Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
40 Alta Competência 1.4. Coluna de perfuração A coluna de perfuração é composta por tubos de perfuração (drill pipes - DP), tubos semipesados HW (intermediários) e tubos pesados ou comandos (drill collars - DC), cujas funções são aplicar peso sobre a broca (fornecido pelos DCs, preservando os tubos de perfuração de realizarem esse esforço), transmitir rotação para a broca e permitir a circulação de fluidos. Outros elementos compõem a coluna, tais como: Estabilizadores; • Escariadores; • Alargadores (• underreamers); Substitutos conversores de roscas (• X-over); Equipamentos de medição e registro de inclinação e direção • Measuring While Drilling (MWD); Equipamentos de • perfilagem e registro durante a perfuração Log While Drilling (LWD). 1.4.1. Tubos e comandos Alguns exemplos dos principais tubos e comandos de colunas de perfuração estão ilustrados a seguir: Comando liso Comando espiralado Tool joint Tool jointComando liso Comando espiralado Tool joint Tool joint Comando liso Comando espiralado Tool joint Tool joint Comando de perfuração (Drill Collar) Tubo de perfuração (Drill Pipe) Tubo de perfuração pesado (HW) 41 Capítulo 1. Perfuração 1.4.2. Acessórios e ferramentas Acessórios de coluna de perfuração são substitutos da coluna com funções específicas. Os alargadores, por exemplo, são acessórios que permitem perfurar os poços com diâmetro maior do que a broca, ou quando o poço perfurado com um diâmetro tem que ser alargado para um diâmetro maior a fim de permitir uma melhor cimentação. Já os estabilizadores são elementos de coluna com diâmetro igual ou próximo ao da broca, cuja função é manter o diâmetro do poço e garantir o seu alinhamento com a direção pretendida. Alargadores Estabilizadores e underreamers Fo n te: Petro b ras Fo n te: Petro b ras Equipamentos de elevação e manuseio da coluna são usados para permitir ou auxiliar no manuseio e na conexão dos tubos, comandos ou outros acessórios ou componentes da coluna de perfuração. São as cunhas de comandos e de drill pipes, que permitem segurar a coluna na mesa rotativa; colar de segurança, que são acunhados nos comandos e tubos de revestimento, para evitar que caiam no poço quando da conexão ou desconexão dos mesmos. As chaves flutuantes permitem o aperto final e a desconexão dos tubos, comandos e revestimentos. As chaves hidráulicas são chaves com motores hidráulicos usadas para enroscar tubos e revestimentos. Os comandos, por causa do seu peso, não podem ser enroscados ou desenroscados com as chaves hidráulicas. 42 Alta Competência Fo n te: Petro b ras Colar de segurança Cunha para DP’s Cunha para tubos Chave flutuante Chave de enroscar tubos Equipamentos para manuseio de coluna de tubos 1.5. Brocas As brocas são equipamentos que perfuram, lascam, quebram e trituram as rochas e formações. São colocadas na extremidade da coluna e podem ser de vários tipos e tamanhos, dependendo da profundidade e do tipo de rocha a ser perfurada. A broca draga, perfura por raspagem e foi o primeiro tipo de broca usada, mas hoje está em desuso. A broca de diamante é usada em formações duras e abrasivas e em operações de testemunhagem (coroa). Perfura por esmerilhamento. 43 Capítulo 1. Perfuração As brocas tricônicas com dentes de aço ou de inserto de tungstênio são as mais versáteis, podendo ser fabricadas para operar em diversos tipos e durezas de formação. Nas formações mais macias e plásticas são usados dentes grandes; nas mais duras ou abrasivas, dentes curtos. A broca PDC (diamante policristalino compactado) perfura por ação de raspagem. É preferencialmente usada para perfurar formações homogêneas e, em geral, apresenta alta taxa de penetração. Fo n te: Petro b ras Brocas para perfuração 1.6. Fluidos de perfuração e sistema de circulação de fluidos O elemento responsável por carrear os cascalhos perfurados, refrigerar e lubrificar a broca, conter as paredes do poço e evitar o influxo (kick) e a erupção de gás ou óleo é o fluido de perfuração, popularmente conhecido como lama. Esse fluido, recalcado por bombas de alta potência (bombas de lama), atinge a broca e passa por seus bordos, retornando à superfície pelo espaço anular compreendido entre a coluna de perfuração e as paredes do poço. 44 Alta Competência O sistema de fluidos é composto pela bomba de lama e linhas de recalque, que vão da bomba até a coluna de perfuração e pelo sistema de tratamento de fluido, composto dos extratores de sólidos, peneiras, desareadores, dessiltadores e tanques para preparo, armazenamento e manutenção do fluido. O fluido de perfuração carreia os cascalhos cortados e triturados pela broca do fundo do poço para a superfície. Na superfície, o mesmo fluido é tratado para retirada desses sólidos e manutenção de suas qualidades reológicas e químicas. Sistema de circulação no fundo do poço A extração de sólidos mais grosseiros ocorre nas peneiras, já os mais finos, nos dessiltadores e no mud cleaner. Se necessário, uma centrifuga de alta velocidade é usada para controle da densidade do fluido e para a eliminação do líquido restante no sólido descartado. 45 Capítulo 1. Perfuração Tubo Bengala Mangueira Swivel Kelly Peneiras Interior da coluna Jatos da broca Anular Bomba Tanque de fluidos Sistema de circulação de fluidos Para as bombas Do poço Centrífuga de alta velocidade Centrífuga Mud cleaner Dessiltador DesareiadorPeneira vibratória Sistema de tratamento do fluido de perfuração 1.7. Operações de perfuração A perfuração de poços consiste em posicionar uma sonda de perfuração na locação determinada pelo projeto geológico e de reservatório. Nas operações offshore, as sondas são montadas em plataformas, que podem ser flutuantes ou apoiadas no fundo do mar. 46 Alta Competência As operações de perfuração têm os seguintes objetivos primordiais: Perfurar um poço com segurança: Sem causar instabilidades nas rochas e formações cortadas • (colapso, fraturamento); Sem permitir • influxo de fluidos da formação (água, óleo, gás) para o poço e principalmente para fora dele. Os projetos de perfuração e completação dos poços dependem da concepção de produção. No caso offshore, a produção pode ser por poços de completação seca, em plataformas fixas apoiadas no fundo do mar ou em plataformas flutuantes fixas no fundo do mar por tirantes de alta tração, conhecidas por TLP (Tension Leg Plataform). A perfuração dos poços para essas plataformas pode ser anterior à instalação da mesma, por sondas autônomas, flutuantes ou auto- eleváveis ou após a instalação da plataforma. Nesse caso, são usadas sondas moduladas, montadas sobre a plataforma de produção. 1.7.1. Plataformas de perfuração offshore As perfurações dos poços são realizadas em diferentes tipos de plataformas, projetadas para isso. Os principais tipos de sondas e plataformas usados em perfuração offshore estão descritos a seguir. a) Plataformas fixas As plataformas fixas podem ser projetadas para receber todos os equipamentos de perfuração, estocagem de material, alojamento de pessoal, além das instalações necessárias para a produção dos poços. A perfuração na plataforma fixa ocorre como se fosse em terra. A plataforma fixa é uma ilha artificial, metálica, na qual as características do poço são as mesmas do poço em terra. 47 Capítulo 1. Perfuração No esquema a seguir, observar um projeto de poço típico em terra, no qual o condutor é cravado até encontrar solo firme (nega). Note que o poço é perfurado em duas fases: uma, com revestimento intermediário e outra, com revestimento de produção. Ambos os revestimentos chegam à superfície e são cimentados no anular revestimento poço, isolando formações portadoras de óleo, gás, água salgada ou salobra e, principalmente, isolando as formações portadoras de água doce. Revestimento intermediário Revestimento de produção Cimentação do revestimento de produçãoCondutor Cravado Cimentação do revestimento intermediário Superfície do terreno Poço típico de perfuração onshore ou de plataforma fixa Nas plataformas fixas, os poços são semelhantes, entretanto, com mais fases e mais revestimentos intermediários capazes de prover maior e melhor isolamento das diversas formações e o alcance de horizontes produtores mais profundos. As Sondas Moduladas (SM) são fundamentais para viabilizar a perfuração e, principalmente, a manutenção dos poços instalados em plataformas fixas. As principais características das plataformas fixas são as seguintes: Operam em lâminas d’água rasas, até 120 m;• As jaquetas são lançadas e fixas por estacas no fundo do mar;• Os módulos são colocados e fixos na jaqueta;• 48 Alta Competência Os poços podem ser perfurados antes ou depois do lançamento • da jaqueta. Se forem perfurados antes, é feito tie-back para remontá-los até a superfície; Não é necessário compensador de movimentos.• Fo n te: Petro b ras Plataforma fixa e sonda modulada (SM) b) Sondas auto-eleváveis (PA) As sondas auto-eleváveis são sondas montadas em plataformas que possuem pernas que as apóiam no fundo do mar. Operam como uma ilha metálica que pode ser removida inteira e deslocada para outra locação. As principais características das sondas tipo plataforma auto- eleváveis (PA) são: Plataforma de perfuração fixa, pouco afetada pelas condições • oceano-meteorológicas; Opera em áreas com restrições no fundo do mar;• Baixo custo relativo;• 49 Capítulo 1. Perfuração Perfura em até 100 m de lâmina d’água;• Não faz uso de • BOP submarino e de compensador de movimentos. Plataforma auto-elevável Fo n te: Petro b ras c) Sondas flutuantes As sondas flutuantes são do tipo sondas semi-submersíveis (SS) e navios sonda (NS). Os navios-sonda (NS), aparentemente, são semelhantes aos navios convencionais, porém, a característica que os diferencia é a torre e o moon pool (abertura central existente no seu casco) por onde os equipamentos são descidos para fazer a perfuração. Os NS utilizam para o seu posicionamento o Sistema de Posicionamento Dinâmico (DP). Esse sistema é constituído de um referencial de navegação por satélite (GPS) e de um referencial acústico local da embarcação, no qual os emissores de sinais acústicos (beacons ou transponders), em freqüências pré-fixadas, são posicionados no fundo do mar através do Remote Operator Vehicle (ROV) e os receptores (hidrofones) ficam na embarcação. As informações dos referenciais de posicionamento são recebidas por sistemas de computação e acionam os motores de proa, popa e de bordos, mantendo o navio em uma determinada posição, com pequenas variações. 50 Alta Competência As principais características dos navios-sonda são: Possuem grande capacidade de armazenagem de suprimento • para perfuração; São menos estáveis do que a sonda semi-submersível (• SS), devido ao menor volume submerso; Possuem propulsão própria, não necessitam de rebocadores • para o translado de uma locação para outra (DMM); Podem operar em lâmina d’água ultra-profunda;• Necessitam de compensador de movimentos, sistema • hidropneumático que permite compensar o movimento vertical da sonda em razão da flutuabilidade e da movimentação das ondas. Fo n te: Petro b ras Plataforma navio-sonda (NS) As sondas semi-submersíveis (SS), dotadas de flutuadores que permitem uma submersão regulável, podem ser de dois tipos: as que também se posicionam pelo Sistema de Posicionamento Dinâmico (DP) e as do tipo ancoradas. Ambas possuem moon pool para manuseio de cargas a serem descidas no fundo do mar ou no poço. 51 Capítulo 1. Perfuração As principais características das plataformas SS são: São plataformas estáveis - trabalham em condições de mar e • tempo mais severos do que os navios; Podem ser ancoradas ou de posicionamentos dinâmicos;• Fazem uso de • BOP submarino e compensador de movimentos. Fo n te: Petro b ras Plataforma semi-submersível (SS) 1.7.2. Operações rotineiras de perfuração Os poços perfurados por sondas semi-submersíveis (SS) ou navios- sonda (NS) atendem um programa de perfuração a ser executado em fases ou etapas. Para cada uma dessas fases há previsões da profundidade a ser atingida e do tipo de broca a ser utilizada. Conseqüentemente, há previsão do diâmetro do poço, da composição da coluna de perfuração que vai acima da broca, do tipo de fluido de perfuração a ser usado, da tubulação de grande diâmetro (revestimentos) a ser descido/deixado no poço para conter as paredes e dos trechos a serem cimentados para isolamento das formações produtoras ou a serem protegidas. 52 Alta Competência Na primeira fase, descem simultaneamente: uma broca, a coluna de perfuração (tendo acima da broca um motor de fundo), as juntas do revestimento (revestimento condutor), tendo no seu topo uma base guia (funil up) acoplada. O fundo do oceano é jateado e o revestimento condutor é “enterrado”. Quando o jateamento não for possível, perfura-se até o posicionamento da Base Guia Temporária (BGT) no fundo do mar. Perfurada essa fase, segue-se a descida do revestimento com a Base Guia Permanente (BGP). Nesse caso, ao final da descida das juntas do revestimento, circula-se e, em seguida, cimenta-se esse mesmo revestimento, da sapata (extremidade inferior) até o fundo do mar. Na segunda fase fura-se com outra broca, com o retorno dos cascalhos sendo direto para o mar, descendo a seguir o outro revestimento, que tem acoplado à sua extremidade superior uma cabeça de poço submarina (housing). Esse revestimento pode ser totalmente cimentado, da sapata até o fundo do mar. A terceira fase tem início com a descida do equipamento Blow Out Preventer (BOP) submarino (principal componente da barreira de segurança), que é acoplado à cabeça de poço (housing) e conectado à sonda através do riser de perfuração. Em seguida, é perfurada a terceira fase, com retorno de fluido para a sonda. Depois, é descido o revestimento, cimentando-o também, porém não totalmente, mas provendo isolamento da sapata e de intervalos superiores que necessitem de isolamento. Na quarta fase, ainda com o BOP instalado, perfura-se com broca de 12 ¼” ou de 14 ½”. Nesta fase, o objetivo é atingir a rocha-reservatório - a zona de interesse - para confirmar a existência de petróleo/gás natural e colocar o poço em produção. Para evitar que o poço desmorone e permitir que o fluido de perfuração circule, há o revestimento: uma tubulação de aço de grande diâmetro que reveste a perfuração. O revestimento é descido ao final de cada fase e o anular revestimento poço é cimentado para promover isolamento entre os vários intervalos perfurados e entre as formações perfurada e a superfície. O revestimento bem cimentado promove uma barreira de segurança eficaz. 53 Capítulo 1. Perfuração Todos os revestimentos descidos são ancorados no interior da cabeça de poço (housing) no fundo do mar. Eventualmente, para poços mais profundos ou para aqueles que atravessam formações com pressões estáticas (Pest) muito diferentes, pode haver a necessidade de se perfurar mais uma fase, quando é descido um revestimento chamado liner, que normalmente não vem até a superfície, sendo ancorado e cimentado na base do revestimento anterior. Ao final, barreiras de segurança são estabelecidas, como tampões de cimento, ou o poço é equipado até o tubing hanger e o BOP é retirado, deixando o poço temporariamente abandonado ou não. Fo n te: Petro b ras BOP submarino, usado em sondas flutuantes Na explotação dos campos em regiões conhecidas pode-se perfurar poços simplificados, chamados slenders, que são perfurados com menos fases, simplificando e barateando o projeto, com sensível redução no custo e no tempo de perfuração dos poços. As ilustrações a seguir ajudam a acompanhar as fases das operações de perfuração offshore. 54 Alta Competência Fases da perfuração offshore Coluna de perfuraçãoBase guia funil UP Revest de 30” Motor de fundo Broca de 26” Início da primeira fase: descida da coluna de jateamento com revestimento de 30” e base guia. Final da primeira fase: executado o jateamento e “enterrado” o revestimento de 30”. Poço de 26” Rev. 30” Após a desconexão do mandril interno da Running Tool (RT), segue a perfuração da segunda fase, com a broca de 26” sendo acionada pelo motor de fundo. Poço de 26” Rev. 30” Concluído o trabalho com broca, o mandril interno da running tool (RT) é reconectado, segue- se a desconexão da RT da base guia e a retirada da coluna de jateamento. 55 Capítulo 1. Perfuração Rev. 30” Cimento Rev. 20” Poço de 26” Final da segunda fase: descido o revestimento de 20” e efetuada a cimentação. Riser de perfuração BOP Início da terceira fase: descida do BOP com os risers; descida da broca 17 ½” para iniciar a perfuração da fase. A lama transporta o cascalho até a sonda. Outras fases são perfuradas, conforme a profundidade final do poço. Cada revestimento é descido e cimentado promovendo o isolamento entre as diversas formações perfuradas e passadas. O último revestimento é chamado de revestimento de produção, pois atinge o horizonte produtor e nele são instalados os equipamentos que permitem produzir o petróleo com segurança e controle. Vertical Direcional Horizontal Tipos de poços no que se refere à trajetória 56 Alta Competência 7000m 2800 1200 30” 20” 13 3/8” 9 5/8” Liner 7” LA 0 MR Poço típico horizontal offshore no Brasil (UN-BC) Convencional Slender 30” 35m 35m 13 3/8” @1700m 30” 3 TUBOS 200m 20” 13 3/8” 9 5/8” @2900m 9 5/8” @2900m @1700m 2700m 2800m 2700m 2800m Poços típicos offshore no Brasil (UN-BC) 57 Capítulo 1. Perfuração 1.7.3. Perfuração direcional a) Controle da verticalidade em poços verticais Não existe poço rigorosamente vertical, pois o poço desvia-se naturalmente da vertical. Esses desvios devem ser quantificados. Caso ultrapassem certos limites de inclinações (normalmente 5º) ações corretivas devem ser implementadas, no sentido de reduzir a sua inclinação. Poços verticais que se desviam bastante da vertical trazem problemas de mapeamento de subsuperfície e podem atingir a profundidade final em uma posição muito afastada do objetivo desejado. Esses poços são denominados de tortuosos. Existem várias causas que determinam a tortuosidade durante a perfuração de um poço. As mais importantes são: A variação das características das formações e rochas perfuradas • (dureza, inclinação etc.); Mudança brusca no peso sobre a broca;• Diâmetro de poço grande para os comandos usados;• Perfuração com broca não estabilizada;• Desbalanceamento dos comandos usados;• Perfuração com coluna não estabilizada;• Desbalanceamento dos parâmetros de perfuração (peso sobre • broca e rotação). 58 Alta Competência A mudança brusca na trajetória do poço traz sérios problemas para a perfuração, tais como: Desgaste por fadiga dos tubos de perfuração devido às • tensões cíclicas causadas pela rotação do tubo em um trecho de desvio excessivo; Formação de • chavetas - sulcos que aparecem no trecho de desvio excessivo por causa das ações de compressão e rotação dos tubos na parede no momento da retirada da coluna. Os comandos podem ficar retidos nesses sulcos causando uma prisão de coluna; Dificuldade na descida de colunas de revestimento.• b) Perfuração de poços direcionais A perfuração direcional é a técnica de desviar, intencionalmente, a trajetória de um poço da vertical para atingir objetivos que não se encontram diretamente abaixo da sua locação na superfície. Os poços direcionais são perfurados com várias finalidades, dentre as quais podemos destacar: Controlar um poço em • blowout através da perfuração de poços de alívio; Atingir formações produtoras que estejam abaixo de locações • inacessíveis, tais como rios, lagos, cidades etc.; Desviar a trajetória do poço de acidente geológico, tais como • domos, salinos e falhas; Perfurar vários poços de um mesmo ponto, como é o caso da • produção através das plataformas marítimas; Desviar poços que tiveram o trecho final perdido por • problemas operacionais, como por exemplo a prisão da coluna de perfuração. 59 Capítulo 1. Perfuração 1º KOP 2º KOP KOP KOP KOP Raio longo com dois trechos de ganho de inclinação Raio longo com um trecho de ganho de inclinação Raio médio Raio curto Afastamento Entrada do obj. do trecho horizontal Comprimento Tipos de poços direcionais Na ilustração a seguir é apresentado um projeto de poço horizontal de grande afastamento, com a indicação dos revestimentos e as respectivas profundidades das sapatas (profundidades medidas e verticais - TVD) e as profundidades dos pontos de início de mudança de inclinação (KOP). 5000 9 5/8”6.1” 400030002000 Afastamento (m) Pr o fu n d id ad e (m ) 1000 3000 2000 1000 30” @ 1170m 20” @ 1350m 13 3/8” @ 2625m 83º (2233m TVD) KOP 2 @ 6832m/BUR = 1º/10m 9 5/8” @ 6785m 83º (2740m TVD) 6.1” @ 7200m 90º (2750m TVD) Objective@ 2750m TVD KOP 1 @ 1380m/BUR = 1º/15m Mud Line (fundo do mar) @ 1000 m 0 0 83º Poço horizontal de grande afastamento Atualmente, é possível perfurar poços com duas ou mais pernas, chamados poços multilaterais. No campo de Carmópolis, SE, já foi perfurado um poço com oito pernas produtoras. 60 Alta Competência Level 1 Level 2 Level 6 Level 65Level 5 Level 3 Level 4 Poços multilaterais Na Petrobras, os poços são classificados de acordo com a sua finalidade. Assim, temos: Tipos de poços Características / finalidades Exploratórios (wildcat) Poço para pesquisar um possível reservatório, mas não se tem a certeza da existência de hidrocarbonetos no seu objetivo. Estratigráficos ou estruturais Avaliar as litologias na subsuperfície e realizar o conhecimento geológico da área. Extensão Exploratório de delimitação de reservatório. Podem também explorar jazidas adjacentes ao reservatório conhecido. Desenvolvimento Quando se encontra petróleo, são perfurados para produção do campo. 61 Capítulo 1. Perfuração Tipos de poços Características / finalidades Injeção Aumentar a produtividade e longevidade dos campos de petróleo. Injeta-se nos reservatórios fluidos diversos (água, gás, vapor de água, outros). Especiais Possuem outra finalidade, diferente das anteriores. Por exemplo, os poços-piloto, poços que vão permitir a perfuração dos poços de desenvolvimento ou de injeção. Um poço perfurado é semelhante a um telescópio, em que a porção mais larga se localiza no topo da perfuração. Essa configuração é obtida pelo uso seqüencial de brocas de diâmetros diferentes (do maior para o menor). As paredes do poço são revestidas com tubos de aço conectados entre si, perfazendo um conjunto de tubos, denominado revestimento. Cada revestimento descido vai do fundo à boca do poço. Entre os revestimentos e as paredes do poço é introduzido cimento, não só para evitar toda e qualquer comunicação do reservatório com o exterior que não seja feita por dentro do último revestimento descido, como para promover o isolamento entre as diversas formações perfuradas e passadas pelo poço. Os poços podem ser verticais (inclinados ou direcionais) e horizontais. Possuem diferentes finalidades, como: produção de hidrocarbonetos, injeção de água, gás, vapor ou outro líquido, exploração ou reconhecimento geológico ou até para monitoramento de subsuperfície. RESUMINDO...
Compartilhar