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PRINCIPIOS IMPLICITOS ADM PUBLICA

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 
(INFRACONSTITUCIONAIS)
2
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Este princípio tem uma incidência enorme em provas de concurso. Ele se manifesta quando 
a máquina pública tem a capacidade de rever os seus próprios atos. O princípio da autotutela irá 
consagrar o controle interno que a Administração Pública exerce sobre seus próprios atos.
Reside no poder-dever de retirada de atos administrativos por meio da anulação e da revoga-
ção. A anulação envolve problema de legalidade; a revogação trata de mérito do ato.
Tutelar é proteger, zelar. Quando o Direito outorga poder de autotutela é, em suma, porque 
prescinde a obrigatoriedade de intervenção judicial para a proteção de direitos. É o que doutrina 
administrativista chama de autotutela administrativa.
Esse entendimento se encontra estampado nas Súmulas n° 346 e n° 473 do SUPREMO TRI-
BUNAL FEDERAL.
Súmula n° 346
“A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”.
Súmula n° 473
“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque 
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Para entendermos melhor este princípio precisamos diferenciar dois questionamentos rela-
cionados ao estudo dos atos administrativos.
ͫ	 1º: qual é a diferença de um ato vinculado e um ato discricionário? Resposta:
 » Os ATOS VINCULADOS são aqueles a partir dos quais a lei estabelece condições e 
requisitos legais para sua realização. A Administração Pública atuará sem liberdade, 
mas dentro dos limites legais impostos por lei. Ex.: aposentadoria e licença para o 
particular.
 » Os ATOS DISCRICIONÁRIOS são aqueles nos quais a Administração Pública tem 
liberdade de ação. É ela que escolhe seu mérito, seu conteúdo, seus destinatários 
no momento de sua conveniência e oportunidade e o modo de sua realização. Ex.: 
permissões e autorizações.
ͫ	 2°: qual é a diferença entre anulação e revogação? Resposta:
 » A ANULAÇÃO é a declaração de invalidade de um ato administrativo ILEGÍTIMO 
ou ILEGAL. É feita pela ADMINISTRAÇÃO ou pelo PODER JUDICIÁRIO por motivo de 
Ilegitimidade ou Ilegalidade. Possui o chamado EFEITO EX TUNC, ou seja, retroage 
até o nascimento do Ato. Pode ser feita pela própria ADMINISTRAÇÃO por meio do 
controle de legalidade pautado no poder de autotutela do Estado. É uma justiça 
interna, exercida para a defesa da instituição e da legalidade de seus atos. Também 
pode ser feita pelo PODER JUDICIÁRIO por meio do controle de legalidade, DESDE 
QUE haja provocação, ou seja, desde que sejam levados à sua apreciação pelos meios 
processuais cabíveis. Aqui não existe a autotutela, pois o ato está sendo anulado 
por outro Poder.
 » A REVOGAÇÃO é a retirada de um ato administrativo legítimo e eficaz do mundo 
fático, e tem fundamento no poder discricionário do qual dispõe a Administração, 
 3
e que SOMENTE a própria ADMINISTRAÇÃO pode realizar, por motivo de sua con-
veniência e oportunidade, sendo, por isso, PRIVATIVA da Administração, ou seja, 
o judiciário não pode revogar um ato praticado por outro poder e seu EFEITO é 
conhecido como EX NUNC.
Feitas as considerações acerca da anulação, revogação, vinculação e discricionariedade do 
ato administrativo, podemos afirmar que Administração Pública, quando anula ou revoga seu ato 
administrativo (anulação quando um vício e a revogação por motivo de conveniência e oportuni-
dade), ela realiza tais atos pautada sempre no PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA.
Como consequência da sua independência funcional, a Administração não precisa recorrer ao 
Judiciário para anular seus atos ilegais e revogar os atos inconvenientes que pratica.
Importante
Cuidado para não confundir o PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA com o princípio da TUTELA. A Autotutela é a capaci-
dade de rever os seus próprios atos e anulá-los por motivo de ilegalidade, ou revogá-los por motivo de conve-
niência e oportunidade, enquanto a TUTELA – também conhecida pela doutrina como supervisão ministerial ou 
controle finalístico – faz menção ao vínculo jurídico que existe entre a ADMINISTRAÇÃO DIRETA E A INDIRETA.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
O princípio da motivação impõe à Administração Pública o dever de indicar os pressupostos 
de fato e de direito que determinaram a prática do ato administrativo. Assim, a validade do ato 
administrativo está condicionada à apresentação por escrito dos fundamentos que justifiquem a 
decisão adotada.
Para simplificar o entendimento sobre o princípio da motivação é interessante que o candidato 
troque a palavra “motivação” por “justificativa”. Pense que, toda vez que a Administração Pública 
precisar praticar algum ato administrativo, ela precisa, via de regra, justificar para a sociedade e 
para quem é de direito os motivos pelos quais está tomando aquela devida atitude. Lembrando 
que, apesar de esse princípio não estar expresso na Constituição Federal, ele se encontra positivado 
na Lei n° 9.784/99.
Lei n° 9.784/99
Art. 2º
Parágrafo único.
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
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VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, 
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo
Tal princípio é, na verdade, um mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das 
decisões da Administração Pública.
ͫ	 MOTIVAÇÃO DISPENSADA
É importante saber que a maioria dos atos administrativos, ao serem praticados, deverão obe-
decer à necessidade de motivação, pois ela integra a forma do ato. A Lei n° 9.784/99, em seu art. 
50, afirma que os atos, quando da sua prática, deverão ser motivados, porém, nosso ordenamento 
jurídico dispensa essa motivação em alguns atos, como, por exemplo, quando estamos diante das 
nomeações e exonerações dos CARGOS COMISSIONADOS.
Por isso qualquer afirmativa de prova que disser que TODOS os atos serão motivados estará, 
consequentemente, ERRADA, por conta desta exceção.
ͫ	 TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
Esta teoria vai nos dizer que a Administração Pública se vincula aos motivos apresentados para 
a prática do ato, exigindo que os mesmos sejam verdadeiros. É evidente que temos uma uma explí-
cita vinculação ao princípio da moralidade, pois tudo que Administração faz tem de ser honesto, 
ético e probo. Se a mesma usar motivos falsos ao praticar um ato, ela traz para esse mesmo ato 
um defeito no elemento MOTIVO – um vício insanável, que deve ser anulado.
Portanto, partindo da premissa de que não preciso motivar a nomeação, nem a exoneração de 
alguém para um cargo comissionado, fico à vontade para motivá-la caso queira, sabendo que, caso 
minha motivação seja falsa, isso fará com que essa nomeação ou essa exoneração sejam nulas, 
impossíveis de serem convalidadas, como consequência da TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
O princípio da razoabilidade exige a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções 
com EQUILÍBRIO, COERÊNCIA e BOM SENSO. O agente público é um mero administrador da coisa 
pública, e, por conta disso, ele NÃO pode agir de forma arbitrária e imoderada.
Comportamentos imoderados, abusivos, irracionais, desequilibrados, inadequados, desme-
didos, incoerentes ou desarrazoados não são compatíveis com o interesse público, pois geram a 
possibilidade de invalidação administrativa ou judicial do ato deles resultante.ͫ	 Exemplo: quando um agente público aplica uma pena ao particular de uma maneira não 
razoável ao caso concreto que se encontra em seu estabelecimento comercial.
Importante
Uma observação muito importante é quanto AO REGRAMENTO. Ele poderá ser vinculado ou discricionário, e, 
como já estudamos nos atos vinculados, não há margem de escolha. Portanto, a razoabilidade será um requi-
sito intrínseco dos atos discricionários, pois é neles que o agente poderá escolher a melhor decisão ao caso 
concreto.
Então, ainda que esteja diante de um ato discricionário, o administrador deverá selecionar a opção mais 
vantajosa à satisfação do interesse público, ou seja, o princípio da razoabilidade é um dos limitadores da 
discricionariedade administrativa.
 5
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Segundo a doutrina dominante, a proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade. Este 
princípio está voltado à aferição DA JUSTA MEDIDA da reação administrativa diante da situação 
concreta, ou seja, constitui vedação de excessos no exercício da função administrativa, tanto no 
âmbito interno quanto no âmbito externo.
ͫ	 Exemplo: quando, em um Processo Administrativo Disciplinar, o servidor for punido com 
a pena demissão pelo simples fato de ele ter chegado atrasado ao seu local de trabalho.
Podemos afirmar que deve haver uma ADEQUAÇÃO ENTRE OS MEIOS E OS FINS, sendo vedada 
a adoção de medidas superiores ao que for estritamente necessário ao interesse público.
Para finalizar o estudo sobre este princípio, vale a pena apresentar o entendimento do Supremo 
Tribunal Federal no julgamento do RE n° 466.343-1, que afirmou que a proporcionalidade se sub-
divide em três subprincípios:
ͫ	 Adequação – análise do meio empregado.
ͫ	 Necessidade – e observação sobre se o meio utilizado foi o menos gravoso.
ͫ	 Proporcionalidade em sentido estrito – ponderação da intensidade da medida adotada 
pela Administração;
entendimento do supremo tribunal federal
“O subprincípio da adequação (Geeignetheit) exige que as medidas interventivas adotadas se mostrem aptas 
a atingir os objetivos pretendidos. O subprincípio da necessidade (Notwendigkeit oder Erforderlichkeit) significa 
que nenhum meio menos gravoso para o indivíduo revelar-se-ia igualmente eficaz na consecução dos objetivos 
pretendidos. Em outros termos, o meio não será necessário se o objetivo almejado puder ser alcançado com 
a adoção de medida que se revele a um só tempo adequada e menos onerosa (...).Um juízo definitivo sobre a 
proporcionalidade da medida há também de resultar da rigorosa ponderação e do possível equilíbrio entre o 
significado da intervenção para o atingido e os objetivos perseguidos pelo legislador (proporcionalidade em 
sentido estrito)”.
STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO N° 466.343-1, SÃO PAULO.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
O princípio da segurança jurídica existe para garantir a estabilidade e a previsibilidade das 
ações praticadas pelo Poder Público, proibindo mudanças ABRUPTAS (imprevistas) decorrentes de 
ações governamentais.
A segurança jurídica tem muita relação com a ideia de respeito à boa-fé nas relações jurídicas. 
por conta disso, sua finalidade é proporcionar segurança e estabilidade no convívio social.
Assim, ele constitui um elemento conservador posto na ordem normativa com o objetivo de 
evitar que as pessoas sejam surpreendidas por modificações do direito positivo ou na conduta do 
Estado, mesmo quando manifestadas em atos ilegais.
Na maioria das vezes em que esse princípio é cobrado em provas de concurso o principal alvo 
das bancas é a exigência do conhecimento do art. 2º, parágrafo único, XIII da Lei n° 9.784/99, que diz:
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios 
de:
6
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento 
do fim público a que se dirige, VEDADA aplicação retroativa de nova interpretação.
ATENÇÃO
NÃO existe proibição para a Administração Pública realizar alterações de suas normas e interpretações. O que é 
vedado é a aplicação retroativa dessas interpretações.
A lição da professora Maria Silvia Zanella di Pietro (participante da Comissão de juristas que 
elaborou o anteprojeto de que resultou na edição da Lei n° 9.784/99) faz a seguinte observação 
sobre esse princípio:
O princípio se justifica pelo fato de ser comum, na esfera administrativa, haver mudança de 
interpretação de determinadas normas legais, com a consequente mudança de orientação, em 
caráter normativo, afetando situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação 
anterior. Essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém gera insegurança 
jurídica, pois os interessados nunca sabem quando a sua situação será passível de contestação 
pela própria Administração Pública. Daí a regra que veda a aplicação retroativa. (DI PIETRO, 
Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo 32º Ed. p. 245).
Se a Administração Pública, ao praticar determinados atos, adotar determinada interpretação 
como a correta, ela não pode, depois, anular tais atos sob o pretexto de que os mesmos foram 
praticados com base em interpretação errônea. Se o administrado teve o determinado direito 
reconhecido com base em interpretação adotada em caráter uniforme para toda a Administração, 
é evidente que a sua boa-fé deve ser respeitada.
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO À CONFIANÇA
Estamos diante do um princípio que corresponde ao ASPECTO SUBJETIVO da segurança jurí-
dica. Ele leva em conta a boa-fé, a credibilidade e a confiança do cidadão que acredita que os atos 
praticados pelo Poder Público são lícitos e, nessa qualidade, eles serão mantidos e respeitados pela 
própria Administração e por terceiros.
É com base nesse princípio que frequentemente os tribunais superiores vêm mantendo os 
efeitos de um ato, ainda que este seja ilegal. Isso ocorre para respeitar à boa-fé depositada pelos 
particulares em relação às atuações estatais.
Em suma, o aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica analisa a visão dos particu-
lares, que não poderão ser prejudicados por novas interpretações administrativas.
Jurisprudência do supremo tribunal federal
“II – A recente jurisprudência consolidada do STF passou a se manifestar no sentido de exigir que o TCU asse-
gure a ampla defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo de legalidade exercido pela Corte 
de Contas, para registro de aposentadorias e pensões, ultrapassar o prazo de cinco anos, sob pena de ofensa 
AO PRINCÍPIO DA CONFIANÇA – face subjetiva do princípio da segurança jurídica. Precedentes.
III – Nesses casos, conforme o entendimento fixado no presente julgado, o prazo de 5 (cinco) anos deve ser 
contado a partir da data de chegada ao TCU do processo administrativo de aposentadoria ou pensão 
encaminhado pelo órgão de origem para julgamento da legalidade do ato concessivo de aposentadoria ou 
pensão e posterior registro pela Corte de Contas”.
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