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<p>UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO</p><p>CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA</p><p>DANIELA PEREIRA DA SILVA SANTOS</p><p>LARISSA SILVA PEREIRA</p><p>NATÁLIA PAZ DE SOUSA</p><p>RAUENA LEAL TORRES</p><p>(NOTA 3) AVALIAÇÃO – HIDROGEOGRAFIA: ANÁLISE SOBRE A CRISE</p><p>HÍDRICA NA REGIÃO CENTRO-OESTE</p><p>Colinas</p><p>2024</p><p>DANIELA PEREIRA DA SILVA SANTOS</p><p>LARISSA SILVA PEREIRA</p><p>NATÁLIA PAZ DE SOUSA</p><p>RAUENA LEAL TORRES</p><p>(NOTA 3) AVALIAÇÃO – HIDROGEOGRAFIA: ANÁLISE SOBRE A CRISE</p><p>HÍDRICA NA REGIÃO CENTRO-OESTE</p><p>Trabalho apresentado ao curso de</p><p>Licenciatura em Geografia da</p><p>Universidade Estadual do Maranhão</p><p>para a obtenção de nota na disciplina de</p><p>Hidrogeografia para o ensino de</p><p>Geografia.</p><p>Professora: Walefe Cruz</p><p>Colinas</p><p>2024</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>A água é um recurso natural indispensável para a sobrevivência</p><p>dos seres vivos e está passando por um processo de degradação em várias</p><p>partes do país. Ultimamente, a preocupação da sociedade e de organismos</p><p>governamentais em relação à atual situação dos recursos hídricos e à sua</p><p>disponibilidade se intensificou, devido à deterioração de suas características</p><p>qualitativas e quantitativas. O aumento da demanda por recursos hídricos</p><p>decorre do crescimento populacional, da expansão industrial, do setor de energia</p><p>elétrica, da ampliação da produção agrícola, além de questões ligadas às</p><p>mudanças climáticas. (FUNG; LOPES; NEW, 2011; GUANDIQUE; MORAIS,</p><p>2015).</p><p>Essa crescente necessidade de água tem gerado mudanças na</p><p>quantidade e na qualidade dos recursos hídricos, resultando em uma diminuição</p><p>de sua disponibilidade, especialmente em áreas urbanas com alta densidade</p><p>populacional ou com uso intensivo para fins industriais e agrícolas. (FUNG;</p><p>LOPES; NEW, 2011). Em determinadas áreas, a liberação de poluentes nos</p><p>corpos d'água supera o limite natural de autodepuração, oriundo dos processos</p><p>biológicos que visam diluir e assimilar esgotos e resíduos recebidos (NOVAIS et</p><p>al., 2019). Esse cenário compromete os serviços ecossistêmicos e a demanda</p><p>ecológica.</p><p>Recentemente, a microrregião Centro-Oeste do Espírito Santo</p><p>demonstrou um nível preocupante de segurança hídrica, apresentando riscos</p><p>para o abastecimento das cidades, assim como para as atividades</p><p>agropecuárias e industriais. (ANA, 2019b,c). A carência de água ou a sua</p><p>qualidade insatisfatória impactam diretamente o cotidiano das pessoas e a</p><p>economia local, tornando necessário buscar soluções para lidar com essas</p><p>questões. (ANA, 2016).</p><p>A disponibilidade hídrica refere-se à estimativa do volume de água</p><p>que pode ser utilizada para diversos fins em uma determinada região, sendo um</p><p>dos elementos cruciais para o desenvolvimento e o planejamento</p><p>socioeconômico. Ela orienta a seleção da melhor opção para a gestão dos</p><p>recursos hídricos nos diferentes setores que utilizam a água na bacia</p><p>(GONÇALVES, 2020). No Brasil, são definidos limites máximos para a captação</p><p>de água de um corpo hídrico, que são concedidos pelo governo por um período</p><p>específico, com o objetivo de garantir tanto a qualidade quanto a quantidade da</p><p>água utilizada, além de manter uma vazão mínima remanescente para assegurar</p><p>a prestação de serviços ecossistêmicos (GONÇALVES, 2020).</p><p>Com base nisso, no presente trabalho discutiremos sobre a crise</p><p>hídrica que assola a região Centro-Oeste do país. Trazendo à tona dados e</p><p>gráficos que comprovem a veracidade dos fatos, que por fim traz grandes</p><p>consequências para a população centro-oestina.</p><p>2. DESENVOLVIMENTO</p><p>A região Centro-Oeste é composta pelos estados de Goiás, Mato</p><p>Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, é a segunda maior região em</p><p>extensão territorial do Brasil, porém a menos populosa. "É nesta região que se</p><p>encontra a maior planície alagada do mundo: o Pantanal. Além dela, a vegetação</p><p>que predomina é o Cerrado, que se caracteriza pela presença de árvores baixas,</p><p>espaçadas com tronco e galhos retorcidos. Já o norte de Mato Grosso é</p><p>caracterizado pela Floresta Amazônica” (GONÇALVES, 2020).</p><p>Além disso, a região Centro-Oeste engloba três importantes bacias</p><p>hidrográficas: Amazônica, Tocantins-Araguaia e Platina. Estão direcionadas</p><p>nascentes de rios importantes do país, e é conhecida como “caixa d’água do</p><p>Brasil” devido a suas três principais bacias hidrográficas: Amazônica, Tocantins-</p><p>Araguaia e Platina.</p><p>2.1. CERRADO</p><p>O bioma que é considerado o “berço das águas” possui grande</p><p>importância estratégica para o monitoramento de uma ampla diversidade,</p><p>com grandes reservas de águas subterrâneas, vincula-se com o norte –</p><p>Amazônia, nordeste – Caatinga, sudoeste – Pantanal, sudeste – Mata Atlântica,</p><p>logo, fica claro a sua importância para todas as regiões do país (NOVAIS, 2019).</p><p>O cerrado é a segunda maior formação natural da América do Sul</p><p>e é a savana mais rica do mundo. “O cerrado possui 19.864 nascentes, 23,6%</p><p>de todas as nascentes brasileiras, além de três grandes aquíferos: Guarani,</p><p>Bambuí e Urucuia. Mas, a riqueza hídrica requer mais cuidados: uma vez que</p><p>distribui água por todo o país, a escassez na região afeta o Brasil (ZULPO et al.,</p><p>2006).</p><p>Devido ao desmatamento e a diminuição da vegetação nativa, os</p><p>reservatórios dos aquíferos ficam prejudicados e em decorrência disso, as</p><p>nascentes são afetadas. Mais da metade deste bioma foi extinto e menos de 3%</p><p>está absolutamente protegido. O berço das águas, ligado ao nascimento dessas</p><p>águas, possui uma grande relevância para o abastecimento de água em diversas</p><p>partes do Centro-Oeste. (GUERRA et al., 2006).</p><p>2.2. CRISE HÍDRICA</p><p>A crise hídrica tem se intensificado em várias partes do Brasil, e</p><p>não foi diferente para a região Centro-Oeste, a ausência de chuva diminuiu os</p><p>níveis dos rios e em determinados lugares afetou a navegação. Sendo assim,</p><p>impossibilitando indivíduos que vivem da pesca entre outras atividades aquáticas</p><p>de ganhar o seu sustento.</p><p>De acordo com o Jornal Correio do Estado (2021) o nível das</p><p>chuvas do ano de 2021 registrou o pior índice dos últimos 10 (dez) anos, e isso</p><p>afetou mais de 80% das propriedades na região do Pantanal, seja em menor ou</p><p>maior intensidade. Um outro dado relevante registrado em 2021 foi que o nível</p><p>do rio Paraguai (que drena o bioma do Pantanal) baixou aproximadamente 20</p><p>centímetros, diminuindo cerca de 2 centímetros por dia em Ladário no Mato</p><p>Grosso do Sul.</p><p>Cássio Bernardino, analista de conservação do WWF-Brasil em</p><p>entrevista ao Eco Debate (2021) comenta que “mesmo que o regime de</p><p>precipitação se normalize, é pouco provável que o Rio Paraguai e o Pantanal</p><p>tenham cheias significativas, mantendo-se em níveis historicamente baixos.</p><p>Além disso, o fogo e as mudanças no uso do solo tendem a afetar a própria</p><p>precipitação na região. Com a diminuição da cobertura vegetal, a tendência é</p><p>que haja menor evapotranspiração, menor umidade no ar, e, logo, menor índice</p><p>de chuvas. Temos um cenário de mudanças climáticas aliado à falta de controle</p><p>ambiental e infraestrutura para combate a incêndios, isso traz sérias ameaças à</p><p>biodiversidade do Pantanal, assim como a segurança hídrica da região”.</p><p>É fundamental que todos compreendam a ligação entre a crise</p><p>climática e a crise hídrica, que tem se tornado cada vez mais severa com o</p><p>passar dos anos. É necessário implementar planos que possam reduzir e conter</p><p>os danos; é essencial reconhecer que, apesar da gravidade das mudanças</p><p>climáticas, a humanidade poderá se adaptar ao aquecimento, mas sem água,</p><p>não há sobrevivência.</p><p>2.3. DADOS SOBRE A CRISE HÍDRICA NA REGIÃO CENTRO-</p><p>OESTE</p><p>A região Centro-Oeste dispõe do menor Índice de Perda na</p><p>Distribuição (IPD) com 34,4%, tornando-se a região que menos perde água</p><p>potável, ficando abaixo da média nacional de perdas de 39,2%.</p><p>GRÁFICO 1 - PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO - REGIÕES (2019)</p><p>No decorrer</p><p>dos anos houve uma melhora na região Centro-Oeste, com redução</p><p>de 1,15 ponto percentual nos anos avaliados.</p><p>GRÁFICO 2 – INDICADORES DE PERDAS POR ESTADO DA REGIÃO</p><p>CENTRO-OESTE (%) DE 2015 A 2019</p><p>Com exceção do Mato Grosso, que teve um aumento expressivo</p><p>no Indicador de Perdas de Água na Distribuição passando de 30,24% em 2015</p><p>para 44,46% em 2019, havendo um salto muito grande em comparação a 2018</p><p>com 33,5%. O restante dos estados diminuiu as perdas, ficando abaixo da média</p><p>nacional. Lembrando que, mesmo assim, ainda são valores expressivos. Mato</p><p>Grosso do Sul teve uma melhora considerável em seus índices, passando de</p><p>46,8% em 2015 para 32,97% em 2019.</p><p>2.4. DADOS SOBRE COLINAS- MA</p><p>O município de Colinas pertence à bacia hidrográfica do Rio</p><p>Itapecuru, que drena a sua área. A bacia em questão apresenta uma forma</p><p>irregular, sendo estreita tanto nas nascentes quanto na foz, e se alarga na região</p><p>central, onde chega a medir cerca de 120 km. O rio Itapecuru pode ser</p><p>caracterizado, fisicamente, em 03 (três) grandes regiões distintas: Alto, Médio e</p><p>Baixo Itapecuru. Origina-se nos contrafortes das serras Crueira, Itapecuru e</p><p>Alpercatas, em altitudes de aproximadamente 500 metros nas fronteiras dos</p><p>municípios de Mirador, Grajaú e São Raimundo das Mangabeiras. Transita 1.090</p><p>km até a sua desembocadura na baía do Arraial, ao sul de São Luís.</p><p>Fatores como as características da rede de drenagem, a</p><p>compartimentação, as formas de relevo da bacia e a navegabilidade foram os</p><p>critérios nos quais a SUDENE se baseou para dividir o curso do rio (MAY, 2003).</p><p>A rede de drenagem exibe um padrão predominantemente paralelo na parte alta,</p><p>porém, à medida que se dirige para o baixo curso, observa-se uma crescente</p><p>tendência de formação dendrítica (IBGE, 1998). Os rios que integram a bacia do</p><p>Itapecuru drenam as áreas sedimentares da Bacia Sedimentar do Parnaíba, e</p><p>são formados, em sua grande maioria, por sequências de arenitos, siltitos,</p><p>folhelhos e argilitos, nos quais a presença de falhas e fraturas influencia seus</p><p>trajetos.</p><p>O município de Colinas apresenta dois domínios hidrogeológicos:</p><p>o aqüífero fissural relacionado aos basaltos e/ou diabásios das formações</p><p>Mosquito e Sardinha; e o aquífero poroso ou intergranular, relacionado aos</p><p>sedimentos consolidados das formações Pastos Bons, Corda e Grajaú. Durante</p><p>os trabalhos de campo foram cadastrados um total de 98 pontos d’água, sendo</p><p>97 poços tubulares (98,98%) e 01 poço amazona representativos (1,02%).</p><p>3. CONCLUSÃO</p><p>Embora os números sejam elevados, o Centro-Oeste do Brasil</p><p>possui as menores taxas de perda de água potável do país. Qualquer quantidade</p><p>de água perdida é motivo de preocupação, especialmente no contexto atual de</p><p>crise hídrica e da pandemia, que demanda uma maior atenção à higiene. Este é</p><p>um grande desafio, considerando que 10,3% da população da região não tem</p><p>acesso à água, o que equivale a mais de 1,6 milhão de pessoas.</p><p>Além disso, a região enfrenta déficits no tratamento de esgoto, com</p><p>uma média de apenas 56,8% dos esgotos produzidos sendo tratados nas quatro</p><p>Unidades da Federação. Aproximadamente 6,7 milhões de pessoas vivem em</p><p>domicílios que não possuem sistema de coleta de esgoto, o que compromete os</p><p>recursos hídricos locais, devido ao lançamento diário de esgoto sem tratamento.</p><p>As provas científicas indicam que as mudanças climáticas</p><p>constituem uma ameaça significativa para os recursos hídricos no Brasil. Além</p><p>das futuras alterações climáticas, a variabilidade já observada é uma</p><p>preocupação; basta recordar as secas que afetaram a Amazônia, o Nordeste, o</p><p>Sul e o Sudeste nos últimos dez anos, impactando negativamente a economia</p><p>tanto regional quanto nacional. Além das oscilações climáticas, outros fatores</p><p>não relacionados ao meio ambiente, como questões políticas e sociais, podem</p><p>intensificar os efeitos dessas mudanças, resultando em um custo elevado para</p><p>a sociedade.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Bacia do Rio Doce: Rompimento da</p><p>Barragem em Mariana/MG. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, v. 1, n.</p><p>1, p. 1-50, 2016.</p><p>AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS (ANA). Índice de segurança hídrica: Manual</p><p>metodológico. Brasília-DF: ANA, 2019b. 42p.</p><p>AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Plano Nacional de Segurança Hídrica.</p><p>Brasília-DF: ANA, 2019c. 112p.</p><p>FUNG, F; LOPES, A.; NEW, M. Water availability in +2°C and +4°C worlds.</p><p>Philosophical Transactions of the Royal Society, v. 369, p.99-116, 2011.</p><p>GONÇALVES, M. A. Diagnóstico e Prognóstico das condições de uso da água</p><p>na região hidrográfica Litoral Centro-Norte: Relatório Técnico da Etapa A. Vitória:</p><p>AGERH, 2020. 519p.</p><p>GUANDIQUE, M. E. G.; MORAIS, L. C. Estudo de variáveis hidrológicas e de</p><p>balanço hídrico em bacias hidrográficas. In: POMPÊO M.; MOSCHINI-CARLOS,</p><p>V.; NISHIMURA, P. Y.; SILVA, S.C.; LÓPEZ-DOVAL, J. C (Org.). Ecologia de</p><p>reservatórios e interfaces. São Paulo: Instituto de Biociências / Universidade de</p><p>São Paulo, 2015. cap.4, p.434-447.</p><p>GUERRA, N. M. M.; OTENIO, M. H.; SILVA, M. E. Z.; GUILHERMETTI, M.;</p><p>NAKAMURA, C. V.; NAKAMURA, T. U.; DIAS FILHO, B. P. Ocorrência de</p><p>Pseudomonas aeruginosa em água potável. Acta Sci. Biol. Sci., v.28, n.1, p.13-</p><p>18, 2006.</p><p>IBGE. Departamento de Emprego e Rendimento. Para compreender a PME (um</p><p>texto simplificado). 4. ed. Rio de Janeiro, 1998.</p><p>MAY, Simone; “Prefácio”. In: TOMAZ, Plínio; Aproveitamento de água de chuva.</p><p>São Paulo: Editora Navegar, 2003. 180p</p><p>NOVAIS, F. F.; MARINHO, B. T. S.; SILVA, M. A. R.; OLIVEIRA, F. C.; VIANA,</p><p>R. D. S. Pollution by organic matter and autodepuration of water courses: impacts</p><p>of this study in the production sector. Research, Society and Development, v. 8,</p><p>n. 5, e3585750, 2019.</p><p>ZULPO, D. L., PERETTI, J., ONO, L. M., GARCIA, J. L. Avaliação microbiológica</p><p>da água consumida nos bebedouros da Universidade Estadual do Centro-Oeste,</p><p>Guarapuava, Paraná, Brasil. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.27, n.1, p.</p><p>107-110, 2006.</p>

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