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NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Nathália Laffi n CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Cristiane Lisandra Danna Norberto Siegel Camila Roczanski Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Bárbara Pricila Franz Marcelo Bucci Revisão de Conteúdo: Jorge Roberto Krening Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2018 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. L163n Laffin, Nathália Normas e técnicas de auditoria. / Nathália Laffin – In- daial: UNIASSELVI, 2018. 60 p.; il. ISBN 978-85-53158-31-7 1.Auditoria – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 657.45 Nathália Laffi n Contadora formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Tem mestrado em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (ESAG-UDESC) e é doutoranda na área de Contabilidade na Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professora na UFSC na área de Auditoria e Perícia Contábil. Sumário APRESENTAÇÃO ..........................................................................07 CAPÍTULO 1 Introdução às Normas de Auditoria .........................................09 CAPÍTULO 2 Procedimentos de Auditoria ......................................................35 CAPÍTULO 3 Papéis de Trabalho ......................................................................49 APRESENTAÇÃO A auditoria é uma das práticas contábeis que mais se destaca em nosso país e em todo mundo. As recorrentes crises e fraudes apresentadas pelas grandes empresas demandam cada vez mais atenção dos especialistas. A globalização e o acesso à informação exigem das empresas, cada vez mais, transparência e idoneidade. Nesse contexto, a figura do auditor se destaca, pois sua função representa essa demanda. Dessa forma, percebe-se que os contadores, ao desempenhar a atividade de auditoria, possuem um papel social muito relevante. O livro Normas e Técnicas de Auditoria é elaborado justamente sob essa perspectiva, pois permite que você conheça as normas que orientam a auditoria e as principais técnicas utilizadas pelos auditores para a execução de seus trabalhos. A ideia deste livro consiste na compreensão de que a normatização da auditoria aumenta a qualidade dos serviços executados. No primeiro capítulo, discutimos a legislação de auditoria vigente no Brasil, fazendo com que você conheça quais são os órgãos competentes e quais são as normas emitidas por esses órgãos. No segundo capítulo, estudamos todos os procedimentos de auditoria, que consistem nas técnicas utilizadas pela auditoria para a execução de seus trabalhos. É fundamental que o auditor conheça e compreenda os procedimentos, sendo capaz de reconhecer quais são as situações que demandam cada uma dessas técnicas. O terceiro capítulo aborda os papéis de trabalho, que consistem em todos os elementos relevantes obtidos durante a execução da auditoria. A forma como são percebidos, obtidos e organizados esses documentos constituem etapas da auditoria e demandam atenção especial do leitor. A ideia deste livro consiste na compreensão e assimilação das normas e técnicas de auditoria como um fundamento básico para a formação do auditor. A prática só é possível com uma boa orientação teórica e com o embasamento conceitual e com os diferentes exemplos abordados, o auditor encerra seus estudos capacitado para os trabalhos de auditoria. Bons estudos! CAPÍTULO 1 Introdução às Normas de Auditoria A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Conhecer e compreender a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade. Conhecer e compreender as Normas Brasileiras de Contabilidade que regulam as atividades de auditoria independente. Conhecer e compreender as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas às atividades de auditoria interna. Fazer a análise das semelhanças e diferenças entre as práticas e normas de auditoria independente e interna. 10 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA 11 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 ConteXtualiZação A auditoria é um processo realizado por pessoas e, seja ela externa ou interna, está sujeita às condições intrínsecas do ser humano: percepções, sensações e subjetividade de análises. A fi m de garantir que a auditoria seja um processo que aumente o grau de confi abilidade das demonstrações contábeis ou que avalie os processos e controles internos das entidades, são elaboradas normas para direcionar atitudes, posturas e procedimentos. Desta forma, percebe-se que a auditoria, como uma das áreas da ciência contábil, não se distancia da contabilidade em geral, que também possui normas e diretrizes normatizando e direcionando as técnicas e a profi ssão contábil. No livro Fundamentos de Auditoria, lido por você neste curso, abordamos as normas que envolvem a auditoria no Brasil, apresentando-as da forma como se confi guram: de aplicação técnica e de aplicação profi ssional. Neste capítulo, veremos extensivamente cada uma dessas normas, para torná-lo um profundo conhecedor das incumbências e responsabilidades inerentes à auditoria no Brasil. Normas Brasileiras de Contabilidade As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC – são os ditames norteadores de conduta, padrões e procedimentos a serem percebidos pelo contador no exercício de sua profi ssão. Elas são elaboradas pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC – e estão em consonância às Normas Internacionais de Contabilidade, vislumbrando e possibilitando uma contabilidade integrada em diferentes lugares do mundo. As NBC classifi cam-se entre normas profi ssionais, que estabelecem regras de exercício profi ssional, e normas técnicas, que estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos que devem ser aplicados no dia a dia das rotinas contábeis. Dentro dessa classifi cação, estão abarcadas diferentes áreas da contabilidade, sendo a auditoria uma matéria contemplada nestas normas, como pode ser visualizado na fi gura a seguir: As NBC classifi cam- se entre normas profi ssionais, que estabelecem regras de exercício profi ssional, e normas técnicas, que estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos que devem ser aplicados no dia a dia das rotinas contábeis. 12 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA Figura 1 – Divisão das Normas Brasileiras de Contabilidade Fonte: A autora. Nos estudos de outras disciplinas deste curso, vimos que a auditoria pode ser interna ou externa (independente). Desta forma, há uma demanda por compreensões e práticas específi cas pretendidas por cada uma delas. Com base nisso, existem normas e diretrizes que orientam tanto o auditor e a auditoria independente quanto o auditor e a auditoria interna. a) Normas Brasileiras de Contabilidade Profi ssionais As normas profi ssionais estabelecem regras de exercício profi ssional e são estruturadas em: • geral; • do auditor independente; • do perito contábil. b) Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas – NBC-T As normas técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos que devem ser aplicados nas atividades contábeis. As NBC-T dividem-se em: • geral; • completas; • simplifi cadas para pequenas e microempresas; As normas profi ssionais estabelecem regras de exercício profi ssional As normas técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos que devemser aplicados nas atividades contábeis. 13 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 • aplicadas ao setor público; • de auditoria independente de informação contábil-histórica; • de revisão de informação contábil-histórica; • de serviço correlato; • de auditoria interna; • de perícia. Neste capítulo, falaremos sobre as normas profi ssionais do auditor independente, normas técnicas de auditoria independente de informação contábil- histórica e normas técnicas de auditoria interna. Normas Brasileiras de Contabilidade ProFissionais – do Auditor Independente As Normas Brasileiras de Contabilidade são classifi cadas em Profi ssionais e Técnicas. As Normas Profi ssionais do Auditor Independente norteiam o profi ssional contábil que está no exercício da auditoria independente. São diretrizes relacionadas à qualidade, independência, revisão dos trabalhos, além de exigências e qualifi cações para o registro do contador como auditor independente. Quadro 1 – NBC Profi ssionais do Auditor Independente NBC Nome da Norma NBC PA 01 Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físi-cas) de Auditores Independentes NBC PA 290 (R2) Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão NBC PA 291 (R2) Independência – Outros Trabalhos de Asseguração NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares NBC PA 13 (R2) Exame de Qualifi cação Técnica – Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) Fonte: A autora. a) NBC PA 01 – Controle de qualidade para fi rmas de auditores independentes Considerando o processo de convergência das normas brasileiras de contabilidade às normas internacionais, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC – aprovou a Resolução nº 1.201/09 (CFC, 2009), tratada como Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional de Auditoria nº 01 – NBC PA 01, que dispõe sobre o controle de qualidade para fi rmas de pessoas jurídicas e físicas de auditores independentes. 14 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA A NBC PA 01 (CFC, 2009) trata das responsabilidades do auditor, seja pessoa jurídica ou pessoa física – tratadas na norma pela expressão “fi rma”, por seu sistema de controle de qualidade para processos de auditoria e revisões de demonstrações fi nanceiras. A norma trata ainda sobre os trabalhos de asseguração e serviços correlatos. O objetivo da fi rma consiste no estabelecimento e manutenção de um sistema de controle de qualidade para obter uma segurança razoável de que, tanto a fi rma quanto seu pessoal, cumprem as normas técnicas e as exigências legais e regulatórias aplicáveis, e também de que os relatórios sobre as demonstrações contábeis e demais relatórios, emitidos pela fi rma e pelos sócios encarregados do trabalho, são apropriados em suas circunstâncias de aplicabilidade. Conforme a NBC PA 01 (CFC, 2009), um sistema de controle de qualidade inclui políticas e procedimentos, os quais devem ser documentados sobre: • Responsabilidades da liderança pela qualidade na fi rma: consiste em uma cultura interna que reconheça que a qualidade é essencial na execução dos trabalhos. • Exigências éticas relevantes: exigências às quais estão sujeitos a equipe de trabalho e o revisor do controle de qualidade do trabalho, compreendendo as NBC e o Código de Ética Profi ssional do Contabilista. • Aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos específi cos: estes cuidados são projetados para fornecer segurança razoável de que sempre que tiver competência, habilidade, recursos técnicos e fi nanceiros e integridade para cumprir com suas demandas, a empresa de auditoria o fará. • Recursos humanos: para executar trabalhos conforme as normas exigidas para a emissão do relatório de auditoria ou outros tipos de relatórios apropriados. • Execução do trabalho: políticas e procedimentos que incluem assuntos relevantes para promover consistência na qualidade da execução, responsabilidades pela supervisão e pela revisão. • Monitoramento: contínua consideração e avaliação do sistema de controle de qualidade da fi rma, com inspeções periódicas de trabalhos concluídos por ela, com vistas a fornecer segurança razoável de que seu sistema de controle de qualidade está operando de maneira efetiva. b) NBC PA 290 (R2) – Independência – trabalhos de auditoria e revisão A Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor nº 290, segunda revisão – NBC PA 290 (R2) –, trata dos requisitos de independência 15 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 para trabalhos de auditoria e trabalhos de revisão limitada ou especial, que são trabalhos de asseguração nos quais o auditor apresenta sua conclusão acerca das demonstrações contábeis (CFC, 2017a). Assim, o objetivo da norma consiste em auxiliar as fi rmas e membros das equipes de auditoria na aplicação dos conceitos de independência de pensamento e aparência de independência, para a conquista e manutenção de independência. Ser independente compreende ter independência de pensamento e aparentar sê-lo. A independência de pensamento resume-se em ter uma postura de julgamento profi ssional, integridade, objetividade e ceticismo profi ssional, sem infl uências de terceiros sob suas conclusões. A aparência de independência fundamenta-se em não incidir em situações e circunstâncias que sejam tão signifi cativas a ponto de que um terceiro com conhecimento, experiência e bom senso possa ponderar que a integridade, objetividade e ceticismo profi ssional da fi rma ou do membro da equipe de auditoria possam estar comprometidos. Esses conceitos devem ser aplicados pelos auditores para identifi car e avaliar ameaças à independência e aplicar salvaguardas, quando necessário, para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável. São exemplos de ameaças à independência do auditor: interesse fi nanceiro ou outro que possa infl uenciar o julgamento ou comportamento do auditor, causas que podem afetar a objetividade do auditor em razão do interesse do cliente ou de relação de longa data com o cliente, e ameaças de intimidação, sob a qual o auditor pode ser dissuadido em decorrência de pressões. c) NBC PA 291 (R2) – Independência – outros trabalhos de asseguração A Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor nº 291, segunda revisão – NBC PA 291 (R2) – é uma norma que versa sobre a independência do auditor para os trabalhos de asseguração que não são trabalhos de auditoria ou de revisão (CFC, 2017b). Os trabalhos de asseguração têm o objetivo de aumentar o grau de confi ança dos usuários previstos que não sejam a parte responsável no resultado da avaliação ou mensuração do objeto com base em critérios. O resultado da avaliação ou mensuração do objeto são as informações resultantes da aplicação dos critérios ao objeto. Os trabalhos de asseguração podem ser sob duas formas: • relatórios baseados em afi rmações; • relatórios diretos. 16 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA Conforme a NBC PA 291 R2 (CFC, 2017b, p. 4): No trabalho de asseguração baseado em afi rmações, a avaliação ou a mensuração do objeto é realizada pela parte responsável e as informações sobre o objeto estão baseadas na afi rmação efetuada pela parte responsável que é disponibilizada aos usuários previstos. Já no caso de relatório direto, segundo a NBC PA 291 R2 (CFC, 2017b), p. 4: O auditor efetua diretamente a avaliação ou a mensuração do objeto ou obtém uma representação da parte responsável que realizou a avaliação ou mensuração que não está disponível para os usuários previstos. As informações sobre o objeto são fornecidas aos usuários previstos no relatório de asseguração. Com base no exposto, infere-se que, em ambos os casos, três partes fazem parte do relatório: o auditor, a parte responsável e os usuários previstos. d) NBC PA 11 – Revisão externa de qualidade pelos pares Essa é uma norma que entrará em vigor apenas em 1º de janeiro de 2019. As Normas Brasileiras de ContabilidadeProfi ssionais do Auditor nº 11 – NBC PA 11 tratam da revisão externa de qualidade pelos pares. A revisão pelos pares é um processo de acompanhamento do controle de qualidade dos trabalhos realizados pelos auditores independentes (CFC, 2017c). Ela avalia os procedimentos adotados pelo contador no exercício dos trabalhos de auditoria independente e pela fi rma de auditoria, para que a qualidade dos trabalhos seja assegurada. O produto da revisão externa de qualidade pelos pares será um relatório, que pode se confi gurar sob 4 tipos: a) relatório de revisão de sistema de qualidade adequado; b) relatório de revisão de sistema de qualidade com defi ciências; c) relatório de revisão de sistema de qualidade inadequado; d) relatório de revisão do sistema de qualidade com limitação de escopo ao trabalho do revisor. O relatório, seja de qual tipo for, deverá conter: • escopo da revisão e eventuais limitações que possam existir; • emissão de carta de recomendação; • opinião sobre as políticas e os procedimentos de controle de qualidade em relação às exigências das NBC e, quando aplicáveis, normas de órgãos reguladores, identifi cando se os sistemas são adequados, com defi ciências, inadequados ou se há limitação de escopo ao trabalho do revisor. 17 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 e) NBC PA 13 (R2) – Exame de qualifi cação técnica A norma brasileira de contabilidade que dispõe sobre o exame de qualifi cação técnica para registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes – CNAI – do Conselho Federal de Contabilidade é a NBC PA 13 (R1), atualizada pela NBC PA 13 (R2). Essa norma tem o intuito de aferir o nível de conhecimento e competência técnico-profi ssional do contador para o exercício da auditoria independente (CFC, 2015a). O exame é implementado pela aplicação de provas escritas, cada qual com conteúdos específi cos. As provas previstas para o auditor independente são: • prova de qualifi cação técnica geral para atuação em entidades em geral; • prova específi ca para atuação em instituições reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM; • prova específi ca para atuação em instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil – BCB; • prova específi ca para atuação em sociedades supervisionadas pela Superintendência de Seguros Privados – Susep. Os conhecimentos exigidos na prova de qualifi cação técnica geral são: • Legislação profi ssional. • Ética profi ssional. • Normas brasileiras de contabilidade, técnicas e profi ssionais, editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade. • Legislação societária. • Língua portuguesa aplicada. Os conhecimentos exigidos na prova específi ca para atuação do contador em auditoria independente nas instituições reguladas pela CVM são: • Legislação e normas do mercado de capitais. • Legislação e normas da BM & FBOVESPA (atualmente chamada de B3), concernentes aos níveis diferenciados de governança corporativa e segmentos especiais de listagem. Os conhecimentos exigidos na prova específi ca para atuação do contador em auditoria independente nas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil são: • Legislação e normas aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pelo BCB. 18 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA • Conhecimentos de operações de instituições autorizadas a funcionar pelo BCB. • Contabilidade de instituições fi nanceiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo BCB. Por fi m, os conhecimentos exigidos na prova específi ca para atuação do contador em auditoria independente nas sociedades supervisionadas pela Superintendência de Seguros Privados são: • Legislação e normas aplicáveis às sociedades supervisionadas pela Susep. • Conhecimentos de operações de sociedades supervisionadas pela Susep. • Contabilidade de sociedades e demais entidades supervisionadas pela Susep. As provas são aplicadas pelo menos uma vez por ano e, para ser aprovado, o candidato precisa obter, no mínimo, 60% de acertos nas questões objetivas e 60% de acertos nas questões discursivas de cada prova. f) Cadastro nacional de auditores independentes A Resolução do CFC nº 1.019/05, atualizada pela Resolução CFC nº 1.495/15, trouxe onze artigos nos quais regulamenta as exigências para o registro e manutenção do auditor no Cadastro Nacional de Auditores Independentes – CNAI. O CFC elaborou essa regulamentação entendendo ser necessário conhecer o âmbito de atuação dos profi ssionais de auditoria interna, sendo importante estimular o estudo das NBC e a educação continuada de todos que atuam no campo de auditoria independente (CFC, 2015b). Para ter direito ao registro no CNAI, o contador deve estar regularmente registrado no Conselho Regional de Contabilidade e ter sido aprovado no Exame de Qualifi cação Técnica. O contador aprovado no Exame de Qualifi cação Técnica será automaticamente inscrito no CNAI. Além disso, de acordo com o artigo 2º da supracitada norma, farão parte do CNAI os contadores com registro regular na Comissão de Valores Mobiliários até 10 de dezembro de 2003, na condição de responsáveis técnicos de empresa de auditoria ou como pessoa física, independente de terem ou não se submetido ao Exame de Qualifi cação Técnica (CFC, 2015b). Para manter sua inscrição no CNAI, o auditor deve comprovar sua participação no programa de educação continuada. Caso não o façam, serão excluídos de ofício do CNAI. Outros possíveis casos de exclusão de auditores são aqueles que forem suspensos do exercício profi ssional, que tiverem seus 19 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 registros baixados pelos Conselhos Regionais de Contabilidade e/ou forem excluídos dos registros dos órgãos regulamentadores. Caso tenham interesse em reingressar no CNAI, os profi ssionais deverão submeter-se novamente ao Exame de Qualifi cação Técnica. Cabe destacar que todas as questões burocráticas e administrativas acerca do CNAI são de responsabilidade e competência do Conselho Federal de Contabilidade e dos Conselhos Regionais de Contabilidade. Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas – de Auditoria Independente de InFormação Contábil-HistÓrica Na disciplina Fundamentos de Auditoria, você aprendeu que a auditoria pode se realizar de duas formas: auditoria externa (independente) ou interna. A auditoria independente é uma atividade que aumenta o grau de confi abilidade das demonstrações contábeis emitidas por uma determinada entidade. No que diz respeito a esse tipo de auditoria, toda atividade desenvolvida em um processo de auditoria está vinculada a alguma orientação normativa, ou seja, vários dos conceitos discutidos pelas normas profi ssionais vistas nesse livro são abordados por normas específi cas. À vista disso, existem dezenas de normas técnicas emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade a fi m de estabelecer conceitos, regras e procedimentos que devem ser aplicados nas atividades do auditor. Por exemplo, há uma norma profi ssional que trata sobre o controle de qualidade dos trabalhos do auditor, dessa maneira, para analisar o controle de qualidade das demonstrações contábeis, há uma norma técnica. A seguir são exibidas todas as normas técnicas de auditoria independente existentes atualmente no Brasil: • Estrutura conceitual para trabalhos de asseguração. • Objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria. • Concordância com os termos do trabalho de auditoria. • Controle de qualidade da auditoria de demonstrações contábeis. 20 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA • Documentação de auditoria. • Responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. • Consideração de leis e regulamentos na auditoria de demonstrações contábeis. • Comunicação com os responsáveis pela governança. • Comunicação de defi ciências de controle interno. • Planejamentoda auditoria de demonstrações contábeis. • Identifi cação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente. • Materialidade no planejamento e na execução da auditoria. • Resposta do auditor aos riscos avaliados. • Considerações de auditoria para a entidade que utiliza organização prestadora de serviços. • Avaliação das distorções identifi cadas durante a auditoria. • Evidência de auditoria. • Evidência de auditoria – considerações específi cas para itens selecionados. • Confi rmações externas. • Trabalhos iniciais – saldos iniciais. • Procedimentos analíticos. • Amostragem em auditoria. • Auditoria de estimativas contábeis, inclusive do valor justo, e divulgações relacionadas. • Partes relacionadas. • Eventos subsequentes. • Continuidade operacional. • Representações formais. • Considerações especiais – auditorias de demonstrações contábeis de grupos, incluindo o trabalho dos auditores dos componentes. • Utilização do trabalho de auditoria interna. • Utilização do trabalho de especialistas. • Formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis. • Comunicação dos principais assuntos de auditoria no relatório do auditor independente. • Modifi cações na opinião do auditor independente. • Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independente. • Informações comparativas – valores correspondentes e demonstrações contábeis comparativas. • Responsabilidade do auditor em relação a outras informações. 21 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 • Considerações especiais – auditorias de demonstrações contábeis elaboradas de acordo com estruturas conceituais de contabilidade para propósitos especiais. • Considerações especiais – auditoria de quadros isolados das demonstrações contábeis e de elementos, contas ou itens específi cos das demonstrações contábeis. • Trabalhos para a emissão de relatório sobre demonstrações contábeis condensadas. Além dessas normas, existem também outros documentos acerca das atividades técnicas de auditoria. Esses documentos, chamados de comunicados, estão relacionados à regulamentação da emissão dos diferentes relatórios produzidos pela auditoria independente. Hoje em dia, vivemos em um mundo com amplo acesso à informação. Neste tópico, você aprendeu um pouco mais sobre as normas aplicadas à auditoria independente com relação à informação contábil e histórica. Para conhecer mais sobre cada uma das normas que participam desse contexto, visite o site do Conselho Federal de Contabilidade <http://www.cfc.org.br> e busque o menu “Normas Brasileiras de Contabilidade”. Confi ra cada uma e fi que por dentro de todas as normas técnicas que dizem respeito à auditoria. Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas – de Auditoria Interna Como mencionado no tópico anterior, na disciplina Fundamentos de Auditoria você aprendeu que a auditoria pode se realizar de duas formas: auditoria externa (independente) ou interna. A auditoria interna, segundo Crepaldi (2009), é o conjunto de procedimentos que objetiva examinar a integridade, adequação e efi cácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, fi nanceiras e operacionais da entidade, ou seja, na auditoria interna, a gerência de uma empresa estabelece pontos a serem investigados e o auditor averigua sua conformidade com os planos e padrões da empresa. 22 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA Na auditoria interna, o auditor, por ser funcionário da empresa, possui um menor grau de independência e seu trabalho, em consequência, é realizado de forma contínua, com maior volume de testes. É por meio da auditoria interna que é realizada a qualidade dos trabalhos. Dessa forma, há revisão e recomendação, assistindo à administração e lhe fornecendo informações periódicas, principalmente sobre a: CARACTERÍSTICAS DA AUDITORIA INTERNA • Aplicabilidade e adequação de controles internos. • Extensão do cumprimento das diretrizes, planos e procedimentos. • Salvaguarda dos ativos quanto à escrituração. • Avaliação da qualidade e desempenho na execução das responsabilidades delegadas. • Recomendação de melhorias operacionais. Fonte: Adaptado de Crepaldi (2009). A qualidade da informação gerada pela auditoria interna pode ser balizada pela emissão de normas que orientem os procedimentos, técnicas e atividades do auditor interno. A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria Interna nº 01 – NBC TI 01 trata, justamente, dessas condições (CFC, 2003). A partir desse momento, tudo o que trataremos nesse livro estará relacionado à NBC TI 01. A organização dessa norma pode ser verifi cada na Figura 2: 23 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 Figura 2 – Estrutura da NBC TI 01 Fonte: A autora. a) Conceituação e disposições gerais De acordo com o CFC (2003), a auditoria interna é exercida tanto nas pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, quanto nas pessoas jurídicas de direito privado. Isso signifi ca que o alcance da norma deve prever condições intrínsecas a todas essas entidades. Segundo a NBC TI 01 (CFC, 2003), a auditoria interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, efi cácia, efi ciência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. Para tanto, está estruturada em procedimentos com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado que buscam agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para melhorias nos processos, na gestão e nos controles internos, por meio da recomendação de soluções para os eventuais erros, fragilidades e não conformidades apontadas nos relatórios. Assim, utiliza-se de papéis de trabalho, que são os documentos e registros dos fatos averiguados, das informações coletadas e provas obtidas no curso da auditoria com o intuito de evidenciar os exames realizados e dar suporte à opinião do auditor. Esses papéis de trabalhos podem estar documentados em meio físico ou eletrônico e devem ser organizados e arquivados de forma sistemática e racional, para que possibilitem facilidade e agilidade aos trabalhos. 24 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA O Capítulo 3 desse livro é dedicado inteiramente aos papéis de trabalho. Lá, portanto, veremos mais detalhes sobre eles. Os papéis de trabalho do auditor interno devem ter tamanha abrangência e grau de detalhe que permitam uma compreensão global dos procedimentos de auditoria aplicados, exemplifi cados na Figura 3, além de permitir embasar o julgamento exercido e as conclusões emitidas: Figura 3 – Escopo compreendido pelo detalhamento dos papéis de trabalho Fonte: A autora. E se o auditor utilizar relatórios emitidos por terceiros para embasar suas sugestões e anexá-los aos seus papéis de trabalhos? Para utilizar relatórios, análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos, o auditor precisa verifi car a integridade deles sempre que forem anexados aos papéis de trabalho, sob o risco de inviabilizar e/ou prejudicar todo o seu trabalho. Outro ponto previsto na NBC TI 01 diz respeito às situações de fraude e erro com as quais um auditor pode se deparar ao realizar seus trabalhos de auditoria interna. Crepaldi (2009) aponta que é crescente a existência de fraudes cometidas nas empresas, apontando diferentes razões para tal fato. 25 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 Seja qual for o apontamento que “justifi que” a fraude e/ou erro dentro das empresas, o auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de prevenção. Assim, sempre que verifi car algum indício de irregularidade nodecorrer de seu trabalho, o auditor tem a obrigação de informar à administração sobre a situação. Quadro 2 – Fraude e erro Fraude Erro Ato intencional de omissão e/ou manipu- lação de transações e operações, adulter- ação de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários. Ato não intencional de omissão, de- satenção, desconhecimento ou má in- terpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. Fonte: Adaptado de CFC (2003). Ao informar a fraude e/ou erro ao administrador da entidade, o auditor interno deverá fazê-lo de forma discreta e reservada, sempre por escrito, apontando o que detectou no processo e o que chamou sua atenção. b) Normas de execução dos trabalhos A NBC TI 01 trata, ainda, sobre as normas de execução dos trabalhos, isto é, sobre o planejamento, riscos e procedimentos que devem ser realizados no empenho das atividades de auditoria interna (CFC, 2003). O planejamento de auditoria interna compreende os exames preliminares de tudo o que irá envolver a auditoria interna, conforme as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade. Portanto, um bom planejamento compreende os exames preliminares das áreas, atividades, produtos e processos da entidade com o propósito de defi nir a amplitude e época do trabalho a ser realizado. São fatores importantes a serem considerados na execução dos trabalhos, de acordo com a NBC TI 01 (CFC, 2003): 26 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA • O conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos da entidade. • O conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas contábil e de controles internos e seu grau de confi abilidade da entidade. • A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da entidade. • A existência de entidades associadas, fi liais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos trabalhos da auditoria interna. • O uso do trabalho de especialistas. • Os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das transações e operações. • O conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados. • As orientações e as expectativas externadas pela administração aos auditores internos. • O conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade. Fonte: Adaptado de CFC (2003). A norma dita ainda que todo o planejamento deve ser documentado e que os programas de trabalho devem ser formalmente preparados, com todos os detalhes necessários para a compreensão dos procedimentos que serão aplicados. Os procedimentos de auditoria interna são exames e investigações que permitem ao auditor interno obter subsídios sufi cientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à administração da entidade. No próximo capítulo, veremos, um a um, os procedimentos de auditoria interna. Os programas de trabalho devem ser estruturados de tal forma que sirvam como guia, meio de controle e execução do trabalho. Esses programas de trabalho devem sofrer revisões e atualizações sempre que o auditor interno identifi car situações que assim o exijam. 27 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 ITENS QUE COMPÕEM O RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA a) O objetivo e a extensão dos trabalhos; b) a metodologia adotada; c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão; d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria; e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas; f) os riscos associados aos fatos constatados; g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados. Fonte: Adaptado de CFC (2003). Ainda na fase de planejamento dos trabalhos de auditoria, os riscos de auditoria interna necessitam ser avaliados, os quais estão relacionados à possibilidade de não se atingir, da forma pretendida, o objetivo daquele trabalho. Para a análise dos riscos de auditoria interna, devem ser considerados, principalmente: • a verifi cação e a comunicação de possíveis limitações ao alcance dos procedimentos da auditoria interna, considerando o volume ou a complexidade das transações e das operações; • a extensão da responsabilidade do auditor interno no uso de trabalhos de especialistas. c) Normas relativas ao relatório da auditoria interna O relatório é o produto da auditoria interna, ou seja, é por meio dele que o auditor interno entrega o resultado de seus trabalhos, apresentando suas conclusões, recomendações e providências sugeridas para a administração da entidade. A NBC TI 01 aborda aspectos que devem ser seguidos para uma adequada elaboração do relatório de auditoria interna (CFC, 2003). A redação desse relatório deve ser clara, objetiva e imparcial. A norma implica que um relatório de auditoria interna deve conter, segundo a NBC TI 01: 28 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA Caso o auditor esteja no meio dos trabalhos de auditoria interna e constate impropriedades e/ou irregularidades e/ou ilegalidades na entidade (pessoas, processos, relatórios etc.), ele deve avaliar se existe ou não a necessidade de emissão de relatório parcial de auditoria interna. Esse relatório é previsto quando as circunstâncias constatadas sejam de tal propriedade que não possam aguardar até o fi nal dos exames. O relatório de auditoria interna pode ser recebido e visto por qualquer pessoa da entidade? Não. O relatório de auditoria interna deve ser apresentado para a pessoa responsável que solicitou o trabalho do auditor interno – ou a alguém autorizado por este. A confi dencialidade do conteúdo do relatório deve ser preservada para que a informação chegue de forma adequada a quem importar possa. PrincÍpios de Contabilidade Até 31 de dezembro de 2016, o Conselho Federal de Contabilidade dispunha de uma resolução na qual trazia os princípios fundamentais de contabilidade, os quais constituíam princípios observáveis, obrigatoriamente, no exercício da profi ssão contábil. A partir de 2017, no entanto, em virtude da internacionalização das normas brasileiras de contabilidade, essa resolução foi revogada. No conhecimento geral acerca da profi ssão, entretanto, os princípios se constituem como conhecimentos intrínsecos inerentes à profi ssão. O Conselho Federal de Contabilidade revogou a resolução com o entendimento de que esses princípios continuam ativos nos Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Portanto, devemos conhecer melhor os Pronunciamentos Técnicos para que possamos reconhecer sua essência nas normas vigentes. Vamos lá? De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (1993), por meio da revogada resolução, os princípios “representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência Contábil, consoante o entendimento predominante nos universos científi co e profi ssional de nosso país” (CFC, 1993, p. 2). Dessa forma, os princípios envolvidos na profi ssão contábil são: 29 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 • Entidade. • Continuidade. • Oportunidade. • Registro pelo valor original. • Competência. • Prudência (esteja atento à explicação). a) O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade, tendo autonomia patrimonial, isto é, diferenciando-se dos demais patrimônios. Dessa maneira, o patrimônio da entidade não se mistura ou confunde com o patrimônio dos seus sócios ou proprietários. Assim, caso João, Maria e Fernanda se unam e constituam uma sociedade, cada um possuindo, na pessoa física, um montante de recursos de R$ 150.000,00 e integralizando um capital de R$ 100.000,00 na empresa, não havendo mais nenhuma movimentação, o capital social da empresaé de R$ 300.000,00 e os capitais de cada um dos sócios será, conforme essa situação, R$ 50.000,00. b) O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará suas operações no futuro e, portanto, a mensuração e registro dos atos e fatos contábeis observam essa perspectiva. Os registros que pressupõem a continuidade podem ser indicados, por exemplo, pela continuidade de contas e transações de longo prazo. c) O princípio da oportunidade diz respeito à mensuração e apresentação dos eventos contábeis da empresa. Sua ideia consiste em fornecer, ao usuário, informação íntegra e tempestiva, a fi m de auxiliá-lo, da melhor forma possível, à tomada de decisão. A falta de oportunidade corresponde à perda de relevância e confi abilidade – características qualitativas próprias da informação contábil. Portanto, uma informação oportuna corresponde a dados atuais da entidade. Se André está em dúvida se continua ou não investindo em uma empresa, ele precisa estar munido de informações que representem, da forma mais íntegra possível, a situação econômico-fi nanceira da entidade. d) O princípio do registro pelo valor original exige que os itens patrimoniais devem ser registrados, inicialmente, pelos valores originais da transação e expressos na moeda corrente nacional. São utilizadas como bases de mensuração o custo histórico e suas variações, que podem ser: custo corrente, valor realizável, valor presente, 30 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA valor justo e atualização monetária. Essas bases são utilizadas em graus distintos e formas combinadas ao longo do tempo. e) O princípio da competência determina que as transações devem ser registradas na contabilidade simultaneamente a sua ocorrência, independentemente do recebimento ou pagamento. Nesse sentido, se a empresa constituída por João, Maria e Fernanda realizar compra de mercadorias no valor de R$ 30.000 para iniciar suas atividades, e essa transação for efetivada por meio de compra a prazo, devem ser reconhecidas pela empresa: • a transação de compra das mercadorias pelo valor líquido das mercadorias (isto é, deduzido o valor dos tributos, caso estejam inclusos no valor global citado); • a transação de registro dos tributos – caso existam; • o reconhecimento da obrigação da empresa para com o seu fornecedor de mercadorias. f) O princípio da prudência pressupõe um ativo de menor valor e um passivo de maior valor – quando apresentam alternativas válidas para tais quantifi cações. Consiste em uma análise conservadora quanto ao patrimônio da empresa, ou seja, sempre que possível, registra-se um componente patrimonial ativo por um valor menor do que ele realmente vale e faz-se o contrário com um componente patrimonial passivo. A ideia do princípio confi gura-se na proteção ao patrimônio, entretanto, destaca-se que esse princípio, dentre os citados, é o único que não se identifi ca e não se adequa à internacionalização das normas contábeis. O motivo é que o princípio da prudência contraria a representação fi dedigna da informação gerada pela contabilidade, já que subavaliações de ativos e superavaliações de passivos, com consequentes registros de desempenhos posteriores infl ados, são incompatíveis com a informação que pretende ser neutra. A representação fi dedigna é um dos critérios de características qualitativas fundamentais que devem ser respeitados nos registros contábeis. Esse conteúdo, como você deve se lembrar, foi estudado no Capítulo 2 da disciplina Fundamentos de Auditoria. 31 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 Atividades de Estudos: 1) O que são as Normas Brasileiras de Contabilidade? Como elas são estruturadas? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Do que tratam as normas profi ssionais? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Do que tratam as normas técnicas? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) No que consiste a independência do auditor? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 5) O que é fraude? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 6) O que é erro? ____________________________________________________ ____________________________________________________ 32 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 7) O que são princípios contábeis? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 8) Quais são os princípios contábeis que condizem às normas internacionais? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ AlGumas ConsideraçÕes Neste capítulo, abordamos as normas brasileiras de contabilidade aplicadas à auditoria. Vimos que as normas se dividem em normas técnicas e normas profi ssionais e, dentro dessa classifi cação, abordam conceitos e conteúdos inerentes às atividades contábeis. As normas profi ssionais orientam o profi ssional no âmbito de sua rotina, normatizando posturas, conceitos éticos e sociais. As normas técnicas, por sua vez, orientam as práticas que devem ser apuradas pelos auditores quando realizam a auditoria independente. As normas, assim como os princípios, têm importância sumária na atividade do auditor independente, pois constituem o regimento máximo que deve ser observado no exercer da profi ssão. São, portanto, conhecimentos fundamentais para o auditor. No próximo capítulo, abordaremos os procedimentos de auditoria. 33 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 ReFerÊncias CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor Independente nº 13 (R2). Exame de Qualifi cação Técnica. Brasília, 2 set. 2015a. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/ sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2015/NBCPA13(R2)>. Acesso em: 6 jun. 2018. ______. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor Independente nº 290 (R2). Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão. Brasília, 26 maio 2017a. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/ detalhes_sre.aspx?codigo=2017/NBCPA290(R2)>. Acesso em: 6 jun. 2018. ______. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor Independente nº 291 (R2). Independência – Outros Trabalhos de Asseguração. Brasília, 26 maio 2017b. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/ detalhes_sre.aspx?Codigo=2017/NBCPA291(R2)&arquivo=NBCPA291(R2)%20 (2).doc>. Acesso em: 6 jun.2018. ______. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor Independente nº 01. Auditoria Interna. Brasília, 28 nov. 2003. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2003/000986>. Acesso em: 6 jun. 2018. ______. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor Independente nº 11. Revisão Externa de Qualidade pelos Pares. Brasília, 13 dez. 2017c. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre. aspx?Codigo=2017/NBCPA11&arquivo=NBCPA11.doc>. Acesso em: 6 jun. 2018. ______. Resolução nº 1.495/15. Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (revogada). Brasília, 29 dez. 1993. ______. Resolução nº 1.495/15. Dispõe sobre o Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e dá outras providências. Brasília, 20 nov. 2015b. Disponível em: <http://cfc.org.br/registro/ legislacao/>. Acesso em: 6 jun. 2018. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: Teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 34 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA CAPÍTULO 2 Procedimentos de Auditoria A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Compreender o que são os procedimentos de auditoria e como são fundamentados. Conhecer os tipos de procedimentos de auditoria que existem. Aprender a aplicar os procedimentos de auditoria. Selecionar informações para os procedimentos de auditoria. Recolher evidências para procedimentos de auditoria. Realizar a aplicação de procedimentos de auditoria. 36 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA 37 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 ConteXtualiZação A auditoria independente analisa as demonstrações contábeis e outros registros com a fi nalidade de emitir uma opinião sobre eles. Para atingir seu objetivo é preciso planejar seu trabalho, avaliar o sistema de controles internos, realizar revisões, colher e avaliar evidências. A forma pela qual a auditoria perpassa todos esses caminhos é através dos procedimentos de auditoria. Neste capítulo, portanto, trabalharemos os conceitos, características, fi nalidades e tipos de procedimentos de auditoria, com vistas a entender como realizá-los e utilizá-los, conseguindo ter um panorama sobre o que avaliar no momento de defi nir extensão e profundidade dos métodos de auditoria em cada caso específi co. Procedimentos de Auditoria: DeFiniçÕes, CaracterÍsticas e Finalidade Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas sufi cientes ou adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis. Eles abrangem procedimentos de observância e procedimentos substantivos. Os procedimentos de observância, também chamados de testes de controle, visam obter uma razoável segurança de que os métodos de controles internos, estabelecidos pela administração de uma entidade, estão em funcionamento e cumprimento efetivo. Attie (2010) determina que esses processos se destinam a provar a credibilidade dos procedimentos e controles internos adotados pela empresa. Os procedimentos substantivos, por sua vez, buscam obter evidências quanto à sufi ciência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade. Conforme a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria n. 500 – NBC TA 500 (R1) (CFC, 2016), o auditor deve defi nir e executar procedimentos de auditoria que permitam a ele a obtenção de evidências apropriadas e sufi cientes, possibilitando obter conclusões razoáveis para fundamentar sua opinião. Portanto, antes de analisarmos os tipos de procedimentos existentes é preciso que saibamos o que são evidências. Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas sufi cientes ou adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis. 38 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA Evidência de auditoria é toda informação utilizada pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião, incluindo as informações contidas nos registros contábeis e em outras fontes. Para uma evidência ser apropriada, ela precisa ter relevância e confi abilidade para o auditor, enquanto que, para ser sufi ciente, ela precisa ter tamanho satisfatório para auxiliá-lo a atingir o objetivo da auditoria. Evidência que possui relevância é aquela que apresenta ligação lógica ou de infl uência para a fi nalidade do processo. Para ter confi abilidade, precisa-se analisar a fonte, natureza e circunstâncias sob as quais as evidências foram obtidas. Tipos de Procedimentos de Auditoria Consoante a NBC TA 500 (CFC, 2016), são tipos de procedimentos de auditoria: • inspeção; • observação; • confi rmação externa; • recálculo; • reexecução; • procedimentos analíticos; • indagação. A seguir, estudaremos cada um desses procedimentos, sendo importante destacar que, ainda que por si só sejam relevantes, eles devem ser utilizados em combinação, a fi m de produzir evidência de auditoria sufi ciente. a) Inspeção A inspeção consiste no exame de registros, documentos e ativos tangíveis, fornecendo evidência de auditoria confi ável no que diz respeito à existência desses itens. Segundo a NBC TA 500 (CFC, 2016), a inspeção envolve o exame físico de um ativo e o exame de registros ou documentos, sejam eles internos ou externos, que podem se encontrar em meio físico, eletrônico ou em outras mídias. A inspeção consiste no exame de registros, documentos e ativos tangíveis, fornecendo evidência de auditoria confi ável no que diz respeito à existência desses itens. 39 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 • Exame físico O exame físico é utilizado para a análise de contas do ativo e versa sobre a identifi cação física do item informado nas demonstrações contábeis. Portanto, compreende-se que a limitação desse tipo de procedimento está na tangibilidade do item observado. Pode-se citar como exemplo a análise do estoque. Consoante Crepaldi (2009), um exame físico adequado deve conter cinco características principais: identifi cação, existência física, quantidade, qualidade e autenticidade. A identifi cação e a existência física consistem na comprovação visual do ativo examinado. Posteriormente são analisadas a quantidade existente e a qualidade na qual se mantém o item, para validar seu uso e benefício trazido/esperado. Por fi m, cabe o julgamento do auditor ao verifi car se o item é ou não fi dedigno. • Exame de escrituração, de documentos originais e exame dos registros auxiliares O exame de escrituração baseia-se na constatação da veracidade das informações contábeis. Com base nisso, o auditor deve analisar registros contábeis realizados, como por exemplo, registros bancários para realizar a conciliação bancária. Os documentos originais consistem em itens que corroboram registros realizados pela empresa, sendo utilizados para confi rmar e/ou comprovar transações. Cita-se, por exemplo, a utilização de apólices de seguros para corroborar os registros referentes ao seguro de determinado item realizado pela empresa. Ao realizar o exame de documentos originais, o auditor deve atentar-se a quatro características importantes, conforme destaca Crepaldi (2009): I- verifi car a autenticidade do documento; II- verifi car se a transação sobre a qual analisa- se o documento ocorre sob circunstâncias habituais da entidade; III- verifi car se a transação, bem como seu respectivo comprovante, foram aprovadas e/ou realizadas por pessoal com competência; IV- verifi car se o registro realizado é condizente com a documentação apresentada. Os registros auxiliares, por sua vez, são o suporte dos registros principais analisados. São técnicas utilizadas em conjunto para dar autenticidade às informações coletadas pelo auditor. O exame físicoé utilizado para a análise de contas do ativo e versa sobre a identifi cação física do item informado nas demonstrações contábeis. Um exame físico adequado deve conter cinco características principais: identifi cação, existência física, quantidade, qualidade e autenticidade. O exame de escrituração baseia- se na constatação da veracidade das informações contábeis. 40 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA b) Observação A observação é um procedimento que analisa processos ou procedimentos executados por terceiros. Assim, fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processos ou procedimentos. Contudo, limita-se à questão temporal do evento e ao questionamento subjetivo de que os terceiros, por saberem que estão sendo observados, podem executar os processos diferentemente da forma habitual. Um exemplo desse procedimento pode ser um auditor ao fazer o controle de estoque de uma empresa. A observação é um procedimento que analisa processos ou procedimentos executados por terceiros. Assim, fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processos ou procedimentos. Esse é um procedimento que demanda julgamento por parte do auditor e, portanto, uma maior habilidade em visualizar e compreender as rotinas habituais de diferentes empresas. Nesse sentido, auditores independentes em início de carreira podem ter um pouco mais de difi culdade na aplicação dos procedimentos de observação, tendo em vista que a experiência é importante para saber quais itens e o que deve ser observado. c) Confi rmação externa O procedimento de confi rmação externa consiste, segundo a NBC TA 500 (CFC, 2016, p. 6), em uma “resposta escrita de terceiro (a parte que confi rma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia”. Com base nisso, o auditor pode verifi car relações e registros e validá-los mediante essa confi rmação, como por exemplo, na verifi cação de saldos bancários. d) Recálculo (ou conferência dos cálculos) O recálculo é a conferência dos cálculos outrora realizados pela entidade. Desse modo, há a verifi cação da exatidão matemática de documentos ou registros. O recálculo pode ser realizado de forma manual ou eletronicamente. “resposta escrita de terceiro (a parte que confi rma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia”. O recálculo é a conferência dos cálculos outrora realizados pela entidade. 41 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 e) Reexecução Segundo a NBC TA 500 (CFC, 2016), a reexecução diz respeito à nova execução, concluída pelo auditor de forma independente, de procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade. Esse procedimento ocorre para que o auditor tenha evidências sufi cientes da adequação dos registros e/ou procedimentos da entidade. f) Procedimentos analíticos De acordo com a NBC TA 520 (CFC, 2009a, p. 4), os procedimentos analíticos são “avaliações de informações contábeis por meio de análise das relações plausíveis entre dados fi nanceiros e não fi nanceiros”. Ainda, conforme a norma supracitada, os procedimentos analíticos compreendem também “o exame necessário de fl utuações ou relações identifi cadas que são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem signifi cativamente dos valores esperados” (CFC, 2009a, p. 4). Os métodos utilizados para a execução desses procedimentos são diversos, podendo ser utilizadas simples comparações e até análises estatísticas mais rebuscadas, sendo que tudo vai depender do tipo de informação analisada e qual relação deseja se estabelecer. Portanto, ao planejar o uso de procedimentos analíticos, o auditor deve determinar a adequação destes, levando em consideração detalhes importantes, como por exemplo, os riscos avaliados de distorção relevante, a confi abilidade dos dados e a natureza e relevância das informações disponíveis. Assim, faz-se a correlação das informações obtidas, observando as informações de períodos anteriores para compará-las com as atuais, verifi ca-se os resultados previstos pela entidade para averiguar se estão de acordo e/ou informações de entidades do mesmo segmento para comparar índices e valores. Além disso, por meio desses procedimentos são estabelecidas relações entre elementos das informações contábeis, dos quais espera-se que correspondam às previsões da entidade, e também entre informações contábeis relevantes e informações não contábeis relevantes, como por exemplo, estabelecer uma relação entre o custo da folha de pagamento e o número de empregados dessa mesma entidade. Caso o auditor identifi que, por meio dos procedimentos analíticos, que há fl utuações ou relações inconsistentes com outras informações relevantes, ou que diferem signifi cativamente dos valores previstos, deve analisar essas diferenças por meio de indagação à administração e obtenção de evidência de auditoria apropriada e relevante para as respostas da administração, e/ou aplicar outros procedimentos de auditoria que as circunstâncias demandem. A reexecução diz respeito à nova execução, concluída pelo auditor de forma independente, de procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade. Os procedimentos analíticos são “avaliações de informações contábeis por meio de análise das relações plausíveis entre dados fi nanceiros e não fi nanceiros”. 42 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA g) Indagação Este é um procedimento extensivamente utilizado em auditorias. Trata-se da investigação minuciosa de informações por meio de inquérito. Consoante a NBC TA 500 (CFC, 2016, p. 7), “a indagação consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, fi nanceiro e não fi nanceiro, dentro ou fora da entidade”, podendo incluir indagações formais escritas e/ou informais orais. Para um processo completo de indagação é preciso também avaliar as respostas das indagações realizadas, pois estas podem fornecer informações até então desconhecidas pelo auditor ou confrontar ou corroborar evidências já existentes. “a indagação consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, fi nanceiro e não fi nanceiro, dentro ou fora da entidade”, podendo incluir indagações formais escritas e/ou informais orais. EXtensão e ProFundidade dos Procedimentos de Auditoria A extensão dos procedimentos de auditoria será determinada em razão da forma de auditoria que será aplicada: se auditoria geral, se auditoria parcial ou se revisão limitada (FRANCO; MARRA, 2009). A auditoria geral é aquela que abrange todos os elementos do patrimônio e todas as operações realizadas em um exercício, podendo variar em relação a sua: a) profundidade: se integral ou por amostragem, conforme julgamento do auditor; b) natureza: pode ser permanente ou eventual, conforme contratado entre entidade e auditoria. A auditoria geral é, portanto, dentre os tipos de auditoria, a mais extensa e completa, destacando sua importância principalmente no que diz respeito a acautelar interesses de acionistas e investidores, possibilitar maior controle administrativo, respeitando as exigências legais para além de avaliar a confi abilidade das demonstrações contábeis (FRANCO; MARRA, 2009). A partir desse tipo de auditoria, o auditor emite um parecer (relatório) sobre os registros efetuados num dado exercício, bem como as demonstrações contábeis deles procedentes. A extensão dos procedimentos de auditoria será determinada em razão da forma de auditoria que será aplicada: se auditoria geral, se auditoria parcial ou se revisão limitada (FRANCO; MARRA, 2009). 43 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 A auditoria parcial, também chamada de específi ca, é limitada a um objetivo específi co. Dessa forma, abrange um conjunto menor de demonstrações contábeis (ou apenas uma),de atos, fatos e registros contábeis. Na fi gura a seguir, vemos alguns exemplos de auditoria parcial: Figura 1 – Auditoria parcial Fonte: A autora. No primeiro exemplo, o auditor pretende verifi car se os impostos foram apurados e recolhidos adequadamente. Portanto, limitará sua auditoria à análise dos registros de compras e vendas de mercadorias, apurando se os valores recolhidos e pagos estão corretos. Ele pode utilizar como procedimentos de auditoria, por exemplo, o recálculo para verifi cação dos valores e a inspeção, buscando documentos físicos que comprovem o pagamento dos valores devidos. No segundo exemplo, um auditor independente verifi ca nas demonstrações contábeis registros de operações com vultosos valores, que não se relacionam com as atividades comuns da empresa e decide investigá-las. Portanto, defi ne como objetivo específi co a saída de recursos da empresa com valores superiores a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Todas as saídas – que envolverem montantes como esse – serão analisadas pelo auditor para verifi car se os dados publicados estão de acordo com a realidade fi nanceira da empresa. Quais procedimentos de auditoria você utilizaria no caso do segundo exemplo? Existem diferentes respostas para essa pergunta, mas todas devem envolver procedimentos de auditoria. Os procedimentos mais indicados em relação à situação exposta são: inspeção, recálculo e confi rmação externa. A inspeção deve ocorrer tanto por meio do exame físico quanto por meio do exame de escrituração, nos quais o auditor busca a evidência física que embasa a saída de recursos e seu respectivo registro contábil. No recálculo, o auditor refaz os cálculos já 44 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA realizados pela empresa para verifi car se os valores apurados estão corretos. Por fi m, na confi rmação externa o auditor terá a indicação, por meio de terceiros, de que os desembolsos realmente ocorreram. Assim, seja qual for o objeto auditado, deverá ser elaborado um parecer (relatório) sobre o conteúdo verifi cado, apresentando qual o parâmetro e procedimentos utilizados pelo auditor para a análise, além, é claro, da opinião do auditor sobre o item observado. Uma empresa, ao perceber indicações de que há erros ou fraudes em suas rotinas e/ou registros, pode contratar uma auditoria para apuração dessas informações. O Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES –, o maior banco brasileiro de apoio ao crescimento de empresas, teve seu nome relacionado às investigações da operação Bullish, realizada pela Polícia Federal do Brasil em 2017, que investiga possíveis fraudes e irregularidades em aportes (empréstimos) concedidos pelo BNDES. Para dirimir quaisquer dúvidas acerca das atividades da empresa, o BNDES contratou, no primeiro quadrimestre de 2018, uma empresa de auditoria para apurar especifi camente seus processos internos, com o intuito de dar mais transparência às atividades realizadas pela entidade. Esse é um exemplo atual de auditoria parcial ou específi ca! A revisão limitada é o exame do conjunto de demonstrações contábeis de um período, sem que sejam aplicados todos os procedimentos de auditoria requeridos em uma auditoria geral. Com base nisso, a extensão desse tipo de auditoria será determinada pelo conhecimento prévio do auditor acerca da empresa, suas atividades e do contexto em análise. Esse tipo de revisão suscita um parecer (relatório) de auditoria cujo conteúdo consiste na apresentação do escopo, dos procedimentos, dos limites e de sua declaração acerca da existência ou não de desvios relevantes existentes nas análises efetuadas (FRANCO; MARRA, 2009). 45 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 Dessa forma, vimos todos os tipos de auditoria que podem ser realizados no que diz respeito à extensão, ou seja, à quantidade de informações que serão analisadas em uma dada auditoria. Podemos perceber, também, que o auditor é fi gura soberana na auditoria e seu conhecimento profi ssional fará com que ele decida qual a forma de auditoria será utilizada, com base no objetivo dos trabalhos. Quanto ao tipo de auditoria em relação à profundidade, temos dois tipos de trabalhos, conforme o escopo analisado: auditoria integral ou por amostragem (FRANCO; MARRA, 2009). A revisão integral, como o próprio nome remete, abrange o exame dos registros contábeis e documentos em sua íntegra, com o intuito de averiguar indícios de erros e/ou fraudes. Analisam-se, portanto, todos os dados publicados pela empresa em suas demonstrações contábeis e todos os registros relacionados a essas informações. Quanto ao tipo de auditoria em relação à profundidade, temos dois tipos de trabalhos, conforme o escopo analisado: auditoria integral ou por amostragem (FRANCO; MARRA, 2009). No Capítulo 1, estudamos os conceitos de erro e fraude. Vamos relembrar? O erro é o ato não intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários (CFC, 2009b). A fraude é, por sua vez, o ato intencional de omissão e/ ou manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários (CFC, 2009b). A amostragem, no entanto, compreende o exame de uma parte dos registros e documentos contábeis. Essa parte é defi nida pelo auditor com base em seu conhecimento sobre a entidade e processos contábeis, e deve ser sufi ciente para que o auditor seja capaz de depreender, com base naquelas informações, as informações acerca da auditoria realizada. Na amostragem, o auditor deve observar a relevância do ato ou fato examinador e o risco que a utilização ou não utilização desse fato, como item de auditoria, pode gerar. 46 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA Aplicação dos Procedimentos de Auditoria De acordo com Crepaldi (2009), os procedimentos de auditoria devem ser aplicados conforme a complexidade e o volume de operações da entidade. Assim, o Conselho Federal de Contabilidade, em sua norma NBC TA 200 – R1 (CFC, 2009b), orienta o auditor a planejar a auditoria para que seja realizada de maneira efi caz e que seus esforços devem estar direcionados às áreas que possuem maior expectativa de distorções relevantes. Com base nisso, a aplicação dos procedimentos de auditoria deve verifi car áreas que revelam maior importância dentro da empresa, analisando se o componente patrimonial existe na data especifi cada nas demonstrações e se os direitos e obrigações efetivamente existiam na data especifi cada pela empresa. Deve ser analisado, também, se a transação mencionada pela empresa de fato ocorreu e verifi car a abrangência das atividades registradas pela empresa, apurando se todas as transações foram evidenciadas. A partir disso, aplicará os procedimentos para verifi car se os itens estão avaliados, mensurados e divulgados conforme a legislação vigente aplicável. Além disso, na aplicação dos procedimentos de auditoria, o auditor deve considerar o grau de confi abilidade dos resultados alcançáveis, a natureza da entidade, o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores, bem como a disponibilidade de informações, sua relevância, confi abilidade e comparabilidade. Por fi m, destaca-se que a aplicação dos procedimentos de auditoria é uma forma segura e efi ciente para munir o auditor com informações sufi cientes para fundamentar sua opinião, sendo essencial para o processo de auditoria. Atividades de Estudos: 1) O que são procedimentos de auditoria? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 47 PROCEDIMENTOSDE AUDITORIA Capítulo 2 2) Quais são os tipos de procedimentos de auditoria existentes? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Se você fosse auditor, o que observaria ao realizar a inspeção, através do meio de exame físico, do estoque de mercadorias para revenda de uma entidade? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) No que se refere à extensão, quais os tipos de auditoria existentes? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 5) No que se refere à profundidade, quais os tipos de auditoria existentes? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ AlGumas ConsideraçÕes Neste capítulo, abordamos os procedimentos de auditoria, os quais consistem em um conjunto de técnicas aplicadas pelo auditor para obter evidências ou provas para fundamentar a sua opinião. Vimos que os procedimentos podem ser: inspeção, observação, confi rmação externa, recálculo, reexecução, procedimentos analíticos e indagação. 48 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA Além disso, pudemos entender que os procedimentos adotados têm relação com a extensão e profundidade da auditoria, as quais estão ligadas ao tipo e escopo de verifi cações realizadas. A aplicação de procedimentos de auditoria possibilita que o auditor tenha informações confi áveis e sufi cientes para subsidiar sua opinião, que será emitida no parecer (relatório) de auditoria. No próximo capítulo, abordaremos os papéis de trabalho de auditoria. ReFerÊncias ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010. CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria nº 500. Altera a NBC TA 500 que dispõe sobre a evidência de auditoria. Brasília, 5 set. 2016. Disponível em: <http://www2.cfc. org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA500(R1)>. Acesso em: 7 jun. 2018. ______. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria nº 520. Aprova a NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos. Brasília, 4 dez. 2009a. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre. aspx?Codigo=2009/001221>. Acesso em: 7 jun. 2018. ______. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria Independente nº 200 (R1). Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. Brasília, 3 dez. 2009b. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/ detalhes_sre.aspx?codigo=2009/001203>. Acesso em: 7 jun. 2018. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. Normas de auditoria, procedimentos e papéis de trabalho, programas de auditoria, relatórios de auditoria. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009. CAPÍTULO 3 Papéis de Trabalho A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Conhecer os papéis de trabalho e suas fi nalidades. Identifi car quais são os aspectos fundamentais dos papéis de trabalho. Identifi car quais são os tipos e técnicas de papéis de trabalho. Elaborar papéis de trabalho. 50 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA 51 PAPÉIS DE TRABALHO Capítulo 3 ConteXtualiZação Nos capítulos anteriores, vimos que as normas de auditoria pautam as práticas do contador que atua como auditor. Constatamos, também, a existência de procedimentos e técnicas que devem ser utilizados para garantir que o serviço prestado seja o melhor possível, dadas as condições e especifi cidades de cada empresa. A partir desses procedimentos, técnicas e informações, os auditores são capazes de fundamentar sua opinião e emitir seu parecer (relatório) de auditoria. Contudo, essas informações precisam estar organizadas e registradas, de forma que realmente auxiliem o auditor e sua equipe. Assim, neste capítulo, estudaremos os papéis de trabalho de auditoria, os quais constituem toda a documentação preparada pelo auditor ou fornecida a ele durante a execução da auditoria. DeFiniçÕes, CaracterÍsticas e Finalidade dos Papéis de Trabalho Como visto no Capítulo 2, o auditor deve obter elementos comprobatórios sufi cientes para subsidiar seu parecer (relatório) de auditoria. Para tanto, os auditores devem documentar todos os elementos signifi cativos dos exames realizados, que demonstram que a auditoria foi realizada conforme preconiza a legislação pertinente. O registro de todas essas evidências obtidas no decorrer da auditoria é chamado de papéis de trabalho. Podemos defi nir os papéis de trabalho como: [...] o conjunto de formulários e documentos que contêm as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações; constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião (ATTIE, 2010, p. 195). Dessa forma, entende-se que a sua utilização evita o acúmulo de material sob responsabilidade da auditoria e, conforme destaca Crepaldi (2009), ainda que os papéis de trabalho sejam preparados a partir de documentos originais da empresa auditada, eles são de propriedade do auditor. Os papéis de trabalho têm obrigatoriedade legal prevista pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) por meio de sua Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria 230 – NBC TA 230 (R1) (CFC, 2016b), intitulado Documentação de Auditoria. A norma utiliza a nomenclatura “documentação” para se referir aos papéis de trabalho, e, portanto, todo seu escopo é voltado aos papéis de trabalho. [...] o conjunto de formulários e documentos que contêm as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações; constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião (ATTIE, 2010, p. 195). 52 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA No Capítulo 1, falamos sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade e sua divisão entre normas profi ssionais e normas técnicas. Na listagem das normas técnicas existentes, vimos que existem normas técnicas e normas profi ssionais de auditoria. Os papéis de trabalho são realizados com o objetivo de fornecer um registro escrito dos trabalhos efetuados, possuindo diferentes fi nalidades, como as expostas na fi gura a seguir: Figura 1 – Finalidades dos papéis de trabalho Fonte: Adaptado de Almeida (2010). Durante a execução dos trabalhos, o auditor tem acesso a muitos documentos, originais e cópias, todos de propriedade da empresa. Além disso, ele examina uma vasta quantidade de atividades e transações que precisam ser comprovadas. Caso o auditor precisasse fi car com uma cópia de cada passo realizado, dispenderia um montante alto de recursos e teria um grande acúmulo de documentações. Por isso, segundo Attie (2010, p. 195), ele “utiliza os papéis de trabalho para registrar as descobertas realizadas e comprovar o trabalho cumprido”. 53 PAPÉIS DE TRABALHO Capítulo 3 Aspectos Fundamentais dos Papéis de Trabalho Os aspectos fundamentais de apresentação dos papéis de trabalho estão ligados a sua
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