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COMUNICAÇÃO ASSERTIVA Projeto de Educação Emocional Claudine Bernardes Autora Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA INDICE Sobre a autora ------ 02 PARTE TEÓRICA Sobre a Metodologia utilizada: CONTOEXPRESSÃO ------ 05 Desenvolvimento das habilidades emocionais ------ 08 Empatia ------ 10 Assertividade ------ 13 PARTE PRÁTICA Oficina Comunicação Assertiva ------ 18 Atividade O Balão------ 25 Atividade Limites ------ 26 Jogo do Encontro ------ 27 Jogo de Criar Contos ------ 28 O Gigante que aprendeu a sussurrar ------ 03 Bibliografia ------ 30 Anexos ------ 31 SOBRE A AUTORA Escritora brasileira vivendo na Espanha desde 2005, possui diversos livros publicados tanto no Brasil como na Europa . Mestre em Contos e Fábulas Terapêuticas, é criadora e formadora da metodologia Contoexpressão. Também é docente de narrativa em terapia e recursos multissensoriais nas pós-graduações do Instituto IASE, com sede em Valencia, Espanha. Mestranda em Terapias Psicoexpressivas. Cria, assessora e dirige programas de educação emocional junto a entidades públicas e privadas. Livros disponíveis no Brasil Pulse sobre a imagem para mais informação 02 https://www.amazon.com.br/Contos-Que-Curam-Claudine-Bernardes/dp/8594551762/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=JAXUAW47JUWE&keywords=contos+que+curam&qid=1651242533&sprefix=contos+que+curam%2Caps%2C147&sr=8-1 https://www.editoragrafar.com.br/produto/tua/ https://www.editoragrafar.com.br/produto/a-amendoeira-triste/?affiliates=8 https://www.editoragrafar.com.br/produto/carlota-nao-quer-falar/?affiliates=8 https://loja.literarebooks.com.br/parentalidade/conto-expressao https://loja.literarebooks.com.br/parentalidade/o-gigante-que-aprendeu-a-sussurrar INTRODUÇÃO Era uma vez um reino chamado Fantasia, escondido entre as Montanhas Aqui e Lá, onde viviam duendes, princesas, bruxas e dragões. Ali havia também um bosque encantado, onde as fadas compartilhavam uma vida tranquila. Um dia sentiram que a terra tremia, parecia que um terremoto balançava o Reino de Fantasia. De repente escutaram um barulho mais forte que um potente trovão, e foi então que ele apareceu, era um enorme gigante, que falava tão alto que doía o olvido e até o coração. (Extrato do livro O Gigante que aprendeu a sussurrar, de Claudine Bernardes) Quem nunca se sentiu invadido por outra pessoa? Quem nunca, estando no sua zona de conforto, observou que alguém chegava como um Gigante e transtornava toda a ordem estabelecida? Na paternidade: Conversando com mães e pais, muitos expressaram as suas dores dizendo que não esperavam que a paternidade fosse esse tsunami que provocasse tamanha reviravolta e tumulto. Muitos se sentiam preparados antes de ter filhos, porém quando a criança chegou, todo o conhecimento teórico ou até prático (com filhos alheios) serviu de pouco. Nas relações pais e filhos adolescentes: Também escutei muito essa frase: Ele era uma criança tão tranquila, mas então chegou a adolescência e tudo se transformou. Me sinto superado por essa situação. Não conseguimos nos entender… parece que falamos idiomas diferentes. Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O GIGANTE QUE APRENDEU A SUSSURRAR 03 No casamento: Muitos casais, depois da grande festa de casamento, se encontram em uma situação complicada, é difícil estabelecer uma comunicação eficaz com alguém tão diferente, com a qual você deve conviver de forma íntima. É possível que ambos vejam o outro como o GIGANTE que invadiu o seu mundo perfeito. No trabalho: Quem nunca teve um companheiro de trabalho que se comportava de forma inadequada? Esse tipo de pessoa, com um estilo de comunicação agressiva, impõe as suas opiniões, invade o espaço pessoal (tanto físico como emocional), desestabiliza a ordem estabelecida e provoca caos no ambiente. O presente Projeto, junto ao livro “O GIGANTE QUE APRENDEU A SUSSURRAR” e o Material de Apoio com jogos didáticos, terapêuticos e atividades, ajudará no desenvolvimento de uma comunicação afetiva, assertiva e eficaz. O livro narra a história de um grupo de fadas que vivia no Bosque Encantado, do qual deveriam cuidar. Porém, certo dia, sentem que a terra treme e escutam um grande ruído. Não se trata de um terremoto ou um trovão! É um gigante enorme que resolve viver no bosque e a sua presença transtorna completamente a ordem do lugar. Para resolver este problema, a rainha das fadas envia uma representante, a fada Lélia, que deve convencer o gigante a empreender com ela uma jornada até a Vila dos Seres Mágicos. Lá vive Savi, a fada mais velha do reino, que poderá ajudá-los a solucionar este enorme problema. Será que essa missão será exitosa? E se nos somamos a essa aventura, e também aprendemos a nos comunicar com aquelas pessoas que estão nas nossas vidas e se parecem com esse gigante? Como minha colaboração nesta missão, deixo para você este presente, o Projeto de Ed. Emocional: Comunicação Assertiva “O gigante que aprendeu a sussurrar”. Esse é um material gratuito. Caso queira adquirir o Livro (que contém o conto, guia didática e QR Code para baixar jogos, jogo de mesa, imprimíveis e atividades), entre neste link O gigante que aprendeu a sussurrar - Loja Oficial da Literare Books Você também pode comprá-lo em Amazon, Shopee, livrarias etc. Garanto que o valor investido será pequeno em comparação a tudo o que é oferecido. Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O GIGANTE QUE APRENDEU A SUSSURRAR 04 https://loja.literarebooks.com.br/parentalidade/o-gigante-que-aprendeu-a-sussurrar https://loja.literarebooks.com.br/parentalidade/o-gigante-que-aprendeu-a-sussurrar SOBRE A METODOLOGIA UTILIZADA CONTOEXPRESSÃO A Contoexpressão é a arte de compartilhar, provocar e despertar conhecimento, de forma sensorial e simbólica por meio de contos. É uma técnica que busca produzir mudanças de pensamento, que culminarão em mudanças de conduta, auxiliando o ser humano no árduo processo de buscar uma melhor versão de si. Consideramos a Contoexpressão uma arte, já que partimos do ponto de vista de que o educador (dentro desse conceito integramos todos aqueles que de alguma forma compartilham conhecimento) é um artista. A educação é a arte de inspirar no outro o desejo de aprender e transcender, é a arte de comunicar e despertar conhecimento de forma consciente e respeitosa. Você poderá observar que utilizamos esta técnica, não com o objetivo de impor conhecimento, mas sim, de compartilhar, despertar e provocar conhecimento por meio do uso dos símbolos existentes no conto. Trata-se de uma experiência sensorial, cujo objetivo é despertar os símbolos internos e o conhecimento adormecido no inconsciente, transportando-o e projetando-o de forma material a fim de que seja observado tanto pelo expressante como pelo facilitador (você verá isso de forma mais clara nas oficinas). Ferramentas Contoexpressivas: Tudo isso será feito utilizando quatro ferramentas contoexpressivas: 1. Conexão emocional: Conexão com o facilitador (criação ou fortalecimento do vínculo) ou com os símbolos existentes nos contos, a fim de que a compreensão seja mais profunda e fluida. Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA Base teórica 05 2. Metáforas e símbolos existentes nos contos: partiremos dos símbolos existentes no inconsciente coletivo e que aparecem na história, a fim de que o expressante, consiga conectar com os seus próprios símbolos, e assim experimentar o conto, de forma pessoal, vivenciando as experiências dos personagens como se fossem suas (aprendizagem vicária). Dentro das metáforas também criei uma ferramenta específica que se chama “Metáfora Sensorial” utilizada para provocar o conhecimento sobre conceitos muito complexos. A Metáfora Sensorial de um conceito complexo (amor, perdão, resiliência etc) é criada por meio de um processo que pode envolver o uso da maiêutica, expressão artística, os sentidos, sensações e percepções e a memória (no desenvolvimento das oficinasque compõem este livro, empregamos diversas metáforas sensoriais). 3. Método Socrático. A Maiêutica ou método socrático era a forma como o filósofo Sócrates ensinava aos seus alunos. Nesse método (que foi difundido por Platão) o professor guia o aluno, ajudando-o a parir (isso significa maiêutica) determinado conhecimento por meio de perguntas. Ou seja, as perguntas guiam o aluno ao conhecimento de forma respeitosa. 4. Atividade didática: seu objetivo é fortalecer a aprendizagem dos conceitos trabalhados, além de despertar o conhecimento que desejamos compartilhar, ou ajudar a projetar parte do mundo interior, para que possa ser observado tanto pelo expressante como pelo facilitador. Como você pode observar, estamos diante de uma metodologia que respeita os processos internos de cada pessoa, despertando o conhecimento sobre alguma circunstância específica que esteja “madura para a colheita”. Base teórica 06 Outra coisa que considero importante esclarecer, é que o fato de se tratar de uma atividade de cunho pedagógico ou terapêutico, não suprime a parte artística da contação de histórias que é tão necessário, conforme ensina Cléo Busatto: “A narração oral de histórias não deveria jamais perder a condição primeira dessa antiga arte, que é funcionar como uma ponte entre as diferentes realidades. (...) Acredito que não se deveria perder a referência da narração e do conto simbólico como mediador entre real e sonho, natureza e cultura, consciente e inconsciente, funcionando como força unificadora e fazendo a síntese das experiências humanas (CLEO BUSATTO, 2006, p. 83). Neste material você encontrará uma Oficina (vivência) Contoexpressiva, a qual será explicada passo a passo, para que você possa aplicá-la de forma grupal ou individual. Caso você tenha interesse em conhecer mais sobre a Contoexpressão e inclusive ser um Facilitador dessa metodologia, temos um curso online, que servirá de capacitação para isso. Não duvide em entrar em contato para receber mais informação. Contato: info@claudinebernardes.com Base teórica 07 Tanto na criança quanto no adolescente, as habilidades sociais são desenvolvidas a partir de contextos como a família e a escola em que, por meio da comunicação, as diretrizes da parentalidade e da convivência escolar fortalecem a capacidade de reconhecer o outro como um ser particular o qual merece respeito, assumindo a responsabilidade por suas ações e participando, ativamente, da construção de espaços pacíficos e democráticos. De acordo com o que dizem, Ison (1997); Arias e Strong, (1999); Michelson e Kazdin, (1987); Monjas, González e Col (1998): Base teórica DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES SOCIAIS “Está comprovado que as crianças e/ou adolescentes que apresentam dificuldades em se relacionar ou ser aceitos por seus colegas tendem a apresentar problemas de longo prazo ligados à evasão escolar, comportamento violento e distúrbios psicopatológicos na vida adulta.” O exposto é constantemente corroborado na rotina das escolas, onde as crianças, que têm dificuldade de socialização são as que estão envolvidas em casos associados a situações que afetam a convivência e, por isso, também são as que devem ser reguladas pelo sistema de sanções das escolas, motivo para que desistam ou sejam marginalizadas pelo sistema escolar, agravando ainda mais a situação. Então, como podemos ajudar as crianças para que possam desenvolver as suas habilidades emocionais? O que devemos levar em conta? Quais capacidades devem ser abordadas e desenvolvidas? E, principalmente, como fazer isso de forma prática? É possível trabalhar também com adultos e adolescentes? As habilidades emocionais podem ser trabalhadas com pessoas de qualquer idade, nunca é tarde para começar essa aprendizagem. Se o seu trabalho está dirigido ao público adulto, saiba que eles também podem melhorar as suas habilidades emocionais e você pode ser esse agente de mudança. 08 Base teórica Assim que, tanto se trabalhamos com crianças, adolescentes ou adultos, é importante ter claro os conteúdos da educação emocional que devem ser abordados e desenvolvidos: Cada pessoa habita em si, cada pessoa é uma casa, e de alguma forma se relaciona com as demais, visto que ninguém é uma ilha. Somos habitáculos de conhecimento, de histórias, de experiências e necessitamos cuidar da casa que somos. Pensando desta forma, criei a metáfora que você verá abaixo, a qual exemplifica como se comporta cada uma das capacidades emocionais em relação à casa que somos. 09 Base teórica Claro que essa casa não está desconectada do mundo no qual habita e, portanto, necessita que a sua base seja construída sobre um solo adequado, conforme já vimos na fase anterior do programa (Ana e os espelhos). Por essa razão, resolvi completar a metáfora incluindo esse chão forte que suporta a nossa casa, o qual está formado por dois elementos essenciais: autoconceito equilibrado e autoconhecimento. Embora no presente material podemos tocar, de forma transversal, cada uma dessas habilidades, nos centraremos mais no teto da nossa casa, ou seja, as competências sociais formadas pela empatia e a assertividade para uma comunicação eficaz e uma melhoria nas relações interpessoais. A - EMPATIA: COLOCAR-SE NO LUGAR DO OUTRO “A palavra empatia vem, etimologicamente, de sua raiz grega Παθεûv, epathón, sentir, e do prefixo εv, uma preposição inseparável que significa dentro. Foi Tichener quem primeiro traduziu o termo do inglês (Empathy) para o alemão (Einfühlung) (Tichener, C. B., Lectures on the Experimental Psychology of the Tought-processs, 1909, New York: Mac Millan), e passou a significar “sentir adentrando-se no outro para nos compreendermos”. 10 Base teórica Mais tarde, Schopenhauer a descreveu com as seguintes palavras: “ato pelo qual nós, ao contemplarmos as coisas, estabelecemos com elas uma corrente mútua de influências, uma espécie de endosmose, pela qual, ao mesmo tempo que infundimos os nossos próprios sentimentos, recebemos da sua configuração e propriedades, determinadas impressões”. (Berges,2009, pág. 1;2) Rieffe, Ketelaar e Wiefferink (2010) afirmam que a empatia é uma capacidade humana básica que serve para regular as relações, constituindo em apoio para a colaboração e coesão do grupo, possibilitando a qualidade nas relações interpessoais. Além disso, a empatia é apontada como um sentimento que faz a pessoa compreender a situação do outro e ser impulsionada a ajudá-lo. (Rasoal, Eklund & Hansen, 2011). Bryant (1982) define empatia como uma resposta vicária emocional que decorre da experiência de observar o estado emocional de outro e destaca que a ênfase está na resposta emocional e não na precisão da compreensão social. Um autor que merece destaque é Hoffman (2000). Ele desenvolveu uma teoria sobre o desenvolvimento da empatia e suas relações com o cuidado e com a justiça. Hoffman (2000) define empatia como uma resposta afetiva mais adequada à situação do outro do que a própria situação do sujeito (observador). Destaca o papel da empatia dentro das relações sociais, afirmando que ela faz o indivíduo despertar o interesse por outras pessoas e que ela seria motivadora para a emissão de comportamentos pró-sociais em direção ao outro. Para esse autor existem cinco maneiras de despertar a empatia: a mímica, o condicionamento clássico, a associação direta, a associação mediada e o role taking. As três primeiras são automáticas, involuntárias e acontecem de forma rápida, necessitando superficialmente dos aspectos cognitivos. A mímica está relacionada com a imitação e possui um mecanismo importante, porque permite à criança muito nova ser empática com os sentimentos de outras pessoas antes mesmo dela ter a experiência dos próprios sentimentos. 11 Base teórica Esse dado pode ser observado quando o bebê chora ao ver outra criança chorando diante de determinada situação que ela nunca vivenciou. No condicionamento clássico, a criança pode adquirir sentimentos de empatia em situações de angústia emdecorrência de respostas condicionadas que acontecem quando vê alguém em perigo. Além disso, a criança pode adquirir sentimentos empáticos condicionados não somente em situações negativas, mas também naquelas que proporcionam bem-estar. Um exemplo seria, quando a criança está no colo da mãe e se sente bem, segura, cuidada e vê um sorriso no rosto da mãe, esse sorriso é associado com esse sentimento bom e, futuramente, quando a criança olhar para a mãe e vir um sorriso o seu rosto, ela se sentirá bem. Esse mecanismo é apontado como importante para despertar a empatia em crianças muito novas. Já a terceira forma de despertar empatia é por associação direta, a qual está relacionada com o fato da pessoa sentir empatia em direção a uma vítima, devido ao fato de já ter passado por uma situação de angústia semelhante, fazendo com que o observador tenha um sentimento congruente com a experiência atual da outra pessoa. Na associação mediada, a empatia ocorre pela mediação verbal, na qual o estado emocional da vítima é comunicado pelo uso da linguagem. Essa mediação acontece quando a outra pessoa não está presente, mas a sua situação é relatada a partir de textos, fazendo com que o sujeito sinta empatia por outra pessoa a partir da compreensão da mensagem lida (Hoffman, 2000). O quinto modo de despertar a empatia seria através do role taking, processo que requer um nível mais avançado de processamento cognitivo, pois consiste em se colocar, cognitivamente, no lugar da outra pessoa e imaginar como ela se sente diante de determinada situação. Neste processo, o sujeito pode lembrar de situações parecidas que já vivenciou, e evocar sentimentos equivalentes com os da vítima. A empatia pode então ser despertada de diferentes maneiras, a importância dela ser multideterminada ocorre devido ao fato de o sujeito poder sentir empatia por outra pessoa a partir de diferentes pistas disponíveis, tais como a expressão facial, o tom da voz, o relato da situação de alguém em sofrimento, entre outras (Hoffman, 2000). 12 Base teórica Além disso, diversos mecanismos podem atuar ao mesmo tempo para desencadear e manter o processo empático. Por exemplo: o sujeito pode sentir empatia ao ver a expressão de alguém em sofrimento, e essa empatia ser mantida a partir das experiências passadas que o próprio indivíduo já vivenciou (Hoffman, 2000). Pick e Vargas, (1990) afirmam que para ser assertivo é necessário aceitar-se e valorizar-se, respeitar os outros, manter-se firme em suas próprias opiniões, comunicar de forma clara e direta, no lugar e no tempo certos e de forma adequada o que se quer ou precisa dizer.” (Gaeta e Galvanovskis, 2009). Esses dois autores reafirmam a importância de trabalhar a autoestima, pois é ela que contribuirá para fortalecer a personalidade de cada indivíduo de modo que seja gerado um processo de fortalecimento de seus valores. Todavia, é importante considerar que, esses valores baseiam-se na família, por isso deve- se identificar os contextos familiares com a finalidade de reconhecer a razão de ser das atitudes e aptidões de crianças e jovens que estão nesse processo de formação de sua personalidade, sobretudo, no contexto escolar. B - ASSERTIVIDADE: A ARTE DE SE EXPRESSAR COM CLAREZA E SABER COLOCAR LIMITES Segundo Corrales, A (2017), pode-se identificar que: A comunicação assertiva tem a ver com a capacidade de se expressar verbalmente e pré-verbalmente de forma adequada à cultura e às situações. O comportamento assertivo envolve um conjunto de pensamentos, sentimentos e ações que auxiliam uma criança ou adolescente a atingir seus objetivos pessoais de forma socialmente aceitável. (pág. 61) 13 Base teórica Essas abordagens de assertividade lançam luz para que se possa intervir sobre essa questão em sala de aula, uma vez que tal habilidade social faz parte da vida cotidiana, e enfrentamentos das mais diferentes situações.Segundo Trelles (2017): A assertividade não é um "traço" das pessoas. O indivíduo não é "assertivo" ou "não assertivo", mas um indivíduo se comporta de forma assertiva ou não assertiva em uma variedade de situações. Um sujeito pode desenvolver um comportamento assertivo em uma série de situações enquanto em outras seu comportamento pode ser classificado como não assertivo ou agressivo. (pág. 40). Por outro lado, María Elvira Ascurra Palacio, em seu projeto "O Programa "Norcon" no clima social da sala de aula dos alunos do quinto ano de uma instituição educacional Militar San Borja - 2018" citando Gonzales (2014), aponta que: A comunicação assertiva expressa diretamente sentimentos, ideias, opiniões e direitos de forma clara e simples, sem ameaçar, punir ou manipular os outros. Além disso, respeita seus próprios direitos e os dos outros. É necessário ensinar os alunos a dizer as coisas, respeitando os direitos dos outros e fazendo-os respeitar os seus sem medo e com firmeza (p.22). Ao enfrentar situações complicadas, que necessitam de uma intervenção assertiva, a pessoa exercita a sua habilidade de expressar-se de forma adequada. Chegado este momento considero importante abordar os 3 estilos de comunicação: agressiva, passiva e assertiva. Os estilos de comunicação são aquelas formas que usamos para nos relacionar com outras pessoas. É normal ver uma pessoa utilizando de forma mais habitual um estilo de comunicação, embora todos tenhamos usado os três que explicaremos a seguir. 14 Base teórica Que estilos de comunicação existem? Como acabamos de destacar, existem três e consistem no seguinte: Passiva Como a palavra diz, as pessoas que têm esse estilo geralmente são passivas. Ou seja, elas colocam os desejos e direitos dos outros antes dos seus. Por exemplo, imagine que um colega de trabalho ou faculdade pede para você fazer a lição de casa. O que as pessoas com um estilo passivo fariam é aceitar sem questionar, mesmo que isso significasse ter que parar de fazer suas próprias tarefas ou coisas pendentes. Algumas pessoas também costumam “tragar” as suas opiniões, ou inclusive ofensas feitas por terceiros, de forma constante. Isso provoca muita dor emocional, sendo que em alguns casos, pode somatizar em doenças físicas. Também acontece que algumas pessoas costumam “tragar” sempre as suas opiniões, crenças e inclusive insultos feitos por terceiros, porém chega um momento em que explodem de raiva, proferindo palavras ofensivas, o que provoca grandes problemas nas relações interpessoais. Agressivo É o estilo oposto ao anterior. As pessoas que desenvolvem esse estilo de comunicação costumam colocar seus desejos, opiniões, crenças e direitos acima dos outros. Além disso, muitas vezes usam linguagem áspera ou agressiva ou podem até insultar ou menosprezar outras pessoas. Continuando com o exemplo anterior, vamos imaginar que esse colega pediu para você fazer o dever de casa dele, uma resposta agressiva seria: “Não vou fazer porque não tenho vontade, você é atrevido e sem vergonha” Este estilo não é recomendado e as pessoas que o usam também podem ter ansiedade, problemas sociais, etc. 15 Base teórica Assertivo Este é o estilo que está no meio dos outros dois. No estilo de comunicação assertiva, a pessoa procura expressar desejos, pensamentos, opiniões, crenças e direitos, mas sem ofender a outra. Ou seja, utiliza uma linguagem respeitosa e empática, mas também pode ser firme. No exemplo acima, uma resposta assertiva para a situação seria: “Desculpe, hoje não posso porque tenho coisas para fazer. Porém, se você não entender alguma coisa das tarefas posso ajudá-lo em outro momento.” Como você pode ver, fica claro que você tem algo mais a fazer neste momento, mas uma alternativa ou ajuda é oferecida. Caso queira mais materiais sobre esta temática, sugiro buscar o QRCode que está no final do livro “O GIGANTE QUE APRENDEU A SUSSURRAR” e nele você encontrará diversas atividades, aulas e materiais de apoio para ajudar no desenvolvimento das relações interpessoais. Com este material busco compartilhar estratégias de COMUNICAÇÃO AAE (Afetiva, Assertiva eEficaz), com a finalidade de derrubar muros e construir pontes. Este material também poderá ser utilizado por profissionais (psicólogos, psicopedagogos, coach’s, educadores etc) como todas as minhas anteriores publicações. A continuação deixarei diversas atividades que você poderá realizar e adequar à realidade em que se encontre. Considero importante esclarecer que, embora o álbum ilustrado seja considerado por muitos como literatura infantil, defendo (e não sou a única) que como arte que é, se trata de um material que pode ser utilizado com qualquer pessoa, de qualquer idade. Esse fato tem sido corroborado pela prática da Contoexpressão (metodologia criada por mim) que tem sido feita facilitadores de grupos terapêuticos e pedagógicos (educadores, contadores de histórias, psicólogos) que têm utilizado os contos com crianças, adolescentes e adultos. Por essa razão, as atividades que você encontrará neste material podem ser adaptadas a qualquer público, só depende de você, da sua criatividade e conhecimento do público com o qual deseja trabalhar. Eu deixarei diversas sugestões e dicas de aplicabilidade para públicos diversos. Começamos? 16 NAS SEGUINTES PÁGINAS VOCÊ ENCONTRARÁ UMA OFICINA CONTOEXPRESSIVA, PASSO A PASSO, QUE PODE SER APLICADA COM GRUPOS DE QUALQUER IDADE. ALÉM DISSO TAMBÉM ENCONTRARÁ ATIVIDADES, ANEXOS E MUITO MAIS. Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA PARTE PRÁTICA 17 COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O Gigante que Aprendeu a Sussurrar Podemos dizer qualquer coisa se escolhemos as palavras certas, o tom adequado e o momento oportuno. Essa é a arte da assertividade que devemos aprender desde a infância. Claudine Bernardes Objetivo: O objetivo desta oficina é criar nos participantes a despertar o conhecimento sobre a comunicação assertiva, ajudando-os a compreender que com este estilo de comunicação poderão melhorar o relacionamento com outras pessoas, além de um aumento na qualidade de vida. Para isso eles necessitarão compreender que: a - Têm o direito a dar a sua opinião; b - o que é a assertividade; c - quais são os tipos de comunicação que podemos desenvolver; d - como expressar-se de forma assertiva; e - que somos diferentes de outras pessoas e isso pode gerar conflito, porém, juntos podemos construir uma comunicação afetiva, assertiva e eficaz. PÚBLICO: Crianças, adolescentes e adultos (grupal, individual ou entre pares). A oficina foi criada para poder ser adaptada a qualquer público. Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA OFICINA PARTE PRÁTICA 18 QUEBRA-GELOO: SIM OU NÃO? 1. Vamos trabalhar o conceito de expressão de ideias e opiniões, por meio desse exercício de respostas, com o uso da expressão corporal. Prepare o espaço conforme a imagem abaixo, ou seja, os participantes devem estar perto da parede, o facilitador no centro da sala, sendo que em ambos os lados do facilitador devem estar escritas no chão (um cartaz colado no chão), as palavras “SIM” e “NÃO”. Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA PARTE PRÁTICA OFICINA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O Gigante que Aprendeu a Sussurrar O facilitador fará diferentes perguntas ou sentenças, as quais os participantes devem responder posicionando-se sobre as palavras, escolhendo entre SIM e NÃO. Depois de responder a pergunta, deve regressar ao lugar inicial (na frente do facilitador) Exemplo: o professor dirá: “A sua cor preferida é azul?” Os alunos responderão, escolhendo entre sim e não e posicionando-se sobre a resposta escolhida. Depois deve retornar para o lugar anterior e escutar a próxima pergunta. 19 Você tem muitos amigos na escola (trabalho)? Você gostaria de ser jogador de futebol? (aqui introduza outras profissões também, como professor, advogado, policial etc) ou, Você trabalha no que gosta? Você acha que as pessoas lhe tratam bem? A escola é um lugar chato! ou O trabalho é um lugar chato! Algumas pessoas não me tratam bem. Eu fico triste quando me gritam. Às vezes tenho vontade de dizer que não estou de acordo, mas tenho medo de chatear alguém com a minha opinião. Falo tudo o que penso, não me importa se o outro pode ficar chateado. A única forma de ser escutado é falando mais alto. Às vezes faço as coisas antes de pensar e isso me traz problemas. Sugestão de perguntas ou sentenças: 1. 2. 3. 4. Sentenças que se referem ao pensamento dos participantes: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Introduza as perguntas que você considera interessante de acordo com o seu público. Sugiro começar com perguntas muito simples. Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA PARTE PRÁTICA OFICINA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O Gigante que Aprendeu a Sussurrar Importante: Caso você não tenha este livro, pode utilizar outro conto que considere que se adequa a atividade. 2.1: Introdução simbólica: Faça uma roda de conversa, onde você pode pedir para os participantes compartilharem como eles pensam que são os gigantes. E as fadas? Como seria viver ao lado de um gigante? Teriam medo ou insegurança? Alguém aqui já sentiu que estava tranquilo no seu canto, e então chegou alguém e alterou tudo? Você já se sentiu incomodado com a presença de alguém? Como reagiu? Tentou se comunicar com essa pessoa? Tentou solucionar o problema? 2. CONTAÇÃO “O GIGANTE QUE APRENDEU A SUSSURRAR” 20 Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA PARTE PRÁTICA OFICINA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O Gigante que Aprendeu a Sussurrar 2.2: Vamos contar o conto? Mostre o livro e pergunte o que sugere a capa. Depois faça a contação de forma muito ativa trocando as vozes dos personagens, ainda que você esteja tratando com um público adolescente ou adulto (conecte com a criança interior do seu público, eles se divertirão muito). 2.3: Perguntas para gerar compreensão: O que acharam do conto? Por que Lélia resolveu continuar o caminho, quando poderia ter voltado para o Bosque Encantado, já que o seu problema se havia solucionado? O que mudou entre Lélia e Talos durante o caminho? Como se solucionou o problema? Vocês acham que só o gigante deveria mudar ou a fada também? Vocês já se sentiram como eles? Na sua opinião, o que simboliza o sussurrador na vida real? 3. TIPOS DE COMUNICAÇÃO: PASSIVA - AGRESSIVA - ASSERTIVA Instrução: 1. Antes de explicar os tipos de comunicação, daremos um exemplo prático de cada uma delas, a fim de que os alunos tentem identificar de qual se trata. 2. Escreva no quadro negro “Tipos de comunicação: - passiva - agressiva - assertiva. 3. Fala do facilitador: “O que vocês acham se descobrimos juntos qual é o melhor tipo de comunicação para manter bons relacionamentos com outras pessoas? Vou contar uma situação e darei três exemplos de resposta a essa situação. Juntos tentaremos identificar a qual tipo de comunicação se refere e qual é a melhor escolha. Vamos lá? Nesta atividade vamos explicar os três tipos de comunicação que podemos desenvolver e qual delas nos ajudará a manter relações saudáveis. 21 Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA PARTE PRÁTICA OFICINA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O Gigante que Aprendeu a Sussurrar 4. Imagine que em um dia em que você está muito agoniado e cheio de coisas para fazer, um colega (do trabalho ou da escola) pede para você fazer uma tarefa para ele. A) Para não chatear o colega, você faria a tarefa dele, ainda que não sobre tempo para fazer as suas. B) Responder de forma brusca, dizendo que ele é um folgado e que deveria fazer as suas próprias tarefas. C) Responder com amabilidade que você também tem tarefas para fazer , porém que se ele não souber fazer as suas, assim que tiver tempo você pode explicar-lhe como solucionar o seu problema. (Deixar que os participantes expressem as suas opiniões e expliquem a resposta). 5. Identificar qual delas se refere aos tipos de comunicação (opção A - comunicação passiva; opção B - comunicação agressiva; Opção C - comunicação assertiva). ASSERTIVIDADE: O que é isso? Pergunte aos alunos se eles sabem o que é a assertividade.Deixem que respondam livremente. Depois leia para eles a frase de abertura desta oficina: Antes de explicar os tipos de comunicação, daremos um exemplo prático de cada uma delas, a fim de que os alunos tentem identificar de qual se trata. Podemos dizer qualquer coisa se escolhemos as palavras certas, o tom adequado e o momento oportuno. Essa é a arte da assertividade que devemos aprender desde a infância. (Claudine Bernardes) 22 4. VAMOS TEATRALIZAR? Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA PARTE PRÁTICA OFICINA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O Gigante que Aprendeu a Sussurrar Material: “Cartões de situação”. Nos anexos você encontrará os cartões, basta imprimir e recortar. Você está numa longa fila. De repente observa que alguém fura a fila na suafrente. Agora vamos teatralizar situações da vida diária que expressem os três tipos de comunicação abordadas na oficina. Como fazer: 1. Dividir os participantes em duplas; 2. entregamos a cada dupla um cartão contendo uma situação (para grupos pequenos podemos entregar mais de um cartão a cada dupla). 3. Cada dupla deve teatralizar a situação do cartão, sendo um deles o que pratica a situação ofensiva e o outro aquele que sofre a situação e deve reagir a ela. Deve mostrar três tipos de reação, uma na qual utilizará a comunicação passiva, outra, a comunicação agressiva e a terceira será a comunicação assertiva. 4. Aquele que pratica a situação deve ler o cartão para o público e o outro mostrará as três reações. Para isso é importante deixar um tempo de 5 minutos para que cada dupla crie em conjunto as reações e depois as apresentem aos outros participantes. Observação: Para deixar a atividade mais dinâmica, as duplas podem apresentar a teatralização das situações e os outros participantes podem tentar descobrir a que tipo de comunicação se refere cada uma das reações. 23 Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA 5. FINALIZAÇÃO: RODA DE CONVERSA PARTE PRÁTICA OFICINA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA O Gigante que Aprendeu a Sussurrar Fazer uma roda de conversa e perguntar aos participantes o que eles aprenderam hoje sobre eles mesmos e sobre os seus companheiros. Perguntar como podem utilizar esse conhecimento de forma prática na vida diária. Também é possível entregar a cada participante o CARTÃO DE SAÍDA 3-2-1, para que preencham e entreguem ao facilitador, a fim de avaliar a atividade (disponível nos anexos). Sugiro presentear os participantes com o JOGO DO ENCONTRO e animá-los a jogar com um familiar ou amigo. Basta imprimir um exemplar de tabuleiro para cada assistente. Você encontra o tabuleiro no Material de Apoio Didático, que pode ser baixado por meio do QR Code, que está ao final do livro. 24 Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA METÁFORA SENSORIA PARTE PRÁTICA SUGESTÃO DE ATIVIDADES Caso você deseje realizar mais atividades para abordar a temática da comunicação assertiva, sugiro esta atividade. Algo que observei, durante estes anos de trabalho dentro da educação emocional, é que algumas pessoas são especialistas em TRAGAR SAPO. Isso mesmo, tragam tanto sapo que não demora muito tempo para que se forme um brejo dentro delas. O que significa isso? Lembra o que ensinei sobre a comunicação passiva? Algumas pessoas não expressam o que sentem, por receio de ferir o outro, por medo de perder o carinho ou respeito das pessoas. O BALÃO Mostre um balão ao grupo e diga "Vou começar a encher esse balão até que vocês me digam que pare." Comece a encher e quando eles lhe peçam para parar, responda que "Não se preocupem... os balões não estouram." E siga enchendo... Diga que só quer encher mais um pouquinho, que você aguenta... até que BUMMMM, Aproveite este momento para refletir com eles sobre o que acontece quando guardam tudo e não compartilham... chegará o dia em que eles também explodirão como o balão e não é nada agradável quando isso acontece. E com isso começam a acumular dentro de si um montão de sentimentos ruins, pensamentos que não expressam, amargura, tristeza, até que um dia EXPLODEM. E quando isso acontece, de dentro delas saem cobras e lagartos... ou seja, ofendem e machucam sem dó nem piedade. COMO FAZER ESTA ATIVIDADE? 1. 2. 3. 25 Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA TODA RELAÇÃO NECESSITA PARTE PRÁTICA SUGESTÃO DE ATIVIDADES É extremamente necessário ter claro os limites que outros não devem ultrapassar, tanto para nós como para eles. Vamos trabalhar isso com o grupo ou indivíduo. É uma atividade provocativa, onde a pessoa deve: 1 - Pensar e escolher ao menos cinco coisas que não admite numa relação. 2. Fazer o contorno da mão numa folha A4. 3. Escrever em cada dedo aquilo que não aceita numa relação., LIMITES 4. Decorar a mão com elementos simbólicos que expressem o seu pensamento. SEGUNDA PARTE Como eu reagiria se... Fala do facilitador: Agora imaginem que alguém não respeitou esses limites e fez algo que você havia anotado na mão, e havia deixado claro que não aceitaria. Como você reagiria? Busque respostas assertivas à pessoa que ultrapassou o limite. Atenção: A atividade pode ser escrita, ou seja, o participante poderia escrever na parte posterior da folha uma resposta assertiva, ou poderiam conversar sobre isso de forma grupal e apresentar as suas respostas. O importante é gerar conhecimento dessa situação que inevitavelmente irá passar, e criar ferramentas emocionais para saber como reagir de forma assertiva e empática. Nã o m e g riteNã o m e e ng an e Nã o me b at a N ão m e ins ult e Não me ign ore 26 Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA PARTE PRÁTICA SUGESTÃO DE ATIVIDADES JOGO DO ENCONTRO Os jogos de mesa são uma excelente ferramentas na criação de vínculo e desenvolvimento das habilidades emocionais. O Jogo do Encontro foi criado dentro da narrativa que segue o Conto O GIGANTE QUE APRENDEU A SUSSURRAR. O tabuleiro do jogo e todas as instruções estão disponíveis no PDF que você pode obter ao comprar o livro. Isso significa que você poderá imprimir quantas cópias quiser e presentea-lo aos seus alunos, pacientes e participantes de oficinas. OBJETIVO: Compartilhar tempo com amigos e familiares, utilizando uma linguagem amorosa, assertiva e empática. HABILIDADES DESENVOLVIDAS: Com esta atividade fortaleceremos a comunicação familiar, gestão das emoções, principalmente da frustração, fomentaremos a assertividade, a empatia e o desenvolvimento das funções executivas. Se trata de um jogo colaborativo, que pode ser jogado por duas, quatro ou seis pessoas. O JOGO DO ENCONTRO é jogado em duplas, por isso indicamos que seja um número par de participantes. Porém, é possível que um adulto jogue com duas crianças, formando dupla com ambas. MATERIAL NECESSÁRIO: Imprimir o TABULEIRO do jogo em folha de tamanho A3, colorido. Peças para jogadores (peões) e dado. Ler bem as instruções OBJETIVO A ALCANÇAR: o objetivo é que os dois integrantes da dupla saiam do mesmo ponto de SAÍDA e tentem chegar juntos ao ponto de CHEGADA. O JOGO DO ENCONTRO segue a mesma estrutura narrativa do conto O GIGANTE QUE APRENDEU A SUSSURRAR, ou seja: Utiliza o mapa do Reino de Fantasia como base para o caminho a percorrer. Utiliza a história, ou seja, duas pessoas caminhando para chegar a um lugar, que se ajudam, e buscam uma forma de comunicar-se, e devem enfrentar-se às maldades da Bruxa do Esquecimento que deseja separá-los. 27 Projeto de Educação Emocional COMUNICAÇÃO ASSERTIVA PARTE PRÁTICA SUGESTÃO DE ATIVIDADES Os contos que criamos projetam o nosso mundo interior. Nossas preocupações, crenças, medos, desejos... tanto de forma consciente como inconsciente. Durante esses anos que trabalho com o conto em terapia, formando e tutoreando a diversos profissionais, observo que podemos conhecer a outra pessoa, pedindo que ela interprete um conto. Ela projetará o seu mundo e as suas experiências vitais nos personagens e situações do conto. O mesmo acontecequando BRINCAMOS de criar contos com as crianças. Elas projetarão os seus medos, desejos, dificuldades nos personagens que utilizarem e situações que criarem. Isso nos ajuda a compreender as dificuldades que eles enfrentam e, assim, poder ajudá-las. Criar contos é um jogo simbólico com o qual representamos nosso mundo interior. As cartas do jogo e as instruções estão disponíveis no PDF que você pode obter ao comprar o livro. Isso significa que você poderá imprimir quantas cópias quiser e presentea-lo aos seus alunos, pacientes e participantes de oficinas. AZUL : per sona gens VERD E: Ele men tos d ivers os VERM ELHO : açõ es ROSA : luga res ROXO : sen time ntos 28 GOSTOU DO VIU? ADQUIRA O LIVRO E TERÁ ACESSO A TODO ESTE MATERIAL. 29 https://loja.literarebooks.com.br/parentalidade/o-gigante-que-aprendeu-a-sussurrar https://loja.literarebooks.com.br/parentalidade/o-gigante-que-aprendeu-a-sussurrar https://loja.literarebooks.com.br/parentalidade/o-gigante-que-aprendeu-a-sussurrar 30 Ascurra, M. (2018) “El programa “Norcon” en el clima social del aula de estudiantes de quinto grado de primaria de una institución educativa castrense San Borja - 2018” Universidad Católica sedes Sapientiae escuela de postgrado. https://1library.co/document/zp2nro7yprograma-norcon-social-estudiantes-primaria- institucion-educativa-castrense.html Bryant, B. (1982). An Index of Empathy for Children and Adolescents, Child Development, 53, 413-425. Corrales, A. Quijano, N. Góngora, E. (2017). Empatía, comunicación asertiva y seguimiento de normas. un programa para desarrollar habilidades para la vida. Enseñanza e Investigación en Psicología, 22(1),58-65. [fecha de Consulta 26 de Septiembre de 2021]. ISSN: 0185- 1594. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=29251161005 Gaeta González, Laura, & Galvanovskis Kasparane, Agris (2009). ASERTIVIDAD: UN ANÁLISIS TEÓRICO-EMPÍRICO. Enseñanza e Investigación en Psicología, 14(2), 403- 425. [fecha de Consulta 15 de Septiembre de 2020]. ISSN: 0185-1594. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=292/29211992013 Hoffman, M.L. (2000) Empathy and moral development: Implications for caring and justice. Cambridge University Press. Hofmann S. G; & Heinrichs N. (2006) Differential effect of mirror manipulation on self- perception in social phobia subtypes. Cognitive Therapy and Research., 27, 131–142. Minerva, Carmen, El juego como estrategia de aprendizaje en el aula. Documento online en formato PDF. URL: http://www.saber.ula.ve/bitstream/123456789/17543/2/carmen_torres.pdf Extraído: 20 septiembre de 2010 Pick, S. y Vargas, E. (1990). Conducta Sexual y Anticonceptiva de los Adolescentes en América Latina. Revista Avances en Psicología Clínica Latinoamericana, 8, 11-41 Rasoal, C., Eklund, J., & Hansen, E. (2011). Toward conceptualization of ethnocultural empathy. Journal of Social, Evolutionary, and Cultural Psychology, 5, 1-13. Rieffe, C., Ketelaar, L., & Wiefferink, C. H. (2010). Assessing empathy in young children: Construction and validation of an Empathy Questionnaire (EmQue). Personality and individual differences, 49(5), 362-367. BIBLIOGRAFIA Em uma conversa, alguém contou uma mentira sobre outra pessoa. Isso pode causar problemas a essa pessoa. Você está numa longa fila. De repente observa que alguém fura a fila na sua frente. Ao conversar com alguém, essa pessoa fala mal e de forma ofensiva de outra que é importante para você. Um colega pegou o seu lanche sem sua autorização e o comeu. Você escutou alguém falando mal de você, justo quando estava chegando na sala. Como reagiria? Uma pessoa mentiu sobre você. Como solucionaria esse problema com ela. Alguém lhe pediu algo emprestado, dizendo que devolveria até o final do dia e não o fez. Um colega quebrou algo seu, não se desculpou e não solucionou a situação. Você pede ajuda para um amigo ao qual você sempre presta ajuda e ele se nega a ajudá-lo. Como você reagiria? Uma pessoa com a qual convive, deixa tudo desorganizado e isso incomoda você. Como solucionaria? Cartões de situação Nombre: Enumere 3 palavras chave sobre a oficina: Cartão de saída 3-2-1 Escreva 2 perguntas ou dúvidas: Diga algo importante que aprendeu hoje