Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>PROCESSO PENAL I</p><p>1</p><p>AULA 1</p><p>INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>1. Contexto político e histórico à época da promulgação do Código de Processo Penal;</p><p>2. Princípios constitucionais e gerais informadores do processo penal.</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL</p><p>É o corpo de normas jurídicas cuja finalidade é regular o modo, os meios e os órgãos encarregados de punir do Estado, realizando-se por intermédio do Poder Judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar a lei ao caso concreto.</p><p>(Guilherme de Souza Nucci)</p><p>PROCESSO PENAL DEMOCRÁTICO</p><p>É a visualização do processo penal a partir dos postulados estabelecidos pela CF, no contexto dos direitos e garantias fundamentais, adaptando o CPP a essa realidade, ainda que, se preciso for, deixe-se de aplicar legislação infraconstitucional defasada e, por vezes, nitidamente inconstitucional.</p><p>(Guilherme de Souza Nucci)</p><p>“Com isso, dois postulados de interpretação constitucional surgem como exigência de uma ordem jurídica constituída no âmbito de um Estado Democrático de Direito, afirmativos dos direitos fundamentais, quais sejam, o da máxima efetividade dos direitos fundamentais e o da proibição de excesso.</p><p>(PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal, 21ª edição. Atlas, 02/2017)</p><p>Contexto político e histórico à época da promulgação do Código de Processo Penal (Decreto-Lei nº 3.689/1941)</p><p>- inspirado na legislação processual penal italiana produzida na década de 1930, em pleno regime fascista, o CPP foi elaborado em bases notoriamente autoritárias;</p><p>- imposto por Getúlio Vargas durante a ditadura do Estado Novo;</p><p>- contexto de restrição severa das liberdades civis.</p><p>Observação</p><p>As regras do direito processual penal brasileiro foram formuladas pelo então Ministro da Justiça Francisco Campos:</p><p>“o direito de defesa do cidadão seria expressamente limitado em favor da “defesa da sociedade”.</p><p>- promulgação da Constituição de 1988;</p><p>- até o ano de 2003 o réu não tinha assegurado o direito ao silêncio:</p><p>Art. 186, CPP - determinava expressamente que "o silêncio do réu poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa”;</p><p>- reformas processuais no ano de 2008:</p><p>a) Lei nº 11.689: Tribunal do Júri;</p><p>b) Lei nº 11.690: Provas;</p><p>c) Lei nº 11.719: Procedimento Comum.</p><p>- de 1941 a 2008 o interrogatório do réu era o primeiro ato a ser realizado, logo após o recebimento da denúncia oferecida pelo Ministério Público. Com a reforma, o interrogatório foi deslocado para o final do procedimento;</p><p>- também em 2008 as hipóteses de prisão antes do julgamento foram reduzidas de 5 para 3: prisão em flagrante, prisão temporária e prisão preventiva;</p><p>- foram abolidas a prisão decorrente de pronúncia no procedimento do júri, além do recolhimento obrigatório à prisão para quem quisesse exercer o direito de apelar de uma sentença.</p><p>- última grande reforma do CPP: Lei nº 12.403/2011 – Prisão e Liberdade Provisória.</p><p>- o CPP passou a prever outras medidas cautelares diversas da prisão.</p><p>2. Princípios constitucionais e gerais informadores do processo penal</p><p>Conceito de princípio</p><p>Princípio significa causa primária, momento em que algo tem origem. Em Direito, princípio jurídico quer dizer uma ordenação que se irradia e imanta os sistemas de normas, servindo de base para a interpretação, integração, conhecimento e aplicação do Direito Positivo.</p><p>(José Afonso da Silva)</p><p>12</p><p>Princípios regentes</p><p>Dignidade da pessoa humana: art. 1º, III, CF;</p><p>Devido processo legal: art. 5º, LIV, CF.</p><p>Princípios processuais penais e constitucionais</p><p>1) Princípio da verdade real (ou material, ou substancial)</p><p>- no processo penal devem ser realizadas as diligências necessárias para tentar descobrir como os fatos se passaram, a fim de que o ius puniendi seja exercido com efetividade;</p><p>- sabe-se que a verdade absoluta sobre o fato e suas circunstâncias dificilmente será alcançada.</p><p>- tal princípio inspirou a edição de vários dispositivos constitucionais e legais:</p><p>art. 5º, LXIII, CF e art. 186, CPP</p><p>- CONTRAPONTO: no Direito Processual Civil vige o princípio da verdade formal;</p><p>a revelia, por exemplo, autoriza presumir como verdadeiros os fatos alegados pelo autor.</p><p>2) Princípio ne procedat judex ex officio (ou da iniciativa das partes)</p><p>- concretiza a regra da inércia da jurisdição;</p><p>- início da ação penal: MP (art. 129, I, CF) nos crimes de ação penal pública; e do ofendido, nos delitos de ação penal privada.</p><p>- em face desse princípio alguns tribunais sustentam a inconstitucionalidade do reexame necessário (recurso de ofício);</p><p>art. 574 e 746, CPP.</p><p>- exceção: art. 195, LEP – o juiz pode agir de ofício.</p><p>QUESTÃO: O que se entende por “processo judicialiforme”?</p><p>RESPOSTA</p><p>Consistia na possibilidade de a autoridade policial ou o juiz dar início ao “processo”, exercendo função acusatória. Com a promulgação da CF/88 acabou essa possibilidade, ficando esta função reservada exclusivamente ao MP (art. 129, I, CF).</p><p>Ex: Sob a égide da Constituição de 1967 era possível o juiz iniciar ex officio o processo das contravenções penais.</p><p>Análise do art. 26, CPP</p><p>A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.</p><p>Tal dispositivo é absolutamente incompatível com a nova ordem constitucional, em que há clara separação entre as funções de acusar, defender e julgar (adoção do sistema acusatório), competindo ao MP promover a ação penal pública. Desse modo, conclui-se que o art. 26, CPP NÃO FOI RECEPCIONADO pela CF/88, não havendo, portanto, que se falar, na sistemática processual penal atual, em procedimento judicialiforme.</p><p>3) Princípio da vedação das provas ilícitas</p><p>- trata-se de garantia tutelada pela CF (art. 5º, LVI);</p><p>- art. 157, CPP: definiu provas ilícitas como as obtidas mdt violação a normas constitucionais ou legais.</p><p>Ex: interceptação telefônica sem ordem judicial (art. 5º, XII, CF)</p><p>Observação</p><p>Provas ilícitas: são aquelas que ferem algum preceito constitucional ou legal de caráter material.</p><p>Ex: Confissão obtida através de mecanismos de tortura (art. 5º, III, CF).</p><p>Provas ilegítimas: são aquelas obtidas mediante desobediência a norma processual.</p><p>Ex: Magistrado aprecia o processo sendo incompetente para tal ato; exibição de documento no plenário do júri, não juntado com 3 dias úteis de antecedência (art. 479, CPP).</p><p>QUESTÃO: O princípio da vedação à utilização de provas ilícitas é absoluto?</p><p>Não. A despeito da vedação constitucional, a jurisprudência majoritária vem considerando possível a utilização de provas ilícitas em favor do réu, quando se trata da única forma de absolvê-lo ou de comprovar um fato importante à sua defesa.</p><p>Trata-se do denominado “princípio da proporcionalidade”.</p><p>“O exercício do poder é limitado, somente sendo justificadas restrições a direitos individuais por razões de necessidade, adequação e supremacia do valor a ser protegido”.</p><p>Precedentes do STF e STJ</p><p>HC 93.250 e HC 33.110, respectivamente.</p><p>Posição divergente:</p><p>“Sob nosso ponto de vista, não seria momento para o sistema processual penal brasileiro, imaturo ainda em assegurar, efetivamente, os direitos e garantias individuais, adotar a teoria da proporcionalidade”.</p><p>(Guilherme de Souza Nucci)</p><p>4) Princípio da presunção de inocência (ou da não culpabilidade)</p><p>- trata-se de um desdobramento do princípio do devido processo legal, consagrando-se como um dos mais importantes alicerces do Estado de Direito (art. 5º, LVII, CF);</p><p>- Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH) – art. 8º.</p><p>5) Princípio da obrigatoriedade de motivação das decisões judiciais</p><p>- tal princípio possibilita às partes a impugnação das decisões tomadas no âmbito do Poder Judiciário;</p><p>- além disso, confere à sociedade a garantia</p><p>de que as decisões não resultam de posturas arbitrárias, mas sim de um julgamento imparcial, realizado de acordo com a lei;</p><p>- está previsto no art. 93, IX, CF e art. 381, CPP.</p><p>QUESTÃO: O princípio da obrigatoriedade de motivação das decisões judiciais é absoluto?</p><p>RESPOSTA</p><p>Não, pois existem determinadas situações em que tal princípio pode ser mitigado, como por exemplo, o recebimento da denúncia ou da queixa.</p><p>O STF tem considerado que não se exige que tais atos sejam fundamentados. Além disso, não possuem caráter decisório.</p><p>(HC 93.056/PE, de 15/05/2009)</p><p>6) Princípio da publicidade</p><p>- representa o dever que assiste ao Estado de atribuir transparência a seus atos, a fim de garantir a legitimidade e a eficiência do Poder Judiciário;</p><p>- consagra-se, também, como uma garantia para o acusado;</p><p>- está previsto no art. 5º, LX e art. 93, IX, 1ª parte, CF, além do art. 792, CPP.</p><p>Exceções ao princípio da publicidade</p><p>A própria CF ressalva a possibilidade de se restringir a publicidade (art. 5º, LX e art. 93, IX);</p><p>No CPP pode-se observar uma restrição no art. 201, § 6º;</p><p>No CP pode-se observar uma restrição no art. 234-B (segredo de justiça nos crimes contra a dignidade sexual);</p><p>Legislação Especial – art. 1º, Lei nº 9.296/96.</p><p>7. Princípio da imparcialidade do juiz</p><p>- o Estado, na persecução penal, deve assegurar às partes, para julgar a causa, a escolha de um juiz previamente designado por lei e de acordo com as normas constitucionais;</p><p>(art. 5º, LIII, CF)</p><p>- evita-se, assim, o juízo ou tribunal de exceção (art. 5º XXXVII, CF);</p><p>- além disso, trata-se de garantia prevista na CADH – art. 8º, item 1.</p><p>Causas de impedimento e de suspeição</p><p>- causas de impedimento (ensejadoras da incapacidade objetiva do juiz): art. 252, CPP;</p><p>- causas de suspeição (ensejadoras da incapacidade subjetiva do juiz): art. 254, CPP.</p><p>OBS. Tanto o impedimento quanto a suspeição devem ser reconhecidos de ofício pelo juiz.</p><p>8. Princípio da isonomia processual</p><p>- as partes em um processo devem contar com as mesmas oportunidades e ser tratadas de forma igualitária;</p><p>- trata-se de garantia prevista no art. 5º, caput, CF.</p><p>QUESTÃO: As hipóteses de foro por prerrogativa de função afrontam este princípio?</p><p>Não. O entendimento majoritário é no sentido de que tais prerrogativas não ofendem o princípio da igualdade.</p><p>A finalidade da CF não foi proteger determinados indivíduos, mas sim a função pública ou o cargo ocupado por eles.</p><p>9. Princípio do contraditório</p><p>- trata-se do direito assegurado às partes de serem cientificadas de todos os atos e fatos no curso do processo;</p><p>- é um dos mais importantes postulados no sistema acusatório;</p><p>- guarda estreita relação com a garantia da ampla defesa; ambos estão previstos no art. 5º, LV, CF.</p><p>Assim como os outros princípios já examinados, este também não é absoluto.</p><p>- trata-se do contraditório diferido ou postergado: a ciência e impugnação do investigado ou acusado quanto a determinados pronunciamentos judiciais são feitos em momento posterior.</p><p>Exemplos: prisão preventiva e interceptação telefônica.</p><p>Renato Brasileiro (2017, p. 155 e ss, CPP comentado):</p><p>“O princípio do contraditório é entendido como a ciência bilateral dos atos ou termos do processo e a possibilidade de contrariá-los. De acordo com esse conceito, o núcleo fundamental do contraditório estaria ligado à discussão dialética dos fatos da causa, devendo se assegurar a ambas as partes, e não somente à defesa, a oportunidade de fiscalização recíproca dos atos praticados no curso do processo (...).</p><p>Seriam dois, portanto, os elementos do contraditório:</p><p>a) direito à informação;</p><p>b) direito de participação.</p><p>10. Princípio da ampla defesa</p><p>- dever que assiste ao Estado de facultar ao acusado toda a defesa possível quanto à imputação que lhe foi realizada;</p><p>- desta garantia decorrem outras, como o dever estatal de prestar assistência jurídica aos necessitados (art. 5º, LXXIV, CF).</p><p>A ampla defesa gera inúmeros direitos exclusivos do réu</p><p>- ajuizamento de revisão criminal, instrumento vedado à acusação;</p><p>- garantia à defesa de se manifestar após a acusação (arts. 400, 402, 403 e 534, CPP).</p><p>11. Princípio do duplo grau de jurisdição</p><p>- é direito da parte buscar o reexame da causa por órgão jurisdicional superior;</p><p>- tal princípio está consagrado na própria Constituição (implicitamente), quando se verifica a estrutura do Poder Judiciário em instâncias;</p><p>- além disso, há expressa previsão na CADH (art. 8º, item 2, h).</p><p>Jurisprudência do STF</p><p>O acesso à instância recursal superior consubstancia direito que se encontra incorporado ao sistema pátrio de direitos e garantias fundamentais. Ainda que não se empreste dignidade constitucional ao duplo grau de jurisdição, trata-se de garantia prevista na Convenção Interamericana de Direitos Humanos, cuja ratificação pelo Brasil deu-se em 1992, data posterior à promulgação do CPP.</p><p>(HC 88.420/PR)</p><p>12. Princípio do juiz natural</p><p>- previsto no art. 5º, LIII, CF;</p><p>- objetiva assegurar ao acusado o direito de ser submetido a processo e julgamento por órgão do Poder Judiciário regularmente investido e imparcial;</p><p>- é vedada a criação de tribunais ou juízos de exceção.</p><p>Exemplos de violações ao princípio do juiz natural</p><p>a) Processo e julgamento pela Justiça Comum de crime sujeito à competência da Justiça Militar;</p><p>b) Processo e julgamento, por juiz de direito, de réu que possua foro por prerrogativa de função nos tribunais.</p><p>Exemplos em que não se considera violado o princípio do juiz natural</p><p>a) Delegação de atos instrutórios a juiz de 1ª Instância nas ações penais originárias movidas contra Prefeito, que tem prerrogativa de foro nos tribunais. (STJ, HC 139.850/SC)</p><p>b) Convocação de juízes de 1º Grau para, nos casos de afastamento do desembargador titular, compor, em segundo grau, o órgão julgador do respectivo Tribunal. (STJ, HC 137.518/SP)</p><p>13. Princípio da identidade física do juiz</p><p>- por este princípio o juiz que presidiu a instrução processual deve realizar o julgamento da ação;</p><p>- com a alteração promovida pela Lei nº 11.719/2008, este princípio está expresso no art. 399, §2º, CPP.</p><p>QUESTÃO: O princípio da identidade física do juiz é absoluto?</p><p>RESPOSTA</p><p>Não, pois em situações excepcionais relacionadas à impossibilidade temporária ou definitiva de permanecer oficiando no processo, tal princípio resta mitigado.</p><p>Exemplos: convocado para atuar junto aos tribunais; licenciado; afastado por qualquer motivo; promovido ou aposentado.</p><p>Jurisprudência do STJ</p><p>Não há ofensa ao art. 399, § 2º, do CPP, que estatui que o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença – identidade física -, na hipótese de juíza substituta tomar os depoimentos das testemunhas de acusação e, posteriormente, ser sucedida pela juíza titular que prosseguiu com a audiência, ouvindo as testemunhas de defesa e proferindo sentença de mérito que condenou o impetrante. 					(HC 219.482/SC, de 11/04/2012)</p><p>14. Princípio do in dubio pro reo (ou favor rei)</p><p>- por meio deste princípio, privilegia-se a garantia da liberdade em detrimento da pretensão punitiva do Estado;</p><p>- apenas diante de certeza quanto à responsabilização penal do acusado é que poderá operar-se a condenação;</p><p>- previsto implicitamente no art. 386, VII, CPP.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal – 14. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.</p><p>- AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado – 8. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.</p><p>- BARROS, Francisco Dirceu. Processo Penal para Concursos, vol. III, Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.</p><p>52</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>1. É correto afirmar sobre o princípio constitucional do contraditório</p><p>e da ampla defesa.</p><p>a) O contraditório é de observância obrigatória durante a investigação criminal.</p><p>b) O contraditório obriga o magistrado a sempre ouvir o Ministério Público antes de proferir decisões contrárias ao acusado.</p><p>c) Nos crimes dolosos contra a vida, é dispensada a observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa.</p><p>d) O princípio do contraditório é exclusivo da acusação, ao passo que o princípio da ampla defesa deve beneficiar a defesa do acusado.</p><p>e) A ampla defesa assegura ao acusado a utilização dos meios e recursos inerentes durante o curso da ação penal.</p><p>53</p><p>1. RESPOSTA (FEPESE/2017 – PC/SC - Escrivão)</p><p>Alternativa “e”.</p><p>54</p><p>2. Acerca dos princípios que regem o processo penal brasileiro, julgue o item subsequente.</p><p>Juiz que se utilizar do silêncio do acusado para formar seu próprio convencimento não incorrerá em ofensa ao princípio processual penal da não autoincriminação, ainda que a opção do acusado por abster-se de falar não constitua confissão.</p><p>55</p><p>RESPOSTA (CESPE/2017 – TRF 1ª Região – Técnico Judiciário)</p><p>ERRADO.</p><p>PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA AUTOINCRIMINAÇÃO</p><p>Também conhecido como nemo tenetur se detegere, tem o objetivo de impedir que o Estado obrigue a um réu ou indiciado a produzir provas contra si mesmo. Ainda, o ônus da prova caberá a quem fizer a acusação. Por fim, a doutrina ainda destaca que o referido princípio pode ser extraído de outros três dispositivos constitucionais, quais sejam:</p><p>-> Direito ao silêncio: direito de não responder às perguntas que lhe forem formuladas;</p><p>-> Direito à ampla defesa: tolerância quanto às informações inverídicas prestadas pelo réu;</p><p>-> Presunção de inocência: o réu não pode ser obrigado a participar ATIVAMENTE da produção de qualquer prova, podendo se recusar a participar sempre que entender que isso pode prejudicá-lo.</p><p>56</p><p>Caso Prático</p><p>Otoniel cometeu um delito e foi denunciado pelo MP. Aponte a solução jurídica, considerando que o advogado do réu requereu a nulidade do processo, alegando que o juiz, na inquirição das testemunhas, simplesmente perguntou se elas confirmavam o depoimento prestado no inquérito policial.</p><p>57</p><p>Resposta</p><p>O advogado tem razão. O STF entende ser nula a audiência em que o juiz simplesmente pergunta à testemunha se confirma o que se contém em suas declarações prestadas no inquérito policial. Há ofensa ao princípio constitucional do contraditório.</p><p>58</p><p>EXERCÍCIOS DO CADERNO</p><p>1. A Autoridade Policial da 13ª Delegacia de Polícia da Comarca da Capital, que investiga o crime de lesão corporal de natureza grave, do qual foi vítima o segurança da Boate TheNight Agenor Silva, obtém elementos de informação que indicam a suspeita de autoria dos fatos ao jovem de classe média Plininho, de 19 anos. O Delegado então determina a intimação de Plininho para que o mesmo compareça em sede policial para prestar esclarecimentos, sob pena de incorrer no crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP. Pergunta-se:</p><p>a) Caso Plininho não compareça para prestar declarações, poderá responder pelo crime do art. 330 do CP?</p><p>b) E se houvesse processo penal tramitando regularmente e o juiz da Vara Criminal intimasse Plininho para o interrogatório, poderia o mesmo responder pelo delito em questão?</p><p>59</p><p>2. Esse princípio refere-se aos fatos, já que implica ser ônus da acusação demonstrar a ocorrência do delito e demonstrar que o acusado é, efetivamente, autor do fato delituoso. Portanto, não é princípio absoluto. Também decorre desse princípio a excepcionalidade de qualquer modalidade de prisão processual. (...) Assim, a decretação da prisão sem a prova cabal da culpa somente será exigível quando estiverem presentes elementos que justifiquem a necessidade da prisão. (Edilson Mougenot Bonfim. Curso de Processo Penal). O princípio específico de que trata o texto é o da(o):</p><p>a) Livre convencimento motivado.</p><p>b) Inocência.</p><p>c) Contraditório e ampla defesa.</p><p>d) Devido processo legal.</p><p>60</p><p>3. Relativamente ao princípio de vedação de autoincriminação, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I. O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante de qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática de crime ao declarante.</p><p>II. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia sob pena de responder por crime de desobediência.</p><p>III. O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao réu.</p><p>IV. O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a pena do condenado utilizado como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo.</p><p>61</p><p>Assinale:</p><p>a) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.</p><p>b) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.</p><p>c) Se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.</p><p>d) Se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.</p><p>e) Se todas as afirmativas estiverem corretas.</p><p>62</p><p>image2.png</p>

Mais conteúdos dessa disciplina