradas, perceber as tendências, antecipar as crises, entender as 
necessidades do público-alvo e estar atento às sugestões de melhorias de seu 
negócio ou cliente. Com essas informações, você observa e identifica as 
publicações mais populares e, de olho nas tendências e no gosto de seu 
público, pode repetir estratégias que deram certo e abolir aquelas que não 
tiveram interação e engajamento. 
No Facebook, por exemplo, use os recursos do Facebook Insight, 
uma poderosa ferramenta que lhe permite acompanhar o desempenho de 
cada um de seus posts. Com ele, você consegue interpretar dados, saber 
quais postagens tiveram o maior retorno do usuário e responder a inúmeras 
perguntas por meio de uma análise de dados detalhada sobre suas estratégias 
de conteúdo, conforme a imagem a seguir: 
 
 
 
11 
Figura 1 – Publicações no Facebook Insight por engajamento 
 
Fonte: Facebook, [S.d.]. 
As informações dessa fanpage, de uma agência de jornalismo 
especializada em base de dados públicos, mostram que a publicação “2021 foi 
tão louco, de novo, que até as moscas da Livre.jor puderam se abraçar...” teve 
um alcance de 1,3 mil, número muito superior às outras postagens, além de 
indicarem que obteve 118 interações entre reações, comentários e 
compartilhamentos. Com isso, o administrador da página tem a informação de 
que esse tipo de post agrada e engaja mais o público que curte a página. Com 
isso, ele pode realizar mais posts nesta linha. 
É possível ainda clicar na última coluna “Promover”, para impulsionar a 
publicação, ou seja, colocar ela em forma de patrocínio para que um número 
maior ainda de pessoas possa ver a página. Falaremos mais sobre inserção de 
publicidade no Facebook no próximo tema. Você também pode obter 
informações de que hora do dia seu conteúdo recebe o maior número de 
respostas e, assim, estabelecer horários para as publicações correspondentes, 
conforme imagem a seguir. 
 
 
 
12 
Figura 2 – Mapa de maior visibilidade da fanpage 
 
Fonte: Facebook, [S.d.]. 
Nesse gráfico, a informação é de que o melhor dia e horário para 
publicar posts nessa área é sexta-feira, às 16 horas. Estratégias como essa 
farão você descobrir o comportamento de seu público e, com isso, aumentar o 
engajamento de suas postagens, publicando conteúdos que dão mais 
resultados, em horários de maior tráfego na página que você administra. O 
Facebook Insights é apenas um exemplo de ferramenta de monitoramento. 
Procure conhecer outras ferramentas que monitoram o comportamento dos 
usuários. 
TEMA 5 – INSERÇÃO DE PUBLICIDADE 
O que você fez para obter mais resultados no Facebook? Como anda o 
engajamento da página que você administra no site? Seus fãs não estão 
interagindo? Não estão curtindo nem compartilhando ou comentando? Pode 
ser que você precise impulsionar sua página, ou seja, pagar por meio do 
recurso chamado Facebook Ads, que nada mais é que patrocinar postagens 
relevantes no Faceboook. 
Mas, antes de patrocinar, verifique se está fazendo bem a lição de casa. 
Seus posts são curtos? Intercalam vídeos, imagens e fotos? Está monitorando 
com frequência a página para saber as preferências de quem a curte? A 
publicidade na internet vem crescendo muito. 
 
 
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Entre as possibilidades de anúncios digitais que indicaremos para 
anunciar, estão o Google Adwords e o Facebook Ads. No Google Adwords, é 
possível anunciar no campo “links patrocinados”. Quem vê o patrocínio são 
pessoas que digitaram palavras-chaves que você anunciou com o objetivo do 
seu site ser encontrado. Já no Facebook Ads, não é necessário digitar num 
campo de busca. Os anúncios aparecem justamente para o perfil de pessoas 
que você sinalizou ao fazer o anúncio. 
O Facebook oferece anúncios patrocinados como uma forma de obter 
mais seguidores que podem estar interessados em seus produtos e 
mensagens de serviços. Anúncios do Facebook são uma boa tática para fazer 
crescer sua base de fãs para gerar tráfego para seu site ou para promover a 
campanha de marketing em tempo hábil. Há uma regra no Facebook chamada 
de 80/20, ou seja, 80% do seu conteúdo devem ser orgânicos (sem pagar) e 
20% precisam ser anunciados. Quem não anuncia perde em visualização. Essa 
é uma das estratégias que o Facebook faz para ganhar em cima de seus 
usuários. Quem paga é mais visto e lembrado. 
O Google Adwords traz a possibilidade de seu site ficar no topo das 
buscas. Isso é bom para quem tem pressa e não quer esperar que as técnicas 
de SEO surtam resultados, pois, caso se trabalhe bem o SEO, o site aparecerá 
nas primeiras páginas de buscas do Google, sem pagar nada.É a chamada 
busca orgânica. No entanto, chegar ao topo das buscas e alcançar o objetivo 
dessa visibilidade dá mais trabalho e pode levar meses, um ano ou até mais 
que isso; e nem sempre é possível esperar tanto tempo. Na imagem a seguir, 
foram digitadas na busca as palavras: sebos e online. Como resultados, 
tivemos o que mostra a figura 3. 
 
 
 
14 
Figura 3 – Anúncios nas buscas do Google 
 
Fonte:Google, [S.d.]. 
Observe que as primeiras buscas apresentadas são anúncios. As 
empresas anunciaram para estarem bem localizadas na busca. Somente na 
sequência é que surgem as indicações espontâneas, que não envolveu custos 
e, provavelmente, para estar ali, está utilizando com eficácia as técnicas de 
SEO. 
Cada espaço de divulgação, entre Google AdWords e Facebook Ads, 
tem suas vantagens, sendo ainda complementares. Nas duas, você paga 
somente pelos resultados, isto é, somente paga quando alguém (possivelmente 
interessado pela sua marca, produto ou serviço) clicar no anúncio. 
Quando falamos em anunciar, parece que é preciso muito dinheiro para 
isso. Ledo engano. Isso acontecia nas outras mídias tradicionais. No meio on- 
line, é possível começar pagando R$ 20 reais por dia, por exemplo; com o 
tempo, conforme o anúncio vai surtindo resultado, pode-se ajustar o valor, se 
achar que vale a pena. A maior vantagem, tanto do Facebook Ads como do 
Google Adwords, é o resultado em um curto espaço de tempo. 
Como você deve ter percebido, vale a pena anunciar no Facebook e no 
Google. Conforme reforça Bozza no livro-base da disciplina, não resta 
dúvida que ambos, o Facebook e o Google. são os definidores da 
tendência na rede. Suas ferramentas de publicidade, portanto, são 
 
 
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“importantíssimas para a gestão de organizações digitais jornalísticas. Os 
ciberjornalistas, assim como programadores ou social media, precisam 
conhecer essas ferramentas” (Bozza, 2018, p. 217). Então, quando fizer o 
planejamento das metas para atuar nas redes sociais, seja para sua empresa 
ou a de seu cliente, inclua no planejamento os anúncios. Além disso, lembre-se 
sempre de monitorar sua audiência para saber cada resultado que as mídias 
estão lhe trazendo. Se precisar, anuncie. Convença o seu cliente do quanto 
investir neles é importante para o sucesso da marca no meio digital. 
Leitura obrigatória 
Confira o subtítulo “Marketing, Recursos e Habilitações” no livro-base da 
disciplina para se aprofundar sobre as características do compartilhamento e 
da publicidade nas redes sociais digitais, além de seus reflexos no jornalismo. 
O texto está entre as páginas 217 a 224. BOZZA, G. Redação 
ciberjornalística: teoria e prática na comunicação digital. Curitiba: 
Intersaberes, 2018. 
TROCANDO IDEIAS 
Ao longo de toda a disciplina, ressaltamos que há uma série de posturas 
de texto que podemos encontrar na rede. Assim, o jornalismo pode se 
manifestar por uma gama significativa de narrativas, passando de um 
personalismo nos blogs de notícia, para a formalidade dos portais e ainda 
alcançar a informalidade da interação nas redes sociais digitais. Nas redes, 
contudo, há uma postura de maior interatividade, e que busca com base no 
compartilhamento furar as bolhas formadas por algoritmos. Sobre tal aspecto, 
acesse o texto “Algoritmos no Facebook: como entende-los e considera-los na 
produção de notícias”, das autoras Mara Rovida Martini e Jhenifer Neves 
Costa; depois, debata com seus colegas a relação entre o algoritmo das redes 
e a realidade formada com base na notícia. O texto pode ser acessado pelo link 
<https://www.revistas.usp.br/alterjor/article/download/157853/154460/358057>. 
Acesso em: 7 mar. 2022. 
NA PRÁTICA 
Fazer bons títulos na web provavelmente vai ser uma atividade difícil de 
você escapar. Então, vamos à prática? Identifique no Portal Último Segundo 
 
 
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três títulos em que foi empregada corretamente uma boa titulação, conforme 
dicas do primeiro tema desta aula. Descreva três características de boas 
práticas utilizadas nos três títulos escolhidos no tema anterior. Agora, no 
mesmo portal, escolha mais três títulos nos quais poderiam ter sido melhor 
empregadas as dicas de redação de títulos. Depois, reescreva-os como você 
faria para atrair o leitor para o restante do conteúdo. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao fim da disciplina. Todo o percurso que fizemos desde a 
nossa primeira aula nos mostrou o quanto a mídia no meio on-line evoluiu e o 
quanto temos que estar ligados para acompanhar mais evoluções que vêm por 
aí. Vimos, nas primeiras aulas, a diferença da pirâmide invertida no texto para a 
web, a diferença do texto na web comparada a outros veículos, o perfil do 
redator multimídia e fomos seguindo muitos temas até esta aula, em que você 
percebeu como é importante construir com estratégia uma boa chamada no 
meio on-line. O texto para web, como você viu, no contexto de como a internet 
vem mudando as formas de comunicar e de fazer comunicação, ganha a cada 
dia novas formas e novas linguagens. Você, futuro jornalista, já tem a base. 
Agora precisa estar atento a todas as mudanças que ainda estão para ocorrer. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BOZZA, G. Redação ciberjornalística: teoria e prática na comunicação digital. 
Curitiba: Intersaberes, 2018. 
CANAVILHAS, J. Webjornalismo: da pirâmide invertida à pirâmide deitada. 
Covilhã, Portugal: Biblioteca on-line de ciências da comunicação, 2006. 
Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhas-joao-webjornalismo-
piramideinvertida.pdf>. Acesso em: 4 mar. 2022. 
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