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LEI 13 869 2019 ABUSO DE AUTORIDADE

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Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.brAbuso de Autoridade – Lei 13.869/2019
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.brAbuso de Autoridade – Lei 13.869/2019
DIREITO PROCESSUAL PENAL
LEI 13.869/2019
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE
A Lei de Abuso de Autoridade (Lei n. 13.869/2019) revogou a lei anterior que tratava dos crimes de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/1965). 
O objetivo da Lei n. 13.869/2019 foi atualizar a lei anterior, promovendo alterações importantes na 
· Lei da Prisão Temporária (Lei n. 7.960/1989) 
· Lei de Interceptação Telefônica (Lei n. 9.296/1996), 
· Estatuto da Criança e do Adolescente (8.069/1990) 
· Lei n. 8.906/1994.
 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES 
· Eliminação de direito de representação por parte da vítima; 
· Não há mais que se falar em decadência na nova lei.
· A previsão, com detalhes, da tríplice responsabilização do agente que comete abuso de autoridade: cívil, penal e administrativa. 
· É NECESSÁRIO TER DOLO ESPECIFICO
· TODAS AS PENAS SÃO DE DETENÇÃO E MULTA (só regime aberto ou semiaberto)
· AÇÃO PENAL PUBLICA INCONDICIONADA (para instaurar um inquérito, não é necessário requerimento e nem representação da vítima)
· PARA AJUIZAR UMA AÇÃO DE ABUSO DE AUTORIDADE NÃO É NECESSÁRIO DE REQUERIMENTO OU REPRESENTAÇÃO DE VITIMA
· A pena ou será detenção de 1 a 4 anos e multa OU 6 meses a 2 anos e multa. Exceção 15-A
PARTE GERAL
O art. 1º objetiva definir aspectos da lei, de modo geral.
Art. 1º Esta Lei define os CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. 
Sujeito ativo do crime a lei não se restringe ao conceito de servidor público, adotando o conceito de agente público. 
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. 
· A lei exige o dolo, não admitindo modalidade culposa. 
· Não se trata de qualquer dolo, mas de um dolo específico com intenção 
· Agente MPB (Mero capricho/ prejudicar outrem/ beneficiar a si mesmo)
§ 2º A DIVERGÊNCIA NA INTERPRETAÇÃO de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade. 
Desse modo, não há que se falar de crime de hermenêutica. Assim, se adotada uma interpretação que prejudique alguém, não há que se falar em crime de abuso de autoridade. 
Observa-se que, se a autoridade é relapsa (descuidada) e por isso é enquadrada em uma das condutas da Lei n. 13.869/2019, ela não responderá pelo crime de abuso de autoridade. É necessário dolo especifico 
Do § 2º extrai-se o entendimento de que, se couber mais de uma interpretação para o fato ou para a lei, não há que se falar em crime de abuso de autoridade.
SUJEITOS ATIVOS
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, MAS NÃO SE LIMITANDO a:
I – Servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II – Membros do Poder Legislativo;
III – Membros do Poder Executivo;
IV – Membros do Poder Judiciário;
V – Membros do Ministério Público;
	VI – Membros dos tribunais ou conselhos de contas. 
Rol é não taxativo; desse modo, outros agentes públicos que não listados nos incisos poderão cometer o crime de abuso de autoridade.
Parágrafo único. Reputa-se AGENTE PÚBLICO, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.
O conceito de agente público é maior que o de servidor público. 
SUJEITO PASSIVO 
Pode ser direto – quem diretamente é prejudicado pela conduta 
Pode ser indireto ou mediato – o Estado
 
 
APOSENTADO Prevalece o entendimento de que servidor aposentado não pode cometer crime de abuso de autoridade. Porém, ele pode cometer o crime de abuso de autoridade em coautoria ou em participação.
PARTICULAR não pode praticar o crime de abuso de autoridade, mas pode praticar o crime em concurso, sabendo da condição. 
A ciência da condição remete ao art. 30 do Código Penal: para que as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comuniquem é preciso que o agente tenha ciência delas. Por exemplo, pratica o crime em concurso o particular que agiu junto com um promotor de Justiça, tendo ciência de que agia com um promotor de Justiça. 
AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
Foi eliminada a possibilidade de representação por abuso de autoridade. Desse modo, não há mais crimes de abuso de autoridade de ação penal pública condicionada
· O delegado pode instaurar um inquérito de ofício (por requisição do juiz ou do Ministério Público ou por requisição da vítima)
· Não há necessidade de a vítima manifestar sua opinião
· Uma vez que a apuração do crime de abuso de autoridade é de interesse do Estado.
· Toda ação penal pública incondicionada se submete à ação penal privada subsidiária da pública, constante no art. 29 do Código Penal.
§ 1º Será ADMITIDA AÇÃO PRIVADA se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Deve-se ressaltar que ação penal privada subsidiária da pública somente é cabível em caso de inércia do Ministério Público. Essa ação não é cabível em caso de arquivamento ou de pedido de novas diligências. 
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. 
Prazo decadencial impróprio. 
O prazo decadencial impróprio é aquele que gera uma consequência apenas para o titular do direito, mas não gera efeitos para a ação como um todo (não importa na extinção de punibilidade). O promotor poderá ainda oferecer a denúncia dentro do prazo prescricional, em que se considera a pena máxima abstratamente cominada para o crime.
Titular do ajuizamento da ação é o Ministério Público. 
Se houver inércia do Ministério Público o titular poderá ser o particular. 
Peça inicial deve ser uma denúncia.
Em resumo, todos os crimes de abuso de autoridade são dolosos, em que se exige dolo específico e em que se observa a definição de agente público quanto sujeito ativo, e são de ação penal pública, admitindo ação penal privada subsidiária da pública.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Consistem em consequências além da pena prevista para cada crime.
Art. 4º São EFEITOS DA CONDENAÇÃO:
I – Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, (1º parte) // devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; (2º parte)
O inciso aborda duas situações distintas.
A primeira situação a situação forma um título executivo judicial, cujo efeito é automático. 
A segunda situação não é de efeito automático; isto é, há a dependência de requerimento. 
II – A inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
O efeito descrito acima não é permanente, e o juiz deverá decidir o período de inabilitação dentro do limite previsto de até cinco anos.
Efeito condicionado à ocorrência dereincidência especifica e não é automático
III – a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Efeito condicionado à ocorrência de reincidência especifica e não é automático
É possível a combinação do inc. I com o II ou com o III, mas não é possível a combinação do inc. II com o III, por absoluta incompatibilidade lógica.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
Anteriormente à análise do art. 5º da Lei de Abuso de Autoridade, deve-se observar o art. 44 do Código Penal, que define quando cabe pena restritiva de direito.
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
0. – Aplicada pena PRIVATIVA DE LIBERDADE não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
Doloso pena não superior a 4 anos
Não cometida com violência e grave ameaça
Culposo qualquer seja a pena aplicada
0. – O réu não for reincidente em crime doloso;
0. – A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
O art. 43 do CP lista as penas restritivas de direito. São cinco: 
· Prestação pecuniária; 
· Perda de bens ou valores; 
· Prestação de serviço à comunidade; 
· Interdição temporária de direitos; e 
· Limitação de fim de semana. 
Contudo, NÃO É APLICADO O ART. 43 DO CÓDIGO PENAL na Lei de Abuso de Autoridade. A Lei de Abuso de Autoridade dispõe das restritivas de direito possíveis de forma distinta ao Código Penal.
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são:
1. – Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
1. – Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens; 
1. – (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
Há somente previsão de duas penas restritivas de direito na Lei de Abuso de Autoridade: prestação de serviços e suspensão do exercício do cargo por tempo máximo de seis meses.
SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão APLICADAS INDEPENDENTEMENTE das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
A independência das esferas não impede comunicação entre os juízos sobre as ações ajuizadas.
O dispositivo acima refere-se à tríplice responsabilização: civil, penal e administrativa, sendo regra geral a independência das instâncias. 
Duas exceções à independência das instâncias.
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, NÃO SE PODENDO MAIS QUESTIONAR sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
1º exceção à independência das instâncias
Art. 8º Faz COISA JULGADA em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
2º exceção à independência das instâncias
· Possibilidade de cumulação, isso ocorre porque, como regra geral, as responsabilidades são independentes entre si.
No entanto é possível a suspensão da ação cívil, conforme disposto no art. 64 do Código de Processo Penal.
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil (Vide Lei n. 5.970, de 1973).
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.
Assim, o juízo cívil poderá suspender a ação cívil para aguardar decisão do juízo criminal, que é o natural. Consiste em uma faculdade atribuída ao juízo cívil. 
RESUMO DA PARTE GERAL
· Não há crime de abuso de autoridade na modalidade culposa;
· É necessário haver dolo específico para que seja configurado crime de abuso de autoridade;
· Agente público aposentado ou exonerado não pode cometer crime de abuso de autoridade sozinho, mas pode cometer em concurso de agentes;
· A ação penal é sempre pública incondicionada;
· Admite-se a ação penal privada subsidiária da pública, em que se aplica o prazo decadencial impróprio;
· Não é admitido crime de hermenêutica em abuso de autoridade – isto é, havendo mais de uma interpretação da lei ou do fato, não haverá crime de abuso de autoridade.
PARTE ESPECIAL
CRIMES
Art. 9º Decretar MEDIDA DE PRIVAÇÃO DA LIBERDADE em manifesta desconformidade com as hipóteses legais: (Promulgação partes vetadas)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
O sujeito ativo do crime não se limita à autoridade judiciária. Por exemplo, se um promotor de Justiça decreta uma prisão e manda cumprir o mandado de prisão, ele responderá por abuso de autoridade.
Enunciado n. 5 do Ministério Público de São Paulo, ao tratar deste dispositivo, dispõe que o sujeito ativo não é somente a autoridade judiciária, diferentemente do que consta no Parágrafo único. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a AUTORIDADE JUDICIÁRIA que, dentro de prazo razoável, deixar de:
O sujeito ativo do crime se limita à autoridade judiciária
Condutas omissivas, que devem ter dolo especifico
1. – Relaxar a prisão manifestamente ilegal;
1. – Substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
1. – Deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.
Art. 10. Decretar a CONDUÇÃO COERCITIVA de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Observa-se, primeiramente, que as penas dos arts. 9 e 10 são idênticas.
O tipo penal do art. 10 não exige que seja especificamente um juiz a decretar a condução coercitiva. Assim, qualquer agente público que venha a decretar a condução coercitiva nos termos postos pode ser sujeito ativo do crime.
Art. 260. CPP. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
ADPFs n. 395 e 440 do STF consideram inconstitucional a expressão “para o interrogatório”. 
Desse modo, se o juiz ou a autoridade policial determinar condução coercitiva para o interrogatório, a condução coercitiva será enquadrada como MANIFESTAMENTE INCONSTITUCIONAL. 
Enunciado n. 6 do MP SP dispõe que os investigados e réus não podem ser conduzidos coercitivamente à presença da autoridade policial ou judicial para serem interrogados, mas podem ser conduzidos coercitivamente para outros atos mediante prévia intimação.
· A utilização de condução coercitiva como medida cautelar, sem prévia intimação da pessoa, pode gerar o crime de abuso de autoridade, desde que haja o dolo específico.
Art. 12. Deixar injustificadamente de COMUNICAR PRISÃO EM FLAGRANTE à autoridade judiciária no prazo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
1. – Deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
1. – Deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
1. – Deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pelaautoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;
IV – Prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
Art. 13. CONSTRANGER o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
0. – Exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
0. – Submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
III – (VETADO).
0. – Produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.
Art. 14. (VETADO).
Art. 15. CONSTRANGER A DEPOR, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 207 do CPP proíbe o depoimento de “pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredos, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar seu testemunho”. 
A exceção à regra ocorre quando há desobrigação da parte interessada (o criminoso manifesta seu desejo de que o padre depusesse) e quando há o desejo de depor (o padre deseja depor, tendo já sido manifestado o desejo do criminoso); isto é, ainda que haja a desobrigação, deve haver a vontade de depor.
Isto posto, nota-se que, se essas garantias não forem observadas e se o agente constranger uma pessoa a depor, será configurado crime de abuso de autoridade.
Parágrafo único. (VETADO).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem PROSSEGUE COM O INTERROGATÓRIO:
1. – De pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
1. – De pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono. 
	3. 	 FUNDATEC - 2022 - IPE Saúde - Analista de Gestão em Saúde - Direito
Conforme o previsto na Lei n. 13.869/2019, que dispõe sobre os Crimes de Abuso de Autoridade, assinale a alternativa correta.
1. É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, apresentando-se, naquele diploma, rol taxativo de agentes sujeitos ao regime nela fixado.
1. A ação penal, nos crimes de Abuso de Autoridade, é sempre pública incondicionada, não se admitindo ação penal privada subsidiária.
1. A perda do cargo público, como efeito da condenação, está sujeita à reincidência em crime de abuso de autoridade e é automático.
1. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa, corresponde a conduta tipificada como crime de abuso de autoridade.
Art. 27 da lei de abuso de autoridade.
1. Dar início ou proceder à persecução penal sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente, constitui conduta tipificada como crime de abuso de autoridade. Contudo, dar início ou proceder à persecução civil ou administrativa não compreende conduta criminosa, na Lei de Crimes de Abuso de Autoridade.
O art. 30 da Lei de Abuso de Autoridade dispõe dos procedimentos de persecução penal, civil e administrativa.
4. 	VUNESP - 2021 - Prefeitura de Bertioga - SP - Procurador Municipal A respeito da Lei de Abuso de Autoridade, assinale a alternativa correta.
1. Os crimes nela previstos só se caracterizam se praticados pelo agente público com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si próprio. MPB
1. Prevê como sujeito ativo o agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, excluídos os militares, que são regidos por lei própria.
1. Os crimes nela previstos são de ação penal pública incondicionada, inexistindo pre-visão da ação penal privada subsidiária.
1. Prevê como efeito da condenação, dentre outros, inabilitação para o exercício do cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 a 5 anos, condicionado à ocorrência de reincidência específica e não é automático, devendo ser declarado, em sentença.
1. Prevê como pena restritiva de direito substitutiva da privativa de liberdade, dentre outras, a suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 a 6 meses, sem prejuízo dos vencimentos e vantagens.
O prejuízo dos vencimentos e vantagens deve ser observado nos termos descritos.
	5. 	CESPE / CEBRASPE - 2021 - SERIS - AL - Agente Penitenciário
Uma testemunha devidamente notificada a comparecer em audiência judicial não atendeu à notificação nem apresentou motivo justificado. A autoridade judicial determinou, então, a condução coercitiva da testemunha, mediante apoio policial.
Considerando essa situação hipotética e os termos da legislação que dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade, julgue o item a seguir.
Caracterizado o crime de abuso de autoridade, caberá ao conduzido representar criminalmente contra a autoridade que determinou a medida, cuja representação é condição de procedibilidade para eventual ação penal.
F. A ação penal de todos os crimes previstos na Lei de Abuso de Autoridade é pública incondicionada. Não há mais que se falar em representação.
VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL        
Art. 15-A. SUBMETER a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade:     (2022)
I - a situação de violência; ou      (2022)
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização:       (2022)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.      (2022)
§ 1º Se o agente público permitir que TERCEIRO INTIMIDE A VÍTIMA de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois terços).     (2022)
§ 2º Se o agente público INTIMIDAR A VÍTIMA de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro.   (2022)
• Competência – Juizados Especiais Criminais, inclusive no caso de aumento de pena 
• Cabimento de composição penal, transação penal 
• Sujeito passivo – vítima de crimes violentos ou testemunha 
• Sujeito ativo qualquer agente público, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, também, membros do Poder Legislativo, Executivo e Judiciário.
Art. 16.  DEIXAR DE IDENTIFICAR-SE ou IDENTIFICAR-SE FALSAMENTE ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:         
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.
Como, por exemplo: se um delegado for realizar um interrogatório de um preso e mentir, alegando dizer ser um juiz, com o intuito de fazer o detido contar a verdade, ou seja, o delegado estaria mentindo, atribuindo-se uma identidade falsa, somente para obter uma finalidade específica, por conseguinte, configurar-se-ia um crime de abuso de autoridade. 
Art. 17.  (VETADO).
Art. 18.  Submeter o preso a INTERROGATÓRIO POLICIAL durante o período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Assim sendo, tal dispositivo visa evitar tratamentos cruéis, torturaetc.
Art. 19.  Impedir ou retardar, injustificadamente, o ENVIO DE PLEITO DE PRESO À AUTORIDADE JUDICIÁRIA competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
O preso que está mandando algo a autoridade judiciária
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Admitindo-se o acordo de não persecução penal, bem como a suspensão condicional do processo),
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
Como, por exemplo, um detento escreve em um pedaço de papel higiênico um pedido de habeas corpus ou de qualquer outro pleito (como pedir para estudar), mas, deliberadamente, é ignorado. 
Art. 20.  Impedir, sem justa causa, a ENTREVISTA PESSOAL e RESERVADA do preso com seu advogado:        
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena QUEM IMPEDE o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, SALVO no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.
Logo, tal entrevista é um direito do preso, embasado no art.185 do CPP, parágrafo 5, que dispõe que ela é pessoal, reservada e prévia, ou seja, deverá ocorrer antes do interrogatório. Contudo não é uma obrigação, isto é, caso seja oferecido ao detento e ele não queira fazer, o interrogatório poderá ocorrer normal e legalmente. 
	
Art. 21.  Manter presos de AMBOS OS SEXOS NA MESMA CELA ou espaço de confinamento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Contudo, por exemplo, se eventualmente fosse colocado em uma mesma cela um homem e uma mulher, mas uma mulher que se vestisse como homem, que não tivesse identidade (RG) e que tivesse se apresentado na delegacia como “Rogério Augusto”, caso houvesse a violação dela, não se configuraria como crime de abuso de autoridade, pois não haveria dolo. 
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 22.  INVADIR ou ADENTRAR, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou NELE PERMANECER nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
REGRA para haver busca e apreensão domiciliar, precisa-se de um mandado judicial, cujo comprimento pode acontecer das 5h às 21h;
EXCEÇÕES casos de flagrante, desastre, e para prestar socorro (FDS), ou desde que haja consentimento dos proprietários.
§ 1º.  Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I - Coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). Conceito legal de dia
Logo, caso seja feito nesse horário, poderá incidir no crime de abuso de autoridade. Entretanto, por exemplo, caso haja a autorização dos donos após esse horário descrito, poderá ocorrer a busca e apreensão normalmente. 
§ 2º.  NÃO HAVERÁ CRIME se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.
Art. 23.  INOVAR ARTIFICIOSAMENTE, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Como, por exemplo, num caso de um possível homicídio, na fase de isolamento (cadeia de custódia), quando a autoridade chega no local e vê o corpo da mulher estirado ao chão, de barriga para cima, decide virá-la para baixo (inovando artificialmente), com o intuito de anular a possível tese de legítima defesa. 
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:
I - Eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de diligência;
II - Omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.
Art. 24.  CONSTRANGER, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Não cabe acordo de persecução penal (pois é sob violência ou grave ameaça
Como, por exemplo: uma autoridade ameace/constranja um médico a aceitar realizar (fingir) um “tratamento” em um paciente que já esteja morto, tendo como intuito prejudicar a apuração do crime, alegando, por exemplo, que houve lesão corporal e não homicídio.
 DIRETO DO CONCURSO
	1. 	(ADM&TEC/2021) Analise as afirmativas a seguir:
1. – O artigo 28 da Lei n. 13.869/2019 determina uma pena de detenção, de um a quatro anos, e multa, para quem divulgar uma gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada do investigado. V
1. – O artigo 24 da Lei n. 13.869/2019 prevê uma pena de detenção, de um a quatro anos, e multa, em substituição à pena correspondente à violência, para quem constranger, sob violência ou grave ameaça, um funcionário de uma instituição hospitalar pública a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar o local ou o momento de crime, prejudicando sua apuração. Marque a alternativa CORRETA:
1. As duas afirmativas são verdadeiras.
1. A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa
1. A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
1. As duas afirmativas são falsas.
Há de se ressaltar que, além da detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, haverá o diferenciador da pena correspondente à violência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por MEIO MANIFESTAMENTE ILÍCITO:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude. Aqui não foi ele que gerou a prova ilícita, mas ele sabia que era ilicita
A jurisprudência admite excepcionalmente o uso de provas ilícitas a favor do réu.
Esse crime consiste apenas no uso de tais provas em desfavor do réu. Pode-se admitir uma prova ilícita para beneficiar o réu. Isso não configura o crime de abuso de autoridade.
· Alguns direitos previstos no Código de Processo Penal - CPP, se não observados, configuram crime na Lei n. 13.869/2019.
REGRA GERAL é a liberdade dos meios de prova. A exceção, inclusive constitucional, é a vedação das provas ilícitas. 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as PROVAS ILÍCITAS, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
PARA A DOUTRINA
· Provas ilícitas são aquelas que violam normas de direito material e que, portanto,uma vez praticadas, configuram crime. 
Exemplo: uma prova obtida mediante tortura.
· Provas ilegítimas que são aquelas que violam normas de direito processual. 
Exemplo: uma prova obtida sem a observação do art. 226 do CPP, que descreve o passo a passo do reconhecimento. Primeiro, a pessoa convidada a reconhecer descreve a outra pessoa. Depois, esta pessoa é colocada ao lado de outras. Quando isso não é observado, tem-se a violação de uma norma de direito processual, portanto, uma prova ilegítima.
Essa diferenciação não foi levada em conta pelo CPP. A doutrina segue fazendo essa diferença, mas o CPP não a faz.
PARA O CPP 
· Provas ilícitassão aquelas que violam normas constitucionais ou normas legais. Para o CPP, prova ilícita é um gênero, ou seja, qualquer prova que viola a lei ou a Constituição é considerada prova ilícita.
A Lei n. 13.869/2019 trata como meio ilícito, abrangendo o conceito do art. 157 do CPP, ou seja, as provas obtidas com violação à Constituição ou às leis.
Art. 27. REQUISITAR INSTAURAÇÃO ou INSTAURAR PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: 
	Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
Exemplo: estou irritada com uma certa pessoa que entra no bate-papo e fica perguntando duzentas vezes a mesma coisa. Falo que vou instaurar um inquérito contra ela, porque sou delegada de polícia. Invento isso para lhe dar um susto, dizendo que ela praticou um crime de estelionato. Isso é crime de abuso de autoridade.
Art. 28. DIVULGAR gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, EXPONDO A INTIMIDADE OU A VIDA PRIVADA ou FERINDO A HONRA ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Exemplo: foi determinada uma interceptação de conversa telefônica de um ex-deputado federal com a amante dele. Nessa interceptação, ele fala sobre um crime (caixa dois). Esse trecho será utilizado. Porém, há um trecho da gravação em que ele pede para a sua amante vestir uma camisola de renda e diz que irá usar uma camisola também. Um policial decide divulgar esse trecho da interceptação telefônica para a mídia, expondo a intimidade e a vida privada do ex-deputado. Esse trecho não possui nenhuma relação com o crime. Tal divulgação fere a honra e o direito de imagem, podendo ser caracterizada como crime de abuso de autoridade.
Art. 29. Prestar INFORMAÇÃO FALSA sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado: 
	Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 30. DAR INÍCIO ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Refere-se a iniciar um processo criminal, um inquérito policial ou uma ação civil administrativa, tendo ciência da inocência.
No 27 eu não tenho indícios, no 30 eu sei que a pessoa é inocente
Art. 31. ESTENDER INJUSTIFICADAMENTE a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
É o famoso engavetamento de investigação.
Art. 32. NEGAR ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como IMPEDIR A OBTENÇÃO DE CÓPIAS, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível: .
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Súmula Vinculante n. 14, que diz que é direito do defensor o acesso aos elementos já documentados. Então, esse tipo penal do art. 32 é a violação da Súmula Vinculante n. 14.
Art. 33. EXIGIR informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, SEM EXPRESSO AMPARO LEGAL:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.
Exemplo: exigir eventualmente o comparecimento a um lugar sem que haja previsão na lei.
Art. 36. DECRETAR, em processo judicial, a INDISPONIBILIDADE DE ATIVOS FINANCEIROS em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Exemplo: Maria Geralda deve uma determinada quantia a Alan, que a vem cobrando. Essa quantia é devida por meio de um cheque de Maria Geralda no valor de R$ 5.000,00. 
Essa dívida, devidamente, atualizada soma R$ 6.200,00. É possível decretar a indisponibilidade de ativos, judicialmente, há um sistema chamado SISBAJUD. Entra-se na conta de Maria Geralda e se pega essa quantia judicialmente. Contudo, configura crime colocar um valor superior ao devido. 
Art. 37. DEMORAR demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, COM O INTUITO DE PROCRASTINAR seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
O colegiado, normalmente, é composto por três desembargadores. Isso hoje pode configurar crime de abuso de alta autoridade.
Art. 38. ANTECIPAR O RESPONSÁVEL pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Exemplo: determinado delegado está apurando um crime, em que uma mulher é suspeita de ter matado o amante. Saiu a notícia, mas esse crime ainda está sob os cuidados do delegado. Ele não fez as primeiras diligências nem concluiu o inquérito. Porém, ele vai para a televisão e dá uma entrevista dizendo que não há qualquer dúvida de que foi ela que o matou, já estando o crime perfeitamente apurado. Ocorre que ele não concluiu as investigações e está atribuindo uma culpa, que nem é papel do delegado. Isso pode ser considerado um crime de abuso de autoridade.
Todas as penas vistas são de detenção e multa, variando de seis meses a dois anos ou de um a quatro anos.
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. 
Dois ritos
6 meses a 2 anos rito do JECRIM
1 a 4 anos rito sumaríssimo OU ordinário, CPP
RESUMO
FINALIDADE ESPECÍFICA
Abuso de autoridade para prejudicar a outrem, beneficiar a si mesmo, por mero capricho ou satisfação pessoal (art. 1º, § 1º).
Não tem crime culposo nem crime de hermenêutica (art. 1º § 2º).
Penas de detenção e multa (variam de 6 meses a 2 anos e de 1 a 4 anos).
EFEITOS DA CONDENAÇÃO:
· Obrigação de reparar o dano - efeito automático (art. 4º, I);
· Inabilitação para o exercício do cargo, mandato ou função pelo prazo de 1 a 5 anos - não automático, extrapenal (tem que ser declarado motivadamente na sentença);
· Perda do cargo, mandato ou função - não automático, extrapenal.
PRINCIPAIS CONDUTAS DELITIVAS:
· Não comunicar a prisão de alguém ao juiz ou família;
· Prolongar a prisão sem motivo;
· Não se identificar como policial durante captura ou interrogatório;
· Procrastinar investigação;
· Atribuir culpa publicamente antesda formalização da acusação;
· Decretar condução coercitiva sem prévia intimação;
· Constranger preso a se exibir para curiosidade pública;
· Manter presos de sexos diferentes na mesma cela;
	• Manter menor de idade na mesma cela de maior de idade. 
	
	
	
	
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