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1 
 
 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA, PATOLOGIAS DO OUVIDO E 
NOÇÃO DE DIAGNOSE 
1 
 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................................... 3 
Deficiência auditiva(s) o que é deficiência auditiva .................................................. 4 
Diferença de surdez e deficiência auditiva ............................................................... 4 
Tipos de deficiências auditivas ................................................................................ 5 
Classificação por forma de comunicação ................................................................ 6 
As causas da surdez podem ser divididas em: pré-natais, perí-natais e pós-natais 7 
Inclusão educacional e deficiência auditiva ............................................................. 8 
Como lidar com a deficiência auditiva na escola? ................................................... 9 
Inclusão da criança com deficiência audtiva em salas comuns de ensino ............. 10 
Aspectos gerais sobre a surdez e deficiência auditiva ........................................... 12 
Patologias do ouvido .............................................................................................. 13 
A disfunção temporomandibular ............................................................................ 14 
Causas da surdez .................................................................................................. 15 
Causas Pré-natais .............................................................................................. 16 
Causas Peri-natais: ............................................................................................ 16 
Causas Pós-natais ............................................................................................. 16 
Mensuração da perda auditiva ............................................................................... 16 
Grau de perda auditiva .......................................................................................... 17 
Consequências da surdez ..................................................................................... 18 
Surdez Pré-verbal .............................................................................................. 18 
Surdez pós-verbal .............................................................................................. 19 
Deficiência auditiva e suas formas de tratamento.................................................. 19 
2 
 
 
Problemas auditivos na criança ............................................................................. 21 
Há diferentes definições para o termo surdo e deficiente auditivo. .................... 21 
Quanto à época .................................................................................................. 21 
Quanto às causas: ............................................................................................. 22 
Congênitas: ........................................................................................................ 22 
Adquiridas: ......................................................................................................... 23 
Sinais de Deficiência Auditiva ............................................................................ 23 
Prevenção de problemas auditivos ........................................................................ 23 
O papel do professor frente aos problemas auditivos ............................................ 24 
Sistemas de Comunicação Gestual: ...................................................................... 26 
Leitura Oro-Facial (LOF): ................................................................................... 26 
Língua de Sinais: ................................................................................................ 26 
Linguagens Sinalizadas: .................................................................................... 27 
Alfabeto Datilológico ou manual: ........................................................................ 27 
Procedimento Aural-Oral: ...................................................................................... 27 
Comunicação Total e Bilinguismo: ..................................................................... 27 
Voz e Articulação ................................................................................................... 29 
Expressões: ........................................................................................................... 30 
Comunicação ......................................................................................................... 31 
Recursos para professores que não possuem domínio de Libras ......................... 34 
Mímica/Dramatização: ........................................................................................ 34 
Desenho/Ilustrações/Fotografias/Figuras: .......................................................... 34 
Referências Bibliográficas ..................................................................................... 35 
 
 
 
3 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
Deficiência auditiva(s) o que é deficiência auditiva 
 
 É a perda parcial ou total da audição, causada por má-formação (causa 
genética), lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. 
A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com 
intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de 
aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda 
auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, 
em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que 
91 decibéis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras 
e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado. 
Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total. 
Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da 
língua oral. É importante lembrar que a perda da audição deve ser diagnosticada por 
um médico especialista ou por um fonoaudiólogo. 
Diferença de surdez e deficiência auditiva 
 
 Por vezes, as pessoas confundem surdez com deficiência auditiva. 
Porém, estas duas noções não devem ser encaradas como sinónimos. 
A surdez, sendo de origem congénita, é quando se nasce surdo, isto é, não se 
tem a capacidade de ouvir nenhum som. Por consequência, surge uma série de 
dificuldades na aquisição da linguagem, bem como no desenvolvimento da 
comunicação. 
5 
 
 
Por sua vez, a deficiência auditiva é um défice adquirido, ou seja, é quando se 
nasce com uma audição perfeita e que, devido a lesões ou doenças, a perde. Nestassituações, na maior parte dos casos, a pessoa já aprendeu a se comunicar oralmente. 
Porém, ao adquirir esta deficiência, vai ter de aprender a comunicar de outra 
forma. Em certos casos, pode-se recorrer ao uso de aparelhos auditivos ou a 
intervenções cirúrgicas (dependendo do grau da deficiência auditiva) a fim de 
minimizar ou corrigir o problema. 
Tipos de deficiências auditivas 
 
 Condutiva : Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do 
som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das 
deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou 
cirúrgico. Esta deficiência pode ter várias causa, entre elas pode-se citar: Corpos 
estranhos no conduto auditivo externo, tampões de cera, otite externa e média, mal 
formação congênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica, 
perfuração do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc. 
Sensório-Neural : Quando há uma impossibilidade de recepção do som por 
lesão das células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de 
deficiência auditiva é irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de 
origem hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, 
herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes etc. Também podem ser 
causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de 
parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo etc. 
Mista : Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal 
sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma 
mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora 
com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea uma 
lesão do aparelho de transmissão e de recepção, ou seja, quer a transmissão 
mecânica das vibrações sonoras, quer a sua transformação em percepção estão 
6 
 
 
afectadas/perturbadas. Surdez não é uma condição de "tudo ou nada". Embora 
existam pessoas que são completamente surdas, há também pessoas com diversos 
graus de perda auditiva funcional. Graus de perda auditiva muitas vezes são 
classificados como leve, moderada, grave, profunda. Habitualmente, aqueles que se 
dizem surdos têm a perda auditiva severa ou profunda. Aqueles com menor grau de 
perda auditiva são comumente referidos como 
Audição difícil. 
Graus de perda auditiva 
Perda Auditiva Leve: A incapacidade de ouvir sons abaixo de 30 decibéis. 
Discursos podem ser de difícil Audição especialmente se estiverem presentes ruídos 
de fundo. 
Perda Auditiva Moderada: A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 
50 decibéis. Aparelho ou prótese auditiva pode ser necessária. 
Perda Auditiva Severa: A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 
80decibéis. Próteses auditivas são úteis em alguns casos, mas são insuficientes em 
outros. Alguns indivíduos com perda auditiva severa se comunicam principalmente 
através de linguagem gestual, outros contam com uso das técnicas de leitura labial. 
Perda Auditiva Profunda: a ausência da capacidade de ouvir, ou a 
incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 95 decibéis. Tal como aqueles com 
perda auditiva severa, alguns indivíduos com perda auditiva profunda se comunicam 
principalmente através de linguagem gestual, outros com uso das técnicas de leitura 
labial. 
 
Classificação por forma de comunicação 
 
• Surdos oralizados: aqueles que se comunicam utilizando a língua oral 
e/ou escrita. 
7 
 
 
• Surdos sinalizados: aqueles que se comunicam utilizando alguma forma 
de linguagem gestual. 
• Surdos bilíngues: aqueles que utilizam ambas as formas de 
comunicação. 
 
As causas da surdez podem ser divididas em: pré-natais, perí-natais e 
pós-natais 
As causas pré-natais são: 
•Hereditárias (A deficiência auditiva pode ser transmitida geneticamente de 
geração em geração, particularmente quando existem casos de surdez na família); 
Doenças adquiridas pela mãe durante a gravidez, tais como: 
•Rubéola; 
• Sífilis;Toxoplasmose; Citomegalovirus; Herpes; Intoxicações intra-
uterinas; 
• Agentes Físicos (como, por exemplo, os raio-X); 
• Alterações Endócrinas (Diabetes ou Tiróide); 
• Carências Alimentares. As causas peri-natais podem ser: 
• Traumatismos Obstétricos; 
 • Anóxia. As causas pós-natais podem ser: 
• Doenças infecciosas; 
• Bacterianas (ex.: meningites, otites, inflamações agudas ou crónicas das 
fossas nasais e da naso-faringe); 
• Virais; 
8 
 
 
• Intoxicações; 
 
Inclusão educacional e deficiência auditiva 
 
 A temática da inclusão social vem gerando polêmica e mau entendimento 
entre as pessoas nos mais distintos seguimentos sociais, na própria vida doméstica, 
nos centros de lazer, nas empresas e, onde não deveria, no lócus das diferenças – a 
escola. 
Embora decretado nas políticas educacionais do Governo Federal para a 
educação especial, LDB 9.394/96 art. 60, que estabelece “como alternativa 
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais 
na própria rede pública regular de ensino”, ainda existe segregação, por medo do 
desconhecido muitos pais acabam não levando seus filhos à escola regular, 
concomitantemente, muitas escolas acabam ignorando a inserção deste aluno, talvez 
por falta de preparo ou de verbas para atender às exigências impostas a essa 
realidade. 
A tarefa de projetar o educando para a vida em sociedade e, 
consequentemente, para o trabalho é da escola, portanto, é através da escola que 
toda e qualquer pessoa, criança ou adulto, deve escolarizar-se e conhecer as 
diferentes formas de aprendizagem que a escola pode emplacar. Mas, fazer acontecer 
a Inclusão Educacional de pessoas com deficiência auditiva e surdez na educação 
básica é uma tarefa lenta e muito complexa. 
É importante ter cuidado e atenção, pois, o tratamento de uma pessoa com 
necessidades especiais deve ser igual ao de qualquer outra, todavia, com 
peculiaridades diferenciadas, é necessário que ela se sinta bem e perceba que as 
possibilidades do ensino são múltiplas para todos, ouvintes ou não. Dessa forma, os 
próprios alunos com deficiência auditiva é que levantaram as demandas de um ensino 
inclusivo. 
9 
 
 
Mesmo sem preparo qualificado, muitas escolas já estão recebendo alunos 
com deficiência auditiva, e além de aprender as especificidades da língua materna, ler 
(mesmo sem pronunciar as palavras) e escrever, ainda aprendem a Língua Brasileira 
de Sinais – LIBRAS, que permitirá tanto aos alunos com deficiência auditiva e surdez 
quanto aos colegas ouvintes uma melhor interação na comunicação e na fala, ora com 
expressão verbal ora com as mãos. 
Muitos profissionais da educação devem se perguntar, “como abrir as portas 
das escolas aos alunos com deficiência auditiva, se não estamos preparados e se 
ainda faltam interpretes de LIBRAS? Como estabelecido no decreto federal de 2008, 
deve-se (deveria) dobrar o valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação para alunos com 
deficiência inclusos na rede regular, se atendidos pelo contra turno e estudando 
regularmente com intérprete, como manda a lei. 
Todavia, e enquanto isso não acontece na íntegra, fica aos professores a tarefa 
de não permitir que esses alunos desistam de seus sonhos, haja vista que para esses 
a escola é a única forma de conquistar a autonomia e seu espaço na sociedade. 
Entende-se, por essas razões, que os olhares quanto às questões da língua, 
identidade e cultura surda continua carente de atenção, conforme relatos de 
educadores da AEE: “faz-se prioritária a (re) construção de um espaço educacional 
formal transformador que direcione a educação dos surdos aos discursos e às práticas 
educacionais dos sistemas com um todo, de forma consensual, integrada e crítica”.Como lidar com a deficiência auditiva na escola? 
 
10 
 
 
O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus alunos quando 
observar os seguintes sintomas: Excessiva distração; frequentes dores de ouvido ou 
ouvido purgante; dificuldade de compreensão; intensidade da voz, inadequada para a 
situação, muito alta ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta. 
Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de 
receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento 
Educacional Especializado (AEE). Para isso, recomenda-se que a direção da escola 
entre em contato com a Secretaria de Educação responsável. 
No dia a dia, posturas simples do professor em sala facilitam o aprendizado do 
aluno surdo. Traga- o para as primeiras carteiras e fale com clareza, evitando cobrir a 
boca ou virar de costas para a turma, para permitir a leitura orofacial no caso dos 
alunos que sabem fazê-lo. Dê preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como 
projeções e registros no quadro negro. 
Para os alunos com perda auditiva severa ou surdez, a aquisição da Língua 
Brasileira de Sinais é fundamental para a comunicação com os demais e para o 
processo de alfabetização inicial. O aprendizado de libras ocorre no contraturno, nas 
salas de AEE. 
É importante que professores da escola solicitem treinamento para aprender 
libras ou peçam o acompanhamento de um intérprete em sala. Isso garante a inclusão 
mais efetiva dos alunos. 
 
 
Inclusão da criança com deficiência audtiva em salas comuns de ensino 
 
 Várias são as polêmicas existentes acerca da inclusão da pessoa com 
deficiência na classe comum de ensino, sobretudo quando falamos da deficiência 
11 
 
 
auditiva. Essa dificuldade ou impossibilidade de perceber através da via auditiva os 
sons da fala provocou e ainda provoca inúmeras discussões no campo educacional. 
Alguns importantes documentos que versam sobre o direito de inclusão da 
pessoa com deficiência em salas comuns de ensino, como a Lei de Diretrizes e Bases 
de 1996 e a Declaração de Salamanca de 1994, consideram o aluno com deficiência 
auditiva uma exceção possível no processo de inclusão nas classes comuns das redes 
de ensino, uma vez que tais alunos necessitam de adaptações comunicativas, como 
a Língua Brasileira de Sinais, para que eles possam acompanhar o que é dito em sala 
de aula. 
Muitos questionamentos acerca da inclusão nos remetem a idade em que a 
inclusão educacional deve ocorrer. Particularmente a inclusão desde o ensino infantil 
até o ensino superior. O contato precoce com as diferenças certamente terá como 
resultado final adultos tolerantes e abertos a aceitação do outro. Além disso, a inclusão 
precoce estimula o uso dos recursos que os alunos com deficiência auditiva 
necessitam para ultrapassar as barreiras impostas pelo processo educacional e com 
isso poderão fazer uso consciente de seus direitos escolares e exercerão sua 
cidadania. 
Outro fator que merece atenção são as salas de Atendimento Educacional 
Especializado, as salas de Recurso. Nesse ambiente as crianças serão assistidas 
individualmente ou em grupo em período contrário ao da escola, e serão estimuladas 
com materiais pedagógicos diferenciados visando a superação das dificuldades de 
aprendizagem. Tais salas são de fundamental importância e garantirão a 
aprendizagem dos alunos com deficiência auditiva. 
Portanto, quanto ao questionamento “é possível a inclusão de pessoas com 
deficiência auditiva na escola comum de ensino” a minha resposta é “claro, mas é uma 
questão muito maior que colocar crianças com diferentes características em um 
mesmo ambiente, precisamos mudar políticas públicas, precisamos quebrar 
paradigmas educacionais e, mais que tudo, precisamos exercer e ensinar a todas as 
crianças a exercerem sua cidadania”. 
12 
 
 
Aspectos gerais sobre a surdez e deficiência auditiva 
Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção 
normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional 
na vida comum, parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é 
funcional com ou sem prótese auditiva. 
A intensidade produzida por um som é medida em decibéis (dB). O som mais 
delicado que uma pessoa pode ouvir é definido por 0 dB de nível de audição, o som 
de uma pessoa murmurando registrará 30 dB. O nível normal de conversa mede de 
45-50 dB de nível de audição, e um concerto de rock pode medir cerca de 100 dB, 
que podem até causar surdez temporária (Perret e Batshaw,1990). 
Existem dois tipos de problemas auditivos, o primeiro afeta o ouvido externo ou 
médio e provoca dificuldades auditivas condutivas, normalmente tratáveis e curáveis. 
O outro tipo envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo e chama-se surdez 
neurossensorial. A surdez neurossensorial pode se manifestar em qualquer idade, 
desde o pré-natal até a idade avançada. A cóclea é um órgão muito sensível e 
vulnerável aos fatores genéticos, às doenças infantis, aos sons muito altos e a alguns 
medicamentos. Um parto difícil ou prematuro, sobretudo quando o bebê não recebe 
oxigênio suficiente, pode causar surdez neurossensorial. Ao nascer a criança está 
sujeita a icterícia, prejudicial ao nervo auditivo, podendo levar a perda de audição. 
(Secretaria de Educação Especial, 1997). 
Autores como Myklebust (1971), Perelló e Tortosa (1972) e Reynolds e Birch 
(1976) citados por costa, (1994), afirmam que a localização de lesão no ouvido, 
permite a distinguir a surdez: a) de transmissão ou condução; b) de recepção ou 
percepção; c) mista. A surdez de transmissão decorre de algum tipo de problema no 
ouvido médio, a lesão existe apenas no aparelho de transmissão: há um impedimento 
na passagem das vibrações até o ouvido interno. Na surdez de percepção há uma 
lesão no aparelho de recepção: no órgão de Corti ou nas fibras nervosas condutoras 
do impulso provocado pelas vibrações sonoras. Está é uma surdez mais complexa 
porque é o próprio órgão sensorial que pode favorecer as distorções de sensação 
sonora. No caso da surdez mista tanto o ouvido médio como interno são afetados, e 
13 
 
 
ocorre quando a perda de audição tem componentes condutivos e neurossensorial 
(Costa, 1994) 
 
Patologias do ouvido 
 
O profissional ao iniciar o exercício de sua atividade, assume responsabilidades 
irreversíveis perante os pacientes, colegas de profissão, enfim, diante da sociedade 
como um todo. No entanto, a eficácia dos tratamentos, coma constante evolução e 
velocidade e diversidade de conhecimentos, depende, muitas vezes, do trabalho em 
equipe. Há muitos anos fala-se da importância da interdisciplinaridade e da 
necessidade de se trabalhar em conjunto. Acredita-se que essa ideia é decorrente da 
conscientização dos profissionais em relação às possibilidades e limitações de suas 
especialidades. 
Com essa consciência, buscam ajuda de outras especialidades para a eficácia 
do tratamento do seu paciente. 
O significado da palavra parceria é reunião de pessoas para um fim comum 
(MARCHESAN, 2005). Acompanhando este pensamento, este trabalho teórico-prático 
visa evidenciar a importância da interdisciplinaridade para melhor diagnóstico e 
tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM), que é o conjunto de doenças 
que acometem a articulação temporomandibular, os músculos mastigatórios e 
estruturas adjacentes. 
O fonoaudiólogo e o odontologista, por meio do diagnóstico por imagem vão 
avaliar os fatores predisponentes e iniciadores da DTM e intervir, cada qual em sua 
área de atuação para promover o tratamento e a recuperação do paciente portador 
dessa patologia. Além do levantamento teórico para um melhor conhecimento sobre 
a Articulação Temporomandibular, Disfunção Temporomandibular (causas e 
tratamento), o papel do fonoaudiólogo, do odontologista e do diagnósticopor imagem, 
no diagnóstico e tratamento da DTM, foram realizadas palestras para pacientes e 
funcionários da Clínica de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas 
14 
 
 
Gerais para divulgar a importância do tratamento em conjunto com vários profissionais 
para a intervenção nas desordens da Articulação Temporomandibular, ressaltando a 
grande relevância da Fonoaudiologia e os benefícios que ela traz ao paciente. 
 
A disfunção temporomandibular 
 
 A ATM (articulação temporomandibular) é uma das articulações mais 
complexas do corpo humano, responsável por mover a mandíbula para frente, para 
trás e para os lados e pode ser avaliada por meio de exame de diagnóstico por 
imagem. 
A disfunção temporomandibular (DTM) é um termo que constitui um conjunto 
de doenças que acometem a ATM, os músculos mastigatórios e estruturas adjacentes, 
normalmente apresenta sinais e sintomas como, presença de estalos, creptações e 
inflamações na região da articulação temporomandibular. Geralmente, a DTM dá a 
sensação ao indivíduo acometido de que sua mandíbula está saltando para fora, 
fazendo um estalo e até travando por um instante. A causa exata desta disfunção, em 
geral, é impossível de ser identificada. 
É difícil para o paciente suspeitar de DTM, porque um destes sintomas ou todos 
eles podem também estar presentes em outras patologias. O odontologista é o 
profissional responsável em fazer um diagnóstico preciso, por meio de uma história 
médica e dentária completa, um exame clínico e de radiografias adequadas. 
Muitas pessoas sofrem desses sintomas, às vezes, durantes anos, sem saber 
a origem de seus problemas; outras, já passaram por vários tipos de tratamentos e 
por diversos exames e uso de medicamentos, sem encontrar a causa dos mesmos. 
O sintoma mais comum é a sensação dolorosa nos músculos da mastigação e 
na ATM, sendo que as mulheres são mais afetadas que os homens, podem ocorrer 
também em crianças, geralmente por causa da história de otite média e disfunção 
tubária. 
15 
 
 
Os sintomas auditivos com DTM são, dores de ouvido (otalgia), zumbido, 
tonturas, vertigens, sensação de plenitude auricular, sensação de diminuição da 
acuidade auditiva, outros sintomas da DTM são, limitação dos movimentos da 
mandíbula, oclusão, ruídos articulares (crepitação) que nem sempre vem 
acompanhada por dores e o estalido duplo, na abertura e fechamento da mandíbula, 
o que chama atenção para deslocamento anterior do disco articular podendo causar 
estiramento ou rompimento. Esta crepitação pode indicar uma artrose e cuidados 
devem ser tomados. 
ADTM possui uma etiologia multifatorial e está relacionada a fatores como, 
stress, alterações psicológicas e hábitos posturais e deletéricos como movimentos 
repetitivos, fatores estruturais, neuromusculares, oclusais (próteses mal adaptadas, 
perdas dentárias,cáries, desgaste dental, restaurações inadequadas), hábito 
parafuncionais (bruxismo, onicofagia, apoio de mão na mandíbula ao dormir ou 
sentado, sucção digital ou chupeta), traumas de origem mecânica ou emocional e 
lesões degenerativas da ATM. As DTMs podem ser de origem articular em que os 
sintomas estão relacionados à ATM e também as de origem musculares, nas quais o 
sintomas se referem a musculatura estomatognática, sendo que esta última 
representa cerca de 60% dos casos, enquanto que as articulares, representam 40% 
dos casos. 
Uma grande parte da população apresenta sinais e sintomas da DTM, 
influenciando negativamente na qualidade de vida destas pessoas, prejudica o apetite, 
alimentação e deglutição, o sono, as atividades do trabalho e da escola, as relações 
sociais e interpessoais. Faz- se necessário o trabalho multidisciplinar no diagnóstico 
e tratamento das DTMs, visto que trata se de um caso complexo e sem evidências 
significativas de causa e efeito entre os sinais e sintomas e os fatores etiológicos da 
DTM. 
Causas da surdez 
 
Para Maspetiol (in Costa, 1994) as causas da deficiência auditiva podem ser 
hereditárias, adquiridas no pré-natal, e adquirida pós-natal. Dentre os fatores 
16 
 
 
ambientais que acarretam a deficiência auditiva destacam-se as infecções, drogas e 
traumatismos cranianos. 
Causas Pré-natais 
Desordens genéticas ou hereditárias; relativas à consanguinidade; relativas ao 
Rh; relativas a doenças infecto-contagiosas, como rubéola; sífilis, citomegalovirus, 
toxicoplasmose, herpes; remédios ototóxicos, drogas, alcoolismo materno; 
desnutrição, carências alimentares, pressão alta, diabetes; exposição à radiação. 
Causas Peri-natais: 
Pré-maturidade, pós-maturidade, anóxia, fórceps; infecção hospitalar. 
Causas Pós-natais 
Meningite, remédios ototóxicos, em excesso, com ou sem orientação medicas; 
sífilis adquirida; sarampo, caxumba; exposição continua a ruídos ou sons muitos altos; 
traumatismos cranianos (Secretaria de Educação Especial, 1997). 
Mensuração da perda auditiva 
A perda auditiva é mensurável, e para tanto é utilizado um audiômetro, que é 
um instrumento eletrônico que mede os níveis de audição em um espectro de 
frequências. A unidade de medida sonora é o decibel (dB), e a classificação do grau 
de perda é feita com base nesta medida (Costa, 1994). 
A perda auditiva pode ser leve, moderada ou severa, como veremos no quadro 
a seguir: 
Limiares normais De 0 a 20dB 
Perda Leve De 20 a 40dB 
Perda Moderada De 40 a 55dB 
17 
 
 
Perda Moderadamente 
Severa 
De 55 a 70dB 
Perda Severa De 70 a 90dB 
Perda Profunda Acima 90dB 
 
Grau de perda auditiva 
O grau e o tipo de perda de audição assim como a idade em que esta ocorreu, 
vão determinar o tipo de atendimento que o aluno receberá. Do ponto de vista 
educacional e com base na classificação do Bureau Internacional d’Audiophonologie 
– BIAP, e na Portaria Interministerial n° 186 de 10/03/78, considera-se parcialmente 
surdo, o portador de surdez leve e portador de surdez moderada. Enquanto que surdo, 
é considerado o portador de surdez severa e o portador de surdez profunda, que serão 
descritos a seguir (Secretaria de Educação Especial, 1997): 
Portador de Surdez Leve apresenta perda auditiva de até quarenta decibéis. 
Essa perda impede que o aluno perceba igualmente todos os fonemas da palavra. 
Além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida. Em geral, esse aluno é considerado 
desatento, solicitando, frequentemente, a repetição daquilo que lhe falam. Essa perda 
auditiva não impede a aquisição normal de linguagem, mas poderá ser causa de 
algum problema articulatório ou dificuldade na leitura e/ou escrita. 
Porta dor de Surdez Moderada apresenta perda auditiva entre quarenta e 
setenta decibéis. Esses limites encontram-se no nível da percepção da palavra, sendo 
necessário uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. 
São frequentes o atraso de linguagem e as alterações articulatórias, havendo em 
alguns casos, problemas linguísticos mais graves. Esse aluno tem maior dificuldade 
em discriminação auditiva em lugares ruidosos. Identifica palavras mais significativas, 
tendo dificuldade em compreender certos termos de relação e/ou frases gramaticais 
complexas. Sua compreensão verbal está intimamente ligada à sua aptidão para a 
percepção visual. 
18 
 
 
Portador de Surdez Severa apresenta perda auditiva entre setenta e noventa 
decibéis. Este tipo de perda permite que ele identifique alguns ruídos familiares e 
poderá perceber apenas a voz forte, podendo chegar até quatro ou cinco anos sem 
aprender a falar. A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de aptidão 
para utilizar a percepção visual e para observar o contexto das situações. 
Portador de Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a noventa 
decibéis.A gravidade dessa perda é tal, que o priva das informações auditivas 
necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o deadquirir 
naturalmente a linguagem oral. 
A construção da linguagem oral é uma tarefa longa e bastante complexa, 
envolvendo aquisições como: tomar conhecimento sonoro, aprender a utilizar todas 
as vias perceptivas que pode complementar a audição, perceber e conservar a 
necessidade de comunicação e de expressão, compreender a linguagem e aprender 
a expressar-se. 
 
Consequências da surdez 
As consequências da surdez no desenvolvimento da linguagem variam em 
função da importância da perda e da idade do surgimento da mesma, segundo Juarez 
A. in Pena, (1992): 
Surdez Pré-verbal 
Em caso de perda leve, não aparecem problemas importantes. Podem 
aparecer algumas dislalias por insuficiente discriminação de certos traços fonéticos, 
problemas de atenção em classe e dificuldade para perceber baixa intensidade de 
voz. Muitas vezes estes passam despercebidos pela família. Nas perdas médias, há 
o aparecimento natural da linguagem, mas com atrasos e serias dificuldades, mas 
com prótese adequada e uma capacitação fonoaudialógica durante a infância, podem 
desenvolver uma linguagem normal e frequentar uma escola comum. Apresentarão 
dificuldade de compreensão em ambientes ruidosos. Acima de 70 dB de perda, é o 
grupo que era chamado de “surdo-mudo”. 
19 
 
 
Não se observa desenvolvimento espontâneo da linguagem, a audição residual 
não é funcional (ainda que esteja amplificada), e a aprendizagem oral é difícil, lenta e 
as vezes, muito limitada. Na surdez severa, um trabalho intenso e precoce pode 
permitir que a criança consiga uma voz articulação bastante inteligível, e o 
aproveitamento de seus resíduos auditivos, unidos a leitura labial, costumam 
proporcionar uma compreensão satisfatória. Na surdez profunda, toda a compreensão 
verbal da criança depende da leitura labial. Salvo exceções, a voz e a pronúncia são 
muito alteradas e a aquisição da linguagem oral é difícil. 
Surdez pós-verbal 
A surdez adquirida depois de um primeiro processo de aprendizagem da 
linguagem oral tem evidentemente menos repercussões sobre o desenvolvimento dos 
aspectos fonéticos, léxicos e morfossintáticos. Porém as consequências na 
compreensão são idênticas e proporcionais a importância da perda, apesar de terem 
uma melhor leitura labial devido ao conhecimento da linguagem. 
Produzem também consequências afetivas e sociais (isolamento, regressões, 
etc.) podendo afetar o desenvolvimento pessoal e a integração social. Se a surdez 
surgir durante os anos de aprendizagem básica da linguagem entre 3 e 6 anos, 
precisará de capitação fonoaudiológica para conseguir níveis de aquisição normais. 
Se ocorrer mais tarde, a capacitação mudará o foco para aprendizagem da leitura 
labial e manutenção das qualidades vocais e articulatórias da criança, que poderão 
piorar gravemente por falta de retorno auditivo permanentemente. 
 
Deficiência auditiva e suas formas de tratamento 
Como todos os órgãos do sentido, o ouvido relaciona o SNC com o mundo 
exterior, e como tal é responsável pelo equilíbrio e pela audição. 
Para a fonoaldióloga Maria Helena Piza, a grande importância da audição no 
desenvolvimento intelectual e na integração social do indivíduo é que tanto audição 
como a linguagem, são funções essenciais à comunicação oral entre os homens. É 
pela audição que se originam os processos e mecanismos da formação e 
20 
 
 
desenvolvimento da linguagem. Como esta é necessária à integração social e à 
aprendizagem acadêmica, torna-se evidente que o dano causado por um distúrbio 
auditivo representa muito mais do que uma simples redução da capacidade de ouvir. 
Daí grande valor que deve ser dado à capacidade auditiva na educação, tendo 
em vista não só a criança surda, que não adquiri espontaneamente, que necessita de 
técnicas psicopedagógicas, professores, e aparelhos especiais, mas também a 
criança hipoacúsica, com perdas moderadas e leves de audição, que lhe podem 
acarretar desajustamentos, distúrbios de linguagem e escrita, mau aproveitamento 
escolar e ainda, sem razão, o qualificativo de “retardada”. 
Adquirir a linguagem é ser bombardeado constantemente pelos sons da língua, 
é aprender que os desejos e pessoas têm nomes, que são constituídos de sons 
específicos que se seguem em sequência. A criança que escuta, inconscientemente, 
adquire a estrutura da gramática de sua língua e pode combinar e recombinar os 
elementos linguísticos indefinidamente, sem ter tido nem um treino anterior. Ela vai 
entrar na escola aos 5 anos madura e apta para aprendizados mais complexos. 
A criança surda profunda não pode aprender a linguagem naturalmente e se 
não for exposta a treino intenso pode até ficar sem saber que as palavras existem e 
que as coisas têm um significado que pode se exteriorizado. 
A linguagem será sempre um obstáculo à aprendizagem e essa terá que ser 
feita com esforço e passo a passo e, infelizmente a maior parte das vezes, de maneira 
imperfeita. Os sons sempre chegarão à criança filtrada e distorcida, mesmo que ela 
tenha uma inteligência normal, seu desenvolvimento será bloqueado pelas limitações 
da comunicação. 
 
21 
 
 
Problemas auditivos na criança 
Há diferentes definições para o termo surdo e deficiente auditivo. 
O Surdo é o indivíduo cujo sentido da audição não é funcional para os objetivos 
comuns da vida. Este grupo é constituído de duas classes baseadas no período em 
que ocorre a surdez. 
 
A surdez congênita – o indivíduo nasce surdo 
A surdez adquirida – o indivíduo nasce com audição normal, mas a perdeu 
devida uma doença ou acidente. 
Deficientes auditivos ou hipoacúsicos são os indivíduos cuja audição, embora 
deficiente, desde o nascimento ou adquirida, é funcional com ou sem ajuda de prótese 
auditiva. 
Os prejuízos causados a criança pela deficiência auditiva estão diretamente 
ligados à época em que a deficiência se instalou, à causa que a determinou e à 
extensão da perda auditiva. 
Quanto à época 
 
Quanto à época podemos separar a surdez adquirida antes da aquisição da 
linguagem e adquirida após essa aquisição. 
A criança inicia sua linguagem por imitação do som; depois do balbucio 
aparecem as primeiras palavras, os substantivos concretos, os verbos, os 
substantivos abstratos, a linguagem estruturada. Não pode haver desenvolvimento 
intelectual completo sem a linguagem e não há desenvolvimento da linguagem sem a 
audição. 
22 
 
 
Antes da aquisição da linguagem a criança que nasce surda pode ter as 
mesmas condições intelectuais e habilidades psicomotoras do 
 aparelho fonoarticulatório de uma criança normal, porém não poderá reproduzir 
sons que não ouve. Nesse caso, a descoberta e o diagnóstico precoce são muito 
importantes porque a educação especializada e adequada ao tipo de deficiência deve 
iniciar-se o mais cedo possível. 
Quando a surdez ocorre depois que a criança teve oportunidade de adquirir e 
desenvolver a linguagem, ela pode esquecer tudo o que já havia aprendido, se não 
for bem aproveitado seu resíduo auditivo através da estimulação por métodos 
apropriados de aprendizagem e por uma prótese auditiva. 
Assim, todos os meios devem ser empregados e qualquer resíduo auditivo deve 
ser aproveitado, evitando-se a deformação da linguagem por falta de estimulo e pelo 
esquecimento, com alterações da entonação e, dando-se à criança oportunidade de 
aprendizado e de melhor adaptação social. 
 
Quanto às causas: 
A surdez da criança pode ter muitas origens, mas didaticamente pode-se 
separa-las em causas congênitas e adquiridas. 
Congênitas: 
*Hereditariedade. 
*Incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto (RH - ) ou consanguinidade 
dos pais. 
*Má formações. 
*Doenças infecciosas maternas. 
*Intoxicações endógenas da mãe na gestação. 
23 
 
 
*Intoxicações hexógenas da mãe. 
*Traumatismos obstétricos 
Adquiridas: 
*Obstrução da trompa de Eustáquio 
*Otites*Infecções (tifo, caxumba, meningite, sarampo, etc.) *Inflamações, tumores, 
traumas. 
*Intoxicações (as mais frequentes são por medicamentos) 
*Tóxicos 
Sinais de Deficiência Auditiva 
Certos tipos de sinais de deficiência auditiva entre as crianças podem ser 
observados pelos professores, ou por pessoas que trabalham com elas: 
*Defeitos de linguagem 
*Expressão oral pobre 
*Pedidos para que se repitam palavras e instruções 
*Uso demasiado de (o que? Como?) 
*Andar arrastando os pés 
 
Prevenção de problemas auditivos 
Orientar as crianças na higiene do ouvido, bem como em relação a 
imprudências praticadas em brincadeiras que podem levar às perdas auditivas e até 
mesmo à surdez. Tais Como: 
24 
 
 
*O conceito errôneo de que cera é sujeira e precisa ser removida 
*Combater o hábito de limpar o ouvido com a unha, grampos palitos ou outros 
objetos pontiagudos. 
*Ao limpar o ouvido evitar o uso de objetos que empurram a cera em direção à 
membrana timpânica, pois pode ocorrer trauma no canal e até no tímpano 
*Não introduzir objetos estranhos no ouvido 
*Evitar o uso indiscriminado de gotas otológicas 
*Não descuidar de gripes, rinofagites, amigdalites, vegetação adenóide, e 
principalmente das dores e purgação no ouvido *Usar antibióticos somente com 
prescrição médica 
*Tomar cuidado com os tampões de algodão que não devem ser muito 
pequenos nem afundados no conduto auditivo 
 
O papel do professor frente aos problemas auditivos 
Pelo fato das deficiências auditivas, muitas vezes, virem a ser detectadas 
somente na escola o professor deve tomar determinados cuidados: 
*Falar claramente em tom natural 
*Sentar a criança mais perto de sua mesa 
*Permanecer em posição tal que o aluno possa ver seu rosto com facilidade 
*Oferecer-lhe oportunidades de participar de atividade de grupo 
*Evitar falar enquanto escreve na lousa 
*Utilizar material visual variado 
25 
 
 
É importante que as crianças surdas convivam com as pessoas que ouvem, 
que sejam estimuladas a falar, evitando que constituam um grupo à parte. A 
orientação e os conselhos devem basear-se no que ela pode fazer bem, e não no que 
ela não pode fazer. 
Conversas com os pais também serão de grande auxilio, pois eles também 
devem contribuir para o ajustamento do filho e fornecer informações importantes que 
poderão ajudar no desenvolvimento global da criança. 
Exercícios para desenvolver a audição: 
 
Toda criança mesmo aquela que tem audição normal deve ser sempre 
estimulada a desenvolver cada vez mais a sua acuidade auditiva. Há inúmeros 
exercícios que podem ser feitos coletivamente e individualmente para atingir os mais 
variados aspectos, tais como: 
 
*Memória Auditiva: Sons de animais(imitação), instruções de jogos, atividades 
diárias(relato oral), musicas favoritas, lembrar nomes de instrumentos, palavras 
começadas por determinada letra ou silaba, repetição de historias, etc. 
 
*Sequência Auditiva: Seguir instruções especificas (dar à criança três ou mais 
ordens para que ela cumpra) repetir o alfabeto, sequências numéricas em ordem 
crescente e decrescente, lembrar letras e números que vem antes ou de pois de 
outros, sequência de símbolos mistos (u, 2, menino, 3), poesias, historias em 
sequências. 
*Conhecimento Geral dos Sons: Tocar instrumentos, identificar sons de 
animais, da natureza, jogos de relaxamento relatando os sons que ouviu, jogos de 
imitação, jogos de cochichar, historias gravadas, etc. 
26 
 
 
Sistemas de Comunicação Gestual: 
Leitura Oro-Facial (LOF): 
 
A leitura oro-facial, é a técnica que auxilia a criança a realizar a leitura dos 
movimentos labiais de seu interlocutor. Nos sistemas de auxílios à leitura labial, como 
LIBRAS, língua de sinais, os gestos correspondem a conceitos próprios ou palavras 
da língua oral. Nos sistemas de auxílio à leitura labial, os gestos não têm razão de 
existir sem a fala. Eles têm por objetivo facilitar a leitura labial e estão inscritos dentro 
de uma perspectiva oralista. 
Língua de Sinais: 
São sistemas de sinais independentes das línguas faladas. Contrariamente a 
uma ideia preconcebida não existe uma língua de sinais utilizada e compreendida 
universalmente. 
As línguas de sinais praticadas nos diferentes países diferem umas das outras. 
No Brasil temos a LIBRAS ( Língua Brasileira de Sinais); nos EUA utiliza-se a 
ASL(American Sign Language) e na França a LSF (Langue de Signes Français). 
Existem também como para as outras línguas orais, dialetos ou variabilidade 
regional dos sinais. 
A língua de sinais tem uma estrutura própria. Um sinal gestual remete a um 
conceito, não existindo uma correspondência termo a termo como a língua oral. A 
língua de sinais é uma língua de dimensão espacial e corporal. 
No Brasil, a Libras foi oficializada pela lei federal 10.436/2002 e regulamentada 
em dezembro de 2005, pelo Decreto Federal n 5.626. Este fato faz com que as 
políticas educacionais passem a tratar os surdos como uma minoria linguística, bem 
com torna obrigatório a língua de sinais no currículo dos cursos de formação de 
professores, em nível médio e superior e de fonoaldiologia, assim os professores 
podem tornar-se profissionais bilíngues. 
27 
 
 
 
Linguagens Sinalizadas: 
Utilizam um léxico gestual, emprestando a organização gramatical das 
linguagens orais correspondentes. Um exemplo é o “português sinalizado”. Existe 
também o SE (Signed English), o FS(Français Signé), etc. Esses sistemas criados 
artificialmente exploram menos possibilidades que as línguas gestuais que se 
desenvolvem com base nas dimensões espaciais e corporais. 
Alfabeto Datilológico ou manual: 
É um sistema em que cada letra do alfabeto escrito corresponde a uma 
configuração particular da mão e dos dedos. Esse sistema utiliza, na realidade uma 
escrita no espaço. Quando queremos “escrever” uma palavra, a mão realiza as 
configurações que correspondem às letras das palavras, de forma sequenciada. 
Procedimento Aural-Oral: 
É um processo terapêutico que auxilia a criança a construir e a usar a 
linguagem oral de forma eficiente, possibilitando sua interação com o meio social. 
Porém, o desenvolvimento auditivo passível de ser detectado depende de fatores, 
como: grau de perda auditiva, idade de detecção, atitudes e habilidade dos pais, 
capacidade cognitiva e capacidade de construir a linguagem da criança, além disso, 
é necessário a adaptação pela criança de uma AASI (Aparelho de Amplificação 
Sonora Individual) ou um IC multicanal (Implante Coclear). 
 
Comunicação Total e Bilinguismo: 
Para certos autores, a comunicação total implica a utilização simultânea da 
linguagem oral e gestual. Para outros seria o emprego de diversas formas de 
comunicação disponíveis, sem a preocupação particular pela sua hierarquização. 
28 
 
 
Desta forma, são utilizados: a fala, a leitura labial, a língua de sinais, o 
português sinalizado, o alfabeto manual, a audição residual, a leitura e a escrita dentro 
de diferente circunstâncias e contextos. 
O uso simultâneo das línguas de sinais e das orais seria um “bimodalismo”, isto 
é, o uso concomitante de duas línguas de modalidade diferente. A comunicação total, 
por tanto, é uma filosofia bimodal. 
Atualmente esta filosofia educacional vem sofrendo muitas críticas (Brito, 
1993). A Abordagem bilíngue pretende que ambas as línguas, a gestual (LIBRAS) e a 
oral (português) sejam mencionadas e usadas, sem que uma interfira e/ou prejudique 
a outra. Por tanto, as duas línguas seriam utilizadas em situações diferentes. 
Isto exige, que no processo de educação da criança surda existam, 
obrigatoriamente um profissional ouvinte, que seria responsável pela língua da 
comunidade ouvinte, e um profissional surdo responsável pela transmissão da cultura 
dos surdos e da língua de sinais. 
Orientações metodológicas: 
Atuar com o deficiente auditivorequer que as pessoas que convivam com ele 
tenham condutas que favoreçam e auxiliem seu desenvolvimento. Estas pessoas 
devem sempre se ater às necessidades gerais da criança e não enfatizar a deficiência 
auditiva, pois isso pode levar a distorções na relação com a criança. 
É preciso estar sempre atento a tais condutas e usa-las constantemente na 
interação diária. Em outras palavras, ter habilidade, sensibilidade, e competência 
técnica em situações de vida diária e ter flexibilidade em adaptá-las às diferenças de 
cada indivíduo é uma arte que deve ser aprimorada. 
Pais, professores, terapeutas, devem todos procurar ter a mesma conduta 
quando se relacionam com a criança a fim de ajudá-la. Se as condutas forem 
diferentes, o resultado poderá criar confusão e dificuldade de aprendizagem. 
 
29 
 
 
Voz e Articulação 
*Fale com voz clara. Fale um pouco mais devagar que o normal, usando 
articulação normal e não exagerada. 
*Use a voz com intensidade normal. Falar alto faz com que a voz se torne 
ininteligível e a articulação forçada. Não articule sem som e nem engula palavras. 
*Use voz interessante e animada. Os padrões de entonação, ritmo, duração e 
intensidade dos sons das palavras e das frases podem ser percebidos auditivamente 
trazendo muitas informações de caráter emocional. 
*Fale próximo à criança. À medida que nos afastamos do microfone do AASI, o 
som fica menos intenso. Quando falamos próximo à criança com voz menos intensa, 
ela tem mais informações de frequências agudas. Falando perto e baixo a voz está 
acima do ruído ambiental. Use o sussurro, quando necessário. 
*Fale preferencialmente sem ruído mascarante, ou seja, tente diminuir o ruído 
ambiental. È muito difícil para criança ouvir na presença do ruído de fundo. Seria como 
tentar ler uma página borrada. 
 
Atenção: 
 
*Segure e toque a criança adequadamente, evite tocá-la, puxá-la ou 
agarrá-la para conseguir sua atenção. 
*Use primeira voz para chamar atenção, é preciso dar-lhe a chance de usar 
a audição. 
*Use movimentos corporais, toques, gestos apropriados para chamar a 
atenção da criança, sempre associados à fala. 
30 
 
 
*Ao falar com a criança ou produzir qualquer ruído dê um tempo para que 
a informação auditiva seja processada. É fundamental a espera. 
*Desenvolva a atenção auditiva e a comunicação oral nas atividades do 
dia-a-dia, use os sons para conseguir a atenção da criança. Não se limite a 
chamá-la apenas pelo nome, mas chame a sua atenção quando à uma razão e 
não apenas para testa-la. Os sons devem ter significados para a criança. 
*É preciso sempre aproveitar a oportunidade para falar com a criança no 
momento exato em que ela necessita ou em que solicita, não desperdice esse 
momento. *Fale sobre o que a criança está interessada no momento e vá 
ampliando os interesses gradativamente. Procure atividades, jogos e 
brincadeiras que a estimulem e que sejam interessantes e adequadas à sua 
idade. 
*Envolva a criança nas atividades diárias tanto na escola como orientar 
os pais nas atividades em casa como comer, vestir, brincar, tomar banho etc. 
*Seja sensível à capacidade de atenção da criança pois a criança 
consegue se manter mais atenta às produções de fala que tenham conexão com 
a situação que está vivenciando. 
 
Expressões: 
 
*Deixe o deficiente auditivo ver seu rosto de frente. 
*Tenha certeza de que seu rosto esteja sempre iluminado. 
*Tenha certeza de que seu rosto está no mesmo nível visual, ou seja fique de 
50 cm a 01 m da criança, pois ela precisa ver o rosto de seu interlocutor. 
*Use expressões faciais e entonações ricas. 
31 
 
 
*Use gestos naturais com as mãos, associados à linguagem oral, para facilitar 
a comunicação e a compreensão da criança. 
*Deixe os lábios descobertos, ou seja, pelo menos no início do trabalho 
terapêutico o homem deve evitar o uso de barba e bigode, pois eles dificultam a 
comunicação já que impedem a criança acompanhar os movimentos dos lábios. 
 
Comunicação 
*Destaque os aspectos não verbais da comunicação como o olhar, o sorriso e 
o choro, pois muitas vezes nos comunicamos sem palavras. A criança, ao se dar conta 
desse fato, logo aprende que a comunicação é um processo que envolve um falante 
e ouvinte. *Comunique-se de maneira positiva, transmitindo a mensagem de forma 
calorosa e positiva procurando estar próximo a criança. Porém não seja exagerado. 
* Procure reconhecer as tentavas de comunicação da criança. Quanto mais os 
adultos se tornarem habilidosos para entender o que a criança tem a dizer, mais ela 
mostrará interesse em se comunicar. 
*Fale sobre o aqui e agora, sobre as coisas que estão ocorrendo dentro de um 
contexto significativo para a criança. 
*Desenvolva uma atividade apropriada procurando facilitar e encorajar 
brincadeiras com objetos, matérias e eventos que sejam estimulantes e apropriados. 
*Respeite o ritmo e os interesses da criança, ficando atento à quantidade de 
informação que ela pode absorver naquele determinado momento. 
*Crie condições para que a criança comunique-se, por meio de palavras 
corretas, aquilo que ela quer expressar. Exponha-lhe as palavras, que acompanham 
as ações, traduzindo-as para a linguagem oral. 
*Enfatize a imitação, incentivando a criança a reproduzir os sons produzidos 
por carros, animais, tosse, espirro, e fala. O adulto também de emitir a produções 
infantis mesmo sem significado, para estabelecer o jogo de imitação. 
32 
 
 
*Responda à comunicação da criança encorajando e possibilitando outra 
resposta da criança e incentivando um diálogo. 
*Use sentenças pequenas e simples, porém não utilize vocábulos isolados, 
introduza-os sempre dentro de uma estrutura frasal. 
*Use repetições, pois uma criança surda necessita ouvir uma palavra várias 
vezes para entendê-la. 
*Procure expandir as produções semânticas e gramaticais à medida que a 
criança vai se desenvolvendo 
*Não use diminutivos ou fala infantilizada, isto pode confundir e dificultar a fala. 
*A melhor maneira de a criança adquirir a linguagem é a de ouvi-la num 
contexto situacional, onde fala-se de coisas que estão ocorrendo no momento. 
*Use palavra-chave na mudança de assunto, se necessário, pode-se utilizar 
pequenos gestos. 
*Enfatize comunicação com pessoas diferentes e não apenas com amigos 
próximos e o professor que estão habituadas a ouvi-la. 
*Avalie o nível de resposta da criança para não causar frustrações e com isso 
inibir uma produção oral. 
*Procure não ser ansioso durante a comunicação com a criança, para que ela 
não se frustre por ter falhado na resposta. 
*Deixe-a tentar se comunicar e pedir o que quer. 
*Caso não entenda o que a criança lhe falou, não se acanhe em transmitir-lhe 
isso, para que ela tente melhorar sua produção de fala. 
 
Orientações Verbais: 
33 
 
 
 
*Fale a mensagem sempre que necessário, quando perceber que a criança não 
ouviu. 
*Simplifique a mensagem para melhor compreensão pela criança. 
*Use sinônimos para facilitar a compreensão da mensagem. 
*Reforce as palavras chaves. 
*Repita palavras chaves que destaquem algum significado dentro da sentença 
ou forneça mais informações para possibilitar a compreensão. *Limite as 
possibilidades de respostas quando as perguntas forem feitas. 
*Construa frases apresentando informações que possam sempre reconhecidas 
baseadas em conhecimentos que a criança já tem. *Peça para a criança repetir ou 
refrasear o que foi dito. 
Comportamento: 
*Procure entender as necessidades da criança sem esquecer o problema 
auditivo. 
*Apresente atitudes positivas diante de problemas e dificuldades apresentadas 
pela criança. 
*Preocupe-se em impor limites ao comportamento da 
 criança deficiente auditivo. 
*Busque ajuda sempre que necessário, inclusive com os pais e os colegas de 
trabalho que também possuem alunos com a mesma deficiência.*Busque informações sempre que puder, para com isso auxiliar a criança. 
*Envolva os familiares, mãe, pai, avós, etc. 
34 
 
 
Recursos para professores que não possuem domínio de Libras 
Mímica/Dramatização: 
Estratégias visuais que podem acompanhar ou enriquecer os conteúdos 
estudados podem ser utilizados para construir significados relacionados ao contexto 
imediato. 
 
Desenho/Ilustrações/Fotografias/Figuras: 
 
Utilizados para o esclarecimento de temas apresentados na aula e com pistas 
na leitura de textos. As pistas visuais enriquecem o conteúdo e são recursos que 
contribuem para a memória visual dos alunos. 
Recursos Tecnológicos (Tv/Vídeo, Retroprojetor, Computador, Slides, etc...) 
São ótimos recursos para o trabalho dos conteúdos de ordem mais abstrata. 
Para os vídeos, existe um variado acervo de temas para as diferentes disciplinas. É 
importante observar a escolha de filmes legendados, pois facilitam a compreensão 
das imagens pelos surdos. 
E, finalmente o professor que atua com crianças deficientes auditivas deve 
sempre estar atento aos mínimos detalhes que estas apresentam para se 
comunicarem a fim de conseguir melhorar suas expressões orais, não esquecendo 
que com elas o trabalho é praticado no concreto, sempre, pois possuem grande 
dificuldade para abstrair o pensamento. 
 
 
35 
 
 
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interação, trabalho e cidadania. SP: Papiros, 2006. 
 
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VITALIANO, C. R. MANZINI, E. J. Relato de professores que tem alunos 
especiais integrados: Suas dificuldades, procedimentos que utilizam e sugestões 
para formação de futuros professores. In: M. C. Marquezini, M. A. Almeida & E. D. O. 
Tanaka (Orgs), Perspectivas multidisciplinares e educação especial 2, 
Londrina: EDUEL. 
 
PERRET, Y. M. Batshaw, M. L., Criança com deficiência. Uma orientação 
médica. São Paulo: Ed. Maltese, 1990 
 
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para 
todos. Rio de Janeiro: WVA. 1997. 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Deficiência auditiva / organizado 
por Giusepe Rinaldi et al. Brasília: SEESP.

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