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Direito Constitucional– Ação de Procedimento Comum II
2ª FASE OAB – PEÇAS PROFISSIONAIS PASSO A PASSO
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EXEMPLO DE QUESTÃO DE PROVA
(IX EXAME DE ORDEM) José, brasileiro, desempregado, domiciliado no Município 
“ABC”, capital do Estado “X”, chegou a um hospital municipal que não possui Centro de 
Tratamento Intensivo (CTI) – sentindo fortes dores de cabeça. José aguardou atendi-
mento na fila da emergência pelo período de 12 (doze) horas, durante o qual foi tratado 
de forma áspera e vexatória pelos servidores do hospital, que, entre outros comporta-
mentos aviltantes, debocharam do fato de José estar de pé há tanto tempo esperando 
atendimento. Após tamanha espera e sofrimento, o quadro de saúde de José agravou-
-se e ele entrou em estado de incapacidade absoluta, sem poder locomover-se e sem 
autodeterminação, momento no qual, enfim, um médico do hospital veio atendê-lo.
Adamastor, também desempregado, pai de José, revela que, segundo laudo do médico 
responsável, seu filho necessita urgentemente ser removido para um hospital que pos-
sua CTI, pois José corre risco de sofrer danos irreversíveis à sua saúde e, inclusive, o 
de morrer. Informa ainda que o médico mencionou a existência de hospitais municipais, 
estaduais e federais nas proximidades de onde José se encontra internado, todos pos-
suidores de CTI.
Ocorre que José e Adamastor são economicamente hipossuficientes, de modo que não 
possuem condições financeiras de arcar com a remoção para outro hospital público, 
nem de custear a internação em hospital particular, sem prejuízo do sustento próprio ou 
da família.
Indignado com todo o ocorrido, e ansioso para preservar a saúde de seu filho, Adamas-
tor o procura para, na qualidade de advogado, identificar e minutar a medida judicial 
adequada à tutela dos direitos de José em face de todos os entes que possuem hos-
pitais próximos ao local onde José se encontra e que seja levado em consideração o 
tratamento hostil por ele recebido no hospital municipal. (Valor: 5,0)
Peça escrita pela professora:
DO DIREITO
A Constituição Federal dispõe que a saúde é um direito social, sendo um direito de 
todos e dever do Estado, conforme os artigos 6º e 196 da CRFB.
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Além disso, é da competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pes-
soas portadoras de deficiência de acordo com o artigo 23, II da CRFB/1988.
Assim, requer à remoção de José para hospital que possua CTI, além da correspon-
dente internação e o fornecimento de tratamento adequado, em hospital municipal, esta-
dual ou federal, tendo em vista a solidariedade dos entes federativos na prestação de servi-
ços de saúde.
Como se não bastasse, José foi tratado de forma áspera e vexatória pelos servidores do 
hospital, que, entre outros comportamentos aviltantes, debocharam do fato do autor estar 
de pé há tanto tempo esperando atendimento. Há, portanto, responsabilidade objetiva do 
Município, pautada na teoria do risco Administrativo, por estarem presentes os elementos 
de tal responsabilidade quais sejam: a demonstração da conduta ilícita, nexo causal e resul-
tado danoso.
Obs.: vale lembrar que o art. 37, § 6º da CF/1988 traz a chamada responsabilidade objeti-
va do ente. Trata-se da responsabilidade que dispensa a comprovação do elemento 
dolo ou culpa. Assim, José não precisará demonstrar dolo ou culpa, mas sim a exis-
tência da conduta, do nexo e do dano. Vale lembrar que a responsabilidade objetiva 
está pautada na chamada teoria do risco administrativo. 
Portanto, o autor tem direito à reparação por danos morais em face do Município, de 
acordo com o artigo 37§6º da CRFB/1988, que aduz: As pessoas jurídicas de direito público 
e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa.
DA TUTELA DE URGÊNCIA
Obs.: nessa tutela de urgência, o examinando deve demonstrar a probabilidade do direito 
e também deve demonstrar o perigo de dano.
A tutela de urgência na Ação Comum tem previsão no art.300 do CPC.
A probabilidade do direito está presente nos argumentos fáticos e jurídicos acima expos-
tos, notadamente diante da violação do art. 6º e 196 da CF/1988.
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Obs.: nesse sentido, basta citar os principais artigos, que já foram trazidos na fundamenta-
ção jurídica.
O perigo de dano, por sua vez, consiste no risco do autor de sofrer danos irreversíveis à 
sua saúde e, inclusive, o de morrer.
Obs.: no caso concreto, o autor da ação corre o risco de sofrer danos irreversíveis à sua 
saúde e, até mesmo, de morrer.
Assim, requer a V.Exa, o deferimento da tutela de urgência para que seja assegurado o 
autor a sua internação imediata ao CTI mais próximo, seja em hospital municipal, estadual 
ou federal, até a decisão final da presente ação. 
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer a V.Exa:
a) A designação de audiência prévia de conciliação ou mediação, de acordo com o art. 
319, VII do CPC;
Obs.: recomenda-se memorizar todos os pedidos.
b) A confirmação da tutela de urgência para que seja assegurado o autor a sua internação 
imediata ao CTI mais próximo, seja em hospital municipal, estadual ou federal;
c) A citação do Município, do Estado e da União para contestarem a ação;
d) A procedência do pedido para condenar a União, o Estado e o Município a promo-
verem a internação do autor em CTI, fixando multa em caso de descumprimento da determi-
nação de internação, além da condenação do Município ABC à reparação dos danos morais 
sofridos pelo autor;
Obs.: é importante caprichar na procedência dos pedidos (o que se deseja com a ação). 
e) A condenação dos réus nos ônus da sucumbência, custas e honorários advocatícios;
f) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas; (inclusive a testemunhal 
e a pericial)
g) A juntada dos documentos em anexo. (presente em todas as ações comuns)
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Dá à causa o valor de...
Pede deferimento.
Local... Data...
Advogado... (não assinar)
OAB...
Tarefa para casa:
Mévio, brasileiro, solteiro, estudante universitário, domiciliado na capital do Estado W, 
requereu o seu ingresso em programa de bolsas financiado pelo Governo Federal, estando 
matriculado em Universidade particular. Após apresentar a documentação exigida, é sur-
preendido com a negativa do órgão federal competente, que aduz o não preenchimento de 
requisitos legais. Entre eles, está a exigência de pertencer a determinada etnia, uma vez 
que o programa é exclusivo de inclusão social para integrantes de grupo étnico descrito no 
edital, podendo, ao arbítrio da Administração, ocorrer integração de outras pessoas, caso 
ocorra saldo no orçamento do programa. Informa, ainda, que existe saldo financeiro e que, 
por isso, o seu requerimento ficará no aguardo do prazo estabelecido em regulamento. O 
referido prazo não consta na lei que instituiu o programa, e o referido ato normativo também 
não especificou a limitação do financiamento para grupos étnicos. Com base na negativa 
da Administração Federal, a matrícula na Universidade particularficou suspensa, prejudi-
cando a continuação do curso superior. O valor da mensalidade por ano corresponde a R$ 
20.000,00, sendo o curso de quatro anos de duração.
O estudante pretende produzir provas de toda a espécie, receoso de que somente a 
prova documental não seja suficiente para o deslinde da causa. Isso foi feito em atendimento 
à consulta respondida pelo seu advogado Tício, especialista em Direito Público, que indicou 
a possibilidade de prova pericial complexa, bem como depoimentos de pessoas para com-
provar a sua necessidade financeira e outros depoimentos para indicar possíveis beneficiá-
rios não incluídos no grupo étnico referido pela Administração. Aduz ainda que o pleito deve 
restringir-se no reconhecimento do seu direito constitucional e que eventuais perdas e danos 
deveriam ser buscadas em outro momento. Há urgência, diante da proximidade do início do 
semestre letivo.
Na qualidade de advogado contratado por Mévio, elabore a peça cabível ao tema, 
observando:
a) competência do juízo;
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b) legitimidade ativa e passiva;
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados;
d) os requisitos formais da peça inaugural. (Valor: 5,0)
�����������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Ana Paula Blazute.
���A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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