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Indaial – 2021 Construções MetáliCas e de Madeira Prof. Luís Urbano D. Tambara Jr. 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof. Luís Urbano D. Tambara Jr. Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: T154c Tambara Júnior, Luís Urbano Durlo Construções metálicas e de madeira. / Luís Urbano Durlo Tambara Júnior. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 212 p.; il. ISBN 978-65-5663-644-3 ISBN Digital 978-65-5663-643-6 1. Estruturas metálicas. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 620 apresentação Prezados alunos! Atualmente, as demandas da construção civil por estrutura metálica e de madeira vêm crescendo no país. Este aumento está associado as principais vantagens deste sistema construtivo, reduzindo o tempo da construção e as cargas nas fundações e aumentando espaços de áreas úteis da obra e sua sustentabilidade. Neste livro, abordaremos as construções através da utilização de estruturas metálicas e de estruturas de madeiras, apresentando suas vantagens e seus métodos de dimensionamento. Na Unidade 1, abordaremos os conceitos de estruturas metálicas, critérios para concepção de projeto em estruturas metálicas e procedimentos para elaboração de projetos de edificações metálicas, informações essenciais para estabelecer um primeiro entendimento sobre estruturas metálicas, linguagem técnica e conhecimentos fundamentais. Em seguida, na Unidade 2, estudaremos o comportamento das peças tracionadas e comprimidas, de peças fletidas e cisalhadas, bem como as ligações soldadas e parafusadas, sendo estes os quesitos mínimos de aprendizagem para dimensionamento de estruturas metálicas ou entendimento destes procedimentos. Por fim, na Unidade 3, estudaremos o emprego de madeiras na construção civil. Serão abordadas as propriedades físicas e químicas das madeiras, o comportamento mecânico típico para estruturas em madeiras, como dimensionar os elementos estruturais e identificar as melhores condições de ligações nas estruturas fabricadas em madeira. Espero que este material seja útil e que forneça muitos aprendizados. Bons estudos! Prof. Luís Urbano D. Tambara Jr. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS .............................................................................. 1 TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS ..................................................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 VANTAGENS DE ESTRUTURAS METÁLICAS .......................................................................... 4 3 DESVANTAGENS DE ESTRUTURAS METÁLICAS .................................................................. 6 4 QUANDO CONSTRUIR EM AÇO OU CONCRETO? ................................................................ 7 4.1 APLICAÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO ................................................................................. 9 4.1.1 Aço-carbono .......................................................................................................................... 11 4.1.2 Aços de baixa liga ................................................................................................................ 12 4.1.3 Aços resistentes ao fogo ..................................................................................................... 15 4.2 TIPOS DE PRODUTOS ESTRUTURAIS EM AÇO ................................................................... 15 4.2.1 Produtos laminados ............................................................................................................ 15 4.2.2 Fios, cordoalhas e cabos ...................................................................................................... 18 4.2.3 Perfil estrutural .................................................................................................................... 18 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 21 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 22 TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS ....................... 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE SEÇÕES ................................................................................... 23 3 TIPOS DE SEÇÕES ........................................................................................................................... 30 4 TIPOS DE AÇOS ................................................................................................................................ 39 5 BASES PARA DIMENSIONAMENTO E TIPOS DE CARREGAMENTOS .......................... 43 6 ESTRUTURAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO ...................................................................... 47 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 50 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 51 TÓPICO 3 — PROCEDIMENTOS PARA PROJETOS DE EDIFICAÇÕES METÁLICAS ......... 53 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 53 2 CONSIDERAÇÕES DE PROJETOS .............................................................................................. 53 3 MODELOS DE GALPÕES ............................................................................................................... 574 LANÇAMENTO ESTRUTURAL PARA EDIFICAÇÕES ........................................................... 60 5 DETALHAMENTO DE PROJETO ................................................................................................. 61 6 TIPOS DE LIGAÇÃO ....................................................................................................................... 62 7 CUIDADOS CONSTRUTIVOS ...................................................................................................... 64 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 66 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 70 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 71 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 73 UNIDADE 2 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS E O DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS .. 75 TÓPICO 1 — COMPORTAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS E COMPRIMIDAS ....... 77 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77 2 VERIFICAÇÃO DE BARRAS TRACIONADAS ........................................................................ 77 3 VERIFICAÇÃO DE BARRAS COMPRIMIDAS ......................................................................... 86 3.1 FLAMBAGEM LOCAL ................................................................................................................ 88 3.2 FLAMBAGEM GLOBAL ............................................................................................................. 93 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 99 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 100 TÓPICO 2 — COMPORTAMENTO DE PEÇAS FLETIDAS E CISALHADAS ..................... 103 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 103 2 MOMENTO FLETOR RESISTENTE DE CÁLCULO .............................................................. 103 3 FLECHA LIMITE.............................................................................................................................. 109 4 VERIFICAÇÃO AO CISALHAMENTO ...................................................................................... 111 5 COMPORTAMENTO DE PEÇAS COM ESFORÇOS COMBINADOS DE FLEXÃO E SOLICITAÇÕES AXIAIS DE COMPRESSÃO E TRAÇÃO ................................................ 115 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 116 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 117 TÓPICO 3 — LIGAÇÕES SOLDADAS E PARAFUSADAS ...................................................... 119 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 119 2 LIGAÇÕES SOLDADAS................................................................................................................ 119 2.1 SIMBOLOGIA DE SOLDAS ..................................................................................................... 122 2.2 DIMENSIONAMENTO DE SOLDAS ..................................................................................... 124 2.3 PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO ......................................................................... 126 3 LIGAÇÕES PARAFUSADAS ........................................................................................................ 128 3.1 DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS ............................................................................................ 129 3.2 COLAPSO POR CISALHAMENTO E RASGAMENTO ....................................................... 131 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 135 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 138 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 142 UNIDADE 3 — CONSTRUÇÕES EM MADEIRAS .................................................................... 143 TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL SOB O PONTO DE VISTA DO ENGENHEIRO DE ESTRUTURAS ................................................................ 145 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 145 2 CLASSIFICAÇÃO DAS MADEIRAS ......................................................................................... 147 3 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA ............................................................................... 148 3.1 ANISOTROPIA DA MADEIRA ............................................................................................... 148 3.2 UMIDADE ................................................................................................................................... 148 3.3 TEOR DE UMIDADE ................................................................................................................ 149 3.4 MASSA ESPECÍFICA ................................................................................................................ 149 3.5 RETRAÇÃO ................................................................................................................................ 150 3.6 CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA ........................................................................................... 150 3.7 DUREZA ..................................................................................................................................... 150 3.8 DILATAÇÃO TÉRMICA E CONDUTIBILIDADE TÉRMICA ............................................ 151 4 TIPOS DE MADEIRAS DE CONSTRUÇÃO ............................................................................. 151 4.1 CONSTRUÇÃO CIVIL PESADA EXTERNA ......................................................................... 151 4.2 CONSTRUÇÃO CIVIL PESADA INTERNA .......................................................................... 151 4.3 CONSTRUÇÃO CIVIL LEVE INTERNA ESTRUTURAL .................................................... 152 4.4 CONSTRUÇÃO CIVIL LEVE EXTERNA................................................................................ 152 4.5 CONSTRUÇÃO CIVIL LEVE INTERNA DECORATIVA..................................................... 152 4.6 CONSTRUÇÃO CIVIL LEVE INTERNA DE USO GERAL ................................................. 153 4.7 CONSTRUÇÃO CIVIL LEVE EM ESQUADRIAS ................................................................. 153 4.8 CONSTRUÇÃO CIVIL ASSOALHOS DOMÉSTICOS .......................................................... 153 5 PPROPIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA ...................................................................... 155 5.1 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO .......................................................................................... 155 5.2 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL ............................................................................... 156 5.3 FLEXÃO ESTÁTICA ...................................................................................................................156 5.4 RESISTÊNCIA A TRAÇÃO ....................................................................................................... 157 5.5 RESISTÊNCIA À FLEXÃO DINÂMICA (CHOQUE) ........................................................... 158 5.6 ELASTICIDADE .......................................................................................................................... 159 5.7 DUREZA ...................................................................................................................................... 160 5.8 CISALHAMENTO ...................................................................................................................... 160 5.9 RESISTÊNCIA AO FOGO .......................................................................................................... 160 6 SISTEMAS ESTRUTURAIS EM MADEIRA ............................................................................. 161 6.1 TRELIÇAS DE COBERTURA ................................................................................................... 161 6.2 VIGAMENTOS PARA PISO ...................................................................................................... 167 6.3 PONTES EM PÓRTICOS ........................................................................................................... 171 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 174 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 175 TÓPICO 2 — RESISTÊNCIA DAS MADEIRAS .......................................................................... 177 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 177 2 TRAÇÃO ............................................................................................................................................ 177 2.1 PEÇAS AXIALMENTE TRACIONADAS ............................................................................... 178 2.2 CRITÉRIO DE CÁLCULO ......................................................................................................... 179 3 COMPRESSÃO AXIAL ................................................................................................................... 182 3.1 PEÇAS AXIALMENTE COMPRIMIDAS ................................................................................ 182 3.2 FLAMBAGEM POR FLEXÃO ................................................................................................... 183 3.2.1 Peças comprimidas de seção simples: Compressão simples e flexocompressão ..... 184 4 CISALHAMENTO DIRETO E COMPRESSÃO NORMAL ÀS FIBRAS .............................. 185 5 FLEXÃO ............................................................................................................................................. 187 5.1 FLEXÃO SIMPLES RETA .......................................................................................................... 188 5.2 FLEXÃO SIMPLES OBLÍQUA .................................................................................................. 189 5.3 FLEXOTRAÇÃO ......................................................................................................................... 190 5.4 FLEXOCOMPRESSÃO ............................................................................................................... 190 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 191 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 192 TÓPICO 3 — LIGAÇÕES .................................................................................................................. 195 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 195 2 PRÉ-FURAÇÃO ................................................................................................................................ 196 3 CRITÉRIO DE DIMENSIONAMENTO ..................................................................................... 197 4 LIGAÇÕES POR PINOS E CAVILHAS ...................................................................................... 198 4.1 Embutimento da madeira .......................................................................................................... 200 4.2 Flexão do pino ............................................................................................................................. 202 5 LIGAÇÕES ATRAVÉS DE CONECTORES METÁLICOS ...................................................... 202 6 ESPAÇAMENTOS .......................................................................................................................... 203 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 205 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 209 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 210 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 211 1 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • identificar as vantagens e as desvantagens das estruturas metálicas; • decidir quando construir em aço ou em concreto; • saber como pré-dimensionar seções de elementos estruturais metálicos; • distinguir tipos de seções de perfis metálicos e de aços utilizados na produção desses perfis metálicos; • identificar os cuidados na execução de obras metálicas. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS TÓPICO 2 – CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS TÓPICO 3 – PROCEDIMENTOS PARA PROJETOS DE EDIFICAÇÕES METÁLICAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 1 INTRODUÇÃO O ferro foi um material há milhares de anos utilizado pelas civilizações como ferramenta militares ou de adorno das construções, no entanto, só foi inicialmente empregado em escala industrial no século XIX, através da Revolução Industrial na Europa. A primeira obra relevante realizada em ferro foi a ponte de arco de ferro fundido “Iron Bridge”, que cruza o rio Severn na Inglaterra em 1779, ver Figura 1 (PRAVIA; ZACARIAS, 2013). Atualmente, a ponte é uma atração na região de Coalbrokdale, com diversas obras de restauração para mantê-la em serviço. FIGURA 1 – PONTE “IRON BRIDGE” SOBRE O RIO SEVERN FONTE: <https://ironbridge.blob.core.windows.net/cache/1/8/f/3/9/b/18f39b2516959c11435e16 1da6368bd1eebed837.jpg>; <https://ironbridge.blob.core.windows.net/cache/7/a/0/3/5/2/7a035 21328a8b7db7384c31d8da73848788f9786.jpg>. Acesso em: 20 mar 2021. UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 4 No Brasil, o início do uso de aço ocorre no final do século XIX, onde eram importados da Inglaterra os componentes para execução dos componentes de ferroviais, estações e pontes, uma vez que não havia indústria siderúrgica no país. Hoje em dia o Brasil é o 9º país produtor de aço no mundo, com representativa evolução de qualidade e produção, direcionando seus produtos ao mercado externo e interno. No entanto, o país ainda apresenta um baixo volumede obras em aço. A utilização de aço está cerca de 80% direcionada na execução de galpões, mezaninos e comerciais, estruturas em sua maioria compostas por pórticos espaciais complexos, dimensionados geralmente em softwares comerciais (LAZZARI et al., 2020). Neste tópico, abordaremos as estruturas metálicas, as suas escolhas como tipologia estrutural para projetos e as principais aplicações e tipologias para sua aplicação para viabilizar sua utilização, tendo em vista aspectos econômicos, estruturais e de execução. 2 VANTAGENS DE ESTRUTURAS METÁLICAS PRAVIA; ZACARIAS (2013) e Lazzari et al. (2020) afirmam que as estruturas em aço apresentam tanto aspectos positivos e negativos em sua aplicação. Quando comparada com estruturas usuais, como as de concreto armado, as estruturas metálicas apresentam algumas vantagens observadas: • Redução das solicitações nas fundações – Devido menores cargas de peso próprio das estruturas em aço quando comparadas com as de concreto. • Aumento da área útil – já que as estruturas em perfis metálicos são mais esbeltas e com seções estruturais menores quando comparadas com as estruturas de concreto armado. • Redução do tempo de montagem – em sua maior são adotados sistemas industrializados que realizam projetos de rápida execução. • Maior resistência estrutural – oferece maior grau de confiança ao engenheiro estrutural, uma vez que apresenta um material homogêneo e isotrópico, apresentando maior resistência e ductilidade, resistindo bem a impactos e a altas concentrações de tensões. • Liberdade no projeto de arquitetura – uma vez que o seu uso permite obter inúmeras soluções com a possibilidade de elaboração de projetos arrojados, possibilitando trabalho com angulações que são realizados durante as etapas da fabricação e montagem da estrutura. Na Figura 2 vemos um importante exemplo de arquitetura arrojado, o centro cultural Pompidou, um dos lugares mais visitados em Paris, onde abriga o museu de arte moderna e a biblioteca de informação parisiense. O projeto foi considerado extremamente arrojado na arquitetura moderna, um marco do início da pós-modernidade. É um dos principais exemplos de arquitetura high-tech (onde utiliza de elementos tecnológicos sendo objetos estéticos aparentes, como escadas rolantes, dutos de ar-condicionado e outros). O Pompidou foi inspirado na arquitetura industrial e em novas tecnologias. TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 5 FIGURA 2 – CENTRO CULTURAL “POMPIDOU” DE PARIS: A) EXTERIOR E B) INTERIOR FONTE: Adaptado de <https://s.rfi.fr/media/display/890c8904-5fb8-11eb-b680-005056a964fe/ w:1280/p:16x9/c437a96c109cc6a1cc2bb0b046496446fe16e925.webp>. Acesso em: 20 mar. 2021. • Flexibilidade e agilidade – devido a utilização de sistemas de montagem rápido. • Sustentabilidade – é possível obter uma redução do desperdício de materiais na obra. As estruturas de aço permitem adotar sistemas industrializados que resultam num canteiro de obras mais organizado e limpo. Além disso, o aço é totalmente reciclável e suas peças podem ser desmontadas e reaproveitadas. • Melhores condições de segurança ao trabalhador – considerando uma redução de estoques e contribuições de um melhor ambiente de trabalho. • Redução de ruídos durante a execução. • Redução do número de pilares necessários. UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 6 Para te familiarizar com os modelos de estruturas metálicas veja o vídeo disponibilizado no link: https://www.youtube.com/watch?v=V2SvGw6c4CQ&ab_channe l=JerettPfannenstiel. Discuta: quais são as principais características observadas neste tipo de realização de obra? DICAS 3 DESVANTAGENS DE ESTRUTURAS METÁLICAS Devemos considerar que apesar de ser um sistema muito vantajoso quando realizado adequadamente, as estruturas metálicas também apresentam certas desvantagens quando comparada com estruturas convencionais. Dentre elas, temos (PRAVIA; ZACARIAS, 2013, BORSATO, 2009): • Obras de estruturas metálicas dependem do planejamento da obra, podendo custar mais caro do que uma estrutura de concreto armado equivalente, principalmente se projetadas de maneira errônea para futuros ajustes a serem realizados no canteiro de obras. • Desembolso financeiro imediato e único para aquisição da estrutura. • Exigem mão de obra altamente especializada e qualificada. • Ocorrência de prejuízo de conforto termoacústico devido à retirada de massa, sendo necessário tratamentos alternativos para melhorar este conforto. • Necessidade de criação de uma filosofia de construção industrializada. • Custo elevado da estrutura quando analisada de maneira isolada. • De acordo com a região é difícil encontrar determinados perfis de aços, necessitando alteração de projeto ou escolha prévia dos perfis a utilizar. • Necessidade de espaços para locar as peças pré-fabricadas dos perfis metálicos para montagem e posicionamento de guindastes para sua movimentação. • Dificuldade de disponibilidade a pronta entrega e para transporte quando utilizados em locais remotos. • Muitas regiões brasileiras não têm tradição para utilizar estruturas de aço, dificultando sua implementação. • Necessita de mercado de componentes desenvolvidos (fachadas de pré- moldados, dry-walls, entre outros). • Viabiliza somente elementos lineares, para lajes é necessário associação com concreto. • Maior atenção as corrosões, principalmente para perfis metálicos aparentes, onde necessitam de tratamentos para evitar o surgimento de tal patologia. • Maior susceptibilidade a danos devido altas temperaturas. O aço quando submetido a condições extremas de temperatura (como no caso de incêndios) sofre redução de resistência e rigidez, necessitando ser considerado seu dimensionamento para garantir segurança requerida (fator de massividade). TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 7 O aumento da temperatura de um elemento estrutural de aço, em incêndio, é proporcional ao seu fator de massividade. O fator de massividade do elemento estrutural é a relação entre a área exposta ao fogo e o volume aquecido do corpo (SILVA, 2004). Para barras prismáticas, o fator de massividade pode ser expresso pela equação 1, onde: u é o perímetro exposto ao fogo (m); A é a área da seção transversal (m²). NOTA 4 QUANDO CONSTRUIR EM AÇO OU CONCRETO? Conforme visto no item anterior, a construção por estruturas metálicas apresenta certas vantagens e desvantagens quando comparada com obras de concreto. Atualmente, a combinação de concreto e aço é a mais utilizada para compor estruturas de edificações. Podendo ser utilizadas em estruturas como elementos compostos, seja pelos materiais isolados ou também formando elementos mistos, trabalhando em conjunto. As estruturas de concreto foram por muito tempo as mais escolhidas para a realização de um projeto. Apresentam ser muito eficientes e populares, apresentam um material acessível (o cimento) e com grande oferta de mão de obra. Além de ser voltado para todo tipo de porte de obras. As estruturas de aço, por sua vez, vêm apresentando um uso intenso nas últimas décadas no Brasil, apresentando um apelo mais arrojado, eficiente e moderno em relação ao concreto. Para analisar qual método construtivo é mais interessante de realizar é necessário levar em consideração os seguintes fatores (NOVELLI, 2018): • Prazos – As estruturas de concreto levam mais tempo para finalização de prazos, já que há tempo de cura para obtenção de resistência mínima de serviço. Para obras em aço a execução do projeto inicia imediatamente, no entanto, é necessário levar em consideração a necessidade maior de suporte financeiro no início do projeto, o que nos leva ao seguinte fator. • Orçamento – O risco de reposição para estruturas em aço é menor, uma vez que as peças já vêm prontas de fábrica, conforme projeto. Para estruturas de concreto o orçamento final é diferente do inicial, uma vez que ao longo da execução pode ocorrer problemas no canteiro de obra que pode encarecer o produto final.UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 8 • Custo da estrutura – O custo inicial é maior para as estruturas de aço, por se tratar de um material nobre que necessitam ser fabricados em fábricas. Entretanto, as estruturas de concreto necessitam de maior reparo ao longo do tempo, estando sujeitas a agressões do tempo que podem danificar a estrutura e exigir reparos e consequentemente novos investimentos. • Custo de fundações – Em terrenos normais é possível reduzir cerca de 30% no custo da fundação para estruturas metálicas, uma vez que o peso próprio deste elemento é relativamente menor. • Custo de alvenaria e revestimentos – Há menores perdas de materiais quando trabalhado com estruturas metálicas, uma vez que as dimensões da estrutura já são medidas previamente em projeto e seguem milimétricamente o que está estipulado. Já para estruturas de concreto existem maiores erros de execução que podem causar uso desnecessário de material. • Custo de mão de obra – A necessidade de maiores qualificações de mão de obra para estruturas metálicas (tanto na produção das peças como no manuseio do material) resultam em maiores custos. Apesar de estruturas de concreto utilizar mão de obra mais barata, são necessárias também maiores quantidades de pessoas trabalhando no canteiro. • Custo de instalação de unidades, equipamentos e manutenção do canteiro de obras – Todas as peças de aço são produzidas em uma fábrica especializada, sendo apenas transportada até o canteiro. Desta forma, o canteiro fica livre de improvisações que só aumentam os custos. As peças de aço ficam livres de grandes cuidados de manutenção, o canteiro fica mais limpo, o desgaste ou desvio de peças também é reduzido drasticamente. Os entulhos e demais restos de pós-obra podem representar de 10% a 20% do custo total da obra. Em termos gerais, em relação aos custos financeiros finais, levando em consideração todas as vantagens e características de cada tipo de material durante execução (e em períodos futuros) é possível concluir que as estruturas de aço são mais vantajosas economicamente. No entanto, é de decisão do responsável definir qual opção prefere trabalhar, tendo em vista os aspectos geográficos, econômicos e de prazos para a entrega da obra. As características dos aços e concretos são distintas e podem se complementar. O concreto apresenta alta resistência à compressão, rigidez e proteção contra corrosão e incêndio. Já o aço apresenta ótima resistência à tração e esbeltez dos elementos. A concepção dos materiais em conjunto alia ambas as propriedades para o desenvolvimento de um sistema estrutural desejado (FABRIZZI, 2007). Para a realização das obras, seja de concreto, concreto armado ou em aço, é necessário que os projetos atendam as principais normas técnicas brasileiras. Na Tabela 1 são apresentadas algumas normas essenciais para a elaboração de projetos de dimensionamento estruturais. Lembre-se de sempre recorrer as normas atualizadas elas quando for elaborar um projeto estrutural. TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 9 TABELA 1 – NORMATIVAS BRASILEIRAS PARA DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL EM AÇO E CONCRETO ARMADO Nomenclatura Título NBR 6118:2014 Projeto de Estruturas de Concreto Armado – Procedimento NBR 14323:2013 Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios em Situação de Incêndio – Procedimento NBR 8800:2008 Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios NBR 14762:2010 Dimensionamento de Estruturas de Aço Constituídas por Perfis Formados a Frio – Procedimento NBR 7480:2007 Barras e Fios de Aço Destinados aArmaduras para Concreto Armado NBR 8681:2003 Ações e Segurança nas Estruturas NBR 6123:1988 [2013a] Forças Devido ao Vento em Edificações NBR 6120:2019 Cargas para Cálculo de Estruturas de Edificações NBR 6215:2011 Produtos siderúrgicos – Terminologia FONTE: O autor 4.1 APLICAÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO As principais aplicações de estruturas metálicas na atualidade podem ser observadas nas seguintes situações (BORSATO, 2009): • Pontes ferroviárias e rodoviárias. • Edifícios industriais, comerciais e residenciais. • Galpões, hangares, garagens e estações. • Coberturas de grandes portes. • Torres de transmissão, subestações e torres para antenas. • Chaminés industriais. • Plataformas off-shore. • Construções navais. • Guindastes e pontes-rolantes. • Construções hidro-mecânicas. • Instalações para exploração e tratamento de minério e de petróleo. • Parques de diversões, entre outros. UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 10 Dentre algumas propriedades do aço temos: Resiliência é a capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico. Ductilidade é capacidade que o material tem de se deformar sob a ação de cargas. Tenacidade é a capacidade de absorver energia mecânica com deformações elásticas e plásticas. Dureza é a resistência ao risco e a abrasão. Fadiga é a resistência à ruptura do material sob o efeito de esforços. NOTA Devemos levar em consideração que existem diversos tipos e formas de sistemas em aços disponíveis. Suas aplicações dependem da necessidade e adequação do produto para as exigências específicas da obra, pelas propriedades químicas ou mecânicas requeridas na sua forma final (como chapas, perfis, tubos, barras, entre outros). Na construção civil, é utilizado o termo aço estrutural para todos os aços que devido a sua resistência, ductilidade e outras propriedades são adequados para utilizar em elementos que suportam carga (DIAS, 1997). Uma alternativa para modificar as propriedades de um aço está na utilização de determinados elementos de liga, que fazem parte da composição química e que podem resultar numa melhora de propriedades. A mesma situação ocorre ao alterar o traço para concreto, quando se objetiva aumentar sua resistência mecânica ou alguma outra propriedade desejada. Dentre os elementos que podem ser utilizados na modificação das propriedades do aço, temos o carbono (C), que aumenta o limite de resistência; o cobre (Cu), que aumenta a resistência à corrosão atmosférica; o cromo (Cr), que aumenta a resistência mecânica, à abrasão e à resistência atmosférica, mas diminui soldabilidade; e o manganês (Mn), que melhora o limite de escoamento e a resistência à fadiga (LIMA, 2017). Conforme Pfeil e Pfeil (2009) os aços estruturais podem ser divididos em dois tipos: aços-carbono (que apresentam média resistência mecânica) e aços de baixa liga (apresentando média e alta resistência mecânica e resistência à corrosão atmosférica). Dias (1997) ainda separa os aços resistentes ao fogo (com alta resistência mecânica e resistentes à corrosão atmosférica). TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 11 4.1.1 Aço-carbono A NBR 6215 (ABNT, 2011) define todos os tipos de aços utilizados na construção civil. O aço-carbono é definido como aquele que é formado pela liga de ferro com carbono, onde o teor de carbono nesse caso é inferior a 2,11%. São chamados de aço carbono todos os produtos derivados apenas da junção do ferro com o carbono – podendo o teor do elemento variar – sem quantidades significativas de outros na composição. Além disso, o aço-carbono não contém conteúdo superiores de 0,60% de silício, 1,65% de manganês, 0,20% de cromo, 0,25% de níquel, 0,06% de molibdênio, 0,10% de alumínio, 0,0007% de boro e 0,35% de cobre. Existem três tipos de classe de aços-carbono: baixo carbono, com conteúdo de carbono ≤ 0,30%; médio carbono, contendo entre 0,30% e 0,5% de carbono e alto carbono com conteúdo superior a 0,5%. O incremento de conteúdo de carbono reduz a ductilidade do aço, causando problemas na soldagem do mesmo. Baixo carbono pode ser soldado sem precauções especiais, sendo este o mais adequado à construção civil. Dias (1997) apresenta a Tabela 2 onde apresenta as principais características das classes de aço-carbono disponíveis. TABELA 2 – CARACTERÍSTICAS DAS CLASSES DE AÇO-CARBONO Classe Limite usual de resistência (Mpa) CaracterísticasPrincipais aplicações Baixo carbono < 440 Boa tenacidade, conformabilidade e soldabilidade. Pontes, edifícios, navios, caldeiras, tubos, estruturas mecânicas, entre outros. Médio carbono 440 a 590 Média conformabilidade e soldabilidade. Estruturas parafusadas de navios e vagões, tubos, estruturas mecânicas, implementos agrícolas, entre outros. Alto carbono 590 a 780 Mais conformabilidade e soldagem, alta resistência ao desgaste. Peças mecânicas, implementos agrícolas, trolhos e rodas ferroviárias. FONTE: Dias (1997, p. 31) Os principais tipos de aço-carbono utilizados em estruturas são apresentados na Tabela 3 de acordo com cada especificação segundo padrões de ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), da ASTM (American Society for Testing and Materials) e das EN (normas europeias). UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 12 TABELA 3 – PROPRIEDADES MECÂNICAS DE AÇOS-CARBONO Especificação Teor de carbono (%) Limite de escoamento fy (MPa) Resistência à ruptura fw (MPa) ABNT MR250 Baixo 250 400 ASTM A7 240 370-500 ASTM A36 0,25-0,29 250 400-500 ASTM A307 (parafuso) Baixo - 415 ASTM A325 Médio 635 835 EN S235 Baixo 235 360 FONTE: Pfeil e Pfeil (2009, p. 10) 4.1.2 Aços de baixa liga Os aços de baixa liga são aços-carbono acrescidos de elementos de liga para aprimorar suas propriedades mecânicas e de durabilidade através da modificação da microestrutura para grãos finos (PFEIL; PFEIL, 2010). No Brasil os aços de baixa liga, de alta e média resistências mecânicas, soldáveis e com características de elevada resistência atmosférica são obtidos através da adição de 0,25% a 0,40% de cobre. Os principais aços de baixa liga utilizados são resumidos na Tabela 4. TABELA 4 – PROPRIEDADES MECÂNICAS DE AÇOS DE BAIXA LIGA Especificação Principais elementos de liga Limite de escoamento fy (MPa) Resistência à ruptura fw (MPa) ASTM 572 Gr50 C < 0,23% Mn < 1,35% 345 450 ASTM A588 C < 0,17% Mn < 1,2% Cu < 0,50% 345 485 ASTM A992 C < 0,23% Mn < 1,50% 345 450 FONTE: Pfeil e Pfeil (2009, p. 10) A poluição atmosférica tem grande impacto na corrosão de armaduras devido altas concentrações de gás carbônico. O aço resistente a corrosão atmosférica é denominado aço patinável, este metal faz parte dos metais de baixa liga e sua função é desenvolver em sua superfície uma camada de óxidos compacta e aderente que funciona como uma barreira de proteção contra o processo corrosivo contínuo. Esta proteção ocorre quando o metal é submetido a alternados ciclos de molhagem e secagem (DIAS, 1997). TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 13 O surgimento do aço patinável aconteceu nos EUA inicialmente para a fabricação de vagões de carga, no entanto a partir de 1960 houve uma ampla utilização na engenharia civil, para torres de transmissão, projetos estruturais de edifícios comerciais e arquitetonicamente (DIAS, 1997). NOTA A Figura 3 apresenta a diferença de desempenho durante processo de corrosão entre metais de aço-carbono e metais de baixa liga (aço patinável), onde é visualizada uma menor espessura corrosiva devido a formação superficial de pátina. Este aço apresenta como vantagem ser utilizado sem qualquer tipo de proteção, além da pátina que se forma, no entanto, alguns cuidados devem ser levados em consideração (DIAS, 1997): • a carepa de laminação deve ser eliminada, por meio de jateamento com granalha ou areia; • respingos de solda, óleos ou argamassas e concretos devem ser removidos de sua superfície; • eliminar áreas de retenção de água ou resíduos sólidos, caso não seja viável, é necessário realizar pintura de área de contato com estas substâncias. FIGURA 3 – PROCESSO DE CORROSÃO ENTRE AÇO-CARBONO E AÇO PATINÁVEL FONTE: Adaptado de Dias (1997, p. 32) A Figura 4 apresenta o melhor desempenho de aço patinável em situações de atmosfera marinha e industrial, onde o aço patinável apresenta perda de espessura dez vezes inferiores ao de aço carbono. UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 14 FIGURA 4 – COMPARATIVO DE PERDA DE ESPESSURA DE AÇO-CARBONO E AÇO PATINÁVEL EM ATMOSFERA MARINHA E INDUSTRIAL FONTE: Adaptado de Dias (1997, p. 33) A Figura 5 apresenta alguns procedimentos a serem evitados e indicações de detalhes para prevenir o surgimento de corrosões em estruturas metálicas expostas à ações de intempéries. Estes procedimentos devem ser adotados já em projeto para contribuir no aumento da vida útil da estrutura exposta (PFEIL; PFEIL, 2009). FIGURA 5 –DETALHES PARA PREVENIR CORROSÃO EM ESTRUTURAS EXPOSTAS À AÇÃO DE INTEMPÉRIES FONTE: Adaptado de Pfeil e Pfeil (2009, p. 19) TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 15 4.1.3 Aços resistentes ao fogo Dias (1997) destaca os aços resistentes ao fogo devido importância de redução aos riscos a sinistros e incêndios. Estes aços são utilizados para aumentar o tempo de início de deformação estrutural, aprimorando a segurança de estrutura. A composição destes aços é feita através da modificação de aços patináveis, sendo usualmente os elementos químicos adicionados ao aço: níquel, titânio, nióbio, vanádio e molibdênio. 4.2 TIPOS DE PRODUTOS ESTRUTURAIS EM AÇO Os aços para aplicação estrutural são produzidos através de usinas e comercializados em diferentes formas (PFEIL; PFEIL, 2009): • Chapas, barras e perfis laminados – são produzidos em laminadores que, em sucessivos passes, dão a seção desejada ao aço pré-aquecido. • Fios trefilados – produzidos através de uma barra de aço puxada sucessivamente por meio de fieiras com diâmetros decrescente. Para isso são utilizados lubrificantes para evitar o superaquecimento dos fios. • Cordoalhas e cabos – fabricados pela associação de diversos fios. • Perfis estruturais – Os perfis de chapa dobrada são fabricados pelo dobramento de chapas e os perfis soldados por associação de chapas através de solda. A seguir são apresentados os principais produtos metálicos para utilização na construção civil. 4.2.1 Produtos laminados A nomenclatura conforme especificações da NBR 7007 (ABNT, 2016) para perfis laminados para uso estrutural são enquadrados em categorias a partir do limite do escoamento de aço (fy) em MPa. Como exemplo, temos o MR250, aço de média resistência com fy = 250 MPa e Resistência à ruptura (fw) = 400 MPa (PFEIL; PFEIL, 2009). Conforme vimos, os perfis laminados são classificados de maneira geral em chapas, barras e perfis, conforme apresentados na Figura 6. UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 16 FIGURA 6 – PRINCIPAIS TIPOS DE PRODUTOS SIDERÚRGICOS LAMINADOS DE UTILIZAÇÃO ESTRUTURAL: (A) BARRAS, COM DIVERSAS SEÇÕES TRANSVERSAIS (QUADRADA, REDONDA, CHATA); (B) CHAPAS; (C) PERFIS ESTRUTURAIS LAMINADOS; (D) TRILHO; (E) TUBO QUADRADO; (F) TUBO REDONDO FONTE: Adaptado de Pfeil e Pfeil (2009, p. 20) As descrições de cada perfil laminado são descritas a seguir (PFEIL; PFEIL, 2009): Barras são produtos laminados em que sua seção transversal apresenta dimensão muito inferior ao seu comprimento. Sua laminação é feita através de seções circulares, quadradas ou retangular alongadas (barras chatas). São amplamente utilizadas na fabricação de concretos armados, quando em seções circulares (ver processo de laminação na Figura 7). TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 17 FIGURA 7 – PROCESSO DE LAMINAÇÃO DE BARRAS DE AÇO DE SEÇÃO CIRCULAR FONTE: <http://industrialfeeders.in/upload/gallery_885018_1533797610.jpg>. Acesso em: 22 de mar. de 2021. Chapas são produtos laminados com espessura muito menor que as outras duas dimensões. São divididas em duas categorias: chapas grossas e chapas finas, com delimitações de utilização e espessura indicadas na Tabela 5. TABELA 5 – ESPECIFICAÇÕES DE CHAPAS GROSSAS E CHAPAS FINAS Chapa Fabricação Espessura Utilização em construção Grossa A quente > 5 mm Estruturas metálicas em geral. Finas A quente 1,2 a 5 mm Perfis de chapas dobradas. A frio 0,3 a 2,65 mm Acessórios de construção como calhas, rufos, entre outros. FONTE: Pfeil e Pfeil (2009,p. 20) Perfis laminados apresentam grande eficiência estrutural, dentre os tipos de perfis que existem, além dos perfis laminados, existem os perfis dobrados, soldados ou compostos. Podem ser fabricados em forma de H, I, C (ou U) e L (cantoneira), conforme visto na Figura 6(c). Os perfis tipo H, I e C são produzidos em grupo, sendo os elementos de cada grupo de altura (h) constante e largura das abas (b) variável. Os perfis de cantoneira apresentam diversas espessuras para cada tamanho, havendo cantoneiras com abas iguais ou desiguais. Já os perfis I podem ser: S (com mesa de faces internas inclinadas), W (com mesas de faces paralelas) e HP (com mesas de faces paralelas e espessura constante) (PFEIL; PFEIL, 2009). Tubos são produtos ocos, de seção circular, retangular ou quadrada. São produzidos em laminadores especiais ou com chapa dobrada e soldada. UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 18 4.2.2 Fios, cordoalhas e cabos Os fios ou arames são obtidos pelo processo de trefilação. Os fios podem ser fabricados pela trefilação de aços doces ou de aços duros (aço de alto carbono), sendo este último utilizado para a fabricação de molas e cabos de protensão de estruturas. As cordoalhas são formadas entre três ou sete fios arrumados de forma de hélice, apresentando um módulo de elasticidade elevado, próximo ao de uma barra maciça de aço. Já os cabos são formados por fios trefilados finos e agrupados em arranjos helicoidais variáveis. Os cabos apresentam grande flexibilidade e permitem utilização em moitões para multiplicação de forças. Por sua vez, o módulo de elasticidade é baixo, representando metade de uma barra maciça de aço. Na Figura 8 são vistas a representação de fios, cordoalhas e cabos de aço. FIGURA 8 – PRODUTOS METÁLICOS OBTIDOS POR TREFILAÇÃO FONTE: Pfeil e Pfeil (2009, p. 22) 4.2.3 Perfil estrutural Diversos são os tipos de elementos de estrutura de aço para perfil estrutural, a seguir serão discutidos os principais elementos utilizados na construção civil (PRAVIA; ZACARIAS, 2013): Os perfis laminados a quente são formados pelo mesmo processo utilizados para obtenção de chapas, conforme visto anteriormente, onde é realizada laminação a quente e conformando por uma sucessão de passes até obtenção da espessura desejada. No Brasil, é utilizado o padrão americano e tem aplicação restrita, devido da pequena disponibilidade de seções e tamanhos. Os principais perfis estruturais para este uso se dão para cantoneiras de abas iguais e desiguais, perfis “W” e “U” conforme observado na Figura 9. TÓPICO 1 — CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS 19 FIGURA 9 – SEÇÕES COMUNS DE PERFIS LAMINADOS U, I, W E CANTONEIRA DE ABAS IGUAIS FONTE: Pravia e Zacarias (2013, p. 3) Perfis soldados são obtidos pelo corte, composição e soldagem de chapas planas que permitem grande variedade de formas e dimensões de seções, desde que respeitem as relações de largura/espessura previstas em normas. Estes são os elementos mais utilizados para execução de vigas e colunas na maioria das construções dos prédios em aço no Brasil. As seções mais comuns para perfis laminados são as de perfil I, caixão e I para estruturas mistas aço-concreto, conforme visto na Figura 10. FIGURA 10 – SEÇÕES COMUNS DE PERFIS SOLDADOS (DA ESQUERDA PARA DIREITA: PERFIL “I”, PERFIL CAIXÃO E PERFIL “I” PARA ESTRUTURAS MISTAS AÇO-CONCRETO) FONTE: Pravia e Zacarias (2013, p. 3) UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 20 De acordo com as tolerâncias de fabricação, os perfis soldados podem ter três padrões de qualidade: • padrão de qualidade I: para estruturas especiais que requerem elevado rigor de tolerância e para elementos estruturais sujeitos a cargas cíclicas; • padrão de qualidade II: para estruturas convencionais, tais como galpões industriais, edifícios de andares múltiplos etc.; • padrão de qualidade III: para estruturas secundárias e complementares, tais como: estacas, postes, corrimões etc. Perfis conformados a frio são obtidos pelo processo de dobramento a frio de chapas de aço e podem ser produzidos de acordo com a forma e tamanho solicitados (sempre respeitando as limitações de norma e equipamentos). Em geral, são utilizados para construções leves, como barras de treliças e terças e suas principais seções são as do tipo U, Z e L. As seções típicas utilizadas para conformação a frio são ilustradas na Figura 11. FIGURA 11 – SEÇÕES COMUNS DE PERFIS CONFORMADOS A FRIO FONTE: Pravia e Zacarias (2013, p. 4) 21 Neste tópico, você aprendeu que: • Existem algumas vantagens principais de estruturas metálicas, como a redução das solicitações nas fundações, aumento da área útil, redução do tempo de montagem, maior resistência estrutural, liberdade no projeto de arquitetura, entre outras vantagens. • O incremento de conteúdo de carbono nos aços-carbono reduz a ductilidade do aço, causando problemas na soldagem do mesmo. Baixo carbono pode ser soldado sem precauções especiais, sendo este o mais adequado à construção civil. • Os aços de baixa liga são aços-carbono acrescidos de elementos de liga para aprimorar suas propriedades mecânicas e de durabilidade através da modificação da microestrutura para grãos finos. • Os diversos tipos de elementos de estrutura de aço para perfil, sendo eles os perfis laminados a quente, perfis soldados e perfis conformados a frio. RESUMO DO TÓPICO 1 22 1 Na construção civil, em estruturas metálicas é utilizado o aço como material principal, que apresenta como certa vantagem uma elevada capacidade de industrialização das construções. No que se refere ao aço, ductilidade é a: a) ( ) Capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico. b) ( ) Capacidade que o material tem de se deformar sob a ação de cargas. c) ( ) Energia total que o material pode absorver por unidade de volume até a sua ruptura. d) ( ) Resistência ao risco ou à abrasão. 2 As estruturas metálicas são vantajosas uma vez que representa um menor peso próprio quando comparado ao concreto, resultando em menores esforços da fundação. No entanto, ainda é vantajoso a utilização de sistemas de estrutura de aço e concreto armado, quando necessitamos das boas propriedades do concreto (elevada resistência à compressão) e do aço (elevada resistência à tração). Qual é o nome que se dá a uma estrutura de um edifício em que se usa estrutura de aço e estrutura de concreto armado? a) ( ) Mista. b) ( ) Muro de arrimo. c) ( ) Concreto pretendido. d) ( ) Baldrame. 3 O projeto é um processo pelo qual se obtém uma solução ótima para a estrutura. Em um projeto de estruturas metálicas, existem critérios típicos para uma ótima solução. Dentre as opções a seguir, qual não faz parte destes critérios? a) ( ) Menor peso das estruturas. b) ( ) Menor custo das estruturas. c) ( ) Menor tempo de construção. d) ( ) Maior custo de fabricação dos materiais, comparando a outras técnicas convencionais de construção. 4 Realizar construções em estruturas metálicas é vantajoso em diversos aspectos econômicos, sustentáveis e de processos. Cite algumas vantagens da construção em aço. 5 Diversos são os tipos de elementos de estrutura de aço para perfil estrutural, dentre eles temos os perfis laminados a quente, perfis soldados (que são os elementos mais utilizados para execução de vigas e colunas na maioria das construções dos prédios em aço no Brasil) e perfis conformados a frio. Informe como são obtidos os perfis conformados a frio e onde são utilizados. AUTOATIVIDADE 23 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 1 INTRODUÇÃO As principais aplicações de estruturas metálicas na atualidade ocorrem em: pontes ferroviárias e rodoviárias, edifícios industriais, comerciais e residenciais, galpões, hangares, coberturas de grandes vãos, torres de transmissão e para antenas, plataformas off-shore, construção naval, tanques e tubulações, estacas- prancha, entre outros. Os desenhos de projeto deverão ser baseados nos cálculos resultantesda aplicação das cargas e dos esforços de projeto que a estrutura deverá suportar quando estiver completa e acabada. Os desenhos de projeto estrutural deverão mostrar claramente o trabalho que deverá ser executado, fornecendo as informações suficientes de precisão das dimensões, quantidades e natureza das peças da estrutura a serem fabricadas. Neste tópico, abordaremos os principais aspectos de concepção de projeto, pré-dimensionamentos e dimensionamentos, conforme a NBR 8800 (ABNT, 2008) e tipos de seções utilizadas na execução de um projeto de estrutura metálica. 2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE SEÇÕES A maneira em que se distribui o material na seção transversal de uma peça estrutural determina seu aproveitamento na obra. Portanto, reduzir o espaço ocupado pelos elementos estruturais resultam no aumento de espaço útil da edificação. A maior ou menor facilidade de execução da secção estrutural, em algumas situações, pode ser o fator determinante, impondo muitas vezes a escolha de uma forma que não seja, em princípio, a de menor consumo de material. Pré-dimensionar as seções estruturais metálicas é uma etapa realizada na concepção arquitetônica do projeto e tem como função garantir que não ocorram perdas posteriores de altura útil (ao tratar de vigas) ou área de piso (com relação aos pilares), devido ao acréscimo de seção transversal dos elementos, além de manter a preservação dos conceitos arquitetônicos da obra. Um fato a levar em consideração na concepção é que ao realizar o projeto serão adquiridos perfis metálicos fabricados em comprimentos pré-definidos (geralmente entre seis ou doze metros de comprimento, dependendo do perfil). 24 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS Portanto, vãos que apresentem espaçamentos múltiplos de três, garantem um melhor aproveitamento das peças e menos descarte ou emenda de perfis, evitando gastos com ligação e despesa com compras de peças (ABCEM, 2010). Durante o pré-dimensionamento devem ser especificados as seguintes informações (ABCEM, 2010): • bitola, seção transversal, tipo de aço e a locação de todos os elementos estruturais; • todas as geometrias e pontos de trabalho necessários para o arranjo da estrutura; • elevação dos pisos; • contra flecha necessária para os elementos da estrutura; • sistemas de limpeza e pintura, quando aplicável; • tipo de ligação e processo e controle de torque, se aplicável; O gráfico apresentado na Figura 12 representa a simbologia utilizada para obtenção do pré-dimensionamento de sistemas estruturais em aço, elaborados pelo prof. Philip Corkill, da Universidade de Nebraska (REBELLO, 2000). Nas abcissas são obtidos os valores dos vãos, nas ordenadas, encontram- se os valores correspondentes aos resultados do pré-dimensionamento, como a flecha do cabo, a altura da seção do arco, da viga e da treliça, ou ainda, a dimensão mínima de um dos lados da seção do pilar. Na superfície contida entre duas linhas da área em cinza são apresentados na linha superior valores máximos de pré-dimensionamento, na linha inferior valores mínimos e na área acinzentada os valores intermediários. FIGURA 12 – ALTURAS MÁXIMAS E MÍNIMAS COM RELAÇÃO AO VÃO FONTE: Adaptado de Rebello (2000, p. 85) TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 25 Vale ressaltar que o uso do limite inferior para o pré-dimensionamento de Corkil depende do bom senso. Para uma estrutura pouco carregada pode-se utilizar do limite inferior. Em caso de dúvida, recomenda-se o uso da região intermediária ou para estruturas muito carregadas deve-se adotar o limite superior. NOTA As vigas de alma cheia são aquelas que não apresentam vazio em sua alma, você já sabe que as vigas são sistemas estruturais sujeitos a dois esforços, o momento fletor e a força cortante. Na Figura 13 é apresentado o gráfico de pré- dimensionamento de sistemas estruturais de vigas de alma cheia (perfil I), onde, dependendo do vão desejado obtemos os valores de altura máxima e mínima desta seção. FIGURA 13 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE ALMA CHEIA FONTE: Adaptado de Rebello (2000, p. 102) O pilar, por sua vez, é uma peça fundamental na concepção estrutural, sofrendo apenas de esforços de cargas verticais (compressão simples). A área de projeção de um pilar metálico chega a ser 50% inferior ao de concretos armados, porém com um custo superior. As seções tubulares circulares são as ideais, mas apresentam maior dificuldade de vínculos com os outros elementos. Seções tubulares quadradas são de mais fácil execução de vínculos, no entanto, perfil H apresentam razoável equivalência de rigidez e menor custo de manutenção (REBELLO, 2000). Na Figura 14 vemos o gráfico para pré-dimensionamento de pilares metálicos de perfil H, e tubulares quadrados e circulares. 26 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS FIGURA 14 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PILARES FONTE: Adaptado de Rebello (2000, p. 112) A treliça é um sistema estrutural formado por barras unidades em pontos denominados nós. Estas estruturas são submetidas a esforços de tração e compressão simples. As cargas nas treliças devem sempre ser aplicadas nos nós, cargas fora dos nós fazem com que trabalhem à flexão (um esforço desfavorável), exigindo maiores dimensionamento das barras e as tornando muito custosas. Para este tipo de aplicação, recomenda-se o uso de aço uma vez que tem maior facilidade de execução dos nós de ligação das barras e menor peso. Os limites de vãos utilizados nas treliças podem chegar a 120 metros em coberturas ou 300 metros em pontes (REBELLO, 2000). Na Figura 15 e Figura 16 vemos o gráfico para pré-dimensionamento de treliças planas e triangulares em aço, respectivamente. TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 27 FIGURA 15 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS PLANAS FONTE: Adaptado de Redello (2000, p. 106). FIGURA 16 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS TRIANGULAR DE AÇO FONTE: Adaptado de Rebello (2000, p. 106) A viga Vierendeel é um sistema estrutural no estilo de treliça, formado por barras que se encontram em nós. Nesses sistemas a viga se comporta de quatro diferentes maneiras (conforme visto na Figura 17). 28 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS FIGURA 17 – COMPORTAMENTO SOB ESFORÇOS APLICADOS NA VIGA VIERENDEEL FONTE: Adaptado de Rebello (2000, p. 107) Na situação (a), ao aplicar esforço sobre a estrutura, apenas a viga superior flexiona, sem transferir esforços para as demais barras, pois todos nós são articulados, onde os montantes verticais recebem apenas esforços de compressão simples. Na situação (b), por estarem rigidamente ligadas aos nós superiores, a flexão da viga é parcialmente transmitida para os montantes, sem transmitir esforços para a viga inferior (apenas tração simples). Na situação (c) o nós inferiores são enrijecidos, desta maneira a deformação dos montantes é diminuída, devido à resistência oferecida pela barra inferior. Na situação (d) temos uma estrutura em que a influência de uma barra em outra provocará diminuição nas suas deformações, consequentemente, nos esforços atuantes, permitindo que o conjunto possa receber um carregamento maior ou vencer vãos maiores, sendo este conhecido como viga Vierendeel (REBELLO, 2000). Como a viga Vierendeel está sujeita a todos os esforços, resulta em uma estrutura com maior consumo de material do que uma treliça solicitada pelas mesmas cargas e vencendo os mesmos vãos. Sua aplicação é feita quando a obra exige grandes vazios na aula, para passagem de tubulações, ventilação ou iluminação, além de tornar vigas de grande porte visualmente mais leves. Na Figura 18 vemos o pré-dimensionamento de vigas Vierendeel. TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 29 FIGURA 18 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGA VIERENDEEL FONTE: Adaptado de Redello (2000, p. 110) O comportamento de arco é similar ao dos cabos. Enquanto cabos, quando solicitados por carregamento, adquirem a forma de equilíbrio de acordo com a posição do carregamento imposto e só reagem a esforçosde tração simples. O arco pode ser entendido como um sistema simétrico ao cabo, apresentando também reação horizontal nos apoios. Os esforços nos arcos dependem da sua forma e carregamento, podendo causar mudança nos esforços, fazendo um arco submetido apenas à compressão simples passar a apresentar esforços de flexão. Arcos podem apresentar vínculos que permitam rotação relativa entre duas seções. Arcos também podem apresentar empuxos horizontais, podendo ser absorvidos diretamente por apoios ou por tirantes que fazem com que apenas cargas verticais sejam depositadas nos apoios, diminuindo as dimensões destes (REBELLO, 2000). Para vencer maiores vãos com menores quantias de materiais, o primeiro sistema estrutural indicado é o cabo. Arcos é o segundo sistema que vence maiores vãos, por isso, utilizar arcos ocorrem principalmente quando é necessário obras com vão de ordem de 120 metros até 500 metros. Na Figura 19 é apresentando o pré-dimensionamento de arcos treliçado de aço. 30 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS FIGURA 19 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE ARCO TRELIÇADO FONTE: Adaptado de Rebello (2000, p. 97) Mesmo que utilizando de fatores empíricos para o pré-dimensionamento de estruturas metálicas na fase de projeto, há a redução de interferências e surpresas no projeto arquitetônico após o cálculo final da estrutura. NOTA 3 TIPOS DE SEÇÕES As Figura 21, Figura 22 e Figura 23 apresentam os perfis metálicos estruturais, as informações das dimensões são vistas através da legenda disponibilizada na Figura 20. As características dimensionais e propriedades geométricas são realizadas de acordo com as normas ABNT NBR 15980:2011 e ASTM A6/A6M. As seções indicadas na tabela são produzidas em aço ASTM A572 Grau 50. TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 31 FIGURA 20 – LEGENDA DAS DIMENSÕES PARA A SEÇÃO FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 de mar 2021. Com relação às propriedades mecânicas dos perfis disponibilizados a Tabela 6 apresenta as informações de limite de escoamento, e de resistência, assim como a porcentagem de alongamento após ruptura. TABELA 6 – PRORIEDADES MECÂNICAS DOS PERFILS METÁLICOS ESTRUTURAIS ASTM A 572 Grau 50 ASTM A 572 Grau 60* ASTM A 992* AÇO COR 500* ASTM A 131 AH32* ASTM A 131 AH36* Limite de Escoamento (MPa) 345 mín. 415 mín. 345 a 450 370 mín. 315 mín. 355 mín. Limite de Resistência (MPa) 450 mín. 520 mín. 450 mín. 500 mín. 440 a 590 490 a 620 Alongamento após ruptura (%) 18 mín. 16 mín. 18 mín. 18 mín. 19 mín. 19 mín. FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 de mar 2021. 32 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS FIGURA 21 – TABELA DE BITOLAS (PARTE 1) FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 de mar 2021. TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 33 FIGURA 22 – TABELA DE BITOLAS (PARTE 2) FONTE: Adaptada de <ttps://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 de mar 2021. 34 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS FIGURA 23 – TABELA DE BITOLAS (PARTE 3) FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 de mar 2021. TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 35 Os perfis I e U são ideais para aplicações que exijam maior resistência e robustez e são aplicados em monovias, vigamentos, escoramentos, estruturas de sustentação, guias, equipamentos de transporte e chassis de ônibus e caminhões e, ainda, em máquinas e implementos agrícolas. Nas Tabela 7, Tabela 8 e Tabela 9 e nas Figura 24, Figura 25 e Figura 26 são apresentadas as características dos perfis I, U e de cantoneira de aas iguais, respectivamente. TABELA 7 – CARACTERISTICAS DOS PERFIS I Bito la Peso ALMA MESA EIXO X EIXO Y Nominal d tw bf tf área I W r I W r rt pol kg/m mm mm mm mm cm2 cm4 cm3 cm cm4 cm3 cm cm 3" 8,48 76,20 4,32 59,18 6,60 10,80 105,10 27,60 3,12 18,90 6,40 1,33 1,45 9,68 76,20 6,38 61,24 6,60 12,32 115,00 30,18 3,06 45,60 11,48 1,92 1,98 4" 11,46 101,60 4,90 67,60 7,44 14,50 252,00 49,70 4,17 31,70 9,40 1,48 1,68 12,65 101,60 6,43 69,20 7,44 16,11 266,00 52,40 4,06 34,30 9,90 1,46 1,83 5" 14,88 127,00 5,44 76,30 8,28 18,80 511,00 80,40 5,21 50,20 13,20 1,63 1,88 18,24 127,00 8,81 79,70 8,28 23,24 570,00 89,80 4,95 58,60 14,70 1,59 1,92 6" 18,60 152,40 5,89 84,63 9,12 23,60 919,00 120,60 6,24 75,70 17,90 1,79 2,08 22,00 152,40 8,71 87,50 9,12 27,97 1003,00 131,70 5,99 84,90 19,40 1,74 2,26 FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 mar 2021. FIGURA 24 – PERFIL I NOTAÇÕES FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 mar 2021. 36 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS TABELA 8 – CARACTERISTICAS DOS PERFIS U Bito la Peso ALMA ABA EIXO X EIXO Y Nominal d tw bf tf área I W r I W r rt pol kg/m mm mm mm mm cm2 cm4 cm3 cm cm4 cm3 cm cm 3" 6,1 76,2 4,32 35,81 6,93 7,78 68,90 18,10 2,98 8,20 3,32 1,03 1,11 7,44 6,55 35,05 6,93 9,48 77,20 20,30 2,85 10,30 3,82 1,04 1,11 4" 8,04 101,6 4,67 40,23 7,52 10,10 159,50 31,40 3,97 13,10 4,61 1,14 1,16 9,3 6,27 41,83 7,52 11,90 174,40 34,30 3,84 15,50 5,10 1,14 1,15 6" 12,2 152,4 5,08 48,77 8,71 15,50 546,00 71,70 5,94 28,80 8,16 1,36 1,30 15,62 7,98 51,66 8,71 19,90 632,00 82,90 5,63 36,00 9,24 1,34 1,27 8" 17,1 203,2 5,59 57,40 9,50 21,68 1344,30 132,70 7,87 54,10 12,94 1,42 1,47 20,5 7,70 59,51 9,50 25,93 1490,00 147,50 7,59 62,40 14,09 1,42 1,42 10" 22,77 254 6,10 66,04 11,10 29,00 2800,00 221,00 9,84 95,00 19,00 1,81 1,61 29,76 9,63 69,57 11,10 37,90 3290,00 259,00 9,31 117,00 21,60 1,76 1,54 12" 30,8 305 7,20 74,00 12,70 39,30 5370,00 352,00 11,70 161,00 28,30 2,03 1,77 37 9,80 77,00 12,70 47,40 6010,00 394,00 11,30 186,00 30,90 1,98 1,71 FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 mar 2021. FIGURA 25 – PERFIL U NOTAÇÕES FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 mar 2021. TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 37 TABELA 9 – CARACTERISTICAS DOS PERFIS DE CANTONEIRA ABAS IGUAIS b Peso Nominal t Área Ix=Iy Wx=Wy rx=ry rZmin x pol mm kg/m pol mm cm2 cm4 cm3 cm cm cm 5/8” 15,880 0,57 2,50 3/4” 19,050 0,71 2,50 1/2” 12,700 0,55 1/8” 3,18 0,70 0,10 0,11 0,37 0,25 0,43 5/8” 15,880 0,71 1/8” 3,18 0,90 0,20 0,19 0,47 0,32 0,51 3/4” 19,050 0,87 1/8” 3,18 1,11 0,36 0,27 0,57 0,38 0,59 7/8” 22,200 1,04 1/8” 3,18 1,32 0,58 0,38 0,66 0,46 0,66 1,19 1/8” 3,18 1,48 0,83 0,49 0,79 0,48 0,76 1” 25,400 1,73 3/16” 4,76 2,19 1,25 0,66 0,76 0,48 0,81 2,22 1/4” 6,35 2,84 1,66 0,98 0,76 0,48 0,86 1,50 1/8” 3,18 1,93 1,67 0,82 0,97 0,64 0,89 1.1/4” 31,750 2,20 3/16” 4,76 2,77 2,50 1,15 0,97 0,61 0,97 2,86 1/4” 6,35 3,62 3,33 1,47 0,94 0,61 1,02 1,83 1/8” 3,18 2,32 3,33 1,15 1,17 0,76 1,07 1.1/2” 38,100 2,68 3/16” 4,76 3,42 4,58 1,64 1,17 0,74 1,12 3,48 1/4” 6,35 4,45 5,83 2,13 1,15 0,74 1,19 2,14 1/8” 3,18 2,71 5,41 1,64 1,40 0,89 1,22 1.3/4” 44,450 3,15 3/16” 4,76 4,00 7,50 2,30 1,37 0,89 1,30 4,12 1/4” 6,35 5,22 9,57 3,13 1,35 0,86 1,35 2,46 1/8” 3,18 3,10 7,91 2,13 1,60 1,02 1,40 3,63 3/16” 4,76 4,58 11,70 3,13 1,58 1,02 1,45 2” 50,800 4,74 1/4” 6,35 6,06 14,60 4,10 1,55 0,99 1,50 5,83 5/16” 7,94 7,42 17,50 4,91 1,53 0,99 1,55 6,99 3/8” 9,52 8,76 20,00 5,73 1,50 0,99 1,63 4,57 3/16” 4,76 5,80 23,00 4,91 1,98 1,24 1,75 2.1/2” 63,500 6,10 7,44 1/4” 5/16” 6,35 7,94 7,67 9,48 29,00 35,00 6,40 7,87 1,96 1,93 1,24 1,24 1,83 1,88 8,78 3/8” 9,52 11,16 41,00 9,35 1,91 1,22 1,93 5,52 3/16” 4,76 7,03 40,00 7,21 2,39 1,50 2,08 7,29 1/4” 6,35 9,29 50,00 9,50 2,36 1,50 2,13 3” 76,200 9,07 5/16” 7,94 11,48 62,00 11,602,34 1,50 2,21 10,71 3/8” 9,52 13,61 75,00 13,60 2,31 1,47 2,26 14,00 1/2” 12,70 17,74 91,00 18,00 2,29 1,47 2,36 8,56 1/4” 6,35 10,90 83,70 13,00 2,77 1,76 2,46 3.1/2” 88,900 10,59 5/16” 7,94 13,50 102,00 16,00 2,75 1,75 2,52 12,58 3/8” 9,52 16,00 121,00 19,20 2,75 1,75 2,58 9,81 1/4” 6,35 12,51 125,00 16,40 3,17 2,00 2,77 12,19 5/16” 7,94 15,48 154,00 21,30 3,15 2,00 2,84 4” 101,600 14,57 3/8” 9,52 18,45 183,00 24,60 3,12 2,00 2,90 16,80 7/16” 11,11 21,35 208,00 29,50 3,12 1,98 2,95 19,03 1/2” 12,70 24,19 233,00 32,80 3,10 1,98 3,00 38 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS 12,34 1/4” 6,35 15,73 251,63 27,09 4,00 2,53 3,41 15,31 5/16” 7,94 19,50 308,00 33,40 3,97 2,53 3,47 5” 127,000 18,30 24,10 3/8” 1/2” 9,52 12,70 23,29 30,64 362,00 470,00 39,50 52,50 3,94 3,91 2,51 2,49 3,53 3,63 29,80 5/8” 15,88 37,80 566,00 64,00 3,86 2,46 3,76 23,52 7/16” 11,11 26,96 416,68 45,71 3,93 2,50 3,58 22,20 3/8” 9,52 28,10 641,00 57,40 4,78 3,02 4,17 6” 152,400 29,20 36,00 1/2” 5/8” 12,70 15,88 37,09 45,86 828,00 1007,00 75,40 93,50 4,72 4,67 3,00 2,97 4,27 4,39 42,70 3/4” 19,05 54,44 1173,00 109,90 4,65 2,97 4,52 8” 203,200 48,70 5/8” 15,88 62,90 2472,40 168,90 6,31 4,01 5,66 57,90 3/4” 19,05 73,81 2901,10 199,90 6,27 3,99 5,79 FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 mar 2021. FIGURA 26 – PERFIL CANTONEIRA DE ABAS IGUAIS NOTAÇÕES FONTE: Adaptada de <https://www2.gerdau.com.br/produtos/perfis-estruturais-de-aco-i-e-h>. Acesso em: 25 mar 2021. Para maiores consultas de outros tipos de perfis acessar: https://www2.gerdau. com.br/download/file/319?download=319. DICAS TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 39 4 TIPOS DE AÇOS Conforme visto anteriormente, existem normativas nacionais e internacionais que especificam as qualidades de aço para utilização na construção civil. Por exemplo, temos a NBR 15980 (ABNT, 2020), apresenta os requisitos mínimos (dimensão, condições e critérios) de perfis laminados a quente para uso estrutural e a NBR 7007 (ABNT, 2016) que especifica o aço-carbono e aço microligado para barras e perfis laminados a quente para uso estrutural. A NBR 8800 (ABNT, 2008) por sua vez, especifica os aços estruturais e materiais de ligação através de qualificações nacionais ou internacionais, como no caso da ASTM, desde que possuam resistência ao escoamento máximo de 450 MPa e relação entre resistências à ruptura (fu) e ao escoamento (fy) não inferiores a 1,18. Para critérios de cálculo devem ser adotados para os aços os seguintes valores de propriedades mecânicas das constantes físicas: • módulo de elasticidade, E = Ea = 200.000 MPa; • coeficiente de Poisson, νa = 0,3; • módulo de elasticidade transversal, G = 77.000 MPa; • coeficiente de dilatação térmica, βa = 1,2 x 10-5 °C-1; • massa específica, ρa = 7.850 kg/m3. O aço estrutural empregue na estrutura deve ter especificado para a sua superfície o grau de corrosão aceitável, sendo eles: • substrato de aço sem corrosão, com carepa de laminação ainda intacta; • substrato de aço com início de corrosão e destacamento de carepa de laminação; • substrato de aço onde a carepa de laminação foi eliminada pela corrosão ou que possa ser removida por raspagem com pouca formação de cavidades visíveis (pites); • substrato de aço onde a carepa de laminação foi eliminada pela corrosão e com grande formação de cavidades visíveis (pites). De maneira a recordar, a Figura a seguir apresenta o diagrama de tensão x deformação dos aços mais utilizados na construção civil. Apresentando o limite de resistência a ruptura (fu), as deformações lineares específicas e as resistências do limite de escoamento (fv). ATENCAO 40 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS Figura – Diagrama de tensão x deformação de diferentes tipos de aço FONTE: Palma (2007, p. 7) A Tabela 10 informa os valores nominais mínimos de resistência ao escoamento (fy) e de resistência à ruptura (fu) de todos os aços relacionados por Normas Brasileiras para uso estrutural em perfis e chapas, conforme especificações detalhadas na tabela. TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 41 TABELA 10 – AÇOS ESPECIFICADOS POR NORMAS BRASILEIRAS PARA USO ESTRUTURAL (NBR 8800) ABNT NBR 7007 ABNT NBR 6648 ABNT NBR 6649 / ABNT NBR 6650 Aços-carbono e microligados para uso estrutural e geral Chapas grossas de aço-carbono para uso estrutural Chapas finas (a frio/a quente) de aço-carbono para uso estrutural Denominação fyMPa fu MPa Denominação fy MPa fu MPa Denominação fy MPa fu MPa MR 250 AR 350 AR 350 COR AR 415 250 350 350 415 400- 560 450 485 520 CG-26 CG-28 255 275 410 440 CF-26 CF-28 CF-30 260/260 280/280 ---/300 400/410 440/440 ---/490 ABNT NBR 5000 ABNT NBR 5004 ABNT NBR 5008 Chapas grossas de aço de baixa liga e alta resistência mecânica Chapas finas de aço de baixa liga e alta resistência mecânica Chapas grossas e bobinas grossas, de aço de baixa liga, resistentes à corrosão atmosférica, para uso estrutural Denominação fyMPa fu MPa Denominação fy MPa fu MPa Denominação fy MPa fu MPa G-30 G-35 G-42 G-45 300 345 415 450 415 450 520 550 F-32/Q-32 F-35/Q-35 Q-40 Q-42 Q-45 310 340 380 410 450 410 450 480 520 550 CGR 400 CGR 500 e CGR 500A 250 370 380 490 ABNT NBR 5920 / ABNT NBR 5921 ABNT NBR 8261 Chapas finas e bobinas finas (a frio / a quente), de aço de baixa liga, resistentes à corrosão atmosférica, para uso estrutural Perfil tubular, de aço-carbono, formado a frio, com e sem costura, de seção circular ou retangular para usos estruturais Denominação fyMPa fu MPa Denominação Seção circular Seções quadrada e retangular fy MPa fu MPa fy MPa fu MPa CFR 400 CFR 500 ---/250 310/370 ---/380 450/490 B C 290 317 400 427 317 345 400 427 a Para limitações de espessura, ver norma correspondente. FONTE: ABNT (2008, p. 108) A Tabela 11 apresenta paralelamente as informaçoões de especificações de tensão de escoamento e de ruptura para classificação dos principais aços normatizados pela norma ASTM. 42 UNIDADE 1 — CONSTRUÇÕES METÁLICAS TABELA 11 – AÇOS DE USO FREQUENTE ESPECIFICADOS PELA ASTM PARA USO ESTRUTURAL (NBR 8800) Classificação Denominação Produto Grupo de perfila b ou faixa de espessura disponivel Grau fyMPa fu MPa Aços-carbono A36 Perfis 1, 2 e 3 - 250 400 a 550 Chapas e barras c t ≤ 200 mm A500 Perfis 4 A 230 310 B 290 400 Aços de baixa liga e alta resistência mecânica A572 Perfis 1, 2 e 3 42 290 415 50 345 450 55 380 485 1 e 2 60 415 520 65 450 550 Chapas e barras c t ≤ 150 mm 42 290 415 t ≤ 100 mm 50 345 450 t ≤ 50 mm 55 380 485 t ≤ 31,5 mm 60 415 520 65 450 550 A992 d Perfis 1, 2 e 3 - 345 a 450 450 Aços de baixa liga e alta resistência mecânica resistentes à corrosão atmosférica A242 Perfis 1 - 345 485 2 - 315 460 3 - 290 435 Chapas e barras c t ≤ 19 mm - 345 480 19 mm < t ≤ 37,5 mm - 315 460 37,5 mm < t ≤ 100 mm - 290 435 A588 Perfis 1 e 2 - 345 485 Chapas e barras c t ≤ 100 mm - 345 480 100 mm < t ≤ 125 mm - 315 460 125 mm < t ≤ 200 mm - 290 435 Aços de baixa liga temperados e autorrevenidos A913 Perfis 1 e 2 50 345 450 60 415 520 65 450 550 TÓPICO 2 — CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 43 a Grupos de perfis laminados para efeito de propriedades mecânicas: • Grupo 1: Perfis com espessura de mesa inferior ou igual a 37,5 mm; • Grupo 2: Perfis com espessura de mesa superior a 37,5 mm e inferior ou igual a 50 mm; • Grupo 3: Perfis com espessura de mesa superior a 50 mm; • Grupo 4: Perfis tubulares. b t corresponde à menor dimensão ou ao diâmetro da seção transversal da barra. c Barras redondas, quadradas e chatas. d A relação fu/fy não pode ser inferior a 1,18. FONTE: ABNT (2008, p. 109) 5 BASES PARA DIMENSIONAMENTO E TIPOS DE CARREGAMENTOS Para o dimensionamento de estruturas de aço é de extrema importância acessar as normativas que estabelecem
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