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Normas e técnicas de auditoria

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NORMAS E TÉCNICAS 
DE AUDITORIA
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Nathália Laffi n
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD:
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
Revisão de Conteúdo: Jorge Roberto Krening
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
 L163n
Laffin, Nathália
Normas e técnicas de auditoria. / Nathália Laffin – In-
daial: UNIASSELVI, 2018.
 
 60 p.; il.
ISBN 978-85-53158-31-7
1.Auditoria – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da 
Vinci.
 
CDD 657.45 
Nathália Laffi n
Contadora formada pela Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC). Tem mestrado 
em Administração pela Universidade do Estado de Santa 
Catarina (ESAG-UDESC) e é doutoranda na área de 
Contabilidade na Universidade de São Paulo (USP). 
Atualmente é professora na UFSC na área de 
Auditoria e Perícia Contábil.
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................07
CAPÍTULO 1
Introdução às Normas de Auditoria .........................................09
CAPÍTULO 2
Procedimentos de Auditoria ......................................................35
CAPÍTULO 3
Papéis de Trabalho ......................................................................49
APRESENTAÇÃO
A auditoria é uma das práticas contábeis que mais se destaca em nosso país 
e em todo mundo. As recorrentes crises e fraudes apresentadas pelas grandes 
empresas demandam cada vez mais atenção dos especialistas. A globalização 
e o acesso à informação exigem das empresas, cada vez mais, transparência 
e idoneidade. Nesse contexto, a figura do auditor se destaca, pois sua função 
representa essa demanda. Dessa forma, percebe-se que os contadores, ao 
desempenhar a atividade de auditoria, possuem um papel social muito relevante. 
 O livro Normas e Técnicas de Auditoria é elaborado justamente sob essa 
perspectiva, pois permite que você conheça as normas que orientam a auditoria 
e as principais técnicas utilizadas pelos auditores para a execução de seus 
trabalhos. A ideia deste livro consiste na compreensão de que a normatização da 
auditoria aumenta a qualidade dos serviços executados.
 No primeiro capítulo, discutimos a legislação de auditoria vigente no 
Brasil, fazendo com que você conheça quais são os órgãos competentes e quais 
são as normas emitidas por esses órgãos. 
 No segundo capítulo, estudamos todos os procedimentos de auditoria, 
que consistem nas técnicas utilizadas pela auditoria para a execução de seus 
trabalhos. É fundamental que o auditor conheça e compreenda os procedimentos, 
sendo capaz de reconhecer quais são as situações que demandam cada uma 
dessas técnicas. 
 O terceiro capítulo aborda os papéis de trabalho, que consistem em todos 
os elementos relevantes obtidos durante a execução da auditoria. A forma como 
são percebidos, obtidos e organizados esses documentos constituem etapas da 
auditoria e demandam atenção especial do leitor.
 A ideia deste livro consiste na compreensão e assimilação das normas 
e técnicas de auditoria como um fundamento básico para a formação do auditor. 
A prática só é possível com uma boa orientação teórica e com o embasamento 
conceitual e com os diferentes exemplos abordados, o auditor encerra seus 
estudos capacitado para os trabalhos de auditoria.
Bons estudos!
CAPÍTULO 1
Introdução às Normas de Auditoria
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Conhecer e compreender a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade.
 Conhecer e compreender as Normas Brasileiras de Contabilidade que regulam 
as atividades de auditoria independente.
 Conhecer e compreender as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas às 
atividades de auditoria interna.
 Fazer a análise das semelhanças e diferenças entre as práticas e normas de 
auditoria independente e interna.
10
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
11
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
ConteXtualiZação
A auditoria é um processo realizado por pessoas e, seja ela externa ou 
interna, está sujeita às condições intrínsecas do ser humano: percepções, 
sensações e subjetividade de análises. A fi m de garantir que a auditoria seja um 
processo que aumente o grau de confi abilidade das demonstrações contábeis 
ou que avalie os processos e controles internos das entidades, são elaboradas 
normas para direcionar atitudes, posturas e procedimentos.
Desta forma, percebe-se que a auditoria, como uma das áreas da ciência 
contábil, não se distancia da contabilidade em geral, que também possui normas 
e diretrizes normatizando e direcionando as técnicas e a profi ssão contábil.
No livro Fundamentos de Auditoria, lido por você neste curso, abordamos as 
normas que envolvem a auditoria no Brasil, apresentando-as da forma como se 
confi guram: de aplicação técnica e de aplicação profi ssional.
Neste capítulo, veremos extensivamente cada uma dessas normas, para 
torná-lo um profundo conhecedor das incumbências e responsabilidades inerentes 
à auditoria no Brasil.
Normas Brasileiras de 
Contabilidade
As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC – são os ditames 
norteadores de conduta, padrões e procedimentos a serem percebidos 
pelo contador no exercício de sua profi ssão. Elas são elaboradas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade – CFC – e estão em consonância às 
Normas Internacionais de Contabilidade, vislumbrando e possibilitando 
uma contabilidade integrada em diferentes lugares do mundo.
As NBC classifi cam-se entre normas profi ssionais, que 
estabelecem regras de exercício profi ssional, e normas técnicas, 
que estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos que 
devem ser aplicados no dia a dia das rotinas contábeis. Dentro dessa 
classifi cação, estão abarcadas diferentes áreas da contabilidade, sendo 
a auditoria uma matéria contemplada nestas normas, como pode ser 
visualizado na fi gura a seguir:
As NBC classifi cam-
se entre normas 
profi ssionais, 
que estabelecem 
regras de exercício 
profi ssional, e 
normas técnicas, 
que estabelecem 
conceitos 
doutrinários, regras 
e procedimentos 
que devem ser 
aplicados no dia 
a dia das rotinas 
contábeis.
12
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Figura 1 – Divisão das Normas Brasileiras de Contabilidade
Fonte: A autora.
Nos estudos de outras disciplinas deste curso, vimos que a auditoria pode 
ser interna ou externa (independente). Desta forma, há uma demanda por 
compreensões e práticas específi cas pretendidas por cada uma delas. Com 
base nisso, existem normas e diretrizes que orientam tanto o auditor e a auditoria 
independente quanto o auditor e a auditoria interna.
a) Normas Brasileiras de Contabilidade Profi ssionais
 As normas profi ssionais estabelecem regras de exercício 
profi ssional e são estruturadas em:
• geral;
• do auditor independente;
• do perito contábil.
b) Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas – NBC-T
As normas técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e 
procedimentos que devem ser aplicados nas atividades contábeis. As 
NBC-T dividem-se em:
• geral;
• completas;
• simplifi cadas para pequenas e microempresas;
As normas 
profi ssionais 
estabelecem 
regras de exercício 
profi ssional
As normas técnicas 
estabelecem 
conceitos 
doutrinários, regras 
e procedimentos que 
devemser aplicados 
nas atividades 
contábeis.
13
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
• aplicadas ao setor público;
• de auditoria independente de informação contábil-histórica;
• de revisão de informação contábil-histórica;
• de serviço correlato;
• de auditoria interna;
• de perícia.
Neste capítulo, falaremos sobre as normas profi ssionais do auditor 
independente, normas técnicas de auditoria independente de informação contábil-
histórica e normas técnicas de auditoria interna.
Normas Brasileiras de 
Contabilidade ProFissionais – do 
Auditor Independente
As Normas Brasileiras de Contabilidade são classifi cadas em Profi ssionais 
e Técnicas. As Normas Profi ssionais do Auditor Independente norteiam o 
profi ssional contábil que está no exercício da auditoria independente. São diretrizes 
relacionadas à qualidade, independência, revisão dos trabalhos, além de exigências 
e qualifi cações para o registro do contador como auditor independente.
Quadro 1 – NBC Profi ssionais do Auditor Independente
NBC Nome da Norma
NBC PA 01 Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físi-cas) de Auditores Independentes
NBC PA 290 (R2) Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão
NBC PA 291 (R2) Independência – Outros Trabalhos de Asseguração
NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares
NBC PA 13 (R2) Exame de Qualifi cação Técnica
– Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI)
Fonte: A autora.
a) NBC PA 01 – Controle de qualidade para fi rmas de auditores 
independentes
Considerando o processo de convergência das normas brasileiras de 
contabilidade às normas internacionais, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC 
– aprovou a Resolução nº 1.201/09 (CFC, 2009), tratada como Norma Brasileira de 
Contabilidade Profi ssional de Auditoria nº 01 – NBC PA 01, que dispõe sobre o controle 
de qualidade para fi rmas de pessoas jurídicas e físicas de auditores independentes.
14
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
A NBC PA 01 (CFC, 2009) trata das responsabilidades do auditor, seja 
pessoa jurídica ou pessoa física – tratadas na norma pela expressão “fi rma”, 
por seu sistema de controle de qualidade para processos de auditoria e revisões 
de demonstrações fi nanceiras. A norma trata ainda sobre os trabalhos de 
asseguração e serviços correlatos.
O objetivo da fi rma consiste no estabelecimento e manutenção de um sistema 
de controle de qualidade para obter uma segurança razoável de que, tanto a 
fi rma quanto seu pessoal, cumprem as normas técnicas e as exigências legais e 
regulatórias aplicáveis, e também de que os relatórios sobre as demonstrações 
contábeis e demais relatórios, emitidos pela fi rma e pelos sócios encarregados do 
trabalho, são apropriados em suas circunstâncias de aplicabilidade.
 
Conforme a NBC PA 01 (CFC, 2009), um sistema de controle de qualidade 
inclui políticas e procedimentos, os quais devem ser documentados sobre:
• Responsabilidades da liderança pela qualidade na fi rma: consiste 
em uma cultura interna que reconheça que a qualidade é essencial na 
execução dos trabalhos.
• Exigências éticas relevantes: exigências às quais estão sujeitos a 
equipe de trabalho e o revisor do controle de qualidade do trabalho, 
compreendendo as NBC e o Código de Ética Profi ssional do Contabilista.
• Aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de 
trabalhos específi cos: estes cuidados são projetados para fornecer 
segurança razoável de que sempre que tiver competência, habilidade, 
recursos técnicos e fi nanceiros e integridade para cumprir com suas 
demandas, a empresa de auditoria o fará.
• Recursos humanos: para executar trabalhos conforme as normas 
exigidas para a emissão do relatório de auditoria ou outros tipos de 
relatórios apropriados.
• Execução do trabalho: políticas e procedimentos que incluem assuntos 
relevantes para promover consistência na qualidade da execução, 
responsabilidades pela supervisão e pela revisão.
• Monitoramento: contínua consideração e avaliação do sistema de 
controle de qualidade da fi rma, com inspeções periódicas de trabalhos 
concluídos por ela, com vistas a fornecer segurança razoável de que seu 
sistema de controle de qualidade está operando de maneira efetiva. 
 
b) NBC PA 290 (R2) – Independência – trabalhos de auditoria e revisão
A Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor nº 290, 
segunda revisão – NBC PA 290 (R2) –, trata dos requisitos de independência 
15
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
para trabalhos de auditoria e trabalhos de revisão limitada ou especial, que são 
trabalhos de asseguração nos quais o auditor apresenta sua conclusão acerca 
das demonstrações contábeis (CFC, 2017a).
Assim, o objetivo da norma consiste em auxiliar as fi rmas e membros das 
equipes de auditoria na aplicação dos conceitos de independência de pensamento 
e aparência de independência, para a conquista e manutenção de independência. 
Ser independente compreende ter independência de pensamento e aparentar sê-lo. 
A independência de pensamento resume-se em ter uma postura de 
julgamento profi ssional, integridade, objetividade e ceticismo profi ssional, sem 
infl uências de terceiros sob suas conclusões.
 
A aparência de independência fundamenta-se em não incidir em situações 
e circunstâncias que sejam tão signifi cativas a ponto de que um terceiro com 
conhecimento, experiência e bom senso possa ponderar que a integridade, 
objetividade e ceticismo profi ssional da fi rma ou do membro da equipe de auditoria 
possam estar comprometidos.
Esses conceitos devem ser aplicados pelos auditores para identifi car e 
avaliar ameaças à independência e aplicar salvaguardas, quando necessário, 
para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável. São exemplos de 
ameaças à independência do auditor: interesse fi nanceiro ou outro que possa 
infl uenciar o julgamento ou comportamento do auditor, causas que podem afetar 
a objetividade do auditor em razão do interesse do cliente ou de relação de longa 
data com o cliente, e ameaças de intimidação, sob a qual o auditor pode ser 
dissuadido em decorrência de pressões. 
c) NBC PA 291 (R2) – Independência – outros trabalhos de asseguração
A Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor nº 291, segunda 
revisão – NBC PA 291 (R2) – é uma norma que versa sobre a independência do 
auditor para os trabalhos de asseguração que não são trabalhos de auditoria ou 
de revisão (CFC, 2017b).
 
Os trabalhos de asseguração têm o objetivo de aumentar o grau de 
confi ança dos usuários previstos que não sejam a parte responsável no resultado 
da avaliação ou mensuração do objeto com base em critérios. O resultado da 
avaliação ou mensuração do objeto são as informações resultantes da aplicação 
dos critérios ao objeto. Os trabalhos de asseguração podem ser sob duas formas: 
• relatórios baseados em afi rmações;
• relatórios diretos.
16
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Conforme a NBC PA 291 R2 (CFC, 2017b, p. 4):
No trabalho de asseguração baseado em afi rmações, a 
avaliação ou a mensuração do objeto é realizada pela 
parte responsável e as informações sobre o objeto estão 
baseadas na afi rmação efetuada pela parte responsável que é 
disponibilizada aos usuários previstos.
Já no caso de relatório direto, segundo a NBC PA 291 R2 (CFC, 2017b), p. 4:
O auditor efetua diretamente a avaliação ou a mensuração do 
objeto ou obtém uma representação da parte responsável que 
realizou a avaliação ou mensuração que não está disponível 
para os usuários previstos. As informações sobre o objeto são 
fornecidas aos usuários previstos no relatório de asseguração.
Com base no exposto, infere-se que, em ambos os casos, três partes fazem 
parte do relatório: o auditor, a parte responsável e os usuários previstos.
d) NBC PA 11 – Revisão externa de qualidade pelos pares
Essa é uma norma que entrará em vigor apenas em 1º de janeiro de 2019. As 
Normas Brasileiras de ContabilidadeProfi ssionais do Auditor nº 11 – NBC PA 11 
tratam da revisão externa de qualidade pelos pares. A revisão pelos pares é um 
processo de acompanhamento do controle de qualidade dos trabalhos realizados 
pelos auditores independentes (CFC, 2017c). Ela avalia os procedimentos 
adotados pelo contador no exercício dos trabalhos de auditoria independente e 
pela fi rma de auditoria, para que a qualidade dos trabalhos seja assegurada.
O produto da revisão externa de qualidade pelos pares será um relatório, que 
pode se confi gurar sob 4 tipos:
a) relatório de revisão de sistema de qualidade adequado;
b) relatório de revisão de sistema de qualidade com defi ciências;
c) relatório de revisão de sistema de qualidade inadequado;
d) relatório de revisão do sistema de qualidade com limitação de escopo ao 
trabalho do revisor.
O relatório, seja de qual tipo for, deverá conter:
• escopo da revisão e eventuais limitações que possam existir;
• emissão de carta de recomendação;
• opinião sobre as políticas e os procedimentos de controle de qualidade em 
relação às exigências das NBC e, quando aplicáveis, normas de órgãos 
reguladores, identifi cando se os sistemas são adequados, com defi ciências, 
inadequados ou se há limitação de escopo ao trabalho do revisor.
17
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
e) NBC PA 13 (R2) – Exame de qualifi cação técnica
A norma brasileira de contabilidade que dispõe sobre o exame de qualifi cação 
técnica para registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes – CNAI 
– do Conselho Federal de Contabilidade é a NBC PA 13 (R1), atualizada pela 
NBC PA 13 (R2). Essa norma tem o intuito de aferir o nível de conhecimento 
e competência técnico-profi ssional do contador para o exercício da auditoria 
independente (CFC, 2015a).
O exame é implementado pela aplicação de provas escritas, cada qual com 
conteúdos específi cos. As provas previstas para o auditor independente são:
• prova de qualifi cação técnica geral para atuação em entidades em geral;
• prova específi ca para atuação em instituições reguladas pela Comissão 
de Valores Mobiliários – CVM;
• prova específi ca para atuação em instituições autorizadas a funcionar 
pelo Banco Central do Brasil – BCB;
• prova específi ca para atuação em sociedades supervisionadas pela 
Superintendência de Seguros Privados – Susep.
Os conhecimentos exigidos na prova de qualifi cação técnica geral são:
• Legislação profi ssional.
• Ética profi ssional.
• Normas brasileiras de contabilidade, técnicas e profi ssionais, editadas 
pelo Conselho Federal de Contabilidade.
• Legislação societária.
• Língua portuguesa aplicada. 
Os conhecimentos exigidos na prova específi ca para atuação do contador 
em auditoria independente nas instituições reguladas pela CVM são:
• Legislação e normas do mercado de capitais.
• Legislação e normas da BM & FBOVESPA (atualmente chamada de 
B3), concernentes aos níveis diferenciados de governança corporativa e 
segmentos especiais de listagem.
Os conhecimentos exigidos na prova específi ca para atuação do contador 
em auditoria independente nas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco 
Central do Brasil são:
• Legislação e normas aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar 
pelo BCB.
18
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
• Conhecimentos de operações de instituições autorizadas a funcionar 
pelo BCB.
• Contabilidade de instituições fi nanceiras e demais entidades autorizadas 
a funcionar pelo BCB.
Por fi m, os conhecimentos exigidos na prova específi ca para atuação 
do contador em auditoria independente nas sociedades supervisionadas pela 
Superintendência de Seguros Privados são:
• Legislação e normas aplicáveis às sociedades supervisionadas pela 
Susep.
• Conhecimentos de operações de sociedades supervisionadas pela 
Susep.
• Contabilidade de sociedades e demais entidades supervisionadas pela 
Susep.
 
As provas são aplicadas pelo menos uma vez por ano e, para ser aprovado, 
o candidato precisa obter, no mínimo, 60% de acertos nas questões objetivas e 
60% de acertos nas questões discursivas de cada prova.
f) Cadastro nacional de auditores independentes
A Resolução do CFC nº 1.019/05, atualizada pela Resolução CFC nº 
1.495/15, trouxe onze artigos nos quais regulamenta as exigências para o registro 
e manutenção do auditor no Cadastro Nacional de Auditores Independentes 
– CNAI. O CFC elaborou essa regulamentação entendendo ser necessário 
conhecer o âmbito de atuação dos profi ssionais de auditoria interna, sendo 
importante estimular o estudo das NBC e a educação continuada de todos que 
atuam no campo de auditoria independente (CFC, 2015b). 
Para ter direito ao registro no CNAI, o contador deve estar regularmente 
registrado no Conselho Regional de Contabilidade e ter sido aprovado no Exame 
de Qualifi cação Técnica. O contador aprovado no Exame de Qualifi cação Técnica 
será automaticamente inscrito no CNAI. Além disso, de acordo com o artigo 2º da 
supracitada norma, farão parte do CNAI os contadores com registro regular na 
Comissão de Valores Mobiliários até 10 de dezembro de 2003, na condição de 
responsáveis técnicos de empresa de auditoria ou como pessoa física, independente 
de terem ou não se submetido ao Exame de Qualifi cação Técnica (CFC, 2015b).
Para manter sua inscrição no CNAI, o auditor deve comprovar sua 
participação no programa de educação continuada. Caso não o façam, serão 
excluídos de ofício do CNAI. Outros possíveis casos de exclusão de auditores 
são aqueles que forem suspensos do exercício profi ssional, que tiverem seus 
19
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
registros baixados pelos Conselhos Regionais de Contabilidade e/ou forem 
excluídos dos registros dos órgãos regulamentadores. Caso tenham interesse em 
reingressar no CNAI, os profi ssionais deverão submeter-se novamente ao Exame 
de Qualifi cação Técnica.
Cabe destacar que todas as questões burocráticas e administrativas acerca 
do CNAI são de responsabilidade e competência do Conselho Federal de 
Contabilidade e dos Conselhos Regionais de Contabilidade.
Normas Brasileiras de 
Contabilidade Técnicas – de 
Auditoria Independente de 
InFormação Contábil-HistÓrica
Na disciplina Fundamentos de Auditoria, você aprendeu que a auditoria 
pode se realizar de duas formas: auditoria externa (independente) ou interna. A 
auditoria independente é uma atividade que aumenta o grau de confi abilidade das 
demonstrações contábeis emitidas por uma determinada entidade. 
No que diz respeito a esse tipo de auditoria, toda atividade desenvolvida em 
um processo de auditoria está vinculada a alguma orientação normativa, ou seja, 
vários dos conceitos discutidos pelas normas profi ssionais vistas nesse livro são 
abordados por normas específi cas.
À vista disso, existem dezenas de normas técnicas emitidas pelo Conselho 
Federal de Contabilidade a fi m de estabelecer conceitos, regras e procedimentos 
que devem ser aplicados nas atividades do auditor. Por exemplo, há uma norma 
profi ssional que trata sobre o controle de qualidade dos trabalhos do auditor, dessa 
maneira, para analisar o controle de qualidade das demonstrações contábeis, há 
uma norma técnica. 
A seguir são exibidas todas as normas técnicas de auditoria independente 
existentes atualmente no Brasil:
• Estrutura conceitual para trabalhos de asseguração.
• Objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em 
conformidade com normas de auditoria.
• Concordância com os termos do trabalho de auditoria.
• Controle de qualidade da auditoria de demonstrações contábeis.
20
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
• Documentação de auditoria.
• Responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto da 
auditoria de demonstrações contábeis.
• Consideração de leis e regulamentos na auditoria de demonstrações 
contábeis.
• Comunicação com os responsáveis pela governança.
• Comunicação de defi ciências de controle interno.
• Planejamentoda auditoria de demonstrações contábeis.
• Identifi cação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do 
entendimento da entidade e do seu ambiente.
• Materialidade no planejamento e na execução da auditoria.
• Resposta do auditor aos riscos avaliados.
• Considerações de auditoria para a entidade que utiliza organização 
prestadora de serviços.
• Avaliação das distorções identifi cadas durante a auditoria.
• Evidência de auditoria.
• Evidência de auditoria – considerações específi cas para itens 
selecionados.
• Confi rmações externas.
• Trabalhos iniciais – saldos iniciais.
• Procedimentos analíticos.
• Amostragem em auditoria.
• Auditoria de estimativas contábeis, inclusive do valor justo, e divulgações 
relacionadas.
• Partes relacionadas.
• Eventos subsequentes.
• Continuidade operacional.
• Representações formais.
• Considerações especiais – auditorias de demonstrações contábeis de 
grupos, incluindo o trabalho dos auditores dos componentes.
• Utilização do trabalho de auditoria interna.
• Utilização do trabalho de especialistas.
• Formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente 
sobre as demonstrações contábeis.
• Comunicação dos principais assuntos de auditoria no relatório do auditor 
independente.
• Modifi cações na opinião do auditor independente.
• Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no relatório do 
auditor independente.
• Informações comparativas – valores correspondentes e demonstrações 
contábeis comparativas.
• Responsabilidade do auditor em relação a outras informações.
21
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
• Considerações especiais – auditorias de demonstrações contábeis 
elaboradas de acordo com estruturas conceituais de contabilidade para 
propósitos especiais.
• Considerações especiais – auditoria de quadros isolados das 
demonstrações contábeis e de elementos, contas ou itens específi cos 
das demonstrações contábeis.
• Trabalhos para a emissão de relatório sobre demonstrações contábeis 
condensadas.
Além dessas normas, existem também outros documentos acerca das 
atividades técnicas de auditoria. Esses documentos, chamados de comunicados, 
estão relacionados à regulamentação da emissão dos diferentes relatórios 
produzidos pela auditoria independente. 
Hoje em dia, vivemos em um mundo com amplo acesso à 
informação. Neste tópico, você aprendeu um pouco mais sobre as 
normas aplicadas à auditoria independente com relação à informação 
contábil e histórica. Para conhecer mais sobre cada uma das normas 
que participam desse contexto, visite o site do Conselho Federal de 
Contabilidade <http://www.cfc.org.br> e busque o menu “Normas 
Brasileiras de Contabilidade”. Confi ra cada uma e fi que por dentro de 
todas as normas técnicas que dizem respeito à auditoria. 
Normas Brasileiras de 
Contabilidade Técnicas – de 
Auditoria Interna
Como mencionado no tópico anterior, na disciplina Fundamentos de Auditoria 
você aprendeu que a auditoria pode se realizar de duas formas: auditoria externa 
(independente) ou interna. A auditoria interna, segundo Crepaldi (2009), é o 
conjunto de procedimentos que objetiva examinar a integridade, adequação e 
efi cácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, fi nanceiras 
e operacionais da entidade, ou seja, na auditoria interna, a gerência de uma 
empresa estabelece pontos a serem investigados e o auditor averigua sua 
conformidade com os planos e padrões da empresa. 
 
22
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Na auditoria interna, o auditor, por ser funcionário da empresa, possui um 
menor grau de independência e seu trabalho, em consequência, é realizado de 
forma contínua, com maior volume de testes.
É por meio da auditoria interna que é realizada a qualidade dos trabalhos. 
Dessa forma, há revisão e recomendação, assistindo à administração e lhe 
fornecendo informações periódicas, principalmente sobre a:
CARACTERÍSTICAS DA AUDITORIA INTERNA
• Aplicabilidade e adequação de controles internos.
• Extensão do cumprimento das diretrizes, planos e 
procedimentos.
• Salvaguarda dos ativos quanto à escrituração.
• Avaliação da qualidade e desempenho na execução das 
responsabilidades delegadas.
• Recomendação de melhorias operacionais.
Fonte: Adaptado de Crepaldi (2009).
A qualidade da informação gerada pela auditoria interna pode ser balizada 
pela emissão de normas que orientem os procedimentos, técnicas e atividades do 
auditor interno. A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria Interna 
nº 01 – NBC TI 01 trata, justamente, dessas condições (CFC, 2003).
A partir desse momento, tudo o que trataremos nesse livro estará relacionado à 
NBC TI 01. A organização dessa norma pode ser verifi cada na Figura 2:
23
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
Figura 2 – Estrutura da NBC TI 01
Fonte: A autora.
a) Conceituação e disposições gerais
 
De acordo com o CFC (2003), a auditoria interna é exercida tanto nas 
pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, quanto nas pessoas 
jurídicas de direito privado. Isso signifi ca que o alcance da norma deve prever 
condições intrínsecas a todas essas entidades.
Segundo a NBC TI 01 (CFC, 2003), a auditoria interna compreende os exames, 
análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente 
estruturados para a avaliação da integridade, adequação, efi cácia, efi ciência e 
economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles 
internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a 
assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.
Para tanto, está estruturada em procedimentos com enfoque técnico, 
objetivo, sistemático e disciplinado que buscam agregar valor ao resultado da 
organização, apresentando subsídios para melhorias nos processos, na gestão e 
nos controles internos, por meio da recomendação de soluções para os eventuais 
erros, fragilidades e não conformidades apontadas nos relatórios.
Assim, utiliza-se de papéis de trabalho, que são os documentos e registros 
dos fatos averiguados, das informações coletadas e provas obtidas no curso da 
auditoria com o intuito de evidenciar os exames realizados e dar suporte à opinião 
do auditor. Esses papéis de trabalhos podem estar documentados em meio físico 
ou eletrônico e devem ser organizados e arquivados de forma sistemática e 
racional, para que possibilitem facilidade e agilidade aos trabalhos.
24
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
O Capítulo 3 desse livro é dedicado inteiramente aos papéis de 
trabalho. Lá, portanto, veremos mais detalhes sobre eles.
Os papéis de trabalho do auditor interno devem ter tamanha abrangência 
e grau de detalhe que permitam uma compreensão global dos procedimentos 
de auditoria aplicados, exemplifi cados na Figura 3, além de permitir embasar o 
julgamento exercido e as conclusões emitidas:
Figura 3 – Escopo compreendido pelo detalhamento dos papéis de trabalho
Fonte: A autora.
E se o auditor utilizar relatórios emitidos por terceiros para 
embasar suas sugestões e anexá-los aos seus papéis de trabalhos?
Para utilizar relatórios, análises, demonstrações ou quaisquer 
outros documentos, o auditor precisa verifi car a integridade deles 
sempre que forem anexados aos papéis de trabalho, sob o risco de 
inviabilizar e/ou prejudicar todo o seu trabalho.
 Outro ponto previsto na NBC TI 01 diz respeito às situações de fraude 
e erro com as quais um auditor pode se deparar ao realizar seus trabalhos de 
auditoria interna. Crepaldi (2009) aponta que é crescente a existência de fraudes 
cometidas nas empresas, apontando diferentes razões para tal fato.
25
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
 Seja qual for o apontamento que “justifi que” a fraude e/ou erro dentro 
das empresas, o auditor interno deve assessorar a administração no trabalho 
de prevenção. Assim, sempre que verifi car algum indício de irregularidade nodecorrer de seu trabalho, o auditor tem a obrigação de informar à administração 
sobre a situação. 
Quadro 2 – Fraude e erro
Fraude Erro
Ato intencional de omissão e/ou manipu-
lação de transações e operações, adulter-
ação de documentos, registros, relatórios, 
informações e demonstrações contábeis, 
tanto em termos físicos quanto monetários.
Ato não intencional de omissão, de-
satenção, desconhecimento ou má in-
terpretação de fatos na elaboração de 
registros, informações e demonstrações 
contábeis, bem como de transações e 
operações da entidade, tanto em termos 
físicos quanto monetários.
Fonte: Adaptado de CFC (2003).
Ao informar a fraude e/ou erro ao administrador da entidade, o auditor interno 
deverá fazê-lo de forma discreta e reservada, sempre por escrito, apontando o 
que detectou no processo e o que chamou sua atenção.
b) Normas de execução dos trabalhos
A NBC TI 01 trata, ainda, sobre as normas de execução dos trabalhos, isto 
é, sobre o planejamento, riscos e procedimentos que devem ser realizados no 
empenho das atividades de auditoria interna (CFC, 2003).
O planejamento de auditoria interna compreende os exames preliminares de 
tudo o que irá envolver a auditoria interna, conforme as diretrizes estabelecidas 
pela administração da entidade.
Portanto, um bom planejamento compreende os exames preliminares das 
áreas, atividades, produtos e processos da entidade com o propósito de defi nir a 
amplitude e época do trabalho a ser realizado.
São fatores importantes a serem considerados na execução dos trabalhos, 
de acordo com a NBC TI 01 (CFC, 2003):
26
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
• O conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de 
gestão de riscos da entidade.
• O conhecimento detalhado das atividades operacionais e 
dos sistemas contábil e de controles internos e seu grau de 
confi abilidade da entidade.
• A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de 
auditoria interna a serem aplicados, alinhados com a política de 
gestão de riscos da entidade.
• A existência de entidades associadas, fi liais e partes relacionadas 
que estejam no âmbito dos trabalhos da auditoria interna.
• O uso do trabalho de especialistas.
• Os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade 
das transações e operações.
• O conhecimento do resultado e das providências tomadas em 
relação a trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados.
• As orientações e as expectativas externadas pela administração 
aos auditores internos.
• O conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade.
Fonte: Adaptado de CFC (2003).
A norma dita ainda que todo o planejamento deve ser documentado e que os 
programas de trabalho devem ser formalmente preparados, com todos os detalhes 
necessários para a compreensão dos procedimentos que serão aplicados.
Os procedimentos de auditoria interna são exames e 
investigações que permitem ao auditor interno obter subsídios 
sufi cientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à 
administração da entidade. No próximo capítulo, veremos, um a um, 
os procedimentos de auditoria interna.
Os programas de trabalho devem ser estruturados de tal forma que sirvam 
como guia, meio de controle e execução do trabalho. Esses programas de trabalho 
devem sofrer revisões e atualizações sempre que o auditor interno identifi car 
situações que assim o exijam.
27
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
ITENS QUE COMPÕEM O RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA
a) O objetivo e a extensão dos trabalhos;
b) a metodologia adotada;
c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua 
extensão;
d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;
e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;
f) os riscos associados aos fatos constatados;
g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos 
constatados.
Fonte: Adaptado de CFC (2003).
Ainda na fase de planejamento dos trabalhos de auditoria, os riscos de 
auditoria interna necessitam ser avaliados, os quais estão relacionados à 
possibilidade de não se atingir, da forma pretendida, o objetivo daquele trabalho. 
Para a análise dos riscos de auditoria interna, devem ser considerados, 
principalmente:
• a verifi cação e a comunicação de possíveis limitações ao alcance 
dos procedimentos da auditoria interna, considerando o volume ou a 
complexidade das transações e das operações;
• a extensão da responsabilidade do auditor interno no uso de trabalhos 
de especialistas.
c) Normas relativas ao relatório da auditoria interna
O relatório é o produto da auditoria interna, ou seja, é por meio dele que 
o auditor interno entrega o resultado de seus trabalhos, apresentando suas 
conclusões, recomendações e providências sugeridas para a administração 
da entidade. A NBC TI 01 aborda aspectos que devem ser seguidos para uma 
adequada elaboração do relatório de auditoria interna (CFC, 2003).
 
A redação desse relatório deve ser clara, objetiva e imparcial. A norma implica 
que um relatório de auditoria interna deve conter, segundo a NBC TI 01:
28
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Caso o auditor esteja no meio dos trabalhos de auditoria interna e constate 
impropriedades e/ou irregularidades e/ou ilegalidades na entidade (pessoas, processos, 
relatórios etc.), ele deve avaliar se existe ou não a necessidade de emissão de 
relatório parcial de auditoria interna. Esse relatório é previsto quando as circunstâncias 
constatadas sejam de tal propriedade que não possam aguardar até o fi nal dos exames.
O relatório de auditoria interna pode ser recebido e visto por 
qualquer pessoa da entidade?
Não. O relatório de auditoria interna deve ser apresentado para 
a pessoa responsável que solicitou o trabalho do auditor interno – 
ou a alguém autorizado por este. A confi dencialidade do conteúdo 
do relatório deve ser preservada para que a informação chegue de 
forma adequada a quem importar possa.
PrincÍpios de Contabilidade
Até 31 de dezembro de 2016, o Conselho Federal de Contabilidade dispunha 
de uma resolução na qual trazia os princípios fundamentais de contabilidade, 
os quais constituíam princípios observáveis, obrigatoriamente, no exercício da 
profi ssão contábil. 
 
A partir de 2017, no entanto, em virtude da internacionalização das normas 
brasileiras de contabilidade, essa resolução foi revogada. No conhecimento geral 
acerca da profi ssão, entretanto, os princípios se constituem como conhecimentos 
intrínsecos inerentes à profi ssão. 
 
O Conselho Federal de Contabilidade revogou a resolução com o 
entendimento de que esses princípios continuam ativos nos Pronunciamentos 
Técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Portanto, 
devemos conhecer melhor os Pronunciamentos Técnicos para que possamos 
reconhecer sua essência nas normas vigentes. Vamos lá?
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (1993), por meio da 
revogada resolução, os princípios “representam a essência das doutrinas e 
teorias relativas à Ciência Contábil, consoante o entendimento predominante nos 
universos científi co e profi ssional de nosso país” (CFC, 1993, p. 2). Dessa forma, 
os princípios envolvidos na profi ssão contábil são:
29
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
• Entidade.
• Continuidade.
• Oportunidade.
• Registro pelo valor original.
• Competência.
• Prudência (esteja atento à explicação).
a) O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da 
contabilidade, tendo autonomia patrimonial, isto é, diferenciando-se dos 
demais patrimônios. Dessa maneira, o patrimônio da entidade não se 
mistura ou confunde com o patrimônio dos seus sócios ou proprietários. 
 Assim, caso João, Maria e Fernanda se unam e constituam uma 
sociedade, cada um possuindo, na pessoa física, um montante de 
recursos de R$ 150.000,00 e integralizando um capital de R$ 100.000,00 
na empresa, não havendo mais nenhuma movimentação, o capital social 
da empresaé de R$ 300.000,00 e os capitais de cada um dos sócios 
será, conforme essa situação, R$ 50.000,00.
b) O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará suas 
operações no futuro e, portanto, a mensuração e registro dos atos e fatos 
contábeis observam essa perspectiva. Os registros que pressupõem a 
continuidade podem ser indicados, por exemplo, pela continuidade de 
contas e transações de longo prazo.
c) O princípio da oportunidade diz respeito à mensuração e apresentação 
dos eventos contábeis da empresa. Sua ideia consiste em fornecer, 
ao usuário, informação íntegra e tempestiva, a fi m de auxiliá-lo, da 
melhor forma possível, à tomada de decisão. A falta de oportunidade 
corresponde à perda de relevância e confi abilidade – características 
qualitativas próprias da informação contábil.
 Portanto, uma informação oportuna corresponde a dados atuais da 
entidade. Se André está em dúvida se continua ou não investindo em uma 
empresa, ele precisa estar munido de informações que representem, da 
forma mais íntegra possível, a situação econômico-fi nanceira da entidade. 
d) O princípio do registro pelo valor original exige que os itens patrimoniais 
devem ser registrados, inicialmente, pelos valores originais da transação 
e expressos na moeda corrente nacional. 
 São utilizadas como bases de mensuração o custo histórico e suas 
variações, que podem ser: custo corrente, valor realizável, valor presente, 
30
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
valor justo e atualização monetária. Essas bases são utilizadas em graus 
distintos e formas combinadas ao longo do tempo.
e) O princípio da competência determina que as transações devem 
ser registradas na contabilidade simultaneamente a sua ocorrência, 
independentemente do recebimento ou pagamento.
 Nesse sentido, se a empresa constituída por João, Maria e Fernanda 
realizar compra de mercadorias no valor de R$ 30.000 para iniciar suas 
atividades, e essa transação for efetivada por meio de compra a prazo, 
devem ser reconhecidas pela empresa:
• a transação de compra das mercadorias pelo valor líquido das 
mercadorias (isto é, deduzido o valor dos tributos, caso estejam inclusos 
no valor global citado);
• a transação de registro dos tributos – caso existam;
• o reconhecimento da obrigação da empresa para com o seu fornecedor 
de mercadorias.
f) O princípio da prudência pressupõe um ativo de menor valor e um 
passivo de maior valor – quando apresentam alternativas válidas para 
tais quantifi cações. Consiste em uma análise conservadora quanto ao 
patrimônio da empresa, ou seja, sempre que possível, registra-se um 
componente patrimonial ativo por um valor menor do que ele realmente 
vale e faz-se o contrário com um componente patrimonial passivo. 
 A ideia do princípio confi gura-se na proteção ao patrimônio, entretanto, 
destaca-se que esse princípio, dentre os citados, é o único que não se 
identifi ca e não se adequa à internacionalização das normas contábeis. 
O motivo é que o princípio da prudência contraria a representação 
fi dedigna da informação gerada pela contabilidade, já que subavaliações 
de ativos e superavaliações de passivos, com consequentes registros de 
desempenhos posteriores infl ados, são incompatíveis com a informação 
que pretende ser neutra.
A representação fi dedigna é um dos critérios de características 
qualitativas fundamentais que devem ser respeitados nos registros 
contábeis. Esse conteúdo, como você deve se lembrar, foi estudado 
no Capítulo 2 da disciplina Fundamentos de Auditoria.
31
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
Atividades de Estudos:
1) O que são as Normas Brasileiras de Contabilidade? Como elas 
são estruturadas?
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2) Do que tratam as normas profi ssionais?
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3) Do que tratam as normas técnicas?
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4) No que consiste a independência do auditor?
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5) O que é fraude?
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6) O que é erro?
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 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
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7) O que são princípios contábeis?
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____________________________________________________
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8) Quais são os princípios contábeis que condizem às normas 
internacionais? 
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_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
AlGumas ConsideraçÕes
Neste capítulo, abordamos as normas brasileiras de contabilidade aplicadas 
à auditoria. Vimos que as normas se dividem em normas técnicas e normas 
profi ssionais e, dentro dessa classifi cação, abordam conceitos e conteúdos 
inerentes às atividades contábeis.
As normas profi ssionais orientam o profi ssional no âmbito de sua rotina, 
normatizando posturas, conceitos éticos e sociais. As normas técnicas, por 
sua vez, orientam as práticas que devem ser apuradas pelos auditores quando 
realizam a auditoria independente.
As normas, assim como os princípios, têm importância sumária na atividade 
do auditor independente, pois constituem o regimento máximo que deve ser 
observado no exercer da profi ssão. São, portanto, conhecimentos fundamentais 
para o auditor.
No próximo capítulo, abordaremos os procedimentos de auditoria.
33
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA Capítulo 1 
ReFerÊncias
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Norma Brasileira de Contabilidade 
Profi ssional do Auditor Independente nº 13 (R2). Exame de Qualifi cação 
Técnica. Brasília, 2 set. 2015a. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/
sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2015/NBCPA13(R2)>. Acesso em: 6 jun. 2018.
______. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor 
Independente nº 290 (R2). Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão. 
Brasília, 26 maio 2017a. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/
detalhes_sre.aspx?codigo=2017/NBCPA290(R2)>. Acesso em: 6 jun. 2018.
______. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor 
Independente nº 291 (R2). Independência – Outros Trabalhos de Asseguração. 
Brasília, 26 maio 2017b. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/
detalhes_sre.aspx?Codigo=2017/NBCPA291(R2)&arquivo=NBCPA291(R2)%20
(2).doc>. Acesso em: 6 jun.2018.
______. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor 
Independente nº 01. Auditoria Interna. Brasília, 28 nov. 2003. Disponível em: 
<http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2003/000986>. 
Acesso em: 6 jun. 2018.
______. Norma Brasileira de Contabilidade Profi ssional do Auditor 
Independente nº 11. Revisão Externa de Qualidade pelos Pares. Brasília, 13 
dez. 2017c. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2017/NBCPA11&arquivo=NBCPA11.doc>. Acesso em: 6 jun. 2018.
______. Resolução nº 1.495/15. Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade (revogada). Brasília, 29 dez. 1993. 
______. Resolução nº 1.495/15. Dispõe sobre o Cadastro Nacional de Auditores 
Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e dá outras 
providências. Brasília, 20 nov. 2015b. Disponível em: <http://cfc.org.br/registro/
legislacao/>. Acesso em: 6 jun. 2018.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: Teoria e prática. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2004.
34
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
CAPÍTULO 2
Procedimentos de Auditoria
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Compreender o que são os procedimentos de auditoria e como são 
fundamentados.
 Conhecer os tipos de procedimentos de auditoria que existem.
 Aprender a aplicar os procedimentos de auditoria.
 Selecionar informações para os procedimentos de auditoria.
 Recolher evidências para procedimentos de auditoria.
 Realizar a aplicação de procedimentos de auditoria.
36
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
37
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 
ConteXtualiZação
A auditoria independente analisa as demonstrações contábeis e outros 
registros com a fi nalidade de emitir uma opinião sobre eles. Para atingir seu 
objetivo é preciso planejar seu trabalho, avaliar o sistema de controles internos, 
realizar revisões, colher e avaliar evidências. A forma pela qual a auditoria 
perpassa todos esses caminhos é através dos procedimentos de auditoria. 
Neste capítulo, portanto, trabalharemos os conceitos, características, 
fi nalidades e tipos de procedimentos de auditoria, com vistas a entender como 
realizá-los e utilizá-los, conseguindo ter um panorama sobre o que avaliar no 
momento de defi nir extensão e profundidade dos métodos de auditoria em cada 
caso específi co.
Procedimentos de Auditoria: 
DeFiniçÕes, CaracterÍsticas e 
Finalidade 
Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas 
que permitem ao auditor obter evidências ou provas sufi cientes ou 
adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações 
contábeis. Eles abrangem procedimentos de observância e 
procedimentos substantivos.
Os procedimentos de observância, também chamados de testes 
de controle, visam obter uma razoável segurança de que os métodos 
de controles internos, estabelecidos pela administração de uma 
entidade, estão em funcionamento e cumprimento efetivo. Attie (2010) 
determina que esses processos se destinam a provar a credibilidade 
dos procedimentos e controles internos adotados pela empresa.
Os procedimentos substantivos, por sua vez, buscam obter evidências quanto à 
sufi ciência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade.
Conforme a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria n. 500 – 
NBC TA 500 (R1) (CFC, 2016), o auditor deve defi nir e executar procedimentos de 
auditoria que permitam a ele a obtenção de evidências apropriadas e sufi cientes, 
possibilitando obter conclusões razoáveis para fundamentar sua opinião. 
Portanto, antes de analisarmos os tipos de procedimentos existentes é preciso 
que saibamos o que são evidências.
Os procedimentos 
de auditoria são o 
conjunto de técnicas 
que permitem 
ao auditor obter 
evidências ou 
provas sufi cientes 
ou adequadas para 
fundamentar sua 
opinião sobre as 
demonstrações 
contábeis.
38
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Evidência de auditoria é toda informação utilizada pelo auditor para chegar 
às conclusões em que se fundamentam a sua opinião, incluindo as informações 
contidas nos registros contábeis e em outras fontes. Para uma evidência ser 
apropriada, ela precisa ter relevância e confi abilidade para o auditor, enquanto 
que, para ser sufi ciente, ela precisa ter tamanho satisfatório para auxiliá-lo a 
atingir o objetivo da auditoria.
Evidência que possui relevância é aquela que apresenta ligação 
lógica ou de infl uência para a fi nalidade do processo. Para ter 
confi abilidade, precisa-se analisar a fonte, natureza e circunstâncias 
sob as quais as evidências foram obtidas.
Tipos de Procedimentos de Auditoria
 Consoante a NBC TA 500 (CFC, 2016), são tipos de procedimentos de 
auditoria:
• inspeção;
• observação;
• confi rmação externa;
• recálculo;
• reexecução;
• procedimentos analíticos;
• indagação. 
A seguir, estudaremos cada um desses procedimentos, sendo importante 
destacar que, ainda que por si só sejam relevantes, eles devem ser utilizados em 
combinação, a fi m de produzir evidência de auditoria sufi ciente.
a) Inspeção
 
A inspeção consiste no exame de registros, documentos e ativos 
tangíveis, fornecendo evidência de auditoria confi ável no que diz 
respeito à existência desses itens. Segundo a NBC TA 500 (CFC, 
2016), a inspeção envolve o exame físico de um ativo e o exame de 
registros ou documentos, sejam eles internos ou externos, que podem 
se encontrar em meio físico, eletrônico ou em outras mídias.
A inspeção 
consiste no exame 
de registros, 
documentos e ativos 
tangíveis, fornecendo 
evidência de auditoria 
confi ável no que diz 
respeito à existência 
desses itens.
39
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 
• Exame físico
 
O exame físico é utilizado para a análise de contas do ativo e 
versa sobre a identifi cação física do item informado nas demonstrações 
contábeis. Portanto, compreende-se que a limitação desse tipo de 
procedimento está na tangibilidade do item observado. Pode-se citar 
como exemplo a análise do estoque.
Consoante Crepaldi (2009), um exame físico adequado deve conter 
cinco características principais: identifi cação, existência física, quantidade, 
qualidade e autenticidade. A identifi cação e a existência física consistem na 
comprovação visual do ativo examinado. Posteriormente são analisadas 
a quantidade existente e a qualidade na qual se mantém o item, para 
validar seu uso e benefício trazido/esperado. Por fi m, cabe o julgamento 
do auditor ao verifi car se o item é ou não fi dedigno.
• Exame de escrituração, de documentos originais e exame dos 
registros auxiliares
 O exame de escrituração baseia-se na constatação da 
veracidade das informações contábeis. Com base nisso, o auditor deve 
analisar registros contábeis realizados, como por exemplo, registros 
bancários para realizar a conciliação bancária.
Os documentos originais consistem em itens que corroboram registros 
realizados pela empresa, sendo utilizados para confi rmar e/ou comprovar transações. 
Cita-se, por exemplo, a utilização de apólices de seguros para corroborar os registros 
referentes ao seguro de determinado item realizado pela empresa.
Ao realizar o exame de documentos originais, o auditor deve atentar-se a 
quatro características importantes, conforme destaca Crepaldi (2009): I- verifi car 
a autenticidade do documento; II- verifi car se a transação sobre a qual analisa-
se o documento ocorre sob circunstâncias habituais da entidade; III- verifi car 
se a transação, bem como seu respectivo comprovante, foram aprovadas e/ou 
realizadas por pessoal com competência; IV- verifi car se o registro realizado é 
condizente com a documentação apresentada.
Os registros auxiliares, por sua vez, são o suporte dos registros principais 
analisados. São técnicas utilizadas em conjunto para dar autenticidade às 
informações coletadas pelo auditor.
O exame físicoé 
utilizado para a 
análise de contas do 
ativo e versa sobre 
a identifi cação física 
do item informado 
nas demonstrações 
contábeis.
Um exame físico 
adequado deve conter 
cinco características 
principais: 
identifi cação, 
existência física, 
quantidade, qualidade 
e autenticidade.
O exame de 
escrituração baseia-
se na constatação 
da veracidade das 
informações contábeis.
40
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
b) Observação
A observação é um procedimento que analisa processos ou 
procedimentos executados por terceiros. Assim, fornece evidência 
de auditoria a respeito da execução de processos ou procedimentos. 
Contudo, limita-se à questão temporal do evento e ao questionamento 
subjetivo de que os terceiros, por saberem que estão sendo observados, 
podem executar os processos diferentemente da forma habitual. Um 
exemplo desse procedimento pode ser um auditor ao fazer o controle 
de estoque de uma empresa.
A observação é um 
procedimento que 
analisa processos 
ou procedimentos 
executados por 
terceiros. Assim, 
fornece evidência de 
auditoria a respeito 
da execução de 
processos ou 
procedimentos.
Esse é um procedimento que demanda julgamento por 
parte do auditor e, portanto, uma maior habilidade em visualizar e 
compreender as rotinas habituais de diferentes empresas. Nesse 
sentido, auditores independentes em início de carreira podem ter 
um pouco mais de difi culdade na aplicação dos procedimentos de 
observação, tendo em vista que a experiência é importante para 
saber quais itens e o que deve ser observado.
c) Confi rmação externa
O procedimento de confi rmação externa consiste, segundo a 
NBC TA 500 (CFC, 2016, p. 6), em uma “resposta escrita de terceiro 
(a parte que confi rma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou 
em outra mídia”. Com base nisso, o auditor pode verifi car relações e 
registros e validá-los mediante essa confi rmação, como por exemplo, 
na verifi cação de saldos bancários.
d) Recálculo (ou conferência dos cálculos)
 
O recálculo é a conferência dos cálculos outrora realizados pela 
entidade. Desse modo, há a verifi cação da exatidão matemática de 
documentos ou registros. O recálculo pode ser realizado de forma 
manual ou eletronicamente.
“resposta escrita de 
terceiro (a parte que 
confi rma) ao auditor, 
em forma escrita, 
eletrônica ou em 
outra mídia”.
O recálculo é a 
conferência dos 
cálculos outrora 
realizados pela 
entidade.
41
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 
e) Reexecução
Segundo a NBC TA 500 (CFC, 2016), a reexecução diz respeito 
à nova execução, concluída pelo auditor de forma independente, de 
procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como 
parte do controle interno da entidade. Esse procedimento ocorre para 
que o auditor tenha evidências sufi cientes da adequação dos registros 
e/ou procedimentos da entidade.
f) Procedimentos analíticos
De acordo com a NBC TA 520 (CFC, 2009a, p. 4), os procedimentos 
analíticos são “avaliações de informações contábeis por meio de análise 
das relações plausíveis entre dados fi nanceiros e não fi nanceiros”. Ainda, 
conforme a norma supracitada, os procedimentos analíticos compreendem 
também “o exame necessário de fl utuações ou relações identifi cadas que 
são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem 
signifi cativamente dos valores esperados” (CFC, 2009a, p. 4). 
Os métodos utilizados para a execução desses procedimentos são diversos, 
podendo ser utilizadas simples comparações e até análises estatísticas mais 
rebuscadas, sendo que tudo vai depender do tipo de informação analisada e 
qual relação deseja se estabelecer. Portanto, ao planejar o uso de procedimentos 
analíticos, o auditor deve determinar a adequação destes, levando em consideração 
detalhes importantes, como por exemplo, os riscos avaliados de distorção relevante, 
a confi abilidade dos dados e a natureza e relevância das informações disponíveis.
Assim, faz-se a correlação das informações obtidas, observando as 
informações de períodos anteriores para compará-las com as atuais, verifi ca-se 
os resultados previstos pela entidade para averiguar se estão de acordo e/ou 
informações de entidades do mesmo segmento para comparar índices e valores.
Além disso, por meio desses procedimentos são estabelecidas relações entre 
elementos das informações contábeis, dos quais espera-se que correspondam às 
previsões da entidade, e também entre informações contábeis relevantes e informações 
não contábeis relevantes, como por exemplo, estabelecer uma relação entre o custo da 
folha de pagamento e o número de empregados dessa mesma entidade.
Caso o auditor identifi que, por meio dos procedimentos analíticos, que há 
fl utuações ou relações inconsistentes com outras informações relevantes, ou que 
diferem signifi cativamente dos valores previstos, deve analisar essas diferenças 
por meio de indagação à administração e obtenção de evidência de auditoria 
apropriada e relevante para as respostas da administração, e/ou aplicar outros 
procedimentos de auditoria que as circunstâncias demandem.
A reexecução diz 
respeito à nova 
execução, concluída 
pelo auditor de 
forma independente, 
de procedimentos 
ou controles que 
foram originalmente 
realizados como parte 
do controle interno da 
entidade.
Os procedimentos 
analíticos são 
“avaliações de 
informações 
contábeis por meio de 
análise das relações 
plausíveis entre dados 
fi nanceiros e não 
fi nanceiros”.
42
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
g) Indagação
Este é um procedimento extensivamente utilizado em auditorias. 
Trata-se da investigação minuciosa de informações por meio de 
inquérito. Consoante a NBC TA 500 (CFC, 2016, p. 7), “a indagação 
consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, 
fi nanceiro e não fi nanceiro, dentro ou fora da entidade”, podendo incluir 
indagações formais escritas e/ou informais orais. 
Para um processo completo de indagação é preciso também 
avaliar as respostas das indagações realizadas, pois estas podem 
fornecer informações até então desconhecidas pelo auditor ou confrontar ou 
corroborar evidências já existentes.
“a indagação 
consiste na busca 
de informações 
junto a pessoas 
com conhecimento, 
fi nanceiro e não 
fi nanceiro, dentro ou 
fora da entidade”, 
podendo incluir 
indagações formais 
escritas e/ou 
informais orais.
EXtensão e ProFundidade dos 
Procedimentos de Auditoria 
A extensão dos procedimentos de auditoria será determinada em 
razão da forma de auditoria que será aplicada: se auditoria geral, se 
auditoria parcial ou se revisão limitada (FRANCO; MARRA, 2009). 
A auditoria geral é aquela que abrange todos os elementos do 
patrimônio e todas as operações realizadas em um exercício, podendo 
variar em relação a sua:
 
a) profundidade: se integral ou por amostragem, conforme julgamento 
do auditor;
b) natureza: pode ser permanente ou eventual, conforme contratado entre 
entidade e auditoria.
A auditoria geral é, portanto, dentre os tipos de auditoria, a mais extensa 
e completa, destacando sua importância principalmente no que diz respeito 
a acautelar interesses de acionistas e investidores, possibilitar maior controle 
administrativo, respeitando as exigências legais para além de avaliar a 
confi abilidade das demonstrações contábeis (FRANCO; MARRA, 2009).
A partir desse tipo de auditoria, o auditor emite um parecer (relatório) sobre os 
registros efetuados num dado exercício, bem como as demonstrações contábeis 
deles procedentes.
A extensão dos 
procedimentos 
de auditoria será 
determinada em 
razão da forma de 
auditoria que será 
aplicada: se auditoria 
geral, se auditoria 
parcial ou se revisão 
limitada (FRANCO; 
MARRA, 2009).
43
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 
A auditoria parcial, também chamada de específi ca, é limitada a um objetivo 
específi co. Dessa forma, abrange um conjunto menor de demonstrações contábeis 
(ou apenas uma),de atos, fatos e registros contábeis. Na fi gura a seguir, vemos 
alguns exemplos de auditoria parcial:
Figura 1 – Auditoria parcial
Fonte: A autora.
No primeiro exemplo, o auditor pretende verifi car se os impostos foram 
apurados e recolhidos adequadamente. Portanto, limitará sua auditoria à análise 
dos registros de compras e vendas de mercadorias, apurando se os valores 
recolhidos e pagos estão corretos. Ele pode utilizar como procedimentos de 
auditoria, por exemplo, o recálculo para verifi cação dos valores e a inspeção, 
buscando documentos físicos que comprovem o pagamento dos valores devidos.
 
No segundo exemplo, um auditor independente verifi ca nas demonstrações 
contábeis registros de operações com vultosos valores, que não se relacionam 
com as atividades comuns da empresa e decide investigá-las. Portanto, defi ne 
como objetivo específi co a saída de recursos da empresa com valores superiores 
a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Todas as saídas – que envolverem 
montantes como esse – serão analisadas pelo auditor para verifi car se os dados 
publicados estão de acordo com a realidade fi nanceira da empresa.
Quais procedimentos de auditoria você utilizaria no caso do 
segundo exemplo?
Existem diferentes respostas para essa pergunta, mas todas devem envolver 
procedimentos de auditoria. Os procedimentos mais indicados em relação à 
situação exposta são: inspeção, recálculo e confi rmação externa. A inspeção deve 
ocorrer tanto por meio do exame físico quanto por meio do exame de escrituração, 
nos quais o auditor busca a evidência física que embasa a saída de recursos 
e seu respectivo registro contábil. No recálculo, o auditor refaz os cálculos já 
44
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
realizados pela empresa para verifi car se os valores apurados estão corretos. Por 
fi m, na confi rmação externa o auditor terá a indicação, por meio de terceiros, de 
que os desembolsos realmente ocorreram.
Assim, seja qual for o objeto auditado, deverá ser elaborado um parecer 
(relatório) sobre o conteúdo verifi cado, apresentando qual o parâmetro e 
procedimentos utilizados pelo auditor para a análise, além, é claro, da opinião do 
auditor sobre o item observado.
Uma empresa, ao perceber indicações de que há erros ou 
fraudes em suas rotinas e/ou registros, pode contratar uma auditoria 
para apuração dessas informações. 
O Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES –, o maior 
banco brasileiro de apoio ao crescimento de empresas, teve seu 
nome relacionado às investigações da operação Bullish, realizada pela 
Polícia Federal do Brasil em 2017, que investiga possíveis fraudes e 
irregularidades em aportes (empréstimos) concedidos pelo BNDES.
Para dirimir quaisquer dúvidas acerca das atividades da 
empresa, o BNDES contratou, no primeiro quadrimestre de 2018, 
uma empresa de auditoria para apurar especifi camente seus 
processos internos, com o intuito de dar mais transparência às 
atividades realizadas pela entidade. 
Esse é um exemplo atual de auditoria parcial ou específi ca!
A revisão limitada é o exame do conjunto de demonstrações contábeis de um 
período, sem que sejam aplicados todos os procedimentos de auditoria requeridos 
em uma auditoria geral. Com base nisso, a extensão desse tipo de auditoria 
será determinada pelo conhecimento prévio do auditor acerca da empresa, suas 
atividades e do contexto em análise.
Esse tipo de revisão suscita um parecer (relatório) de auditoria cujo conteúdo 
consiste na apresentação do escopo, dos procedimentos, dos limites e de sua 
declaração acerca da existência ou não de desvios relevantes existentes nas 
análises efetuadas (FRANCO; MARRA, 2009).
45
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Capítulo 2 
Dessa forma, vimos todos os tipos de auditoria que podem ser realizados 
no que diz respeito à extensão, ou seja, à quantidade de informações que serão 
analisadas em uma dada auditoria. Podemos perceber, também, que o auditor 
é fi gura soberana na auditoria e seu conhecimento profi ssional fará com que ele 
decida qual a forma de auditoria será utilizada, com base no objetivo dos trabalhos.
Quanto ao tipo de auditoria em relação à profundidade, temos dois 
tipos de trabalhos, conforme o escopo analisado: auditoria integral ou 
por amostragem (FRANCO; MARRA, 2009).
A revisão integral, como o próprio nome remete, abrange o exame 
dos registros contábeis e documentos em sua íntegra, com o intuito de 
averiguar indícios de erros e/ou fraudes. Analisam-se, portanto, todos 
os dados publicados pela empresa em suas demonstrações contábeis 
e todos os registros relacionados a essas informações.
Quanto ao tipo de 
auditoria em relação 
à profundidade, 
temos dois tipos de 
trabalhos, conforme 
o escopo analisado: 
auditoria integral 
ou por amostragem 
(FRANCO; MARRA, 
2009).
No Capítulo 1, estudamos os conceitos de erro e fraude. Vamos 
relembrar?
O erro é o ato não intencional de omissão, desatenção, 
desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de 
registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de 
transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto 
monetários (CFC, 2009b).
A fraude é, por sua vez, o ato intencional de omissão e/
ou manipulação de transações e operações, adulteração de 
documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações 
contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários (CFC, 2009b).
A amostragem, no entanto, compreende o exame de uma parte dos registros 
e documentos contábeis. Essa parte é defi nida pelo auditor com base em seu 
conhecimento sobre a entidade e processos contábeis, e deve ser sufi ciente para 
que o auditor seja capaz de depreender, com base naquelas informações, as 
informações acerca da auditoria realizada. 
Na amostragem, o auditor deve observar a relevância do ato ou fato 
examinador e o risco que a utilização ou não utilização desse fato, como item de 
auditoria, pode gerar.
46
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Aplicação dos Procedimentos de 
Auditoria
De acordo com Crepaldi (2009), os procedimentos de auditoria devem ser 
aplicados conforme a complexidade e o volume de operações da entidade. Assim, 
o Conselho Federal de Contabilidade, em sua norma NBC TA 200 – R1 (CFC, 
2009b), orienta o auditor a planejar a auditoria para que seja realizada de maneira 
efi caz e que seus esforços devem estar direcionados às áreas que possuem 
maior expectativa de distorções relevantes.
Com base nisso, a aplicação dos procedimentos de auditoria deve verifi car 
áreas que revelam maior importância dentro da empresa, analisando se o 
componente patrimonial existe na data especifi cada nas demonstrações e se os 
direitos e obrigações efetivamente existiam na data especifi cada pela empresa. 
Deve ser analisado, também, se a transação mencionada pela empresa de 
fato ocorreu e verifi car a abrangência das atividades registradas pela empresa, 
apurando se todas as transações foram evidenciadas. A partir disso, aplicará os 
procedimentos para verifi car se os itens estão avaliados, mensurados e divulgados 
conforme a legislação vigente aplicável.
Além disso, na aplicação dos procedimentos de auditoria, o auditor deve 
considerar o grau de confi abilidade dos resultados alcançáveis, a natureza 
da entidade, o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores, bem como a 
disponibilidade de informações, sua relevância, confi abilidade e comparabilidade.
Por fi m, destaca-se que a aplicação dos procedimentos de auditoria é uma 
forma segura e efi ciente para munir o auditor com informações sufi cientes para 
fundamentar sua opinião, sendo essencial para o processo de auditoria. 
Atividades de Estudos:
1) O que são procedimentos de auditoria?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
47
PROCEDIMENTOSDE AUDITORIA Capítulo 2 
2) Quais são os tipos de procedimentos de auditoria existentes?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
3) Se você fosse auditor, o que observaria ao realizar a inspeção, 
através do meio de exame físico, do estoque de mercadorias 
para revenda de uma entidade?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
4) No que se refere à extensão, quais os tipos de auditoria 
existentes?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
5) No que se refere à profundidade, quais os tipos de auditoria 
existentes?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
AlGumas ConsideraçÕes
Neste capítulo, abordamos os procedimentos de auditoria, os quais consistem 
em um conjunto de técnicas aplicadas pelo auditor para obter evidências ou 
provas para fundamentar a sua opinião. Vimos que os procedimentos podem 
ser: inspeção, observação, confi rmação externa, recálculo, reexecução, 
procedimentos analíticos e indagação.
48
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Além disso, pudemos entender que os procedimentos adotados têm relação 
com a extensão e profundidade da auditoria, as quais estão ligadas ao tipo e 
escopo de verifi cações realizadas.
A aplicação de procedimentos de auditoria possibilita que o auditor tenha 
informações confi áveis e sufi cientes para subsidiar sua opinião, que será emitida 
no parecer (relatório) de auditoria.
No próximo capítulo, abordaremos os papéis de trabalho de auditoria.
ReFerÊncias
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Editora 
Atlas, 2010.
 CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Norma Brasileira de Contabilidade 
Técnica de Auditoria nº 500. Altera a NBC TA 500 que dispõe sobre a 
evidência de auditoria. Brasília, 5 set. 2016. Disponível em: <http://www2.cfc.
org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA500(R1)>. Acesso em: 
7 jun. 2018. 
______. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria nº 520. 
Aprova a NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos. Brasília, 4 dez. 
2009a. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2009/001221>. Acesso em: 7 jun. 2018. 
______. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria Independente nº 
200 (R1). Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. 
Brasília, 3 dez. 2009b. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/
detalhes_sre.aspx?codigo=2009/001203>. Acesso em: 7 jun. 2018. 
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. Normas de auditoria, 
procedimentos e papéis de trabalho, programas de auditoria, relatórios de 
auditoria. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
CAPÍTULO 3
Papéis de Trabalho
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Conhecer os papéis de trabalho e suas fi nalidades.
 Identifi car quais são os aspectos fundamentais dos papéis de trabalho.
 Identifi car quais são os tipos e técnicas de papéis de trabalho.
 Elaborar papéis de trabalho. 
50
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
51
PAPÉIS DE TRABALHO Capítulo 3 
ConteXtualiZação
Nos capítulos anteriores, vimos que as normas de auditoria pautam as práticas do 
contador que atua como auditor. Constatamos, também, a existência de procedimentos 
e técnicas que devem ser utilizados para garantir que o serviço prestado seja o melhor 
possível, dadas as condições e especifi cidades de cada empresa. 
A partir desses procedimentos, técnicas e informações, os auditores são 
capazes de fundamentar sua opinião e emitir seu parecer (relatório) de auditoria. 
Contudo, essas informações precisam estar organizadas e registradas, de forma 
que realmente auxiliem o auditor e sua equipe. Assim, neste capítulo, estudaremos 
os papéis de trabalho de auditoria, os quais constituem toda a documentação 
preparada pelo auditor ou fornecida a ele durante a execução da auditoria.
DeFiniçÕes, CaracterÍsticas e 
Finalidade dos Papéis de Trabalho
Como visto no Capítulo 2, o auditor deve obter elementos 
comprobatórios sufi cientes para subsidiar seu parecer (relatório) de 
auditoria. Para tanto, os auditores devem documentar todos os elementos 
signifi cativos dos exames realizados, que demonstram que a auditoria foi 
realizada conforme preconiza a legislação pertinente. O registro de todas 
essas evidências obtidas no decorrer da auditoria é chamado de papéis 
de trabalho. Podemos defi nir os papéis de trabalho como: 
[...] o conjunto de formulários e documentos que 
contêm as informações e apontamentos obtidos 
pelo auditor durante seu exame, bem como 
as provas e descrições dessas realizações; 
constituem a evidência do trabalho executado e o 
fundamento de sua opinião (ATTIE, 2010, p. 195).
Dessa forma, entende-se que a sua utilização evita o acúmulo de material 
sob responsabilidade da auditoria e, conforme destaca Crepaldi (2009), ainda 
que os papéis de trabalho sejam preparados a partir de documentos originais da 
empresa auditada, eles são de propriedade do auditor. 
Os papéis de trabalho têm obrigatoriedade legal prevista pelo Conselho Federal 
de Contabilidade (CFC) por meio de sua Norma Brasileira de Contabilidade Técnica 
de Auditoria 230 – NBC TA 230 (R1) (CFC, 2016b), intitulado Documentação de 
Auditoria. A norma utiliza a nomenclatura “documentação” para se referir aos papéis 
de trabalho, e, portanto, todo seu escopo é voltado aos papéis de trabalho.
[...] o conjunto 
de formulários 
e documentos 
que contêm as 
informações e 
apontamentos 
obtidos pelo auditor 
durante seu exame, 
bem como as 
provas e descrições 
dessas realizações; 
constituem a 
evidência do 
trabalho executado 
e o fundamento de 
sua opinião (ATTIE, 
2010, p. 195).
52
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
No Capítulo 1, falamos sobre as Normas Brasileiras de 
Contabilidade e sua divisão entre normas profi ssionais e normas 
técnicas. Na listagem das normas técnicas existentes, vimos que 
existem normas técnicas e normas profi ssionais de auditoria. 
Os papéis de trabalho são realizados com o objetivo de fornecer um registro 
escrito dos trabalhos efetuados, possuindo diferentes fi nalidades, como as 
expostas na fi gura a seguir:
Figura 1 – Finalidades dos papéis de trabalho
Fonte: Adaptado de Almeida (2010).
Durante a execução dos trabalhos, o auditor tem acesso a muitos documentos, 
originais e cópias, todos de propriedade da empresa. Além disso, ele examina uma 
vasta quantidade de atividades e transações que precisam ser comprovadas. Caso 
o auditor precisasse fi car com uma cópia de cada passo realizado, dispenderia um 
montante alto de recursos e teria um grande acúmulo de documentações. Por isso, 
segundo Attie (2010, p. 195), ele “utiliza os papéis de trabalho para registrar as 
descobertas realizadas e comprovar o trabalho cumprido”.
53
PAPÉIS DE TRABALHO Capítulo 3 
Aspectos Fundamentais dos Papéis 
de Trabalho
Os aspectos fundamentais de apresentação dos papéis de trabalho estão 
ligados a sua

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