Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SMM 0342 - INTRODUÇÃO AO ENSAIO MECÂNICO DOS MATERIAIS Prof. Dr. José Benedito Marcomini Ensaio de Tração e Impacto em Polímeros Ensaio de flexão 3 3 Termoplásticos • Necessitam de calor para serem moldados; • Reversíveis (podem ser refundidos e remoldados) • Recicláveis • De uma forma geral não possuem ligações cruzadas • De maior utilização industrial (70% em peso da quantidade total de plásticos) Termorrígidos • A temperatura ou um catalisador provoca uma reação permanente; • Não podem ser refundidos e remoldados em outra forma • Não são recicláveis • Possuem ligações cruzadas Classificação Materiais poliméricos Baquelite: tomadas; embutimento de amostras metalográficas; Poliéster: carrocerias, caixas d'água, piscinas, etc., na forma de plástico reforçado (fiberglass). Polietileno (PE), polipropileno (PP), poli(tereftalato de etileno) (PET), policarbonato (PC), poliestireno (PS), poli(cloreto de vinila) (PVC), poli(metilmetacrilato) (PMMA)... Reologia dos materiais poliméricos MODELOS IDEAIS MOLA Resposta Puramente Elástica Sólido Hookeano = E . e PISTÃO / ÊMBOLO Resposta Puramente Viscosa Líquido Newtoniano = Polímeros apresentam simultaneamente as frações elástica e viscosa (plástica), ocorrendo a predominância da fração elástica ou plástica de acordo com o tipo de tensão e/ou deformação aplicada. Reologia ( rheos = fluir e logos = estudo) é a ciência que estuda o fluxo e a deformação dos materiais, analisando sua resposta quando submetidos a uma determinada tensão ou solicitação mecânica externa. = viscosidade do Fluido dentro pistão; =velocidade deformação pistão 5 Viscoelasticidade Sólido de Hooke Fluido Newtoniano Material Viscoelástico Fenômeno pelo qual o polímero apresenta características de um solido elástico e de um Fluido viscoso ao mesmo tempo, quando submetido à ação de uma tensão. Os Polímeros apresentam características de solido e liquido inerentes a materiais de alto peso molecular σ=ηγ = E . e 6 6 Principais Características do Comportamento Mecânico de Três Classes de Materiais Sólido Hookeano Elastômero Polímero Termoplástico Proporcionalidade entre a tensão e a deformação Não há proporcionalidade ente a tensão e a deformação Não há proporcionalidade entre a tensão e a deformação Elasticidade independente do tempo Elasticidade independente do tempo Elasticidade dependente do tempo Módulo elevado Módulo baixo, dependente da temperatura Módulo dependente da temperatura e tempo V= 7 8 Temperatura de Transição Vítrea (Tg, Tv) e de Fusão (Tm, Tf) A fusão de um polímero cristalino corresponde a transformação de um solido (estrutura ordenada, cadeias alinhadas) em um líquido viscoso (estrutura altamente aleatória) A Tg ocorre em polímeros amorfos (ou vítreos) e semicristalinos e é devida a redução no movimento de grandes segmentos de cadeias moleculares pela diminuição da temperatura. Tg – temperatura na qual o polímero experimenta a transição do estado no qual apresenta certa “dutilidade” em um sólido rígido. alteração mobilidade cadeia 9 Classificação dos estados fisico-mecânicos de um polímero semicristalino com relação a temperatura Vítreo – Acontece abaixo da tg. Baixo nível energético portanto as cadeias não possuem energia suficiente para apresentar mobilidade (Deformação essencialmente Elástica) Dútil – Entre Tg e Tm. Mobilidade somente da fase amorfa, mantendo a fase cristalina rígida. Flexibilidade devido a mobilidade da fase amorfa, restrita pela rigidez da cristalina. Viscoso – Acima da Tm. Alto nível energético caracterizado por apresentar todas as cadeias altamente móveis (Deformação Plástica). Estado em que os polímeros são processados pois apresentam alta conformabilidade. 11 Principais fatores que afetam o comportamento mecânico dos polímeros (parâmetros estruturais e externos): ➢ Estrutura química; ➢ Presença de grupos polares; ➢Massa molar (peso molecular); ➢ Copolimerização (+ de 1 mero/SBR); ➢ Ligações cruzadas ; ➢ Grau de cristalinidade; ➢ Pré-deformação por estiramento; ➢ Tratamento térmico (recozimento) ➢ Densidade (ex: HDPE vs. LDPE) etc... Parâmetros estruturais Parâmetros externos ➢ Presença de plastificante; ➢ de Elastômero; ➢ de monômero residual; ➢ reforço com fibras ; ➢ Pré-deformação por estiramento; ➢ água etc... 12 13 A densidade em polietilenos pode ser considerada proporcional ao grau de cristalinidade Cristalinidade (densidade) vs. Propriedade Mecânica 14 Efeito Absorção de água no Módulo vs. Temperatura A água age como plastificante para esses polímeros tendendo a diminuir as forças de Van der Waals reduzindo assim as forças intermoleculares. 75 oC-25 oC Linha de transição do módulo E’ A absorção preferencial de água em polímeros como náilons, poliuretanas e plásticos a base de celulose, ocorre em função da possibilidade de formação de pontes de H entre as moléculas de água e grupos oxigenados (carbonila, hidroxila, etc..) 15 Efeito do Tratamento Térmico (recozimento) nas Propriedades Mecânicas do Polímero O tratamento térmico (recozimento) de polímeros semicristalinos leva a modificações no tamanho e na perfeição dos cristalitos bem como na estrutura esferulítica. O aumento da temp. de recozimento em polímero semicristalino leva ao (não estirados e tempo constante) : ✓ aumento da resistência à tração; ✓ aumento do limite de escoamento; ✓ redução da ductilidade. Efeito Contrário Metais ✓ enfraquecimento; ✓ amolecimento; ✓ melhoria ductilidade. Cristalito Lamelar 16 Estiramento do Polímero Semicristalino (semelhante ao encruamento nos metais) Aumento de resistência empregada na fabricação de fibras e películas. Durante estiramento as cadeias moleculares deslizam umas sobre as outras tornando-se altamente orientadas aumentando a resistência. As propriedades dos materiais estirados são altamente anisotrópicas 17 Deformação em Plásticos (regido pela estrutura molecular) Deformação plástica: permanente, irreversível Plásticos AMORFOS (termoplásticos e termofixos): ✓ as cadeias não se desenrolam; ✓ material resiste à deformação; ✓ ruptura com pequena ou nenhuma deformação. Plásticos SEMICRISTALINOS, com Tg< ambiente: ✓ a parte amorfa se desenrola → pequena deformação elástica; ✓ material resiste à deformação até ruptura de planos da estrutura cristalina → deformação plástica; ✓ material rompe após grande deformação. 18 Estágios na Deformação de um Polímero Semicristalino Lamelas Material amorfo interlamelar (a) 2 lamelas com cadeias dobradas adjacentes e material amorfo interlamelar antes deformação; (b) Alongamento das cadeias de ligação amorfas durante 1 estagio de deformação; (c) Inclinação das dobras da cadeia lamelar durante o 2 estagio de deformação; (d) Separação de segmentos de blocos cristalinos durante o 3 estágio; (e) Orientação dos segmentos de bloco e cadeias de ligação com o eixo de tração no estágio final da deformação. 19 METAIS POLÍMEROS DISTINTOS COMPORTAMENTOS TENSÃO-DEFORMAÇÃO As propriedades mecânicas são fortemente dependentes da temperatura, do peso molecular e da umidade relativa. 20 Comportamento Frágil e Dúctil dos Polímeros Comportamento mecânico totalmente distinto Poliestireno cristalSob tração = comportamento frágil Sob compressão = comportamento dúctil Polímeros com comportamento frágil não apresentam ponto de escoamento portanto não se deformam plasticamente . Polímeros com comportamento dúctil apresentam ponto de escoamento nítido e deformam-se plasticamente. 21 Efeito da taxa de deformação e Temperatura na curva σ x ε Epóxi A tensão de escoamento cresce linearmente com o aumento da taxa de deformação. Quanto mais rápido é o movimento de deformação, maior é o valor do módulo. Acetato de celulose para varias Temp. Mudança radical do comportamento mecânico dopolímero de totalmente frágil para totalmente dúctil 22 23 Parâmetro (Principais) Norma (ASTM/ISO) Unidade Módulo em tração D638/527-1 MPa, GPa Tensão e deformação no escoamento em tração MPa, % Tensão e deformação na ruptura em tração MPa, % Tensão a 50% de deformação MPa Módulo de fluência em tração (1h e 1000h) 899-1 MPa Resistência ao impacto Charpy D256/179-1 kJ/m2 Resistência ao impacto Charpy com entalhe D6110 kJ/m2 Resistência a tração-impacto com entalhe 8256-1 kJ/m2 Módulo em flexão D790/178 (3 pontos) e D6272 (4 pontos) MPa Tensão de flexão na ruptura MPa Resistência a flexão MPa Modulo Elasticidade Tangente em flexão MPa 24 Material Módulo de Elasticidade (GPa) Compostos grafite-epóxi 280 Aço 210 Alumínio 70 Epóxi reforçado com fibra de vidro 40 Poliéster reforçado com fibra de vidro 14 Nylons reforçado com 30% de fibra de vidro 10 Acrílicos 3,5 Resinas epóxi 3,1 Policarbonato 3,1 Acetal copolímero 2,9 Polietileno de alto peso molecular 0,7 Material Limite de resistência à tração (MPa) Limite de resistência à compressão (MPa) Aço para construção civil ≥ 370 370 Concreto 1,5 – 3,5 20 – 40 Plástico rígido não reforçado 10 – 150 7 – 200 Plásticos reforçados (compósito) 200 –1000 150 – 500 Comparação das Propriedades de Resistência a Ruptura e Módulo de alguns Materiais 25 Ensaio de Tração (ASTM D638 e ISO 527-1) %DL=DL/Lo t=Fmáx/Ao E=/eet=DL/Lo= (L-Lo)/Lo MATERIAIS NÃO HOOKEANOS Módulo tangente Limite de escoamento deslocado 26 DIMENSÕES (MM) T ≤ 7 mm T = 7 – 14 mm Tipo I Tipo II Tipo III W – LARGURA DA SEÇÃO DELGADA 13 6 19 L – Comprimento da seção delgada 57 57 57 WO – Largura total 19 19 29 LO – Comprimento total 185 183 246 G – Comprimento p/ instrumentação 50 50 50 D – Distância entre garras 115 135 115 R – raio 76 76 76 Dimensões do CP para Ensaio de Tração (ASTM D638) 27 Material Densidade Resistência à tração Módulo de Elasticidade Deformação1 (kg/m3) (MPa) (MPa) (%) ABS (alto impacto) 1040 38 2200 8 Acrílico 1190 74 3000 2 Resinas epóxi 1600 - 2000 68 - 200 20000 4 PEEK2 1300 62 3800 4 PEEK (30% carbono) 1400 240 14000 1,6 PET 1360 75 3,00 70 PET (30% fibra de vidro) 1630 180 12000 3 Policarbonato 1150 65 2800 100 Poliamida 1420 72 2500 8 Polipropileno 1200 27 1300 200 - 700 Poliestireno 1300 48 3400 3 Polietileno (BD3) 920 10 200 400 Polietileno (AD4) 1450 20 - 30 1200 200 - 100 PVC rígido 1330 48 3400 200 PVC flexível 1300 14 7 300 Propriedades mecânicas de plásticos importantes 1 – Deformação do plástico, antes da ruptura; 2 – Resina termoplástica de alta resistência, marca registrada pela empresa VITRECX®; 3 – Baixa densidade; 4 – Alta densidade. Fonte: CRAWFORD, 1987 Ensaio de Impacto Polímeros Parâmetros que afetam as propriedades sob impacto em polímeros: ➢ Taxa ou velocidade de solicitação sob impacto; ➢Sensibilidade ao entalhe; ➢Temperatura; ➢Orientação Molecular ➢Condições e tipo de processamento; ➢Grau de cristanilidade e massa molar; ➢Método de solicitação (Pêndulo; Dardo etc..) ➢Espessura do corpo de prova ASTM D4508ASTM D1822ASTM D6110ASTM D256 ASTM D5420 ASTM D3763 Ensaio de Impacto Polímeros Antes impacto Após impacto Impacto/Tração Dardo Ensaio de Impacto Polímeros 31 ENSAIOS MECÂNICOS NO BRASIL 32 A primeira obra considerada tecnológica do Brasil foi a publicação, pelo Grêmio Politécnico, do Manual de Resistência de Materiais (1905), sob supervisão de Paula Souza e Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928) [MARCOLIN, 2013]. Foram os trabalhos do GRM que contribuíram para o desenvolvimento do processo de produção de tubos de ferro fundido centrifugados, criação brasileira do Engenheiro francês radicado aqui, Demètre Sensaud de Lavaud (1909). 33 Prof. Fernando Luiz Lobo Barboza Carneiro (1913-2001), do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) do Rio de Janeiro. •Abertura da Avenida Presidente Vargas na cidade do Rio de Janeiro; •Igreja de São Pedro dos Clérigos, construída em 1732; •Procedimento similar ao já realizado na Europa pela empresa Franki para remover a igreja; •Na parte inferior da edificação seria construído um suporte de concreto e a mesma seria movida sobre rolos cilíndricos. Ao invés de utilizar rolos de aço, como usual, ocorreu a ideia da utilização de cilindros de concreto com 60 cm de diâmetro; Professor Lobo Carneiro em conferência no Clube de Engenharia, em 27/04/1948 34 35 Ao realizar ensaios invertidos de compressão, isto é, ao invés de aplicar a carga paralelamente ao eixo longitudinal do corpo-de-prova, mas paralelo ao diâmetro, o Prof. Lobo notou que ocorria uma trinca central e a peça se partia ao meio. Estudando o problema, baseado em física, percebeu que as tensões geradas eram de tração, a partir do centro do corpo-de-prova 36 “Ensaio de Compressão Diametral” ou “Ensaio Indireto de Tração” Em 1962 o ensaio foi aceito pela ASTM e em 1980 pela ISO 37 Pesquisa desenvolvida na Universidade Karlsruhe, Alemanha, 2011. 38 Frase do Prof. Lobo Carneiro, durante uma entrevista, que demonstra a importância do conhecimento das ciências básicas para o desenvolvimento tecnológico: “Estudando história da ciência, verifiquei que tinha errado de vocação: devia ter escolhido física, em vez de engenharia”. Ensaio de Flexão ➢ O Ensaio de flexão consiste na aplicação de uma carga crescente em determinados pontos de uma barra ➢ Mede-se o valor da carga versus a deformação máxima ➢ Existem dois tipos principais de Ensaios: Ensaio de flexão em três pontos e Ensaio de flexão em quatro pontos 39 40 ◼ Aplicação para materiais frágeis ou de elevada dureza: FoFo, aços ferramentas, aços rápidos, e cerâmicas estruturais, pois estes materiais, devido a baixa dutilidade não permitem ou dificultam a utilização de outros tipos de ensaios mecânicos. ◼ Não são utilizados em materiais dúteis, mas existem duas variantes que são os ensaios de dobramento e de tenacidade à fratura, CTOD. Recomenda-se a forma retangular; A relação comprimento/espessura não deve ser inferior a 15; A relação largura/espessura não deve ser superior a 10; Mínimo de 6 CPs, para cada material ensaiado. Critérios do CP: As principais propriedades obtidas em um Ensaio de Flexão são: ➢ Módulo de ruptura na flexão ➢ Módulo de elasticidade ➢ Módulo de resiliência ➢ Módulo de tenacidade ◼ É um ensaio muito utilizado em cerâmicas, polímeros e metais duros, pois fornece dados de deformação quando sujeitos a cargas de flexão 41 4 – ENSAIO DE FLEXÃO Ensaios de Flexão Normas da ASTM: - Metais: E 812, E 855 - Concreto: C 78, C 293 - Cerâmicas: C 158, C 674 - Fibras e Compósitos: C 393 - Plásticos e Material para Isolamento Elétrico: D 790 Modalidades mais comuns: - Flexão a 3 pontos - Flexão a 4 pontos 44 Diagrama de Esforços (Flexão) 3 pontos 4 pontos ou b MECÂNICA DOS SÓLIDOS: HOMOGÊNEO, CONTÍNUO E ISOTRÓPICO 45 ◼ A curva resposta do ensaio depende fortemente da geometria da seção transversal do CP; ◼ Durante o ensaio ocorrem esforços normais e tangenciais na seção transversal do CP, gerando um complicado estado de tensões no seu interior. Flexão em 3 Pontos 46 As fibras superiores são comprimidas e as inferiores tracionadas. A Tensão é proporcional a dist. da linha neutra. Da resistência dos materiais: LN z f y I M = Ensaio Flexão 3 Pontos (Distribuição Tensão) A linha neutra (plano) é a superfície material curva de um corpo deformado por flexão que separa a zona comprimida da zona tracionada. Determinação da Resistência à Flexão A ruptura se dá por tração, iniciando nas fibras inferiores Tensão normal em uma viga, regime elástico (Mecânica dos Sólidos): zI My = onde: M = momento fletor y = distância até a linha neutra Iz = momento de inércia em relação à linha neutra (seção retangular de largura b e altura h) 12 bh I 3 z = Desenvolvendo para M máximo (carga P no instante da ruptura)2R bh2 PL3 = 2R bh Pa3 = - 3 pontos - 4 pontos A linha neutra (plano) é a superfície material curva de um corpo deformado por flexão que separa a zona comprimida da zona tracionada. D D = v P bh4 l E 3 3 ( ) D D −= v P a4l3 bh4 a E 22 3 Flexão a 3 Pontos Flexão a 4 Pontos Determinação do Módulo de Young Mede-se a deflexão v do corpo-de-prova durante a aplicação da carga 49 A medida das flexas permite obtenção de curvas tensão- deformação Resiliência (Tração) 50 = e dU r e e 0 Ur = y 2/2E Tenacidade Material Dúctil Material Frágil 51 Ut= (esc + LRT)/2 . efratura em N.m/m3 Ut= (2/3) . LRT. efraturaem N.m/m 3 Materiais Frágeis Materiais Dúcteis 52 Módulo de Resiliência, Urf, é determinado em função da tensão aplicada e das dimensões do CP, no regime elástico SE I y U zp rf 2 2 6 = Módulo de Tenacidade, Urf, é dada pela área total do gráfico. Sl máx tf P U 3 2 max= Urf = módulo de resiliência em flexão, (Nm/m3) p = tensão limite de proporcionalidade, (N/m2) Iz = momento de inérica da seção transversal em relação a linha neutra, (m4) y = dist. da linha neutra à fibra externa onde se deu a ruptura, (m) S = área da seção transversal, (m2) Utf = modulo de tenacidade em flexão, (Nm/m 3) Pmax = carga máxima (de ruptura) atingida no ensaio, (N) máx = flexa máxima atingida na carga máxima, (m) l = comprimento do CP, (m) S = área da seção transversal (m2) 53 Erros nos ensaios de flexão • Campos de tensões em vigas prismáticas • Dispositivos otimizados para minimização de erros experimentais “O ensaio de flexão a 4 pontos, por minimizar o efeito das tensões de contato e expor maior região ao momento fletor máximo, deve ser preferido em relação ao ensaio a 3 pontos” Ensaio a 3 pontos Ensaio a 4 pontos 55 Ensaio Flexão Polímeros (ASTM D790 e ISO 178) D=rL2/6d D=rL2/6d ✓D= deflexão no ponto médio entre os apoios na qual a máx. def. permitida (5%) irá ocorrer; ✓ r= deformação máxima na superfície oposta ao carregamento (ex. 0,05 mm/mm =5%); ✓ L= distância entre apoios; ✓ d= profundidade dos Cps. Término do ensaio: Ruptura ou deformação máxima de 5% d=h (CP deitado e h>1,6 mm) d=h 56 Dimensões do CP para Ensaio de Flexão (ASTM D790) ➢ l = 127 mm; ➢ b = 12,7±0,2 mm; ➢ d = 3,2±0,2 mm; ➢ L/d=16:1. h>1,6 mmh<1,6 mm ➢ l = 50,8 mm; ➢ b = 12,7 mm; ➢ L=25,4 mm. Para compósitos com elevada resistência a razão L/d deve ser ajustada para que a falha ocorra na superfície oposta ao carregamento (L/d=32:1) ou (L/d=40:1) CP padrão Moldado CP Retirado Chapa ➢ L/d=16:1; ➢ b=<1/4L; ➢ l>10%L. Comprimento Largura (b ou W) Espessura Velocidade de Ensaio R=ZL2/6d (mm/min) ✓ R – velocidade do travessão ✓ L – distância entre apoios; ✓d = profundidade do CP ✓ Z = Taxa de deformação na superfície oposta ao carregamento 57 Principais Parâmetros Obtidos no Ensaio Flexão 3 pontos σfM = máxima tensão sob flexão no ensaio (pontos A, B e D) Caso o CP não rompa até 5% adotar o P de 5% de deformação Tensão de flexão para suportes com distancias elevadas entre apoios (σf): Se a distância entre os apoios for maior que 16:1, a tensão na superfície oposta ao carregamento será: σf = 3PL/2bd 2 [1+6(D/L)2-4(d/L)(D/L)] D=deflexão na linha central do CP na distância média dos apoios 58 Exercícios - Flexão Um ensaio de flexão em três pontos é realizado com uma amostra de vidro que possui uma seção reta retangular com altura d=5 mm e largura b=10 mm; a distância entre os pontos de apoio é de 45 mm. a) Calcular a resistência à flexão se a carga na fratura é de 290 N. b) O ponto com deflexão máxima, Δy, ocorre no centro do corpo-de prova, e pode ser descrito pela relação: IE LF y .48 . 3 =D na qual E representa o módulo de Young (E=72,5 GPa) e I o momento de inércia na seção reta. Calcular o valor de Δy para uma carga de 266 N. FLEXÃO - I 22 3 bd FL r = IE LF y .48 . 3 =D a) b) 2005,0.01,0.2 045,0.290.3 =r ( ) I y .10.5,72.48 045,0.266 9 3 =D ( ) 12 005,0.01,0 3 =I I =1,04.10-10 m4 r = 78,3 MPa Dy = 6,7. 10-5 m 12 3bd I = ( ) 109 3 10.04,1.10.5,72.48 045,0.266 − =Dy b=10 mm = 0,01 m d=5 mm = 0,005 m FLEXÃO - II Um ensaio de flexão em três pontos foi realizado sobre um bloco de ZrO2 de 8 in de comprimento, 0,50 in de largura e 0,25 in de espessura. A distância entre os suportes é de 4 in. Quando se aplica uma força de 400 lbf, a amostra sofre uma deflexão de 0,037 in e ocorre a fratura. Calcule: a) a resistência à flexão; b) o módulo de elasticidade em flexão, assumindo que não ocorre deformação plástica. 22 3 bd FL f = s f = 3.400.4 2.0,50.0,252 )(/800.76 2 PSIinlbff = vbd FL E f 3 3 4 = 037,025,0.5,0.4 4.400 3 3 =fE 2/14,22 inMlbfE f = a) b) 1 lbf = 4,448 N 1 in = 25,4 mm 1 lbf/in2=0,00689476 MPa MPaKSIf 5298,76 == Como a amostra trata-se de um material cerâmico não possui região plástica logo o calculo de E torna-se correto utilizando a carga na ruptura GPaE f 65,152= 62 C a rg a ( k N ) Deflexão (mm) Um ensaio de flexão em três pontos foi realizado gerou dados conforme a figura abaixo (carga em função da deflexão) com uma amostra de compósito fibra vidro/epoxi que possui uma seção reta retangular com altura d=3,05 mm e largura b= 26,74 mm; sendo a distância entre os pontos de apoio L de 50 mm. a) Calcular o modulo de ruptura a flexão; b) Calcular o modulo de elasticidade em flexão E; c) Calcular a resiliência em flexão; b) Calcular a tenacidade em flexão. FLEXÃO - III 0,085x103 N 63 d l Eb P v 3 3 4 = vb P E d l 3 3 4 = d P b l fu 2 max 2 3 = d=3,05 mm b= 26,74 mm SE I y U zp rf 2 2 6 = Sl máx tf P U 3 2 max= Resiliência Tenacidade L= 50 mm 64 MPa xx xx b l d F fu 22,45 )05,3(74,262 501503 2 3 22 max === a) Calcular o modulo de ruptura a flexão; Fmáx=0,15x10 3 N = 150 N – Obtido do gráfico b) Calcular o modulo de elasticidade em flexão E; MPaE E E xxx x vb P E d l 345,5 39513,1 70625,1 643,0)05,3(74,264 )50(85 4 3 3 3 3 ==== Par de pontos na região elástica (P=0,085x103;=0,643 mm) GPaE 45,5= 65 c) Calcular a resiliência em flexão; SE I y U zp rf 2 2 6 = 12 3 dbIz =Sendo que: Urf = módulo de resiliência em flexão, (Nm/m 3) p = tensão limite de proporcionalidade, (N/m 2) Iz = momento de inérica da seção transversal em relação a linha neutra, (m4) y = dist. da linha neutra à fibra externa onde se deu a ruptura, (m) S = área da seção transversal, (m2) d=3,05 mm b= 26,74 mm L= 50 mm Y=d/2 (linha neutra encontra-se no meio do CP)33 10.74,2610.05,3 −−= xS Calculo da área da seção transversal 2510.156,8 mS −= 411 3333 10.32,6 12 )10.05,3(10.74,26 12 m xb Iz d − −− === GPaE 45,5= MPa xx xx b l d F p p 63,25 )05,3(74,262 50853 2 3 22 === Calculo da tensão limite de proporcionalidade Par de pontos no limite de proporcionalidade – vide gráfico (P=0,085x103;=0,643 mm) 66 ( ) 52 3 9 1126 2 2 10.156,8) 2 10.05,3 (10.45,56 10.32,610.63,25 6 − − − == xxx x SE I y U zp rf Enfim, calculo da resiliência: 33 4 2 2 /10.05,2 2,6 10.15,4 6 mNm SE I y U zp rf === b) Calcular a tenacidade em flexão. Admitindo que a fratura (falha) ocorreu no ponto de carga máxima e descreve uma parabólica podemos utilizar a formula abaixo. É razoável esta admissão pois em um compósito a uma falha principal e posteriormente inúmeras falhas secundárias em fibras remanescentes. Admitir falha neste ponto (Pmáx) Par de pontos na carga máxima (P=0,15x103;=1,286 mm) Utf = modulo de tenacidade em flexão, (Nm/m 3) Pmax = carga máxima (de ruptura) atingida no ensaio, (N) máx = flexa máxima atingida na carga máxima, (m) l = comprimento do CP, (m) S = área da seção transversal (m2) 67 33 535 33 max /10.62,31 10.22,1 3858,0 10.5010.156,83 10.286,110.15,023 2 mNm xx xx Sl máx tf P U ==== −−− − 2510.156,8 mS −= máx=1,286 mm = 1,286.10 -3 m Pmáx=0,15x10 3 N d=3,05 mm b= 26,74 mm L= 50 mm = 50.10-3 m 33 /10.62,31 mNmU tf = Bibliografia • Ciência e Engenharia de Materiais – uma Introdução, Willian D. Callister, Jr. LTC 5. edição. • The Science and Engineering of Materials, 4th ed Donald R. Askeland – Pradeep P. Phulé. • Dieter, G.E. Metalurgia Mecânica 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1981. • Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos, Fundamentos teóricos e práticos. 5º. Edição. Sérgio Augusto de Souza • AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E8M-01A (2001). Standard test methods of tension testing of metallic materials. Metric. Philadelphia. • AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E9- 89a00 (2000). Standard Test Methods of Compression Testing of Metallic Materials at Room Temperature 68 69 FIM
Compartilhar