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CCUURRSSOO PPAARRAA FFOORRMMAAÇÇÃÃOO DDEE AAEERROODDEESSPPOORRTTIISSTTAASS DDEE PPAARRAAMMOOTTOORR NÍVEL I Instrutor: Paulo Canterle 2 Instrutor: Paulo Canterle Índice CAPITULO I – INTRODUÇÃO Regulamento CAPÍTULO II – INICIANDO O VÔO Decolagem CAPÍTULO III – METEOROLOGIA A Atmosfera CAPÍTULO IV – AERODINÂMICA Vôo Motorizado CAPÍTULO V – TÉCNICAS DE VÔO Inflando de Reverso CAPÍTULO VI – SEGURANÇA DE VÔO Aspectos da Segurança de Vôo 3 Instrutor: Paulo Canterle CAPITULO I – INTRODUÇÃO 1 – Regulamento O Órgão oficial que regulamenta a atividade de Paramotor é a ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil, juntamente com a Associação Brasileira de Paramotor, devidamente homologada e reconhecida como representante do esporte no Brasil. A ANAC regula e fiscaliza as atividades de aviação civil, bem como adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público. Somos obrigados a conhecer as regras do espaço aéreo e saber onde podemos voar. As regras aeronáuticas servem para nós. Na dúvida, devemos consultar o DECEA. RBAC-103 As informações abaixo foram extraídas da RBAC-103, que regulamenta o vôo de ultraleve e serve como base para o vôo de Paramotor. Porém, a falta de regras específicas para este esporte dificulta o entendimento deste regulamento. Extraímos apenas os pontos mais importantes para que se possa praticar o esporte com Segurança. A íntegra do Regulamento encontra-se no site http://www.anac.gov.br/assuntos/paginas-tematicas/aerodesporto 1.1 - Definições Para os objetivos deste regulamento são válidas as seguintes definições: (a) Veículo ultraleve auto propulsado (designado neste regulamento, genericamente, como veículo ultraleve ou, simplesmente, ultraleve), significa uma aeronave muito leve experimental tripulada, usada ou que se pretenda usar exclusivamente em operações aéreas privadas, principalmente desporto e recreio, durante o horário diurno, em condições visuais, com capacidade para 2 (dois) ocupantes no máximo e com as seguintes características adicionais: (1) Monomotor, com motor convencional (a explosão) e propulsado por uma única hélice; (2) Peso máximo de decolagem igual ou inferior a 750 kgf; e (3) Velocidade calibrada de estol (CAS), sem motor, na configuração de pouso (Vso), igual ou inferior a 45 nós. 4 Instrutor: Paulo Canterle (b) Peso vazio significa o peso do veículo com os equipamentos mínimos necessários para operação, quantidade total de fluidos operacionais, excluindo-se ocupante(s), combustível utilizável e lastros removíveis. (c) Peso máximo de decolagem é o estabelecido pelo fabricante do veículo, devendo incluir obrigatoriamente, o peso vazio, o peso do número máximo dos ocupantes, e combustível suficiente para 1 (uma) hora de operação do motor em regime de potência máxima contínua ou um ocupante e quantidade total de combustível. Para efeito destes cálculos, considera-se o peso de 86 kgf por ocupante. (d) Sítio de vôo é uma área delimitada pela autoridade aeronáutica para sede, operações de decolagem, tráfego, pouso e estacionamento de veículo ultraleve. (f) Aeródromo sede é um aeródromo público ou privado, autorizado, pela autoridade aeronáutica para sede, operações de decolagem, tráfego, pouso e estacionamento de veículo ultraleve. (e) Espaço de vôo é o espaço aéreo delimitado pela autoridade aeronáutica, exclusivamente, para operação de veículos ultraleves. (g) Corredor de ultraleves ou corredor de vôo é o espaço aéreo delimitado pela autoridade aeronáutica, para o deslocamento de veículos ultraleves entre os sítios de vôo, aeródromos sede e os espaços de vôo. 1.1.1 – Inspeções da Autoridade Aeronáutica (a) Qualquer pessoa operando um veículo ultraleve deve permitir, quando solicitado, que agente credenciado da autoridade aeronáutica inspecione seu veículo para verificar se o mesmo atende aos requisitos deste regulamento. (b) O proprietário ou Aerodesportista de um veículo ultraleve deve fornecer, quando solicitado pela autoridade aeronáutica, evidências satisfatórias de que seu veículo atende ao estabelecido por este regulamento. 1.2 – Desvios (a) Nenhuma pessoa pode conduzir operações em veículo ultraleve que requeiram desvios deste regulamento, a menos que essa pessoa possua um documento emitido pela autoridade aeronáutica, autorizando o(s) desvio(s). (b) Para habilitar-se a obter um desvio deste regulamento, o interessado deve dirigir-se à autoridade aeronáutica da área propondo e justificando adequadamente suas pretensões. 5 Instrutor: Paulo Canterle 1.3 – Infrações e Providências Administrativas (a) Na infração aos preceitos deste regulamento, a autoridade aeronáutica tomará as providências administrativas dispostas no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA). (b) Quando a infração também constituir crime ou contravenção penal, a autoridade aeronáutica levará, imediatamente, o fato ao conhecimento da autoridade policial judicial competente. (c) A aplicação das providências administrativas previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica, não prejudicará nem impedirá a imposição por outras autoridades, das providências cabíveis, em especial aquelas previstas no Art 261 do Decreto-Lei nº 2848 de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal e nos art. 33 e 35 do Decreto-Lei nº 3688, de 03 de outubro de 1941 - Lei das Contravenções Penais. 2 – Regras de Operação Nenhuma pessoa pode operar um veículo ultraleve segundo este regulamento: (1) Sem estar habilitado; (2) Sem possuir a bordo documentos, válidos, do veículo; (3) Exceto no período compreendido entre os horários oficiais do nascer e do pôr do sol da localidade de operação; (4) Exceto se estiver em condições meteorológicas visuais (VMC); (5) De maneira que possa criar riscos de colisão com qualquer aeronave; (6) De modo a criar riscos para outras pessoas ou bens de terceiros; (7) Para lançar objetos ou coisas à superfície; (8) Quando sobrevoando o mar ou águas interiores, a menos de 100 metros das praias e a menos de 50 metros (150 pés) de altura. (9) Em áreas restritas, proibidas, próximo ou dentro de áreas interditadas por NOTAM. (10) Fora dos limites do território brasileiro; (11) A menos que o Aerodesportista e seu acompanhante, sob qualquer denominação, estejam usando cintos de três ou quatro pontos de fixação ou arreios de segurança, capacetes rígidos quando em veículos com cabine aberta e, quando sobrevoando água, coletes salva-vidas. 6 Instrutor: Paulo Canterle (12) A menos que o Aerodesportista e, se for o caso, seu acompanhante, sob qualquer denominação, esteja ciente de que o veículo não foi submetido a testes e/ou ensaios técnicos necessários a demonstrar o cumprimento dos requisitos de aeronavegabilidade, sendo, portanto, o vôo por conta e risco próprios de seus ocupantes. Cabe ao Aerodesportista informar o seu acompanhante dessas restrições e instruí-lo sobre a utilização dos equipamentos de segurança; (13) Para prestação de serviços remunerados não relacionados com a instrução de pilotagem. 2.1 – Habilitação (a) Certificado de Aerodesportista Aerodesportivo (CPAD) (1) Emissão: devem ser emitidos de acordo com o estabelecido na subparte D da RBAC 103. (2) Prerrogativas: O detentor de um CPAD está autorizado a exercer, as funções de Aerodesportista em comando nos equipamentos em que estiver habilitado, obedecido o estabelecido por este regulamento. (3) Restrições: (I) Os Aerodesportistas detentores de CPAD não podem pilotar veículos ultraleves fora dos sítios de vôo, aeródromossede, corredores de ultraleves ou espaços de vôo delimitados pela autoridade aeronáutica. (II) Os Aerodesportistas detentores de CPAD não devem efetuar comunicações rádio com os órgãos oficiais de controle de tráfego aéreo ou operar equipamentos “transponder”. Para aqueles cujo aeródromo sede é um aeródromo controlado, é necessária a existência de um acordo operacional específico para tal. (b) Certificados para alunos, instrutores e estrangeiros (I) Devem ser emitidos e ter as prerrogativas estabelecidas de acordo com a subparte F da RBAC 103. (c) Certificado Médico Aerodesportista de Paramotor (CMPP) (1) Emissão: devem ser emitidos de acordo com o estabelecido na subparte G da RBCA 103. 7 Instrutor: Paulo Canterle (2) Prerrogativas: O detentor deste certificado é declarado ter aptidão psicofísica para pilotar quaisquer veículos ultraleves. A perda de validade do Certificado de Aptidão Psicofísica implica na suspensão imediata das prerrogativas de seu detentor para pilotar veículos ultraleves. 2.1.1 – Habilitação de Aerodesportista Desportivo Ninguém pode atuar como Aerodesportista em comando de veículos ultraleves, sem que seja detentor de um Certificado de Aerodesportista Desportivo (CPAD) ou Certificado de Aerodesportista de Recreio (CPR). I - Requisitos (a) Idade: o solicitante deve ter completado 18 anos de idade. (b) Aptidão psicofísica: Ultraleves autopropulsados: O solicitante deve ter um Certificado Médico de Aerodesportista de Paramotor (CMPP) válido ou Certificado de Médico Aeronáutico (CMA) apropriado, emitido pela autoridade aeronáutica. (c) Conhecimentos: Qualificação ultraleve autopropulsado sustentado por velame ou sem possibilidades de duplo comando (tipo paramotor, etc). (ci) O solicitante deve ter completado, no mínimo, 20 (vinte) treinamentos completos, sob a supervisão técnica de Aerodesportista-instrutor qualificado pela respectiva associação. (cii) Se o solicitante for possuidor de Certificado de Aerodesportista de veículo ultraleve não propulsado sustentado por velame, deve ter completado, no mínimo, 5 (cinco) treinamentos completos, sob a supervisão técnica de Aerodesportista-instrutor qualificado pela respectiva associação. (d) Comprovação de experiência: (1) Os interessados na obtenção dos Certificados de Aerodesportista Desportivo previstos nesta subparte deverão apresentar, para comprovação de experiência, certificado de curso de pilotagem autorizado a funcionar pela ABPM, informando as horas de vôo, e se for o caso, comprovante de voos realizados. 8 Instrutor: Paulo Canterle (2) Quando não se tratar de comprovação de experiência em vôo, os interessados na obtenção dos certificados de Aerodesportista desportivo previstos nesta subparte poderão apresentar, para comprovação de experiência, em lugar da declaração mencionada no parágrafo (ci) desta seção, informando as horas de vôo, e se for o caso, também os pousos registrados junto a essas entidades. 2.1.2 – Duração e Revalidação do CPAD e CMPP (a) Os Certificados de Aerodesportista Desportivo poderão ser revalidados desde que o solicitante: (1) Tenha sido aprovado em novo exame teórico de regulamentação aeronáutica; (2) Tenha sido aprovado em vôo de verificação realizado por examinador credenciado; (3) Seja detentor de um Certificado Médico de Aerodesportista de Paramotor (CMPP) ou Certificado Médico Aeronáutico (CMA), válido. (b) O Certificados de Aerodesportista Desportivo têm a validade de 1 (Um) ano. (c) O CMPP tem válida de 2 (dois) anos. A Validade de 02(dois) anos do CMPP não exime o Aerodesportista de pagar a anuidade da Associação Brasileira de Paramotor. 2.2 – Tráfego Aéreo Normas para segurança e tranqüilidade na pilotagem foram criadas e fazem parte das regras do Tráfego Aéreo. São elas: 1. Aeronaves mais lentas têm prioridade sobre aeronaves mais rápidas: 2. Aeronaves sem motor têm prioridade sobre as aeronaves motorizadas: 3. Aeronaves com menor altitude têm prioridade sobre as aeronaves mais altas: 4. Aeronaves de passageiros têm prioridade sobre aeronaves de carga: 9 Instrutor: Paulo Canterle Assim estabelecidas estas prioridades, observamos que é de bom senso que se um planador e um avião monomotor se encontrarem em fase de aproximação em uma pista de pouso, o Aerodesportista do avião aguarda no ar o planador pousar. Assim também, se dois parapentes estão em fase de aproximação para o pouso, o parapente mais baixo tem prioridade, devendo o Aerodesportista mais alto tentar retardar sua aproximação, dando chance para o Aerodesportista mais baixo pousar. Situações • Quando duas aeronaves estão em trajetória de colisão, voando no mesmo nível, em direções contrárias e o choque é previsível, os Aerodesportistas devem desviar para a direita com maior antecedência possível, fazer uma curva para a direita de acordo com a aeronave. O desvio á direita é regra internacional de vôo. • Caso os Aerodesportistas estejam voando em uma encosta e as trajetórias de vôo, desde que em mesmo nível em direções contrarias, evidenciam o risco de colisão, ambos desviam para a direita, sendo que o Aerodesportista que está com a encosta a sua direita permanece em sua trajetória (tem a preferência) • Se um Aerodesportista em trajetória de colisão, voando em mesmo nível, encontra outro Aerodesportista voando em trajetória perpendicular a sua, o Aerodesportista à direita têm preferência. Mantém sua trajetória, sendo que o Aerodesportista que voa em sua direção vindo da esquerda, deve antecipar sua curva à esquerda e voar paralelo ou fazer uma curva à direita e entrar por trás do parapente que tem a preferência. 10 Instrutor: Paulo Canterle A ultrapassagem deve ser feita O sentido de rotação é determina por baixo ou a direita pelo primeiro a girar Na aproximação, quem esta entrando na reta final tem a preferência, assim como os Aerodesportistas que estão mais baixos, na mesma categoria, ou seja, os não motorizados ou em pane e finalmente os motorizados. Na dúvida ainda existe a comunicação via rádio para auxiliar nesse ponto. 11 Instrutor: Paulo Canterle 2- O Parapente 2.2.1 – Descrições e Terminologias O Parapente é um planador, com estrutura flexível, leve e de fácil transporte, podendo ser guardado dentro de uma mochila. Ele possui duas grandes superfícies de tecido, o intradorso (parte de baixo) e o extradorso (parte de cima). Essas partes são ligadas entre si pelo bordo de ataque (frontal) que permanece aberta, e pelo bordo de fuga (traseira). A sustentação do Aerodesportista pela vela é feita através de linhas altamente resistentes e divididas em grupos. Esses grupos são denominados “Bandas” ou “Tirantes”, e são divididos em A, B, C e D. O Tirante A contém as linhas que vão ao bordo de ataque, o B as que ficam no centro da pressão da vela e os tirantes C e D se dividem para a traseira da vela, chegando até o bordo de fuga. Um último grupo, ligado ao bordo de fuga, termina em uma só linha de cada lado, no nível do tirante D. São os comandos do freio, e pode ser movido através de roldanas colocadas no tirante D. 12 Instrutor: Paulo Canterle 2.2.2 – Princípios de Funcionamento O Tirante A, ligado ao bordo de ataque é responsável pela suspensão do Parapente. É através dele, que levantamos a velapara ser inflada por completo. As bocas do bordo de ataque permitem que o ar chegue mais rápido no interior da vela, gerando uma pressão interna e mantendo a forma do Parapente, permitindo que ele voe. O comando de freios em cada mão permite dirigi-lo. Desta forma é possível aumentar ou diminuir a velocidade de vôo. É possível também fazer curvas. Para isso, basta abaixar suavemente uma das mãos, fazendo com que um dos lados freie. Consequentemente, o lado que não está freado avança, fazendo com que o Parapente gire. Para girar para a esquerda freie o lado esquerdo, para girar para o lado direito, freie o lado direito. Erguendo as duas mãos de forma simétrica, a vela voa livremente, chegando a sua velocidade máxima. 2.3 – Manutenção e Conservação O Parapente deve ser guardado sob abrigo do sol, em um lugar seco e de pouco calor. A umidade é um inimigo que pode diminuir sua vida útil nos casos de pouco uso e a exposição demasiada ao sol deve ser evitado a todo custo. Para manter sua vela sempre em bom estado é necessário alguns cuidados: • Não deixar a vela exposta ao sol inutilmente, quando não está voando; • Dobre e guarde sua vela quando terminar de voar. • Não pise e nem deixe objetos sobre a vela, nem nas linhas; • Não arraste a vela para movê-la; • Não comprimir a vela ao guardá-la; • Ao dobrar sua vela, verifique se não está dobrando junto objetos estranhos, como insetos, gravetos, pequenos bichos. Eles podem perfurar sua vela. • Não passe nenhum produto químico para limpar a vela. Utilize apenas pano úmido e em caso de extrema necessidade; • Caso sua vela esteja úmida, espere secar para guardá-la; • Coloque o bordo de ataque para cima na hora de colocá-la na mochila, evitando assim choques com o solo. 13 Instrutor: Paulo Canterle A degradação e o envelhecimento de um Parapente são difíceis de detectar apenas olhando, da mesma forma que é difícil estabelecer um tempo de vida útil para uma vela. Tudo vai depender da forma que você utiliza sua vela e de fatores externos. Porém, o Parapente necessita de revisões periódicas. Este controle é recomendado fazer todos os anos ou a cada 300 horas de vôo. Esta revisão pode ser feita em um estabelecimento autorizado e capacitado para isso. O envelhecimento também deve ser vigiado e sensações na hora do vôo podem indicar a degradação do tecido. Se você sentir dificuldade em inflar a vela, dificuldade em fazer curvas ou perceber que sua vela está voando mais lenta e com pouca sustentação, sem dúvida estamos com problemas e temos que resolver imediatamente. 3- O Motor – GMP (Grupo Motopropulsor) 3.1 – Princípio de Funcionamento O motor, como em todas as atividades motorizadas, tem um papel preponderante. E no Paramotor isso não é diferente. Além disso, pelo fato de levarmos o motor nas costas, precisamos que ele seja leve, potente e silencioso. A maioria dos motores encontrados no mercado é de dois tempos e suas vantagens são: • Baixo preço de fabricação • Peso e volume adequados • Melhor relação peso/potência • Mecânica Simples • Lubrificação das peças simplificada, com óleo misturado ao combustível. 14 Instrutor: Paulo Canterle O Motor dois tempos realiza o ciclo em 02 tempos, divididos em quatro fases. 1º Tempo 1ª fase – Admissão – O pistão está em ponto morto, a mistura ar- combustível passa pelas aberturas de admissão e é aspirado para o carter. 2ª fase – Compressão – O pistão segue seu ciclo e sobe comprimindo a mistura. 2º Tempo 3ª fase – Explosão – A combustão começa um pouco antes do ponto morto alto. A explosão empurra o pistão para baixo. A mistura vai se comprimindo no carter. 4ª fase – Escape – As aberturas de transferência deixam passar a mistura vazia no cilindro. Os gases da combustão vão para a saída do escapamento. 3.2 – Combustível A qualidade de combustível determina diretamente a vida e o bom funcionamento de seu motor. Sendo assim, utilize apenas gasolina com o mínimo de adição de álcool. No Brasil, a mais indicada é a gasolina Podium dos postos Petrobrás (BR). 15 Instrutor: Paulo Canterle 3.3 – Óleo O óleo que se mistura a gasolina tem como função lubrificar as peças mecânicas em movimento no carter. A utilização correta do óleo garante maior vida e melhor funcionamento de seu motor. Muitos fabricantes recomendam óleos 100% sintéticos. 3.4 – Mistura óleo / gasolina É muito importante respeitar a orientação do fabricante na hora de fazer a mistura de óleo e gasolina. Uma quantidade insuficiente de óleo pode ocasionar uma má lubrificação, aumentando a temperatura e a fricção, fazendo com que o motor perca potência e aumente o desgaste das peças. Por outro lado, uma lubrificação excessiva pode deixar resíduos nas paredes do cilindro, aumentando o desgaste dos pistões e a diminuição da potência, além de dificultar a partida do motor. O percentual de mistura depende do fabricante, porém a mistura mais utilizada é de 2%, ou seja, para cada 10 litro de combustível se acrescenta 200 ml de óleo. Seguem algumas recomendações na hora de fazer a mistura. • A mistura não deve ser preparada inutilmente muito antes de sua utilização, pois a gasolina se evapora e pode se desassociar do óleo. A mistura deve ser guardada no máximo por 03 semanas. Sendo assim, prepare a mistura na hora de voar e na quantidade certa para seu vôo. • Filtre sistematicamente a gasolina e a mistura, evitando assim a inclusão de resíduos; • Evite trocar a marca de óleo utilizada e procure marcas conhecidas e de qualidade comprovada. 16 Instrutor: Paulo Canterle 3.5 – Manutenção e Conservação O seu motor deve ser guardado em um lugar seco, e quando não for ser usado por um longo período, é necessário esvaziar o tanque, para evitar formação de resíduos. Os Paramotores possuem um programa de manutenção, elaborado pelo fabricante, que deve ser seguido rigorosamente. Os motores dois tempos são de fácil manutenção e é importante sempre a verificação do estado das peças em cada cheque pré-vôo. O acelerador é um elemento importante de funcionamento e segurança. Para isso, é importante verificar se nenhuma peça está bloqueando o movimento da borboleta, quando você estiver acelerando. Verifique também as instruções de uso da bateria, em casos de motor com partida elétrica. A maioria dos modelos sugere a descarga total, antes de uma carga, aumentando o tempo de vida da bateria. Uma bateria bem cuidada pode fazer facilmente cerca de 40 a 50 arranques com uma única carga. Nunca esqueça de desligar a chave de alimentação quando o motor estiver parado. Assim, você evita acidentes com curiosos que, sem querer, podem apertar a chave de partida. A verificação do estado das velas também é de extrema importância e deve ser feita a cada 20 horas de vôo. Quando retiradas para verificação, as velas devem ter um resíduo com cor marrom “chocolate”. Se estiver com uma cor branca, significa uma mistura combustível-ar muito pobre, e de cor negro, uma mistura muito rica. Alguns fabricantes sugerem a troca da vela a cada 50 horas de vôo. E lembre- se, utilize apenas velas indicadas para esse tipo de equipamento. 17 Instrutor: Paulo Canterle CAPÍTULO II – INICIANDO O VÔO 1 – Decolagem 1.1 – Avaliação da Área Uma das características da prática do Paramotor é poder decolar a pé e em locais de pequena área e de diferentes tipos de solo. Esses fatores fazem da decolagem um ponto extremamente importante e crucial para a realização de um vôosem acidentes. Para isso, a avaliação do solo que será utilizado para a decolagem é muito importante, evitando assim possíveis tropeços durante a corrida. Verifique também ao redor da área escolhida para a decolagem. É importante não ter obstáculos, como prédios, casas, árvores, redes de alta tensão, etc, e principalmente pessoas, no percurso de sua decolagem. Todo cuidado é pouco, e quanto menos problemas você tiver para pensar na hora da corrida, mas tranqüila será sua decolagem. 1.2 – Verificando o GMP É de fundamental importância para a segurança do vôo a verificação do estado de seu motor antes de cada vôo. O que chamamos de Check Pré-Vôo e que deve ser feito de forma meticulosa e eficaz. Abaixo, descrevemos uma lista de verificações, ou Check List, que deve ser executada antes de cada vôo. a) Chave de alimentação em posição “off” b) Circuito do Acelerador seguindo o cabo do acelerador até o carburador c) Selete firme no chassi e bem regulada. d) Chassis montado, hélices bem firmes e em estado normal. e) Grades de Proteção montadas, velcros, clips e rede. f) Arranque elétrico fechado, conexão da bateria, cabos e circuito elétrico. g) Combustível com mistura correta, abastecido conforme a duração do vôo. h) Motor e suas peças de fixação no chassi, carburador, filtro de ar e escapamento. i) Redutora, correia, tensão. j) Hélice em bom estado e livre pra girar dentro da grade de proteção. 18 Instrutor: Paulo Canterle Após feita a check pré-vôo, libere a área ao redor do equipamento e de a partida com meia aceleração por alguns minutos, para esquentar o motor. Este aquecimento possibilita verificar a presença de ruídos estranhos no motor e a sua regulagem. "Observação importante: após o voo, limpe imediatamente o seu GMP, principalmente esvaziando o tanque de combustível, para que este não vase durante o transporte. Após o motor guardado, seco e limpo, será menor o desgaste, principalmente do diafragma do carburador, que se deteriora normalmente com o tempo, corroído pela combustível." FFOORRMMAASS CCOORRRREETTAASS CCOOMM CCAAVVAALLEETTEE 19 Instrutor: Paulo Canterle 1.3 – Preparação da Vela Procedimento muito importante e que deve ser executado com muita atenção. O primeiro passo é retirar o parapente da mochila e abri-lo completamente no solo observando se não há nenhum objeto estranho sobre a vela ou dentro dela. Depois, verifique a situação das linhas levantando o conjunto de tirantes e deixando todos eles liberados evitando dessa forma a presença de nós ou objetos estranhos presos nas linhas. Uma atenção especial deve ser dada ao freio. Verifique se ele está completamente liberado. A faça o mesmo com o tirante A. Após tudo verificado e “ok”, coloque o conjunto de tirantes no chão, com cuidado. Não jogue! Acomode-o, ficando de frente e no centro da vela e esticando o conjunto de tirantes, um em cada mão, até seu limite. Depois, de uns dois passos para frente e acomode-os ao chão, sempre com o tirante A voltado para cima. Existem algumas formas de colocar a vela no chão, porém a mais popular é em formato de um “croissant”. Também, para facilitar a inflada, levante um pouco o bordo de ataque. 1.4 – Acoplamento Vela-Motor O próximo passo é acoplar a vela ao chassi do motor. Alguns Aerodesportistas mais experientes preferem fazer essa etapa com o motor já nas costas e com tudo preparado para a decolagem. Nossa orientação, porém é que essa etapa seja feita com mais tranqüilidade e prestando muita atenção, sem ter um peso nas costas de mais de 25kg. Pra isso, coloque o motor no centro do parapente, com a selete virada para frente. Pegue o conjunto de tirantes de um dos lados, faça uma última verificação das linhas e acople ao chassi. Lembre-se que o Tirante A deve estar virado para a frente e sem torção. Faça o mesmo procedimento do outro lado. Terminado, é só se equipar. 20 Instrutor: Paulo Canterle 1.5 – Posicionamento do Motor em Solo Para ligar o motor, quando ele já está acoplado a vela, é necessário mudar a sua posição no solo, pois, se ligado na posição inicial o vento gerado pelo movimento da hélice fará com que o parapente mude a sua configuração. Uma técnica utilizada é girar o motor, colocando-o perpendicular a vela. Você pode também dar um giro de 180º virando a hélice para o lado contrário ao parapente. Em ambos os casos, devem se tomar o cuidado de não deixar as linhas próximas à hélice. 1.6 – Inflando a Vela A qualidade da inflada da vela é responsável pela qualidade de sua decolagem. Sendo assim, algumas medidas devem ser tomadas para o sucesso nesta etapa. a) Verifique exatamente a direção do vento. b) Posicione-se na direção contrária, ou seja, fique de frente para o vento. c) A velocidade do vento é que vai determinar o impulso que você dará para levantar a vela. Um vento muito fraco exigirá mais energia, já com um vento moderado/forte esse impulso será bem suave Depois de tudo verificado e pronto para a decolagem, é hora de colocar o motor nas costas e se prender a ele. Parece pouco provável, mas já ocorreram casos da adrenalina ser tanta nessa fase que o Aerodesportista esquece de se prender completamente ao equipamento. Sendo assim, faça os procedimentos, sem pressa e curta cada momento do preparativo. Com o motor já nas costas e você na posição de decolagem pegue primeiro o acelerador e depois os freios e em seguido o tirante A de ambos os lados. Posicione os braços na frente, na altura dos ombros e fazendo um ângulo de 90º no cotovelo. Não é necessário mover os braços na hora da inflada. Apenas de um passo para frente deixando-os rígidos. Será à força do seu corpo que levantará a vela. Suas mãos apenas acompanharão a trajetória da vela até ela se colocar sobre sua cabeça, momento em que você deve soltar os tirantes A, controlar a vela com os freios e dar uma pequena acelerada para iniciar a corrida de decolagem. Sempre de uma olhada para a vela, para ver possíveis problemas. 1.7 – Corrigir ou Abortar Uma das grandes vantagens do Paramotor é poder abortar uma decolagem sem maiores consequências. Sendo assim, não existe em abortar em caso de dúvidas, e elas surgirem quando a vela começar a subir durante a inflada. 21 Instrutor: Paulo Canterle Para tomada de uma decisão são necessárias algumas avaliações: a) Verifique se a pista tem tamanho suficiente para uma correção. Vemos vários casos de o Aerodesportista ficar preocupado em corrigir a vela olhando para o alto e esquecer que está correndo e que a pista é curta. b) O tamanho do problema que você tem. Se for algum objeto ou nó nas linhas, aborte. Se a vela pendeu de forma rápida para um dos lados, aborte. Porém, existem casos que é possível corrigir a vela. O ponto mais importante é o posicionamento do Aerodesportista. Ele deve estar bem no centro da vela, sempre. O erro mais frequente é o Aerodesportista lutar com o Parapente, ou seja, o parapente pende para o lado esquerdo ele tenta fazer força para o lado direito. Inútil tentativa. Não se briga com a vela. Ela manda. Se ela pender para um dos lados, acompanhe, ficando sempre embaixo e no centro da vela. Você também não deve acelerar demasiadamente o motor. Isso só agrava o problema. Você tem que apenas continuar andando para frente. A velocidade é primordial. Sem a velocidade a vela não pode voar e os freios não vão responder adequadamente. Sendo assim, se o Aerodesportista não corre o suficiente nada que tente fazer para corrigir a vela terá sucesso. Pra isso não ocorrer, não freie demasiadamente a vela e de um pouco de aceleração no motor para ajudar na corrida. Quando temosvento suficiente os problemas são bem menores e é possível fazer todas as correções permanecendo quase imóvel, embaixo da vela. 1.8 – Técnica de Corridas quando a vela estiver na posição correta é hora de acelerar fundo. Você não deve correr inclinando o corpo para frente e olhando para o chão. Isso é entendido facilmente se imaginarmos que quando estamos Inclinados para frente à força do motor estará te forçando para baixo, e é o contrário do que estamos buscando. Para isso não acontecer, mantenha o corpo reto, colocando os ombros para trás e olhando para frente. Durante os primeiros metros da corrida, deixe a vela ganhar velocidade e consequentemente sustentação, mantendo os freios livres e com motor a meia velocidade. A partir daí, acelere fundo e de um pequeno comando nos freios. Na fase final da corrida, as pernas dão passos largos e com energia. Essa técnica faz com que não ocorram sobressaltos que atrapalham a 22 Instrutor: Paulo Canterle circulação aerodinâmica ao redor do perfil. O fenômeno da decolagem deve ser entendido; não é um salto ao vazio, nem uma etapa que se cumpre com brutalidade, nem a base de saltos. Você tem que sentir o equipamento te tirar do solo lentamente e de forma progressiva. Isso acontecerá quando a velocidade da corrida e o vento gerarem sustentação suficiente para tirar o peso da vela e do Aerodesportista do chão. Por isso, corra e deixe que o equipamento tire você do chão, não sente antes da hora dando pulos. Isso, fatalmente, acabará em um acidente se a sustentação ainda não for suficiente. Chamamos de “momento mágico” o instante em que tiramos o pé do chão. Porém, a fase de decolagem ainda não acabou. É necessário nos colocarmos em uma situação de vôo segura. Após deixar o solo, podemos aliviar os freios e manter a trajetória do vôo, sem fazer curvas. Mantenha o motor acelerado para se ganhar uma altura de segurança, que deve ser de 50 metros. Somente após isso, mantenha velocidade de cruzeiro e se preocupe em se acomodar na selete. 2 – Vôo 2.1 a – Efeito Giroscópio Esse fenômeno acontece devido o giro do motor. Nos equipamentos mais modernos é possível não sentir esse desequilíbrio. Com a rotação da hélice girando para um único lado acontecerá uma sobrecarga do lado do giro e com isso a vela tenderá a girar para este lado. Quanto maior a aceleração, maior será sentido esse fenômeno. Em um vôo nivelado, uma pequena correção com o freio do lado oposto é suficiente para manter um vôo em linha reta. 23 Instrutor: Paulo Canterle 2.2 – Autonomia O conceito de autonomia em paramotor tem dois significados. • A autonomia em tempo ou distância que podemos percorrer de acordo com a capacidade e consumo de combustível; • A autonomia que temos para planar e pousar com segurança em caso de parada do motor. Essa autonomia depende da altura, do vento, das ascendências e características aerodinâmicas da vela que está utilizando. A autonomia em paramotor é a soma do consumo do motor com a capacidade de planeio e altura. Se estivermos voando a 100m de altura do solo, o fator autonomia estará diretamente relacionado ao consumo de seu motor. Porém, a 1.500m o consumo se somará a distância que pode percorrer a essa altura. Os parapentes atuais, tem uma razão de planeio de aproximadamente 7 para 1, ou seja, para cada 700m que percorremos, perdemos 100m de altura. Em regras gerais, sempre temos que ter uma margem de segurança, e com o consumo não é diferente. É prudente sempre termos de 01 a 02 litros de combustível no tanque como margem de segurança para qualquer eventualidade. 2.3 – Situações no Ar Nós não fomos educados para “contar” a altura. Nós entendemos bem a distância e a longitude, porém temos dificuldades nessa 3ª dimensão, pois nos falta referências. Nos primeiros vôos não é possível saber se estamos a 30m ou a 60m do solo, e as referências de solo vão ficando mais próximas quanto mais se sobe, ficando mais difícil identificar a que altura que estamos. Outra dificuldade é a localização e a busca por referencias, pois a altura modifica as formas e os relevos. No ar é como se o volume desaparecesse e o que se distingue melhor são as formas, cores e brilhos. A torre de alta tensão, um perigo durante os vôos, se vê mal e seus cabos parecem invisíveis. O vôo exige uma readaptação da mente, para assimilar novas referências. Os instrumentos de vôo surgem para resolver muito desses problemas. 24 Instrutor: Paulo Canterle 2.4 – Cone de Segurança O Paramotor é uma das aeronaves mais seguras que existe, pois voa a uma baixa velocidade, possui sistema pendular e é fácil de aterrissar. Porém, é importante aprender a respeitar o vôo e sempre ficar dentro de uma área de segurança. Temos que ter sempre em mente que, por um acaso do destino, o motor pode parar e daí vai ser preciso fazer uma aterrizagem não programada. É aí que entra o Cone de segurança. Por isso, tenha sempre ao alcance alguma área para aterrissar num momento de necessidade. 2.5 – Vento Relativo e Velocidade O vento que sentimos no rosto quando estamos parados no chão é o vento real, ou o vento meteorológico. Quando voamos, o único vento que sentimos é o vento criado pelo nosso deslocamento dentro da massa de ar. Esse vento chamamos de vento relativo. Só perceberemos a influência do vento real quando ele modificar a nossa trajetória, pois a direção e intensidade do vento relativo dependem apenas da nossa velocidade. A velocidade-ar é o vento relativo oposto à trajetória no ar. Já a velocidade- solo depende do vento meteorológico. O único momento em que as duas velocidades são iguais é quando o vento é nulo. Para entendermos melhor, com um vento real de 60 km/h em um parapente que voe a 40 km/h e voando de cara pro vento a velocidade será de 20 km/h de marcha a ré. 2.6 – Curvas A curva em um Paramotor se compara ao de uma bicicleta. Puxando a mão direita, fazemos a curva para o lado direito e vice-versa, e ainda podemos ajudar com o corpo para realizar uma curva melhor. Isso acontece porque quando acionamos o freio em um dos lados, criamos uma resistência ao expor uma maior superfície ao vento relativo. Esse lado diminui sua velocidade de vôo e o lado oposto avança, fazendo com que o parapente gire. Alguns fenômenos acontecem quando freamos. Um deles é a inclinação da vela em relação ao horizonte. Isso acontece porque existirá uma transferência de peso, fazendo com que o lado freado se incline. 25 Instrutor: Paulo Canterle Acontece também uma perda de altitude, aumentando a razão de descida, que será maior ou menos de acordo com a amplitude do giro. Quanto mais amplo o giro, menos a perda de altura. Quanto mais você abaixar o freio do lado que deseja virar, menor a amplitude da curva. Em aeronáutica costuma-se definir os giros em graus (90º, 180º, 270º e 360º). Uma codificação precisa e rápida. Para uma melhor eficiência na curva é necessário trabalhar com movimentos inversos, ou seja, para virar para a direita abaixe a mão direita e levante a mão esquerda. Para compensar a perda de altitude na virada, podemos acelerar o motor, mantendo assim o mesmo nível de vôo. Os parapentes têm seu ponto máximo de planeio quando estamos com as mãos para cima (sem acionar os freios). Nessa posição, para o início do giro, baixamos a mão do lado que queremos virar até a altura das orelhas, obtendo. Assim uma virada com velocidade de máximo planeio e seguro, e uma taxa de queda mínima. Uma técnica para entrar em giro com maior rapidez é dar uma freada de poucos segundos do lado oposto ao que queremos ir, criando assim o efeito pendular. A saída do giro deve ser assimétrica.Para sair do giro a direita, se sobe a mão direita e se abaixa a mão esquerda, até que as duas estejam na altura das orelhas que é a posição de máxima segurança. 26 Instrutor: Paulo Canterle 3 – Pouso 3.1 – Manobra de Aproximação Existem várias técnicas de aproximação, como a em “L” ou “U”, porém a mais utilizada e segura para Aerodesportistas iniciantes e a aproximação em “S”. “S” – Permite começar a aproximação alta e perder altura com olhos na pista e de cara para o vento, executando curvas de 180º para a direita e para a esquerda. “8” – Cada vez que completamos um “S” perdemos altura e nos aproximamos do campo de pouso. Se chegarmos à base da pista ainda muito alto, será necessário fazer curvas de 270º. Esta técnica chamamos de “8”. “U” – Com o vento de cauda (você está na perna do vento) e em função da intensidade do vento e a altura, se decide em que momento dar a volta e encarar o vento para o pouso. “L” – Nesta técnica, não existe vento de cauda e é difícil realizá-la com precisão. 27 Instrutor: Paulo Canterle Antes de se iniciar a aproximação é muito importante verificar a direção e a intensidade do vento e o tráfego aéreo. Por definição, a aproximação se divide em 03 fases: 1ª Vento de Cauda (perna do vento), para verificar intensidade do vento. 2ª Perna base, com um giro de 90º, perpendicular a pista e ao vento. Nesta fase observamos se já temos altura suficiente para entrar na fase final ou será necessário fazer um “S” para perder mais altura. 3º Final, de cara para o vento, podemos parar o motor e não realizamos mais curvas. Já podemos pensar em sair da selete. Nessa fase, damos uma pequena liberada nos freios para ganhar velocidade e preparamos para correr, colocando uma das pernas mais abaixo de forma que só ela toque ao solo no primeiro contato. 28 Instrutor: Paulo Canterle Dicas importantes: • Começar a aproximação com 50m de altura sobre o campo de aterrissagem, aproximadamente. • Evitar manobras bruscas e curvas muito inclinadas perto do solo; • Nunca dê as costas para a área do pouso, porque se perde a referência visual; • É melhor errar entrando alto na área de pouso do que entrar baixo e não chegar à pista. Graças ao motor, podemos decidir o momento certo de entrar na fase final de aterrizagem, ajustando a altura com a utilização do acelerador. Porém, é sempre bom pensar na possível perda do motor e para não ter problemas, é Sempre bom chegar alto a área de pouso e ir perdendo altura, evitando assim manobras perigosas próximas ao solo. 3.2 – Reta Final Esta fase é a mais importante e a boa execução neste momento irá definir se você irá realizar um pouso com sucesso. Motor – Uma vez na reta final, é melhor parar o motor. Desta forma iremos evitar danos ao motor e ao Aerodesportista em um possível erro no pouso. Eventualidades podem ocorrer com qualquer Aerodesportista, que podem tropeçar, colocar o pé num buraco, etc..Se houver uma caída, por mínimo que seja, as conseqüências com o motor e hélice girando nas costas passam a ser muito perigosas. Curvas – Não faça nenhuma manobra próximo ao solo, apenas possíveis correções de trajetória. Preparação – Você está confortavelmente sentado na selete. Neste momento você tem que levantar-se e ficar de pé para a aterrizagem. Olhar – Levante a cabeça e olhe para frente. Não fique olhando os pés. Você deve saber o que está acontecendo a sua frente e toda a evolução de sua aterrizagem. Aceleração – Suba as mãos deixando a vela voar a uma maior velocidade, porém não com todo o freio liberado, mantendo uma certa pressão, evitando assim uma pregada se o vento estiver turbulento. 29 Instrutor: Paulo Canterle 3.3 – Gradiente de Vento O termo gradiente significa variação e está relacionado à mudança da intensidade do vento. Ocorre sempre que há vento e sua intensidade diminui de acordo com a proximidade do solo pelo atrito, que pode ser maior ou menor de acordo com o tipo de terreno e seus obstáculos (orografia). Este fenômeno é facilmente entendido, observando o curso dos rios. Neles, a correnteza é muito menor nas margens devido ao atrito com os lados. Isso quer dizer que se temos um vento de 20 km/h a 40m do solo, este pode passar a 10 km/h a 20m. Essa caída de intensidade do vento tem o mesmo efeito que a interrupção de uma rajada de vento de cauda. Se nossa velocidade é muito baixa no momento de passar pelo gradiente, a vela tem uma aceleração brusca, picando e perdendo altura. Daí, a importância de ter uma velocidade de vôo suficiente quando passar pelo gradiente de vento. 30 Instrutor: Paulo Canterle 3.4 – Pouso Como a decolagem, um pouso bem executado é mágico e excitante. Chegamos perto do solo a 40 km/h e em pouco segundos nossa velocidade é quase nula, com um toque suave ao chão. Mas para isso, é importante entender um pouco da velocidade que aplicamos na reta final. Quando aceleramos, mantemos um planeio paralelo ao solo a uma baixa altura, reduzindo a perda de velocidade vertical. No momento da freada, reduzimos também a velocidade horizontal, pousando suavemente. Na linguagem técnica, armazenamos energia cinética e utilizamos em forma de energia potencial. O momento certo de frear depende de vários parâmetros, como a intensidade do vento, características da vela, etc. Porém, os principiantes podem aterrizar sem problemas, utilizando a seguinte técnica. A 2m do solo devemos começar a frear para perder velocidade abaixando as mãos até a altura do peito. Há 1,5m, pouco antes de tocar os pés ao solo, as mãos descem de forma franca e simétrica até o limite da extensão dos braços. Uma ótima técnica de toque ao chão é fazê-lo com apenas um pé. Desta forma você será levado a correr automaticamente e de forma automática. CAPÍTULO III – METEOROLOGIA 1 - A Atmosfera 1.1 – Generalidades A atmosfera é uma mistura de gases e impurezas que envolvem a terra. A mistura dos gases chama-se ar. O Sol aquece o a Terra e esta, por radiação, aquece o ar que a envolve. Quanto mais próximos da superfície terrestre, mais quente será o ar. A temperatura decresce com a altitude na troposfera, variando segundo um “gradiente térmico” de 2ºC a cada 1000 pés. 31 Instrutor: Paulo Canterle A pressão atmosférica é medida em polegadas de mercúrio ou hectopascal. Para efeito de estudos e padronização existe uma atmosfera padrão adotada pela Organização de Aviação Civil Internacional – ICAO, que é conhecida como ISA (ICAO Standard Atmosphere). Nesta atmosfera padrão, temos: a) Temperatura = 15ºC b) Pressão = 29,92 polegadas de mercúrio ou 1013,2 hPa A altitude é a distância vertical de um objeto ao nível do mar e a altura é a distância desse objeto ao solo. No altímetro, se colocarmos o ajuste de pressão em 1013,2 hPa – QNE, leremos “nível de vôo”. Se colocarmos o ajuste de pressão que temos do solo – QFE, leremos altura. Se a elevação da pista em relação ao nível médio do mar for conhecida e a colocarmos no altímetro, o ajuste lido será QNH. A densidade do ar diminui à medida que subimos na atmosfera, devido à gravidade. A velocidade de deslocamento de um corpo no ar é a velocidade aerodinâmica – VA e será tanto maior quanto menor for à densidade. Essa Variação da VA se faz na razão de 2% da velocidade indicada no velocímetro – VI para cada 1000 pés. A densidade do ar, por sua vez, varia na razão inversa da temperatura: quanto mais quente, menos denso. Por isso, num mesmo nível, a VA será maior em ar aquecido. A variação média daVA é de 1 kt para cada 5ºC. A umidade do ar afeta nosso vôo de duas maneiras: • Performance da Aeronave – A umidade do ar afeta a densidade do ar. O ar saturado é menos denso que o ar seco e a densidade traz efeitos sobre o vôo. • Condições do Vôo – O excesso de umidade no ar faz com que este fique supersaturado e o excesso de vapor d’água retorna ao estado líquido, sob forma de gotículas de água em suspensão no ar. Quando a condensação ocorre próximo à superfície chama-se nevoeiro, quando ocorre acima da superfície é chamada nuvem. 32 Instrutor: Paulo Canterle As gotículas de água das nuvens podem juntar-se para formar gotas maiores que, aceleradas pela gravidade precipitam-se em direção à superfície, o que chamamos de chuva. Quanto maior a temperatura, menor será a densidade. Quanto maior a umidade relativa do ar, menor a densidade. A densidade do ar afeta a velocidade de deslocamento no ar, A VA varia sempre em razão inversa da densidade do ar, porque quanto menor for a densidade, menor será a resistência ao avanço e maior será a velocidade e vice-versa. Quanto menos denso for o ar, mais velocidade temos que aplicar na decolagem. Assim, quanto mais elevado estivermos em relação ao nível do mar, maior será nossa corrida pra decolagem. Quanto mais alta a temperatura do ar, menor sua densidade e maior será nossa corrida. Quanto maior for a umidade do ar, menor será sua densidade e maior será nossa corrida de decolagem. Uma pista elevada, um dia quente e úmido é a pior situação para a decolagem. 1.2 – Vento e Velocidade Quando duas regiões da atmosfera apresentam pressões diferentes a densidade do ar também será diferente. A diferença de densidade fará com que o excesso de moléculas da área de maior densidade flua em direção à área de menor densidade, no sentido horizontal constituindo o que chamamos de vento. Quanto maior for a diferença de pressão, maior será a intensidade do vento. Muito perguntam qual a intensidade do vento que podemos voar com paramotor. Depende, é melhor um vento constante de 25 m/h, que um vento inferior com intensidade e direção variando constantemente. Essas mudanças bruscas chamamos de rajada e indicam que a massa de ar é turbulenta. A principal dificuldade de voar com ventos fortes é a intensidade das turbulências. O atrito do vento com o relevo, obstáculos, consigo mesmo (efeito gradiente) ou de origem térmica, acentuam a turbulência quanto maior o vento. 33 Instrutor: Paulo Canterle Com a brisa do mar, o vento pode soprar entre 20 e 30 km/h que não há problemas. Isso porque o vento é regular, laminar e não encontra muitos obstáculos em seu caminho. Em regiões montanhosas tem que se tomar mais cuidado, especialmente se for uma zona com muitas casas, árvores, colinas e outros obstáculos. Tudo que seja barreiras para o vento cria rotores e turbulências. Outro ponto a ser analisado é a vantagem de um vento mais intenso. Com ele, é possível fazer decolagens e pousos bem mais tranqüilos. Enfim, o importante é conhecer suas limitações técnicas e sua experiência para não entrar em nenhuma “roubada”. Lembre-se que sua segurança é o mais importante. 1.3 - Turbulências 34 Instrutor: Paulo Canterle É muito fácil entender a turbulência. Assim como a água, o vento é um fluido e quando encontra obstáculos em seu caminho contorna, passa por cima e forma rotores atrás do obstáculo. Esse efeito chamamos de turbulência mecânica. O ar circula de duas formas: Laminar: Sem obstáculos. Circulam mantendo a mesma direção e intensidade. Turbulento: Os filetes de ar circulam de forma desordenada, em diferentes direções e intensidades distintas. Temos que diferenciar também duas zonas em relação ao relevo ou obstáculo: Barlavento: É a parte do lado e da direção do vento, onde a circulação do vento é laminar. Sotavento: O lado atrás do relevo ou obstáculo, onde a circulação do vento é turbulenta. Temos que lembrar também, que quanto maior o obstáculo, maior a área de turbulência. Se o vento for mais forte, mais intensa a turbulência. Em regra, a turbulência alcança entre 4 e 8 vezes a altura de um obstáculo, ou seja, um relevo de 100m de altura pode provocar uma turbulência de sotavento que se estende pelo menos a 600m horizontais. A turbulência de atrito é produzida pela fricção entre duas massas de ar e que circulam em direções opostas e em diferentes intensidades. Esse atrito pode ser horizontal, quando os ventos horizontais se encontram a certa altura, ou vertical freqüente na aproximação das térmicas, onde as ascendências estão rodeadas pelas descendentes. Estas zonas de turbulência podem ser pequenas e insignificantes em volume e intensidade, até fortes e violentas, afetando o comportamento da vela. 35 Instrutor: Paulo Canterle Outro tipo de turbulência que merece a nossa atenção é a de Esteiras, produzida pelo deslocamento do equipamento na massa de ar. Essa zona, de turbulência depende da forma, da superfície e da velocidade da aeronave. Sendo assim, em uma decolagem não devemos sair logo atrás de um companheiro que acaba de sair, deixando passar pelo menos 30 segundos. Em vôo também evitamos ficar logo atrás de outra aeronave. Outra possibilidade é nos encontrarmos com nossa própria turbulência, gerada por giros muito fechados em 360º. 1.4 – Rajadas Uma rajada de vento tem com conseqüência afetar a estabilidade do vôo em um curto espaço de tempo e de forma repentina. Dependendo da intensidade e direção da rajada, ela vai resultar em variações do ângulo de ataque e velocidade-ar na vela. O efeito da rajada em vôo segue quatro direções primárias: rajada ascendente, descendente, de frente ou de cauda. Para entendermos o fenômeno da rajada, vamos dividir o vento relativo em duas partes; a velocidade horizontal e a vertical. Em função da rajada subtrai ou se soma à rajada a velocidade afetada. Por exemplo, uma rajada de frente aumentará a velocidade-ar e diminuirá o ângulo de ataque. Daí a importância de sabermos o que fazer quando a ação da rajada acontece; frear quando o ataque diminui, acelerar quando o ataque aumenta, etc. Todas essas reações devem ser muito bem aplicadas para não agravar o problema. Neste caso, se não souber o que fazer, mantenha as mãos na posição de segurança (mão na altura da orelha), mantendo a vela com pressão. Não podemos esquecer que o Paramotor nos possibilita outra ferramenta de comando, o acelerador. Sendo assim, podemos utilizá-lo para correções em diversos tipos de situações, acelerando se estamos descendo ou desacelerando se estamos subindo. Quando estamos em vôo nivelado, a vela está mais carregada, pela presença da propulsão e resiste melhor às turbulências. 36 Instrutor: Paulo Canterle Porém, a intensidade de uma pregada, e em conseqüência de nossa velocidade e de nossa reação no acelerador, podemos amplificar certas situações. 1.5 – As Brisas Existem dois tipos de ventos: Meteorológico: Afeta um país e um continente. É fruto das diferentes pressões. Térmico: É local, e aparece pela influência do sol e os contrastes de temperatura no solo. O surgimento mais simples dos ventos térmicos é a brisa do mar. Ao sair o sol, admitimos como exemplo, que a temperatura da terra é a mesma que a temperatura da superfície do mar - 16ºC. O sol sobe e começa a esquentar a terra. A capacidade do solo e do mar de receber e absorver calor são distintos. A água é capaz de armazenar esse calor em profundidade. Já o solo faz isso com pouca espessura, ou seja, às 10h a temperatura da água subiu apenas 1ºC, enquanto o solo esquentou cerca de 16ºC a 20ºC. Quandoo sol chega ao centro, a diferença de temperatura se acentua ainda mais. A massa de ar em contato com a areia se esquenta e deixa rapidamente o solo, começando sua ascensão até o céu. Iniciou-se a convecção. No entanto, uma massa de ar mais frio vinda do mar, ocupa o espaço deixado pelo ar que subiu. Por vez, este ar também se esquentará mais e se elevará e um novo ar frio, vindo do mar ocupara esse espaço. Isso acontecerá até que não exista mais diferença de temperatura entre a terra e o mar. Esse vento regular, de mar para a terra é a brisa do mar. Essas condições são ideais para voar, porque os ventos são laminares e chegam à terra estáveis e sem encontrar obstáculos. Raramente os ventos sopram mais do que 35 km/h. O fenômeno inverso acontece durante a noite e ao amanhecer, porque o continente se esfria mais rápido que o mar. Surgindo então a brisa de terra, ou Terral. O ar, à medida que sobe se esfria pela queda da pressão com a altura, as moléculas se separam uma das outras ao reduzir a densidade e os elétrons se chocam menos entre si, reduzindo seus movimentos, além disso, pouco a pouco e graças a turbulência, o ar que sobe vai se mesclando com o ar que o rodeia. No final, estará mais frio que o novo ar que segue ascendendo e começa a descer sobre o mar, eliminando o espaço vazio. Esse ciclo se completa e chamamos de convecção. 37 Instrutor: Paulo Canterle 2 – Ascendências Existem dois tipos de ascendências: a) Dinâmica Chamamos também de “lift”, ou seja, é a ascendência provocada pela combinação de vento e relevo. Em contato com o relevo o ar sobe formando um tubo paralelo. O máximo de ascendência é encontrado a partir da altura do relevo para cima. b) Térmica É o processo de atividade térmica explicada na brisa do mar. Em condições térmicas, nos movemos em um ar agitado, onde a turbulência forma parte extrínseca do vôo. 38 Instrutor: Paulo Canterle 3 - Nuvens 3.1 – Cúmulos São nuvens brancas, com base mais ou menos horizontal, com forma de couve-flor e sua cor é branco brilhante. O cúmulo delata a presença de ascendências térmicas, e sua base se encontra entre 1.500 e 2.500m sobre o nível do mar, porém pode se formar a 500m (em ambiente costeiro e frio) até 6.000m (em ambientes continentais quentes e muito secos). Os cúmulos de bom tempo, de evolução diurna, são resultados da atividade térmica. Aparecem quando o ar ascendente, ao esfriar-se com a altura não pode manter seu nível de umidade e se satura (nível de condensação). Por isso a base das nuvens é pouco horizontal e bastante regular. 39 Instrutor: Paulo Canterle 3.2 – Cumulonimbus Conhecidos também como Cb, sua torre pode alcançar alturas de vários km. Vertical e representam sinais de chuvas fortes e tormentas violentas. Seu principal risco é poder afetar as condições em um grande raio ao seu redor, porque se auto-alimenta aspirando grandes massas de ar para o seu interior. Há muitos quilômetros de distâncias podemos sentir a presença de rajadas de ventos fortes, com mais de 40km/h. São ventos com turbulência vertical e horizontal e são capazes de aspirar a uma velocidade de 20m/s verticalmente. No seu interior as temperaturas são muito baixas, representando um grande perigo. A formação de um grande cumulonimbus é bastante característica. Sua base é escura e ampla e chega a uma grande altura, podendo alcançar até 25.000m. Às vezes, estão mascaradas e sua evolução pode ser tão rápida que nos pega de surpresa em meio a um vôo. Sua influência se estende por dezenas de quilômetros. Para evitar risco, vão algumas dicas: • Se existir previsão de tormentas e se surgirem nuvens grandes, não saia para voar; • Não voe entre duas tormentas próximas; • Desconfie de céus nublados porque podem esconder esse tipo de nuvem; • Essas nuvens podem separar-se por si mesmas inclusive em uma direção diferente a dos ventos meteorológicos, e geram rajadas de vento muito fortes. 3.3 – Classificações Temos dez tipos distintos de nuvens e às vezes é difícil distingui-las claramente porque podem estar mescladas. Primeiramente, podemos agrupá-las segundo sua forma; cumuliforme e estratiforme. As nuvens do tipo cúmulo delatam a presença de térmicas e tem forma arredondada e podem ter desenvolvimento vertical. As nuvens do tipo estratiformes estão menos desenvolvidas verticalmente e se estendem bastante no sentido horizontal. Podem estar relacionadas com uma 40 Instrutor: Paulo Canterle atmosfera estável, com pouco movimento vertical e às vezes indicam um mau tempo. Outra forma de diferenciar as nuvens é em função da sua altura, e se dividi em três níveis. • Nível Superior – Estão ao redor de 5.000 a 6.000m e às vezes pode se encontrar acima de 10.000m, e estão compostas por cristais de gelo. • Nível Médio – Estão entre 3.000 e 6.000m • Nível Inferior – Encontra-se de 0 a 3.000m Os tipos: St – Stratus Nuvens com capa uniforme e se estendem perto do solo. Encontram-se com as frentes frias e quentes (precipitações). A altura de sua base está entre 50 e 150m do solo. Sc – Stratocumulus Capa de nuvens bem estendida e podem ter sua origem pela união de numerosos cúmulos (quando não há vento). Altura da base entre 2.000 e 3.000m do solo. Cu – Cúmulos Nuvens de contorno bem definido, com base horizontal de cor branca e brilhante (forma de couve-flor). Sua base encontra-se entre 1.000 e 3.000m. Simbolizam uma boa atividade térmica, ideal para vôo livre. 41 Instrutor: Paulo Canterle Cb – Cumulunimbus Nuvem isolada e potente. Sua cabeça tem forma de uma bigorna e sua base é escura e está ao redor de 1.500m. Sua cabeça pode variar de 6.000 a 10.000m. Suas ascendências são potentes e as turbulências muito perigosas. Ns – Nimbostratus Nuvem espessa, cinza e sem forma. Acompanhada de chuvas constantes e com pouca visibilidade. Sua base está a 1.500m e seu teto pode chegar a 6.000m As – Altostratus Capa nebulosa acinzentada e uniforme. O sol aparece como uma coroa esbranquiçada. Pode ocasionar garoas. Sua base está a uns 3.000m com o teto a 5.000m. Acompanha a chegada de mau tempo. Ac – Altocumulus Aspecto branco grisalho. O céu aparece coberto de bolinhas grandes e com perspectiva e volume. Podem aparecer sem uma base definida e indicam uma forte instabilidade no seu nível. Se aparece pela manhã, pode indicar que existe possibilidade de tormentas nesse dia. Sua base está entre 3.500 e 5.000m. 42 Instrutor: Paulo Canterle Cs – Cirrostratus Véu transparente de aspecto fibroso e forma riscada. Sua base está entre 6.000 e 7.000m. Cc – Cirrocumulus Bloco de bolas brancas pequenas e altas. De perto, acompanham os cirrus. Sua base esta entre 7 e 8.000 m. Está sobre a frente fria. Ci – Cirrus Nuvens brancas translúcidas e de aspecto fibroso, mais ou menos compactas e com aspecto de cabelos, plumas ou crinas. Formadas por cristais de gelo. Sua base está entre 6.000 e 8.000m. Precedem a frente quente e seguem a frente fria. 43 Instrutor: Paulo Canterle CAPÍTULO IV – AERODINÂMICA 1 – Generalidades A Aerodinâmica é a ciência que estuda as forças que o ar exerce sobre um corpo que se desloca dentro de uma massa de ar e as suas reações. Na física representa as magnitudes (força, velocidade, etc.) com um vetor, caracterizado por um ponto de aplicação, uma direção e uma intensidade. Muitas das forças queatuam sobre um corpo podem ser substituídas por uma só força que produz o mesmo efeito; é a resultante (R). 1- Se as forças são paralelas e de sentidos opostos, a resultante R=V1-V2. 2- Se as forças são paralelas e no mesmo sentido, a resultante R = V1+V2 3- Se as forças são convergentes, a resultante R é a diagonal do paralelogramo. Peso e Massa Essas duas magnitudes não podem ser confundidas. O peso é uma força que se aplica a um corpo submetido à gravidade. A massa é a quantidade de matéria contida em um corpo. A massa se representa em kg., e o peso em Newton (N) ou Decanewtons (daN). O peso (P) e a massa (M) estão unidas pela relação: P=Mg, onde “g” é a aceleração da gravidade e vale 9,81m/s² (metros por segundo ao quadrado). Um Aerodesportista com uma massa de 100kg, pesa 9,81N ou 981daN Em um vôo, sua massa é constante; 100kg. O peso varia em função do vôo; ascendência, descendência, o giro, aceleração e desaceleração. 44 Instrutor: Paulo Canterle Equilíbrio e Estabilidade Dizemos que um corpo está em equilíbrio quando a direção e velocidade de deslocamento não variam. Um corpo imóvel, evidentemente está em equilíbrio. Quando um corpo sofre um deslocamento em uma direção e a uma velocidade constante, também está em equilíbrio. Porém, se sua direção ou sua velocidade se modificar, deixa de estar em equilíbrio. A estabilidade de um corpo é a sua capacidade de voltar a sua posição inicial. Se modificarmos um corpo de sua posição, podem ocorrer duas coisas: • Voltar a sua posição inicial. Situação estável; • Não voltar a sua posição inicial. Situação instável. 2 – Resistência Todo corpo que se desloca oferece uma resistência. A comprovação mais simples é colocando a mão para fora da janela de um carro em movimento. Ao Estendermos a palma da mão para receber o vento relativo (produzido pelo movimento do carro), se pode sentir uma força que empurra a mão. A Resistência é uma força paralela e oposta à trajetória do objeto. 3 – Sustentação Se colocarmos novamente a mão para fora do carro, partindo de uma posição vertical, e inclinarmos lentamente na posição horizontal, em certo momento vamos sentir uma segunda força que tende a fazermos com que a mão suba. Essa força é a Sustentação. 45 Instrutor: Paulo Canterle 3.1 - Defesa sobre o efeito Coanda (defendido pelo romeno Henri Coanda): O professor Pedro Magalhães Oliveira, do Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa, apresenta uma argumentação válida que explica o mecanismo da sustentação aerodinâmica O fenômeno da sustentação aerodinâmica é um caso paradigmático de consolidação e divulgação continuada de erros interpretativos e um dos fenômenos físicos que mais gerações perpassou. Em 2006, na revista A Física na Escola, em um artigo intitulado A Visão de um Engenheiro Aeronáutico acerca da Sustentação, Bernoulli e Newton, Charles N. Eastlake apresenta a sua visão sobre o mecanismo da sustentação aerodinâmica – o artigo foi um dos que serviram de base para o texto "A explicação para o voo e seu uso em sala de aula", publicado no Pion. Para o autor, tanto as explicações que passam pela “lei de Bernoulli” quanto as que se baseiam na(s) lei(s) de Newton podem ser aceitas. Três anos após a publicação, foi proposto ao professor Pedro Magalhães Oliveira, do Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa, que apresentasse uma contra argumentação válida, no sentido de denunciar e esclarecer alguns erros de interpretação expostos no artigo de Eastlake. Esta “disputa Newton versus Bernoulli” é recorrente na farta literatura disponível em livros e na Internet e põe frente a frente adeptos fervorosos de uma ou de outra interpretação. Abaixo, você encontra um resumo dos argumentos de Oliveira, que podem ser conferidos na íntegra no artigo "Sustentação aerodinâmica: denunciando os erros do mecanismo físico", publicado na Física na Escola v. 10, n. 1, 2009. Conservação do momento Na visão clássica de Eastlake, a chamada lei de Bernoulli é válida como explicação da geração de sustentação aerodinâmica, nos termos da conservação da energia, bem como as leis de Newton nos termos da conservação do momento. Em relação à conservação do momento, nada há de importante a retificar, pelo que a sustentação produzida é igual à alteração do momento do ar deslocado em sentido descendente por unidade de tempo. 46 Instrutor: Paulo Canterle Ou seja, a derivada parcial do momento linear em relação ao tempo é igual à massa vezes a derivada parcial da velocidade em relação ao tempo (a aceleração): Mas a igualdade apresentada acima é apenas uma equivalência, ou seja, apresenta uma compatibilidade com a produção de sustentação e não é um mecanismo “as is”. Nestes termos, não é correto afirmar que a conservação do momento explica a produção de sustentação. Conservação da energia Na sua obra Hydrodynamica, de 1738, Daniel Bernoulli afirmava que uma velocidade maior no escoamento de água tinha como efeito uma diminuição da pressão nas paredes do tubo, uma vez aberta uma secção que permitisse o escoamento do fluido. Sendo a densidade do fluido constante, a equação de Bernoulli pode ser escrita na seguinte forma em que v é a velocidade, g é a aceleração da gravidade, h é a altura dos pontos considerados e p é a pressão estática. Esta equação exprime, na forma completa, a conservação da energia mecânica, ou seja: a soma da energia cinética com a energia potencial gravitacional e a energia potencial de pressão é uma constante. Quando aplicada a dois pontos de um fluido, 1 e 2, situados a um mesmo nível, vemos que, se p 2 < p 1 então v 2 > v 1. O grande problema em relação à explicação da sustentação aerodinâmica pelo “princípio de Bernoulli” é que o aumento da velocidade ocorre em consequência da diminuição da pressão, e não o contrário. Em escoamento livre, uma maior velocidade não causa diminuição da pressão estática, pois esta é igual à pressão atmosférica envolvente. Todavia, se a pressão é menor a jusante no escoamento livre, a velocidade aumenta. A conclusão é a de que o teorema da conservação da energia mecânica não consegue explicar a causa da diminuição da pressão nem, portanto, o mecanismo da produção da sustentação aerodinâmica – Oliveira apresenta em seu texto outras duas “falácias clássicas” usadas para a explicação da maior velocidade do escoamento no extradorso da asa: o chamado “princípio dos iguais tempos de trânsito” e a “versão venturiana”. 47 Instrutor: Paulo Canterle Então qual é o mecanismo? A força de sustentação é, na verdade, uma força de reação. O mecanismo reside na aceleração radial do fluido. Devido a interações moleculares de adesão, escoamentos de fluido viscoso tendem a aderir a superfícies, o que pode ser chamado de “efeito Coanda” no sentido amplo do termo – há, no entanto, inúmeros autores que entendem que este mecanismo é usado artificialmente para explicar a “aderência” do fluido à superfície da asa. Na verdade, ninguém sabe qual é a interação que justifica o conceito da chamada "camada-limite”, proposta por Prandtl no começo do século XX. Para além da viscosidade, tal como qualquer fluido, o ar tem densidade; massa em aceleração radial v 2 /r provoca uma força centrípeta no fluido e uma força de reação centrífuga no perfil. A força centrífuga obtida pela aceleração radial dos elementos de volume de fluido é a responsável pela sustentação aerodinâmica. Ou seja, em escoamento livre, para haver produção de força de sustentação aerodinâmica, tem de haver alteração na direção do escoamento. Para complementar, a diminuição da pressão estáticaverificada é uma consequência da aceleração radial de fluido, que diminui no sentido contrário à centrífuga, por reação de equilíbrio, em direção ao centro da curvatura. Numa frase simples e perceptível: A força de sustentação dinâmica é igual à reação centrífuga gerada na aceleração radial do volume de fluido viscoso escoado em torno de um perfil.” 48 Instrutor: Paulo Canterle 4 – Resultante da Força Aerodinâmica Para entendermos melhor como se trabalha um perfil, tomemos como exemplo duas moléculas de ar, chegando ao bordo de ataque na mesma velocidade do vento relativo. Chegam ao mesmo tempo e se separam. Uma vai para cima e a outra segue por baixo do perfil, e terão que se reencontrar novamente atrás do bordo de fuga. Porém, à distância a percorrer no extradorso é maior que a do intradorso, devido à forma do perfil. A molécula que vai por baixo reduz sua velocidade pelo choque e atrito com o intradorso do perfil, aumentando a pressão e aparecendo forças que empurram o perfil para cima. Por outro lado, a molécula do extradorso acelera, pois seu percurso é maior. Com isso, a pressão diminui e passa a ser inferior a atmosférica, criando uma depressão. Aparece forças que aspiram o perfil para cima. Se pode concentrar todo o sistema de força aerodinâmica aplicada ao perfil em um ponto central; igual será o centro de pressão (CP). Se junta a resistência e sustentação e teremos uma resultante, a RFA (resultante da força aerodinâmica). Esta resultante não é constante. Pode aumentar ou diminuir ou mudar de direção. A RFA é proporcional ao quadrado da velocidade. Quando a velocidade se dobra, a RFA se quadruplica. 4.1 – Perfil A resistência ao ar depende da forma do objeto. Para entende vamos imaginar um objeto na correnteza. Se colocarmos uma placa plana, a água contorna fazendo inúmeros rodamoinhos atrás. Se colocarmos uma esfera na mesma correnteza, se fará menos rodamoinhos. Se afinarmos essa esfera deixando-a na forma de uma gota, os rodamoinhos serão mínimos. A resistência haverá caído 90% com relação à placa plana. Esta forma, bem perfilada, grossa e arredondada na parte dianteira e estreita e afinada na parte traseira, permite diminuir ao máximo o coeficiente de penetração no ar. 49 Instrutor: Paulo Canterle 4.2 – Ângulo de ataque A forma não é tudo. É necessário também um ângulo, e esse ângulo chamamos de ângulo de ataque, e está formado entre a Corda Média e a trajetória por onde sentimos o vento relativo. Esse ângulo pode variar entre +5º e +20º e é o mesmo para todas as aeronaves. • Se o ângulo de ataque é igual ou menor do que 5º em um parapente, isso supõe uma fechada do bordo de ataque; • Se o ângulo de ataque é igual ou maior que 20º, temos uma perda de sustentação e caímos (stall). Resumindo, o ângulo de ataque vária de acordo com as reações na pilotagem; a uma velocidade alta corresponde a um ângulo de ataque baixo e, uma velocidade baixa, um ângulo de ataque alto. 4.3 – Densidade do Ar A RFA é proporcional à densidade ou massa volumétrica do ar. É igual ao nível do mar e uma temperatura de 15ºC e uma pressão de 1.013hPa a 1,225kg/m3. É o que denominamos Atmosfera Standard. A RFA varia com a altitude e a temperatura. Em 6.000m a densidade é duas vezes menor, por tanto a RFA cai pela metade. Para compensar, temos que aumentar a velocidade. As decolagens em montanhas necessitam uma corrida mais rápida. Isso acontece também no verão. Quanto mais denso o ar, maior é a RFA. 50 Instrutor: Paulo Canterle 4.4 – Superfície A RFA é proporcional à superfície. No Paramotor, pelo aumento de peso devido ao motor, esse aumentará também o total da RFA. 4.5 – Alongamento O Alongamento tem muita relação com o rendimento e deve ser visto com atenção. É um nome sem unidade e representa uma espécie de estiramento da vela. É a relação entre a envergadura e as cordas. A fórmula exata de cálculo é: Alongamento = Envergadura²/Superfície ou também Superfície/corda média 51 Instrutor: Paulo Canterle Na ponta da asa, a depressão que age sobre o extradorso aspira o ar que passa pelo intradorso. Essa circulação transversal nos extremos provoca um turbilhão que chamamos de vórtex da ponta da asa. Essa desorganização da circulação gera uma resistência aerodinâmica importante. Quanto mais longa a asa, menor a influência do vórtex, o que significa um aumento da sustentação e uma diminuição da resistência no conjunto da asa. Por esse motivo, as asas do planador são tão longas. É importante entendermos também os ângulos que incidem sobre a vela. Inclinação – Ângulo formado pelo horizonte e a corda de referência do perfil. Ataque – Ângulo formado pela corda e a trajetória. Planeio – Ângulo formado pela trajetória em relação ao horizonte. É ele que determina o rendimento da vela e sua qualidade para planar. Quanto menor esse ângulo, maior o índice de planeio. 5 – Razão de Planeio Representado pela sigla L/D, determina a capacidade que a vela tem para planar e é encontrado aplicando a fórmula distância/altura. Uma vela com L/D = 6 indica que em ar calmo e voando em linha reta ela percorrerá 6.000m partindo de 1.000m de altura. Também equivale a relação Sustentação/Resistência, de modo que se aumentamos a sustentação, se aumentará o L/D; e se aumentarmos a resistência, perdemos sustentação e consequentemente diminuímos o L/D. 52 Instrutor: Paulo Canterle L/D = Sustentação/Resistência Podemos conhecer o valor exato da sustentação e da resistência partindo de dados conhecidos como Peso Total e o L/D. Fórmula Inicial: RFA² = R² + S² sendo, (R) resistência, (S) sustentação e (f) L/D Logo: RFA² = R² + (Rf)² RFA² = R² + (R² f²) RFA² = R² (1+f²) R² = RFA²/(1+f²) R = RFA²/1+f² (raiz quadrada) Conclusão: R = RFA / 1+f² (raiz quadrada) S = R x f f = S/R 6 – Vôo Motorizado 6.1 – Vôo Nivelado Quando utilizamos o motor, aumentando sua potência, alteramos a trajetória e melhoramos o planeio. No momento em que chegamos ao voo horizontal, dizemos que estamos em vôo nivelado ou de cruzeiro. Neste momento, uma força nova, a propulsão, compensa a resistência e consequentemente o peso. O empuxo necessário para manter o vôo nivelado, depende de dois fatores: • Maior rendimento da vela, menor empuxo; • Menor rendimento da vela (maior carga alar), maior empuxo. 53 Instrutor: Paulo Canterle 6.2 – Razão de Subida Podemos alterar a trajetória do vôo dando potência, aumentando o empuxo e consequentemente ganhando altura ou ascendência. Com a propulsão, parte da carga é sustentada e o vetor da trajetória se modifica. O ângulo compreendido entre o horizonte e a trajetória chamamos de ângulo de subida e o empuxo necessário para a ascendência varia de acordo com o rendimento da asa, peso do Aerodesportista e potência do motor. Quanto maior o ângulo de subida, menor o peso do conjunto. O empuxo se dá nas costas do Aerodesportista, porém, o centro de gravidade (CG) do conjunto está situado acima da cabeça do Aerodesportista, o que gera uma força que impulsiona o Aerodesportista para frente e a vela fica atrás. Essa sensação pode ser desagradável, principalmente quando deixamos de acelerar, pois o efeito é inverso. O parapente vai avançar, picando para a frente. Por esse motivo, é importante agir de modo suave no acelerador na hora de acelerar e reduzir aceleração. 6.3 – Carga Alar A carga alar se expressa em kg. /m² e representa
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