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9 - LEGISLAÇÃO E NORMAS

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LEGISLAÇÃO E NORMAS 
TÉCNICAS
2
Juliana Alberton Frias
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2021
 LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS
1ª edição
3
2021
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A 
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_________________________________________________________________________________________ 
Frias, Juliana Alberton
F897l Legislação e normas técnicas / Juliana Alberton Frias, –
São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2021.
 23 p.
 ISBN 978-65-5903-122-1
 1. Normas regulamentadoras. 2. NR. 3. Legislação. I. Título.
 
CDD 331.45
____________________________________________________________________________________________
 Evelyn Moraes – CRB: 010289/O
© 2021 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
https://www.platosedu.com.br/
4
SUMÁRIO
Introdução às legislações ____________________________________ 05
Normativas em segurança do trabalho e responsabilidades ___ 23
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS
5
Introdução às legislações.
Autoria: Juliana Alberton Frias
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Objetivos
• Apresentar as normativas que regem o exercício 
do profissional em Engenharia de Segurança do 
Trabalho.
• Conhecer as legislações pertinentes para acidentes 
de trabalho.
• Discutir os preceitos constitucionais que envolvem a 
segurança do trabalho.
6
1. Preceitos legais na profissão do engenheiro 
de segurança do trabalho
As legislações e normas técnicas que preceituam as regras para o 
ambiente laboral têm como objetivo garantir a saúde e a segurança 
de todos os trabalhadores em suas mais diversas atividades. Esses 
embasamentos estabelecem direitos e deveres para empresas e 
trabalhadores. Além disso, elas disciplinam e estabelecem requisitos 
mínimos para que as empresas ofereçam condições de trabalho dignas 
e seguras, ou seja, constituem um sistema que permite adequar o 
trabalho, o ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador.
1.1 Histórico da legislação de medicina e segurança do 
trabalho no Brasil
No Brasil, as questões trabalhistas começam a ser observadas 
principalmente em decorrência da queda da bolsa de valores de Nova 
York, em 1929, que afetaram diretamente a economia nacional. Assim, 
até esse período, pouco se observava no que tange à segurança do 
trabalhador.
Então, Getúlio Vargas, ao assumir o governo, traz como metas recuperar 
a economia cafeeira e disciplinar a organização do mundo do trabalho. 
Para regulamentar as vendas de produtos para o exterior, com base 
nas premissas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), durante 
esse governo foi criada a legislação trabalhista brasileira. No dia 01 
de maio de 1939, por meio da publicação do Decreto-lei nº 5.452/43 
(BRASIL, 1943a), é criada a Consolidação das leis do trabalho (CLT) e 
no dia seguinte é publicado o Decreto-lei nº 1.237/43, que organiza a 
Justiça do Trabalho (BRASIL, 1943b). Nesse ponto, é possível observar 
uma ampliação no que tange aos cuidados com o trabalhador e, 
consequentemente, com a segurança do trabalho.
7
O principal marco voltado à segurança do trabalho é observado na CLT, 
Decreto Lei nº 5.452/43 (BRASIL, 1943a), que traz um capítulo específico 
voltado à segurança e medicina do trabalho (Capítulo V, Título II), pelo 
qual são incluídos programas de atendimento ao trabalhador no intuito 
de atender a demanda de profissionais que já vinham sofrendo com 
doenças do trabalho (BRASIL, 1943a).
A partir desse importante marco, em 1944, o Decreto-Lei nº 7.036/44 
(BRASIL, 1944) promoveu a reforma da lei de acidentes de trabalho, criou 
a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e reformulando-a, 
passando a garantir a assistência médica, hospitalar e farmacêutica aos 
acidentados e indenizações por danos pessoais por acidentes (BRASIL, 
1944).
Na década de 1960, por meio da Portaria nº 319, de 30 de dezembro de 
1960, houve a regulamentação dos Equipamentos de Proteção Individual 
(EPI) (BRASIL, 1960). No mesmo período, a Lei nº 5.316/67 passou a 
transferir o seguro de acidentes do trabalho do setor privado para a 
Previdência Social (BRASIL, 1967). Por sua vez, essa lei é um marco no 
quesito segurança do trabalho, pois ela passa a restringir o conceito de 
doença do trabalho, excluindo as doenças degenerativas e as inerentes 
aos grupos etários.
Na década de 1970, também, foram observados importantes marcos, a 
começar pela Portaria nº 3.237/72 que determina a obrigatoriedade do 
Serviço Especializado de Segurança do Trabalho (BRASIL, 1972). E ainda, 
a integração do trabalhador rural ao regime de acidentes do trabalho 
da Previdência Social, por meio da Lei nº 6.195/74, regulamentada pelo 
Decreto nº 76.022/75 (BRASIL, 1974).
1.2 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
Em 1977, a Lei nº 6.514/77 altera o Capítulo V do Título II da 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativo a segurança e 
8
medicina do trabalho, e define que: cabe aos órgãos nacionais, entre 
outras atribuições, estabelecer limites e normas específicas, coordenar, 
orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades 
relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo 
o território nacional (BRASIL, 1977). Já às Delegacias Regionais do 
Trabalho cabe: promover a fiscalização do cumprimento das normas de 
segurança e medicina do trabalho, bem como adotar as medidas que se 
tornem exigíveis e, ainda, impor as penalidades cabíveis. Nesse contexto, 
destacam-se os arts. 157 e 158 da CLT (BRASIL, 1977, art. 157-158):
Art. 157. Cabe às empresas:
I–cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II–instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às 
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças 
ocupacionais;
III–adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional 
competente;
IV–facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. (Artigo 
com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977).
Art. 158. Cabe aos empregados:
I–observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as 
instruções de que trata o item II do artigo anterior;
II–colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.
Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do 
item II do artigo anterior;
9
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela 
empresa (Artigo com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977).
Além desses pontos destacados nos arts. 157 e 158, a CLT (BRASIL, 1977) 
reforça a necessidade das organizações em:
• Atenderem as prerrogativas de esfera estadual e municipal, bem 
como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.
• Fornecerem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
• Atentarem as medidas preventivas de medicina do trabalho,englobando os exames médicos.
• Cumprirem com os cuidados relativos aos ambientes de trabalho: 
iluminação, conforto térmico, movimentação e manuseio de 
materiais, atividades e operações insalubres etc.
Vale frisar que, conforme o art. 200 da CLT (BRASIL, 1977), cabe ao 
Ministério do Trabalho estabelecer as disposições complementares às 
normas relativas à segurança e medicina do trabalho.
Dessa forma, em 08 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou 
a Portaria nº 3.214/78, que aprovou as Normas Regulamentadoras 
(NR) pertinentes à Segurança e Medicina do Trabalho, ampliando o rol 
de cuidados, obrigações, deveres e direitos a serem cumpridos pelo 
empregador e empregado, aliando o ambiente, a saúde e o trabalho.
A CLT foi revisada em 2017, sendo aprovada nos termos da Lei nº 
13.467/17, e posteriormente, em 2020, regulamentando as condições 
mínimas de trabalho, programas de proteção ao colaborador, adicionais 
de insalubridade, entre outros pontos.
10
1.3 A regulamentação do engenheiro de segurança do 
trabalho
A década de 1980 representou um marco em termos legais para 
questões trabalhistas, uma vez que o Brasil passou a dispor de uma 
Constituição Federal (BRASIL, 1988). Neste mesmo período, por meio 
da Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985, foi regulamentada a 
especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança 
do Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho.
A Resolução nº 325, de 27 novembro de 1987, do Conselho Federal de 
Engenharia e Agronomia (CONFEA), dispõe sobre o exercício profissional, 
o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, e dá 
outras providências. Esta resolução define no art. 4º que as atividades 
dos Engenheiros e Arquitetos na especialidade de Engenharia de 
Segurança do Trabalho são as seguintes (CONFEA, 1987, art. 4º):
1- Supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços de 
Engenharia de Segurança Trabalho;
2- Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das 
instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de 
controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia, 
proteção contra incêndio e saneamento;
3- Planejar e desenvolver a implantação de técnicas relativas a 
gerenciamento e controle de riscos;
4- Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos 
técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição e agentes 
agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais como: poluentes 
atmosféricos, ruídos, calor radiação em geral e pressões anormais, 
caracterizando as atividades, operações e locais insalubres e perigosos;
11
5- Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo 
medidas preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, 
inclusive com respeito a custos;
6- Propor políticas, programas, normas e regulamentos de Segurança do 
Trabalho, zelando pela sua observância;
7- Elaborar projetos de sistemas de segurança e assessorar a elaboração 
de projetos de obras, instalações e equipamentos, opinando do ponto de 
vista da Engenharia de Segurança;
8- Estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus 
pontos de risco e projetando dispositivos de Segurança;
9- Projetar sistemas de proteção contra incêndio, coordenar atividades de 
combate a incêndio e de salvamento e elaborar planos para emergência e 
catástrofes;
10- Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a Segurança do 
Trabalho, delimitando áreas de periculosidade;
11- Especificar, controlar e fiscalizar sistemas de proteção coletiva e 
equipamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os de 
proteção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e eficiência;
12- Opinar e participar da especificação para aquisição de substâncias 
e equipamentos cuja manipulação, armazenamento, transporte ou 
funcionamento possam apresentar riscos, acompanhando o controle do 
recebimento e da expedição;
13- Elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de 
acidentes, promovendo a instalação de comissões e assessorando-lhes o 
funcionamento;
14- Orientar o treinamento específico de segurança do trabalho e 
assessorar a elaboração de programas de treinamento geral, no que diz 
respeito à Segurança do Trabalho;
12
15- Acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da adoção de 
medidas de segurança, quando a complexidade dos trabalhos a executar 
assim o exigir;
16- Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de 
funções, apontando os riscos decorrentes desses exercícios;
17- Propor medidas preventivas no campo de Segurança do Trabalho, em 
face do conhecimento da natureza e gravidade das lesões provenientes do 
Acidente de Trabalho, incluídas as doenças do trabalho;
18- Informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio 
de seus representantes, as condições que possam trazer danos à sua 
integridade e as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos e que 
deverão ser tomadas.
As mesmas atribuições se aplicam ao profissional formado em 
arquitetura, conforme a Resolução nº 162, de 24 de maio de 2018, do 
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), incluindo os 
seguintes pontos:
XIX–organização e supervisão das CIPAS;
XX–outras atividades destinadas a prevenir riscos à integridade da pessoa 
humana e a promover a proteção à saúde do trabalhador no ambiente de 
trabalho. (CAU, 2018, p. 5)
1.4 Preceitos constitucionais de proteção ao trabalhador
A Constituição Federal (BRASIL, 1988) é o conjunto de normas jurídicas 
supremas do Brasil, na qual são encontradas garantias fundamentais 
que norteiam o país. Nela são descritos os direitos sociais essenciais ao 
exercício da cidadania, que conforme o art. 6º englobam a educação, 
a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade, à infância e 
13
a assistência aos desamparados e ainda os mecanismos para garantir o 
cumprimento de tais direitos (BRASIL, 1988).
Um ponto importantíssimo descrito pela Constituição (BRASIL, 1988) 
são direitos e garantias para a classe trabalhadora, como: licença 
maternidade, licença paternidade, redução da jornada de trabalho de 
48 horas semanais para 44 horas etc. A partir da Constituição Federal, 
o trabalho passa a integrar os princípios fundamentais da república 
brasileira, sendo igualado a soberania, cidadania, a dignidade da pessoa 
humana, livre iniciativa e o pluralismo político (BRASIL, 1988).
O art. 7º da Constituição Federal (BRASIL, 1988), por sua vez, apresenta 
os direitos básicos dos trabalhadores, além de direitos que propendem 
a melhoria de sua condição social. Ao todo são 34 direitos apresentados 
pelos incisos, dentre os quais, merecem destaque:
• Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário.
• Fundo de garantia por tempo de serviço.
• Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no 
valor da aposentadoria.
• Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a 
mais do que o salário normal.
• Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a 
duração de cento e vinte dias.
• Licença-paternidade, nos termos fixados em lei.
• Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança.
• Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres 
ou perigosas, na forma da lei.
14
• Aposentadoria.
• Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em 
dolo ou culpa.
Diante disso, verifica-se que, por meio da Constituição Federal de 
1988, foram determinadas regras visando oferecer condições de 
trabalho dignas e condizentes com os princípios fundamentais deste 
documento, e, ainda, os direitos dos trabalhadores, determinando, por 
exemplo, como devem ser as relações de trabalho entre empregador e 
empregados, as bases salariais,os períodos adequados de jornadas de 
trabalho, entre outros.
Vale reforçar que, a própria carta magna determina a obrigatoriedade 
das empresas em promoverem ações para a redução dos riscos 
inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança; efetuarem o pagamento de adicional de remuneração 
no caso do desenvolvimento de atividades penosas, insalubres ou 
perigosas; e, ainda, a obrigatoriedade do pagamento pelo empregador 
do seguro contra acidentes de trabalho, sem excluir a responsabilidade 
que lhe é imputada, quando incorrer em dolo ou culpa.
2. Legislação previdenciária e acidentes do 
trabalho
A legislação previdenciária é um tema bastante amplo, no qual incluem-
se a regulamentação por meio das leis, garantindo os deveres e, 
também, os direitos dos trabalhadores, isto é, a cobertura legal de todo 
aquele que desenvolve uma atividade laboral registrada em sua Carteira 
de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
15
Em termos de saúde e segurança do trabalho, as regras trabalhistas 
estão previstas, basicamente, na CLT e são regulamentadas através das 
Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho. Contudo, 
além do cumprimento a legislação trabalhista, é fundamental que as 
organizações, bem como os profissionais, estejam em acordo com a 
legislação previdenciária e sindical.
2.1 Seguridade social
No período antecedente à Constituição Federal de 1988, o acesso à 
saúde se limitava aos contribuintes da previdência social, ou seja, até 
esse período poucas pessoas tinham acesso à prevenção de doenças 
e à assistência médico-hospitalar. Com o advento da CF (BRASIL, 1988), 
a saúde passa a ser direito de todos e dever do Estado, bem como a 
previdência e a assistência social.
Em suma, pode-se definir a seguridade social como a garantia de 
segurança na relação de trabalho, por meio da cobertura amparada pela 
Previdência Social que contempla o trabalhador com o seu respectivo 
registro na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social).
A Constituição Federal de 1988 descreve em seu art. 194 (BRASIL, 1988): 
“A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”, 
conforme discutiremos a seguir:
• Saúde
De acordo com o art. 196 da Constituição (BRASIL, 1988):
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
16
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação.
Ou seja, a saúde passa a ser direito de todos, independentemente de 
pagamentos relativos à previdência social.
• Previdência Social
Conforme o art. 201 da Constituição Federal (BRASIL, 1988):
A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de 
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, 
a:
I–cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II–proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III–proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV–salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa renda;
V–pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
Ou seja, somente os contribuintes têm direito aos benefícios da 
Previdência Social, sendo que a contribuição é de caráter obrigatório 
para profissionais que exercem atividades remuneradas.
• Assistência Social
Os arts. 203 e 204 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) tratam dessa 
espécie da Seguridade Social, a saber: “Art. 203. A assistência social será 
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à 
17
seguridade social”. Portanto, para ter acesso à Assistência Social, não é 
necessário contribuir, basta comprovar a necessidade de assistência.
Esse aspecto da Seguridade Social é para pessoas hipossuficientes, 
como idosos ou portadores de deficiência que não têm condições de 
promover sua própria subsistência.
2.2 Acidentes do trabalho
A premissa da Segurança do Trabalho é sempre prevenir os acidentes e 
doenças do trabalho. Com esse foco, presume-se que todo e qualquer 
acidente do trabalho e/ou doenças podem ser evitados. Para que isso 
seja possível, o empregador deve conhecer e promover ações que 
minimizem os riscos do ambiente laboral, assegurando a integridade de 
seus colaboradores.
Conforme a Lei nº 8.213/91 (BRASIL, 1991), o acidente do trabalho é 
aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou, 
ainda, pelo exercício do trabalho dos segurados, que resulte em lesão 
corporal ou perturbação funcional que acarrete a morte, a perda ou 
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho
Com base na lei supracitada, qualquer empregado que venha a sofrer 
danos em um evento que prejudique sua integridade, em decorrência da 
sua atividade, sofreu um acidente de trabalho (BRASIL, 1991). O mesmo 
vale para aquele que acabou por desencadear uma doença em virtude 
das condições às quais se expunha.
Assim, em termos do art. 86 da Lei nº 8.213/91 (BRASIL, 1991) e do 
art. 104 do Decreto nº 3.048/99 (BRASIL, 1999) fica definido que, nos 
primeiros 15 dias, é obrigação da empresa o pagamento do salário do 
acidentado e, a partir do 16º dia, o segurado passa a receber o auxílio 
doença acidentário. Segundo Vendrame (2008), se houver sequela 
definitiva, seja essa lesão anatômica ou funcional que permaneça depois 
18
de encerrada a evolução clínica, é devido o auxílio acidente de qualquer 
natureza ou causa.
Caso haja incapacidade para o trabalho e, ainda, a impossibilidade de 
reabilitação para o exercício que garanta a subsistência do funcionário é 
devida a aposentadoria por invalidez acidentária, podendo o segurado 
receber majoração do benefício em 25%, caso necessite de assistência 
permanente de outra pessoa, conforme previsto na Lei nº 8.213/91, art. 
42 e 45 (BRASIL, 1991).
2.3 Aposentadoria especial
No Brasil, a legislação previdenciária, por meio da Previdência 
Social, garante a aposentadoria especial. Esse benefício é devido 
aos profissionais que atuem em atividades e/ou operações que os 
exponham a agentes nocivos.
O Decreto nº 3.048/99, que Aprova o Regulamento da Previdência 
Social, e dá outras providências, alterado e revisado em 2020, pelo 
Decreto nº 10.410/2020 traz em seu Anexo IV a relação dos agentes 
químicos, físicos, biológicos, considerados para fins de concessão 
de aposentadoria especial, bem como o tempo de exposição. Logo, 
o empregado que comprove ter trabalhado com exposição habitual 
e permanente a agentes nocivos listados no Anexo IV terá direito a 
aposentadoria após 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, de trabalho 
com exposição a esses agentes.
Esse decreto define os documentos de emissão obrigatória por parte 
das empresas acerca do seu ambiente de trabalho e dos colaboradores, 
de forma a comprovar o direito a esse benefício. Vale ressaltar que 
diferente da CLT, as legislações previdenciárias não visam a melhoria do 
ambiente de trabalho.
Conforme consta no art. 68 do Decreto nº 10.410/20 (BRASIL, 2020):
19
§ 6º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência 
aos agentes existentes no ambiente de trabalho prejudiciais à saúde de 
seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva 
exposição em desacordo com o referido laudo incorrerá na infração a que 
se refere a alínea “n” do inciso II do caput do art. 283. (Redação dada pelo 
Decreto nº 10.410, de 2020).
§ 8º A empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil 
profissiográfico previdenciário, ou o documento eletrônico que venha a 
substituí-lo, no qual deverão ser contempladas as atividades desenvolvidas 
durante o período laboral, garantido ao trabalhadoro acesso às 
informações nele contidas, sob pena de sujeição às sanções previstas na 
alínea “h” do inciso I do caput do art. 283. (Redação dada pelo Decreto nº 
10.410, de 2020).
O Laudo Técnico, conhecidamente chamado de LTCAT (Laudo Técnico 
de Condições Ambientais do Trabalho), é o documento que caracteriza o 
ambiente de trabalho, indicando a existência ou não de agentes nocivos 
à saúde do trabalhador. Em geral, ele é utilizado como comprovação 
para a aposentadoria especial e obrigatório para empregados que 
poderão requerer aposentadoria especial.
Já o referido Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um formulário 
instituído pelo INSS que apresenta o histórico laboral do trabalhador e 
contempla, ainda, informações sobre as atividades desempenhadas, a 
exposição aos agentes nocivos, resultados de exames médicos, entre 
outras informações.
Nesse contexto, é importante reforçar que o trabalhador tem direito 
a estar protegido e assegurado no que tange aos agentes nocivos no 
ambiente de trabalho. Portanto, para que se cumpra esse direito, o 
empregador deverá estar alicerçado as normas regulamentadoras, a 
Legislação Previdenciária de Saúde e Segurança o Trabalho e, ainda, a 
Legislação Trabalhista. Além disso, cabe-nos reforçar a responsabilidade 
e o compromisso dos empregados e das empresas, que devem ser 
20
os primeiros a buscar a prevenção e a evitar acidentes e doenças 
profissionais, bem como da atuação dos sindicatos na proteção dos 
trabalhadores, na saúde e na proteção da vida.
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22
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23
Normativas em segurança do 
trabalho e responsabilidades
Autoria: Juliana Alberton Frias
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Objetivos
• Conhecer as normativas que regem a segurança do 
trabalho.
• Distinguir responsabilidade civil, trabalhista e 
criminal.
• Analisar as convenções da Organização Internacional 
do Trabalho (OIT).
24
1. Normas regulamentadoras em segurança do 
trabalho
Segurança do trabalho é um conceito que se intensifica no Brasil 
durante os anos de 1930 a 1956, período conhecido como fase da 
Revolução Industrial Brasileira e retratado por características hostis 
ao homem, no qual se sobressaem mão de obra pouco especializada 
e, muitas vezes, mal gerida, as exaustivas jornadas de trabalho, os 
péssimos ambientes e ritmos de trabalho e o consequente prejuízo 
à saúde e à vida do trabalhador. Essas condições fizeram com que 
doenças pouco difundidas surgissem e intensificassem a necessidade de 
leis que regessem esse cenário.
Tendo em vista esse descompasso entre o trabalho e a saúde humana, 
a Consolidação das Leis do Trabalho (BRASIL, 1943) define, em seu art. 
200, que cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer as disposições 
complementares às normas relativas à segurança e medicina do 
trabalho (BRASIL, 1943). Esse passo importante fez com que, em 08 de 
junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovasse a Portaria nº 3.214 
(BRASIL, 1978), regulamentando as normas pertinentes a Segurança e 
Medicina do Trabalho, conhecidas como Normas Regulamentadoras 
(NR), ampliando o rol de legislações a serem seguidas pelas 
organizações.
As NRs impõem diversas obrigações aos empregadores, desde conhecer 
os riscos intrínsecos a atividade e ao ambiente de trabalho, bem como 
oferecer as ferramentas e as medidas de contenção adequadas. Entre os 
quesitos básicos, estabelece-se como ponto focal o conhecimento acerca 
dos riscos inerentes a atividade prestada, de modo a prever e solucionar 
os riscos antes que eles venham a causar danos.
A princípio foram concebidas 28 normas regulamentadoras, que 
tratavam de condições necessárias a serem seguidas pelas organizações 
25
que admitiam funcionários sob regime CLT e algumas particularidades 
em atividades específicas, cujo potencial de dano era extremamente 
elevado. Hoje, há 37 Normas Regulamentadoras (NR) (Quadro 1) 
promulgadas, das quais 35 estão em vigência. Essas normas versam 
obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores 
e empregados com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, 
prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho (ENIT, 
2021).
Quadro 1 – Normas Regulamentadoras–NR
Norma 
Regulamentadora Descrição
NR-01 Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.
NR-02 Inspeção Prévia (REVOGADA).
NR-03 Embargo ou Interdição.
NR-04 Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho.
NR-05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
NR-06 Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
NR-07 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional–PCMSO.
NR-08 Edificações.
NR-09 Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos.
NR-10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
NR-11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.
NR-12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
NR-13 Caldeiras e Vasos de Pressão, Tubulações e Tanques Metálicos de Armazenamento.
NR-14 Fornos.
NR-15 Atividades e Operações Insalubres.
NR-16 Atividades e Operações Perigosas.
NR-17 Ergonomia.
NR-18 Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção.
26
Norma 
Regulamentadora Descrição
NR-19 Explosivos.
NR-20 Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis.
NR-21 Trabalho a Céu Aberto.
NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração.
NR-23 Proteção Contra Incêndios.
NR-24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.
NR-25 Resíduos Industriais.
NR-26 Sinalização de Segurança.
NR-27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho (REVOGADA).
NR-28 Fiscalização e Penalidades.
NR-29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.
NR-30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.
NR-31 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.
NR-32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde.
NR-33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados.
NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval.
NR-35 Trabalho em Altura.
NR-36 Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados.
NR-37 Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo.
Fonte: ENIT (2021, [s.p.]).
A NR-01–Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, 
que entrou em vigor em 3 de janeiro de 2020, tem um papel 
fundamental nas instituições, uma vez que, tem como objetivo 
estabelecer as disposições gerais relativas à segurança do trabalho 
e ainda as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos 
ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no 
Trabalho (SST).
27
De acordo com a NR-01 (BRASIL, 2020), consideram-se deveres da 
organização: evitar os riscos ocupacionais; identificar os perigos e 
possíveis lesões ou agravos à saúde, preferencialmente antes do início 
do funcionamento do estabelecimento; avaliar os riscos ocupacionais 
indicando o nível de risco; classificar os riscos ocupacionais para 
determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção; 
implementar medidas de prevenção, de acordo com a classificação de 
risco (vale reforçar que, sempre que possível, o risco deve ser eliminado); 
e acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.
O gerenciamento dos riscos ocupacionais (GRO) deverá ocorrer por 
meio da consolidação do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). 
Por sua vez, ele deverá contemplar ou estar integrado com os demais 
planos, programas e outros documentos previstos na legislação de 
segurança e saúde no trabalho.
As normas NR-04 (BRASIL, 2016) e a NR-05 (BRASIL, 2021) também 
merecem destaque, pois, indicam a necessidade de pessoas dentro 
das organizações lidando diretamente com a segurança do trabalho, 
respectivamente, no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança 
e em Medicina do Trabalho (SESMT), descrito pela NR-04 (BRASIL, 2016) 
e na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), descrita pela 
NR-5 (BRASIL, 2021).
A NR-04 (BRASIL, 2016) estabelece que quaisquer empresas, de caráter 
público ou privado que possuam empregados regidos pela CLT, deverão, 
obrigatoriamente, estabelecer e manter os Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), com o 
propósito de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador 
no local de trabalho (alterado pela Portaria SSMT nº 33, de 27 de 
outubro de 1983). Logo, seu dimensionamentodeverá ocorrer com 
base no cruzamento entre a quantidade de empregados registrados 
na organização e o grau de risco da atividade principal, conforme 
demonstra o quadro II da NR-04, apresentado na Tabela 1.
28
Tabela 1 – Dimensionamento do SESMT, conforme NR-04
Grau de 
Risco
N.º de Empregados
no estabelecimento
Técnicos
50
a 100
101
a 250
251
a 500
501
a 
1.000
1.001
a 
2000
2.001
a 
3.500
3.501
a 
5.000
Acima de 
5000 Para 
cada grupo de 
4000 ou fração 
acima 2000**
1 Técnico Seg. Trabalho 1 1 1 2 1
Engenheiro Seg. 
Trabalho
1* 1 1*
Aux. Enferm. 
Do Trabalho
1 1 1
Enfermeiro do 
Trabalho
1*
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1*
2 Técnico Seg. Trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro Seg. 
Trabalho
1* 1 1 1*
Aux. Enferm. 
Do Trabalho
1 1 1 1
Enfermeiro do 
Trabalho
1
Médico do Trabalho 1* 1 1 1
3 Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro Seg. 
Trabalho
1* 1 1 2 1
Aux. Enferm. 
Do Trabalho
1 2 1 1
Enfermeiro do 
Trabalho
1
Médico do Trabalho 1* 1 1 2 1
4 Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro Seg. 
Trabalho
1* 1* 1 1 2 3 1
Aux. Enferm. 
Do Trabalho
1 1 2 1 1
Enfermeiro do 
Trabalho
1
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
(*) Tempo parcial (mínimo de três horas)
(**) O dimensionamento total deverá ser feito similares 
levando-se em consideração o dimensionamento 
de faixas de 3501 a 5000 mais o dimensionamento 
do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.
OBS: Hospitais, Ambulatórios, Maternidade, Casas 
de Saúde e Repouso, Clínicas e estabelecimentos 
com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão 
contratar um Enfermeiro em tempo integral.
Fonte: Brasil (2016, p. 35).
29
Nesse contexto, destaca-se que as atividades dos profissionais 
integrantes do SESMT são essencialmente prevencionistas, embora 
não seja vedado o atendimento de emergência, quando ele se tornar 
necessário (BRASIL, 2016).
A NR-05 (BRASIL, 2021), por sua vez, define que a Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA) deverá ser formada por representantes 
do empregador e dos empregados, em organizações privadas e os 
órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como os órgãos 
dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam 
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A CIPA, conforme a NR-05, tem por objetivo a “prevenção de acidentes 
e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível 
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção 
da saúde do trabalhador” (BRASIL, 2021, p. 1).
Vale ressaltar que, as normas são estabelecidas de modo a atender 
as empresas no sentido de gerir adequadamente seus ambientes, 
garantindo segurança aos trabalhadores. Contudo, conforme os dados 
estatísticos apontam a prevalência de acidentes em determinada 
atividade ou segmento econômico, novas normas podem ser criadas ou 
ocorrer a atualização das existentes. Quem realiza essas modificações 
é a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, por meio do sistema 
tripartite paritário. Conforme abordaremos na sequência, esse sistema, 
preconizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), envolve 
grupos e comissões compostas por representantes do governo, de 
empregadores e de trabalhadores.
2. Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
e convenções
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a única agência das 
Nações Unidas que tem estrutura tripartite, ou seja, sua representação 
30
envolve governos, organizações de empregadores e de trabalhadores. 
Desde sua fundação pelos países industrializados, em 1919, a OIT 
demonstra que o seu sucesso se deve, em grande parte, à sua 
capacidade de renovação, evolução e adaptação, tendo como objetivo 
“promover um mundo no qual trabalhadores, empregadores e governos 
poderiam atuar juntos para construir a paz universal, com base na 
justiça social” (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020, [s.p.]).
Desse modo, sua concepção ocorreu com base em argumentos 
humanitários e políticos, haja vista que seu período de criação ocorre 
em um momento cercado de injustiças e lastimáveis condições de 
trabalho decorrentes da Revolução Industrial durante o século XVIII, na 
Inglaterra. No Brasil, a OIT começou a ser representada na década de 
1950, desenvolvendo programas e atividades, bem como a promoção 
permanente das normas internacionais do trabalho, do emprego, da 
melhoria das condições de trabalho e da ampliação da proteção social 
(OIT, 2020).
Na Conferência Internacional do Trabalho, em 1998, foi aprovada a 
Declaração dos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho. Essa 
declaração estabelece quatro princípios fundamentais a que todos os 
membros da OIT estão sujeitos (OIT, 2020):
• Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de 
negociação coletiva.
• Eliminação de todas as formas de trabalho forçado.
• Abolição efetiva do trabalho infantil.
• Eliminação de todas as formas de discriminação no emprego ou na 
ocupação.
Em 1999, a OIT introduziu o conceito de trabalho decente, que reforça a 
importância do trabalho na vida do homem, sua importância em termos 
31
de dignidade e sustento, e principalmente na redução da pobreza em 
todas as sociedades (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020). Por sua vez, o 
trabalho decente envolve a:
[...] promoção de oportunidades para mulheres e homens do mundo para 
conseguir um trabalho produtivo, adequadamente remunerado, exercido 
em condições de liberdade, equidade e segurança e capaz de garantir uma 
vida digna. (OIT, 2020, [s.p.])
O trabalho decente tem como objetivos estratégicos:
a. Respeito às normas internacionais do trabalho, em especial aos 
princípios e direitos fundamentais do trabalho.
b. Promoção do emprego de qualidade.
c. Extensão da proteção social.
d. Fortalecimento do diálogo social.
O termo Trabalho Decente se tornou mais efetivo em 2006, quando 
o Conselho Econômico e Social da ONU recomendou ao sistema das 
Nações Unidas apoiar e financiar programas e esforços para a geração 
de emprego em condições decentes para todos. Nesse mesmo ano, 
durante a XVI Reunião Regional Americana, em Brasília, o Governo 
brasileiro lançou oficialmente a Agenda Nacional de Trabalho Decente 
(ANTD), utilizada até os dias atuais e se embasando em três prioridades 
(OIT, 2020):
• Gerar mais e melhores empregos, com igualdade de 
oportunidades e de tratamento.
• Erradicar o trabalho escravo e eliminar o trabalho infantil, em 
especial em suas piores formas.
• Fortalecer os atores tripartites e o diálogo social como um 
instrumento de governabilidade democrática.
32
Regularmente, a OIT verifica e controla a aplicação das Normas 
Internacionais do Trabalho, de modo a assegurar que os países e 
estados membros implementem as convenções que corroboram e 
ainda apontam as áreas onde elas poderiam ser melhor aplicadas. “Se 
houver algum problema na aplicação das normas, a OIT procura ajudar 
os países através do diálogo social e da assistência técnica” (OIT, 2020, 
[s.p.]).
No total, a OIT dispõe de 189 convenções, que envolvem a proteção 
social, os recursos humanos, saúde e segurança no trabalho, bem 
como diversas outras atividades cujos riscos são peculiares ao labor. 
A Organização Internacional do Trabalho classifica as convenções e os 
protocolos como tratados internacionais que estabelecem padrões e 
pisos mínimos que deverão ser considerados por todos os países que os 
ratificam. Conforme expressa a OIT (2020, [s.p.]):
A ratificação de uma convenção ou protocolo da OIT por qualquer um de 
seus 187 Estados-membros é um ato soberano e implica sua incorporação 
total ao sistema jurídico, legislativo, executivo e administrativo do país em 
questão, tendo, portanto, um caráter vinculante.
O Brasil, por sua vez, ratificou um total de 82 Convenções da OIT, em 
vigor, relativas aos seguintes temas (OIT, 2020):
• Convenções 87, 98, 135, 141, 151 e 154 relativas à liberdade 
sindical e a negociação coletiva nos setores privado e público.
• Convenção 169 sobre os direitos dos povos indígenas e tribais.• Convenções 138, 182, 29 e 105 relativas à erradicação do trabalho 
infantil e do trabalho forçado.
• Convenções 100 e 111 e Recomendação 200 relativas à erradicação 
de discriminação no emprego.
• Convenção 137 sobre trabalho portuário.
33
• Convenção 102 e Recomendação 202 sobre proteção social e 
seguridade social.
• Convenções 155 e 161 relativas à segurança e à saúde no trabalho.
• Convenção 158 sobre as condições do término do emprego.
Além das convenções, a OIT possui diversas recomendações, que são 
as normas, cujo número de adesão foi insuficiente para que a mesma 
fosse considerada uma convenção. Por essa razão, ela tem caráter 
meramente sugestivo ao Estado. Frequentemente as recomendações 
são complementares às convenções. Ainda, existem recomendações 
autônomas, que podem servir como guias para a legislação e as políticas 
públicas dos Estados-membros.
Concomitantemente, o Pacto Global da ONU define dez princípios 
universais que orientam as empresas a respeitar as responsabilidades 
fundamentais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e 
anticorrupção, conforme descritos a seguir. Esses princípios se baseiam 
em convenções e declarações internacionais, incluindo a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos definida pela OIT.
• Princípios sobre direitos humanos
Princípio 1: as empresas devem apoiar e respeitar a proteção dos 
direitos humanos reconhecidos internacionalmente.
Princípio 2: as empresas devem se assegurar de que suas operações não 
são cúmplices da violação dos direitos humanos.
• Princípios laborais
Princípio 3: as empresas devem apoiar a liberdade de associação e o 
reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva.
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Princípio 4: as empresas devem apoiar a eliminação de todas as formas 
de trabalho forçado ou compulsório.
Princípio 5: as empresas devem apoiar a erradicação efetiva do trabalho 
infantil.
Princípio 6: as empresas devem apoiar a eliminação da discriminação no 
emprego e na ocupação.
• Princípios ambientais
Princípio 7: as empresas deverão manter um enfoque preventivo para os 
desafios do meio ambiente.
Princípio 8: as empresas devem assumir iniciativas que promovam uma 
maior responsabilidade ambiental.
Princípio 9: as empresas devem favorecer o desenvolvimento e a 
disseminação das tecnologias que respeitam o meio ambiente.
• Princípio anticorrupção
Princípio 10: as empresas devem trabalhar contra a corrupção em todas 
as suas formas, inclusive extorsão e suborno.
Esses princípios deverão nortear as organizações a formular e 
estabelecer suas metas e objetivos, para realizar uma gestão adequada, 
promulgando qualidade e segurança no ambiente de trabalho.
3. Responsabilidade e corresponsabilidade dos 
empregadores
Nesse contexto, é fundamental compreender que os empregadores 
possuem uma relação direta com a saúde e a segurança dos 
trabalhadores por eles contratados, portanto, em caso de acidentes 
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do trabalho o empregador terá responsabilidades a cumprir. Pode-se 
qualificar as responsabilidades no âmbito civil, criminal, trabalhista e 
profissional, conforme será descrito a seguir.
3.1 Responsabilidade civil
A responsabilidade civil consiste na obrigação de indenizar um dano 
patrimonial ou moral decorrente de um fato humano.
Considera-se como elementos da responsabilidade civil:
• Atuação lesiva culposa ou dolosa do agente.
• Ocorrência de um dano patrimonial ou moral.
• Nexo de causalidade entre o dano e a conduta/atuação/evento.
De acordo com o art. 7º da Constituição (BRASIL, 1988), cabe a reparação 
do dano pelo empregador, conforme traz o inciso XXVIII, “seguro contra 
acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização 
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”.
A responsabilidade civil pode se caracterizar como subjetiva ou objetiva. Em 
que a responsabilidade subjetiva está pautada no art. 7º da Constituição 
(BRASIL, 1988) e no art. 186 do Código Civil (BRASIL, 2002), que define: 
“aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imperícia, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, 
comete ato ilícito”. Dessa forma, o empregador poderá responder em caso 
de danos aos seus respectivos funcionários quando considerado culpado, 
seja por atos de negligência, imprudência ou imperícia.
Para a Segurança no Trabalho, o termo negligência deve estar 
diretamente relacionada a omissão ou, ainda, na demora para prevenir 
danos. Assim, alguém que deixa de tomar uma atitude ou apresentar 
36
conduta que era esperada para a situação está sendo negligente. Já a 
imprudência remete à uma ação que foi realizada de modo precipitado, 
sem cautela ou sem pensar antes de agir. Diferente da negligência, na 
imprudência o autor não deixa de realizar a ação (não é omisso), ele age 
de maneira incoerente e, muitas vezes, desastrosa.
A imperícia, por sua vez, pode ser descrita como a inaptidão, ignorância, 
falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de 
conhecimentos elementares e básicos da profissão. Ou seja, não existe 
conhecimento técnico suficiência para executar a ação corretamente, o 
que poderá resultar em prejuízos variados.
Para tanto, compreende-se que a responsabilidade subjetiva se embasa 
na presença do dano, do evento danoso, do nexo causal entre o dano e 
o evento e da culpa do agente, também aplicada em caso de dolo.
Na responsabilidade objetiva, não é necessária a caracterização de 
culpa. Entende-se, portanto, que os riscos da atividade por si só são 
capazes de gerar danos e, assim, tanto a doença como o acidente de 
trabalho geram para o empregador o dever de indenização. Conforme 
o Código Civil (BRASIL, 2002), art. 927: “Haverá obrigação de reparar o 
dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, 
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
O Supremo Tribunal Federal definiu, em 5 de setembro de 2019, que 
profissionais que atuam em atividade de risco têm direito à indenização em 
razão de danos decorrentes de acidente de trabalho, independentemente 
da comprovação de culpa ou dolo do empregador (STF, 2019).
3.2 Responsabilidade criminal
A Lei nº 8.213/91, em seu art. 19, define o acidente de trabalho e reforça 
em seu parágrafo 2º que: “Constitui contravenção penal, punível com 
37
multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene 
do trabalho” (BRASIL, 1991). Dessa forma, cabe-nos destacar que a 
infração à responsabilidade civil poderá não apenas acarretar ação 
civil quanto penal, estando ambas diretamente associadas à culpa 
do empregador em decorrência do descaso e da omissão quanto às 
questões de segurança previstas nos princípios constitucionais de suas 
responsabilidades.
Conforme o art. 18 do Código Penal (BRASIL, 1940), considera-se crime 
doloso aquele em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo; e crime culposo quando “o agente deu causa ao resultado 
por imprudência, negligência ou por imperícia”. Ainda, conforme o art. 
132 do mesmo código, considera-se crime de perigo “expor a vida ou a 
saúde de outrem a perigo direto e iminente”, sob pena de detenção, de 
três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave (BRASIL, 
1940, art. 18).
O infortúnio laboral pode gerar para os empregadores processos de 
responsabilidade penal, civil, administrativa, acidentária e trabalhista, 
podendo ainda se estender a prepostos do empregador, como para 
engenheiros de segurança, supervisores, gerentes etc.
3.3 Responsabilidade trabalhista
É dever do empregador reparar o dano moral ou patrimonial causado 
por uma das partes do contrato de trabalho. Assim, tanto a CLT (BRASIL, 
1943) quanto a Constituição Federal (BRASIL, 1988) determinam ao 
empregador diversas obrigações. A Constituição Federal (CF), por 
exemplo, determina a obrigação do empregador de adotar uma postura 
proativa na implantação do programade gestão de segurança e saúde, 
de modo a garantir a melhoria das condições de trabalho e da qualidade 
de vida dos trabalhadores (BRASIL, 1988). A CLT, por outro lado, dedica 
um capítulo todo à preservação da saúde e da segurança do trabalhador 
38
(BRASIL, 1943). Conforme o Capítulo V da CLT (BRASIL, 1943), cabe ao 
empregador a eliminação ou redução do risco, bem como pausas e, até 
mesmo, a redução da jornada de trabalho ou do tempo de exposição a 
alguns riscos ambientais.
Para finalizar, é importante frisar que as empresas possuem diversas 
responsabilidades para assegurar e garantir a qualidade de vida 
e a segurança dos profissionais que por elas atuam. Um ponto 
extremamente relevante se dá pelo cumprimento das Normas 
Regulamentadoras, que traçam diretrizes para execução de diversas 
atividades e, ainda, exigências a serem cumpridas tanto pelas 
organizações quanto pelos trabalhadores de modo a minimizar os riscos 
do ambiente laboral, gerar mais qualidade a organização e segurança a 
vida do trabalhador. Além das NRs, é fundamental que os empregadores 
respeitem as convenções da OIT, no que tange a qualidade de vida 
do trabalhador, visando constantemente promulgar um ambiente 
adequado, reduzindo as chances de acidentes ou doenças do trabalho e 
evitando, por conseguinte, ações judiciais que poderão acometê-los.
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STF. Supremo Tribunal Federal. STF decide que que empregador tem 
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BONS ESTUDOS!
	Sumário
	Introdução às legislações. 
	Objetivos
	1. Preceitos legais na profissão do engenheirode segurança do trabalho
	2. Legislação previdenciária e acidentes do trabalho
	Referências Bibliográficas
	Normativas em segurança do trabalho e responsabilidades
	Objetivos
	1. Normas regulamentadoras em segurança do trabalho
	2. Organização Internacional do Trabalho (OIT) e convenções
	3. Responsabilidade e corresponsabilidade dos empregadores
	Referências Bibliográficas

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