Buscar

Apostila_Capitalização_2023

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 127 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 127 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 127 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
FABIO CHEMELLO – 2023/2022
CHRISTINE DE FARIA ZETTEL – 2021/2020
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros - ENS.
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
E73c Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
 Capitalização / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de 
 Ensino Técnico; assessoria técnica de Fabio Chemello. – 25.ed. – Rio de 
 Janeiro: ENS, 2023.
 2,68 Mb ; PDF
 1. Capitalização. 2. Reservas matemáticas. I. Chemello, Fabio. 
 II. Título. 
 0022-2663 CDU 368.027.3(072) 
25ª EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
2023
A 
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito 
 educacional, que contribuem para um mercado de seguros, 
previdência complementar, capitalização e resseguro cada 
vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para 
o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a 
competitividade é cada vez maior.
 Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.
CAPITALIZAÇÃO
 1. CAPITALIZAÇÃO: 
 HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO 8 
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 9
 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES 11
 A CAPITALIZAÇÃO NO CONTEXTO ECONÔMICO DO PAÍS 12
 PROCON, FISCALIZADORES, REGULADORES 
E A TRANSPARÊNCIA NA RELAÇÃO DE CONSUMO 13
 INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR 13
 PROPAGANDA E MATERIAL DE COMERCIALIZAÇÃO 14
 ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO 15
 FIXANDO CONCEITOS 1 17
 2. FUNDAMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS 
 E NORMAS DE CONTRATAÇÃO 18
 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: VISÃO GERAL 19
Conceitos de Poupança Programada e Sorteios 19
Características do Título 22
Conteúdo do Título 22
Aprovação do Título 24
 AS CONDIÇÕES GERAIS DO TÍTULO: O “CONTRATO” DE CAPITALIZAÇÃO 25
 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ÀS CONDIÇÕES GERAIS 27
 A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO 
DE CAPITALIZAÇÃO: SUBSCRITOR E TITULAR 28
SUMÁRIO
INTERATIVO
CAPITALIZAÇÃO
 TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: 
CEDENTE E CESSIONÁRIO 29
 VIGÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 32
 PRAZO DE CARÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 33
 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS: PU, PP E PM 34
 A ESTRUTURAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: 
 O TAMANHO DA SÉRIE 35
 A COMPOSIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO: 
AS QUOTAS DE CAPITALIZAÇÃO, DE SORTEIO E DE CARREGAMENTO 36
Quotas de Capitalização 36
Quotas de Sorteio 37
Quotas de Carregamento 38
 SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 39
 A REABILITAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 40
Reabilitação sem Prorrogação de Vigência 40
Reabilitação com Prorrogação de Vigência 41
 FIXANDO CONCEITOS 2 42
 3. CAPITAL, SORTEIO E RESGATE 47 
 VALOR DA CONTRIBUIÇÃO E SUA ATUALIZAÇÃO 48
 A PROVISÃO MATEMÁTICA PARA CAPITALIZAÇÃO: 
A CONSTITUIÇÃO DO CAPITAL PARA RESGATE 49
A Provisão Matemática para Capitalização no Título PU 50
A Provisão Matemática para Capitalização nos Títulos PM ou PP 50
 A REMUNERAÇÃO DO CAPITAL: A TAXA DE JUROS 52
 A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DA PROVISÃO MATEMÁTICA: 
 A RECUPERAÇÃO DO PODER DE COMPRA 53
 SORTEIO: O GRANDE ATRATIVO DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 54
Considerações Iniciais 54
Efeitos sobre um Título Sorteado 55
Tipos de Sorteio 56
CAPITALIZAÇÃO
Valores dos Prêmios dos Sorteios 58
Limites aos Prêmios e às Quotas de Sorteio 59
Pagamento do Prêmio do Sorteio e Comunicação ao Titular Sorteado 62
 O RESGATE DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 63
Resgate Parcial 64
Resgate Total 64
Penalidade 68
 A TABELA DE RESGATE 69
 FIXANDO CONCEITOS 3 72
 4. AS MODALIDADES DE UM 
 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 77 
 MODALIDADES DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 78
A Modalidade Tradicional 78
A Modalidade Instrumento de Garantia 80
A Modalidade Compra Programada 82
A Modalidade Popular 84
A Modalidade Incentivo 86
A Modalidade Filantropia Premiável 89
Títulos de Capitalização × Poupança 94
 FICHA DE CADASTRO 95
 FIXANDO CONCEITOS 4 99
 5. TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 
 COMO GARANTIA DE ALUGUEL 101 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 102
 GARANTIA NOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO 102
Fiador 103
Caução em Dinheiro 103
Seguro Fiança 103
Capitalização Como Garantia de Aluguel 103
Características e Benefícios 105
CAPITALIZAÇÃO
 MEMBROS ENVOLVIDOS NA COMERCIALIZAÇÃO 
 DA GARANTIA COM A CAPITALIZAÇÃO 107
 A CONTRATAÇÃO DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 
COMO GARANTIA DE ALUGUEL NA PRÁTICA 108
 PERGUNTAS FREQUENTES 109
 FIXANDO CONCEITOS 5 110
 ESTUDOS DE CASO 111 
 ANEXOS 113 
ANEXO 1 – EXEMPLO DE CONDIÇÕES GERAIS 
DE UM TÍTULO DE PAGAMENTO MENSAL (PM) – MODALIDADE TRADICIONAL 113
ANEXO 2 – NORMAS FUNDAMENTAIS DE CAPITALIZAÇÃO 119
ANEXO 3 – ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO 122
 GABARITO 124 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 120 
CAPITALIZAÇÃO 8
UNIDADE 1
 ■ Conhecer a história 
da capitalização e 
sua regulamentação, 
correlacionando aspectos 
inerentes à sua evolução 
até o mercado atual, 
classificando empresas de 
capitalização existentes e 
suas obrigações.
 ■ Analisar o material 
de propaganda e 
comercialização, 
diferenciando suas 
características.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Reconhecer as obrigações 
das sociedades de 
capitalização e sua 
forma de organização, 
considerando sua 
evolução e analisando a 
legislação que normatiza o 
mercado de capitalização.
⊲ EVOLUÇÃO HISTÓRICA
⊲ CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
⊲ A CAPITALIZAÇÃO NO 
CONTEXTO ECONÔMICO DO PAÍS
⊲ PROCON, FISCALIZADORES, 
REGULADORES E A 
TRANSPARÊNCIA NA RELAÇÃO 
DE CONSUMO
⊲ INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR
⊲ PROPAGANDA E MATERIAL 
 DE COMERCIALIZAÇÃO
⊲ ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS 
SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
CAPITALIZAÇÃO:
HISTÓRICO e 
REGULAMENTAÇÃO
01
CAPITALIZAÇÃO 9
UNIDADE 1
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
Antes de qualquer coisa, é preciso que você esteja atento ao conceito de 
Capitalização.
A Capitalização é uma combinação de economia progra­
mada com aplicação única ou mensal, ou periódica, 
 vinculada à participação em sorteios.
A concepção inicial de Capitalização é atribuída a Paul Viget, diretor de 
uma cooperativa de mineiros da França. Seu objetivo inicial foi montar um 
 sistema que proporcionasse auxílio financeiro aos sócios por meio de suas 
próprias poupanças. O sistema era baseado em contribuições mensais e 
tinha como objetivo constituir um capital, previamente definido, a ser pago 
no fim do período combinado ou por meio de sorteio, de forma antecipada.
Já no Brasil, a primeira Sociedade de Capitalização foi a Sulacap, fundada 
em 1929, mas a oficialização da autorização de funcionamento das socie-
dades de Capitalização só se deu em 1932.
QUADRO EVOLUTIVO
França 
Paul Viget – concepção 
inicial da capitalização.
1850 1929 década
1930/40
década
1950
década
1960/70
década
1980
década
1990
Brasil 
Sulacap. 
Inexistência 
de poupança 
interna.
Inflação 
pós-guerra, 
declínio do 
produto no 
mercado.
Quase eliminação 
do negócio. 
Durante este 
período, foi 
instituída a 
correção 
monetária.
Entrada de 
conglomerados 
financeiros neste 
setor; o produto 
volta a se expandir.
Surgimento 
de produtos 
inovadores 
neste mercado.
Surgimento de 
várias empresas 
no segmento. 
Formação de 
poupança e 
investimento na 
construção civil.
10
UNIDADE 1
CAPITALIZAÇÃO
No Brasil,após a introdução do Plano Real, em 1994, o faturamento das 
empresas de Capitalização no País aumentou. Esse crescimento decorreu 
da estabilização econômica, da queda nas taxas de juros e do crescimento 
da renda dos brasileiros. 
O valor total de “prêmios” de Capitalização (valores pagos pelos clientes, o 
que, tecnicamente, na Capitalização, é denominado “contribuição”) tem 
gerado valores na casa dos bilhões de reais anualmente.
As sociedades de Capitalização têm grandes desafios a enfrentar para 
manter sua expressividade apesar da expansão do mercado de 
 Capitalização nos últimos anos.
Na relação de “prêmios” de Capitalização relativos a 2019, a Susep indi-
cava em sua listagem um total de 16 sociedades de Capitalização:
APLICAP CAPITALIZAÇÃO S/A
APLUB CAPITALIZAÇÃO S/A
BRADESCO CAPITALIZAÇÃO S/A
BRASILCAP CAPITALIZAÇÃO S/A
CAIXA CAPITALIZAÇÃO S/A
CAPEMISA CAPITALIZAÇÃO S/A
CIA ITAÚ DE CAPITALIZAÇÃO
ICATU CAPITALIZAÇÃO S/A
INVEST CAPITALIZAÇÃO S/A
LIDERANÇA CAPITALIZAÇÃO S/A
MAPFRE CAPITALIZAÇÃO S/A
PORTO SEGURO CAPITALIZAÇÃO S/A
RIO GRANDE CAPITALIZAÇÃO S/A
SANTANDER CAPITALIZAÇÃO S/A
SULAMÉRICA CAPITALIZAÇÃO S/A – SULACAP
ZURICH BRASIL CAPITALIZAÇÃO S/A
Importante
O termo contribuição 
 refere-se aos valores pagos 
pelos clientes.
Importante
Como envolvem captação 
de poupança popular, as 
sociedades de Capitalização, 
assim como as sociedades 
seguradoras, devem obedecer 
às regras estabelecidas 
pelo Conselho Monetário 
Nacional, conforme previsto no 
Decreto-Lei 73/1966. 
Certamente, isso já demonstra 
a relevância social dessas 
empresas e a necessidade 
de controle e fiscalização por 
parte do Estado.
11
UNIDADE 1
CAPITALIZAÇÃO
 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES 
Atualmente, as sociedades podem ser classificadas em duas categorias 
de acordo com o público-alvo de seus produtos: as sociedades ligadas a 
conglomerados financeiros e as sociedades independentes:
 ■ Conglomerados financeiros – essas companhias estão concentradas 
diretamente nos clientes do próprio conglomerado. Em geral, perten-
cem a uma holding que é liderada por um banco. Dessa forma, a 
Sociedade de Capitalização é uma das empresas da holding.
 ■ Independentes – são aquelas que, por não disporem de balcão de 
distribuição bancário próprio, utilizam como canal de distribuição 
casas lotéricas, agências de correios, corretores de seguros, lojas 
de departamentos e o balcão de instituições financeiras com que 
firmam parcerias. Em geral, essas sociedades também pertencem 
a uma holding, mas não de origem ligada a um banco.
Comercialmente, ao longo dos anos, os títulos de Capitalização acabaram 
por se dividir em modalidades diversas, atendendo a focos diferentes de 
mercado, cada qual com características próprias.
A Resolução 384, publicada em junho de 2020 pelo CNSP – que dispõe 
sobre a operação de Capitalização, as modalidades, a elaboração, a operação 
e a comercialização de títulos de Capitalização –, divide os planos de 
Capitalização, para efeito de comercialização, em seis modalidades:
 ■ Modalidade I – Tradicional.
 ■ Modalidade II – Instrumento de Garantia.
 ■ Modalidade III – Compra-Programada.
 ■ Modalidade IV – Popular. 
 ■ Modalidade V – Incentivo.
 ■ Modalidade VI – Filantropia Premiável.
Essa divisão é consequência da evolução mercadológica do título de 
 Capitalização. Você saberia dizer o porquê disso?
A resposta é simples: ao longo dos anos, os títulos de Capitalização foram 
se especializando em função do objetivo que o consumidor buscava. 
Além disso, essa divisão permite um melhor controle do Estado, já que a 
legislação em vigor estabelece regras específicas para cada uma delas.
12
UNIDADE 1
CAPITALIZAÇÃO
 A CAPITALIZAÇÃO NO 
 CONTEXTO ECONÔMICO 
 DO PAÍS 
A Capitalização não integra o Sistema Nacional de Seguros Privados 
(SNSP), isto é, o título de Capitalização não é um plano de seguro a ser 
comercializado por uma seguradora. 
A Capitalização constitui um sistema próprio: o Sistema Nacional de 
 Capitalização (SNC). Desse modo, os títulos somente podem ser comercia-
lizados por sociedades de Capitalização. 
Diversos artigos do Decreto-Lei n° 73/1966, que criou o SNSP, são aplicáveis 
à Capitalização. Por isso, é muito comum haver laços entre sociedades de 
Capitalização e sociedades seguradoras, que são, muitas vezes, ligadas a 
um mesmo grupo econômico.
No entanto, a fiscalização e a regulamentação da Capitalização, por 
 força do Decreto-Lei 261, de 28/02/67, que criou o Sistema Nacional de 
 Capitalização (SNC), também estão a cargo da Susep e do CNSP, respecti-
vamente, da mesma forma que ocorre com as sociedades seguradoras.
Além disso, da mesma forma que o SNSP, o SNC possui relevante papel 
em termos de política econômica, já que desenvolve a captação de 
 poupança, sendo fundamental como alternativa para o financiamento de 
grandes projetos de longo prazo, tão importantes para o desenvolvimento 
 autossustentável de um país.
Como envolvem captação de poupança popular, as sociedades de 
 Capitalização, assim como as sociedades seguradoras, devem obedecer às 
regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, conforme previsto no 
Decreto-Lei 73/66. Isso, certamente, já demonstraria a relevância social dessas 
empresas e a necessidade de controle e fiscalização por parte do Estado.
Você pode estar se perguntando: as sociedades de Capitalização são 
instituições financeiras?
A resposta é não. Apesar de, muitas vezes, o título de Capitalização 
ser comercializado dentro de agências bancárias, as sociedades de 
 Capitalização não são consideradas instituições financeiras e, por isso, 
não sofrem fiscalização do Banco Central (Bacen). Entretanto, o Conselho 
Monetário Nacional (CMN), por meio de suas resoluções, publica normas 
para aplicação das reservas técnicas das sociedades de Capitalização.
Observação
Quando um Título de 
Capitalização é vendido em 
uma agência bancária do 
Banco XYZ (imaginário), o 
título não é um produto do 
banco, mas, sim, de uma 
Sociedade de Capitalização 
da mesma holding que o 
banco (provavelmente da 
empresa XYZ Capitalização 
S/A) ou parceira deste 
banco. Veja, na listagem de 
Sociedades de Capitalização, 
que muitos nomes nos 
remetem aos bancos, mas 
são empresas distintas.
13
UNIDADE 1
CAPITALIZAÇÃO
O mercado de Capitalização no Brasil está submetido à fiscalização da 
Superintendência de Seguros Privados (Susep), por força do Decreto-Lei 
nº 261/1967. Essa autarquia está vinculada ao Ministério da Fazenda e se 
encontra, também, submetida à política traçada pelo Conselho Nacional de 
Seguros Privados (CNSP).
 PROCON, FISCALIZADORES, 
 REGULADORES E A 
 TRANSPARÊNCIA NA 
 RELAÇÃO DE CONSUMO 
O produto Capitalização tem mais de 80 anos e, à medida que os órgãos 
fiscalizadores e de proteção aos consumidores criam novas legislações e 
regulamentos, o modelo de Capitalização vai se adequando a essas novas 
realidades de mercado.
A atuação desses órgãos é de suma importância para garantir transpa-
rência e, consequentemente, credibilidade e continuidade do produto no 
mercado durante todos esses anos.
E como as empresas de Capitalização se adaptaram a esse novo mercado?
Investindo em iniciativas como criação de novas formas de publicidade, maior 
transparência nos sorteios (com participação do público), notificação dos 
 contemplados e atendimento ao consumidor de Capitalização, entre outros.
 INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR 
A contratação de qualquer título de Capitalização estabelece a obrigato-
riedade de a Sociedade de Capitalização prestar informações relativas ao 
título sempre que solicitadas pelo subscritor ou titular (Anexo 1, art. 17).
Segundo legislação em vigor, toda e qualquer cláusula que implique 
 limitação ou imponha ônus aos titulares deverá ser redigida em destaque, 
permitindo imediata e fácil identificação e compreensão das regras.
Além disso, a Sociedade de Capitalizaçãodeve prestar ao titular as informa-
ções necessárias ao acompanhamento dos valores inerentes ao título, 
bem como emitir e remeter-lhe extratos individuais, no mínimo, uma vez a 
Importante
Deve-se observar a 
necessidade de autorização, 
atualmente processada pela 
Susep, para que uma empresa 
possa iniciar sua operação 
no mercado de Títulos de 
Capitalização.
Importante
As informações prestadas 
ao consumidor devem 
conter, no mínimo, o valor do 
resgate atualizado.
14
UNIDADE 1
CAPITALIZAÇÃO
cada ano, durante a vigência do título. A Sociedade de Capitalização deve, 
ainda, disponibilizar essas informações por meio de correspondência 
impressa e/ou eletrônica ou mediante outro canal de comunicação que se 
possa comprovar.
Existe, também, a obrigatoriedade de notificação, por escrito, mediante 
correspondência expedida com aviso de recebimento (AR) ou por qual-
quer meio que se possa comprovar, ao titular do título contemplado em 
sorteio, no prazo máximo de 40 dias, contados da data de sua realização.
 PROPAGANDA E MATERIAL 
 DE COMERCIALIZAÇÃO 
A Sociedade de Capitalização é responsável pela fidedignidade das informa-
ções prestadas por meio de propaganda ou no material de promoção e de 
comercialização dos seus títulos.
A legislação determina que, embora não sejam passíveis de aprovação 
pela Susep, a propaganda e o material de comercialização refe rentes 
aos títulos de Capitalização somente poderão ser elaborados com 
autorização expressa e sob supervisão da Sociedade de Capitalização, 
respeitadas as Condições Gerais dos títulos e a Nota Técnica aprovadas 
pela Susep e as normas em vigor.
Evidentemente, busca-se alcançar a relação Sociedade de Capitalização/ 
corretores. Como consequência, a sociedade torna-se também responsável por 
todo o conteúdo de informações prestadas a partir do material de divulgação.
Há alguns requisitos específicos para esse tipo de material, como a inclusão 
do número do processo Susep, razão social da Sociedade de Capitalização, 
canal de ouvidoria para reclamações, além de algumas frases obrigatórias 
exigidas pela legislação (exemplo de frase obrigatória: “Antes de contratar, 
consulte previamente as condições gerais” – Circular Susep 576/2018). 
As empresas de Capitalização devem zelar para que, entre as informações 
prestadas por meio de promoção e de comercialização de seus títulos, sejam 
claramente identificados a respectiva modalidade, as suas características 
essenciais – como as regras de carência e o resgate antecipado –, além de 
informações sobre cessão de direitos, periodicidade dos sorteios e percen-
tuais destinados à Capitalização e ao sorteio, periodicidade de pagamento, 
bem como sua aprovação no âmbito da Susep.
Importante
É necessário extremo 
cuidado com os materiais 
de propaganda e 
comercialização, que, 
segundo o Código de Defesa 
do Consumidor, tornam-se partes 
integrantes do contrato.
15
UNIDADE 1
CAPITALIZAÇÃO
Toda e qualquer publicidade deverá apresentar em destaque o nome da 
Sociedade de Capitalização.
Para os títulos de Capitalização de pagamentos periódicos ou mensais, 
deverão ser destacadas as informações das contribuições que devem ser 
 realizadas pelo subscritor para manutenção do título.
É vedado em qualquer propaganda, seja institucional ou não institu cional, 
utilizar:
I. Nome ou imagem da Susep, salvo quando expressamente 
 previsto em normativo.
II. Menção a outra empresa que não a Sociedade de Capitalização, 
exceto a instituição que conste previamente indicada do docu-
mento específico que trata de cessão de resgate, as empresas 
que representem os locais de comercialização dos títulos ou 
os locais de realização dos sorteios, e as empresas do mesmo 
 grupo econômico, ou no caso de títulos da modalidade Incentivo, 
a empresa promotora de evento.
III. Nome-fantasia ou qualquer outra informação que induza a erro 
quanto a direitos e/ou obrigações relacionadas ao título.
IV. Informações que contrariem o previsto nas condições gerais do 
título de Capitalização ou na legislação vigente.
 ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS 
 SOCIEDADES DE 
 CAPITALIZAÇÃO 
Sociedades de Capitalização são entidades organizadas sob a forma de 
sociedade anônima, com a finalidade de constituir capitais perfeitamente 
determinados em cada plano, pagáveis, em moeda corrente nacional, aos 
titulares do direito de resgate e do direito aos prêmios de sorteio de seus 
títulos, segundo cláusulas e regras aprovadas pelo Governo Federal, mais 
especificamente pela Susep.
Como vimos, embora o sistema de Capitalização não integre o Sistema 
Nacional de Seguros Privados, evolui paralelamente a ele. 
As Sociedades de Capitalização desempenham funções análogas às 
 entidades representativas do setor de seguros (sociedades seguradoras). 
16
UNIDADE 1
CAPITALIZAÇÃO
É vedada a constituição de sociedades de Capitalização que sejam contro-
ladas, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica de direito público, 
empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída 
pelo poder público, conforme o art. 13 da Resolução CNSP n° 15/1991.
Essas sociedades estão sujeitas a diversas disposições idênticas às 
 estabelecidas para as sociedades seguradoras no Decreto-Lei nº 73/1966, 
de acordo com o previsto no art. 4º do Decreto-Lei nº 261/1967.
A Sociedade de Capitalização deve constituir, obrigatoriamente, provisões 
matemáticas para a garantia dos títulos em vigor (Provisão Matemática 
para Capitalização) e a Provisão para Sorteios a Realizar, específica para 
essa finalidade. 
A Sociedade de Capitalização deve constituir, ainda, provisões técnicas 
para obrigações a liquidar como:
 ■ Provisão para Sorteios a Pagar;
 ■ Provisão para Resgate;
 ■ Outras Provisões Técnicas.
Há algumas provisões que somente serão constituídas caso sejam neces-
sárias, como a Provisão para Despesas Administrativas, constituída para 
cobrir os valores esperados para despesas administrativas dos planos, e 
Provisões para Distribuição de Bônus a serem constituídas para abranger 
os valores definidos para pagamentos de bônus.
17
FIXANDO CONCEITOS
CAPITALIZAÇÃO
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Marque a alternativa correta
1. Atualmente, há uma divisão no mercado de Capitalização entre socie-
dades ligadas a conglomerados financeiros e sociedades independentes. 
Assinale a opção que apresenta uma característica típica das sociedades 
ligadas a conglomerados financeiros:
(a) Não dispõem de público-alvo para seus títulos.
(b) Utilizam como canal principal de distribuição as casas lotéricas.
(c) Utilizam como canal principal de distribuição as lojas de departamen-
tos e/ou balcão de instituições financeiras com que firmam parcerias.
(d) O público-alvo é formado diretamente pelos clientes do próprio 
conglomerado.
(e) Emitem títulos em que somente existe o direito de sorteio.
2. Pode-se afirmar que a Capitalização, no Brasil, possui relevante papel 
em termos de política econômica, uma vez que ela:
(a) Estimula a formação de poupança interna.
(b) Estabiliza a taxa de inflação.
(c) Permite que uma pessoa ganhe prêmios elevados em dinheiro.
(d) Aumenta significativamente o fluxo de investimentos estrangeiros.
(e) Não colabora para o desenvolvimento autossustentável de nosso país.
3. No Brasil, o faturamento das empresas de Capitalização aumentou em 
determinada época. Esse aumento decorreu da formação de um cenário 
em que havia estabilização econômica, queda nas taxas de juros e cresci-
mento da renda dos brasileiros. Podemos afirmar que a formação desse 
cenário se deu em função do(a): 
(a) Surgimento de várias empresas no mercado. 
(b) Inflação pós-guerra, declínio do produto no mercado. 
(c) Introdução do Plano Real em 1994. 
(d) Entrada de conglomerados financeiros no setor da capitalização. 
(e) Chegada da Sulacap no Brasil. 
Consulte o gabarito clicando aqui.
CAPITALIZAÇÃO 18
UNIDADE 202
Após ler esta unidade, 
você deverá ser capaz de:
⊲ TÍTULODE CAPITALIZAÇÃO: 
VISÃO GERAL
⊲ AS CONDIÇÕES GERAIS 
DO TÍTULO: O “CONTRATO” 
DE CAPITALIZAÇÃO
⊲ INFORMAÇÕES 
COMPLEMENTARES 
ÀS CONDIÇÕES GERAIS.
⊲ A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO 
 DE CAPITALIZAÇÃO: 
 SUBSCRITOR E TITULAR
⊲ TRANSFERÊNCIA DO 
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: 
CEDENTE E CESSIONÁRIO
⊲ VIGÊNCIA DE UM 
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
FUNDAMENTOS 
TÉCNICOS BÁSICOS
e NORMAS DE CONTRATAÇÃO
 ■ Examinar as condições 
gerais do título, sua 
contratação, e provisões 
matemáticas.
 ■ Aprender o significado de 
subscritor, titular, cedente 
e cessionário, entendendo 
como funcionam os prazos 
de vigência e carência.
 ■ Identificar as formas 
de pagamento das 
contribuições (PU, 
PP e PM); conhecer 
como o valor pago é 
dividido em quotas de 
capitalização, sorteio e 
carregamento, sabendo 
ainda em que situações 
ocorrem a suspensão, 
o cancelamento e a 
reabilitação de um título de 
capitalização.
 ■ Conhecer a estruturação 
de um título de 
capitalização, entendendo 
seu conceito e tamanho da 
série.
⊲ PRAZO DE CARÊNCIA DE UM 
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
⊲ CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS: 
PU, PP E PM
⊲ A ESTRUTURAÇÃO DE UM 
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: 
O TAMANHO DA SÉRIE
⊲ A COMPOSIÇÃO DA 
CONTRIBUIÇÃO: AS QUOTAS DE 
CAPITALIZAÇÃO, DE SORTEIO E 
DE CARREGAMENTO
⊲ SUSPENSÃO E CANCELAMENTO 
DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
⊲ A REABILITAÇÃO DE UM 
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
CAPITALIZAÇÃO 19
UNIDADE 2
 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: 
 VISÃO GERAL 
 — Conceitos de Poupança 
Programada e Sorteios
Como vimos, o título de Capitalização busca aliar um mecanismo de pou-
pança programada (a Capitalização em si) com a participação em sorteios.
Os títulos que apresentam maior receptividade no mercado brasileiro são 
aqueles de baixo valor unitário, cujo principal objetivo é justamente o sorteio, 
componente lúdico bastante apreciado pelo consumidor.
É importante que você perceba que o termo “título de Capitalização” possui 
duplo significado:
 ■ Capitalização como objeto do processo administrativo aberto pela 
sociedade, que aparece na frase “A Susep aprovou o título ‘Cem 
Milhões’ da sociedade de Capitalização XYZ”. Significa que as 
condições gerais e a nota técnica foram aprovadas pela Susep, e, 
assim, a sociedade de Capitalização poderá comercializar diversos 
contratos com aquelas mesmas condições gerais aprovadas.
 ■ título de Capitalização como individualização do contrato firmado 
entre consumidor e sociedade de Capitalização. Por exemplo, na 
frase “Eu comprei um título da sociedade de Capitalização XYZ”.
Dessa forma, a aprovação dada pela Susep em um processo administra-
tivo (aprovação do “título”, do plano, do produto) autoriza a sociedade 
a comercializar diversos contratos (“títulos”) de Capitalização, sendo 
que estes deverão reproduzir as condições gerais aprovadas no 
 processo administrativo.
Há quem denomine o objeto do processo administrativo de “plano de 
 Capitalização” para diferenciá-lo dos títulos (contratos efetivamente 
comercializados). 
20
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
A Susep prefere a nomenclatura “título de Capitalização” para acentuar 
a sua diferença em relação ao “plano de seguro”. Porém, no parágrafo 
único do art. 1º do Decreto-Lei nº 261/1967, já há menção tanto ao termo 
“título” (o que a sociedade vende ao público) quanto a “plano” (o que a 
sociedade aprova por intermédio da Susep). Desse modo, utilizaremos o 
termo “plano de Capitalização” para significar o produto que foi aprovado 
pela Susep em determinado processo.
Em regra, o título de Capitalização entendido como um contrato existe 
fisicamente, é impresso e possui um número (“número do título”) que o 
identifica. Deve trazer também as condições gerais que foram aprovadas 
pela Susep.
Atualmente, em função da parte que é mais valorizada do título (se resga-
te ou sorteio) e de sua finalidade, os títulos serão enquadrados em uma 
das seis modalidades existentes, sendo voltados assim para nichos de 
mercados diferentes e, evidentemente, com características bem distintas.
No mercado atual, os títulos em comercialização, independentemente da 
modalidade, apresentam dois componentes: “poupança programada” 
e “sorteios”.
Siga em frente e conheça as características de cada um desses componentes.
Poupança Programada
A poupança programada faz-se por meio da aplicação de parte das con-
tribuições realizadas pelo consumidor, por um período estipulado, a uma 
determinada taxa de juros. 
Ao montante presente nessa “poupança programada” dá-se o nome 
de capital ou reserva de Capitalização, ou, ainda mais tecnicamente, de 
 Provisão Matemática para Capitalização (PMC). 
Ao final de cada mês, os juros decorrentes da remuneração do capital 
são adicionados ao próprio capital, passando a fazer parte dessa provisão 
matemática para efeito de cálculo dos juros do próximo período.
Além disso, na poupança programada, o capital vai sendo mensalmente 
atualizado por um índice predefinido, geralmente, a Taxa Referencial (TR). 
A atualização monetária tem como objetivo a manutenção do poder de 
compra do capital, evitando que ele se deteriore pelos efeitos danosos 
da inflação.
Importante
Capital, Reserva de 
Capitalização ou Provisão 
Matemática para Capitalização 
– todos esses termos são 
utilizados para se referir 
ao montante presente na 
poupança programada.
21
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
Art. 1º do Decreto-Lei 261/1967:
“Art. 1º. Todas as operações das sociedades de Capitalização ficam subordinadas às 
 disposições do presente Decreto-Lei.
Parágrafo único. Consideram-se sociedades de Capitalização as que tiverem por 
 objetivo fornecer ao público, de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal, a 
constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano, e pago em 
moeda corrente em um prazo máximo indicado no mesmo plano, à pessoa que possuir 
um título segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no próprio título.”
As Condições Gerais deverão, nos casos em que a TR for utilizada como 
índice de atualização da provisão matemática para Capitalização, conter 
a seguinte mensagem em destaque: “O capital formado neste título será 
atualizado pela Taxa Referencial (TR), conforme definido na Lei n 8.177, de 
1 de março de 1991”.
O saldo dessa espécie de conta programada do consumidor (Provisão 
Matemática para Capitalização – PMC) será utilizado como base para 
o valor a que o consumidor terá direito no momento do resgate (valor 
de resgate). 
Mas atenção! Não se deve confundir título de Capitalização com caderneta 
de poupança. Mesmo quando utilizamos o termo “poupança” relacionado à 
Capitalização, fazemos isso apenas para ilustrar que a evolução do capital 
presente na Provisão Matemática para Capitalização é muito semelhante 
à de uma caderneta de poupança. Na Capitalização, o acompanhamento 
desse capital é feito, porém, por uma Sociedade de Capitalização.
É interessante observar que a formação de capital sempre esteve 
 presente na concepção de um título de Capitalização: as sociedades de 
 Capitalização emitiam certificados em favor dos respectivos compra dores, 
que nada mais eram do que os próprios títulos de Capitalização. Os subs-
critores dos títulos efetuavam pagamentos à sociedade, durante um certo 
tempo, correspondentes ao valor dos títulos, e formavam assim um capital 
que, acrescido dos juros acumulados, era resgatado pelos titulares em pra-
zo previamente fixado no título.
Sorteios
Originalmente, os sorteios eram um componente secundário, uma espécie 
de atrativo adicional e acessório, uma mera antecipação do recebimento 
do valor que seria formado ao final do prazo estipulado no plano, muito 
similar a um consórcio.
22
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
Atualmente, o valor do sorteio é caracterizado por um múltiplo do paga-
mento único, mensal ou periódico do título, não mais se vinculando 
ao valor de resgate final do título, podendo, inclusive,alcançar somas 
 bastante expressivas, enquanto a PMC pode originar um valor de resgate 
bem menos atraente.
Tais sorteios contemplam apenas alguns dos consumidores com valores de 
prêmios que devem ser previamente definidos nos títulos, sendo, portanto, 
do conhecimento de todos os participantes.
É vedada a vinculação do pagamento de sorteio à aquisição de qualquer 
bem e/ou serviço.
 — Características do Título
A definição formal diz que “título de Capitalização é um título financeiro do 
tipo mobiliário e nominativo, adquirido pelo comprador diretamente de uma 
sociedade de Capitalização ou por meio de um corretor”. Seu objetivo é a 
formação de capital por meio de uma aplicação prefixada por um período 
determinado e a uma taxa de juros previamente conhecida.
Mais adiante você estudará, no tópico referente à remuneração do capital, 
que é possível que as sociedades de Capitalização estruturem seus títulos 
com taxas de juros diferenciadas ao longo de sua vigência, desde que 
respeitados os limites mínimos fixados pela Circular Susep nº 576/2018.
Além de um papel do mercado mobiliário, o título de Capitalização é 
também um papel nominativo, porque possui um proprietário identificado 
que poderá transferir seu direito de propriedade a outra pessoa.
Os títulos de Capitalização resultam de uma associação de dois 
componentes distintos e complementares, que são:
 ■ Poupança programada, constituída pela Capitalização ( juros com-
postos) de uma parte do que foi pago pelo título.
 ■ Sorteios, cabendo a este aspecto lúdico antecipar ou ultrapassar 
os valores desejados com uma poupança programada.
 — Conteúdo do Título
O título de Capitalização também pode ser entendido como um contrato 
entre a Sociedade de Capitalização e o adquirente, sendo composto por 
um conjunto de cláusulas que dão uma forma própria ao título. Essas cláu-
sulas são denominadas condições gerais do título e estabelecem as regras 
relativas à formação do capital (reserva matemática), como também as 
regras para os sorteios. 
Saiba mais
Confira o conteúdo da 
Circular Susep nº 576/2018 no 
Anexo 5.
23
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
As condições gerais, por possuírem uma natureza contratual, devem 
 observar o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), sendo que 
essas condições, por disposição legal, deverão ser disponibilizadas ao subs-
critor, assim como todas as demais informações acessórias ao produto, 
previamente à aquisição do título ou ao preenchimento da ficha de cadastro, 
quando existente. Excepcionalmente, para a modalidade popular custeada 
por pagamento único, as Condições Gerais do título de Capitalização 
 deverão estar à disposição do subscritor na aquisição do título.
Buscando-se uma analogia com o seguro, as condições gerais do título 
corresponderiam às condições contratuais do primeiro, e o título de 
 Capitalização corresponderia à própria apólice de seguros.
De qualquer forma, o título de Capitalização, juntamente com suas condi-
ções gerais, deverá ser entregue ao(s) titular(es) ou ao subscritor em, no 
máximo, 15 (quinze) dias após a respectiva data de aquisição.
A entrega do título de Capitalização deve compreender a 
 possibilidade de obtenção de sua versão impressa na cidade de 
domicílio do subscritor e do(s) titular(es), sendo vedada a cobrança 
de quaisquer valores do subscritor e do(s) titular(es). Essa 
entrega pode ser feita fisicamente ou por meio eletrônico, ou, 
ainda, a Sociedade de Capitalização poderá informar o sítio na 
internet por meio do qual se tenha acesso às Condições Gerais.
É obrigação do subscritor e do(s) titular(es) comunicar à Sociedade de 
Capitalização:
I – Seus dados cadastrais atualizados, para efeito de registro e 
controle.
II – A realização de cessão, informando os dados cadastrais do 
novo subscritor ou do(s) novo(s) titular(es), respectivamente.
A Sociedade de Capitalização deverá manter registro atualizado contendo 
as informações sobre o título e os dados cadastrais do subscritor e do(s) 
titular(es), de modo a garantir perfeita vinculação do título de Capitalização 
entre estes e a Sociedade de Capitalização, observados também os 
 requisitos da legislação específica.
A Nota Técnica Atuarial consiste na descrição do título por meio de 
bases técnicas, hipóteses e formulações atuariais. Nela, encontram-se 
as demonstrações dos cálculos dos parâmetros técnicos de um título de 
 Capitalização, traduzidos em enunciados e fórmulas matemáticas que o 
plano tem que satisfazer. 
Importante
São as condições gerais que 
individualizam uma série de 
títulos, havendo diversos 
produtos em razão de 
existirem condições gerais 
diferentes.
Subscritor 
É a pessoa que adquire o título 
de Capitalização, assumindo 
o compromisso de efetuar o 
pagamento de suas contribuições 
na forma convencionada nas 
condições gerais.
Titular 
É o próprio subscritor, ou 
outra pessoa expressamente 
indicada por ele, que detém os 
direitos decorrentes do título 
de Capitalização.
24
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
Além disso, a nota técnica traz também a formulação matemática das 
provisões que serão constituídas no plano de Capitalização. Ela deve ser 
assinada por um atuário com seu número de identificação profissional 
perante o órgão competente. 
Por não possuir natureza contratual e por não acrescentar novos elementos 
sobre os direitos ou as obrigações do consumidor, a nota técnica do plano 
não necessita ser de conhecimento do adquirente do título de Capitalização.
 — Aprovação do Título
Como já falamos, para que uma Sociedade de Capitalização possa 
comercia lizar um título, é necessário que ela obtenha, previamente, uma 
aprovação específica, fornecida pela Susep. 
O processo ocorre da seguinte maneira: a sociedade de Capitalização deve 
encaminhar à Susep, para análise, as condições gerais e a Nota Técnica 
Atuarial dos títulos de Capitalização a serem por ela comercializados e, 
caso estejam em conformidade com os normativos em vigor, deve ocorrer 
a aprovação. 
As condições gerais e a Nota Técnica Atuarial devem ser encaminhadas 
por meio do Registro Eletrônico de Produtos, contemplando, no mínimo:
 ■ A razão social da sociedade;
 ■ CNPJ;
 ■ A respectiva modalidade à qual pertence o título;
 ■ A assinatura de dois diretores da sociedade;
 ■ A assinatura do atuário responsável pela elaboração da Nota 
Técnica Atuarial, com número de identificação profissional perante 
o órgão competente.
Observação
A nota técnica e as Condições Gerais não precisam ser estáticas. Podem sofrer ajustes ou 
alterações, desde que as mudanças em seus dispositivos sejam aprovadas pela Susep 
previa mente à sua implementação. Porém, após a comercialização do título, qualquer 
alteração implementada nas condições gerais ou na Nota Técnica Atuarial deverá ser 
previamente encaminhada à Susep mediante abertura de novo processo administra-
tivo e, consequentemente, geração de um novo número. A critério da Sociedade de 
 Capitalização, pode-se solicitar o arquivamento do processo original.
Excepcionalmente, a Susep não exige a abertura de um novo processo administrativo 
se as alterações forem decorrentes de mudanças nas normas determinadas pela própria 
 Susep ou pelo CNSP, isto é, se forem mudanças apenas para se adaptar a normativos 
novos que expressamente autorizem a manutenção do número de processo já existente.
Importante
É possível afirmar que um Título 
de Capitalização é formado 
tecnicamente pela união das 
Condições Gerais do título e da 
Nota Técnica Atuarial.
Saiba mais
Após a aprovação pela 
Susep, as Condições Gerais 
são disponibilizadas para 
consulta, no site da Susep, 
por meio do número do 
processo administrativo.
25
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
A aprovação ocorre por meio do processo para aprovação de título 
de Capitalização. Para cada plano, existe um número de processo 
 administrativo, fornecido pela Susep, quando do recebimento dopedido 
de aprovação. É obrigatória a inclusão do número do processo Susep nas 
condições gerais, no título de Capitalização, na ficha de cadastro ou em 
qualquer veiculação de caráter publicitário, de forma a permitir a imediata 
identificação do produto pelo destinatário.
A única exceção é quando se tratar de propaganda institucional. Nesse 
caso, não será necessário mencionar os números dos processos cadas-
trados na Susep.
Tanto as Condições Gerais quanto a nota técnica precisam ser previa mente 
aprovadas pela Susep para que os títulos referentes àquele processo 
administrativo possam ser comercializados.
 AS CONDIÇÕES GERAIS DO TÍTULO: 
 O “CONTRATO” DE 
 CAPITALIZAÇÃO 
Chamamos de condições gerais as normas que regem o contrato entre a 
sociedade e os adquirentes de títulos de Capitalização.
As cláusulas definem os deveres e os direitos dos contratantes nas 
transações de compra e venda de títulos de Capitalização. O título é o docu-
mento em que estão previstos todos os direitos e deveres da Sociedade 
de Capitalização e do consumidor.
Nas condições gerais dos títulos (modelo no Anexo 1), são apresentados 
todos os diferenciais que a sociedade quer imprimir ao seu produto. As 
sociedades de Capitalização podem prever, por exemplo, a participação 
dos titulares nos lucros da empresa.
Os direitos conferidos pela aquisição de um título de Capitalização variam 
de empresa para empresa e até de título para título (aqui entendidos 
como “ planos” distintos) de uma mesma empresa. No entanto, é preciso 
admitir que, atualmente, há uma crescente tendência de uniformi zação 
das Condições Gerais, em função da existência do plano padrão de Capi-
talização elaborado pela comissão técnica da Federação Nacional de 
Capitalização (Fenacap).
Importante
É indispensável conhecer 
o conteúdo das condições 
gerais de um título, seja para 
vendê-lo, comprá-lo ou, ainda, 
para prestar informações aos 
consumidores.
Saiba mais
Os planos podem ser 
acessados em http://
www.susep.gov.br/menu/
informacoes-ao-mercado/
informacoes-tecnicas-
e-planos-padroes/
capitalizacao
26
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
De acordo com a legislação em vigor, as Condições Gerais do título devem 
conter, no mínimo e sempre em destaque, os seguintes elementos:
 ■ Glossário com as definições de subscritor, titular, capital, provisão 
matemática para Capitalização e bônus, quando previsto.
 ■ Percentuais relativos às quotas de Capitalização, de sorteio e de 
carregamento.
 ■ Tabela que discrimine o percentual de resgate em relação ao 
montante de contribuições pagas para cada mês de vigência do 
título, destacando todos os parâmetros envolvidos no cálculo, 
devendo ser especificados eventuais fatores de redução para 
resgates antecipados.
 ■ Se o valor do prêmio de sorteio é líquido ou bruto e, nesse caso, 
dando ênfase ao fato de que o desconto de imposto de renda 
será na forma da legislação em vigor, explicitando o percentual 
vigente aplicável.
 ■ Razão social e CNPJ da Sociedade de Capitalização.
 ■ Modalidade.
 ■ Critério de atualização de valores, com a indicação do índice utili-
zado e do índice substituto, utilizado na impossibilidade do primeiro.
 ■ Tamanho da série e probabilidade de contemplação do subscritor 
em cada sorteio.
 ■ Informação expressa sobre a realização de sorteios por pro-
cessos próprios, quando aplicável, bem como informações, em 
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, sobre a 
possibilidade de o titular do título presenciar sua apuração.
 ■ Prazo de vigência e prazo de carência para resgate.
 ■ Meio de comunicação do sorteio e dos sorteados.
 ■ Índice de reajuste das contribuições e capital para vigências acima de 
12 meses e índice substituto, utilizado na impossibilidade do primeiro.
 ■ Informação sobre o fato de as sociedades concorrerem aos prê-
mios mediante os títulos não comercializados, suspensos ou 
cancelados, quando aplicável.
 ■ Informação sobre a incidência de juros moratórios, quando o 
 sorteio e/ou resgate não forem pagos nos prazos estabelecidos 
pela legislação em vigor.
 ■ Informações relativas às condições para obtenção de bônus, 
 quando previsto.
 ■ Informação de que se aplicará, quando do pagamento do resgate, 
tratamento tributário, na forma da legislação fiscal em vigor.
27
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
 ■ Informação de que as questões judiciais entre o subscritor e/ou 
titular e a Sociedade de Capitalização serão processadas no foro 
de domicílio do titular. 
 ■ Informação da documentação completa necessária para paga-
mento da premiação e/ou resgate.
 ■ Informação de que os prazos prescricionais são aqueles determi-
nados em lei.
Todas as cláusulas que implicar em limitações ou impuserem ônus aos titu-
lares deverão ser redigidas em destaque nas condições gerais, permitindo 
sua imediata e fácil identificação e compreensão.
Além disso, elas deverão apresentar, obrigatoriamente, a seguinte redação 
(Anexo 1, art. 1o, §1o):
A aprovação deste plano pela Susep não implica, por parte 
da Autarquia, em incentivo ou recomendação à sua aqui­
sição, representando, exclusivamente, sua adequação às 
normas em vigor.
A redação transcrita também é aplicável à ficha de cadastro, caso ela 
seja necessária.
Quando a venda for intermediada por corretor de Capitalização, também 
deverá haver a redação a seguir (Anexo 1, art. 1º, §2º):
O consumidor poderá consultar a situação cadastral de seu 
corretor de capitalização, no sítio www.susep.gov.br, por 
meio do número de seu registro na Susep, nome completo, 
CNPJ ou CPF, quando a venda tiver sido intermediada por 
corretor de Capitalização.
As duas redações transcritas também são aplicáveis à ficha de cadastro, 
caso ela seja necessária.
 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 
 ÀS CONDIÇÕES GERAIS 
Além de todas as informações que devem estar presentes nas condições 
gerais e na ficha de cadastro, a legislação prevê, ainda, a obrigatoriedade 
de a sociedade prestar outras informações ao subscritor, podendo tais 
informações estarem apartadas das condições gerais do título. São elas:
Importante
Lembramos que as 
condições gerais devem 
estar disponíveis ao 
consumidor no momento da 
contratação do título.
http://www.susep.gov.br
28
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
Número do processo 
administrativo sob 
o qual o plano foi 
aprovado pela Susep.
001
Identificação dos titulares, quando diferentes do subscritor 
e decorrentes de sua indicação no momento da aquisição 
do título, com menção ao(s) respectivo(s) direito(s) e 
 respectivos percentuais.
Número do título e 
números ou códigos 
que o título utilizará 
na participação dos 
sorteios.
 A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO 
 DE CAPITALIZAÇÃO: 
 SUBSCRITOR E TITULAR 
As pessoas envolvidas na aquisição de um título de Capitalização passam a 
possuir uma denominação especial: subscritor e titular.
Esses são dois termos bastante utilizados, portanto fique atento às definições:
 ■ Subscritor é a pessoa física ou jurídica que adquire o títu-
lo de Capitalização, assumindo o compromisso de efetuar 
os pagamentos de suas contribuições na forma prevista nas 
 Condições Gerais do título.
 ■ Já titular é a pessoa, física ou jurídica, proprietária do título. Ao 
titular cabem os direitos originados pelo título de Capitalização. 
Esses direitos são, basicamente, o de recebimento do resgate, 
de participação nos sorteios, incluindo também o recebimento 
dos prêmios, caso seja contemplado.
O titular poderá ser o próprio subscritor ou uma outra pessoa, física ou 
jurídica, indicada por ele. Assim, o subscritor, ao adquirir o título de 
 Capitalização (ou mesmo posteriormente, se não o fez em momento ante-
rior), pode indicar a quem pertencem os direitos: ao próprio subscritor ou a 
alguém por ele indicado.
Ainda em dúvida? Observe o exemplo a seguir:
Uma pessoa pode comprar um título para si mesma ou pode comprá-lo e indi-
car seu filho como titular. Nessecaso, ela é responsável pelo pagamento e 
o filho será o titular do direito de resgate. Caso o título seja sorteado, o filho 
possui o direito de receber o prêmio do sorteio.
Importante
É possível escolher mais 
de um titular. Assim, os 
pagamentos de resgate 
e de sorteios deverão 
ser efetuados a cada um 
dos titulares indicados na 
proporção estabelecida 
pelo subscritor por ocasião 
da contratação.
29
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
A partir deste momento, seguiremos nosso estudo com foco nos elemen-
tos e requisitos que as condições gerais do título devem apresentar, uma 
vez que tais condições é que são levadas ao conhecimento do consumidor, 
definindo direitos e obrigações tanto para o consumidor quanto para a 
Sociedade de Capitalização. Abordaremos a nota técnica atuarial apenas 
quando for necessário esclarecer um tópico das condições gerais.
Observações
1. É proibida a venda de Título de Capitalização a menores de 16 anos.
2. A Circular Susep nº 460/ 2012 criou também a figura do “Distribuidor de títulos de 
Capitalização”, que é a pessoa jurídica que realiza a intermediação entre a Sociedade 
de Capitalização e o canal de venda dos títulos. A circular estabelece ainda uma série 
de obrigações e regras para esse distribuidor.
 TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO 
 DE CAPITALIZAÇÃO: 
 CEDENTE E CESSIONÁRIO 
Conforme a legislação em vigor, o título de Capitalização é indivisível em 
relação à sociedade (Anexo 1, art. 2º). Isso significa que duas sociedades de 
Capitalização não podem se unir para lançar um título, sendo uma respon-
sável pelo pagamento dos resgates e a outra responsável pelo pagamento 
referente aos sorteios. Também não é possível, mesmo depois que o título 
é comercializado, que uma sociedade transfira para outra a obrigação dos 
pagamentos referentes aos sorteios.
Além disso, uma Sociedade de Capitalização não poderá comercializar 
os direitos relativos ao título separadamente, ou seja, ela não pode, por 
decisão sua, vender o direito de resgate de um título para uma pessoa 
e o direito de sorteio do mesmo título para outra. Assim, a Sociedade de 
Capitalização não pode, sozinha, decidir por dividir os direitos de um título 
de Capitalização.
No entanto, para o subscritor e para o titular, é facultada a transferência 
(cessão) de seus papéis no título a qualquer momento, mediante comuni-
cação escrita à sociedade, não podendo ser cobrada qualquer taxa para a 
realização dessa transferência.
30
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
Atenção
Em caso de falecimento do titular, o título integrará o seu espólio. Assim, em 
regra, após a conclusão do processo de inventário, serão distribuídos os direitos 
 decorrentes do título aos herdeiros do titular.
Em caso de falecimento do subscritor, a transferência se dá de acordo com duas situações:
 ■ Subscritor e titular eram a mesma pessoa – neste caso, os direitos oriundos do 
 título integrarão o espólio do falecido. Quanto à obrigação de realização dos paga-
mentos restantes (caso existam), que cabiam ao subscritor falecido, tal obrigação 
poderá ser assumida por qualquer pessoa legalmente interessada, porém, isso não 
lhe garantirá os direitos do título.
 ■ Subscritor e titular eram pessoas diferentes – neste caso, qualquer pessoa legal-
mente interessada poderá assumir o lugar do subscritor. O titular continuará a deter 
os direitos originados do título (resgate da provisão matemática e recebimento dos 
prêmios de sorteios).
Em qualquer das duas hipóteses, não se efetuando os pagamentos, o título será 
 cancelado conforme as regras previstas nas condições gerais, persistindo, no 
 entanto, o direito de resgate.
A pessoa, física ou jurídica, que cede o seu papel no título de Capitalização 
é chamada de cedente, enquanto a pessoa a quem esse papel está sendo 
cedido é chamada de cessionário.
A transferência de titular é mais frequente do que a transferência entre 
subscritores.
Na transferência do titular, o cessionário (novo titular) o substitui (antigo titu-
lar) em todos os seus direitos e obrigações. Assim, o novo titular passará a 
possuir o direito ao resgate e à participação nos sorteios. 
O subscritor pode transferir para outra pessoa a obrigação de efetuar os 
pagamentos. Para tal, deverá ter a concordância desta outra pessoa, que 
passará a assumir a obrigação dos pagamentos.
Importante
Cedente é quem cede seu 
papel no título de Capitalização.
Cessionário é a pessoa para 
quem o papel foi cedido.
31
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
Importante
1. Cabe ao subscritor e ao titular comunicar à Sociedade de Capitalização sobre:
 ■ Seus dados cadastrais atualizados para efeito de registro e controle.
 ■ A realização de transferência (cessão), informando os dados cadastrais do novo 
subscritor ou do novo titular (cessionários), respectivamente.
 ■ A Sociedade de Capitalização deverá manter registro atualizado contendo as 
informações sobre o título e os dados cadastrais do subscritor e do titular, de 
modo a identificar a perfeita vinculação do título de capitalização entre essas 
pessoas e a Sociedade de Capitalização, observados também outros requisitos 
de legislação mais específica.
2. É vedado à Sociedade de Capitalização estabelecer a cessão automática de 
qualquer direito relativo ao título de capitalização. Para os títulos em que foi cedi-
do apenas o direito de resgate, este somente poderá ser solicitado após a realiza-
ção de todos os sorteios previstos no título, salvo quando a provisão matemática 
for utilizada como garantia.
Exemplo
Exemplos de Subscritor e Titular – Cedente e Cessionário
Observe através dos exemplos a seguir como são aplicados na prática os conceitos de 
Subscritor, Titular, Cedente e Cessionário.
Exemplo 1 – Sr. João adquiriu um Título de Capitalização com o objetivo de constituir 
uma reserva financeira e ainda concorrer a sorteios. Neste caso, a configuração de seu 
título ficaria assim:
SUBSCRITOR
João – 100%
Pagamento
O Subscritor (adquirente) é o 
responsável pelo pagamento 
das contribuições.
O Titular do direito de resgatar 
a reserva acumulada (PMC).
O Titular do direito de partici-
par dos sorteios e receber a 
premiação, se contemplado.
João – 100%
Resgate
João – 100%
Sorteio
TITULAR
TITULAR
32
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
 
Exemplo 2 – Com o passar do tempo, o Sr. João (Cedente), decide ceder 50% do seu 
direito de resgate para a sua esposa Maria (Cessionária), permanecendo com os 50% 
restantes. Quanto ao direito de sorteio, ele também cede 50% para sua esposa, mas 
divide os 50% restantes entre seus dois filhos Pedro e Carlos, em partes iguais. Uma 
vez efetuadas as alterações, a configuração de seu título passaria a ser:
SUBSCRITOR
João – 100%
Pagamento
O Subscritor (adquirente) é o 
responsável pelo pagamento 
das contribuições.
O(s) Titular(es) do direito de 
resgatar a reserva acumulada 
(PMC).
O(s) Titular(es) do direito de 
participar dos sorteios e rece-
ber a premiação, se for o caso.
João – 50% 
Maria – 50% 
Resgate
Maria – 50% 
Pedro – 25% 
Carlos – 25% 
Sorteio
TITULAR(ES)
TITULAR(ES)
Observação: Por se tratar de um direito (resgate e/ou sorteio), caberá ao titular ceder 
esse(s) direito(s) a terceiros, se for do seu interesse, em número e na proporção que 
bem lhe entender.
 VIGÊNCIA DE UM TÍTULO 
 DE CAPITALIZAÇÃO 
A data de início de vigência do título de Capitalização é a data de sua aqui-
sição. É considerada data de aquisição do título de Capitalização a data da 
primeira contribuição ou da contribuição única.
Quando a data de aquisição não é conhecida, será utilizada a data de início 
de comercialização da série, desde que o prazo de comercialização da 
série não ultrapasse 60 (sessenta) dias.
33
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
O prazo de vigência é o período durante o qual o título de Capitalização está 
sujeito às regras descritas nas condições gerais do título, sendo administrado 
pela Sociedade de Capitalização. É compreendido entrea data de início e a data 
final para constituição do capital a ser pago ao(s) titular(es) do direito de resgate.
O prazo mínimo de vigência para um título de Capitalização depende de 
sua modalidade. 
O título permanecerá plenamente ativo enquanto não houver atraso nos 
pagamentos. A partir da data de início, e durante o prazo de vigência, o titu-
lar passa a ter direito a todos os benefícios proporcionados pelo produto: 
juros e atualização da Provisão Matemática para Capitalização, além de 
poder participar dos sorteios.
O art. 1º do Decreto-Lei nº 261/1967 menciona que o título objetiva “a cons-
tituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano, e 
pago em moeda corrente em um prazo máximo indicado no mesmo plano”.
Dessa forma, o prazo de vigência é exatamente o prazo estabelecido 
no título para a formação do capital que este objetiva atingir. Pode-se 
dizer que o prazo de vigência é aquele em que esse capital está sujeito 
à remuneração (Capitalização), pela incidência da taxa de juros prevista 
nas Condições Gerais, e à atualização monetária por meio da aplicação do 
índice informado também nas Condições Gerais.
 PRAZO DE CARÊNCIA 
 DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 
O prazo de carência é o período de tempo, contado a partir do início de 
vigência do título, que o titular terá que aguardar para poder receber o 
valor de resgate.
Na Capitalização, alguns títulos admitem que o titular possa reali-
zar resgates mesmo antes de encerrada a vigência do título, o que 
se denomina resgate antecipado (antecipado em relação ao fim da 
 vigência). No entanto, o título também pode estabelecer que o valor 
a ser recebido, em função do resgate antecipado, só poderá ocorrer 
depois de cumprida uma parte da vigência, denominada prazo de 
carência (Anexo 1, art. 11).
O prazo de carência do título de Capitalização não afeta o direito de partici-
pação nos sorteios. Isso significa dizer que, nesse prazo, o título concorrerá 
normalmente aos sorteios, havendo apenas a limitação ao recebimento do 
valor oriundo de resgate antecipado.
Importante
O prazo de vigência não se 
confunde com o prazo de 
pagamento, que é o período 
durante o qual o subscritor 
se compromete a efetuar os 
pagamentos. Porém, o prazo 
de pagamento só poderá, 
no máximo, ser igual ao 
prazo de vigência.
Importante
Para qualquer tipo de título, 
é proibida a cobrança de 
valores do subscritor ou 
do titular com finalidade de 
inscrição, cadastro ou cessão 
do título, independentemente 
de sua denominação. 
Assim, nada, além de 
valores correspondentes 
às contribuições, pode ser 
cobrado do subscritor de um 
título de Capitalização.
34
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
E nos casos de cancelamento por inadimplência?
Quando houver esse cancelamento, os recursos presentes na provisão 
matemática para Capitalização sempre poderão ser levantados pelo titular 
(não obrigatoriamente de forma integral), devendo, no entanto, aguardar o 
cumprimento do prazo de carência do título de Capitalização, se existente. 
Desse modo, se o cancelamento ocorrer durante o prazo de carência esta-
belecido no título, o titular deverá aguardar o seu término para, só então, 
obter o valor de resgate.
A legislação permite que a sociedade fixe um prazo de carência para a 
efetivação de resgates de, no máximo, 24 meses (contados sempre a partir 
da data de início da vigência), mas nunca superior ao próprio prazo de 
vigência do título. Assim, se o título tiver um prazo de vigência igual ou 
inferior a 24 meses, o prazo máximo de carência admitido pela legislação 
para a efetivação do resgate será igual ao período de vigência do título.
 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS: 
 PU, PP E PM 
Em relação aos tipos de títulos, eles são classificados com base no número 
de pagamentos que serão efetuados pelo subscritor. Dividem-se em paga-
mento único (PU), pagamentos periódicos (PP) e pagamentos mensais (PM) 
(Anexo 1, art. 4º).
Como o próprio nome diz, os títulos do tipo PU se caracterizam por um 
pagamento único.
Os títulos do tipo PM preveem a realização de um pagamento para cada 
mês de sua vigência. Assim, exemplificando, se o título PM possuir uma 
vigência de 60 meses, ele exigirá que o subscritor realize 60 pagamentos 
mensais e consecutivos.
Já os títulos do tipo PP preveem pagamentos periódicos. Não há correspon-
dência entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência, 
sendo prevista a realização de mais de um pagamento (se fosse apenas um 
pagamento, seria PU).
Em geral, esses pagamentos são consecutivos, mas não há correspondên-
cia entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência. Por 
exemplo, é possível a existência de um título PP com 12 meses de vigência 
em que haja somente seis pagamentos (do 1o ao 6º mês, por exemplo).
Exemplo
Um título de 12 meses de 
vigência pode prever, no 
máximo, um prazo de carência 
de 12 meses. Já um título com 
72 meses de vigência poderia 
apresentar um prazo máximo 
de carência de 24 meses.
Saiba mais
Os títulos PP e PM são os 
que mais se aproximam da 
ideia de uma “poupança 
programada”, ou “forçada”, 
como alguns preferem, 
em razão de o subscritor 
ser obrigado a efetuar os 
pagamentos mensalmente, 
sendo o valor de resgate 
gradativamente construído.
35
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
Há diversas aplicações práticas para os títulos PP e PM. Em geral, eles prio-
rizam não só os sorteios, mas também o valor de resgate. 
 A ESTRUTURAÇÃO DE UM TÍTULO 
 DE CAPITALIZAÇÃO: 
 O TAMANHO DA SÉRIE 
De acordo com a legislação em vigor, os títulos de Capitalização devem ser 
estruturados em séries.
O que isso significa?
Simples: significa que eles devem ser numerados em sequência limitada de 
títulos submetidos às mesmas condições gerais e especificações técnicas, à 
exceção do valor da contribuição, e que possuem a mesma probabilidade de 
serem contemplados em sorteios de participação comum (Anexo 1, art. 8º).
O número de títulos (tamanho da série) que será emitido em uma mesma 
série deverá ser informado no próprio título de Capitalização, bem como 
no material de comercialização, nas condições gerais, em destaque, e na 
nota técnica atuarial do título. Dessa forma, o tamanho da série represen-
ta a quantidade máxima de títulos que poderá ser emitida nessa mesma 
série. Somente os títulos relativos a uma mesma série podem concorrer 
aos sorteios previstos para aquela série.
Porém, é possível que uma Sociedade de Capitalização comercialize 
várias séries distintas, observada, no entanto, em cada série, a quanti-
dade máxima de títulos. 
A importância do tamanho da série está relacionada aos sorteios.
Em primeiro lugar, os sorteios são custeados pelos próprios títulos, por 
meio da quota de sorteio. Assim, para se determinar quanto compete a 
cada título, ou seja, para se fazer a divisão do custo dos sorteios pelos 
títulos, é necessário definir quantos títulos serão colocados à venda, ou 
seja, é necessário definir o tamanho da série.
O segundo aspecto relevante é referente à probabilidade de ser sorteado. 
Evidentemente, quanto maior o tamanho da série, mais difícil será, em tese, 
um título ser sorteado.
Importante
Títulos com valores de 
contribuição diferenciados 
podem ser comercializados 
em uma mesma série, desde 
que tal hipótese esteja 
prevista na nota técnica 
atuarial do plano.
Saiba mais
É certo que os sorteios relativos 
a uma série não se comunicam 
com uma outra, isto é, os 
sorteios e, consequentemente, 
os títulos ganhadores são 
independentes entre as séries.
36
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
Uma série é, portanto, um conjunto limitado de títulos, numerados sequen-
cialmente, que possuem a mesma probabilidade de serem sorteados (o 
que, tecnicamente, denomina-se equiprobabilidade de contemplação no 
sorteio), que concorrem aos mesmos sorteios e que buscam garantir o 
equilíbrio entre receitas e despesas relativamente aos sorteios. 
 ACOMPOSIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO: 
 AS QUOTAS DE CAPITALIZAÇÃO, 
 DE SORTEIO E DE CARREGAMENTO 
Cada contribuição a ser realizada pelo subscritor é formada por três compo-
nentes: quota de Capitalização, quota de sorteio e quota de carregamento 
(Anexo 1, Glossário).
É comum se apresentarem as quotas como sendo percentuais incidentes 
sobre a contribuição. Assim, em cada contribuição, a soma dos percentuais 
referentes à quota de Capitalização, ao sorteio e ao carregamento deve resul-
tar em 100%, isto é, a soma equivale a 100% do valor da contribuição.
A seguir, você pode conferir as características de cada uma das quotas.
Siga em frente!
 — Quotas de Capitalização
Representam o percentual (a parte) de cada contribuição que será destinado à 
constituição do capital a ser resgatado.
Os percentuais relativos às contribuições a serem utilizados para constituição 
da Provisão Matemática para Capitalização – quotas de Capitalização – deverão 
obedecer aos seguintes critérios, observados, ainda, os demais requisitos de 
cada modalidade:
 ■ A quota de Capitalização deve ser superior às demais quotas 
individual mente consideradas.
 ■ Nos títulos com pagamento único (PU), a quota de Capitalização 
mínima é de 50% do valor da contribuição na modalidade popu-
lar e 70% nas modalidades Tradicional e Instrumento de Garantia, 
qualquer que seja o prazo de vigência. 
37
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
 ■ Nos títulos com pagamentos mensais (PM) ou com pagamentos 
periódicos (PP), os percentuais destinados à formação da Provisão 
Matemática para Capitalização deverão ser, no mínimo, 10% do valor 
de cada contribuição nos primeiros três meses de vigência e 70% 
a partir do quarto mês de vigência. Além disso, a média aritmética 
do percentual de Capitalização de todos as contribuições, até o 
final da vigência do título, deverá corresponder a, no mínimo, 70%, 
qualquer que seja o prazo de vigência do título.
Ainda em dúvida?
Então observe os quadros a seguir e veja, resumidamente, as diferenças 
de percentual para cada modalidade de título.
QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA – TÍTULOS PU
TÍTULOS PU PERCENTUAL MÍNIMO DESTINADO À CAPITALIZAÇÃO (QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA)
Títulos da modalidade Popular 50%
Títulos das modalidades 
Tradicional e Instrumento 
de Garantia
70%
Títulos da modalidade incentivo 
e filantropia premiável
A quota de Capitalização deve ser superior às demais quotas 
individualmente consideradas. Para apuração deste critério, 
os eventuais valores de sorteio custeados pela quota de 
carregamento deverão ser somados à quota de sorteio.
QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA – TÍTULOS PM OU PP
PM OU PP COM SORTEIOS PERCENTUAL MÍNIMO DESTINADO À CAPITALIZAÇÃO (QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA)
1ª 2ª e 3ª contribuições 10%
4a contribuição em diante 70%
Média de todas as contribuições 70%
 — Quotas de Sorteio
As quotas de sorteio têm como finalidade custear os prêmios dos sorteios 
que são distribuídos em cada série. Representam a parte lotérica do título, 
ou seja, aquilo que o consumidor está “jogando”. O “bolo” formado por 
essas parcelas se destina, exclusivamente, a bancar os prêmios pagos aos 
clientes sorteados.
Os prêmios de sorteio devem ser custeados pela quota de sorteio dos 
títulos da mesma série.
Apenas a modalidade popular possui limite para quota de sorteio, que 
deverá corresponder a, no mínimo, 5% (cinco por cento) da contribuição.
Exemplo
Se, em uma série com 100.000 títulos 
com pagamento único de valor “a”, 
os prêmios de sorteios totalizarem 
10.000 vezes o valor da contribuição 
(10.000 * a), a quota de sorteio será 
de 10% (10.000 * a/100.000 * a), isto é, 
cada título colabora com 10% de sua 
contribuição para custear os sorteios.
38
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
 — Quotas de Carregamento
Os percentuais de carregamento deverão cobrir os custos de despesas com 
corretagem, colocação e administração do título de Capitalização, emissão, 
divulgação, eventuais despesas relativas ao custeio da contemplação 
obrigatória e da distribuição de bônus e, é claro, o lucro da Sociedade de 
Capitalização.
Assim, as quotas de carregamento representam a parcela de cada contri-
buição que é cobrada pela sociedade para administrar o título.
Para que você não tenha dúvidas, observe o exemplo a seguir e acom-
panhe o raciocínio.
Exemplo: em um título com pagamentos mensais no valor de R$ 200,00 
(cada um), a quarta contribuição apresenta as seguintes quotas:
 ■ Quota de Capitalização: 75%.
 ■ Quota de sorteio: 15%.
 ■ Quota de carregamento: 10%.
Então, R$ 150,00 (75%) serão destinados para compor o capital, R$ 30,00 
(15%) serão destinados para o custeio dos sorteios, e R$ 20,00 (10%) serão 
destinados ao carregamento da Sociedade de Capitalização.
Desse modo, apenas uma parte da contribuição (oriunda da quota de 
 Capitalização) é efetivamente utilizada na formação do capital, isto é, da 
provisão matemática para Capitalização (PMC).
Ficou mais claro, certo?
Notas
 ■ As quotas de capitalização, de sorteio e de carregamento deverão ser apresen-
tadas sempre em destaque nas condições gerais do título de capitalização e ser de 
 conhecimento do subscritor no ato da subscrição.
 ■ Dentro dos limites estabelecidos pela legislação, cada sociedade pode fixar suas 
próprias quotas, de acordo com o objetivo comercial a ser atingido para cada produto 
que lançar.
39
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
 SUSPENSÃO E CANCELAMENTO 
 DE UM TÍTULO DE 
 CAPITALIZAÇÃO 
A suspensão do título de Capitalização é uma decorrência da falta de 
pagamento, sendo uma característica dos títulos pagamento mensal (PM) 
– ou dos títulos pagamento periódico (PP).
Não tendo havido o pagamento na data prevista, o título é considerado 
suspenso a partir daquela data (Anexo 1, art. 6º). Com isso, há também a 
suspensão automática do direito do titular de participar dos sorteios.
Saiba Mais
Caso o número do título suspenso seja sorteado, a Sociedade de Capitalização é a 
 detentora do prêmio de sorteio por ter sido ela que arcou com o custeio daquele prêmio 
de sorteio relativamente ao título suspenso, ou seja, “pagou” a quota de sorteio do título 
suspenso durante o prazo de suspensão.
Um segundo efeito da suspensão é iniciar a contagem de prazo para a res-
cisão (cancelamento) do título. Todo título tem um prazo máximo durante 
o qual poderá permanecer suspenso. Encerrado tal prazo, sem que tenha 
havido pagamento, o título será cancelado (Anexo 1, art. 7º).
No entanto, de acordo com a legislação, a Sociedade de Capitalização 
não poderá se apropriar da provisão matemática dos títulos suspensos ou 
 cancelados (caducos) em razão de inadimplência. 
Se houver o cancelamento, a sociedade deverá colocar o valor do resgate 
à disposição do titular, tão logo o período de carência termine (se existente), 
independentemente do número de pagamentos efetuados. Esse direito 
permanece válido mesmo nos casos em que a inadimplência tenha 
 ocorrido em data anterior ao término do prazo de carência fixado nas 
 condições gerais do título.
Para entender melhor, confira os parágrafos do art. 24 da Resolução CNSP 
384/20, que tratam da suspensão, do cancelamento e da reabilitação dos 
títulos de Capitalização:
Art. 24. (...)
§1º. As condições gerais do título, para o caso de atraso no paga­
mento da contribuição, deverão prever um prazo de suspensão, 
durante o qual o título poderá ser reabilitado com prorrogação, 
ou não, dos prazos de contribuição e de capitalização.
Atenção
Quanto à provisão 
matemática para 
capitalização do título, 
há uma diferença entre 
suspensão e cancelamento.
A suspensão não gera efeitos, 
isto é, ainda que suspenso, a 
sua provisão continua a ser 
atualizada monetariamente 
pelo índice adotado e 
capitalizada pela taxa de juros 
prevista no título. 
Já para um título cancelado, 
somente existirá incidência 
de atualização monetária até 
que o resgate seja pago ao 
titular, não havendo mais,portanto, a incidência de 
juros após o cancelamento 
(Anexo 1, art. 11, §7º).
40
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
§2º. A reabilitação sem prorrogação implica o pagamento 
das contribuições vencidas, podendo ser acrescida dos 
juros do plano e da atualização monetária.
§3º. Vencido o prazo de suspensão, o título ficará rescin­
dido, permanecendo à disposição do titular o respectivo 
valor de resgate, para recebimento do mesmo após o 
 prazo de carência, quando previsto.
§4º. Ao titular do título reabilitado não assistirá qualquer direito 
aos sorteios realizados durante o período de suspensão. 
 A REABILITAÇÃO DE UM 
 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 
A reabilitação é o encerramento da suspensão de um título de Capitalização 
em razão de ter o subscritor efetuado um ou todos os pagamentos em 
atraso, dependendo do caso. Com a reabilitação, o título volta a participar 
dos sorteios. Porém, só poderá haver a reabilitação enquanto durar a 
 suspensão, isto é, uma vez cancelado o título, este não poderá mais ser 
reabilitado (Anexo 1, art. 6º, parágrafo único).
Conforme exposto no art. 24, §1º, duas são as formas possíveis de reabili-
tação: sem prorrogação do prazo de vigência ou com a sua prorrogação.
Falaremos delas, detalhadamente, a seguir.
 — Reabilitação sem 
Prorrogação de Vigência
Para que você entenda como funciona essa forma de reabilitação, imagine a 
seguinte situação: um título PM que preveja 12 pagamentos e, consequentemen-
te, 12 meses de vigência, adquirido e tendo sido efetuado o primeiro pagamento 
em 1º de janeiro, e que admita, ainda, um período máximo de suspensão de qua-
tro meses, sendo possível a reabilitação sem prorrogação de vigência.
Dessa forma, vamos supor que o subscritor tenha deixado de efetuar o segun-
do e o terceiro pagamentos, referentes aos meses de fevereiro e março. O 
título, então, foi suspenso em 1º de fevereiro, data em que deveria ter aconteci-
do o segundo pagamento.
No dia 15 de março, desejando reabilitar seu título, o subscritor deverá 
efetuar os pagamentos relativos aos dois meses em atraso, devidamente 
atualizados e, ainda, acrescidos de juros. Por força do §2o, já transcrito, não 
Saiba mais
Apesar de o texto da Resolução 
CNSP nº 384/2020 falar em 
“prorrogação do prazo de 
contribuição e de Capitalização”, 
pensamos ser mais abrangente o 
termo “prorrogação de vigência”, 
conforme os motivos que serão 
apresentados no próximo tópico. 
Confira o conteúdo completo da 
Resolução no Anexo 4.
Exemplo
Se um título prevê um sorteio 
mensal, sempre no dia 5, 
então o título suspenso não 
participou dos sorteios de 5 de 
fevereiro e de 5 de março, não 
tendo como “recuperá-los”.
41
UNIDADE 2
CAPITALIZAÇÃO
havendo prorrogação de vigência, só ocorrerá a reabilitação se todos os 
pagamentos em atraso forem devidamente quitados, acrescidos de juros e 
atualização monetária.
A obrigatoriedade de atualização monetária e de juros busca salvaguardar o 
valor final de resgate, já que, se os pagamentos tivessem ocorrido na data cor-
reta, a parte destinada ao capital estaria sujeita à atualização e aos juros na 
Provisão Matemática para Capitalização.
Como vimos, reabilitação sem prorrogação de vigência significa que o título 
não terá a sua vigência inicial alterada, ainda que tenha permanecido suspenso 
durante um período. Assim, no exemplo anterior, com vigência de 12 meses, em 
1o de janeiro do ano seguinte, o título completaria sua vigência, encerrando-se.
Outro efeito da não prorrogação da vigência é a perda definitiva dos sorteios 
que ocorreram durante o prazo de suspensão.
 — Reabilitação com 
Prorrogação de Vigência
A reabilitação com prorrogação de vigência difere da anterior por não exigir 
o pagamento de todos os meses que eventualmente estejam em atraso, 
 bastando, apenas, a efetivação de um pagamento para reabilitar o título.
No exemplo anterior, se o subscritor, que atrasou em fevereiro e março, 
efetuasse o pagamento de abril no vencimento correto (1º de abril), o título 
estaria reabilitado. Obviamente, para que isso aconteça, a reabilitação com 
prorrogação de vigência deve estar prevista nas Condições Gerais. 
Dessa forma, a reabilitação com prorrogação consiste em estender o prazo 
normal de vigência em função do número de parcelas em atraso. Assim, ainda 
no mesmo exemplo, o título teria a sua vigência prorrogada por mais dois 
meses (período que corresponde ao número de paga mentos não realizados).
Além de facilitar a reabilitação, já que basta apenas um pagamento para afas-
tar a suspensão e que não há cobrança de juros e atualização, a reabilitação 
com prorrogação de vigência repercute favoravelmente também nos sorteios, 
já que, prorrogada a vigência, deve também ser prorrogada a participação 
nos sorteios periódicos. 
Voltando ao exemplo, o titular participaria de sorteios nos dois meses de 
 prorrogação de sua vigência ( janeiro e fevereiro do ano seguinte). Portanto 
não há a perda definitiva dos sorteios periódicos quando prevista a reabilitação 
com prorrogação de vigência. 
Este é o motivo de optarmos por utilizar a expressão “prorrogação de 
 vigência” – e não “prorrogação do prazo de pagamento e de Capitalização” 
–, já que não são apenas os prazos de pagamento e Capitalização que são 
dilatados, mas também a participação em sorteios periódicos.
42
FIXANDO CONCEITOS
CAPITALIZAÇÃO
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa correta
1. Arthur foi incentivado por um amigo a fazer uma economia mensal, 
 guardando algum valor do seu salário. Ele gostou da ideia e teve como 
sugestão o título de Capitalização. Para ajudá-lo na decisão, seu corretor 
deverá lhe informar que a economia (ou poupança) programada no título 
de Capitalização e realizada por meio da aplicação de:
(a) Parte dos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período 
de tempo não previamente definido no título, sem haver a obrigato-
riedade de incidência de juros.
(b) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo 
consumidor, por um período estipulado no título, a uma determinada 
taxa de juros.
(c) Parte dos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período 
estipulado no título, a uma determinada taxa de juros.
(d) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo 
consumidor, por um período não previamente definido no título, a 
uma determinada taxa de juros.
(e) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo 
consumidor, por um período não previamente definido no título, 
mas sem aplicação de taxa de juros.
2. Sobre a figura do subscritor em um título de Capitalização, podemos 
afirmar que:
(a) É obrigatoriamente uma pessoa física.
(b) Poderá ser o próprio titular ou uma outra pessoa, física ou jurídica, 
indicada pelo titular.
(c) Possui sempre o direito de resgate do título.
(d) Ele se compromete a efetuar os pagamentos na forma prevista nas 
condições gerais do título.
(e) É obrigatoriamente uma pessoa jurídica.
43
FIXANDO CONCEITOS
CAPITALIZAÇÃO
3. Em um título de Capitalização, a nota técnica pode ser definida como a(o):
(a) Descrição do título por meio de bases técnicas, hipóteses e formula-
ções atuariais.
(b) Documento assinado pelo subscritor.
(c) Documento que obrigatoriamente precisa ser entregue ao titular.
(d) Documento que contém os números com os quais o titular concorrerá 
aos sorteios.
(e) Descrição do título no qual estão contidos os direitos e deveres da 
Sociedade de capitalização e do titular.
4. Na aquisição de um título de Capitalização, o cliente passa a possuir 
uma denominação que indicará se ele será Titular e/ou Subscritor do Título. 
Entre as alternativas a seguir, aquela que indica a definição para Titular é:
(a) A pessoa física, proprietária do título de Capitalização, a quem 
devem ser pagos os direitos originados pelo título.
(b) A pessoa jurídica, proprietária do título de Capitalização, a quem devem 
ser pagos os direitos originados

Outros materiais