Buscar

apelacao criminal 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AO JUÍZO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BETIM-MG 
Processo n°. 
JOAQUIM MARTINS já devidamente qualificado nos autos da AÇÃO CRIMINAL em epígrafe, que lhe move o MP, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio do seu advogado subscritor, com fundamento no artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO contra a r. sentença condenatória requerendo, desde já, seja o recurso conhecido por este Juízo e, consequentemente remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, para que dele conheça, dando-lhe provimento.
Requer, ainda, a concessão dos benefícios da Justiça gratuita, tendo em vista ser o Apelante pobre no sentido legal, não podendo arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
BETIM, 22 de maio de 2023. 
ADVOGADO
OAB
RAZÕES DA APELAÇÃO
Processo n°
Origem: AO JUÍZO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BETIM-MG
Apelante: Joaquim Martins
Apelado: Ministério Público
EGRÉGIO TRIBUNAL
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES
I. Síntese processual
Em 08 de agosto de 2021, Joaquim Martins, nascido no dia 01 de abril de 2001, agrediu fisicamente a vítima, João Vitor, enquanto este tentava ingressar, clandestinamente, na casa de Marília, por volta das 23:50h. Conforme consta do inquérito policial, em virtude dessas agressões, João perdeu completamente a visão de um dos olhos (olho esquerdo).
Concluída a apuração dos fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Joaquim, no dia 05 de março de 2022, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal gravíssima, nos termos do art. 129, § 2º, III, do Código Penal. A denúncia foi recebida, no dia 20 de março de 2022, pelo juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Betim-MG.
No curso da instrução processual, as testemunhas presenciais relataram o seguinte: “que Joaquim Martins estava em um bar, perto da residência de Marília, fazendo uso de bebida alcoólica desde às 20:00h; que Marília havia se mudado para o local há poucos dias, vinda de outra cidade; que ela se mudou de cidade por causa das ameaças de morte feitas pelo ex-marido após o término da relação; que Marília temia por sua vida e esse fato era de conhecimento de todos naquele bairro; que, por volta das 23:50h, do dia em questão, Joaquim, estava no bar, quando avistou João Vitor tentando entrar na casa de Marília furtivamente; que rapidamente se pôs a correr em direção a João Vitor e passou a agredi-lo, até conseguir neutralizá-lo”.
Por sua vez, Marília confirmou, em seu depoimento, as razões que a levaram a mudar-se para Betim, mas esclareceu que João Vitor era seu namorado e que o ingresso clandestino em sua residência era parte de uma fantasia do casal. 
A vítima confirmou os fatos relatados por Marília.
Em seu interrogatório, Joaquim confessou os fatos, mas afirmou que só agrediu a vítima porque imaginou se tratar do ex-marido de Marília e, nesse caso, a vida dela estaria correndo perigo naquele momento.
A Folha e Certidão de Antecedentes Criminais (FAC e CAC) de Joaquim continha as seguintes anotações: a) condenação anterior por calúnia, praticada em 02 de abril 2021 e transitada em julgado no dia 20 de junho de 2022; e b) inquérito policial em curso por crime de lesão corporal grave praticada em 12 de março de 2022. 
Após o oferecimento dos memorias, foi publicada, no dia 22 de abril de 2023, a sentença penal condenatória, julgando procedente a pretensão punitiva nos exatos termos da denúncia. A pena-base foi fixada em 2 anos e 6 meses de reclusão, porque, segundo o juiz, embora as demais circunstâncias judiciais fossem favoráveis, Joaquim possui maus antecedentes, tendo em vista que em sua FAC/CAC há uma anotação referente a outra lesão corporal praticada em março de 2022. Na segunda fase, o juiz sentenciante não reconheceu atenuantes e elevou a pena para 3 anos em virtude da agravante da reincidência, pela prática anterior do crime de calúnia. Não havendo, segundo a sentença, causas de aumento ou de diminuição, o juiz fixou a pena definitiva em 3 anos de reclusão em regime semiaberto, nos termos da súmula 269 do STJ. Além disso, o juiz negou a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos ao argumento de que a lei não admite a substituição da pena para condenados reincidentes (art. 44, II, CP).
O Ministério Público foi intimado antes da defesa e não interpôs recurso no prazo legal. O acusado foi pessoalmente intimado no dia 11 de maio de 2023, ao passo que a defesa técnica foi intimada em 17 de maio de 2022.
II. Erro sobre a pessoa. Lesão corporal privilegiada. 
Conforme a instrução do processo, o apelante agrediu a vítima com a finalidade de impedir sua entrada na casa de Marilia, achando que este era seu ex-marido, o qual fazia ameaças de morte de forma notória a mesma. 
Nesse sentido, a de se reconhecer o erro sobre a pessoa, uma vez que a agente achava atingir outra pessoa, sendo que atingiu pessoa diversa. Anda, por essa razão o art. 129, § 4 do CP, aduz que se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, a pena pode ser reduzida de um sexto a um terço. 
É o que ocorreu no presente caso, uma vez que o único motivo que levou o autor a agredir a vítima foi na intenção de proteger Marilia que sofria ameaças constantes e o mesmo adentrava a sua casa de forma furtiva pela madrugada. 
Nesse sentido, requer a reforma da sentença para que o tipo incorre no caso do art. 129, § 4 do CP, com a diminuição da pena. 
III. Dosimetria da pena 
Para fins de agravante o douto magistrado considerou o réu reincidente pelo crime de calúnia, contudo, a reincidência não é específica e do mesmo modo, considerou antecedente o inquérito em lesão corporal o qual responde. 
Não obstante, os antecedentes abrangem todas as condenações criminais e definitivas, ainda que a pena tenha sido cumprida há mais de 5 anos.
Logo, a consideração para tal dosimetria da pena se deu de forma incorreta, razão pela qual não pode considerar tais crimes para o fim de agravante. 
Ainda, não considerou o magistrado duas causas atenuantes, qual seja a idade do autor e a sua confissão, conforme os art. 65, I e III, d do CP. Nesse sentido, cumpre salientar que a época do crime o agente contava com apenas 20 anos e em fase de instrução criminal confessou a prática do crime. 
Dessa forma, devem ser observadas as causas atenuantes na dosimetria da pena.
IV. Restritiva de direito 
O douto magistrado não permitiu a conversão em restritiva de direito em razão do fato de o réu ser reincidente, contudo, conforme elucida o art. 44, § 3 do CP, se o condenado foi reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face da condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude de prática do mesmo crime. 
No presente caso, o crime anterior praticado foi de calunia, diverso do presente, sendo um crime de baixa reprovação social, possibilitando a conversão da pena.
V. Dos pedidos 
Requer-se, portanto, seja o presente recurso CONHECIDO e PROVIDO para o fim de converter a adequação do tipo para o art. 129, § 4 do CP, reconhecendo a diminuição da pena, observar a dosimetria da pena nas situações atenuantes e ao final converter restritiva de direito.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Betim, 25 de maio. 
ADVOGADO
OAB

Continue navegando