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PSICOPATAS HOMICIDAS E A MELHOR APLICABILIDADE DO SISTEMA PENAL

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CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE JI-PARANÁ – CEULJI 
 
FRANCISCO DURAN PEDROSA DE ARAUJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOPATAS HOMICIDAS E A MELHOR APLICABILIDADE DO 
SISTEMA PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná 
2016 
 
 
FRANCISCO DURAN PEDROSA DE ARAUJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOPATAS HOMICIDAS E A MELHOR APLICABILIDADE DE 
SISTEMA PENAL 
 
 
 
 
 
 
Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná 
- CEULJI, para obtenção de grau 
acadêmico de Bacharel em Direito. 
Professor: Elói Lopes da Silva 
 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCISCO DURAN PEDROSA DE ARAUJO 
 
 
PSICOPATAS HOMICIDAS E A MELHOR APLICABILIDADE DO SISTEMA PENAL 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Luterano de 
Ji-Paraná - CEULJI, para obtenção de grau acadêmico de Bacharel em Direito. 
 
Professor Orientador: Elói Lopes da Silva 
 
Ji-Paraná, 14 de dezembro de 2016. 
 
 
 
AVALIADORES 
 
______________________________ - ________ 
 Elói Lopes da Silva - CEULJI Nota 
 
_______________________________ - ________ 
Emerson Oliveira de Faria - CEULJI Nota 
 
_______________________________ - _______ 
Newton Sérgio de Sá Vieira - CEULJI Nota 
 
_________________ 
Média 
 
 
 
Ji-Paraná 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha família, com devoção. 
Aos meus amigos, com carinho. 
Aos leitores, com humidade. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
Obrigado meu Deus por me amparar 
durante a trajetória de minha vida, 
principalmente, nesses anos de lutas e 
batalhas constantes, rumo a concretização 
de um sonho realizado; a tão sonhada 
graduação no curso de Direito. 
Agradeço ao meu pai, Ivon A. Lacerda, que 
me ensinou a lutar e batalhar sempre pelos 
meus objetivos, que sempre estará 
comigo, meu herói e amor eterno. 
Agradeço a minha mãe, Mª de Fátima P. 
Lacerda, que sempre foi minha base, meu 
alicerce e sem ela nada seria possível, 
pelo seu amor, doçura e paciência com 
que sempre cuidou e cuida da nossa 
família, meu amor. 
Aos professores que tive a honra de tê-los, 
e em especial o orientador deste trabalho, 
Elói Lopes da Silva, pela paciência e 
dedicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A piedade e a generosidade das pessoas 
boas podem se transformar em uma folha 
de papel em branco assinada nas mãos de 
um psicopata. Quando sentimos pena, 
estamos vulneráveis emocionalmente, e é 
essa a maior arma que os psicopatas 
podem usar contra nós. 
 
“Ana Beatriz Barbosa Silva” 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
ARAUJO, Francisco Duran Pedrosa de. PSICOPATAS HOMICIDAS E A MELHOR 
APLICABILIDADE DO SISTEMA PENAL. 2016. 73 folhas. Monografia de conclusão 
de curso em Direito. Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná (CEULJI/ULBRA), 
2016. 
 
 
O presente trabalho versa sobre psicopatas homicidas e a melhor aplicabilidade do 
sistema penal. A problemática da pesquisa visa esclarecer qual sistema punitivo seria 
mais adequado para o indivíduo classificado como psicopata homicida. A hipótese 
norteadora é que os psicopatas necessitam de clínicas especializadas para 
tratamento psiquiátrico ao invés de serem mantidos em presídios. O objetivo principal 
da presente pesquisa é esclarecer a dinâmica acerca da psicopatia, e identificar no 
ordenamento jurídico como se enquadra a semi-imputabilidade do agente psicopata. 
Para a realização da pesquisa, foi adotado o método bibliográfico, empregando-se o 
método de raciocino dedutivo/indutivo, tendo por base o levantamento doutrinário que 
versa sobre o assunto. Diante das considerações expostas, o psicopata homicida 
deve ser considerado um semi-imputável, logo a medida de segurança é o sistema 
mais adequado para puni-lo. Dentro dos limites estabelecidos pela lei, como a 
internação em hospitais psiquiátricos, privando-o do convívio social e também 
submete-lo a um criterioso tratamento psiquiátrico, tendo o tempo máximo para 
mantê-lo internado permitido por lei, em 30 anos, sendo assim desinternado após 
cessado este lapso temporal. 
 
 
Palavras-chave: Psicopatas. Direito Penal. Semi-imputabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRATO 
 
 
ARAUJO, Francisco Duran Pedrosa de. PSYCHOPATHS MURDERERS AND BEST 
APPLICABILITY OF CRIMINAL SYSTEM. 2016. 73 leaves. Course conclusion 
monograph in law. Lutheran University Center Ji-Parana (CEULJI / ULBRA), 2016. 
 
 
This work is about homicidal psychopaths and better applicability of the penal system. 
The research problem is to clarify which punitive system would be more appropriate 
for the individual classified as a homicidal psychopath. The guiding hypothesis is that 
psychopaths require specialized clinics for psychiatric treatment rather than being kept 
in prisons. The main objective of this research is to clarify the dynamics about 
psychopathy, and identify the legal system as it relates to semi-imputability of psychotic 
agent. For the research, the qualitative approach was adopted, using the method of 
deductive / inductive I reason, based on the doctrinal survey that deals with the subject. 
In the face of the above, the homicidal psychopath should be considered a semi-
attributable, then the security measure is the most appropriate system to punish him. 
Within the limits established by the law, such as hospitalization in psychiatric hospitals, 
depriving them from society and also submit it to a careful psychiatric treatment, and 
the maximum time to keep them admitted permitted by law, in 30 years, thus release 
ceased after this time lapse. 
 
 
Keywords: Psychopaths. Criminal Law. Semi-accountability. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10 
1 PSICOPATIA ......................................................................................................... 12 
1.1 Origem e conceito ............................................................................................... 12 
1.2 Diagnóstico e o perfil do psicopata ...................................................................... 17 
1.2.1 Características do perfil do psicopata .............................................................. 18 
1.2 Psicopatas homicidas .......................................................................................... 25 
1.3 A ciência explica .................................................................................................. 29 
1.4 Tratamento .......................................................................................................... 31 
1.6 Casos brasileiros de psicopatas .......................................................................... 32 
1.6.1 Febrônio Índio do Brasil .................................................................................... 32 
1.6.2 Pedro Rodrigues Filho – Pedrinho Matador ..................................................... 34 
1.6.5 Marcelo Costa de Andrade – Vampiro de Niterói ............................................. 37 
1.6.6 Laerte Patrocínio Orpinelli ................................................................................ 37 
1.6.7 Sebastião Antonio de Oliveira .......................................................................... 38 
1.6.8 Jorge Negromonte da Silveira .......................................................................... 38 
1.6.9 Fortunato Botton Neto ...................................................................................... 39 
1.6.10 Tiago Henrique Gomes da Rocha .................................................................. 40 
2 LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA .................................................................... 42 
2.1 Conceitode direito penal ..................................................................................... 42 
2.2 Crime ................................................................................................................... 43 
2.3 Responsabilidade penal ...................................................................................... 45 
2.4 Da culpabilidade .................................................................................................. 46 
2.4.1 Imputabilidade, semi-imputabilidade e inimputabilidade .................................. 47 
2.5 Penas privativas de liberdade ............................................................................. 51 
2.6 Medidas de segurança ........................................................................................ 52 
2.6.1 Espécies de medidas de segurança ................................................................. 54 
3 SISTEMA PUNITIVO ADEQUADO PARA OS PSICOPATAS HOMICIDAS ......... 57 
3.1 Pena de prisão .................................................................................................... 57 
3.2 Medidas de segurança ........................................................................................ 62 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 65 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69 
 
 
APÊNDICE ................................................................................................................ 74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
Trata-se o presente trabalho de conclusão de curso, bacharelado em direito, 
do tema psicopatas homicidas e a melhor aplicabilidade do sistema penal, em função 
do bacharelando ser filho de pai médico, atuando profissionalmente na área da saúde 
mental, o mesmo demonstrou-se fascinado pela incógnita que é a mente humana. 
 
O interesse pelo tema surgiu muito antes de entrar na área acadêmica, após 
ler o livro, Mentes Perigosas – o psicopata mora ao lado, da autora Ana Beatriz 
Barbosa Silva, deparei-me com o pensamento acerca de uma pessoa cometer crimes 
hediondos com índices de crueldade, e, não ser capaz de sentir remorso pelo seu ato 
criminoso. 
 
Inúmeros são os casos de homicídios registrados todos os dias nas 
delegacias espalhadas pelo país, assassinatos executados com tanta crueldade, que 
a sociedade fica perplexa com tamanha barbaridade. 
 
Os psicopatas homicidas cometem crimes hediondos sem demonstrar 
nenhum tipo de arrependimento, remorso ou culpa. Logo, a presente pesquisa 
pretende-se analisar e responder a seguinte problemática acerca do tema: Qual o 
sistema punitivo seria mais adequado para o indivíduo classificado como psicopata 
homicida? 
 
A hipótese norteadora que a presente pesquisa tenta demonstrar, é que, 
necessariamente, os indivíduos classificados como psicopatas homicidas necessitam 
de clínicas especializadas para tratamento psiquiátrico ao invés de serem mantidos 
em presídios, juntamente, com os criminosos comuns, devido a falta de capacidade 
técnica especializada perante o sistema penitenciário brasileiro para punir e 
ressocializar o criminoso psicopata homicida. 
 
O objetivo principal do presente trabalho é esclarecer a dinâmica acerca da 
psicopatia, bem como identificar no ordenamento jurídico, como se enquadra a semi-
imputabilidade do agente psicopata, e as formas de penalidades atualmente impostas 
11 
 
a eles. Verificar o perfil do psicopata e compreender como ele se comporta perante a 
sociedade. 
 
Justifica-se a presente pesquisa pelo fato da sociedade não entender o termo 
psicopata, levando ao conceito impróprio e vulgar sem subsídios para compreender o 
que leva o indivíduo a ser classificado como psicopata. Deste modo, cria-se a 
necessidade de produção acadêmica e a discussão intelectual sobre a temática para 
melhor esclarecer o que venha ser o psicopata homicida. Lembrando-se que o estudo 
ainda se justifica pelas incertezas e controvérsias a respeito do assunto no âmbito 
jurídico. 
 
A metodologia a ser adotada consistirá na pesquisa bibliográfica, 
empregando-se o método de raciocínio dedutivo/indutivo, tendo por base o 
levantamento doutrinário e jurisprudencial que versam sobre o assunto, tais como 
livros, periódicos, revistas, artigos científicos e a própria legislação. 
 
Para realizar a presente pesquisa foi desenvolvido três capítulos. No primeiro, 
tratar-se-á do estudo acerca da origem e do conceito da psicopatia, bem como, sua 
característica no contexto do perfil do indivíduo psicopata, e também expor sobre o 
tratamento e diagnóstico deste transtorno de personalidade antissocial. 
 
O segundo capítulo tem por finalidade discorrer sobre a legislação penal 
brasileira acerca da psicopatia, esclarecendo como é tratado e penalizado o indivíduo 
psicopata, bem como diferenciar o que é medida de segurança e a sanção penal de 
prisão impostas pelo Estado. 
 
No terceiro capítulo, apresentar-se-á o sistema mais adequado para penalizar 
e ressocializar o indivíduo psicopata homicida, comparando-se: medida de segurança 
como a internação do agente em hospital de custodia e tratamento, versus a sanção 
de pena de prisão. 
 
 
 
12 
 
1 PSICOPATIA 
 
No presente capítulo, será abordado acerca da psicopatia, esclarecendo a 
compreensão de sua origem e evolução histórica, bem como, averiguar como é feito 
seu diagnóstico e tratamento. 
 
Vale ressaltar também, sobre os apontamentos acerca do perfil do indivíduo 
diagnosticado como psicopata. E demonstrar os casos mais importantes e de grande 
repercussão no Brasil. 
 
1.1 Origem e conceito 
 
Historicamente, Millon descreve que a psicopatia é um termo que era utilizado 
para nomear uma série de comportamentos que eram vistos pela sociedade como 
sendo moralmente repulsivo. (Apud OLIVEIRA, 2016) 
 
No fim do século XVIII, foi quando iniciou a discussão acerca da psicopatia. 
Alguns filósofos e psiquiatras começaram a estudar e examinar minuciosamente sobre 
o assunto, analisando a relação de livre arbítrio e transgressões morais, tendo como 
principal questionamento se alguns desses indivíduos seriam capazes de 
compreender e entender a consequência de seus atos. (OLIVEIRA, 2016) 
 
A respeito disto, um dos primeiros médicos psiquiatra a apontar sobre 
psicopatas no século XIX foi o francês Philippe Pinel. Os indivíduos psicopatas 
envolvidos em atos impulsivos e violentos, tinham seu lado racional completamente 
intacto e a consciência plena de seu ato irracional. 
 
O termo Mania sem delírio, foi utilizado para descrever um comportamento 
marcado por absoluta falta de remorso e uma completa ausência de emoções. 
Philippe Pinel acreditava que este comportamento era um padrão daquelas ações que 
os psicopatas costumavam fazer. (OLIVEIRA, 2016). 
 
13 
 
No tocante a este ponto, o termo psicopata pode literalmente dar uma falsa 
impressão de que se trata de indivíduos loucos ou que tenham algum tipo de doença 
mental. 
 
Diante disto, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva (p.37, 2008) esclarece 
que: 
 
A palavra psicopata literalmente significa doença da mente (do grego, psyche 
= mente; e pathos = doença). No entanto, em termos médico-psiquiátricos, a 
psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais. Esses 
indivíduos não são considerados loucos, nem apresentam qualquer tipo de 
desorientação. Também não sofrem de delírios ou alucinações (como a 
esquizofrenia) e tampouco apresentam intenso sofrimento mental (como a 
depressão ou o pânico, por exemplo). 
 
 
A psicopatia é definida para os médicos-psiquiatras como sendo uma 
desordem de personalidade cuja característica principal é a falta de empatia, 
incapacidade de sentir qualquer tipo de emoção ou sentimento por umoutro indivíduo. 
(SANTOS, 2012). 
 
Acerca da psicopatia existem, basicamente, três correntes sobre o seu 
conceito. Sendo que a primeira corrente considera como uma doença mental. A 
segunda doutrina considera como uma doença moral e pôr fim a última corrente 
considera a psicopatia como sendo um transtorno de personalidade. 
 
Conforme a primeira corrente que entende a psicopatia sendo uma doença 
mental, pois originariamente a psicopatia significa doença da mente. No entanto, uma 
grande maioria dos profissionais psiquiátricos forenses criticam esse entendimento, 
pois entendem que, 
 
A parte cognitiva dos indivíduos psicopatas é perfeita e íntegra, por isso 
sabem perfeitamente o que estão fazendo. Quanto aos sentimentos, porém, 
são absolutamente deficitários, pobres, ausentes de afeto e de profundidade 
emocional. (SILVA, 2008. p.18). 
 
 
Para Jorge Trindade (2012, p. 162), 
 
14 
 
Em realidade, o termo personalidade psicopática, atualmente de uso 
corrente, foi introduzido no final do século XVIII, para designar um amplo 
grupo de patologias de comportamento sugestivas de psicopatologia, mas 
não classificáveis em qualquer outra categoria de desordem ou transtorno 
mental. 
 
 
Doença moral é o que a segunda corrente prega, para Hales (2006) segundo 
esta visão, “a responsabilidade penal dos psicopatas poderia ser abrandado em 
virtude dessa suposta incapacidade de observar as regras jurídicas e sociais”. (Apud 
PALHARES; CUNHA, 2012) 
 
Entretanto, devido os avanços das ciência acerca da saúde metal, a terceira 
corrente é majoritária considerando a psicopatia como um transtorno de personalidade 
antissocial, envolvendo a consciência, o caráter e a personalidade do indivíduo. 
(PALHARES; CUNHA, 2012). 
 
Trindade (2012, p. 161), esclarece que: 
 
Esse transtorno, historicamente, foi conhecido por diferentes nomes: a) 
Insanidade sem delírio (Pinel, 1806); b) Insanidade moral (Prichard, 1837); c) 
Delinquencia nata (Lombroso, 1911); d) Psicopatia (Koch, 1891); e) 
Sociopatia (Lykken, 1957). Atualmente, é conhecido por Transtorno de 
Personalidade Antissocial. 
 
 
Psicopata, conforme o dicionário brasileiro é o nome dado à pessoa que sofre 
de um distúrbio mental, definido por comportamentos antissociais, pela falta de moral, 
arrependimento ou remorso, sendo incapaz de criar laços afetivos ou de sentir amor 
pelo próximo. (DICIO, 2016) 
 
Mesmo sendo portador de um transtorno mental, segundo o DSM-IV (Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o indivíduo psicopata sabe muito 
bem distinguir o certo do errado e comete maldades de forma consciente sabendo 
exatamente o que está fazendo. 
 
Infiltrados na sociedade, os indivíduos psicopatas podem ser encontrados 
disfarçados de boas pessoas, religiosos, amigos, vizinhos, pais de família. Estão em 
todos os meios sociais, credo, raça, sexualidade. São capazes de arruinar e destruir 
15 
 
famílias. Entretanto, muitos são dificilmente descobertos ou diagnosticados, não 
costumam levantar suspeita de quem realmente são e do que são capazes. (SILVA, 
2008). 
 
Conforme Jessica Medeiros Santos (2012), especialista em Ciências 
Forenses e Perícia Criminal, diz que: 
 
Para os médicos-psiquiatras, a psicopatia não é uma doença mental e os 
psicopatas tampouco são considerados loucos, pois não apresentam 
nenhuma característica, dentro do padrão convencional da psiquiatria dos 
portadores de personalidade antissocial como a perda da consciência ou 
qualquer tipo de desorientação e muito menos sofrem delírios ou alucinações, 
como na esquizofrenia ou apresentam um intenso sofrimento mental e/ou 
emocional como no caso da depressão ou do pânico, pelo contrário, os atos 
criminosos dos psicopatas, são decorrentes de um raciocínio frio e calculista 
combinado com a incapacidade de tratar os outros, como seres humanos 
pensantes, com vontade própria e sentimentos. 
 
 
Desta forma eles são indivíduos frios e completamente calculistas, 
inescrupulosos, dissimulados, mentirosos e que visam apenas o próprio benefício e 
sua satisfação pessoal sem se importar o mínimo, com as outras pessoas. 
 
Outro dado importante é que eles são incapazes de estabelecer vínculos 
afetivos ou de se colocar no lugar do outro. Esses indivíduos são completamente 
desprovidos de qualquer tipo de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se 
agressivos e violentos capazes de qualquer coisa quando se sentem ameaçados. 
(SILVA, 2008). 
 
Ana Beatriz B. Silva elucida em que, 
 
Todos nós dotados de consciência podemos, em um momento qualquer da 
vida, magoar ou insultar o próximo; cometer injustiças ou equívocos e, em 
casos extremos, matar alguém sob forte impacto emocional. Afinal, somos 
humanos e nem sempre estamos com nossa consciência funcionando a 
100%: somos influenciados pelas circunstâncias ou pelas necessidades. 
(2008, p. 38). 
 
 
Desta forma, pelo entendimento de Silva conclui-se que, toda pessoa provida 
de consciência é capaz de cometer qualquer tipo de crime sob forte circunstância ou 
influência, porém não significa que ela seja um psicopata. 
16 
 
A CID 10 - Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial 
da Saúde, diz que os psicopatas são os indivíduos portadores de Transtornos 
específicos das personalidade. Trata-se de distúrbios graves da constituição 
caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo, não diretamente 
imputáveis a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a um outro transtorno 
psiquiátrico. Estes distúrbios compreendem habitualmente vários elementos da 
personalidade, acompanham-se em geral de angústia pessoal e desorganização 
social; aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência e persistem de 
modo duradouro na idade adulta. (PALHARES; CUNHA, 2012) 
 
Conforme Robert D. Hare (2013. p. 38), 
 
A maioria dos médicos e dos pesquisadores não usa o termo psicopata desse 
modo; eles sabem que a psicopatia não pode ser compreendida a partir da 
visão tradicional da doença mental. Os psicopatas não são pessoas 
desorientadas ou que perderam o contato com a realidade; não apresentam 
ilusões, alucinações ou a angústia subjetiva intensa que caracterizam a 
maioria dos transtornos mentais. Ao contrário dos psicóticos, os psicopatas 
são racionais, conscientes do que estão fazendo e do motivo por que agem 
assim. Seu comportamento é resultado de uma escolha exercida livremente. 
 
 
No tocante a este ponto, uma pessoa classificada com esquizofrenia 
desrespeita as normas e condutas sociais, no sentido de matar uma pessoa, logo se 
conclui que ela não seria responsável por motivo de insanidade. No entanto, um 
indivíduo classificado como psicopata desrespeita as mesmas ordens, ele é 
considerado uma pessoa sã, tendo exatamente a ciência do que está fazendo. (HARE, 
2013). 
 
Sendo assim, uma pessoa para cometer o crime de homicídio com total 
brutalidade, tortura e requintes de crueldade, só pode ser realmente "louca". Mas, nem 
sempre no sentido legal e psiquiátrico do termo. 
 
Em sua obra “The Mask of Sanity”, Cleckley descreve suas próprias reflexões 
clínicas vividas sobre o comportamento do psicopata, 
 
O psicopata não se familiariza com os fatos ou dados primários do que chama 
de valores pessoais e é completamente incapaz de compreender essas 
questões. É impossível para ele desenvolver um mínimo interesse que seja 
17 
 
por uma tragédia ou diversão ou o anseio pela humanidade como 
apresentado na literatura ou arte sérias. Ele também é indiferente a todas as 
matérias da vida em si. Beleza e feiura, exceto em um sentido superficial, 
bondade, maldade, amor, horror e humor não têm nenhum significado real, 
nenhuma força que o mova. Além disso, não tem capacidade de entender 
como os outros são tocados por essas coisas. É como se fosse cego a cores, 
a esse aspecto da existência humana, embora tenha uma inteligência 
aguçada. Ele não pode entender nadadisso porque não há nada, em nenhum 
ponto de sua consciência, que possa preencher a lacuna necessária a uma 
comparação. Ele pode repetir as palavras e dizer com loquacidade que esta 
compreendendo, mas não tem como saber que não compreende. (Apud 
Hare, 2013. p, 43). 
 
 
Assim, o grande problema da sociedade é reconhecer o psicopata, como ele 
age, seus modos e aonde ele se encontra. Logo, compreende-se que estamos 
vulneráveis a este indivíduo; podendo ser qualquer pessoa: o amigo; o(a) pai/mãe; o 
irmão; o chefe do trabalho ou seu vizinho. 
 
1.2 Diagnóstico e o perfil do psicopata 
 
Em sua obra “Mentes Perigosas – o psicopata mora ao lado” SILVA elucida 
acerca do diagnóstico, 
 
Com base nos estudos de Cleckley, o psicólogo canadense Robert Hare 
(professor da University of British Columbia) dedicou anos de sua vida 
profissional reunindo características comuns de pessoas com esse tipo de 
perfil, até conseguir montar, em 1991, o sofisticado questionário denominado 
escala Hare e que hoje se constitui no método mais confiável na identificação 
de psicopatas. (2008, p. 67). 
 
 
Assim, a escala Hare é um questionário que foi elaborado pelo psiquiatra 
Hobert Hare, após anos de pesquisas ele reuniu várias características comuns de 
indivíduos com o perfil de psicopatas, desta forma, o questionário é um método mais 
confiável na identificação de um indivíduo psicopata. 
 
A escala de Hare recebe o nome de PCL-R (Psychopathy Checklist – Revised) 
“e sua aceitação e relevância tem levado diversos países de todo o mundo a utilizá-la 
como um instrumento de grande valor no combate à violência e na melhoria ética da 
sociedade”. (SILVA, 2008, p.68). 
18 
 
Jorge Trindade (2011, p. 171) também concorda em que, “o PCL-R é o mais 
adequado instrumento, sob a forma de escala, para avaliar psicopata e identificar 
fatores de risco de violência”. 
 
O psychopathy checklist, sua principal finalidade é examinar detalhadamente 
os diversos aspectos da personalidade psicopática, sendo os relacionados aos 
sentimentos e os relacionamentos interpessoais levando até o estilo de vida dos 
psicopatas e seus comportamentos antissociais. (SILVA, 2008). 
 
O PCL permite descrever as características dos psicopatas, diferenciando tais 
condutas como um simples desvio social ou criminal ou muito menos, de 
simplesmente rotular indivíduos que apenas violou a lei por qualquer outro motivo. 
 
Maurício Horta (2016, p. 8), nos diz que: 
 
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (APA), 3% dos homens e 
1% das mulheres são incapazes de internalizar regras sociais. São 
portadores do que a bíblia dos psiquiatras – o Manual de Diagnóstico e 
Estatística de Transtornos Mentais da APA – chama de transtorno de 
personalidade antissocial (TPAS). Ou do que o psicólogo canadense Robert 
Hare, maior especialista do assunto, chama de psicopatia. Embora os dois 
conceitos sejam comumente usados como sinônimos, há uma diferença em 
seu diagnóstico. O TPAS é identificado a partir do comportamento antissocial; 
já a psicopatia e a sociopatia – que são termos equivalentes – dizem respeito 
tanto ao comportamento quanto a um conjunto de traços de personalidade. 
 
 
1.2.1 Características do perfil do psicopata 
 
Importante salientar que, mesmo que sejam identificados alguns sintomas não 
é ferramenta suficiente para diagnosticar a psicopatia. 
 
1.2.1.1 Aspectos ligados aos sentimentos e relacionamentos interpessoais 
 
Estes aspectos são o modo como os psicopatas sentem e pensam sobre si e 
a respeito das outras pessoas, sintomas emocionais e interpessoais. 
 
a) Eloquente e superficial 
19 
 
Eles costumam ser completamente flexíveis, fazendo com o que uma simples 
conversa se torne um grande bate papo, uma conversa completamente agradável e 
divertida. (HARE, 2013) 
 
Em suas respostas eles são simplesmente fantásticos e inteligentes, sendo 
capazes de contar e elaborar histórias envolventes e convincentes, porém, sempre se 
colocando no papel de bom mocinho. Geralmente, a maioria das pessoas acabam 
caindo em suas lábias, exatamente, pelo fato deles serem sem sombra de dúvida 
muito convincentes em suas histórias. Quando se apresentam às pessoas, tendem a 
se mostrar muito emotivo e afetivo, tornando uma pessoa agradável, atraente, 
sedutora e de boa índole. (SILVA, 2008). 
 
Outra característica bastante importante dentro do contexto da eloquência é 
o que explica Silva, 
 
Outro sinal muito característico desse comportamento é a total falta de 
preocupação ou constrangimento que esses psicopatas apresentam ao 
serem desmascarados como farsantes. Não demonstram a menor vergonha 
caso sejam flagrados em suas mentiras. Ao contrário, podem mudar de 
assunto com a maior tranquilidade ou dar uma resposta totalmente fora do 
contexto. (SILVA, 2008, p 69). 
 
 
Assim, como foi explicado, o psicopata não tem nenhuma preocupação caso 
for descoberto por alguma mentira. 
 
b) Egocêntrico e grandioso 
 
Extremamente com visões narcisistas, eles enxergam o mundo como se fosse 
o centro das atenções, um egocentrismo além da realidade, acreditam que têm o 
direito a tudo, que são superiores a qualquer outra pessoa e que têm o direito de viver 
de acordo com o que achar melhor, seguindo suas próprias regras e leis. (HARE, 
2013) 
 
“Para os psicopatas, matar, roubar, estuprar, fraudar, não é nada grave. 
Embora eles saibam que estão violando os direitos básicos dos outros, por escolha, 
reconhecem somente as suas próprias regras e leis”. (SILVA, 2008, p. 70). 
20 
 
 
Sempre com habilidade em culpar as outras pessoas pelos seus atos, tirando-
se sua total responsabilidade. Para os psicopatas a culpa é sempre de outra pessoa. 
 
c) Ausência de remorso ou culpa 
 
Com a grande falta de preocupação com os efeitos que suas ações 
devastadoras podem causar a outra pessoa, esses indivíduos não possuem a menor 
falta de preocupação com isso. Desta forma, assumem com toda a tranquilidade de 
que não sentem nenhum tipo de culpa e muito menos remorso diante de suas ações 
e de fato não veem motivo algum para se preocupar. (SILVA, 2008). 
 
A respeito disso Hare (p. 56, 2013) esclarece, 
 
A falta de remorso ou de culpa do psicopata está associada com uma incrível 
habilidade de racionalizar o próprio comportamento e de dar de ombros para 
a responsabilidade pessoal por ações que causam desgosto e 
desapontamento a familiares, amigos, colegas, e a outras pessoas que 
seguem as regras sociais. Em geral, os psicopatas têm desculpas prontas 
para o próprio comportamento e, às vezes, até negam completamente que o 
fato tenha acontecido. 
 
 
d) Falta de empatia 
 
A maioria das características apresentadas por esses indivíduos, em especial 
egocentrismo, ausência de remorso, falta de emoções e falsidade, estão relacionadas 
com uma profunda falta de empatia. 
 
Eles são incapazes de se colocar no lugar do outro, a não ser no sentido 
puramente intelectual. Os sentimentos das outras pessoas não são preocupações 
para os psicopatas. As pessoas são praticamente objetos para eles, que devem ser 
usados para sua própria satisfação e prazer. (SILVA, 2008). 
 
Conforme Hare (p. 59, 2013): 
 
Os psicopatas, no entanto, apresentam uma falta generalizada de empatia. 
São indiferentes aos direitos e ao sofrimento de estranhos e também aos dos 
21 
 
próprios familiares. Quando mantêm algum laço com a esposa e os filhos, 
isso acontece apenas porque consideram os membros da própria família 
como um bem que lhes pertence, como aparelhos de som ou automóveis. 
 
 
Exatamente pela falta de entender os sentimentos das outas pessoas, alguns 
psicopatas podem agir de forma completamente horrenda, sendo capazes de torturar 
e mutilar suas vítimas sem nenhum tipo de remorso. 
 
e) Enganador e manipulador 
 
São talentos naturais desses indivíduos, mentir, enganar e manipular. Sua 
imaginação é exclusivamente voltada apenas para elespróprios. Os psicopatas 
parecem não se intimidar nem um pouco e muito menos se preocupar que pode haver 
a possibilidade de serem descobertos. 
 
Vale ressaltar que, “temos que considerar que todo mundo mente, uns mais 
outros menos. (SILVA, 2008, p. 75). Não é por isto que, alguém que conta uma mentira 
necessariamente será um psicopata. Porém, o psicopata mentiroso frequente utiliza 
da tática de enganar para se dar bem. 
 
Como já enunciado, dificilmente ficam constrangidos quando são descobertos 
ou confrontados com a mentira que eles contam, eles agem normalmente e são 
capazes de mudar a história contada, retrabalhando os fatos para que pareçam 
consistentes com a mentira. Dada sua eloquência e facilidade em mentir, não causa 
surpresa o fato de os psicopatas enganarem, trapacearem, fraudarem, iludirem e 
manipularem as pessoas sem o menor escrúpulo. (HARE, 2013). 
 
f) Emoções 
 
Sendo quase incapazes de sentir certos tipos de sentimentos, os psicopatas 
sofrem de algum tipo de pobreza emocional que limita esses sentimentos como amor, 
a compaixão e o respeito pelas outras pessoas. (HARE, 2013) 
 
22 
 
Eles dizem que sentem essas emoções, no entanto, eles sequer sabem 
diferenciar as nuances existentes entre elas. Confundem os sentimentos, como o 
amor com a pura excitação sexual, tristeza com frustração e raiva com irritabilidade. 
 
Ana Beatriz Barbosa Silva (2008, p. 78) descreve a seguinte situação: 
 
Alguns presidiários identificados como psicopatas foram submetidos à 
visualização de cenas de conteúdo chocante. Esse conjunto de imagens 
editadas mostrava, entre outras coisas, corpos decapitados, torturas com 
eletrochoques, crianças esquálidas com moscas nos olhos e gritos de 
desespero. Enquanto as pessoas comuns só de imaginar tais situações 
ficariam arrepiadas e com reações físicas de medo, esses psicopatas não 
apresentaram sequer variação de seus batimentos cardíacos. 
 
 
1.2.1.2 Aspectos do estilo de vida e comportamento antissocial 
 
Neste tópico será demonstrado o tipo de estilo de vida e o comportamento 
antissocial que os psicopatas demonstram perante a sociedade. 
 
a) Impulsividade 
 
Completamente impulsivos os psicopatas não pesam em uma determinada 
ação, eles apenas agem. Seu desejo incontrolado de alcançar prazer, satisfação ou 
um alívio imediato diante de uma determinada situação é o que os impulsiona para 
agirem sem pensar sobre as consequências que isso poderá levar, diante de qualquer 
sentimento de culpa ou arrependimento. (HARE, 2013) 
 
O psicopata diante de uma simples pergunta, responde o seguinte: - Por que 
você fez isso? A resposta mais comum será: - Porque me deu vontade. 
 
Sendo assim, extremamente impulsivos, os psicopatas vivem o presente sem 
se importar com o futuro, buscando simplesmente sua satisfação imediata dos seus 
desejos. (SILVA, 2008). 
 
b) Autocontrole deficiente 
 
23 
 
A grande maioria de nós controlamos nossos comportamentos diante de uma 
situação de frustração ou uma provocação, mesmo que tenhamos vontade imediata 
de responder com agressão ou qualquer tipo de violência, não o façamos mediante a 
função de sermos capazes de exercer nosso autocontrole. (HARE, 2013). 
 
Com os níveis de controle completamente reduzidos, para os psicopatas 
basta uma simples provocação para rompê-los. Sendo assim, podendo responder 
qualquer tipo de frustração com ameaça, desaforos ou com súbita violência. 
 
Ana Beatriz Barbosa Silva (2008, p.85) fala: 
 
Um psicopata, quando “perde o controle”, sabe exatamente até onde ele quer 
ir, no sentido de magoar, amedrontar ou machucar uma pessoa. Apesar de 
tudo isso, eles se recusam a admitir que tenham problemas em controlar seu 
temperamento. Eles descrevem seus episódios agressivos como uma 
resposta natural à provocação a que foi submetido. Daí a se colocar como 
vítima de toda a situação é um passo muito pequeno! 
 
 
Mesmo diante da explosão de agressividade e a violência ser completamente 
intensa, elas ocorrem em um curto espaço de tempo, após o qual os psicopatas voltam 
a se comportar como se nada tivesse acontecido. (HARE, 2013). 
 
c) Necessidade de excitação 
 
Eles não admitem o tédio ou qualquer tipo de situações rotineiras e maçantes. 
Esses indivíduos necessitam de algum tipo de excitação excessiva, eles tendem 
sempre a viver no limite da ação, sendo que na maioria dos casos, envolvem-se em 
situações ilegais. (HARE, 2013) 
 
“Muitos psicopatas procuram nos atos perigosos, proibidos ou ilegais que 
praticam o suspense e a excitação que esses atos provocam. Para eles, tudo não 
passa de mero prazer e diversão imediatos, sem qualquer outra conotação”. (SILVA, 
2008, p. 86) 
 
d) Falta de responsabilidade 
 
24 
 
Completamente irresponsáveis, os psicopatas não sabem lidar com 
obrigações e compromissos, para eles isso não significam nada. Sua incapacidade de 
ser responsáveis e confiáveis se estendem para todas as áreas de suas vidas. 
 
Em geral os psicopatas afirmam, com palavras bem colocadas, que se 
importam muito com sua família, mas suas atitudes contradizem totalmente o 
seu discurso. Eles não hesitam em usar seus familiares e amigos para se 
livrarem de situações difíceis ou tirarem vantagens. Quando dizem que amam 
ou demonstram ciúmes, na realidade tem apenas um senso de posse como 
com qualquer objeto. Eles tratam as pessoas como “coisas” que, quando não 
servem mais, são descartadas da mesma forma que se faz com uma 
ferramenta usada. (SILVA, 2008, p.87). 
 
 
Eles não se intimidam com qualquer possibilidade de que suas ações possam 
resultar em sofrimento ou risco para outra pessoa. 
 
e) Problemas comportamentais precoces 
 
Desde criança a maioria dos psicopatas começam a demonstrar graves 
problemas de comportamentos, como: mentiras persistentes, fraudes, roubo, incêndio 
criminoso, vadiagem, perturbação de aula na escola, abuso de substâncias, 
vandalismo, violência, bullying, fuga e sexualidade precoce. (SILVA, 2008). 
 
A respeito disso Robert D. Hare (p.78, 2013) diz que: 
 
Uma vez que muitas pessoas exibem alguns desses comportamentos de vez 
em quando, em especial aquelas educadas em bairros violentos ou em 
famílias desagregadas ou abusivas, é importante enfatizar que, no histórico 
de um psicopata, esses comportamentos são muito mais extensivos e graves 
do que no histórico da maioria das outras pessoas, mesmo quando 
comparados com o de irmãos e amigos criados em ambientes similares. 
 
 
 
Em decorrência deste enfoque, muito importante salientar que “ninguém vira 
psicopata da noite para o dia: eles nascem assim e permanecem assim durante toda 
a sua existência”. (SILVA, 2008, p. 89). 
 
f) Comportamento transgressor no adulto 
 
25 
 
Os psicopatas não apenas transgridem as normas socais como também as 
ignoram e as consideram meros obstáculos, considerando as regras e as expectativas 
da sociedade inconvenientes e insensatas. (HARE, 2013). 
 
Sendo que, as regras e normas da sociedade nada mais são que obstáculos 
a ser superados na conquista de suas ambições e seus prazeres. Essas leis e regras 
sociais não intimidam os psicopatas. 
 
Pode-se considerar que isso, na trajetória de vida destes indivíduos 
psicopatas, o comportamento transgressor e antissocial é uma constante que vai da 
infância a fase adulta. 
 
A respeito disto Ana Beatriz Barbosa Silva (2008, p.90) diz que: 
 
Pesquisas têm constatado que a aparição precoce do comportamento 
antissocial (infância e adolescência) é um forte indicador de problemas 
transgressores e criminalidade no adulto. Vale ressaltar que o psicopata 
sempre vai revelar ausência de consciência genuína frente às demais 
pessoas: são incapazes de amar e nutrir o sentimento de empatia. Eles 
jamais deixarão de apresentar comportamentos antissociais; o que pode 
mudar é a forma de exercer suas atividades ilegais durante a vida (roubos, 
golpes, desvio de verba, estupro, sequestro,assassinato etc.). Em outras 
palavras, a maioria dos psicopatas não é expert numa atividade criminal 
especifica, mas sim “passeia” pelas mais diversas categorias de crimes, o 
que Hare denomina versatilidade criminal. 
 
 
 
No tocante a este ponto, tem-se observado que muitos criminosos comuns 
possuem algumas destas características. Porém, mesmo que seja evidenciado 
algumas características, não significa que estes indivíduos são psicopatas. O 
indivíduo só será considerado psicopata quando possuir a maioria das características 
acima descritos, conforme a escala Hare. 
 
1.2 Psicopatas homicidas 
 
Conforme pesquisas, há 69 milhões de psicopatas no mundo, o que dá 1% da 
população em geral. Com este índice a penitenciária é o lugar em que se encontram 
muitos psicopatas. Eles são 20% da população carcerária e 86,5% dos serial killers. 
(HORTA, 2011). 
26 
 
Em decorrência deste enfoque, vale ressaltar que nem todos os criminosos 
são psicopatas, e nem todos os psicopatas são criminosos. 
 
Ana Beatriz Barbosa Silva, em uma entrevista diz o seguinte: 
 
Existem uma certeza de que determinadas pessoas nascem com uma índole 
mais perversa e outras não, na raiz disso está muito mais ligada na biologia 
no DNA. Existem uma afirmação na ciência atual que o “senso moral” vem no 
DNA, e outras pessoas não vem com o senso moral, não vem com a 
capacidade de, se pôr no lugar do outro, de empatia, ou, sofrer por outro, e 
essas pessoas são capazes de cometer qualquer tipo de perversidade. 
(Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=-GtnVlLQNVo. Acesso em 
21 out. 2016). 
 
Todos os dias as delegacias de todo o país registram inúmeros casos de 
homicídios desumanos, crimes completamente bárbaros que atingem nossa 
sociedade; crimes cometidos com tamanha crueldade, capazes de chocar qualquer 
pessoa, menos o Psicopata. 
 
Os psicopatas matam por prazer; eles sentem uma vontade, uma fome, um 
instinto de matar, de fazer com que suas vítimas sintam dor, que sejam humilhadas. 
E para isso eles não medem e nem fazem a menor questão de que meios usar para 
realização de suas vontades. São capazes de qualquer coisa: degolar, esfaquear, 
esquartejar, mutilar ou retalhar uma vítima com a maior tranquilidade, como se 
estivessem cortando um bife para o almoço. 
 
Inicialmente quando ouvimos falar em psicopatas, logo imaginamos há 
imagem de um homem. Isto ocorre pelo fato dos noticiários abordarem crimes 
violentos que foram executados por mais homens do que mulheres. No entanto, 
pesquisas apontam que homens comentem mais crimes a sangue frio do que as 
mulheres. Mesmo assim, não tenham dúvidas que elas são capazes de cometerem 
crimes bárbaros e cruéis tanto quanto os homens. 
 
Os psicopatas que cometem homicídio é o caso mais grave da psicopatia. Os 
que cometem vários assassinatos são denominados Serial Killers, termo utilizado para 
definir comportamento criminoso. 
27 
 
Ilana Casoy em na sua obra “Serial Killers: Made in Brazil” faz a definição de 
serial killers, 
 
São os assassinos que cometem uma série de homicídios com algum 
intervalo de tempo entre eles. Suas vítimas têm o mesmo perfil, a mesma 
faixa etária, são escolhidas ao acaso e mortas sem razão aparente. Para 
criminosos desse tipo, elas são objeto da sua fantasia. Infelizmente, eles só 
param de matar, até onde se sabe, quando são presos ou mortos. (2014, p. 
23). 
 
 
No mesmo sentido, “os seriais killers são assassinos que, através de um modo 
especifico e pessoal, matam uma série de pessoas cujas características em comum 
se assemelham”, indica o neuropsicólogo Fábio Roesler. (Apud SANTOS, 2014, p. 6). 
 
As vítimas dos Serial Killers são pessoas desconhecidas, vulneráveis, frágeis 
e o comportamento delas não tem importância para eles. O que eles necessitam é de 
controle e dominação perante sua vítima. Há um certo período de tempo entre um 
assassinato e outro. Sempre escolhem indivíduos aparentemente mais fracos que se 
encaixem a algum tipo de estereótipo e muitas vezes levam alguma coisa como troféu 
do assassinato. 
 
Ilana Casoy (2014, p. 24) esclarece a respeito dos Serial Killers organizados 
e desorganizados: 
 
Os seriais killers organizados são seres solitários por se sentirem superiores 
às demais pessoas: ninguém é bom o bastante para eles. São socialmente 
competentes e, muitas vezes, casados. Conseguem bons empregos porque 
parecem confiáveis e aparentam saber mais do que na realidade sabem. 
Quando usam drogas, as preferidas são maconha e álcool. Para eles, o crime 
é um jogo. Retornam ao local onde mataram para acompanhar os trabalhos 
da perícia e da polícia, estão atentos aos noticiários e são os últimos 
suspeitos, por serem charmosos e carismáticos. Planejam o crime com 
cuidado, carregam o material necessário para cumprir suas fantasias, 
interagem com a vítima e se gratificam com o estupro e a tortura. Deixam 
pouquíssimas evidências no local do crime, escondem ou queimam o cadáver 
e levam um pertence daquele que matou como lembrança ou troféu. Os 
seriais killers desorganizados também são solitários, mas por terem 
comportamento considerado estranho, esquisito. Sua desorganização é 
geral: com a casa, com o carro, com o trabalho, com a aparência e com o 
estilo de vida. Não são atléticos, são introvertidos e não têm condição de 
planejar um crime com eficiência. De forma geral, agem por impulso e perto 
de onde moram, usando as armas ou os instrumentos encontrados no local 
de ação. É comum manterem um diário com anotações sobre suas atividades 
e vítimas, trocam de emprego com frequência e tentam seguir carreira militar 
ou similar mas não bem-sucedidas. É raro manter algum contato com a vítima 
28 
 
antes de agir; agem com fúria, gratificam-se com estupro ou mutilação post 
mortem e, nesse grupo, é comum encontrarmos canibais e necrófilos. Têm 
mínimo interesse no noticiário sobre seus crimes e deixam muitas evidências 
no local em que matam. 
 
 
Assim, está em evidência que existem certas diferenças entre o serial killers 
organizado do desorganizado, porém o que realmente importa para os dois é 
cometerem o assassinato. 
 
Neste sentido, os seriais killers são divididos em quatro tipos: 
Quadro 1 - Os tipos dos serial killers 
 
Visionário 
É um indivíduo completamente insano, psicótico. Ouve vozes dentro de 
sua cabeça e lhes obedece. Pode também sofrer de alucinações ou ter 
visões. 
 
Missionário 
Socialmente não demonstra ser um psicótico, mas em seu interior tem a 
necessidade de “livrar” o mundo do que julga imoral ou indigno. Escolhe 
certo tipo de grupo para matar, como prostitutas, homossexuais, 
mulheres ou crianças. 
 
Emotivo 
Mata por pura diversão. Dos quatro tipos estabelecidos, é o que 
realmente tem prazer em matar e utiliza requintes sádicos e cruéis, 
obtendo prazer no próprio processo de planejamento do crime. 
 
Sádico / Libertinos 
É o assassino sexual. Mata por desejo. Seu prazer será diretamente 
proporcional ao sofrimento da vítima sob tortura. A ação de torturar, 
mutilara e matar lhe traz prazer sexual. Canibais e necrófilos fazem parte 
deste grupo. 
Fonte: Casoy, 2014, p. 21. 
 
O sadismo é o que se assemelha a estes assassinos, uma desordem crônica 
que só se estende. 
 
Para o Dr. Joel Norris, existem sete fases nesse progresso homicida: 
Fase áurea: o sujeito está sendo dominado por suas fantasias. Ainda não 
realizou atos importantes para materializá-las, mas em sua mente já brotaram 
as imagens de morte. Externamente continua aparentando normalidade. 
Fase de pesca: começa a frequentar os locais em que suas possíveis vítimas 
se encontram. 
Fase de sedução: decidido a materializar sua fantasia, entra em contato com 
a vítima demonstrando seus encantos pessoais. 
Fase de captura: a vítima já foi capturada e o agressor se deleita com seus 
sofrimento. É o momento tão ansiado, anterior ao assassinato. 
Fase do assassinato: o agressor mata a vítima. 
Fase fetichista: o assassinocomprova que a morte da vítima não 
corresponde ao esperado e leva um objeto ou parte do corpo para rememorar 
o crime na intimidade e prolongar o prazer obtido. 
Fase depressiva: cometido o crime, seu autor abandona a cena do 
assassinato e pensa sobre o ocorrido, porque não obteve a gratificação 
sonhada. (Apud RÁMILA, 2012, p. 63). 
 
29 
 
 
Logo que o psicopata entra na fase de depressão, se inicia novamente o 
processo, voltando à fase áurea. 
 
No tocante a este ponto, Casoy menciona sobre as vítimas, 
 
As vítimas do serial killer são escolhidas aleatoriamente ao acaso ou por 
algum tipo de estereótipo que tenha significado simbólico para ele. 
Diferentemente de outros homicídios, a ação da vítima não precipita a ação 
do assassino. Ele é sádico por natureza e procura prazeres perversos ao 
torturar suas presas, [...]. Tem necessidade de dominar, controlar e possuir a 
pessoa. Quando a vítima morre, o assassino é novamente abandonado à sua 
misteriosa fúria e ódio por si mesmo. Esse círculo vicioso continua em 
andamento, até que sejam capturados ou mortos. [...] o serial killer enxerga 
suas vítimas como objetos. Para humilhá-las ao máximo, torturá-las 
fisicamente e matá-las, [...] Sente-se bem ao saber que as fez se sentirem 
mal. (2014, p. 23). 
 
 
Assim, extremamente sádico ele procura prazeres perversos torturando, 
dominando e controlando suas vítimas, podendo fazer com elas o que quiser, até o 
momento que sua vítima morre. 
 
1.3 A ciência explica 
 
A ciência diz que a psicopatia é causada por uma anomalia orgânica no 
cérebro, associado ao transtorno de personalidade antissocial. Conforme a ciência, o 
psicopata é diagnosticado com grande índice de falta de empatia, culpa e remorso. 
(RODRIGUES, 2016). 
 
O psicólogo Breno Rososotolato explica que, 
 
O neurocientista da Universidade do Novo México, Kent Kiehl, estudou o 
cérebro dos psicopatas e constatou que possui níveis pequenos de 
densidade no sistema límbico. Esse sistema é formado por várias partes, 
entre elas a amígdala e o hipotálamo, e é responsável pelo processamento 
das emoções. Está falta de emoções e um comportamento antissocial é uma 
construção, ou melhor, uma desconstrução do afeto desde a infância e tende 
a ser mais evidente na adolescência. (Apud RODRIGUES, 2016, p. 9) 
 
 
30 
 
BEM – Bateria de Emoções é um teste desenvolvido pelo neuropsíquio 
Ricardo de Oliveira Souza e neurorradiologista Jorge Moll, utilizando a tecnologia de 
Ressonância Magnética funcional (RMf). O objetivo deste teste é verificar como o 
cérebro dos indivíduos se comporta aos julgamentos morais, envolvendo emoções, 
como o arrependimento, culpa e compaixão. (SILVA, 2008). 
 
Os resultados destes testes demonstram que: diferentemente das pessoas 
comuns, os psicopatas apresentam atividade cerebral reduzida nas estruturas 
relacionadas às emoções em geral. Entretanto, evidenciaram aumento de atividade 
nas regiões responsáveis pela cognição (capacidade de racionalizar). Desta forma, 
conclui-se que os psicopatas são muito mais racionais do que emocionais. (SILVA, 
2008). 
 
Assim, no cérebro a amígdala é uma, 
 
Pequena estrutura em forma de amêndoa, situada dentro da região antero-
inferior do lobo temporal, se interconecta com o hipocampo, os núcleos 
septais, a área pré-frontal e o núcleo dorso-medial do tálamo. Essas 
conexões garantem seu importante desempenho na mediação e controle das 
atividades emocionais de ordem maior, como amizade, amor e afeição, nas 
exteriorizações do humor e, principalmente, nos estados de medo e ira e na 
agressividade. (CEREBRO MENTE, 2016). 
 
 
Neste sentido Rodrigues (2016, p. 9) fala que “a amígdala está envolvida no 
condicionamento aversivo e na aprendizagem instrumental por punição e 
recompensa, por exemplo, além da resposta ao medo e a expressões faciais tristes”. 
 
Sendo assim, a amígdala é fundamental para a autopreservação, por ser o 
centro identificador do perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o 
indivíduo em situação de alerta. [...] A lesão da amígdala faz, entre outras 
coisas, com que o indivíduo perca o sentido afetivo [...]. (CEREBRO MENTE, 
2016). 
 
Conforme a neurologista Marcela Amaral Avelino elucida, 
 
Assim, sugere-se que a distinção da amígdala é um dos mecanismos centrais 
envolvidos na patologia da psicopatia. Alguns estudos evidenciaram redução 
do volume da amígdala em indivíduos com escores elevados para psicopatia, 
o que torna essa hipótese ainda mais provável. (Apud RODRIGUES, 2016, 
p.9). 
 
31 
 
 
 O cérebro de um psicopata apresenta ainda um déficit de funcionamento no 
sistema órbito-frontal, responsável por processar emoções humanas como a empatia, 
a solidariedade e o amor. Em uma imagem de Pet-Scan (Positron Emission 
Tomography) esta região se mostra azul, o que quer dizer pouca ou nenhuma 
atividade. Se colocar um psicopata diante de uma linda paisagem, como por exemplo, 
um pôr do sol em um campo lindo e florido ou uma imagem de uma criança sendo 
maltratada e torturada, sua reação diante dessas imagens são exatamente a mesma, 
ou melhor dizendo, ele não tem nenhuma reação. (RODRIGUES, 2016) 
 
1.4 Tratamento 
 
Logo após o diagnóstico da psicopatia, sendo obtido através do PCL-R, o 
indivíduo que possui esse transtorno de personalidade deve ser encaminhado para 
tratamento. A priori, cabe lembrar, mesmo que o indivíduo possua características 
psicopáticas ele não é ou será necessariamente um criminoso, mas tendo grandes 
chances de se tornar um. Na grande maioria dos casos, o tratamento segue uma linha 
focada na convivência familiar e social, aonde são áreas afetadas pelo transtorno. 
(AGUIAR, 2016). 
 
É de grande importância salientar que, “não existe um tratamento para curar 
a psicopatia, mas um tratamento que visa de certa forma ajudar o indivíduo a respeitar 
as regras e normas sociais, evitando assim que ele cometa transgressões graves”. 
(AGUIAR, 2016). 
 
De acordo com Erika Aidar, “a psicopatia, pode ser tratada com psicoterapia 
focada na vida emocional do paciente, que poderá retornar ao convívio social, nos 
casos leves”. (Apud AGUIAR, 2016). 
 
Os medicamentos para este tratamento, apenas ajudam a melhorar o 
funcionamento cerebral, enquanto a psicoterapia tenta amenizar a manifestação do 
comportamento transgressor. 
 
Segundo a psicóloga Márcia Mathias, 
32 
 
 
Os pacientes chamados de intratáveis devem ser isolados do convívio social 
por terem cometido algum tipo de crime grave, geralmente são avaliados por 
psicólogos e médicos forenses, após julgamento dos atos que cometeram, e 
encaminhados para o manicômio judiciário, onde devem receber todos os 
recursos médicos e psicoterápicos possíveis. (Apud AGUIAR, 2016) 
 
 
Os medicamentos mais utilizados para tentar tratar os psicopatas são os 
antidepressivos, lítio, anticonvulsivantes entre outros; entretanto não são eficazes. 
Pesquisas mostram que o sal de lítio pode diminuir o comportamento impulsivo e 
explosivo, porém causam efeitos colaterais fortes. (ADEB, 2016) 
 
Os psicopatas costumam não cooperar com as terapias, geralmente, eles 
tentam fraudar e burlar os tratamentos, fazendo-se assim que as tentativas para tratar 
sejam desapontadoras para os especialistas. Sendo assim, não existe definitivamente 
tratamento e cura para o psicopata. 
 
1.6 Casos brasileiros de psicopatas 
 
Neste tópico, apresentamos alguns casos de homicídios mais conhecidos e 
divulgados pela mídia e que foram de grande repercussão no Brasil. 
 
1.6.1 Febrônio Índio do Brasil 
 
 
Figura 1 – Febrônio Índio do Brasil 
 
Fonte: Disponível em: <http://quadrosaovivo.blogspot.com.br/2016/04/as-revelacoes-do-principe-do-
fogo.html>. Acesso em 10 out. 2016 
 
Nascido provavelmente em 14 de Janeiro de 1895, na cidade de São Miguel 
de Jequitinhonha/MG. Filho de Theodoro Simões de Oliveira e Reginalda Ferreira de 
Mattos. Estima-se que seu verdadeiro nomeera Febrônio Ferreira de Mattos, 
entretanto, se apresentava para todos como Febrônio Índio do Brasil – o Filho da Luz. 
33 
 
Na infância, Febrônio muitas vezes presenciou a violência que seu pai cometia com 
sua mãe, que era espancada com muita frequência. Seu pai também era muito 
violento com os filhos. Febrônio era o segundo filho do casal em um total de 14 filhos. 
Fugiu de casa aos 12 anos de idade. Em agosto de 1927, saiu a primeira notícia do 
que seria chamado por toda a imprensa de – O hediondo crime da ilha do Ribeiro. No 
dia anterior, a polícia foi avisada sobre um cadáver encontrado naquele local, sendo 
de Alamiro José Ribeiro, rapaz de aproximadamente 20 anos. Em exame superficial, 
os peritos logo perceberam que o rapaz havia sido estrangulado, o corpo tinha marcas 
acentuadas de atos de crueldade, como contusões fortes nas nádegas e ferimento na 
cabeça. Perto do corpo, a polícia apreendeu uma bolsa de fumo e um boné. Um dos 
investigadores do caso logo se lembrou de um detento que saíra havia poucos dias 
da Casa de Detenção. Com pressa de resolver o caso, dirigiu-se para lá e não 
demorou para que o colega de cela do suspeito confirmasse que os objetos eram de 
Febrônio Índio do Brasil. Febrônio, vulgo Tenente, usava nomes diferentes: Teborde 
Simões de Mattos Índio do Brasil, Fabiano Índio do Brasil, Pedro de Souza, Pedro 
João de Souza, José de Mattos, Febrônio Simões de Mattos e Bruno Ferreira Gabina. 
Em 7 de setembro de 1927 foram encontrados os restos mortais de João Ferreira, o 
Jonjoca. Estava em adiantado estado de decomposição, embaixo de uma moita de 
capim, de barriga para cima, o braço esquerdo recolhido na altura da cabeça e a mão 
esquerda aberta virada com a palma para cima. O braço direito estava estendido 
perpendicularmente e a mão direito apoiada no chão. Na delegacia, Febrônio declarou 
nada saber sobre o assassinato de Alamiro e o sumiço de Jonjoca. Disse que quando 
saiu da cadeia, dirigiu-se a Petrópolis, onde exercia a função de cirurgião-dentista, 
tendo sido preso e encarcerado por vários dias. Quando liberto, foi ao RJ localizar seu 
diploma de dentista, em data após o desaparecimento das duas vítimas. No dia 08 de 
setembro de 1927, Febrônio finalmente confessou sua responsabilidade pelo 
homicídio de João Ferreira. Febrônio disse que foi levado a cometer esses crimes por 
meio de revelações que recebia constantemente, convencendo-o a sacrificar vítimas 
em benefício do Deus Vivo, símbolo de sua religião. Foi denunciado pelo Ministério 
Público em 19 de setembro de 1927. Febrônio foi avaliado pelo psiquiatra Heitor 
Carrilho, que concluiu pela inimputabilidade e recomendou que ele ficasse internado 
pelo resto da vida. Febrônio foi absolvido, mas recolhido como primeiro habitante do 
Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro, criado este em função de seu caso. Deu 
entrada no manicômio judiciário, procedente da Casa de Detenção, no dia 06 de junho 
34 
 
de 1929. Lá, ficaria em prisão perpétua até sua morte em 27 de agosto de 1984. Sendo 
a causa da morte por enfisema pulmonar. (AQUINO, 2016. Disponível em: 
<http://faceobscura.blogspot.com.br/2013/10/febronio-indio-do-brasil-o-filho-da-
luz.html>. Acesso em: 10 out. 2016). 
 
1.6.2 Pedro Rodrigues Filho – Pedrinho Matador 
 
 Figura 2 – Pedro Rodrigues Filho 
 
Fonte: Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedrinho_Matador>. Acesso em 10 de out. 2016. 
 
Aos 14 anos, assassinou o vice-prefeito da cidade, que acusara seu pai de 
furtar merenda da escola onde trabalhava. O político levou dois tiros de espingarda 
na frente de casa. Em seguida, matou o vigia, que supunha ser o verdadeiro ladrão. 
Se envolveu com o tráfico de drogas. Casou-se e sua mulher estava gravida quando 
foi morta por traficantes. Pedrinho juntou quatro amigos e invadiu o casamento de um 
dos adversários para se vingar. Matou sete pessoas e deixou 16 feridos. Em 1973, 
com apenas 18 anos, foi preso e condenado a 128 anos de prisão. E continuou a 
matança: fez 47 vítimas nas cadeias onde esteve. Uma delas foi o próprio pai. Para 
se vingar de seu pai, Pedrinho o esfaqueou e arrancou um pedaço de seu coração, 
mastigou e o cuspiu. Outro preso morreu porque roncava demais, mas a maioria era 
de estupradores e agressores de mulheres. Para o matador, crianças e mulheres são 
coisas sagradas. Foi condenado pela morte de 71 pessoas. Por ele mesmo, estima-
se que foram mais de 100 vítimas entre as décadas de 1970 e 1980. Para ele, todas 
mereceram, dizia que só matava os maus. Apesar do currículo, em 2007 ele cumpriu 
30 anos de prisão, o máximo permitido pela lei brasileira, e foi solto. Quatro anos 
depois, aos 57 anos, foi preso novamente pela participação em motins. Pode sair em 
2019, quando termina de cumprir pena. (Disponível em < 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedrinho_Matador>. Acesso em 10 out. 2016) 
 
1.6.3 Francisco das Chagas Rodrigues de Brito – Meninos Emasculados 
35 
 
 
Figura 3 – Francisco das C. Rodrigues Brito 
 
Fonte: Disponível em 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_das_Chagas_Rodrigues_de_Brito. Acesso em 12 out. 2016. 
 
Aquino relata que nos anos de 1989 e 2004, uma onda de horror tomou conta 
das cidades de Altamira, no Pará, e de São Luís, no Maranhão, devido ao 
desaparecimento e assassinato de aproximadamente 42 meninos, com idades entre 
8 e 14 anos. Sequestradas, as crianças eram encontradas mortas nuas, algumas com 
orifícios de arma de fogo, queimaduras de cigarro, olhos arrancados, pulsos cortados, 
órgãos sexuais extirpados cirurgicamente, sofreram abuso sexual e sevícias. Em 
setembro de 91, foi encontrado uma criança morta com 10 anos com os órgãos 
genitais extirpados, perfurações nas costas, vários hematomas, olhos e lábios 
lesionados por instrumento pontiagudo e cortante. Havia muita semelhança entre os 
casos de Altamira e de São Luís, como a extirpação dos órgãos genitais e a idade dos 
meninos assassinados. Desaparecido desde 06/12/2003, Jonnathan Silva Vieira foi 
convidado por Francisco das Chagas, mecânico de bicicletas, para apanhar açaí na 
mata, fato que comentou com sua irmã antes de sair de casa, levando sua bicicleta. 
No mesmo dia, Chagas foi visto horas mais tarde empurrando duas bicicletas. Em 25 
de março de 2004 foram encontradas três ossadas enterradas no chão da casa de 
Chagas e algumas roupas. Chagas, então, confessou seus crimes mas dizia não se 
lembra do que acontecia durante os assassinatos. No ano de 2011, Francisco das 
Chagas Rodrigues de Brito já contabilizava cerca de 250 anos de prisão, por nove 
assassinatos. Está preso desde 2003 na Penitenciária de Pedrinhas, em São Luís, no 
Maranhão. (Disponível em 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_das_Chagas_Rodrigues_de_Brito. Acesso em 
12 out. 2016). 
 
1.6.4 Francisco de Assis Pereira – O maníaco do parque 
 
 
36 
 
 
Figura 4 - Francisco de Assis Pereira 
 
Fonte: Disponível em http://noitesinistra.blogspot.com.br/2015/10/francisco-de-assis-pereira-
o-maniaco-do.html#.V_7--8lKV0w. Acesso em 12 out. 2016. 
 
O motoboy Francisco de Assis Pereira ficou conhecido como o “maníaco do 
parque” após cometer, em 1998, uma série de estupros e assassinatos no parque do 
Estado, em São Paulo. Ele se tornou um dos assassinos em série mais famosos do 
Brasil. Francisco de Assis Pereira nasceu no ano de 1967 no estado de São Paulo. 
Segundo ele, em depoimentos concedidos na época em que foi preso, ele tivera uma 
infância difícil. Preso, o motoboy afirmou que havia sido abusado por uma tia materna, 
o que o fez desenvolver uma “fixação por seios”. Já mais velho, teria sido assediado 
por um patrão, passando então a ter relações homossexuais. Ele abordava suas 
vítimas e se apresentava como agente de modelos, cobria as mulheres de elogios e 
propunha uma sessão de fotos no meio da natureza. Uma vez isolados no meio da 
mata, o motoboy estupravae matava suas vítimas por estrangulamento. Em meio às 
investigações, a polícia encontrou três mulheres que haviam registrado tentativas de 
estupro no parque. Com base nos depoimentos, foi feito um retrato falado do suspeito. 
Ao ver o desenho, um homem ligou para a polícia dizendo ter o número do telefone 
de alguém muito parecido. Logo após sua prisão, Pereira disse ter matado nove 
mulheres. Em seguida, orientado por sua advogada, afirmou ser inocente, mas 
acabou voltando atrás e confessou que tinha matado dez mulheres. Em avaliação 
psicológica, o motoboy foi considerado imputável, ou seja, tinha pleno juízo dos seus 
atos enquanto cometia os crimes. Acusado de sete mortes e outros nove estupros, 
além de roubo e ocultação de cadáver, Pereira teve três julgamentos. No total, foi 
sentenciado a 271 anos de prisão. Em depoimento durante seu último julgamento, em 
2002, o motoboy disse ter matado onze mulheres. Ele afirmou que agia "de forma 
possessiva" e que era dominado por uma "força maligna" quando cometia os crimes. 
(Conteúdo disponível em < 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Man%C3%ADaco_do_Parque>. Acesso em 12 out. 2016. 
37 
 
1.6.5 Marcelo Costa de Andrade – Vampiro de Niterói 
 
Figura 5 – Marcelo Costa de Andrade 
 
Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelo_Costa_de_Andrade. Acesso em 12 
out. 2016. 
 
Matou brutamente 13 meninos entre 6 e 13 anos no Rio de Janeiro, entre 1991 
e 1992. O assassino atraía suas vítimas para áreas desertas, estuprava-as e as 
estrangulava. Depois de matá-las, bebia seu sangue “para ficar bonito e jovem como 
elas” e ainda fazia sexo com seus corpos, praticando a necrofilia. Foi preso após ser 
denunciado por uma de suas vítimas, um menino de 10 anos que conseguiu fugir 
depois de ter sido violentado e de ter presenciado a morte do irmão de 6 anos. O serial 
agiu ao longo de nove meses, até ser capturado. Quando confessou os crimes, 
Marcelo disse que preferia garotos porque eles eram melhores e tinham a pele macia. 
Foi absolvido pela justiça por ser considerado inimputável e enviado para o Hospital 
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Henrique Roxo, em Niterói, sem previsão de 
libertação. (MOBÍLIO, 2014, p. 30) 
 
1.6.6 Laerte Patrocínio Orpinelli 
 
 Figura 6 – Laerte Patrocínio Orpinelli 
 
Fonte: disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Man%C3%ADaco_da_Bicicleta. Acesso em 25 out. 
2016. 
 
Foi condenado a cem anos de prisão por raptar, abusar sexualmente e 
assassinar pelo menos 10 crianças no interior de São Paulo, no início dos anos 1990. 
38 
 
Ficou conhecido como Maníaco da Bicicleta. À polícia, testemunhas disseram que 
Orpinelli era um andarilho que engraxava portas e, em uma bicicleta vermelha, 
abordava crianças entre 3 e 11 anos oferecendo doces. Em seguida, o maníaco 
sequestrava as vítimas, abusava sexualmente delas e as matava, muitas vezes por 
asfixia. Com a infância problemática, Laerte tinha nove irmãos e possuía um 
comportamento agressivo com familiares, vizinhos e, sobretudo, com a própria mãe, 
que na tentativa de puni-lo, amarrava-o ao pé da mesa, provocando ainda mais sua 
ira. O serial killer ficou preso durante 13 anos e morreu e janeiro de 2013. (MOBÍLIO, 
2014, p. 29). 
 
1.6.7 Sebastião Antonio de Oliveira 
 
Figura 7 – Sebastião Antonio de Oliveira 
 
Fonte: Disponível em http://grandesenigmasdahumanidade.blogspot.com.br/p/blog-page_67.html. 
Acesso em 25 out. 2016. 
 
Também chamado de Bastião Orelha, confessou o assassinato de 4 crianças 
em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, na década de 70. O serial ficou 
conhecido como Monstro de Bragança ou Anormal de Bragança. Após escaparem dos 
ataques, duas vítimas ajudaram a fazer um retrato falado do criminoso: ele tinha uma 
cicatriz no abdômen e pedia esmola em prol de um tratamento de saúde. Sebastião 
foi encontrado na cidade de Amparo/SP e confessou que matou as crianças por 
asfixia, alegando que ouvia “vozes do mal”. Ele também contou que chegou a tirar 
pedaços das nádegas dos corpos para comer a carne. Os cadáveres das vítimas 
foram encontrados em estado avançado de decomposição. Bastião Orelha se suicidou 
pouco tempo depois no Hospital Presídio de Franco da Rocha. (MOBÍLIO, 2014, p. 
30) 
 
1.6.8 Jorge Negromonte da Silveira 
 
 
39 
 
Figura 8 – Isabel Cristina Pires, Jorge Negromonte da Silveira e Bruna Cristina de OIiveira 
 
Fonte: Disponível em http://www.ibtimes.co.uk/trio-who-ran-brazilian-cannibal-bakery-sentenced-
1475083. Acesso em 25 out. 2016 
 
Em abril de 2002, um caso de canibalismo deixou o Brasil em choque, com a 
prisão de um homem e duas mulheres em Garanhuns/PE por homicídio e consumo 
de carne humana. Uma das detidas vendia salgados com restos de carne humana. 
Jorge, 50 anos, casado com Isabel Cristina Pires, 51 anos, também vivia com Bruna 
Cristina de Oliveira da Silva, 25 anos. Segundo os próprios criminosos, eles seriam 
membros de um grupo comprometido em diminuir a quantidade de pessoas no mundo. 
Isabel, que vendia os salgados, confessou os crimes e mostrou à polícia onde estavam 
enterrados os restos mortais de duas pessoas. O trio teria matado pelo menos três 
mulheres para se alimentar de suas vísceras, além de fazer empadas para vender. 
Em confissão, Jorge descreveu o assassinato e a retirada das vísceras das vítimas 
com bastante frieza. (MOBÍLIO, 2014, p. 31). 
 
1.6.9 Fortunato Botton Neto 
 
 
 
Figura 9 – Fortunato Botton Neto 
 
Fonte: disponível em http://faceobscura.blogspot.com.br/2014/03/fortunato-botton-neto-o-maniaco-
do.html. Acesso em 25 out. 2016 
 
Na década de 80, o garoto de programa que atuava na região do Trianon, em 
São Paulo, matou 13 homens, com idade entre 30 e 60 anos. Quando foi preso, 
40 
 
confessou os crimes com detalhes de embrulhar o estômago. Depois de combinar o 
preço do programa, ele seguia para o apartamento das vítimas, onde bebia com elas 
até que ficassem totalmente alcoolizadas. Então, amarrava os tornozelos e os pulsos, 
amordaçava e matava por estrangulamento, golpes de faca ou chave de fenda. 
Terminado o serviço, ele vasculhava o apartamento da vítima à procura de dinheiro e 
objetos valiosos que pudessem ser vendidos facilmente. Em seus depoimentos, o 
maníaco disse: “matar é como tomar sorvete: quando acaba o primeiro, dá vontade 
de tomar mais, e a coisa não para nunca”. Neto foi condenado por três dos sete crimes 
que confessou. Morreu na prisão em fevereiro de 1997 em decorrência de AIDS. 
(MOBÍLIO, 2014, p. 31) 
 
1.6.10 Tiago Henrique Gomes da Rocha 
 
Figura 10 – Tiago Henrique Gomes da Rocha 
 
Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Tiago_Henrique_Gomes_da_Rocha. Acesso em 13 
out. 2016. 
 
O caso mais recente de serial killer no Brasil foi descoberto este ano. Tiago é 
um assassino em série brasileiro que, ao ser preso, confessou ter assassinado 39 
pessoas, a maioria mulheres, entre os anos de 2011 e 2014, na cidade de Goiânia, 
Goiás. Entre os homens, alguns seriam moradores de rua e homossexuais. A partir 
do final de 2013 passou a matar apenas mulheres, a maioria jovens, escolhidas 
aleatoriamente e pilotando uma motocicleta. Abandonado pelo pai foi criado pelos 
avós e pela mãe, que teve um relacionamento com outro homem. Nos depoimentos 
iniciais, afirmou que na infância havia sido abusado sexualmente por um vizinho e que 
teria sofrido bullying na escola e desilusões amorosas. Estes fatos, segundo disse, 
teriam provocado nele um acentuado sentimento de raiva. No dia 2 de agosto de 2014, 
minutos após o assassinato da adolescente Ana Lídia Gomes, de 14 anos em um 
ponto de ônibus do Setor Morada Nova, em Goiânia, a motocicleta que Tiago pilotava 
foi fotografada ao passar acima da velocidade permitida em um radar no Bairro São 
41 
 
Francisco que fica nas proximidades. Como a placa do veículo era roubada, não foi 
um fato conclusivo para se chegar ao autor. Em 4 de agosto,foi implantada uma força-
tarefa pela polícia civil, da qual participaram dezesseis delegados, trinta 
investigadores e dez escrivães. A prisão ocorreu no dia 14 de outubro de 2014 e Tiago 
foi encaminhado à Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) de 
Goiânia, onde foi interrogado e confessou os crimes. No início de fevereiro de 2015, 
Tiago foi avaliado por dois psiquiatras da Junta Médica do Tribunal de Justiça do 
Estado de Goiás, por um pedido formal dos juízes que presidem o processo. Nesta 
avaliação oficial, cujo laudo foi divulgado três semanas depois, Tiago foi diagnosticado 
como psicopata, mas considerado imputável. (Conteúdo disponível em 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tiago_Henrique_Gomes_da_Rocha. Acesso em 13 out. 
2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
2 LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA 
 
Para Mirabete (2007, p. 1) “a vida em sociedade exige um complexo de 
normas disciplinadoras que estabeleça as regras indispensáveis ao convívio entre os 
indivíduos que a compõem”. 
 
Este capítulo é destinado à compreensão da legislação penal brasileira acerca 
da psicopatia, esclarecendo como é tratado e penalizado o indivíduo psicopata, bem 
como diferenciar o que é medida de segurança e a sanção penal de prisão. 
 
2.1 Conceito de direito penal 
 
Ao se falar em direito penal, consequentemente falamos na ideia de violência. 
Durkheim afirma que “o delito não ocorre somente na maioria das sociedades de uma 
ou outra espécie, mas sim em todas as sociedades constituídas pelo ser humano”. 
(Apud BITENCOURT, 2012, p. 39). 
 
O Bitencourt concorda com a outra afirmação de Durkheim em que: 
 
As relações humanas são contaminadas pela violência, necessitando de 
normas que as regulem. E o fato social que contrariar o ordenamento jurídico 
constitui ilícito jurídico, cuja modalidade mais grave é o ilícito penal, que lesa 
os bens mais importantes dos membros da sociedade. (Apud BITENCOURT, 
2012, p. 39) 
 
 
Entretanto, para que existisse um ótimo convívio entre indivíduos em 
sociedade, foi necessário criar um conjunto de normas disciplinadoras que pudesse 
estabelecer as regras e normas para se conviver em sociedade. Essas regras e 
normas, deverão ser cumpridas por todos os indivíduos do grupo social, sendo então 
previstas consequências e sanções aos que violarem essas regras, esses previstos 
normativos. 
 
A definição do direito penal segundo Mirabete (2007, p. 1) é: 
 
À reunião das normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe determinadas 
condutas, sob ameaça de sanção penal, estabelecendo ainda os princípios 
43 
 
gerais e os pressupostos para a aplicação das penas e das medidas de 
segurança, dá-se o nome de Direito Penal. 
 
 
Por sua vez, Capez (2013, p. 19) também conceitua o direito penal da seguinte 
forma: 
 
É o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de selecionar os 
comportamentos humanos mais graves e perniciosos à coletividade, capazes 
de colocar em risco valores fundamentais para a convivência social, e 
descrevê-los como infratores penais, cominando-lhes, em consequência, as 
respectivas sanções, além de estabelecer todas as regras complementares e 
gerais necessárias à sua correta e justa aplicação. 
 
 
Portanto, a legislação penal brasileira tem a finalidade de proteger os bens 
mais importantes e necessários para a própria sobrevivência da sociedade, essenciais 
ao indivíduo e à comunidade. É ramo do ordenamento jurídico que define o que são 
crimes, comina as penas e prever medidas de segurança aplicáveis aos autores das 
condutas incriminadoras. 
 
Viver em sociedade geram fatos sociais, entretanto, quando esses fatos 
sociais lesionam alguns bens jurídicos, eles se tornam passiveis de punição. 
 
 Logo, “direito penal é um conjunto de normas jurídicas que regula o poder de 
punir do Estado por meio da tipificação de crimes e da cominação de penas”. 
(RODRIGUES; CAPOBIANCO, 2008, p. 17). O direito penal, tem por função principal 
a proteção de bens jurídicos; sobretudo, os mais relevantes para o convívio em 
sociedade. 
 
A partir destes conceitos, pode-se considerar que o direito penal destina-se a 
proteção da sociedade e dos bens jurídicos fundamentais como à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade entre outros. 
 
2.2 Crime 
 
No Brasil, a Lei de Introdução ao Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei n. 
3.914/41) define crime da seguinte forma: 
44 
 
Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou 
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a 
pena de multa; contravenção, a infração a que a lei comina, isoladamente, 
pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou 
cumulativamente. (BRASIL, 2015, p. 457). 
 
 
Bitencourt explica está definição: 
 
Essa lei de introdução, sem nenhuma preocupação científico-doutrinária, 
limitou-se apenas a destacar as características que distinguem as infrações 
penais consideradas crimes daquelas que constituem contravenções penais, 
as quais, como se percebe, restringem-se à natureza da pena de prisão 
aplicável. (2012, p. 331). 
 
 
A infração penal no Brasil, comporta duas espécies: crime e contravenção 
penal. “[...] A diferença entre essas espécies não é qualitativa, ontológica ou de 
essências, pois ambas são espécies do mesmo gênero, mas sim quantitativa, ou seja, 
de pena, conforme preceitua o art. 1º da LICP.” (RODRIGUES; CAPOBIANCO, 2008, 
p. 31). 
 
Sendo assim, conceitua-se o crime sob três aspectos: formal, material e 
analítico. 
 
Sob o aspecto formal, Pimentel apud Mirabete elucida o seguinte conceito, 
“Crime é uma conduta (ação ou omissão) contrária ao direito, a que a lei atribui uma 
pena”. (2007, p. 81). Para Maggiore, “Crime é qualquer ação legalmente punível”. 
(Apud MIRABETE, 2007, p. 81). Desta forma, sobre os conceitos mencionados acima, 
crime é a violação da lei penal. 
 
No aspecto material, “o conceito de crime resulta da mera subsunção da 
conduta ao tipo legal e, portanto, considera-se infração penal tudo aquilo que o 
legislador descrever como tal, pouco importando o seu conteúdo”. (CAPEZ, 2013, p. 
134). Para Nucci (2014, p. 137) “É a concepção da sociedade sobre o que pode e 
deve ser proibido, mediante a aplicação de sanção pena. [...] a conduta que ofende 
um bem juridicamente tutelado, merecedora de pena”. 
 
45 
 
Assim, seguindo esta linha de raciocínio o conceito material de crime é todo 
fato humano que lesa ou expõe a perigo bens penalmente protegidos. 
 
O aspecto analítico Capez (2014, p. 134) explica: 
 
É aquele que busca, sob um prisma jurídico, estabelecer os elementos 
estruturais do crime. A finalidade deste enfoque é propiciar a correta e mais 
justa decisão sobre a infração penal e seu autor, fazendo com que o julgador 
ou intérprete desenvolva o seu raciocínio em etapas. Sob esse ângulo, crime 
é todo fato típico e ilícito. 
 
 
Dentro do aspecto analítico, existem duas correntes acerca da concepção 
finalista, formando dois conceitos: a) teoria tripartida, segundo a qual crime é ação 
típica, antijurídica e culpável; e b) teoria bipartida, pela qual o crime é ação típica e 
antijurídica, a culpabilidade não integra o conceito de crime, sendo apenas um 
pressuposto de aplicação da pena. (MIRABETE, 2007). Estas duas teorias, são 
majoritárias e causam polêmicas e controvérsias referente ao assunto no âmbito 
penal. O direito penal brasileiro adota a teoria bipartida, fato ilícito e antijurídico. 
 
2.3 Responsabilidade penal 
 
É a obrigação ou o dever jurídico de responder pela ação que for considerada 
um crime ou uma contravenção penal perante a lei, que recai sobre o indivíduo 
imputável. (GUIMARÃES, 2007). Desta forma, se um indivíduo cometer um ato ilícito, 
antijurídico e culpável e se for considerado responsável será submetido a uma pena. 
 
Segundo Palomba, existem três condições para que

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