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REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA FABIO CHEMELLO – 2023/2022 CHRISTINE DE FARIA ZETTEL – 2021/2020 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO PICTORAMA DESIGN Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros - ENS. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. E73c Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Capitalização / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Fabio Chemello. – 25.ed. – Rio de Janeiro: ENS, 2023. 2,68 Mb ; PDF 1. Capitalização. 2. Reservas matemáticas. I. Chemello, Fabio. II. Título. 0022-2663 CDU 368.027.3(072) 25ª EDIÇÃO RIO DE JANEIRO 2023 A ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitividade é cada vez maior. Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros. CAPITALIZAÇÃO 1. CAPITALIZAÇÃO: HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO 8 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 9 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES 11 A CAPITALIZAÇÃO NO CONTEXTO ECONÔMICO DO PAÍS 12 PROCON, FISCALIZADORES, REGULADORES E A TRANSPARÊNCIA NA RELAÇÃO DE CONSUMO 13 INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR 13 PROPAGANDA E MATERIAL DE COMERCIALIZAÇÃO 14 ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO 15 FIXANDO CONCEITOS 1 17 2. FUNDAMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS E NORMAS DE CONTRATAÇÃO 18 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: VISÃO GERAL 19 Conceitos de Poupança Programada e Sorteios 19 Características do Título 22 Conteúdo do Título 22 Aprovação do Título 24 AS CONDIÇÕES GERAIS DO TÍTULO: O “CONTRATO” DE CAPITALIZAÇÃO 25 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ÀS CONDIÇÕES GERAIS 27 A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: SUBSCRITOR E TITULAR 28 SUMÁRIO INTERATIVO CAPITALIZAÇÃO TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: CEDENTE E CESSIONÁRIO 29 VIGÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 32 PRAZO DE CARÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 33 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS: PU, PP E PM 34 A ESTRUTURAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: O TAMANHO DA SÉRIE 35 A COMPOSIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO: AS QUOTAS DE CAPITALIZAÇÃO, DE SORTEIO E DE CARREGAMENTO 36 Quotas de Capitalização 36 Quotas de Sorteio 37 Quotas de Carregamento 38 SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 39 A REABILITAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 40 Reabilitação sem Prorrogação de Vigência 40 Reabilitação com Prorrogação de Vigência 41 FIXANDO CONCEITOS 2 42 3. CAPITAL, SORTEIO E RESGATE 47 VALOR DA CONTRIBUIÇÃO E SUA ATUALIZAÇÃO 48 A PROVISÃO MATEMÁTICA PARA CAPITALIZAÇÃO: A CONSTITUIÇÃO DO CAPITAL PARA RESGATE 49 A Provisão Matemática para Capitalização no Título PU 50 A Provisão Matemática para Capitalização nos Títulos PM ou PP 50 A REMUNERAÇÃO DO CAPITAL: A TAXA DE JUROS 52 A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DA PROVISÃO MATEMÁTICA: A RECUPERAÇÃO DO PODER DE COMPRA 53 SORTEIO: O GRANDE ATRATIVO DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 54 Considerações Iniciais 54 Efeitos sobre um Título Sorteado 55 Tipos de Sorteio 56 CAPITALIZAÇÃO Valores dos Prêmios dos Sorteios 58 Limites aos Prêmios e às Quotas de Sorteio 59 Pagamento do Prêmio do Sorteio e Comunicação ao Titular Sorteado 62 O RESGATE DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 63 Resgate Parcial 64 Resgate Total 64 Penalidade 68 A TABELA DE RESGATE 69 FIXANDO CONCEITOS 3 72 4. AS MODALIDADES DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 77 MODALIDADES DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 78 A Modalidade Tradicional 78 A Modalidade Instrumento de Garantia 80 A Modalidade Compra Programada 82 A Modalidade Popular 84 A Modalidade Incentivo 86 A Modalidade Filantropia Premiável 89 Títulos de Capitalização × Poupança 94 FICHA DE CADASTRO 95 FIXANDO CONCEITOS 4 99 5. TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO COMO GARANTIA DE ALUGUEL 101 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 102 GARANTIA NOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO 102 Fiador 103 Caução em Dinheiro 103 Seguro Fiança 103 Capitalização Como Garantia de Aluguel 103 Características e Benefícios 105 CAPITALIZAÇÃO MEMBROS ENVOLVIDOS NA COMERCIALIZAÇÃO DA GARANTIA COM A CAPITALIZAÇÃO 107 A CONTRATAÇÃO DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO COMO GARANTIA DE ALUGUEL NA PRÁTICA 108 PERGUNTAS FREQUENTES 109 FIXANDO CONCEITOS 5 110 ESTUDOS DE CASO 111 ANEXOS 113 ANEXO 1 – EXEMPLO DE CONDIÇÕES GERAIS DE UM TÍTULO DE PAGAMENTO MENSAL (PM) – MODALIDADE TRADICIONAL 113 ANEXO 2 – NORMAS FUNDAMENTAIS DE CAPITALIZAÇÃO 119 ANEXO 3 – ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO 122 GABARITO 124 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 120 CAPITALIZAÇÃO 8 UNIDADE 1 ■ Conhecer a história da capitalização e sua regulamentação, correlacionando aspectos inerentes à sua evolução até o mercado atual, classificando empresas de capitalização existentes e suas obrigações. ■ Analisar o material de propaganda e comercialização, diferenciando suas características. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Reconhecer as obrigações das sociedades de capitalização e sua forma de organização, considerando sua evolução e analisando a legislação que normatiza o mercado de capitalização. ⊲ EVOLUÇÃO HISTÓRICA ⊲ CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES ⊲ A CAPITALIZAÇÃO NO CONTEXTO ECONÔMICO DO PAÍS ⊲ PROCON, FISCALIZADORES, REGULADORES E A TRANSPARÊNCIA NA RELAÇÃO DE CONSUMO ⊲ INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR ⊲ PROPAGANDA E MATERIAL DE COMERCIALIZAÇÃO ⊲ ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 1 TÓPICOS DESTA UNIDADE CAPITALIZAÇÃO: HISTÓRICO e REGULAMENTAÇÃO 01 CAPITALIZAÇÃO 9 UNIDADE 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Antes de qualquer coisa, é preciso que você esteja atento ao conceito de Capitalização. A Capitalização é uma combinação de economia progra mada com aplicação única ou mensal, ou periódica, vinculada à participação em sorteios. A concepção inicial de Capitalização é atribuída a Paul Viget, diretor de uma cooperativa de mineiros da França. Seu objetivo inicial foi montar um sistema que proporcionasse auxílio financeiro aos sócios por meio de suas próprias poupanças. O sistema era baseado em contribuições mensais e tinha como objetivo constituir um capital, previamente definido, a ser pago no fim do período combinado ou por meio de sorteio, de forma antecipada. Já no Brasil, a primeira Sociedade de Capitalização foi a Sulacap, fundada em 1929, mas a oficialização da autorização de funcionamento das socie- dades de Capitalização só se deu em 1932. QUADRO EVOLUTIVO França Paul Viget – concepção inicial da capitalização. 1850 1929 década 1930/40 década 1950 década 1960/70 década 1980 década 1990 Brasil Sulacap. Inexistência de poupança interna. Inflação pós-guerra, declínio do produto no mercado. Quase eliminação do negócio. Durante este período, foi instituída a correção monetária. Entrada de conglomerados financeiros neste setor; o produto volta a se expandir. Surgimento de produtos inovadores neste mercado. Surgimento de várias empresas no segmento. Formação de poupança e investimento na construção civil. 10 UNIDADE 1 CAPITALIZAÇÃO No Brasil,após a introdução do Plano Real, em 1994, o faturamento das empresas de Capitalização no País aumentou. Esse crescimento decorreu da estabilização econômica, da queda nas taxas de juros e do crescimento da renda dos brasileiros. O valor total de “prêmios” de Capitalização (valores pagos pelos clientes, o que, tecnicamente, na Capitalização, é denominado “contribuição”) tem gerado valores na casa dos bilhões de reais anualmente. As sociedades de Capitalização têm grandes desafios a enfrentar para manter sua expressividade apesar da expansão do mercado de Capitalização nos últimos anos. Na relação de “prêmios” de Capitalização relativos a 2019, a Susep indi- cava em sua listagem um total de 16 sociedades de Capitalização: APLICAP CAPITALIZAÇÃO S/A APLUB CAPITALIZAÇÃO S/A BRADESCO CAPITALIZAÇÃO S/A BRASILCAP CAPITALIZAÇÃO S/A CAIXA CAPITALIZAÇÃO S/A CAPEMISA CAPITALIZAÇÃO S/A CIA ITAÚ DE CAPITALIZAÇÃO ICATU CAPITALIZAÇÃO S/A INVEST CAPITALIZAÇÃO S/A LIDERANÇA CAPITALIZAÇÃO S/A MAPFRE CAPITALIZAÇÃO S/A PORTO SEGURO CAPITALIZAÇÃO S/A RIO GRANDE CAPITALIZAÇÃO S/A SANTANDER CAPITALIZAÇÃO S/A SULAMÉRICA CAPITALIZAÇÃO S/A – SULACAP ZURICH BRASIL CAPITALIZAÇÃO S/A Importante O termo contribuição refere-se aos valores pagos pelos clientes. Importante Como envolvem captação de poupança popular, as sociedades de Capitalização, assim como as sociedades seguradoras, devem obedecer às regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, conforme previsto no Decreto-Lei 73/1966. Certamente, isso já demonstra a relevância social dessas empresas e a necessidade de controle e fiscalização por parte do Estado. 11 UNIDADE 1 CAPITALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES Atualmente, as sociedades podem ser classificadas em duas categorias de acordo com o público-alvo de seus produtos: as sociedades ligadas a conglomerados financeiros e as sociedades independentes: ■ Conglomerados financeiros – essas companhias estão concentradas diretamente nos clientes do próprio conglomerado. Em geral, perten- cem a uma holding que é liderada por um banco. Dessa forma, a Sociedade de Capitalização é uma das empresas da holding. ■ Independentes – são aquelas que, por não disporem de balcão de distribuição bancário próprio, utilizam como canal de distribuição casas lotéricas, agências de correios, corretores de seguros, lojas de departamentos e o balcão de instituições financeiras com que firmam parcerias. Em geral, essas sociedades também pertencem a uma holding, mas não de origem ligada a um banco. Comercialmente, ao longo dos anos, os títulos de Capitalização acabaram por se dividir em modalidades diversas, atendendo a focos diferentes de mercado, cada qual com características próprias. A Resolução 384, publicada em junho de 2020 pelo CNSP – que dispõe sobre a operação de Capitalização, as modalidades, a elaboração, a operação e a comercialização de títulos de Capitalização –, divide os planos de Capitalização, para efeito de comercialização, em seis modalidades: ■ Modalidade I – Tradicional. ■ Modalidade II – Instrumento de Garantia. ■ Modalidade III – Compra-Programada. ■ Modalidade IV – Popular. ■ Modalidade V – Incentivo. ■ Modalidade VI – Filantropia Premiável. Essa divisão é consequência da evolução mercadológica do título de Capitalização. Você saberia dizer o porquê disso? A resposta é simples: ao longo dos anos, os títulos de Capitalização foram se especializando em função do objetivo que o consumidor buscava. Além disso, essa divisão permite um melhor controle do Estado, já que a legislação em vigor estabelece regras específicas para cada uma delas. 12 UNIDADE 1 CAPITALIZAÇÃO A CAPITALIZAÇÃO NO CONTEXTO ECONÔMICO DO PAÍS A Capitalização não integra o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), isto é, o título de Capitalização não é um plano de seguro a ser comercializado por uma seguradora. A Capitalização constitui um sistema próprio: o Sistema Nacional de Capitalização (SNC). Desse modo, os títulos somente podem ser comercia- lizados por sociedades de Capitalização. Diversos artigos do Decreto-Lei n° 73/1966, que criou o SNSP, são aplicáveis à Capitalização. Por isso, é muito comum haver laços entre sociedades de Capitalização e sociedades seguradoras, que são, muitas vezes, ligadas a um mesmo grupo econômico. No entanto, a fiscalização e a regulamentação da Capitalização, por força do Decreto-Lei 261, de 28/02/67, que criou o Sistema Nacional de Capitalização (SNC), também estão a cargo da Susep e do CNSP, respecti- vamente, da mesma forma que ocorre com as sociedades seguradoras. Além disso, da mesma forma que o SNSP, o SNC possui relevante papel em termos de política econômica, já que desenvolve a captação de poupança, sendo fundamental como alternativa para o financiamento de grandes projetos de longo prazo, tão importantes para o desenvolvimento autossustentável de um país. Como envolvem captação de poupança popular, as sociedades de Capitalização, assim como as sociedades seguradoras, devem obedecer às regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, conforme previsto no Decreto-Lei 73/66. Isso, certamente, já demonstraria a relevância social dessas empresas e a necessidade de controle e fiscalização por parte do Estado. Você pode estar se perguntando: as sociedades de Capitalização são instituições financeiras? A resposta é não. Apesar de, muitas vezes, o título de Capitalização ser comercializado dentro de agências bancárias, as sociedades de Capitalização não são consideradas instituições financeiras e, por isso, não sofrem fiscalização do Banco Central (Bacen). Entretanto, o Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio de suas resoluções, publica normas para aplicação das reservas técnicas das sociedades de Capitalização. Observação Quando um Título de Capitalização é vendido em uma agência bancária do Banco XYZ (imaginário), o título não é um produto do banco, mas, sim, de uma Sociedade de Capitalização da mesma holding que o banco (provavelmente da empresa XYZ Capitalização S/A) ou parceira deste banco. Veja, na listagem de Sociedades de Capitalização, que muitos nomes nos remetem aos bancos, mas são empresas distintas. 13 UNIDADE 1 CAPITALIZAÇÃO O mercado de Capitalização no Brasil está submetido à fiscalização da Superintendência de Seguros Privados (Susep), por força do Decreto-Lei nº 261/1967. Essa autarquia está vinculada ao Ministério da Fazenda e se encontra, também, submetida à política traçada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). PROCON, FISCALIZADORES, REGULADORES E A TRANSPARÊNCIA NA RELAÇÃO DE CONSUMO O produto Capitalização tem mais de 80 anos e, à medida que os órgãos fiscalizadores e de proteção aos consumidores criam novas legislações e regulamentos, o modelo de Capitalização vai se adequando a essas novas realidades de mercado. A atuação desses órgãos é de suma importância para garantir transpa- rência e, consequentemente, credibilidade e continuidade do produto no mercado durante todos esses anos. E como as empresas de Capitalização se adaptaram a esse novo mercado? Investindo em iniciativas como criação de novas formas de publicidade, maior transparência nos sorteios (com participação do público), notificação dos contemplados e atendimento ao consumidor de Capitalização, entre outros. INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR A contratação de qualquer título de Capitalização estabelece a obrigato- riedade de a Sociedade de Capitalização prestar informações relativas ao título sempre que solicitadas pelo subscritor ou titular (Anexo 1, art. 17). Segundo legislação em vigor, toda e qualquer cláusula que implique limitação ou imponha ônus aos titulares deverá ser redigida em destaque, permitindo imediata e fácil identificação e compreensão das regras. Além disso, a Sociedade de Capitalizaçãodeve prestar ao titular as informa- ções necessárias ao acompanhamento dos valores inerentes ao título, bem como emitir e remeter-lhe extratos individuais, no mínimo, uma vez a Importante Deve-se observar a necessidade de autorização, atualmente processada pela Susep, para que uma empresa possa iniciar sua operação no mercado de Títulos de Capitalização. Importante As informações prestadas ao consumidor devem conter, no mínimo, o valor do resgate atualizado. 14 UNIDADE 1 CAPITALIZAÇÃO cada ano, durante a vigência do título. A Sociedade de Capitalização deve, ainda, disponibilizar essas informações por meio de correspondência impressa e/ou eletrônica ou mediante outro canal de comunicação que se possa comprovar. Existe, também, a obrigatoriedade de notificação, por escrito, mediante correspondência expedida com aviso de recebimento (AR) ou por qual- quer meio que se possa comprovar, ao titular do título contemplado em sorteio, no prazo máximo de 40 dias, contados da data de sua realização. PROPAGANDA E MATERIAL DE COMERCIALIZAÇÃO A Sociedade de Capitalização é responsável pela fidedignidade das informa- ções prestadas por meio de propaganda ou no material de promoção e de comercialização dos seus títulos. A legislação determina que, embora não sejam passíveis de aprovação pela Susep, a propaganda e o material de comercialização refe rentes aos títulos de Capitalização somente poderão ser elaborados com autorização expressa e sob supervisão da Sociedade de Capitalização, respeitadas as Condições Gerais dos títulos e a Nota Técnica aprovadas pela Susep e as normas em vigor. Evidentemente, busca-se alcançar a relação Sociedade de Capitalização/ corretores. Como consequência, a sociedade torna-se também responsável por todo o conteúdo de informações prestadas a partir do material de divulgação. Há alguns requisitos específicos para esse tipo de material, como a inclusão do número do processo Susep, razão social da Sociedade de Capitalização, canal de ouvidoria para reclamações, além de algumas frases obrigatórias exigidas pela legislação (exemplo de frase obrigatória: “Antes de contratar, consulte previamente as condições gerais” – Circular Susep 576/2018). As empresas de Capitalização devem zelar para que, entre as informações prestadas por meio de promoção e de comercialização de seus títulos, sejam claramente identificados a respectiva modalidade, as suas características essenciais – como as regras de carência e o resgate antecipado –, além de informações sobre cessão de direitos, periodicidade dos sorteios e percen- tuais destinados à Capitalização e ao sorteio, periodicidade de pagamento, bem como sua aprovação no âmbito da Susep. Importante É necessário extremo cuidado com os materiais de propaganda e comercialização, que, segundo o Código de Defesa do Consumidor, tornam-se partes integrantes do contrato. 15 UNIDADE 1 CAPITALIZAÇÃO Toda e qualquer publicidade deverá apresentar em destaque o nome da Sociedade de Capitalização. Para os títulos de Capitalização de pagamentos periódicos ou mensais, deverão ser destacadas as informações das contribuições que devem ser realizadas pelo subscritor para manutenção do título. É vedado em qualquer propaganda, seja institucional ou não institu cional, utilizar: I. Nome ou imagem da Susep, salvo quando expressamente previsto em normativo. II. Menção a outra empresa que não a Sociedade de Capitalização, exceto a instituição que conste previamente indicada do docu- mento específico que trata de cessão de resgate, as empresas que representem os locais de comercialização dos títulos ou os locais de realização dos sorteios, e as empresas do mesmo grupo econômico, ou no caso de títulos da modalidade Incentivo, a empresa promotora de evento. III. Nome-fantasia ou qualquer outra informação que induza a erro quanto a direitos e/ou obrigações relacionadas ao título. IV. Informações que contrariem o previsto nas condições gerais do título de Capitalização ou na legislação vigente. ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO Sociedades de Capitalização são entidades organizadas sob a forma de sociedade anônima, com a finalidade de constituir capitais perfeitamente determinados em cada plano, pagáveis, em moeda corrente nacional, aos titulares do direito de resgate e do direito aos prêmios de sorteio de seus títulos, segundo cláusulas e regras aprovadas pelo Governo Federal, mais especificamente pela Susep. Como vimos, embora o sistema de Capitalização não integre o Sistema Nacional de Seguros Privados, evolui paralelamente a ele. As Sociedades de Capitalização desempenham funções análogas às entidades representativas do setor de seguros (sociedades seguradoras). 16 UNIDADE 1 CAPITALIZAÇÃO É vedada a constituição de sociedades de Capitalização que sejam contro- ladas, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público, conforme o art. 13 da Resolução CNSP n° 15/1991. Essas sociedades estão sujeitas a diversas disposições idênticas às estabelecidas para as sociedades seguradoras no Decreto-Lei nº 73/1966, de acordo com o previsto no art. 4º do Decreto-Lei nº 261/1967. A Sociedade de Capitalização deve constituir, obrigatoriamente, provisões matemáticas para a garantia dos títulos em vigor (Provisão Matemática para Capitalização) e a Provisão para Sorteios a Realizar, específica para essa finalidade. A Sociedade de Capitalização deve constituir, ainda, provisões técnicas para obrigações a liquidar como: ■ Provisão para Sorteios a Pagar; ■ Provisão para Resgate; ■ Outras Provisões Técnicas. Há algumas provisões que somente serão constituídas caso sejam neces- sárias, como a Provisão para Despesas Administrativas, constituída para cobrir os valores esperados para despesas administrativas dos planos, e Provisões para Distribuição de Bônus a serem constituídas para abranger os valores definidos para pagamentos de bônus. 17 FIXANDO CONCEITOS CAPITALIZAÇÃO FIXANDO CONCEITOS 1 Marque a alternativa correta 1. Atualmente, há uma divisão no mercado de Capitalização entre socie- dades ligadas a conglomerados financeiros e sociedades independentes. Assinale a opção que apresenta uma característica típica das sociedades ligadas a conglomerados financeiros: (a) Não dispõem de público-alvo para seus títulos. (b) Utilizam como canal principal de distribuição as casas lotéricas. (c) Utilizam como canal principal de distribuição as lojas de departamen- tos e/ou balcão de instituições financeiras com que firmam parcerias. (d) O público-alvo é formado diretamente pelos clientes do próprio conglomerado. (e) Emitem títulos em que somente existe o direito de sorteio. 2. Pode-se afirmar que a Capitalização, no Brasil, possui relevante papel em termos de política econômica, uma vez que ela: (a) Estimula a formação de poupança interna. (b) Estabiliza a taxa de inflação. (c) Permite que uma pessoa ganhe prêmios elevados em dinheiro. (d) Aumenta significativamente o fluxo de investimentos estrangeiros. (e) Não colabora para o desenvolvimento autossustentável de nosso país. 3. No Brasil, o faturamento das empresas de Capitalização aumentou em determinada época. Esse aumento decorreu da formação de um cenário em que havia estabilização econômica, queda nas taxas de juros e cresci- mento da renda dos brasileiros. Podemos afirmar que a formação desse cenário se deu em função do(a): (a) Surgimento de várias empresas no mercado. (b) Inflação pós-guerra, declínio do produto no mercado. (c) Introdução do Plano Real em 1994. (d) Entrada de conglomerados financeiros no setor da capitalização. (e) Chegada da Sulacap no Brasil. Consulte o gabarito clicando aqui. CAPITALIZAÇÃO 18 UNIDADE 202 Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ TÍTULODE CAPITALIZAÇÃO: VISÃO GERAL ⊲ AS CONDIÇÕES GERAIS DO TÍTULO: O “CONTRATO” DE CAPITALIZAÇÃO ⊲ INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ÀS CONDIÇÕES GERAIS. ⊲ A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: SUBSCRITOR E TITULAR ⊲ TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: CEDENTE E CESSIONÁRIO ⊲ VIGÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO FUNDAMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS e NORMAS DE CONTRATAÇÃO ■ Examinar as condições gerais do título, sua contratação, e provisões matemáticas. ■ Aprender o significado de subscritor, titular, cedente e cessionário, entendendo como funcionam os prazos de vigência e carência. ■ Identificar as formas de pagamento das contribuições (PU, PP e PM); conhecer como o valor pago é dividido em quotas de capitalização, sorteio e carregamento, sabendo ainda em que situações ocorrem a suspensão, o cancelamento e a reabilitação de um título de capitalização. ■ Conhecer a estruturação de um título de capitalização, entendendo seu conceito e tamanho da série. ⊲ PRAZO DE CARÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO ⊲ CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS: PU, PP E PM ⊲ A ESTRUTURAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: O TAMANHO DA SÉRIE ⊲ A COMPOSIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO: AS QUOTAS DE CAPITALIZAÇÃO, DE SORTEIO E DE CARREGAMENTO ⊲ SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO ⊲ A REABILITAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2 TÓPICOS DESTA UNIDADE CAPITALIZAÇÃO 19 UNIDADE 2 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: VISÃO GERAL — Conceitos de Poupança Programada e Sorteios Como vimos, o título de Capitalização busca aliar um mecanismo de pou- pança programada (a Capitalização em si) com a participação em sorteios. Os títulos que apresentam maior receptividade no mercado brasileiro são aqueles de baixo valor unitário, cujo principal objetivo é justamente o sorteio, componente lúdico bastante apreciado pelo consumidor. É importante que você perceba que o termo “título de Capitalização” possui duplo significado: ■ Capitalização como objeto do processo administrativo aberto pela sociedade, que aparece na frase “A Susep aprovou o título ‘Cem Milhões’ da sociedade de Capitalização XYZ”. Significa que as condições gerais e a nota técnica foram aprovadas pela Susep, e, assim, a sociedade de Capitalização poderá comercializar diversos contratos com aquelas mesmas condições gerais aprovadas. ■ título de Capitalização como individualização do contrato firmado entre consumidor e sociedade de Capitalização. Por exemplo, na frase “Eu comprei um título da sociedade de Capitalização XYZ”. Dessa forma, a aprovação dada pela Susep em um processo administra- tivo (aprovação do “título”, do plano, do produto) autoriza a sociedade a comercializar diversos contratos (“títulos”) de Capitalização, sendo que estes deverão reproduzir as condições gerais aprovadas no processo administrativo. Há quem denomine o objeto do processo administrativo de “plano de Capitalização” para diferenciá-lo dos títulos (contratos efetivamente comercializados). 20 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO A Susep prefere a nomenclatura “título de Capitalização” para acentuar a sua diferença em relação ao “plano de seguro”. Porém, no parágrafo único do art. 1º do Decreto-Lei nº 261/1967, já há menção tanto ao termo “título” (o que a sociedade vende ao público) quanto a “plano” (o que a sociedade aprova por intermédio da Susep). Desse modo, utilizaremos o termo “plano de Capitalização” para significar o produto que foi aprovado pela Susep em determinado processo. Em regra, o título de Capitalização entendido como um contrato existe fisicamente, é impresso e possui um número (“número do título”) que o identifica. Deve trazer também as condições gerais que foram aprovadas pela Susep. Atualmente, em função da parte que é mais valorizada do título (se resga- te ou sorteio) e de sua finalidade, os títulos serão enquadrados em uma das seis modalidades existentes, sendo voltados assim para nichos de mercados diferentes e, evidentemente, com características bem distintas. No mercado atual, os títulos em comercialização, independentemente da modalidade, apresentam dois componentes: “poupança programada” e “sorteios”. Siga em frente e conheça as características de cada um desses componentes. Poupança Programada A poupança programada faz-se por meio da aplicação de parte das con- tribuições realizadas pelo consumidor, por um período estipulado, a uma determinada taxa de juros. Ao montante presente nessa “poupança programada” dá-se o nome de capital ou reserva de Capitalização, ou, ainda mais tecnicamente, de Provisão Matemática para Capitalização (PMC). Ao final de cada mês, os juros decorrentes da remuneração do capital são adicionados ao próprio capital, passando a fazer parte dessa provisão matemática para efeito de cálculo dos juros do próximo período. Além disso, na poupança programada, o capital vai sendo mensalmente atualizado por um índice predefinido, geralmente, a Taxa Referencial (TR). A atualização monetária tem como objetivo a manutenção do poder de compra do capital, evitando que ele se deteriore pelos efeitos danosos da inflação. Importante Capital, Reserva de Capitalização ou Provisão Matemática para Capitalização – todos esses termos são utilizados para se referir ao montante presente na poupança programada. 21 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Art. 1º do Decreto-Lei 261/1967: “Art. 1º. Todas as operações das sociedades de Capitalização ficam subordinadas às disposições do presente Decreto-Lei. Parágrafo único. Consideram-se sociedades de Capitalização as que tiverem por objetivo fornecer ao público, de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal, a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano, e pago em moeda corrente em um prazo máximo indicado no mesmo plano, à pessoa que possuir um título segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no próprio título.” As Condições Gerais deverão, nos casos em que a TR for utilizada como índice de atualização da provisão matemática para Capitalização, conter a seguinte mensagem em destaque: “O capital formado neste título será atualizado pela Taxa Referencial (TR), conforme definido na Lei n 8.177, de 1 de março de 1991”. O saldo dessa espécie de conta programada do consumidor (Provisão Matemática para Capitalização – PMC) será utilizado como base para o valor a que o consumidor terá direito no momento do resgate (valor de resgate). Mas atenção! Não se deve confundir título de Capitalização com caderneta de poupança. Mesmo quando utilizamos o termo “poupança” relacionado à Capitalização, fazemos isso apenas para ilustrar que a evolução do capital presente na Provisão Matemática para Capitalização é muito semelhante à de uma caderneta de poupança. Na Capitalização, o acompanhamento desse capital é feito, porém, por uma Sociedade de Capitalização. É interessante observar que a formação de capital sempre esteve presente na concepção de um título de Capitalização: as sociedades de Capitalização emitiam certificados em favor dos respectivos compra dores, que nada mais eram do que os próprios títulos de Capitalização. Os subs- critores dos títulos efetuavam pagamentos à sociedade, durante um certo tempo, correspondentes ao valor dos títulos, e formavam assim um capital que, acrescido dos juros acumulados, era resgatado pelos titulares em pra- zo previamente fixado no título. Sorteios Originalmente, os sorteios eram um componente secundário, uma espécie de atrativo adicional e acessório, uma mera antecipação do recebimento do valor que seria formado ao final do prazo estipulado no plano, muito similar a um consórcio. 22 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Atualmente, o valor do sorteio é caracterizado por um múltiplo do paga- mento único, mensal ou periódico do título, não mais se vinculando ao valor de resgate final do título, podendo, inclusive,alcançar somas bastante expressivas, enquanto a PMC pode originar um valor de resgate bem menos atraente. Tais sorteios contemplam apenas alguns dos consumidores com valores de prêmios que devem ser previamente definidos nos títulos, sendo, portanto, do conhecimento de todos os participantes. É vedada a vinculação do pagamento de sorteio à aquisição de qualquer bem e/ou serviço. — Características do Título A definição formal diz que “título de Capitalização é um título financeiro do tipo mobiliário e nominativo, adquirido pelo comprador diretamente de uma sociedade de Capitalização ou por meio de um corretor”. Seu objetivo é a formação de capital por meio de uma aplicação prefixada por um período determinado e a uma taxa de juros previamente conhecida. Mais adiante você estudará, no tópico referente à remuneração do capital, que é possível que as sociedades de Capitalização estruturem seus títulos com taxas de juros diferenciadas ao longo de sua vigência, desde que respeitados os limites mínimos fixados pela Circular Susep nº 576/2018. Além de um papel do mercado mobiliário, o título de Capitalização é também um papel nominativo, porque possui um proprietário identificado que poderá transferir seu direito de propriedade a outra pessoa. Os títulos de Capitalização resultam de uma associação de dois componentes distintos e complementares, que são: ■ Poupança programada, constituída pela Capitalização ( juros com- postos) de uma parte do que foi pago pelo título. ■ Sorteios, cabendo a este aspecto lúdico antecipar ou ultrapassar os valores desejados com uma poupança programada. — Conteúdo do Título O título de Capitalização também pode ser entendido como um contrato entre a Sociedade de Capitalização e o adquirente, sendo composto por um conjunto de cláusulas que dão uma forma própria ao título. Essas cláu- sulas são denominadas condições gerais do título e estabelecem as regras relativas à formação do capital (reserva matemática), como também as regras para os sorteios. Saiba mais Confira o conteúdo da Circular Susep nº 576/2018 no Anexo 5. 23 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO As condições gerais, por possuírem uma natureza contratual, devem observar o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), sendo que essas condições, por disposição legal, deverão ser disponibilizadas ao subs- critor, assim como todas as demais informações acessórias ao produto, previamente à aquisição do título ou ao preenchimento da ficha de cadastro, quando existente. Excepcionalmente, para a modalidade popular custeada por pagamento único, as Condições Gerais do título de Capitalização deverão estar à disposição do subscritor na aquisição do título. Buscando-se uma analogia com o seguro, as condições gerais do título corresponderiam às condições contratuais do primeiro, e o título de Capitalização corresponderia à própria apólice de seguros. De qualquer forma, o título de Capitalização, juntamente com suas condi- ções gerais, deverá ser entregue ao(s) titular(es) ou ao subscritor em, no máximo, 15 (quinze) dias após a respectiva data de aquisição. A entrega do título de Capitalização deve compreender a possibilidade de obtenção de sua versão impressa na cidade de domicílio do subscritor e do(s) titular(es), sendo vedada a cobrança de quaisquer valores do subscritor e do(s) titular(es). Essa entrega pode ser feita fisicamente ou por meio eletrônico, ou, ainda, a Sociedade de Capitalização poderá informar o sítio na internet por meio do qual se tenha acesso às Condições Gerais. É obrigação do subscritor e do(s) titular(es) comunicar à Sociedade de Capitalização: I – Seus dados cadastrais atualizados, para efeito de registro e controle. II – A realização de cessão, informando os dados cadastrais do novo subscritor ou do(s) novo(s) titular(es), respectivamente. A Sociedade de Capitalização deverá manter registro atualizado contendo as informações sobre o título e os dados cadastrais do subscritor e do(s) titular(es), de modo a garantir perfeita vinculação do título de Capitalização entre estes e a Sociedade de Capitalização, observados também os requisitos da legislação específica. A Nota Técnica Atuarial consiste na descrição do título por meio de bases técnicas, hipóteses e formulações atuariais. Nela, encontram-se as demonstrações dos cálculos dos parâmetros técnicos de um título de Capitalização, traduzidos em enunciados e fórmulas matemáticas que o plano tem que satisfazer. Importante São as condições gerais que individualizam uma série de títulos, havendo diversos produtos em razão de existirem condições gerais diferentes. Subscritor É a pessoa que adquire o título de Capitalização, assumindo o compromisso de efetuar o pagamento de suas contribuições na forma convencionada nas condições gerais. Titular É o próprio subscritor, ou outra pessoa expressamente indicada por ele, que detém os direitos decorrentes do título de Capitalização. 24 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Além disso, a nota técnica traz também a formulação matemática das provisões que serão constituídas no plano de Capitalização. Ela deve ser assinada por um atuário com seu número de identificação profissional perante o órgão competente. Por não possuir natureza contratual e por não acrescentar novos elementos sobre os direitos ou as obrigações do consumidor, a nota técnica do plano não necessita ser de conhecimento do adquirente do título de Capitalização. — Aprovação do Título Como já falamos, para que uma Sociedade de Capitalização possa comercia lizar um título, é necessário que ela obtenha, previamente, uma aprovação específica, fornecida pela Susep. O processo ocorre da seguinte maneira: a sociedade de Capitalização deve encaminhar à Susep, para análise, as condições gerais e a Nota Técnica Atuarial dos títulos de Capitalização a serem por ela comercializados e, caso estejam em conformidade com os normativos em vigor, deve ocorrer a aprovação. As condições gerais e a Nota Técnica Atuarial devem ser encaminhadas por meio do Registro Eletrônico de Produtos, contemplando, no mínimo: ■ A razão social da sociedade; ■ CNPJ; ■ A respectiva modalidade à qual pertence o título; ■ A assinatura de dois diretores da sociedade; ■ A assinatura do atuário responsável pela elaboração da Nota Técnica Atuarial, com número de identificação profissional perante o órgão competente. Observação A nota técnica e as Condições Gerais não precisam ser estáticas. Podem sofrer ajustes ou alterações, desde que as mudanças em seus dispositivos sejam aprovadas pela Susep previa mente à sua implementação. Porém, após a comercialização do título, qualquer alteração implementada nas condições gerais ou na Nota Técnica Atuarial deverá ser previamente encaminhada à Susep mediante abertura de novo processo administra- tivo e, consequentemente, geração de um novo número. A critério da Sociedade de Capitalização, pode-se solicitar o arquivamento do processo original. Excepcionalmente, a Susep não exige a abertura de um novo processo administrativo se as alterações forem decorrentes de mudanças nas normas determinadas pela própria Susep ou pelo CNSP, isto é, se forem mudanças apenas para se adaptar a normativos novos que expressamente autorizem a manutenção do número de processo já existente. Importante É possível afirmar que um Título de Capitalização é formado tecnicamente pela união das Condições Gerais do título e da Nota Técnica Atuarial. Saiba mais Após a aprovação pela Susep, as Condições Gerais são disponibilizadas para consulta, no site da Susep, por meio do número do processo administrativo. 25 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO A aprovação ocorre por meio do processo para aprovação de título de Capitalização. Para cada plano, existe um número de processo administrativo, fornecido pela Susep, quando do recebimento dopedido de aprovação. É obrigatória a inclusão do número do processo Susep nas condições gerais, no título de Capitalização, na ficha de cadastro ou em qualquer veiculação de caráter publicitário, de forma a permitir a imediata identificação do produto pelo destinatário. A única exceção é quando se tratar de propaganda institucional. Nesse caso, não será necessário mencionar os números dos processos cadas- trados na Susep. Tanto as Condições Gerais quanto a nota técnica precisam ser previa mente aprovadas pela Susep para que os títulos referentes àquele processo administrativo possam ser comercializados. AS CONDIÇÕES GERAIS DO TÍTULO: O “CONTRATO” DE CAPITALIZAÇÃO Chamamos de condições gerais as normas que regem o contrato entre a sociedade e os adquirentes de títulos de Capitalização. As cláusulas definem os deveres e os direitos dos contratantes nas transações de compra e venda de títulos de Capitalização. O título é o docu- mento em que estão previstos todos os direitos e deveres da Sociedade de Capitalização e do consumidor. Nas condições gerais dos títulos (modelo no Anexo 1), são apresentados todos os diferenciais que a sociedade quer imprimir ao seu produto. As sociedades de Capitalização podem prever, por exemplo, a participação dos titulares nos lucros da empresa. Os direitos conferidos pela aquisição de um título de Capitalização variam de empresa para empresa e até de título para título (aqui entendidos como “ planos” distintos) de uma mesma empresa. No entanto, é preciso admitir que, atualmente, há uma crescente tendência de uniformi zação das Condições Gerais, em função da existência do plano padrão de Capi- talização elaborado pela comissão técnica da Federação Nacional de Capitalização (Fenacap). Importante É indispensável conhecer o conteúdo das condições gerais de um título, seja para vendê-lo, comprá-lo ou, ainda, para prestar informações aos consumidores. Saiba mais Os planos podem ser acessados em http:// www.susep.gov.br/menu/ informacoes-ao-mercado/ informacoes-tecnicas- e-planos-padroes/ capitalizacao 26 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO De acordo com a legislação em vigor, as Condições Gerais do título devem conter, no mínimo e sempre em destaque, os seguintes elementos: ■ Glossário com as definições de subscritor, titular, capital, provisão matemática para Capitalização e bônus, quando previsto. ■ Percentuais relativos às quotas de Capitalização, de sorteio e de carregamento. ■ Tabela que discrimine o percentual de resgate em relação ao montante de contribuições pagas para cada mês de vigência do título, destacando todos os parâmetros envolvidos no cálculo, devendo ser especificados eventuais fatores de redução para resgates antecipados. ■ Se o valor do prêmio de sorteio é líquido ou bruto e, nesse caso, dando ênfase ao fato de que o desconto de imposto de renda será na forma da legislação em vigor, explicitando o percentual vigente aplicável. ■ Razão social e CNPJ da Sociedade de Capitalização. ■ Modalidade. ■ Critério de atualização de valores, com a indicação do índice utili- zado e do índice substituto, utilizado na impossibilidade do primeiro. ■ Tamanho da série e probabilidade de contemplação do subscritor em cada sorteio. ■ Informação expressa sobre a realização de sorteios por pro- cessos próprios, quando aplicável, bem como informações, em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, sobre a possibilidade de o titular do título presenciar sua apuração. ■ Prazo de vigência e prazo de carência para resgate. ■ Meio de comunicação do sorteio e dos sorteados. ■ Índice de reajuste das contribuições e capital para vigências acima de 12 meses e índice substituto, utilizado na impossibilidade do primeiro. ■ Informação sobre o fato de as sociedades concorrerem aos prê- mios mediante os títulos não comercializados, suspensos ou cancelados, quando aplicável. ■ Informação sobre a incidência de juros moratórios, quando o sorteio e/ou resgate não forem pagos nos prazos estabelecidos pela legislação em vigor. ■ Informações relativas às condições para obtenção de bônus, quando previsto. ■ Informação de que se aplicará, quando do pagamento do resgate, tratamento tributário, na forma da legislação fiscal em vigor. 27 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO ■ Informação de que as questões judiciais entre o subscritor e/ou titular e a Sociedade de Capitalização serão processadas no foro de domicílio do titular. ■ Informação da documentação completa necessária para paga- mento da premiação e/ou resgate. ■ Informação de que os prazos prescricionais são aqueles determi- nados em lei. Todas as cláusulas que implicar em limitações ou impuserem ônus aos titu- lares deverão ser redigidas em destaque nas condições gerais, permitindo sua imediata e fácil identificação e compreensão. Além disso, elas deverão apresentar, obrigatoriamente, a seguinte redação (Anexo 1, art. 1o, §1o): A aprovação deste plano pela Susep não implica, por parte da Autarquia, em incentivo ou recomendação à sua aqui sição, representando, exclusivamente, sua adequação às normas em vigor. A redação transcrita também é aplicável à ficha de cadastro, caso ela seja necessária. Quando a venda for intermediada por corretor de Capitalização, também deverá haver a redação a seguir (Anexo 1, art. 1º, §2º): O consumidor poderá consultar a situação cadastral de seu corretor de capitalização, no sítio www.susep.gov.br, por meio do número de seu registro na Susep, nome completo, CNPJ ou CPF, quando a venda tiver sido intermediada por corretor de Capitalização. As duas redações transcritas também são aplicáveis à ficha de cadastro, caso ela seja necessária. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ÀS CONDIÇÕES GERAIS Além de todas as informações que devem estar presentes nas condições gerais e na ficha de cadastro, a legislação prevê, ainda, a obrigatoriedade de a sociedade prestar outras informações ao subscritor, podendo tais informações estarem apartadas das condições gerais do título. São elas: Importante Lembramos que as condições gerais devem estar disponíveis ao consumidor no momento da contratação do título. http://www.susep.gov.br 28 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Número do processo administrativo sob o qual o plano foi aprovado pela Susep. 001 Identificação dos titulares, quando diferentes do subscritor e decorrentes de sua indicação no momento da aquisição do título, com menção ao(s) respectivo(s) direito(s) e respectivos percentuais. Número do título e números ou códigos que o título utilizará na participação dos sorteios. A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: SUBSCRITOR E TITULAR As pessoas envolvidas na aquisição de um título de Capitalização passam a possuir uma denominação especial: subscritor e titular. Esses são dois termos bastante utilizados, portanto fique atento às definições: ■ Subscritor é a pessoa física ou jurídica que adquire o títu- lo de Capitalização, assumindo o compromisso de efetuar os pagamentos de suas contribuições na forma prevista nas Condições Gerais do título. ■ Já titular é a pessoa, física ou jurídica, proprietária do título. Ao titular cabem os direitos originados pelo título de Capitalização. Esses direitos são, basicamente, o de recebimento do resgate, de participação nos sorteios, incluindo também o recebimento dos prêmios, caso seja contemplado. O titular poderá ser o próprio subscritor ou uma outra pessoa, física ou jurídica, indicada por ele. Assim, o subscritor, ao adquirir o título de Capitalização (ou mesmo posteriormente, se não o fez em momento ante- rior), pode indicar a quem pertencem os direitos: ao próprio subscritor ou a alguém por ele indicado. Ainda em dúvida? Observe o exemplo a seguir: Uma pessoa pode comprar um título para si mesma ou pode comprá-lo e indi- car seu filho como titular. Nessecaso, ela é responsável pelo pagamento e o filho será o titular do direito de resgate. Caso o título seja sorteado, o filho possui o direito de receber o prêmio do sorteio. Importante É possível escolher mais de um titular. Assim, os pagamentos de resgate e de sorteios deverão ser efetuados a cada um dos titulares indicados na proporção estabelecida pelo subscritor por ocasião da contratação. 29 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO A partir deste momento, seguiremos nosso estudo com foco nos elemen- tos e requisitos que as condições gerais do título devem apresentar, uma vez que tais condições é que são levadas ao conhecimento do consumidor, definindo direitos e obrigações tanto para o consumidor quanto para a Sociedade de Capitalização. Abordaremos a nota técnica atuarial apenas quando for necessário esclarecer um tópico das condições gerais. Observações 1. É proibida a venda de Título de Capitalização a menores de 16 anos. 2. A Circular Susep nº 460/ 2012 criou também a figura do “Distribuidor de títulos de Capitalização”, que é a pessoa jurídica que realiza a intermediação entre a Sociedade de Capitalização e o canal de venda dos títulos. A circular estabelece ainda uma série de obrigações e regras para esse distribuidor. TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: CEDENTE E CESSIONÁRIO Conforme a legislação em vigor, o título de Capitalização é indivisível em relação à sociedade (Anexo 1, art. 2º). Isso significa que duas sociedades de Capitalização não podem se unir para lançar um título, sendo uma respon- sável pelo pagamento dos resgates e a outra responsável pelo pagamento referente aos sorteios. Também não é possível, mesmo depois que o título é comercializado, que uma sociedade transfira para outra a obrigação dos pagamentos referentes aos sorteios. Além disso, uma Sociedade de Capitalização não poderá comercializar os direitos relativos ao título separadamente, ou seja, ela não pode, por decisão sua, vender o direito de resgate de um título para uma pessoa e o direito de sorteio do mesmo título para outra. Assim, a Sociedade de Capitalização não pode, sozinha, decidir por dividir os direitos de um título de Capitalização. No entanto, para o subscritor e para o titular, é facultada a transferência (cessão) de seus papéis no título a qualquer momento, mediante comuni- cação escrita à sociedade, não podendo ser cobrada qualquer taxa para a realização dessa transferência. 30 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Atenção Em caso de falecimento do titular, o título integrará o seu espólio. Assim, em regra, após a conclusão do processo de inventário, serão distribuídos os direitos decorrentes do título aos herdeiros do titular. Em caso de falecimento do subscritor, a transferência se dá de acordo com duas situações: ■ Subscritor e titular eram a mesma pessoa – neste caso, os direitos oriundos do título integrarão o espólio do falecido. Quanto à obrigação de realização dos paga- mentos restantes (caso existam), que cabiam ao subscritor falecido, tal obrigação poderá ser assumida por qualquer pessoa legalmente interessada, porém, isso não lhe garantirá os direitos do título. ■ Subscritor e titular eram pessoas diferentes – neste caso, qualquer pessoa legal- mente interessada poderá assumir o lugar do subscritor. O titular continuará a deter os direitos originados do título (resgate da provisão matemática e recebimento dos prêmios de sorteios). Em qualquer das duas hipóteses, não se efetuando os pagamentos, o título será cancelado conforme as regras previstas nas condições gerais, persistindo, no entanto, o direito de resgate. A pessoa, física ou jurídica, que cede o seu papel no título de Capitalização é chamada de cedente, enquanto a pessoa a quem esse papel está sendo cedido é chamada de cessionário. A transferência de titular é mais frequente do que a transferência entre subscritores. Na transferência do titular, o cessionário (novo titular) o substitui (antigo titu- lar) em todos os seus direitos e obrigações. Assim, o novo titular passará a possuir o direito ao resgate e à participação nos sorteios. O subscritor pode transferir para outra pessoa a obrigação de efetuar os pagamentos. Para tal, deverá ter a concordância desta outra pessoa, que passará a assumir a obrigação dos pagamentos. Importante Cedente é quem cede seu papel no título de Capitalização. Cessionário é a pessoa para quem o papel foi cedido. 31 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Importante 1. Cabe ao subscritor e ao titular comunicar à Sociedade de Capitalização sobre: ■ Seus dados cadastrais atualizados para efeito de registro e controle. ■ A realização de transferência (cessão), informando os dados cadastrais do novo subscritor ou do novo titular (cessionários), respectivamente. ■ A Sociedade de Capitalização deverá manter registro atualizado contendo as informações sobre o título e os dados cadastrais do subscritor e do titular, de modo a identificar a perfeita vinculação do título de capitalização entre essas pessoas e a Sociedade de Capitalização, observados também outros requisitos de legislação mais específica. 2. É vedado à Sociedade de Capitalização estabelecer a cessão automática de qualquer direito relativo ao título de capitalização. Para os títulos em que foi cedi- do apenas o direito de resgate, este somente poderá ser solicitado após a realiza- ção de todos os sorteios previstos no título, salvo quando a provisão matemática for utilizada como garantia. Exemplo Exemplos de Subscritor e Titular – Cedente e Cessionário Observe através dos exemplos a seguir como são aplicados na prática os conceitos de Subscritor, Titular, Cedente e Cessionário. Exemplo 1 – Sr. João adquiriu um Título de Capitalização com o objetivo de constituir uma reserva financeira e ainda concorrer a sorteios. Neste caso, a configuração de seu título ficaria assim: SUBSCRITOR João – 100% Pagamento O Subscritor (adquirente) é o responsável pelo pagamento das contribuições. O Titular do direito de resgatar a reserva acumulada (PMC). O Titular do direito de partici- par dos sorteios e receber a premiação, se contemplado. João – 100% Resgate João – 100% Sorteio TITULAR TITULAR 32 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Exemplo 2 – Com o passar do tempo, o Sr. João (Cedente), decide ceder 50% do seu direito de resgate para a sua esposa Maria (Cessionária), permanecendo com os 50% restantes. Quanto ao direito de sorteio, ele também cede 50% para sua esposa, mas divide os 50% restantes entre seus dois filhos Pedro e Carlos, em partes iguais. Uma vez efetuadas as alterações, a configuração de seu título passaria a ser: SUBSCRITOR João – 100% Pagamento O Subscritor (adquirente) é o responsável pelo pagamento das contribuições. O(s) Titular(es) do direito de resgatar a reserva acumulada (PMC). O(s) Titular(es) do direito de participar dos sorteios e rece- ber a premiação, se for o caso. João – 50% Maria – 50% Resgate Maria – 50% Pedro – 25% Carlos – 25% Sorteio TITULAR(ES) TITULAR(ES) Observação: Por se tratar de um direito (resgate e/ou sorteio), caberá ao titular ceder esse(s) direito(s) a terceiros, se for do seu interesse, em número e na proporção que bem lhe entender. VIGÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO A data de início de vigência do título de Capitalização é a data de sua aqui- sição. É considerada data de aquisição do título de Capitalização a data da primeira contribuição ou da contribuição única. Quando a data de aquisição não é conhecida, será utilizada a data de início de comercialização da série, desde que o prazo de comercialização da série não ultrapasse 60 (sessenta) dias. 33 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO O prazo de vigência é o período durante o qual o título de Capitalização está sujeito às regras descritas nas condições gerais do título, sendo administrado pela Sociedade de Capitalização. É compreendido entrea data de início e a data final para constituição do capital a ser pago ao(s) titular(es) do direito de resgate. O prazo mínimo de vigência para um título de Capitalização depende de sua modalidade. O título permanecerá plenamente ativo enquanto não houver atraso nos pagamentos. A partir da data de início, e durante o prazo de vigência, o titu- lar passa a ter direito a todos os benefícios proporcionados pelo produto: juros e atualização da Provisão Matemática para Capitalização, além de poder participar dos sorteios. O art. 1º do Decreto-Lei nº 261/1967 menciona que o título objetiva “a cons- tituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano, e pago em moeda corrente em um prazo máximo indicado no mesmo plano”. Dessa forma, o prazo de vigência é exatamente o prazo estabelecido no título para a formação do capital que este objetiva atingir. Pode-se dizer que o prazo de vigência é aquele em que esse capital está sujeito à remuneração (Capitalização), pela incidência da taxa de juros prevista nas Condições Gerais, e à atualização monetária por meio da aplicação do índice informado também nas Condições Gerais. PRAZO DE CARÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO O prazo de carência é o período de tempo, contado a partir do início de vigência do título, que o titular terá que aguardar para poder receber o valor de resgate. Na Capitalização, alguns títulos admitem que o titular possa reali- zar resgates mesmo antes de encerrada a vigência do título, o que se denomina resgate antecipado (antecipado em relação ao fim da vigência). No entanto, o título também pode estabelecer que o valor a ser recebido, em função do resgate antecipado, só poderá ocorrer depois de cumprida uma parte da vigência, denominada prazo de carência (Anexo 1, art. 11). O prazo de carência do título de Capitalização não afeta o direito de partici- pação nos sorteios. Isso significa dizer que, nesse prazo, o título concorrerá normalmente aos sorteios, havendo apenas a limitação ao recebimento do valor oriundo de resgate antecipado. Importante O prazo de vigência não se confunde com o prazo de pagamento, que é o período durante o qual o subscritor se compromete a efetuar os pagamentos. Porém, o prazo de pagamento só poderá, no máximo, ser igual ao prazo de vigência. Importante Para qualquer tipo de título, é proibida a cobrança de valores do subscritor ou do titular com finalidade de inscrição, cadastro ou cessão do título, independentemente de sua denominação. Assim, nada, além de valores correspondentes às contribuições, pode ser cobrado do subscritor de um título de Capitalização. 34 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO E nos casos de cancelamento por inadimplência? Quando houver esse cancelamento, os recursos presentes na provisão matemática para Capitalização sempre poderão ser levantados pelo titular (não obrigatoriamente de forma integral), devendo, no entanto, aguardar o cumprimento do prazo de carência do título de Capitalização, se existente. Desse modo, se o cancelamento ocorrer durante o prazo de carência esta- belecido no título, o titular deverá aguardar o seu término para, só então, obter o valor de resgate. A legislação permite que a sociedade fixe um prazo de carência para a efetivação de resgates de, no máximo, 24 meses (contados sempre a partir da data de início da vigência), mas nunca superior ao próprio prazo de vigência do título. Assim, se o título tiver um prazo de vigência igual ou inferior a 24 meses, o prazo máximo de carência admitido pela legislação para a efetivação do resgate será igual ao período de vigência do título. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS: PU, PP E PM Em relação aos tipos de títulos, eles são classificados com base no número de pagamentos que serão efetuados pelo subscritor. Dividem-se em paga- mento único (PU), pagamentos periódicos (PP) e pagamentos mensais (PM) (Anexo 1, art. 4º). Como o próprio nome diz, os títulos do tipo PU se caracterizam por um pagamento único. Os títulos do tipo PM preveem a realização de um pagamento para cada mês de sua vigência. Assim, exemplificando, se o título PM possuir uma vigência de 60 meses, ele exigirá que o subscritor realize 60 pagamentos mensais e consecutivos. Já os títulos do tipo PP preveem pagamentos periódicos. Não há correspon- dência entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência, sendo prevista a realização de mais de um pagamento (se fosse apenas um pagamento, seria PU). Em geral, esses pagamentos são consecutivos, mas não há correspondên- cia entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência. Por exemplo, é possível a existência de um título PP com 12 meses de vigência em que haja somente seis pagamentos (do 1o ao 6º mês, por exemplo). Exemplo Um título de 12 meses de vigência pode prever, no máximo, um prazo de carência de 12 meses. Já um título com 72 meses de vigência poderia apresentar um prazo máximo de carência de 24 meses. Saiba mais Os títulos PP e PM são os que mais se aproximam da ideia de uma “poupança programada”, ou “forçada”, como alguns preferem, em razão de o subscritor ser obrigado a efetuar os pagamentos mensalmente, sendo o valor de resgate gradativamente construído. 35 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Há diversas aplicações práticas para os títulos PP e PM. Em geral, eles prio- rizam não só os sorteios, mas também o valor de resgate. A ESTRUTURAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: O TAMANHO DA SÉRIE De acordo com a legislação em vigor, os títulos de Capitalização devem ser estruturados em séries. O que isso significa? Simples: significa que eles devem ser numerados em sequência limitada de títulos submetidos às mesmas condições gerais e especificações técnicas, à exceção do valor da contribuição, e que possuem a mesma probabilidade de serem contemplados em sorteios de participação comum (Anexo 1, art. 8º). O número de títulos (tamanho da série) que será emitido em uma mesma série deverá ser informado no próprio título de Capitalização, bem como no material de comercialização, nas condições gerais, em destaque, e na nota técnica atuarial do título. Dessa forma, o tamanho da série represen- ta a quantidade máxima de títulos que poderá ser emitida nessa mesma série. Somente os títulos relativos a uma mesma série podem concorrer aos sorteios previstos para aquela série. Porém, é possível que uma Sociedade de Capitalização comercialize várias séries distintas, observada, no entanto, em cada série, a quanti- dade máxima de títulos. A importância do tamanho da série está relacionada aos sorteios. Em primeiro lugar, os sorteios são custeados pelos próprios títulos, por meio da quota de sorteio. Assim, para se determinar quanto compete a cada título, ou seja, para se fazer a divisão do custo dos sorteios pelos títulos, é necessário definir quantos títulos serão colocados à venda, ou seja, é necessário definir o tamanho da série. O segundo aspecto relevante é referente à probabilidade de ser sorteado. Evidentemente, quanto maior o tamanho da série, mais difícil será, em tese, um título ser sorteado. Importante Títulos com valores de contribuição diferenciados podem ser comercializados em uma mesma série, desde que tal hipótese esteja prevista na nota técnica atuarial do plano. Saiba mais É certo que os sorteios relativos a uma série não se comunicam com uma outra, isto é, os sorteios e, consequentemente, os títulos ganhadores são independentes entre as séries. 36 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO Uma série é, portanto, um conjunto limitado de títulos, numerados sequen- cialmente, que possuem a mesma probabilidade de serem sorteados (o que, tecnicamente, denomina-se equiprobabilidade de contemplação no sorteio), que concorrem aos mesmos sorteios e que buscam garantir o equilíbrio entre receitas e despesas relativamente aos sorteios. ACOMPOSIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO: AS QUOTAS DE CAPITALIZAÇÃO, DE SORTEIO E DE CARREGAMENTO Cada contribuição a ser realizada pelo subscritor é formada por três compo- nentes: quota de Capitalização, quota de sorteio e quota de carregamento (Anexo 1, Glossário). É comum se apresentarem as quotas como sendo percentuais incidentes sobre a contribuição. Assim, em cada contribuição, a soma dos percentuais referentes à quota de Capitalização, ao sorteio e ao carregamento deve resul- tar em 100%, isto é, a soma equivale a 100% do valor da contribuição. A seguir, você pode conferir as características de cada uma das quotas. Siga em frente! — Quotas de Capitalização Representam o percentual (a parte) de cada contribuição que será destinado à constituição do capital a ser resgatado. Os percentuais relativos às contribuições a serem utilizados para constituição da Provisão Matemática para Capitalização – quotas de Capitalização – deverão obedecer aos seguintes critérios, observados, ainda, os demais requisitos de cada modalidade: ■ A quota de Capitalização deve ser superior às demais quotas individual mente consideradas. ■ Nos títulos com pagamento único (PU), a quota de Capitalização mínima é de 50% do valor da contribuição na modalidade popu- lar e 70% nas modalidades Tradicional e Instrumento de Garantia, qualquer que seja o prazo de vigência. 37 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO ■ Nos títulos com pagamentos mensais (PM) ou com pagamentos periódicos (PP), os percentuais destinados à formação da Provisão Matemática para Capitalização deverão ser, no mínimo, 10% do valor de cada contribuição nos primeiros três meses de vigência e 70% a partir do quarto mês de vigência. Além disso, a média aritmética do percentual de Capitalização de todos as contribuições, até o final da vigência do título, deverá corresponder a, no mínimo, 70%, qualquer que seja o prazo de vigência do título. Ainda em dúvida? Então observe os quadros a seguir e veja, resumidamente, as diferenças de percentual para cada modalidade de título. QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA – TÍTULOS PU TÍTULOS PU PERCENTUAL MÍNIMO DESTINADO À CAPITALIZAÇÃO (QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA) Títulos da modalidade Popular 50% Títulos das modalidades Tradicional e Instrumento de Garantia 70% Títulos da modalidade incentivo e filantropia premiável A quota de Capitalização deve ser superior às demais quotas individualmente consideradas. Para apuração deste critério, os eventuais valores de sorteio custeados pela quota de carregamento deverão ser somados à quota de sorteio. QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA – TÍTULOS PM OU PP PM OU PP COM SORTEIOS PERCENTUAL MÍNIMO DESTINADO À CAPITALIZAÇÃO (QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA) 1ª 2ª e 3ª contribuições 10% 4a contribuição em diante 70% Média de todas as contribuições 70% — Quotas de Sorteio As quotas de sorteio têm como finalidade custear os prêmios dos sorteios que são distribuídos em cada série. Representam a parte lotérica do título, ou seja, aquilo que o consumidor está “jogando”. O “bolo” formado por essas parcelas se destina, exclusivamente, a bancar os prêmios pagos aos clientes sorteados. Os prêmios de sorteio devem ser custeados pela quota de sorteio dos títulos da mesma série. Apenas a modalidade popular possui limite para quota de sorteio, que deverá corresponder a, no mínimo, 5% (cinco por cento) da contribuição. Exemplo Se, em uma série com 100.000 títulos com pagamento único de valor “a”, os prêmios de sorteios totalizarem 10.000 vezes o valor da contribuição (10.000 * a), a quota de sorteio será de 10% (10.000 * a/100.000 * a), isto é, cada título colabora com 10% de sua contribuição para custear os sorteios. 38 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO — Quotas de Carregamento Os percentuais de carregamento deverão cobrir os custos de despesas com corretagem, colocação e administração do título de Capitalização, emissão, divulgação, eventuais despesas relativas ao custeio da contemplação obrigatória e da distribuição de bônus e, é claro, o lucro da Sociedade de Capitalização. Assim, as quotas de carregamento representam a parcela de cada contri- buição que é cobrada pela sociedade para administrar o título. Para que você não tenha dúvidas, observe o exemplo a seguir e acom- panhe o raciocínio. Exemplo: em um título com pagamentos mensais no valor de R$ 200,00 (cada um), a quarta contribuição apresenta as seguintes quotas: ■ Quota de Capitalização: 75%. ■ Quota de sorteio: 15%. ■ Quota de carregamento: 10%. Então, R$ 150,00 (75%) serão destinados para compor o capital, R$ 30,00 (15%) serão destinados para o custeio dos sorteios, e R$ 20,00 (10%) serão destinados ao carregamento da Sociedade de Capitalização. Desse modo, apenas uma parte da contribuição (oriunda da quota de Capitalização) é efetivamente utilizada na formação do capital, isto é, da provisão matemática para Capitalização (PMC). Ficou mais claro, certo? Notas ■ As quotas de capitalização, de sorteio e de carregamento deverão ser apresen- tadas sempre em destaque nas condições gerais do título de capitalização e ser de conhecimento do subscritor no ato da subscrição. ■ Dentro dos limites estabelecidos pela legislação, cada sociedade pode fixar suas próprias quotas, de acordo com o objetivo comercial a ser atingido para cada produto que lançar. 39 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO A suspensão do título de Capitalização é uma decorrência da falta de pagamento, sendo uma característica dos títulos pagamento mensal (PM) – ou dos títulos pagamento periódico (PP). Não tendo havido o pagamento na data prevista, o título é considerado suspenso a partir daquela data (Anexo 1, art. 6º). Com isso, há também a suspensão automática do direito do titular de participar dos sorteios. Saiba Mais Caso o número do título suspenso seja sorteado, a Sociedade de Capitalização é a detentora do prêmio de sorteio por ter sido ela que arcou com o custeio daquele prêmio de sorteio relativamente ao título suspenso, ou seja, “pagou” a quota de sorteio do título suspenso durante o prazo de suspensão. Um segundo efeito da suspensão é iniciar a contagem de prazo para a res- cisão (cancelamento) do título. Todo título tem um prazo máximo durante o qual poderá permanecer suspenso. Encerrado tal prazo, sem que tenha havido pagamento, o título será cancelado (Anexo 1, art. 7º). No entanto, de acordo com a legislação, a Sociedade de Capitalização não poderá se apropriar da provisão matemática dos títulos suspensos ou cancelados (caducos) em razão de inadimplência. Se houver o cancelamento, a sociedade deverá colocar o valor do resgate à disposição do titular, tão logo o período de carência termine (se existente), independentemente do número de pagamentos efetuados. Esse direito permanece válido mesmo nos casos em que a inadimplência tenha ocorrido em data anterior ao término do prazo de carência fixado nas condições gerais do título. Para entender melhor, confira os parágrafos do art. 24 da Resolução CNSP 384/20, que tratam da suspensão, do cancelamento e da reabilitação dos títulos de Capitalização: Art. 24. (...) §1º. As condições gerais do título, para o caso de atraso no paga mento da contribuição, deverão prever um prazo de suspensão, durante o qual o título poderá ser reabilitado com prorrogação, ou não, dos prazos de contribuição e de capitalização. Atenção Quanto à provisão matemática para capitalização do título, há uma diferença entre suspensão e cancelamento. A suspensão não gera efeitos, isto é, ainda que suspenso, a sua provisão continua a ser atualizada monetariamente pelo índice adotado e capitalizada pela taxa de juros prevista no título. Já para um título cancelado, somente existirá incidência de atualização monetária até que o resgate seja pago ao titular, não havendo mais,portanto, a incidência de juros após o cancelamento (Anexo 1, art. 11, §7º). 40 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO §2º. A reabilitação sem prorrogação implica o pagamento das contribuições vencidas, podendo ser acrescida dos juros do plano e da atualização monetária. §3º. Vencido o prazo de suspensão, o título ficará rescin dido, permanecendo à disposição do titular o respectivo valor de resgate, para recebimento do mesmo após o prazo de carência, quando previsto. §4º. Ao titular do título reabilitado não assistirá qualquer direito aos sorteios realizados durante o período de suspensão. A REABILITAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO A reabilitação é o encerramento da suspensão de um título de Capitalização em razão de ter o subscritor efetuado um ou todos os pagamentos em atraso, dependendo do caso. Com a reabilitação, o título volta a participar dos sorteios. Porém, só poderá haver a reabilitação enquanto durar a suspensão, isto é, uma vez cancelado o título, este não poderá mais ser reabilitado (Anexo 1, art. 6º, parágrafo único). Conforme exposto no art. 24, §1º, duas são as formas possíveis de reabili- tação: sem prorrogação do prazo de vigência ou com a sua prorrogação. Falaremos delas, detalhadamente, a seguir. — Reabilitação sem Prorrogação de Vigência Para que você entenda como funciona essa forma de reabilitação, imagine a seguinte situação: um título PM que preveja 12 pagamentos e, consequentemen- te, 12 meses de vigência, adquirido e tendo sido efetuado o primeiro pagamento em 1º de janeiro, e que admita, ainda, um período máximo de suspensão de qua- tro meses, sendo possível a reabilitação sem prorrogação de vigência. Dessa forma, vamos supor que o subscritor tenha deixado de efetuar o segun- do e o terceiro pagamentos, referentes aos meses de fevereiro e março. O título, então, foi suspenso em 1º de fevereiro, data em que deveria ter aconteci- do o segundo pagamento. No dia 15 de março, desejando reabilitar seu título, o subscritor deverá efetuar os pagamentos relativos aos dois meses em atraso, devidamente atualizados e, ainda, acrescidos de juros. Por força do §2o, já transcrito, não Saiba mais Apesar de o texto da Resolução CNSP nº 384/2020 falar em “prorrogação do prazo de contribuição e de Capitalização”, pensamos ser mais abrangente o termo “prorrogação de vigência”, conforme os motivos que serão apresentados no próximo tópico. Confira o conteúdo completo da Resolução no Anexo 4. Exemplo Se um título prevê um sorteio mensal, sempre no dia 5, então o título suspenso não participou dos sorteios de 5 de fevereiro e de 5 de março, não tendo como “recuperá-los”. 41 UNIDADE 2 CAPITALIZAÇÃO havendo prorrogação de vigência, só ocorrerá a reabilitação se todos os pagamentos em atraso forem devidamente quitados, acrescidos de juros e atualização monetária. A obrigatoriedade de atualização monetária e de juros busca salvaguardar o valor final de resgate, já que, se os pagamentos tivessem ocorrido na data cor- reta, a parte destinada ao capital estaria sujeita à atualização e aos juros na Provisão Matemática para Capitalização. Como vimos, reabilitação sem prorrogação de vigência significa que o título não terá a sua vigência inicial alterada, ainda que tenha permanecido suspenso durante um período. Assim, no exemplo anterior, com vigência de 12 meses, em 1o de janeiro do ano seguinte, o título completaria sua vigência, encerrando-se. Outro efeito da não prorrogação da vigência é a perda definitiva dos sorteios que ocorreram durante o prazo de suspensão. — Reabilitação com Prorrogação de Vigência A reabilitação com prorrogação de vigência difere da anterior por não exigir o pagamento de todos os meses que eventualmente estejam em atraso, bastando, apenas, a efetivação de um pagamento para reabilitar o título. No exemplo anterior, se o subscritor, que atrasou em fevereiro e março, efetuasse o pagamento de abril no vencimento correto (1º de abril), o título estaria reabilitado. Obviamente, para que isso aconteça, a reabilitação com prorrogação de vigência deve estar prevista nas Condições Gerais. Dessa forma, a reabilitação com prorrogação consiste em estender o prazo normal de vigência em função do número de parcelas em atraso. Assim, ainda no mesmo exemplo, o título teria a sua vigência prorrogada por mais dois meses (período que corresponde ao número de paga mentos não realizados). Além de facilitar a reabilitação, já que basta apenas um pagamento para afas- tar a suspensão e que não há cobrança de juros e atualização, a reabilitação com prorrogação de vigência repercute favoravelmente também nos sorteios, já que, prorrogada a vigência, deve também ser prorrogada a participação nos sorteios periódicos. Voltando ao exemplo, o titular participaria de sorteios nos dois meses de prorrogação de sua vigência ( janeiro e fevereiro do ano seguinte). Portanto não há a perda definitiva dos sorteios periódicos quando prevista a reabilitação com prorrogação de vigência. Este é o motivo de optarmos por utilizar a expressão “prorrogação de vigência” – e não “prorrogação do prazo de pagamento e de Capitalização” –, já que não são apenas os prazos de pagamento e Capitalização que são dilatados, mas também a participação em sorteios periódicos. 42 FIXANDO CONCEITOS CAPITALIZAÇÃO FIXANDO CONCEITOS 2 Marque a alternativa correta 1. Arthur foi incentivado por um amigo a fazer uma economia mensal, guardando algum valor do seu salário. Ele gostou da ideia e teve como sugestão o título de Capitalização. Para ajudá-lo na decisão, seu corretor deverá lhe informar que a economia (ou poupança) programada no título de Capitalização e realizada por meio da aplicação de: (a) Parte dos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período de tempo não previamente definido no título, sem haver a obrigato- riedade de incidência de juros. (b) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período estipulado no título, a uma determinada taxa de juros. (c) Parte dos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período estipulado no título, a uma determinada taxa de juros. (d) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período não previamente definido no título, a uma determinada taxa de juros. (e) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período não previamente definido no título, mas sem aplicação de taxa de juros. 2. Sobre a figura do subscritor em um título de Capitalização, podemos afirmar que: (a) É obrigatoriamente uma pessoa física. (b) Poderá ser o próprio titular ou uma outra pessoa, física ou jurídica, indicada pelo titular. (c) Possui sempre o direito de resgate do título. (d) Ele se compromete a efetuar os pagamentos na forma prevista nas condições gerais do título. (e) É obrigatoriamente uma pessoa jurídica. 43 FIXANDO CONCEITOS CAPITALIZAÇÃO 3. Em um título de Capitalização, a nota técnica pode ser definida como a(o): (a) Descrição do título por meio de bases técnicas, hipóteses e formula- ções atuariais. (b) Documento assinado pelo subscritor. (c) Documento que obrigatoriamente precisa ser entregue ao titular. (d) Documento que contém os números com os quais o titular concorrerá aos sorteios. (e) Descrição do título no qual estão contidos os direitos e deveres da Sociedade de capitalização e do titular. 4. Na aquisição de um título de Capitalização, o cliente passa a possuir uma denominação que indicará se ele será Titular e/ou Subscritor do Título. Entre as alternativas a seguir, aquela que indica a definição para Titular é: (a) A pessoa física, proprietária do título de Capitalização, a quem devem ser pagos os direitos originados pelo título. (b) A pessoa jurídica, proprietária do título de Capitalização, a quem devem ser pagos os direitos originados
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