Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Processual Penal Prof. Dr. Ozéas Lopes Filho olopes@id.uf.br Introdução O que é processo penal? � O processo penal é o modo, ou antes, os diversos modos pelos quais a lei regula o andamento das ações criminais e, juntamente, os atos da justiça, no juízo criminal, com o fim de descobrimento da verdade real. (Pimenta Bueno) � “Verdade real” [!] � Em síntese, processo = relação jurídica + procedimento Como se desenvolve a atuação estatal de repressão criminal? � Ilícitoà investigaçãoà processo à execução penal � Ilícito, matéria de Direito Penal � Investigação, matéria de Direito Processual Penal � Processo, matéria de Direito Processual Penal � Execução penal, matéria de Direito Penal � Nosso objeto específico de estudo: Investigação e Processo Correlação entre direito penal e direito processual penal � Direito Penal à Direito Material (fazer ou não fazer) � Direito Processual Penal (o indivíduo já fez ou não o que está previsto no ordenamento jurídico) Como se compõe a relação jurídica processual? � Vítima ou ofendido; � Réu ou querelado; � Ministério Público ou querelante; � O juiz Vários ritos (procedimentos) � Rito Ordinário; � Rito Sumário; � Rito Sumaríssimo; Ritos Especiais e questões específicas: � Rito do Tribunal do Júri; � Rito nos Crimes de Drogas; � Rito nos Crimes Contra a Honra; � Rito nos Crimes de Responsabilidade dos Funcionários Públicos; � Rito nos Crimes Contra a Propriedade Imaterial; � Rito nas Revisões Criminais; � ... Sistemas Penais - “Um sistema é uma rede de componentes interdependentes que trabalham juntos para tentar alcançar um objetivo comum. Um sistema deve ter um objetivo. Sem um objetivo, não há sistema.”(Virgílio Marques dos Santos) Sistemas Penais: � Inquisitivo � Acusatório � Misto Os sistemas penais antigos e modernos � O processo penal anterior à inquisição (antes de 1215): àRelações de natureza privada àProvas: ordálios, duelos ou compurgação (juras) à Presença de clérigos nos ordálios Sistemas penais (cont.) � O sistema inquisitorial (séc. XIII – XVIII): àvedação aos ordálios (Concílio de Latrão - 1215) àiniciativa da ação penal àuso da tortura (bula do Papa Inocêncio IV - 1252) àsigilo do processo Sistemas penais (final) � O sistema moderno (séc. XIX e XX): ào humanismo e o iluminismo àprovas racionais àvedação às provas ilegais àpublicidade processual à Ministério Público àsistema acusatório Quanto à acusação, quais são os sistemas processuais existentes? - “Um sistema é uma rede de componentes interdependentes que trabalham juntos para tentar alcançar um objetivo comum. Um sistema deve ter um objetivo. Sem um objetivo, não há sistema.”(Virgílio Marques dos Santos) - "O sistema penal é um aparato derivado do direito de soberania do Estado voltado para consumação da paz social através do uso de medidas repressivas na forma de ameaça ou de sanção à prática de um crime.” (Raul Zaffaroni) Sistemas Penais: � Inquisitivo � Acusatório � Misto Escrito Presunção de culpabilidade Privação de libertade Processo sumário Atuação de ofício Juiz gestor da prova O imputado é o objeto Secreto Operadores ineptos, ignorantes e sem destreza Juiz hieráquico e verticalmente superior Juiz: titular da ação penal Juiz: diretor absoluto do Processo Delegação de funções Sistema tarifado Privilégio à confissão O IMPÉRIO ROMANO. A IDADE MÉDIA E OS TRIBUNAIS ECLESIÁSTICO O SISTEMA INQUISITIVO - CARACTERÍSTICAS E PRINCíPIOS NÃO ATUA DE OFÍCIO É ADVERSARIAL HÁ IMEDIAÇÃO SEPARAÇÃO DE FUNÇÕES O JUIZ É IGUAL AS PARTES: HORIZONTALIDADE HÁ ORALIDADE PRISÃO PREVENTIVA, ULTIMA RATIO EQUÍLIBRIO ENTRE ACUSADOR E IMPUTADO É DEMOCRÁTICO HÁ CONTRADITÓRIO HÁ DEBATE HÁ PUBLICIDADE HÁ CONTINUIDADE ATENÇÃO À VÍTIMA HÁ CONCENTRAÇÃO O SISTEMA ACUSATÓRIO - CARACTERÍSTICAS E PRINCíPIOS LIBERTADE PROBATÓRIA GESTÃO DA PROVA PELAS PARTES PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA NA GRÉCIA ANTIGA, NA ROMA REPUBLICANA E NOS PAÍSES ANGLO-SAXÕES Evolução do Processo Penal no Brasil � Ordenações: � Afonsinas (1466) � Manuelinas (1521) � Filipinas (1603) � Constituição Imperial de 1824 � Código Criminal do Império de 1830 � Código de Processo Criminal de 1832 � Lei n.° 261, de 1841 � Lei n.° 2.033, de 1871 � Constituição Federal de 1891 - o federalismo � Constituição Federal de 1934 - “Segunda República” � Constituição Federal 1937 – “Estado Novo” � Código Penal de 1940 � Código de Processo Penal de 1941 � Constituição de 1946 � Constituição 1967 � Emenda de 1969 � Constituição Federal de 1988 – “cidadã” A Lei 13.964/19 e a “estrutura acusatória” do processo Art. 3-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. � Ainda que existam outros artigos no CPP que devam ser revistos a partir da edição da Lei 13.964/19 Princípios no Processo Penal Conceito “Princípios são verdades ou juízos fundamentais que servem de alicerce ou de garantia de certeza de um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos a dada porção da realidade” (Miguel Reale) Juízo Fundamental: Ex.: Princípio do Contraditório àJuízo A: O réu tem direito à citação válida; àJuízo B: O réu tem direito a tomar conhecimento da realização de audiências; àJuízo C: O réu tem direito à intimação pessoal da sentença condenatória. Princípios implícitos “Os princípios beneficiam-se de uma objetividade e presencialidade normativa que os dispensam de estarem consagrados expressamente em qualquer preceito.” (J. J. Gomes Canotilho) Princípios constitucionais gerais pertinentes · princípio da igualdade (art. 5o, caput) · princípio da legalidade (art. 5o, inc. II) · da inafastabilidade da apreciação judicial (art. 5o, inc. XXXV) · princípio da segurança jurídica (art. 5o, inc. XXXVI) · princípio da indisponibilidade do interesse público • Princípio da motivação das decisões (art.93) Princípios constitucionais processuais • princípio do juiz natural (art. 5.°, inc. LIII) • princípio do devido processo legal (art. 5.°, inc. LIV) • princípio do contraditório e da ampla defesa (art. 5.°, inc. LV – Súmula 523 STF) * distinção entre ambos • Princípio da publicidade (art. 5º LX e 93, IX) • princípio da razoável duração do processo (art. 5º LXXVIII) Sobre o princípio do contraditório • citação • princípio da correlação • emendatio e mutatio libelli • ordem das testemunhas • ordem processual • interrogatório • medida de segurança (art. 282, § 3º) Princípio do contraditório (cont.) • omissões do advogado • condenação baseada no interrogatório do co- réu • condenação baseada exclusivamente no IP • provas ex officio facultadas ao juiz (art. 156) • prova acrescida ex officio ou a requerimento das partes (art. 404) • supressão de quesito no júri • provas emprestadas • falta de cientificação de expedição de precatória Outros princípios constitucionais processuais ü do reconhecimento do júri popular (art. 5.°, inc. XXXVIII) ü princípio da publicidade (art. 5.°, inc. LX, e art. 93, inc. IX): à publicidade geral e publicidade especial ü princípio do estado de inocência (art. 5.°, inc. LVII): à excepcionalidade da prisão cautelar à ônus da prova à in dubio pro reo Outros princípios processuais ü princípio da vedação à reformatio in pejus (art. 617) ü princípio da oralidade ü princípio da legalidade e MP • obrigatoriedade relativa (art. 28) • indisponibilidade (arts. 42 e 576) • indivisibilidade/divisibilidade (art. 48) [!] Outros princípios processuais (cont.) ü princípio da identidade física do juiz ü princípio da eventualidade ou preclusão ü princípio da economia processual ü princípio do duplo grau de jurisdição ü princípio da persuasão racional do juiz Outros princípios processuais (cont.) üprincípio da disponibilidade da AP privada üprincípio da indivisibilidadeda AP privada üprincípio da verdade real e o sistema acusatório (art. 3-A) [!] • diligências e exames • novo interrogatório • oitiva de testemunhas não arroladas
Compartilhar