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ARTES DOS POVOS AFRICANOS O que você imagina quando pensa na África? Você acha que algumas das coisas que você pensou podem ser exageros ou estereótipos? Por quê? O continente africano é o terceiro maior em extensão territorial do planeta, sua área é de 30.230.000 quilômetros quadrados. Apresenta grande diversidade étnica, cultural, além de peculiaridades no que se refere aos aspectos físicos. Fato este, que proporcionou uma subdivisão do território, classificada como África Mediterrânea e África Subsaariana, sendo o deserto do Saara a barreira natural do continente. Além do divisor natural (deserto do Saara). Ao norte do território africano está localizada a África Mediterrânea, essa porção do território é banhada pelo oceano Atlântico e pelo mar Mediterrâneo. Os países que a integram (Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito) apresentam características físicas e humanas semelhantes àquelas do Oriente Médio. Seu clima é desértico, e a região é ocupada desde o século VII por povos árabes, responsáveis pela propagação do islamismo. A África Subsaariana abrange a maior parte do continente africano, sua concentração populacional é bem maior, na qual predomina a população negra. A diversidade cultural nessa região é imensa, pois existem diferentes grupos étnicos com elementos culturais distintos (dialetos, danças, religiões, etc.) https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/as-duas-africas.htm ±Mesmo que uma cultura possua características gerais, cada grupo ou subgrupo apresenta características muito específicas. ±A arte tradicional dos povos da África subsaariana é muito vasta e complexa, com diferenças características de cada grupo étnico. As máscaras estão presentes na maioria deles. Materiais diversos podem ser usados em sua confecção, mas o mais comum é a madeira. ±Diferenças simbólicas e estéticas são perceptíveis entre grupos, mas elas apresentam alguns aspectos comuns. Um dos mais significativos está relacionado à sua função para a sociedade que a produziu. Observe as imagens: 1.Mascara Mfondo, de formato rico, século XIX. Cultura ou Lwalu, Angola, ca Democrática do Congo. 2. Máscara Mwana Pwo, séculos XIX-XX. Cultura Chokwe, Angola e República Democrática do Congo. Entwistle Gallery, Londres 3. Máscara gèlédé em forma de cabeça, com figuras humanas, século XIX. Cultura lorubá, Nigéria. Madeira, 63,5 cm. 4. Máscara. Arte fang. Museu do Homem, Paris. ±As máscaras são feitas para serem usadas, geralmente, em cerimônias e rituais religiosos. Elas são vestidas, junto a outros adereços, em situações que envolvem dança e música. ±Quem veste a máscara muitas vezes o faz com o intuito de encarnar ou representar determinada divindade. Grande parte da espiritualidade africana envolve o culto aos ancestrais. Mulheres iorubás dançando em homenagem a Xangô na Nigéria. ±Nas práticas tradicionais africanas ( e em diversas outras ao redor do mundo), é comum as linguagens artísticas acontecerem ao mesmo tempo sem separação. ±A música possui uma função social, acompanhando casamentos, nascimentos, trabalhos e rituais religiosos. Na música, geralmente feita para dançar, chamam a atenção os tambores e outros instrumentos da família percussão. Entretanto, além da presença marcada da música instrumental, também muito significativa a produção de música vocal. MMAMARUTLE Emcontrado em: https://www.youtube.com/watch?v=yAQ8refqMZ4 Grupo Mogwana de dança tradicional, Botswana, 2004. Mulheres Masai cantando com vestimentas tradicionais, Quénia, 2009. Artistas Africanos contemporâneos ±Você viu que a África é um continente muito diverso e mapear a produção artística neste continente não é tão fácil, apesar de estarmos em mundo globalizado ainda persiste dificuldades de entender uma cultura tão plural e estigmatizada. ±Mas principalmente no campo das artes visuais, algumas mostras tentam nos deixar informados do que realizam os artistas africanos atualmente, como por exemplo a mostra Ex Africa - África contemporânea - em 2018 que o Centro Cultural Banco do Brasil trouxe para Brasília com esculturas, fotografias, instalações, performances, pinturas e vídeos. https://www.bb.com.br/docs/portal/ccbb/ExAfrica.pdf Encontramos nos trabalhos de artistas africanos contemporâneos o uso de meios comuns aos de artistas de outros lugares, mas os artistas africanos tanto na mostra Ex África como outros não listados, não deixam de abordar questões que são advindos de situações vividas e ou herdadas por seu povo em um passado cheio de violências, desigualdades sociais, desrespeitos e uma tradição cultural de valor inestimável, que influencia a produção artística em todas as partes do mundo. ±Me parece que os jovens artistas não querem negar o passado e ressaltar o que vivem no presente, cada qual com suas reflexões e reivindicações. Na mostra do CCBB, havia a participação de obras de artistas brasileiros como forma de mostrar a aproximação e identificar influências advindas desta cultura como matriz da nossa identidade cultural. Veja a seguir algumas obras de um importante artista contemporâneo, Romuald Hazoumè (1962), nascido na republica de Benin: ±Romuald Hazoumè tem forte conexão com o povo e cultura Iorubá (grupo étnico do oeste da África) na qual as máscaras são protagonistas. Com pequenos gestos – posicionando ou adicionando um ou dois elementos – revela rostos e quebra convenções de conhecimentos ancestrais. ±As sagradas máscaras ganham ar contemporâneo no melhor estilo ready-made quando ele usa objetos de seu cotidiano como cordas, funis e galões – fazem referência ao transporte ilegal de petróleo da Nigéria e denuncia o perigo deste sistema lucrativo para a população. Há, ainda, uma crítica ao lixo que estamos produzindo e depositando no planeta. Os ready made são objetos industrializados que, retirados de seu contexto cotidiano e utilitário, transformam-se em obras de arte. O artista francês Marcel Duchamp (1887-1968), é reconhecido como o criador do conceito de ready made. ±Hazoumè é também conhecido pela obra La Bouche du Roi ( a boca do Rei) na qual usou os mesmos galões e outros materiais reciclados para reproduzir o Brookes – um navio inglês que transportava escravos no séc. 18. LA Bouche du Roi ( a boca do Rei), instalação 1997 – 2005. Estiva de navio negreiro britânico Brookes c. 1788 – gravura de autor desconhecido. Referência: ±Arte em Interação – Arte ensino médio – volume único/ Hugo B. Bozzano, Perla Frenda, Tatiane Gusmão; (Coordenação Maria Helena Webster). 2ª ed. – São Paulo: IBEP, 2016 il -capítulo 2 – identidade na arte. ±Catálogo Mostra EX-AFRICA - CCBB https://www.bb.com.br/docs/portal/ccbb/ExAfrica.pdf
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