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Cultura de Consumo e Pós ching

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Cultura de Consumo e Pós-Modernismo, Mike Featherstone
Posted on March 3, 2013 by bang bang in Descritiva, Design, Livro, Resumo
mikeCapítulo 8: ‘Cultura de consumo e desordem global’
b) pós-modernismo e desordem cultural (página 170)
A década de 60 foi um período de bruscas mudanças em diversos meios que desencadearam a cultura pós-moderna e romperam os paradigmas da cultura moderna. Featherstone afirma que para cada área do conhecimento, o termo pós-modernismo, difere-se. Em relação às artes, afirma: ‘(…) a arte não pode ser vista como uma forma superior de experiência. ’ e que esta, é o fenômeno da igualdade artística; a cultura seríssima no patamar da massificada. Por outro lado a estética das sensações frisa o corpo como um todo que contempla o interno e externo.
No campo literário, o pós-modernismo quebra as tradicionais narrativas e a forma acadêmica, transcendendo o tradicional, transportando-o a uma condição pluralista. A nova cultura equivale-se a diversidade de estilos, imagens e situações de simulação que transformam o ser em alguém sem senso real. Há ainda, a estética e a percepção diária, tornando-se um modelo predominante referente ao sentido vital, experiência e conhecimento.
O autor declara ainda que os aspectos analisados até o instante referem-se a setores quase isolados (intelectuais e acadêmicos). Por outro lado, o autor inicia a análise da classe média em tempos de transformação. A ‘classe dos serviços’ como citada por ele, é responsável pela disseminação da cultura intelectual para públicos massivos. Essa contribuição quebranta os muros divisionais do saber e dos comandos que distinguiam cultura elevada da massificada, onde o público tornaria proeminente, pois adquiriria conhecimento qualitativo e exploração sensorial, em tempos pós-modernos.
Além de tudo, o pós-modernismo acarretou uma descentralização do poder. O desempenho em diversos âmbitos sociais passou por uma transformação de compartilhamento e talvez até compreensão mercadológica. A crença nos valores antigos – especialmente do campo cognitivo e reflexivo sobre natureza humana e o ser como eu – tornaram-se obsoletos e quase como um golpe impensado, derrubou-os com curiosidades fatídicas sobre valores, experiências e vocábulos novos, capazes de caotizar a sociedade. O esperado da transição de liberdade, por assim dizer, deveria ser: ‘(…) um autocontrole mutuamente esperado e no respeito para com o outro. ’.
Baudrillard, por exemplo, atenta o fato das experiências serem superficiais, pois não há interesse na busca pela degustação de imagens ou associações do real significado dos signos, o que de fato desencadeiam novamente, o caos (o conteúdo, torna-se obsoleto ou relativo a quem recebe, podendo esse ser, pensar ou não).
Há também a desordem econômica mundial, relatada por Mattelart em 1979. É a universalização da cultura nacional de cada qual. As invasões são constantes e geralmente permeiam da televisão que populariza a cultura estrangeira e esmaga as culturas nacionais como uma demonstração de falta de respeito (onde o expectador cumpre o papel de aplaudir alienado, a morte cultural). Em contrapartida, os intelectuais, ou seja, pensadores, são descaracterizados pelas mudanças em que o excesso, prejudica o monopólio do conhecimento e talvez transgrida os mesmos.
Portanto, pode-se definir o pós-modernismo como um movimento de incorporação da desordem, relativismo (todo conhecimento é relativo), decomposição e fragmentação, além do proposto pelo moderno, segundo Featherstone.
Muitas vezes vista como uma Ideologia, ou mito, a teoria da
sociedade “pós-moderna” se propõem abordar todas as mudanças em
curso, sejam elas culturais, políticas ou econômicas. Talvez seja por
conta desta característica, o Ecletismo, que autores como Kumar
(1997), se referem ao pós-modernismo como mito. Na obra Da sociedade
pós-industrial a pós-moderna, assim como faz Mike Featherstone, Kumar
traça um panorama da transição de uma teoria pós-industrial, ou
pós-fordista, sobretudo de base marxista, fruto das transformações
econômicas e sócio-culturais estimuladas, e/ou, aceleradas pela
primeira e segunda revolução industrial, promovidas na descoberta de
novas fontes de energia, consecutivamente: vapor e eletricidade; para
as teorias pós-modernas, que tentam refletir as transformações, também
econômicas e sócio-culturais, estimuladas pelo o que é chamado pelo
autor de III Revolução Industrial. Esta não mais com base na
descoberta de novas fontes de energia, como nas duas anteriores, mas,
na informação, onde o computador, sobretudo o “mundo Web” é o “símbolo
principal/motor analítico” da transição de uma sociedade produtora de
bens (industrial, moderna), para a Sociedade de Informação. Hoje
produzimos informação em escala global, de forma semelhante “como
produzimos carros em massa”. Esse conhecimento (tecnologia da
informação), segundo Kumar, tem sido a força propulsora da economia.
Mas, quais as conseqüências, no âmbito da produção teórica sobre o
moderno, desta acusação de se estar, em muitos casos, produzindo
ideologias, ou mitos, sobre o “pós-moderno”? Estamos em tempo de uma
revolução cientifica nas ciências sociais, na perspectiva de Thomas
Kuhn? Qual a emergência, a titulo de superação do dilema proposto, de
um esforço coletivos de demarcação entre teoria e ideologia? Será que
a teoria pós-moderna passa pelo mesmo processo de maturação e
delimitação “em busca de um objeto teórico especifico” (Castells, Problema de investigação em sociologia urbana 1984), assim como a Sociologia Urbana, acusada muitas vezes de
ideológica e sem um objeto científico claro?

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