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M a n u a l d a e x c e l ê n c i a Uma batalha silenciosa é travada entre aqueles que permanecem e aqueles que avançam. Desde que o mundo é mundo, existem os que se contentam com a média e os que perseguem a excelência. Não é que os mornos não almejam o sucesso. A riqueza, a saúde e a alegria são objetos de desejo de todos. Mas a vida que nos leva com virtude a esse destino, poucos são os que conseguem viver. Os médios existem como se o mundo os devesse entregar o que sonham, enquanto os obstinados constroem a realidade que querem. É chegado o tempo de entender: resultados acima da média exigem uma vida acima da média. Curiosidade voraz, esforço inteligente, disciplina. A atitude de escolher cada ação e agir. Agir, fazer, desfazer, refazer. Na média, o mundo é feito dos médios, mas a evolução do mundo sempre foi daqueles que escolhem romper. Para quem escolhe a excelência, aqui está o Manual da Excelência. Ele te conduzirá a ter uma vida acima da média e trilhar o mais virtuoso dos caminhos. Aproveite. índice área interativa Introdução Tópicos que serão abordados no Manual da Excelência Parte 1 – Seja imbatível: como a saúde física pode alavancar a sua performance Parte 2 – Cuidados com a saúde mental: desbloqueie todo o potencial necessário para alcançar os seus objetivos Parte 3 – Saúde social: o poder das conexões para se manter fora da curva Parte 4 – O relacionamento no topo do prisma: tenha relações sociais mais saudáveis e proveitosas Parte 5 – Entendendo o intelecto: o que isso significa e como isso tem mudado ao longo dos anos Parte 7 – Organizando o trabalho: prepare o terreno para um solo mais fértil Parte 8 – Realizando o trabalho: faça o que precisa ser feito Parte 6 – Cultivando o intelecto: plante conhecimento e colha resultados 1.1 – Nutrição equilibrada: um estilo de vida que faz toda a diferença nos seus resultados 1.2 – Exercícios físicos regulares: movimente-se para sair do sedentarismo à excelência 1.3 – Sono de qualidade: descansar é fundamental para romper com a média 4.1 – Cultivo de boas amizades: os laços que mais valem a pena 4.2 – Cerque-se de pessoas que admira: quem estará ao seu lado nas trincheiras? 4.3 – Seja um bom ouvinte: quem não escuta não evolui 4.4 – Reserve um tempo para a família: recarregue as baterias com quem você ama 6.1 – Leia 10 páginas todo dia: conhecimento escrito é poder 7.1 – Planejar o dia: quem sabe o que deve fazer é mais eficiente 8.1 – Foque na tarefa mais importante: priorize o que merece ser priorizado 8.2 – Cumpra os combinados: você não pode enganar a si mesmo 7.2 – Bloquear as distrações: tempo e atenção são muito valiosos para desperdiçar 6.4 – Registre novas ideias: não perca suas inspirações 6.3 – Estude algo diferente: rompa com o conforto e o comodismo e aumente sua plasticidade intelectual 6.2 – Escute bons podcasts: formato de conteúdo desenvolve o intelecto enquanto você pode fazer outras atividades INTELECTO Trabalho A busca pela excelência é contínua REFERÊNCIAS RELACIONAMENTO Saúde Para chegar à tão desejada excelência, este manual te conduzirá em quatro diferentes pilares: Para atingir – e manter – a excelência, é importante se desenvolver em todos estes pilares. Afinal, saúde e intelecto caminham juntas, assim como relacionamento e trabalho, intelecto e trabalho e quaisquer outras combinações que você queira fazer. O grande objetivo deste manual é te guiar no caminho da excelência, permitindo que você tenha um melhor desempenho em seu trabalho e, com isso, seja protagonista de sua trajetória. Porém, para chegar lá, várias outras áreas serão beneficiadas, da vida pessoal à familiar. Por isso, a recomendação aqui é de que você possa mergulhar especialmente no pilar cuja melhoria lhe é mais necessária, de acordo com o resultado do Perfil de Excelência, mas que também navegue por todos os outros. É com um desenvolvimento pleno que você conseguirá levar sua vida para um patamar mais elevado e, assim, atingir toda a excelência de que é capaz, de modo a ser capaz de marcar seu nome na história como vários outros grandes já fizeram até hoje. Boa leitura! Tópicos que serão abordados no Manual da Excelência Saúde Relacionamento Intelecto Trabalho 4 Se você deseja alcançar a excelência em todos os aspectos da sua vida, o primeiro passo é cuidar da saúde. Afinal, sem ela, é impossível ter energia, disposição e clareza mental para enfrentar os desafios do dia a dia e alcançar resultados acima da média. Além disso, conforme veremos a seguir, quando estamos saudáveis, somos mais produtivos e eficientes em nossas atividades profissionais. Por isso, convidamos você a embarcar nesta jornada em busca da sua melhor versão. Em primeiro lugar, é importante esclarecer “o que é saúde”. De acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS): “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade". Nesse sentido, a saúde não se limita à ausência de doenças e enfermidades, mas engloba um uma visão holística do bem- estar físico, mental e social. No Brasil, o mercado de saúde ocupa a 8ª posição global e lidera o ranking de fusões e aquisições no país. A título exemplificativo, entre 2021 e 2022 foram cerca de 150 transações, que movimentaram mais de R$ 20 bilhões para a economia. Dentre os fatores que contribuíram para esses números há o envelhecimento da população, as mudanças nos estilos de vida e o aumento das doenças crônicas. A boa notícia é que todos nós podemos melhorá-la para alcançar a alta performance. No entanto, para conquistar uma vida plena, é fundamental ter comprometimento para cuidar desses três aspectos de forma integrada. Como diria Mae West (atriz e dramaturga norte-americana): “Um grama de desempenho vale quilos de promessas”. Saúde 5 Cuidar da saúde física é uma atitude essencial para quem busca romper com a mediocridade e alcançar o seu mais alto nível de desempenho. Nesse sentido, existem três aspectos fundamentais para uma boa saúde física: nutrição equilibrada, exercícios regulares e sono de qualidade. 1.1 – Nutrição equilibrada: um estilo de vida que faz toda a diferença nos seus resultados 02 parte 1 Seja imbatível: como a saúde física pode alavancar a sua performance S A Ú D E 6 Não é segredo que uma alimentação equilibrada é crucial para manter a saúde em dia. Afinal, o corpo é uma máquina que precisa de combustível para funcionar adequadamente. Por isso, não adianta exigir uma rotina de trabalho intensa e desgastante se não houver cuidado com os nutrientes que estão sendo ingeridos. De fato, de todos os hábitos de saúde, a alimentação é a mais provável de influenciar o bem-estar geral, isso porque uma dieta pobre é cerca de três vezes mais prejudicial à sua saúde do que a falta de atividade física. Dados trazidos pela Harvard Business Review mostram que o que comemos tem impacto direto em nosso desempenho cognitivo. Assim, uma má decisão na hora do almoço pode atrapalhar uma tarde inteira de tomada de decisões. Isso acontece porque quase tudo o que comemos é convertido pelo corpo em glicose (principal fonte de energia para o funcionamento adequado do cérebro, músculos e outros órgãos), mas nem todos os alimentos são processados pelo corpo na mesma proporção. Por exemplo, macarrão, pães e refrigerantes liberam glicose de maneira muito rápida, levando a uma explosão de energia seguida de uma queda brusca de rendimento. Já alimentos com alto teor de gordura (como cheeseburgers e batatas fritas), ainda que forneçam uma energia mais sustentada, exigem que o sistema digestivo trabalhe mais, reduzindo os níveis de oxigênio no cérebro e gerando as sensações de fadiga, cansaço, dificuldades de lembrar informações importantes, bem como o declínio da capacidade cognitiva.Dito isso, quando estamos com pouca glicose, temos dificuldades em nos manter alertas e perdemos o foco com facilidade. Isso explica, inclusive, porque é difícil se concentrar com o estômago vazio. Nesse sentido, a “pirâmide de alimentação” e o “prato saudável” desenvolvidos pela Harvard School of Health foram projetados para ajudar na manutenção de uma dieta saudável, com foco no exercício diário e no controle de peso, resumindo as melhores informações alimentares disponíveis hoje. A pirâmide da alimentação saudável De acordo com o Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard O prato saudável S A Ú D E 7 Consuma com moderação: carne vermelha e manteiga; grãos refinados (como pão branco, arroz e massas); doces e bebidas com açúcar; e sal. Óleos saudáveis Frutas Vegetais Grãos integrais Proteína saudável Água Com a devida orientação e prescrição médica: suplemento multivitamínico diário e vitamina D (para a maioria das pessoas) Opcional: álcool com moderação (não é para todos) Laticínios: de 1 a 2 porções por dia (como queijos, leite desnatado ou iogurtes) ou suplementos de cálcio e vitamina D. Nozes, oleaginosas, sementes, feijões e tofu Vegetais e frutas Gorduras e óleos saudáveis (como canola, soja, milho, girassol, amendoim e outros óleos vegetais; e margarina sem gordura trans) Exercício físico diário e controle de peso. Grãos integrais (como arroz integral, massas feitas com farinha integral e aveia) Peixes, frutos do mar, aves e ovos Entretanto, importante ressaltar que esse modelo serve apenas como referência nutricional, pois ainda que forneça ideias gerais para garantir refeições melhores, ele pode não ser suficiente para atender às necessidades específicas de cada indivíduo, razão pela qual é importante buscar o acompanhamento de um nutricionista para avaliar individualmente cada caso, considerando-se fatores como idade, sexo, atividade física e histórico de saúde, entre outros, e elaborar um plano alimentar personalizado para garantir uma dieta equilibrada e adequada à rotina específica de cada pessoa. De igual modo, muitas companhias já perceberam que a importância da alimentação saudável transcende o indivíduo e tem impacto direto no ambiente de trabalho, razão pela qual estão investindo cada vez mais nessa estratégia. Um estudo realizado pela consultoria Towers Watson e pela National Business Group on Health, divulgados pela Harvard Business Review, mostrou que as empresas que fornecem um bom programa de bem-estar corporativo, promovendo um estilo de vida saudável e oferecendo opções saudáveis de alimentação, têm funcionários mais produtivos e engajados, com uma taxa menor de rotatividade (9% vs. 15%). Mais que isso, os pesquisadores relataram que as companhias podem economizar até US$ 6 em custos médicos e faltas no trabalho por cada dólar investido em iniciativas de bem-estar. Portanto, imagine a seguinte situação hipotética: A empresa XYZ conta com 100 funcionários e possui um programa para incentivar hábitos alimentares saudáveis no seu pessoal que custa cerca de US$ 8 por colaborador todos os meses. Logo, são gastos US$ 800 mensais ou US$ 9.600 anualmente com essa iniciativa. Porém, com esse simples investimento, essa organização tem o potencial de economizar mais de US$ 57.000 a cada ano! Portanto, uma nutrição equilibrada pode trazer inúmeros benefícios não só para o seu corpo, mas também para o seu negócio, sendo um grande diferencial competitivo para empreendedores. Não é à toa que, conforme mostra a tabela abaixo, muitas pessoas de sucesso selecionam com rigor o que irão ingerir no início do dia: S A Ú D E 8 Exemplos das preferências alimentares de profissionais bem- sucedidos Alimentos ricos em nutrientes como os acima mencionados podem melhorar a disposição, aumentar a concentração e até mesmo reduzir os níveis de estresse e ansiedade. Além disso, a alimentação adequada pode ajudá-lo a viver mais, manter a pele, os dentes e os olhos saudáveis, fortalecer os ossos e os músculos, prevenir doenças cardíacas, reduzir o risco de diabetes tipo 2 e câncer, auxiliar na gestação e amamentação, contribuir para o bom funcionamento do sistema digestivo e fortalecer o sistema imunológico. S A Ú D E 9 Quem Richard Branson (fundador do The Virgin Group) Dois ovos cozidos com molho de soja. Frutas, algumas vitaminas e um chá verde cítrico da Starbucks. Waffles de sementes de linho com manteiga de amêndoa e um ovo mexido. Smoothie verde com leite de amêndoa, aveia, arroz ou soja, além de frutas frescas e folhas de couve ou espinafre. Grãos de aveia cortados. Jack Dorsey (co-fundador e ex-CEO do Twitter) Cheryl Bachelder (ex-CEO da Popeyes) John Mackey (co-fundador da Whole Foods Market) Payal Kadakia (co-fundadora e CEO da ClassPass Fruits) Justin Timberlake (cantor, compositor e empresário) Salada de frutas e muesli (um prato de aveia crua frequentemente servido com frutas secas ou nozes). Café da manhã Veja o que pode acontecer com o seu corpo quando você passa a se alimentar de maneira adequada: Portanto, com base em todas essas vantagens que a reeducação alimentar produz, é hora de se comprometer incluindo uma dieta nutritiva para desintoxicar o seu corpo. Comece aos poucos, substituindo alimentos processados por opções mais saudáveis, como frutas, verduras e grãos integrais. Invista em refeições balanceadas, que incluam fontes de proteína, carboidratos complexos e gorduras saudáveis. Lembre-se que, segundo o autor Alan Levinovitz, “você é o que você come” e isso influencia todos os aspectos da sua vida, desde as atividades diárias até a realização de grandes sonhos e objetivos. Um dia após o início: você experimentará menos desejos de comida ao longo do dia, sentindo-se empoderado pelo controle sobre suas refeições. Notará, também, que a fome estabilizará e perceberá um nível mais alto de foco mental e clareza. Uma semana após o início: seu nível de energia estará mais alto do que você jamais sentiu antes. Suas calças começarão a ficar mais soltas, isso porque seu corpo está eliminando todo o excesso de água que estava retendo pela alta ingestão de sódio e alimentos processados. Os seus desejos por comida estão reduzindo drasticamente e você começa a dormir mais profundamente (adormecendo mais fácil e acordando menos durante a noite) Um mês após o início: você notará um novo brilho na pele. Alguns problemas de saúde pré-existentes (enxaquecas, dor nas articulações, problemas no intestino etc.) podem começar a desaparecer. Pela primeira vez em muito tempo, você realmente começa a se sentir saudável. O seu bolso também agradece, você estará economizando com essa nova abordagem e começará a recusar refeições não saudáveis que são oferecidas a você, porque comer bem está se tornando um hábito. Se você estiver se exercitando, inclusive, começará a perceber um desempenho melhor em todas as áreas da sua vida. Você pode até sentir mais fome, já que o seu metabolismo está acelerando Seis meses após o início: se os níveis gerais de colesterol estavam altos, eles começaram a cair agora. Sua pressão arterial também pode diminuir, minimizando o risco de doenças cardíacas e derrame. Você deve estar visivelmente mais magro e seus ossos devem estar ficando mais fortes (com menos risco de fraturas). Por último, seus níveis de glicose no sangue provavelmente estarão sob controle, reduzindo as flutuações de açúcar no sangue e diminuindo a ameaça de diabetes Um ano após o início: você permanecerá desfrutando de todos os benefícios mencionados acima, pois eles persistirão enquanto você continuar a se alimentar bem. Seu peso estará mais saudável e você se sentirá bem, forte e confiante. Além disso, você não deve mais ter o desejo de voltar ao seu antigo estilo de vida. Afinal, você já viu muitas mudanças positivas para desistir de tudopelo prazer momentâneo das refeições. 02 S A Ú D E 10 1.2 – Exercícios físicos regulares: movimente-se para sair do sedentarismo à excelência Quando o assunto é alta performance, muitas pessoas focam apenas em aspectos mentais e intelectuais, deixando de lado um elemento crucial: o condicionamento físico. A OMS define atividade física como qualquer movimento corporal produzido pelo sistema muscular que requer gasto de energia, sendo documentados na literatura científica benefícios significativos para o corpo e a mente. Antes de tudo, porém, é importante destacar que a falta de atividades físicas é um problema cada vez mais comum na sociedade moderna. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o sedentarismo atinge 70% de pessoas no mundo e o Brasil é considerado o país mais sedentário da América Latina. Ao contrário do que muitos pensam, essa não é uma questão meramente estética, mas de saúde pública, pois a projeção é de que, pelo menos, 500 milhões de pessoas desenvolvam doenças cardíacas, obesidade, diabetes e outras doenças não transmissíveis até 2030. Além disso, o sedentarismo também pode impactar negativamente a produtividade e o desempenho no trabalho e em outras áreas da vida. Por exemplo, permanecer sentado tem se tornado tão comum na atualidade que, muitas vezes, não percebemos o quanto do nosso dia é realmente sedentário. S A Ú D E 11 Tempo médio que um adulto permanece sentado Em média, os adultos gastam mais da metade do seu tempo sentados. Este é um exemplo do tempo total que isso pode resultar: Sente-se menos, mova-se mais Adultos que se sentam menos ao longo do dia possuem um risco menor de morte prematura, especialmente de doenças cardiovasculares. Além dos 30 minutos de atividade física por dia, tente limitar seu tempo sentado e interromper longos períodos sentado sempre que possível. Hora de dormir Caminhada: 30 minutos Assistir TV / ler: 4 horas Jantar: 30 minutos Dirigir até o trabalho: 1 hora Trabalhar no computador: 4 horas Dirigir para casa: 1 hora Treinamento de força: 30 minutos Trabalhar no computador: 4 horas Almoço: 30 minutos 15h Tempo total sentado Conforme visto na figura acima, um cidadão médio tende a ser sedentário por 15 horas do seu dia. Essa condição geralmente é definida por duas características: a posição em que se está, que geralmente é reclinada ou sentada; e a quantidade de gasto de energia que não é exigido do seu corpo. Nesse sentido, um estudo do American Journal of Preventive Medicine descobriu que longos períodos sentado (ao que foi dado o nome de sitting disease, ou “síndrome metabólica”, em termos mais técnicos) estão associados à morte prematura e a um maior risco de 34 doenças crônicas, incluindo obesidade, diabetes, câncer e outras patologias cardiovasculares. em mulheres inativas que ficam sentadas por mais de 6 horas por dia, comparadas àquelas que ficam mais em pé. em homens inativos que ficam sentados por mais de 6 horas por dia, comparados àqueles que ficam mais em pé. mais chances de morte94% 48% mais chances de morte Por outro lado, a prática regular de exercícios físicos pode melhorar o desempenho cognitivo, a criatividade, a memória e a capacidade de tomar decisões. Embora seja recomendável participar de exercícios moderados a vigorosos de 3 a 5 vezes por semana, é importante começar com o primeiro passo: ficar mais períodos em pé. O que nos impede de nos exercitarmos com mais frequência? Para muitos, a resposta é simples: não temos tempo. Para ser justo, esta é uma explicação legítima. Há semanas em que o trabalho é avassalador e os prazos fora do controle precisam ser cumpridos. Mas sejamos claros: o que realmente queremos dizer quando dizemos que não temos tempo para uma atividade é que não a consideramos uma prioridade em nossa rotina. E é justamente por isso que os benefícios cognitivos do exercício são tão atraentes. Ele nos permite absorver mais informações, trabalhar com mais eficiência e sermos mais produtivos. Isso se deve em grande parte à liberação de hormônios que podem ser sentidos imediatamente na forma de uma sensação de bem- estar e até euforia. S A Ú D E 12 Riscos associados à síndrome metabólica A síndrome metabólica causa: Além disso, essa ativação de diferentes hormônios pode durar até mesmo após a atividade. Entre os principais, destacamos: Mesmo cientes de tantos benefícios, muitos consideram a atividade física como um luxo, uma atividade que gostariam de fazer se tivessem mais tempo. Por isso, ao invés de perceber o exercício como algo que se faz para si mesmo, mas que te afasta do trabalho, é hora de considerá-lo como parte do seu próprio trabalho. Vale ressaltar, ainda, que a falta de músculos precede a morte. A musculatura forte e resistente é um dos maiores marcadores de longevidade. S A Ú D E 13 Principais hormônios liberados pela atividade física Hormônio Adrenalina e Noradrenalina Cortisol Hormônios da felicidade (dopamina, serotonina, endorfinas e encefalinas) A dopamina é produzida nos neurônios dopaminérgicos, a serotonina é produzida pelos neurônios serotoninérgicos dos núcleos da rafe e no trato gastrointestinal, a endorfina é produzida pela glândula hipófise e as encefalinas são produzidas em determinadas regiões do encéfalo e na glândula pituitária ou hipófise. Produzidos pela glândula adrenal Produzido no córtex adrenal Fornece energia aos músculos Gera uma alta proporção de energia através de diferentes mecanismos Contribuem para a sensação de euforia e bem- estar, ajudam a dormir melhor e têm efeito analgésico. Origem Função Pensando nisso, aqui estão algumas sugestões trazidas de como incorporar essa realidade em sua rotina – seja ela qual for: Identifique uma atividade física que você realmente goste: movimentar-se não significa necessariamente se sentir entediado em uma academia. Caso a musculação não seja uma opção, procure um exercício com o qual você se identifique: futebol, basquete, tênis, natação, dança, jiu-jitsu... Quando vemos o exercício como algo que fazemos por diversão, somos mais propensos a resistir a alimentos não saudáveis depois, já quando a mesma atividade física é percebida como um sacrifício, é muito mais custoso dizer não, presumivelmente porque toda a força de vontade já se exauriu nos exercícios Invista na melhoria do seu desempenho: ao invés de se contentar em “fazer algum exercício”, concentre-se em dominar uma atividade. Invista nessa nova fase e compre as roupas e equipamentos necessários, pois o gasto adicional tende a aumentar o nível de comprometimento, enquanto as evoluções constantes na sua performance ajudarão a manter o interesse a longo prazo Torne-se parte de um grupo: se possível, encontre exercícios que envolvam outras pessoas. A socialização torna a atividade mais divertida, aumentando as chances de você continuar praticando. Lembre-se que para atingir a alta performance é necessário se tornar mais autoconsciente e refletir tanto sobre o que o impulsiona quanto sobre o que o detém. Por isso, perceba que ao dedicar tempo para cuidar do seu corpo, você não estará abandonando os seus compromissos. Pelo contrário: você está garantindo que as horas que você dedica tenham valor e sejam até 21% mais produtivas. S A Ú D E 14 1.3 – Sono de qualidade: descansar é fundamental para romper com a média S A Ú D E 15 O sono é um dos pilares fundamentais da saúde, assim como a alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos. Muitas vezes, porém, é negligenciado ou até mesmo visto como um obstáculo à produtividade. O colapso nuclear de Three Mile Island, a explosão nuclear de Chernobyl, o derramamento de óleo Exxon Valdez e o desastre do ônibus espacial Challenger foram todos resultados de erro humano causado por sonolência. De acordo com a American Academy of Sleep Medicine,adultos saudáveis devem dormir, no mínimo, sete horas por noite, com um intervalo recomendado entre sete a oito horas. Dormir pouco e trabalhar sem parar, conceitos associados ao sucesso e à ideia de sacrifício e esforço contínuo, estão longe de ser o caminho para uma vida épica. A verdade é que não há nada capaz de substituir o sono de qualidade na busca por resultados extraordinários. A ciência comprova que a privação de sono afeta negativamente a saúde, o bem-estar e o desempenho cognitivo, causando prejuízos como diminuição da capacidade de concentração, aumento do estresse e piora da memória, entre outros. De acordo com a American Academy of Sleep Medicine, aqueles que dormem de 5 a 6 horas experimentaram uma perda de 19% na produtividade em comparação àqueles que relataram dormir regularmente de 7 a 8 horas. Já em relação aos que dormiram menos de 5 horas, as quedas de produtividade foram de 29%. Dados da citada instituição norte-americana mostram, ainda, que 84% das pessoas sentem-se mais irritadas como resultado de um sono ruim e mais da metade relatam níveis mais altos de estresse, ansiedade e sentimentos de frustração. Juntamente com o impacto emocional, a privação do sono pode prejudicar as habilidades cognitivas, incluindo percepção, julgamento, tempo de reação e tomada de decisão. “É comum que gerentes e colegas considerem a falta de foco ou motivação, irritabilidade e má tomada de decisão como causada por treinamento deficiente, política organizacional ou ambiente de trabalho. A resposta pode ser muito mais simples – falta de sono.” The Wake-up Call: The importance of sleep in organizational life Além disso, quando o corpo descansa adequadamente, o sistema imunológico é fortalecido, o humor melhora e a capacidade de lidar com situações estressantes é aprimorada. Dormir faz o cérebro funcionar melhor, auxiliando na tomada de decisões mais acertadas e criativas. Não é à toa que muitos empreendedores e líderes de sucesso reconhecem a importância do sono de qualidade em suas trajetórias. Jeff Bezos, fundador da Amazon, dorme oito horas por noite, enquanto Arianna Huffington, cofundadora do Huffington Post, é uma defensora ferrenha da importância do sono, inclusive tendo escrito um livro sobre o tema. Essas pessoas entenderam que não existe excelência em nenhuma área da vida sem um descanso adequado. “O sono pode ser o aspecto mais importante da construção de um grande negócio e de um corpo de alta performance.” Lewis Howes (empreendedor e autor best-seller do New York Times). Isso porque 17 horas de vigília sustentada, como um longo dia no escritório, resultam em mudanças comportamentais equivalentes a beber duas taças de vinho. Se a vigília persistir por 24 horas, a tendência é de um comportamento equivalente ao de se ter bebido quatro taças de vinho, o que pode ser fatal para profissionais cujos trabalhos exigem atenção crítica aos detalhes, como cirurgiões, pilotos e motoristas, mas cujos impactos também podem ser bastante consideráveis para profissionais de outras áreas. Para ajudar a garantir um sono de qualidade, é importante criar hábitos saudáveis antes de dormir, como os listados pelo US Centers for Disease Control and Prevention: Como visto, descansar bem é fundamental para alcançar a excelência em todas as áreas da vida, seja na vida pessoal, profissional ou acadêmica. Por isso, não deixe de valorizar e priorizar uma boa noite de sono. Por último, tenha em mente que a privação de descanso está diretamente ligada a transtornos de ansiedade e depressão. Por isso, repousar adequadamente pode ser uma forma de prevenção e tratamento desses e tantos outros problemas, conforme veremos no tópico a seguir. Seja consistente. Vá para a cama à mesma hora todas as noites e levante-se à mesma hora todas as manhãs, inclusive nos fins de semana Verifique se o seu quarto está calmo, escuro, relaxante e a uma temperatura confortável Remova dispositivos eletrônicos do quarto, como TVs, computadores e smartphones Evite refeições grandes, cafeína e álcool antes de ir para a cama Pratique uma atividade física. Ser ativo durante o dia pode ajudá-lo a adormecer mais facilmente à noite. S A Ú D E 16 O cansaço tem o mesmo efeito da embriaguez De fato, estar cansado tem o mesmo efeito de estar embriagado. O cansaço afeta a fala, o funcionamento motor, os níveis de agressividade e impulsividade, a memória, a tomada de decisões e a capacidade de resolver problemas. acordado 24h 4 taças de vinho acordado 17h 2 taças de vinho = = Nos últimos anos, presenciamos um crescente reconhecimento do importante papel que a saúde mental desempenha em nosso dia a dia: a depressão é uma das principais causas de incapacidade; o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos; pessoas com condições graves de saúde mental morrem prematuramente – até duas décadas antes – devido a condições físicas evitáveis… Essencialmente, a saúde mental pode afetar as pessoas de diferentes maneiras, seja ansiedade, depressão, burnout, transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência intelectual, transtornos de desenvolvimento etc. De acordo com a OMS, a saúde mental é definida como um estado de bem-estar em que o indivíduo é capaz de lidar com as demandas normais da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera, contribuindo para a sua comunidade. No entanto, nunca as ameaças globais à saúde mental estiveram tão presentes. Desigualdades sociais e econômicas crescentes, conflitos prolongados, violência e emergências de saúde pública ameaçam o progresso rumo à melhoria do bem- estar. Nesse contexto, os principais perigos de hoje incluem: recessões econômicas e polarização social; emergências de saúde pública; emergências humanitárias generalizadas e deslocamentos forçados; e a crescente crise climática. Entre seus muitos impactos, a pandemia de COVID-19 criou uma crise global para a saúde mental, alimentando tensões de curto e longo prazo e prejudicando a saúde mental de milhões. Por exemplo, as estimativas colocam o aumento dos transtornos de ansiedade e depressão em mais de 25% durante o primeiro ano da pandemia. Ao mesmo tempo, os serviços de saúde mental foram severamente interrompidos e a lacuna de tratamento para problemas de saúde mental aumentou. Em média, os países dedicam menos de 2% dos orçamentos assistenciais à saúde mental e mais de 70% dos gastos com saúde mental em países de renda média ainda vão para hospitais psiquiátricos. Para piorar, cerca de metade da população mundial vive em países onde há apenas um psiquiatra para atender 200.000 pessoas ou mais. E a disponibilidade de medicamentos psicotrópicos essenciais acessíveis é limitada, especialmente em territórios de baixa renda. Assim, a maioria das pessoas com problemas de saúde mental diagnosticados ficam completamente sem tratamento. Mais que isso, de acordo com a OMS, a depressão será a principal causa de incapacitação no mundo até 2030 e estima- se que a ansiedade já afete 264 milhões de pessoas em todo o mundo. parte 2 Cuidados com a saúde mental: desbloqueie todo o potencial necessário para alcançar os seus objetivos S A Ú D E 17 Ter uma boa saúde mental significa que somos mais capazes de nos conectar, funcionar, lidar e prosperar. Por isso, para alcançar a sua melhor versão, não basta estar fisicamente saudável, mas também possuir as condições mentais adequadas para chegar e se manter no topo. Afinal, se você não cuidar do seu corpo e da sua mente – e ninguém fará isso em seu lugar – você não será capaz de executar o melhor de sua capacidade. À título exemplificativo, veja na tabela abaixo como grandes líderes lidam e/ou lidaram com a sua capacidade de nomear, abordar e regular as emoções: Priorizar a saúde mental não é bom apenas para o bem-estar de um indivíduo: pesquisasmostram que para cada US$ 1 investido na saúde mental dos funcionários, há um retorno de US$ 4 para a companhia. Obviamente, apoiar iniciativas como essas faz com que os dois lados saiam ganhando. Além disso, há fortes evidências de que locais de trabalho com altos níveis de bem-estar mental são 4× mais produtivos. E, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Oxford sobre felicidade e produtividade, as pessoas são 13% mais produtivas quando estão felizes. S A Ú D E 18 A relação entre bem-estar mental e sintomas de problemas de saúde mental Como grandes líderes lidam com as suas emoções Líder Bill Gates (Microsoft) Steve Jobs (Apple) Richard Branson (Virgin Group) Jeff Bezos (Amazon) Susan Wojcicki (YouTube) Quando a pressão começar a aumentar, elimine o barulho e concentre-se novamente nas tarefas que devem ser executadas. Simplificar as coisas ajuda a torná- las mais gerenciáveis. Após identificar um problema, meditar ajuda a dar a clareza necessária para assumir as rédeas da situação e seguir em frente. Lembre-se do que é importante na vida (saúde e família) e libere sua mente de preocupações triviais. Tenha atitude em relação àquilo que está sob o seu controle. Alcance o equilíbrio – trabalhar sem parar só levará ao esgotamento e à queda na produtividade. Reserve tempo para equilibrar a vida pessoal e profissional e se sentirá revigorado e recarregado. “A capacidade de resumir as coisas, de trabalhar apenas nas coisas que realmente importam, de pensar no básico... É uma forma especial de genialidade" “Se você apenas se sentar e observar, verá como sua mente está inquieta. Tentar acalmá-la só piorará. Mas, com o tempo, ela se acalma... Sua mente simplesmente desacelera e você vê, no momento, uma tremenda expansão. Você vê muito mais do que podia ver antes”. “Se eu perdesse todo o império da Virgin amanhã, simplesmente iria morar em algum lugar como Bali. Agora, se houver um problema com minha família em termos de saúde... Isso sim é um problema”. “O estresse vem principalmente de não agir sobre algo sobre o qual você pode ter algum controle... Acho que assim que o identifico e faço o primeiro telefonema ou envio o primeiro e-mail... isso reduz drasticamente qualquer estresse que pode advir dessa situação”. “Acho muito importante tirar uma folga e também descobri que, às vezes, você obtém insights muito bons tirando uma folga” Estratégia Pensamento Nível mental alto bem-estar Uma pessoa sem condição de saúde mental tem maior probabilidade de experimentar níveis mais altos de bem-estar mental. Uma pessoa sem condição de saúde mental ainda pode experimentar baixos níveis de bem-estar mental. Uma pessoa com problemas de saúde mental ainda pode experimentar altos níveis de bem-estar mental. Uma pessoa com problemas de saúde mental tem mais probabilidade de experimentar níveis mais baixos de bem-estar mental. Baixo nível de mental bem-estar Sintomas graves de condições de saúde mental Sem sintomas de condições de saúde mental Para ajudar com o estresse e os desafios do dia a dia, o BC Mental Health elenca 10 dicas para lidar com o tema Faça da conexão social – especialmente presencial – uma prioridade: chamadas telefônicas e mensagens instantâneas têm o seu lugar, mas poucas coisas superam o poder de um relacionamento cara a cara com outras pessoas, especialmente aquelas que você ama e que o energizam Mantenha-se ativo: manter-se ativo é tão bom para o cérebro quanto para o corpo, aliviando o estresse, melhorando a memória e ajudando-o a dormir melhor Fale com alguém: se tiver tensões ou preocupações, compartilhá-las com alguém que se importa é uma das maneiras mais eficazes de acalmar seu sistema nervoso e aliviar o estresse Aproveite os seus sentidos: ouvir uma música específica faz você se sentir calmo? Apertar uma bola de borracha ajuda você a se sentir centrado? Todo mundo responde à entrada sensorial de maneiras distintas, então teste e descubra o que funciona melhor para você Adote uma prática de relaxamento: yoga, meditação, respiração profunda... Seja qual for, isso pode ajudar a reduzir os níveis gerais de reações nocivas, tanto físicas quanto emocionais Priorize o lazer e a contemplação: reserve um tempo para não fazer nada, apenas relaxar, contemplar e prestar atenção às coisas positivas ao longo do dia. Anote-as se puder, até as menores, porque elas podem ser fáceis de esquecer. Em seguida, reflita sobre elas quando perceber que seu humor está diminuindo. Opte por uma dieta saudável para fortalecer o cérebro: peixes ricos em ômega-3, nozes, amêndoas, castanha de caju, amendoim, abacates, feijões, folhas verdes e frutas frescas são ótimas sugestões para incluir no seu cardápio e estimular as conexões neurais Não economize no sono: como visto anteriormente, o sono é a melhor maneira de nosso corpo e nossa mente se recarregarem e rejuvenescerem. Para dormir melhor, faça pausas na estimulação de telas – TV, telefones, tablets ou computadores – nas horas anteriores ao momento de ir para a cama. Prefira ler ou ouvir música relaxante Encontre propósito e significado na sua vida: descobrir os objetivos que te motivam em seus dias mais difíceis é essencial Se precisar, peça ajuda: busque orientação profissional e terapia quando sentir que precisa de apoio. Existem muitos programas e recursos disponíveis. Embora existam alguns fatores que não são possíveis de controlar, como genética, experiências de vida e histórico familiar, lembre-se de que, no fim do dia, concentrar-se naquilo que está ao seu alcance pode fazer uma diferença significativa para conquistar resultados acima da média no seu dia a dia. S A Ú D E 19 As teorias de produtividade da Era Industrial tratam as pessoas como recursos a serem gerenciados por meio de controles regidos por demandas e expectativas feitas por seu empregador. Entretanto, a evolução do mundo pertence àqueles que escolhem romper com tais estigmas. Seja na vida pessoal ou no trabalho, fazer parte de uma comunidade, manter conexões sociais e sentir-se valorizado pelos outros contribui para o bem-estar geral. Em linhas gerais, as conexões sociais referem-se aos relacionamentos que estabelecemos com outras pessoas. Isso pode incluir amigos, familiares, colegas de trabalho e até mesmo pessoas que conhecemos em nossas comunidades ou em nossos hobbies. parte 3 Saúde social: o poder das conexões para se manter fora da curva S A Ú D E 20 Quando nos conectamos socialmente, podemos experimentar um impacto direto em nossos hormônios, pressão arterial e frequência cardíaca. Também é possível aproveitar seus benefícios depois de anos, reduzindo o risco de condições de saúde, como a demência. Além disso, as conexões sociais também podem afetar aspectos profissionais. De acordo com um estudo realizado pela McKinsey, as conexões sociais no trabalho aumentam a produtividade e a eficácia da equipe de 20% a 25%. Além disso, uma pesquisa da Gallup indica que colaboradores "engajados e prósperos" têm 59% menos chances de procurar emprego nos próximos 12 meses. Para entender melhor esse fenômeno e os aspectos inerentes à socialização, como a possibilidade de produzir resultados maiores nos projetos e entregas, abordaremos o assunto com mais detalhes em nosso segundo pilar da excelência: os relacionamentos. “Não há melhor preditor do bem- estar humano do que a quantidade de tempo social que passamos uns com os outros.” Tom Rath, consultor americano e escritor As pessoas vagam como se o mundo as devesse entregar o que sonham, enquanto os obstinados constroem a realidade que querem. Isso vale muito para os relacionamentos, porque parte do pressuposto de que intenção é diferente de ação. E o que é a viga de sustento entre a família, boas amizades e trocas com colegas de trabalho e pessoas que admira?Justamente o relacionamento, que perpassa a capacidade de executar suas ações de forma coerente e honesta para além de um belo discurso proferido. Segundo o dicionário de Oxford, a definição de intenção é “aquilo que se pretende fazer; propósito, plano, ideia”. Em contrapartida, a definição de ação sugere a “disposição para agir; atividade, energia, movimento”. De nada adianta viver pretendendo imagens simbólicas do futuro se não nutrir com ações o presente de suas relações. Na abertura de seu livro, “Falar em Público é para Você!”, o professor do G4 Educação, Luis Vabo Jr., traz a referência do texto “Escutatória”, de Rubem Alves: Seu livro é de oratória, mas saber ouvir é seu imperativo de abertura. Como falar bem se você não entende com quem está falando? Antes de conseguir falar, é preciso saber ouvir. Antes de ter qualquer intenção, é preciso bancá-la com uma ação condizente. É assim que vão se construindo os laços de confiança. relacionamento 21 “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil...” Trazendo para o mundo corporativo, dados divulgados pela Michael Page mostram que 91% das pessoas são contratadas pelas empresas devido às suas hard skills, mas no entanto, elas acabam sendo demitidas em razão das suas soft skills. Bernard Marr, autor do artigo “Top 16 Essential Soft Skills For The Future Of Work”, veiculado no final de 2022 pela Forbes, lista mais da metade de suas soft skills essenciais para o futuro do trabalho justamente como aquelas correlatas à habilidades interpessoais. Alguns dos exemplos são: Julgamento e tomada de decisões complexas: dado que estamos em um ambiente cada vez mais volátil e diversificado Inteligência emocional e empatia: a capacidade de estar ciente e controlar suas emoções e as emoções dos outros Colaboração e trabalho em equipe: integrar e trabalhar bem com equipes; Habilidades de comunicação interpessoal: ser capaz de ouvir, entender e transmitir suas ideias; Adaptabilidade e flexibilidade: ter uma mentalidade adaptável e estar aberto a mudanças no local de trabalho; Inteligência cultural e consciência da diversidade: entender a acessibilidade sem precedentes ao mercado, sem discursos panfletários; Consciência ética: compreender as implicações éticas do trabalho e da tecnologia nos clientes, colaboradores e outros stakeholders – inclusive o ambiente Liderança: excelência na liderança de grupos. Para atingir a excelência é preciso passar por uma reformulação de vida: saúde, profissional, intelectual... e da maneira como você consegue nutrir relacionamentos saudáveis, que o fortaleçam. É chegado o tempo de entender: resultados acima da média exigem uma vida acima da média. Não à toa, aqueles que buscam a excelência não apenas se preocupam em cultivar boas amizades, cercar-se de pessoas que admiram, serem bons ouvintes e reservarem um tempo para a família. Eles tornam isso um imperativo equivalente aos outros de suas vidas. Aprendem a equilibrar os pratos para que nenhum deles caia e cause algum dano em seus negócios ou em suas famílias. Esse é o preço que a excelência cobra, mas uma recompensa que paga com valores intangíveis. O processo é doloroso e você tem que comprar a briga, mas é só ela dar um sinal de fraqueza que é hora de engolir como um trator e dar mais um pouco de vigor físico. O processo é interessante, vai te alimentando de energia. parte 4 O relacionamento no topo do prisma: tenha relações sociais mais saudáveis e proveitosas relacionamento 22 4.1 – Cultivo de boas amizades: os laços que mais valem a pena Em 2010, os autores Julianne Holt- Lunstad, Timothy B. Smith e J. Bradley Layton realizaram o estudo “Social Relationships and Mortality Risk: A Meta-analytic Review” para o Departamento de Gerontologia da Brigham Young University. A pesquisa foi conclusiva: relacionamentos saudáveis realmente contribuem para uma boa saúde mental e física. Ter um círculo próximo de amigos pode diminuir o risco de complicações como diabetes, ataque cardíaco e derrame, por exemplo. Fortes laços sociais também podem diminuir os sentimentos de solidão, que as evidências mostram que podem afetar diretamente sua longevidade. Uma das explicações possíveis para esses benefícios diretos à saúde pode ser respaldada pelo artigo “Influence in Relationships: A Meta-Analysis on Health-Related Social Control”, elaborado em 2015 pelas pesquisadoras Emily Craddock, Michelle R. vanDellen, Sarah A. Novak e Krista W. Ranby. Nele, as autoras afirmam que suas amizades são agentes de mudança capazes de impactar diretamente no rumo da sua vida. Por exemplo, seus amigos podem ajudá-lo a definir e manter metas para se exercitar mais e manter-se mais ativo. Além disso, podem se envolver nessas metas e manter a dupla mais engajada, esforço esse muito mais difícil de trilhar sozinho. Com alguém nas trincheiras ao seu lado, a guerra parece ligeiramente mais fácil. É muito mais acessível racionalmente sair da cama e se manter ativo quando você tem um amigo ao seu lado. Compra a briga, se torna um compromisso inadiável. Todo mundo tem dúvidas e inseguranças vez ou outra, mas ter amigos que o apoiam desempenha um papel importante na construção de sua autoestima ou no quanto você se identifica enquanto personalidade social. Relações saudáveis respaldam confiança e segurança, mesmo nos momentos mais sombrios. São a luz guia de uma família por escolha. Em 2010, a Harvard Medical School lançou um relatório intitulado “The health benefits of strong relationships”, o qual evidencia os fatores biológicos e comportamentais que explicam os benefícios para a saúde de nutrir boas amizades. Por exemplo, foi descoberto que desenvolver conexões genuínas ajuda a aliviar os níveis prejudiciais de estresse, capazes de afetar adversamente as artérias coronárias, a função intestinal, a regulação da insulina e o sistema imunológico. Harvard também identificou que a qualidade de nossos relacionamentos é importante. Por exemplo, descobriu que mulheres de meia-idade que estavam em casamentos altamente satisfatórios tinham um risco menor de doenças cardiovasculares se comparadas com aquelas em casamentos menos satisfatórios. Uma intrigante linha de pesquisa descobriu sinais de imunidade reduzida em casais durante brigas conjugais especialmente hostis. Pulando para a Harvard Business School, no artigo “The Power of Healthy Relationships at Work”, publicado em 2022, dados gerados pelo campus de Psicologia Social demonstraram que as lideranças que priorizam o relacionamento com seus colaboradores e comandam com interação e inclusão simplesmente performam melhor. Os líderes mais eficazes de todos (conforme medido por suas taxas de sucesso e o sucesso de suas organizações) são movidos por valores humanos e reconhecem cada nuance de seus colaboradores. Como resultado, sua força de trabalho também têm um desempenho melhor: se torna mais engajada, menos propensa a desistir, mais leal e mais produtiva. Do outro lado da ponta, esses tipos de empresa desfrutam de maior satisfação do cliente e melhores resultados financeiros. A pesquisa “Does Money Buy Happiness? The Link Between Salary and Employee Satisfaction”, elaborada pela Glassdoor em 2015, considerou evidências de três tipos de estudos (longitudinal, transversal e experimental) para comprovar que a felicidade é um indicador de sucesso no local de trabalho. E quando você se aprofunda para explorar o que significa “felicidade” no trabalho, tudo se resume a relacionamentos saudáveis. Nosso desejo de nos sentirmos vistos, ouvidos e reconhecidos é fundamentalmente humano. Como espécie, evoluímos para atribuir um valor enorme aos nossos papéis e relacionamentoscom outros membros do grupo. Não se sentir valorizado por suas contribuições ou sentir que seu valor não é reconhecido por outras pessoas ativa a resposta ao estresse e parece uma ameaça. É provavelmente por isso que a rejeição ativa regiões cerebrais semelhantes às da dor física. Isso dói. Nosso senso de conexão com os outros não afeta apenas nossa saúde mental. Em um sentido muito mais concreto, influencia diretamente a motivação. O engajamento no trabalho é amplamente influenciado por nossos sentimentos de conexão com os outros. Sentimo-nos inspirados quando somos lembrados de que não estamos sozinhos em nossos empreendimentos e que nossas experiências não são apenas nossas para enfrentar. Uma das coisas que torna o burnout particularmente prejudicial é seu vínculo inerente com a solidão. relacionamento 23 4.2 – Cerque-se de pessoas que admira: escolha quem estará ao seu lado nas trincheiras A McKinsey & Company possui uma série de publicações intituladas “Author Talks”. Em uma delas, lançada em 2022, Emily Adeyanju, da McKinsey Global Publishing, teve a oportunidade de conversar com Daniel Coyle sobre seu livro “The Culture Playbook: 60 Highly Effective Actions to Help Your Group Succeed”. Coyle, best-seller do New York Times e consultor de gigantes como Google e Microsoft, compartilha insights acionáveis sobre cultura organizacional e métodos que permitem que as equipes se conectem por meio de objetivos compartilhados em torno de um propósito comum. Uma de suas respostas é pertinente à essa seção: Voltamos ao ponto um. Segundo o estudo “Does Money Buy Happiness? The Link Between Salary and Employee Satisfaction”, elaborado pela Glassdoor, quando você se aprofunda para explorar o que significa “felicidade” no trabalho, tudo se resume a relacionamentos saudáveis. O engajamento no trabalho é amplamente influenciado por nossos sentimentos de conexão com os outros. Nos sentimos inspirados quando somos lembrados de que não estamos sozinhos e que nossas experiências não são apenas nossas para enfrentar. Para o autor Claudio Fernández-Aráoz, ao longo do artigo “The Key to Career Growth: Surround Yourself with People Who Will Push You”, publicado pelo Harvard Business Review em 2018, quando se trata de planejar nossas carreiras, escolhemos cuidadosamente nossas empresas e cargos, mas raramente deliberamos sobre a seleção de conselheiros que nos ajudarão a construir uma carreira de sucesso. A pesquisa, chancelada pela HBR, sugere cultivar um grupo de apoio para sua carreira, pensando em quais conselhos e conhecimentos você gostaria de ter acessíveis em sua lista de contatos íntimos. A efeito de tangibilização, pensemos no caso de um jornalista. É necessário ter em sua caderneta valências que podem ser complementares às dele ou oportunidades que o abram caminhos. É através dessa rede, ou dessa network, que você faz o fluxo dos relacionamentos acontecer. Considere quem você se inspira, sejam eles amigos, líderes ou pares que dividem balcão no dia-a-dia. Procure essas pessoas e seja sincero sobre porque você as admira e porque deseja se conectar profissionalmente, para o desenvolvimento e o progresso de ideias. Concentre-se em construir um relacionamento que beneficie todas as partes. Os relacionamentos precisam ser sólidos, acionáveis pelas diferentes perspectivas. Essa é uma forma proativa de exercer sua vida social ativando sua excelência intelectual e profissional. Estar cercado de pessoas que você admira é o caminho contrário ao ostracismo. É o caminho rumo ao movimento. Lembra da definição de ação? “Disposição para agir; atividade, energia, movimento”. Esse grau de exigência demanda que os pontos se conectem. Uma das principais razões pelas quais se conectar se torna um fundamento importante é porque ajuda a construir uma reputação. Seu nome está na rua e cabe a você como moldá-lo. O aprendiz de um dia pode se tornar o mentor do outro, basta erguer credibilidade, jogando firmemente sob seus valores. Sem falar que construir uma reputação sólida e visível ao mercado pode te ajudar a atrair mais oportunidades de carreira. Essencialmente, quanto mais sua rede se expande, mais as pessoas sabem o que você pode oferecer e o que está procurando. Se você deseja que as pessoas não apenas notem você, mas também se lembrem de você, seja uma pessoa nominal, uma pessoa que presta atenção aos detalhes, pratica escuta ativa. Também voltamos à lição de Luis Vabo Jr., na abertura de seu livro, “Falar em Público é para Você!”, a qual referencia o texto “Escutatória”, de Rubem Alves. Seu livro é de oratória, mas saber ouvir é seu imperativo de abertura. Esse é o caminho mais eficaz para estar cercado de pessoas que você admira: ter a humildade para se tornar admirável. Mas é um exercício de networking e que requer prática. É como aprender a dirigir. Chega uma hora que você não pensa. Você simplesmente executa. Você precisa alcançar esse nível de excelência. De uma naturalidade que lhe transborde. Aplicar até sair do mecânico e entrar em um fluxo natural. É uma jornada que requer muita disciplina. E disciplina é aquela coisa: uma meta lá na frente, construída no agora com muita resiliência. Por muitas vezes mais distante do que palpável, mas que todos os cases de sucesso mostram que a recompensa paga o esforço despendido. No centro de tudo está ir ao campo. Para se relacionar bem, você precisa dar a cara e se relacionar. Não force algo que não seja menos do que uma provocação mental. Desconfortos fazem parte do jogo e se relacionar é a arte de ter controle sob suas emoções. Sem autoconhecimento e disciplina, você não chegará ao encantamento que equilibra a balança com qualquer pessoa que você coloca em um pedestal por admirá-la. Dominar os pormenores da comunicação é dominar uma habilidade social, de conexões. relacionamento 24 “Em culturas fracas, surge um problema e as pessoas meio que se afastam dele, certo? Nas boas culturas, todos se interessam e voltam suas atenções para isso. Eles terão argumentos vibrantes sobre qual ideia é melhor, porque esses argumentos estão ocorrendo nos limites de uma conexão segura. É um tipo diferente de diversão. É como escalar uma montanha; você recebe uma recompensa pelo esforço. A grande sacada de estar em fortes culturas é resolver problemas difíceis com pessoas que você admira. Você está reunido ombro a ombro em torno do problema com pessoas que você admira”. Daniel Coyle, autor do livro “The Culture Playbook: 60 Highly Effective Actions to Help Your Group Succeed” 4.3 – Seja um bom ouvinte: quem não escuta não evolui Como falar bem se você não entende com quem está falando? Antes de conseguir falar, é preciso saber ouvir. E esse é um ato profundo de autoconhecimento. Entender quem você é enquanto mensageiro e receptor. Não é sobre qualidade de discurso, mas sim sobre qualidade de quem está presente. Encontrar o tom, o ponto de conforto que ilumina toda sua naturalidade. Essa é a essência. Segundo o artigo “How to Become a Better Listener”, veiculado em 2021 ao Harvard Business Review, nunca foi tão importante – ou tão difícil – para os líderes serem bons ouvintes. As mudanças nas dinâmicas de trabalho refletem um cenário no qual recebemos mais sinais não-verbais do que aqueles que captamos em uma conversa pessoal. Os estudos do professor emeritus Albert Mehrabian, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da comunicação não-verbal, mostram que a grande maioria do que transmitimos por meio de nossas interações é inata e instintiva. Movimentos e postura corporal, expressões faciais, contato visual, gestos com as mãos e tom de voz são responsáveis por 70% a 93% de toda a comunicação não verbal. Lideranças que não ouvem ativamente e respondem com atenção às preocupações de seus colaboradores certamente terão uma correlação direta com as taxas de rotatividade.E como as taxas mais altas de rotatividade estão entre os funcionários de melhor desempenho, o risco é claro. O artigo do HBR mostra um dado interessante sobre o assunto: enquanto 78% das instituições de graduação credenciadas para o curso de Administração de Negócios listam “apresentar” como uma meta de aprendizado, apenas 11% identificam “escutar” como tal. Ouvir bem é o tipo de habilidade que você aprende não apenas do ensino, mas também do treinamento – instrução contínua e especializada de alguém que conhece seus pontos fortes, fracos e, o mais importante, seus hábitos. Pode ser um profissional ligado à saúde ou uma pessoa que você admira. Por isso é tão importante cultivar boas amizades e estimular o progresso intelectual, com referências as quais você se identifica. Um participante em qualquer conversa tem dois objetivos: primeiro, entender o que a outra pessoa está comunicando (tanto o significado explícito quanto a emoção por trás disso) e, em segundo, transmitir interesse, envolvimento e empatia. Isso é “escuta ativa”, que abrange três principais aspectos Cognitivo: prestar atenção a todas as informações, tanto explícitas quanto implícitas, que você está recebendo da outra pessoa, compreendendo e integrando essas informações Emocional: manter-se calmo e compassivo durante a conversa, incluindo o gerenciamento de quaisquer reações emocionais que você possa experimentar Comportamental: transmitir interesse e compreensão verbal e não verbal. Lembre-se de que ouvir ativamente significa prestar atenção às informações explícitas e implícitas que você está recebendo em uma conversa. Sinais não-verbais geralmente são onde a motivação e a emoção por trás das palavras são expressas. Isso melhora a experiência da outra pessoa em se sentir ouvida, garante que você entenda totalmente a mensagem e pode servir como um comando para garantir que detalhes importantes não sejam esquecidos. Se você tiver uma reação emocional, você não quer responder de uma forma que faça com que a outra pessoa se solte da corda. Nem você quer cair no mecanismo de defesa fácil de simplesmente desligar o que não quer ouvir, ou correr para descartar ou discutir – e isso é uma coisa mais sutil a ser evitada. Isso se refere ao quão bem o cérebro entende as pistas sonoras. Se você está lutando para entender alguém, faça perguntas para esclarecer. Se for útil, de tempos em tempos, recapitule sua compreensão do assunto e do motivo da outra pessoa para trazê-lo à tona – e peça a ela para validar ou refinar. Por fim, o ouvinte ativo precisa reunir todo o pacote – recebendo a mensagem e confirmando seu recebimento – no momento. A parte mais desafiadora. No mínimo, você está ouvindo palavras e observando a linguagem corporal. Você também pode estar ouvindo várias pessoas ao mesmo tempo, comunicando-se em várias plataformas simultaneamente ou ouvindo enquanto também recebe informações visuais, como planos de construção ou projeções de vendas. Descubra o que o ajuda a ouvir melhor. Você precisa de informações com antecedência? Uma “pausa para processar”? Uma chance de retornar e confirmar a compreensão de todos? Tudo o que você faz na vida está atrelado à busca de um resultado. Se ao comunicar algo para um receptor, seja ele seu time, seu cliente, seu sócio, seu investidor, seu pai, sua mãe, seu marido ou sua esposa, e ele compreender o que você está tentando transmitir, você está mais próximo de atingir seus resultados. Da mesma forma funciona se você souber ouvir. Uma potência equivalente à oratória: a escutatória. relacionamento 25 4.4 – Reserve um tempo para a família: recarregue as baterias com quem você ama As férias estão ficando cada vez mais curtas, ou pior ainda, escassas. O tempo de qualidade gasto em família está sendo invadido pela onipresença da internet. Está bem estabelecido que a maioria dos adultos sofre de efeitos causados pelo estresse. As pessoas que sofrem de estresse geralmente passam por diferentes estágios e graus de angústia e, ao longo do caminho, acabam terceirizando involuntariamente o sentimento para seu ambiente direto, ou seja, seus familiares, colegas de trabalho e amigos. Segundo a pesquisa “Work, family or personal life: Why not all three?”, disponível na National Library of Medicine, desequilibrar a balança entre vida profissional e pessoal está associado diretamente a maior rotatividade no ambiente de trabalho, menor bem-estar físico e psicológico, menor produtividade e maiores doenças relacionadas ao estresse e depressão. Não fortalecer esse pilar de excelência é negligenciar uma porção vital e gigantesca do que compõe uma pessoa enquanto indivíduo. O mito de um funcionário ideal cria um intenso senso de busca pelo tempo, o “Santo Graal” contemporâneo. Quanto antes eu conseguir determinado objetivo, maior sucesso eu terei. O modelo de trabalho prescreve um funcionário que exerça sua função em tempo integral, desde o final de sua educação, totalmente comprometido com a organização que representa e sem quaisquer responsabilidades fora do trabalho. Este modelo não é mais válido e está desatualizado. A tecnologia criou uma sensação de que a vida está se movendo mais rápido e as novas dinâmicas de trabalho possibilitaram a realização de tarefas de qualquer lugar, a qualquer hora. Isso aumentou o número de interrupções durante o trabalho, bem como as expectativas de respostas rápidas, fragmentando o tempo e, indiretamente, afetando a produtividade e diminuindo o espaço e o tempo pessoal. Muitos de nós nos sentimos cada vez mais pressionados a não apenas trabalhar mais rápido, mas também trabalhar mais horas. Embora haja uma tendência de pensar que toda tecnologia que nos rodeia seja uma benção, o contrário também pode ser parcialmente verdade. O mundo seria mais eficiente e mais educado se nós controlássemos a tecnologia e esta não nos controlasse. As organizações que monopolizam o tempo dos funcionários desafiam a capacidade dos mesmos em desempenhar bem outras funções essenciais dentro de suas próprias famílias e círculos sociais. Você precisa ser um “funcionário ideal”, mas também precisa continuar cultivando suas amizades, cercando- se de pessoas que admira, praticando escuta ativa. É isso que o levará para o próximo nível. A excelência exige posicionamento, não condução. Não existe a desculpa de sobrepor uma faceta da sua vida frente à outra. Todas cabem dentro da sua construção. Faz parte do desenvolvimento enquanto uma pessoa melhor e, naturalmente, um profissional melhor. A capa da edição de novembro de 2005 da Fortune foi dedicada para destrinchar a onda de burnouts envolvendo o grupo de elite de executivos seniores dos Estados Unidos. Enquanto 49% dos entrevistados eram workaholics confessos, 64% dos entrevistados afirmaram que, nessa fase da vida, escolheriam mais tempo do que dinheiro. As culturas diferem na medida em que se concentram no sucesso da carreira em detrimento da qualidade de vida ou vice- versa. Em algumas culturas, como a nossa, é mais provável que observemos pessoas que optam por trabalhar nos fins de semana, tirar menos férias, responder a e-mails e fazer ligações relacionadas ao trabalho de casa, enquanto outras culturas acreditam que diferentes esferas da vida de uma pessoa podem coexistir. Olhando sob uma perspectiva de uma economia desenvolvida, remuneração adicional pode não ser uma recompensa tão motivadora quanto férias adicionais. O contrário é verdadeiro para a maioria das economias em desenvolvimento, como o Brasil. A barreira mais importante, e provavelmente a mais difícil de superar, é uma cultura sem apoio criada pelos pressupostos subjacentes ao “trabalhador ideal”. Esses pressupostos criam uma cultura que prioriza o trabalho sobre a família, que recompensa aquele que trabalha longas horas e atende às demandas do cliente a todo custo – e isso equivale à produtividadecom o tempo gasto. Pessoas que sabem como equilibrar bem suas vidas profissionais e pessoais possuem melhor saúde e bem-estar mental, maior comprometimento organizacional e maior satisfação no trabalho. Reduz a rotatividade, melhora o desempenho e diminui a incidência de atrasos e absenteísmo. No nível familiar, o equilíbrio trabalho-vida promove maior estabilidade conjugal e coesão familiar. Planos começam a sair do papel. Todos nós devemos buscar políticas e práticas que criem um ambiente de trabalho enriquecedor. Afinal, otimizar a harmonia entre as diferentes esferas da vida atende a múltiplos propósitos: econômicos, sociais e éticos. Trabalho, família e vida pessoal devem ser complementares, não conflitantes. Alguns são bem-sucedidos em suas carreiras, mas falham na família e na vida pessoal, enquanto outros, que têm uma vida pessoal e familiar vibrante, estão abaixo da média em suas carreiras. Ter sucesso em uma esfera da vida à custa da outra não é um sinal saudável. A longo prazo, o tempo bem gasto é o fator preponderante para os principais executivos da pesquisa “Work, family or personal life: Why not all three?”. Geralmente, se não unânime, essas respostas estão atreladas ao tempo despendido em família. Um ato de equilíbrio pode não ser tão fácil quanto pensamos, mas uma sequência de ações sinceras nessa direção certamente mudará todas as perspectivas. relacionamento 26 “As empresas precisam funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana... As pessoas não” Anne Mulcahy, ex-CEO da Xerox "A ação é a verdadeira medida da inteligência." Napoleon Hill Estar acima da média não é uma tarefa simples, mas para aqueles que buscam e alcançam a excelência, o caminho é recompensador. Um dos pilares para atingi-la é o intelecto, uma habilidade que a princípio pode apresentar um conceito amplo e até vago, mas uma vez compreendida, destrava capacidades inimagináveis. O caminho para chegar à excelência não é fácil, mas isso é que torna a jornada tão enriquecedora para aqueles que decidem percorrê-la. E o mais importante, você não está sozinho. Intelecto 27 De acordo com o dicionário de Cambridge, o intelecto é a habilidade de pensar e entender coisas, especialmente ideias complicadas. Na definição do Merriam-Webster, refere-se a uma espécie de guia racional – não emocional ou experiencial – e, de acordo com o dicionário Michaelis, é a capacidade de entender e compreender ideias, transformando-as em conceitos. Em meio a essas definições, a inteligência ocupa um espaço central quando nos referimos ao intelecto. No começo do século XX, tivemos uma das primeiras pesquisas com o objetivo de quantificar a inteligência cognitiva, liderada por Charles Spearman. Através deste trabalho, ele compreendeu que a inteligência é o elemento que mais influencia o intelecto e a definiu como uma qualidade mental que envolve Aprender com a experiência Se adaptar Entender conceitos abstratos; Utilizar o conhecimento adquirido para moldar o ambiente ao redor. Em outras palavras, o intelecto pode ser definido como a habilidade de pensar, entender e compreender ideias – mesmo as mais novas e abstratas, além de conseguir aplicá-las em múltiplos conhecimentos e habilidades. Ampliando essa visão, Raymond Cattell propôs que a inteligência consiste em duas partes - a fluida e a cristalizada Inteligência fluida: refere-se à habilidade de reter e manipular informações novas e não depende de conhecimento prévio, experiência ou educação. Além disso, ao fazer uso do raciocínio lógico, é fundamental na hora de solucionar problemas Inteligência cristalizada: é o conhecimento adquirido ao longo da vida e entra em ação à medida que desenvolvemos a habilidade de recuperar essas informações. Ambas inteligências precisam de processos cognitivos que as impulsionem, composto por funções cerebrais responsáveis por coletar e processar dados. São elas Velocidade: considera o tempo necessário para uma pessoa realizar uma tarefa mental, ou seja, o tempo entre receber e responder a estímulos Memória: permite codificar, reter e efetivamente recuperar experiências e informações aprendidas previamente e divide- se em duas partes: memória de curto prazo e de longo prazo Atenção: processo de focar nos detalhes importantes, ignorando aspectos fúteis da informação Percepção/visualização: funções que permitem reconhecer e distinguir entre diferentes estímulos, ajudando a interpretar, atribuir e associá-los a categorias conhecidas. Uma vez que entendemos todos esses papéis e como eles se relacionam, conhecemos a base do nosso intelecto e podemos começar a pensar em como aprimorá-lo, focando em ações que nos levarão ao próximo nível. Com isso, porém, surge outra dúvida: será que estamos ficando menos inteligentes? O conceito da inteligência foi construído ao longo do tempo e, em vários anos de estudo, uma das medições mais conhecidas é o teste de Q.I., que tenta entender o quociente de inteligência através dos mecanismos que movem o intelecto. Em tese, quanto maior o Q.I., melhor. No entanto, a partir dos anos 2000, algumas pesquisas começaram a apresentar resultados assustadores – ao invés de progredir, o intelecto parecia estar regredindo. Pela primeira vez em séculos, os filhos começaram a apresentar menos inteligência que seus pais. Tentando explicar esse fenômeno, o neurocientista francês Michel Desmurget, no livro “A Fábrica de Cretinos Digitais”, atribui a estagnação intelectual ao excesso de tempo passado em frente às telas, que é passivo, pouco estimulante e raramente desafiador, características que compõem um dos maiores obstáculos que precisam ser vencidos atualmente: a inércia que leva a resultados medianos. Reforçando o impacto negativo do uso excessivo de telas, um estudo da Universidade de Alberta, no Canadá, citado em uma matéria da Veja, descobriu que crianças de cinco anos ou menos que passam mais de 2 horas por dia on-line aumentam em cinco vezes a chance de apresentar dificuldade de concentração e sete vezes mais risco de exibir sintomas de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Apesar dos obstáculos, nem tudo está perdido. Embora algumas pesquisas antigas já tenham indicado que a inteligência era uma atribuição herdada no nascimento e pouco se aprimorava ao longo da vida, já sabemos que a inteligência precisa e deve sim ser estimulada para se desenvolver. Em outras palavras: é indispensável que o cérebro seja exercitado. Uma pesquisa lançada em 2008, chamada “Improving Fluid Intelligence with Training on Working Memory”, provou que aprimorar habilidades cognitivas era possível através de dois elementos: treinamento e memória. Por períodos variáveis de tempo, grupos de participantes foram treinados em uma tarefa de memória de trabalho intensiva e multimodal. Após alguns testes, além da pontuação na tarefa ter melhorado, foi detectado um aumento na capacidade cognitiva geral através de um teste cognitivo totalmente diferente. Ou seja, memória, recorrência e perseverança são elementos essenciais para manter a habilidade cognitiva em movimento e naturalmente nos manter em movimento, sempre buscando melhorias contínuas. 28 Intelecto parte 5 Entendendo o intelecto: o que isso significa e como isso tem mudado ao longo dos anos Responsável por manter a curiosidade viva e a curva de aprendizagem em movimento, o intelecto é uma dimensão crucial do bem-estar humano, e estimulá-lo leva ao chamado bem-estar intelectual, nos ajudando a pensar não somente em boas respostas mas a fazer perguntas melhores. O bem-estar intelectual estimula o cérebro a pensar criticamente, buscar caminhos mais criativos e novas soluções que melhoram a qualidade de vida. No trabalho, não deixa de ser menos decisivo – de acordo com uma pesquisa, a correlação entre habilidade cognitiva (Q.I.) e performance é de 84%. O intelecto se manifestaatravés de diferentes competências, nos ajudando a identificar pontos fortes e fracos. Uma vez que cultivamos nossa inteligência, somos capazes de identificar maneiras de potencializar aquilo em que somos bons e reduzir danos daquilo que podemos melhorar. Como vimos, desenvolver nossa capacidade cognitiva deve ser uma prioridade. Para isso, existem trilhas que nos ajudam a criar alavancas de crescimento pessoais que irão permitir uma evolução contínua, construída a partir de disciplina e compromisso individual. Uma vez que entendemos como o intelecto pode ser estimulado, podemos cultivar hábitos que impulsionam as funções cerebrais mencionadas anteriormente. Estimular o intelecto não precisa começar por hábitos mirabolantes e difíceis: é uma construção diária, que exige compromisso e empenho. Portanto, separamos algumas práticas que se encaixam perfeitamente no seu dia a dia e que te deixarão mais próximo da sua versão de excelência. 29 Intelecto parte 6 Cultivando o intelecto: plante conhecimento e colha resultados 30 Intelecto 6.1 – Leia 10 páginas todo dia: conhecimento escrito é poder Fazer algo todo dia pode parecer difícil no começo, mas o hábito diário é um dos fundamentos para desenvolver a disciplina, uma de suas maiores aliadas na jornada para sair da média. Acredite: ler 10 páginas por dia equivale a ler, em média, 20 livros por ano. Além dos benefícios explícitos relacionados à leitura, como maior repertório linguístico e melhores habilidades de comunicação, as vantagens de se tornar um bom leitor ultrapassam o âmbito comunicacional. Um estudo publicado em 2020 analisou, ao longo de 14 anos, cerca de 2.000 taiwaneses com 64 anos ou mais e de diferentes formações escolares, e descobriu que pessoas que liam mais tinham um menor risco de declínio cognitivo. Além de beneficiar a função cognitiva, o hábito de ler pode melhorar a expectativa de vida. Uma pesquisa de 2017 estudou ao longo de 12 anos mais de 3.600 pessoas e identificou que aquelas que liam mais livros viviam mais se comparadas às que não liam nada ou que liam revistas e jornais. Além disso, demonstravam uma menor chance de falecer durante o período de estudo. É certo que a qualidade de vida é impactada pela leitura, e isso não inclui somente o âmbito pessoal – o profissional também. O mundo dos negócios está repleto de líderes que encaixaram a leitura em sua rotina e isso se converteu em habilidades e trajetórias excepcionais. Steve Jobs, fundador da Apple, era um ávido leitor do poeta William Blake; o fundador da Nike, Phil Knight, já mencionou que tira os sapatos para entrar em sua biblioteca particular; e Sidney Harman, fundador da Harman Industries, chamou poetas de “pensadores de sistemas originais”. Ainda em 2012, um artigo de Harvard foi categórico: para quem quer liderar, leia. Isso porque a leitura é uma ferramenta poderosa para a imaginação e a criatividade, levando a melhores insights, maior senso de empatia e inovação. Além de ampliar seu vocabulário, a leitura aprofunda seu conhecimento de mundo e o raciocínio abstrato. Isso envolve se tornar um profissional multidisciplinar, capaz de relacionar diferentes ideias e pensamentos, promovendo conceitos únicos. A leitura também oferece pistas e contextos capazes de fazê-lo entender melhor os outros, sejam colegas ou liderados, aumentando a capacidade de se relacionar e de promover sua inteligência emocional. A liderança é uma posição repleta de desafios e responsabilidades e, portanto, pode ser bastante estressante. Nesse sentido, a leitura também pode ser sua principal aliada para combatê-lo. Uma pesquisa da Universidade de Sussex avaliou diferentes métodos para redução do estresse, como ouvir música e tomar uma bebida quente. No entanto, o método mais eficiente foi ler: em apenas 6 minutos de leitura, o estresse foi reduzido em 68%, diminuindo a frequência cardíaca, reduzindo e aliviando a tensão muscular. Você pode começar fazendo o seguinte Diversifique a leitura: não se apegue apenas à literatura corporativa. Leia diferentes autores e gêneros, encontrando as histórias que mais te cativam. Aprender a gostar de ler é essencial para ler mais e melhor Defina uma rotina: ler 10 páginas por dia oferece um caminho claro e possível acerca de como e por onde começar sua jornada. Estabelecer um horário e momentos exclusivos para ler também é essencial para começar uma rotina de leitura eficaz Não precisa começar lendo Tolstói: o romance do escritor russo, Liev Tolstói, Guerra e Paz, é contado ao longo de 2.500 páginas. Mesmo que um dia decida lê-lo, não precisa começar por grandes projetos. É fundamental que no começo as leituras sejam gerenciáveis, ganhando mais volume e regularidade pouco a pouco Estabeleça metas: o progresso é alcançado dia após dia, por isso, estabelecer metas é essencial para aumentar seu volume de leitura e superar limites. Estabelecer metas diárias, semanais e mensais será a base para transformar a leitura em hábito. Crie recompensas saudáveis: um dos maiores obstáculos para criar um novo hábito é conectá-lo a sentimentos positivos e não negativos. Portanto, criar recompensas ajudará a motivá-lo, relacionando o novo hábito a uma atividade prazerosa. Porém, cuidado com a recompensa: é importante que ela seja saudável para não conflitar com sua saúde. O Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores de 2015 a 2019 e os brasileiros leem, em média, cinco livros por ano, dados preocupantes e que só mudarão a partir da ação. Grandes líderes eram também ávidos leitores e se destacaram em grande parte de tudo aquilo que se propuseram a realizar, buscando sempre a excelência. Não duvide do poder do hábito que é feito de maneira consistente. 31 Intelecto 6.2 – Escute bons podcasts: formato de conteúdo desenvolve o intelecto enquanto você pode fazer outras atividades De acordo com dados do Statista, o consumo global de podcasts vem aumentando consideravelmente. Em 2020, o número de ouvintes em todo o mundo foi de 332,2 milhões e em 2021 cresceu para 383,7 milhões, com projeções de chegar a mais de 500 milhões em 2024. De acordo com um estudo realizado pela plataforma CupomValido utilizando dados do Statista e IBOPE, o Brasil é o 3º país no mundo que mais escuta podcasts, reforçando que o formato já faz parte da vida de muitos brasileiros e pode apresentar vantagens significativas no dia a dia. Mesmo que possa ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade após um dia desafiador, não se engane: ouvir podcast não é um entretenimento passivo – pelo contrário. Com uma infinidade de abordagens, é possível ouvir podcasts que contribuem efetivamente com sua formação e expansão de horizontes. Outro elemento relevante é que ele estimula a capacidade de escuta, essencial para qualquer profissional, principalmente aqueles que estão em posições de gestão e liderança. Além de transformá-lo em um bom ouvinte, exercita a imaginação e a atenção. De acordo com um estudo do Journal of Verbal Learning and Verbal Behavior, quando ouvimos uma história, ela aprimora os processos visuais do cérebro. Ou seja, uma vez que não há recursos visuais, resta ao ouvinte imaginar determinada situação e/ou reação, o que demanda concentração e criatividade. Quer começar? Então faça o seguinte Aloque bem o seu tempo: o tempo é o bem mais precioso que existe – uma vez gasto, não pode mais ser recuperado. Antes de decidir ouvir um podcast, tenha certeza do porque está alocando seu tempo ali e de como ele te ajudará a conquistar seus objetivos Crie uma rotina: uma grande vantagem dos podcasts é que eles podem ser ouvidos enquanto você se desloca ou faz alguma atividade física, por exemplo. Criar uma rotina que contemple momentos como esses é essencial para cultivar o hábito e realizar mais de um objetivo ao mesmo tempo Encontre um tema: busque conteúdos
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