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segundos ANOS Vespertino Sociologia Filosofia PROFESSOR: AUGUSTO Essa nossa apostila está dividida em quatro partes, cada uma das partes apontam possibilidades de interpretação da relação entre indivíduo e sociedade, clique nos links e acesse cada uma delas, leia atentamente, assista os vídeos, responda as questões e bons estudos!!! https://forms.gle/2gWqYeHpBHuaNzqa7 PROFESSORA: EVELYSE OLÁ A TODOS, DIANTE DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELA PANDEMIA, VAMOS POR ENQUANTO, DESENVOLVER ALGUNS TÓPICOS IMPORTANTES PARA NOSSA FILOSFIA. QUE TODOS ESTEJAM BEM E SEGUROS, ABRAÇOS... https://forms.gle/2gWqYeHpBHuaNzqa7 AULA 01 – FILOSOFIA GRECO ROMANA O HELENISMO FILOSOFIA GRECO-ROMANA: A filosofia desenvolvida pelos dois maiores pensadores da antiguidade é considerada um sistema, pois, abrangem todo o conhecimento desenvolvido na época em diversas áreas. O restante da filosofia desenvolvida na antiguidade é denominada filosofia greco-romana. Há neste período grandes pensadores de destaque. Este período culmina no fim do império grego e no auge do império romano. Os romanos não se preocuparam em desenvolver novos sistemas. Dentro da filosofia o maior destaque cabe a Cícero. Neste período a filosofia torna-se cosmopolita e volta-se para as cidades e a vida nestas, desenvolvendo sistemas, códigos de ética, análises morais, etc. Os principais destaques são as seguintes Escolas de Pensamento: CETICISMO – A SUSPENSÃO DO JUÍZO - O termo cético vem da palavra grega skepsis, que significa "exame". Atualmente, dizemos que uma pessoa cética é alguém que não acredita em nada, mas não é bem assim. Um filósofo cético é aquele que coloca suas crenças e as dos outros sob exame, a fim de verificar se elas são realmente dignas de crédito ou não. Pirro de Elis é considerado o fundador do ceticismo. Segundo ele, não podemos ter posições definitivas sobre determinado assunto, pois mesmo pessoas muito sábias podem ter posições absolutamente opostas sobre um mesmo tema e ótimos argumentos para fundamentar suas posições. Nesse caso, Pirro nos aconselha a suspensão do juízo e a mantermos nossa mente tranquila (ataraxia). O filósofo Pirro de Elis: O filósofo Pirro de Elis é considerado na história como o precursor do ceticismo. Pirro passou a ter aproximação com a filosofia através das obras desenvolvidas por Demócrito, antes disso sua profissão era pintor. Pirro nasceu na cidade de Elis e é tratado como o primeiro filósofo dos estudos do ceticismo, apesar de não haver obras dele. Suas ideias são conhecidas através dos escritos de Tímon de Fliunte (360-230 a.C). Pirro foi também o responsável por criar a escola que tem origem do seu nome “pirronismo”. Pirro teve contato com culturas, costumes e doutrinas, além do misticismo de pensadores da Índia e da Pérsia, durante uma viagem realizada com Alexandre, o grande e com o filósofo Anaxarco. Isso trouxe ao filósofo experiências que influenciaram na forma de pensar. Diante disso, ele manifestou sua postura cética como não saber o que é certo ou errado, bom ou ruim. O que é acatalepsia: Dentro da filosofia de Pirro de Élis há termos como acatalepsia. Essa expressão diz respeito a inviabilidade de compreender as coisas e ainda a impossibilidade de agarra-se a algo como uma verdade absoluta. A palavra nessa corrente filosófica expressa que as coisas não passam de ilusão. O termo “Epoché” : Epoché é um termo grego no qual corresponde ao ato de suspender o julgamento sobre as coisas. Essa expressão remete a ideia de que ao invés de um indivíduo apegar-se a verdade de um fato, ele deve abster- se e não pôr em juízo. Górgias: Na Antiguidade grega, o filósofo sofista Górgias de Leonti (séc. v a.C.), um mestre da Retórica, desenvolveu três teses: O ser não existe; Se existisse alguma coisa, não poderíamos conhecê-la; Se a conhecêssemos, não poderíamos comunicá-las aos outros; Nessas três teses, Górgias separa o ser, o pensar e o dizer. Desse modo, critica os pensadores que identificam o pensamento acerca do real com a realidade das coisas. O seu ceticismo é uma maneira de dizer que o ser não se deixa desvelar pelo pensamento. CINISMO –ALÉM DAS CONVENCÕES SOCIAIS - O Cinismo surgiu em Atenas por volta dos séculos III e IV a.C. e deve-se a Antístenes, um filósofo grego, o crédito de iniciador de tal filosofia. Os cínicos sempre repudiaram a visão materialista presente na sociedade. Eles pregavam justamente o oposto, que a infelicidade do homem provinha dessa tara por bens materiais, e que para alcançar a felicidade não era preciso esbanjar posses, apenas o necessário bastaria para se viver bem e que para ser feliz era preciso viver de acordo com a natureza e sempre próximo a ela. Antístenes atribuía ao poder e à riqueza o papel de corruptores do caráter humano, e dizia ainda que os verdadeiros homens não deveriam viver conforme as leis, mas sim conforme sua natureza. Diógenes de Sínope (413 - 323 a.C.): Diógenes foi aluno de Antístenes, fundador da escola cínica. Em sua época Diógenes foi destaque e símbolo do cinismo pois tornou sua filosofia uma forma de viver radical. Diógenes expressava seu pensamento através da frase "procuro um homem". Conforme relatos históricos ele andava durante o dia em meio às pessoas com uma lanterna acessa pronunciando ironicamente a frase. Buscava um homem que vivesse segundo a sua essência. Procurava um homem que vivesse sua vida superando as exterioridades exigidas pelas convenções sociais como comportamento, dinheiro, luxo ou conforto. Ele buscava um homem que tivesse encontrado a sua verdadeira natureza, que vivesse conforme ela e que fosse feliz. Diógenes pôs em pratica seus pensamentos e passou a viver perambulando pelas ruas na mais completa miséria tomando por moradia um barril o que se tornou um ícone do quão pouco os homens precisam para viver. Alimentava-se do que conseguia recolher em sua cuia. Tinha por proteção um manto que usava para dormir e usava os espaços públicos para fazer tudo mais que precisava. Segundo ele esse modo de viver o deixava livre para ser ele mesmo pois eliminava a necessidade de coisas supérfluas. Ele acreditava atingir essa liberdade cansando o corpo para se habituar a dominar os prazeres até desprezá-los por completo pois para os cínicos os prazeres enfraquecem o corpo e a alma, pondo em perigo a liberdade do homem pois o torna escravo dos mesmos. ESTOICISMO – O DEVER – Diziam dos filósofos que permaneciam próximo a estoa (portais) das cidades gregas e desta forma ficaram conhecidos como estóicos. Estes pensadores também buscavam a ataraxia (estado de não pertubação da alma) através de uma vida em consenso com a razão e com a natureza. Viver conforme os ditames da razão. A morte é certa e inevitável e para estes autores a única fonte de preocupação. Porém não há nada o que se fazer em relação à morte, daí, portanto o melhor é eliminar as preocupações tolas do corpo, eliminando as paixões e buscando a razão. O Estoicismo, baseado numa ética rigorosa de acordo com a leis da natureza, assegurava que o universo era governado por uma razão universal divina (Logos Divino). Dessa forma, para os estoicos, a felicidade era encontrada na dominação do homem ante suas paixões (considerada um vício da alma) em detrimento da razão. Os estoicos ensinaram que as emoções destrutivas resultavam de erros de julgamento, da relação ativa entre determinismo cósmico e liberdade humana e a crença de que é virtuoso manter uma vontade (chamada prohairesis) que está de acordo com a natureza. Devido a isso, os estoicos apresentaram sua filosofia como um modo de vida e pensavam que a melhor indicação da filosofia de um indivíduo não era o que uma pessoa diz, mas como essa pessoa se comporta.[ Para viver uma boa vida, era preciso entender as regras da ordem natural, uma vez que ensinavam que tudo estava enraizado na natureza.Mais tarde os estoicos – tais como Sêneca e Epiteto – enfatizaram que, porque "a virtude é suficiente para a felicidade", um sábio era imune ao infortúnio. Essa crença é semelhante ao significado da frase "calma estoica", embora a frase não inclua as visões dos "radicais éticos" estoicos, onde somente um sábio pode ser considerado verdadeiramente livre e que todas as corrupções morais são igualmente perversas.O estoicismo desenvolveu-se como um sistema integrado pela lógica, pela física e pela ética, articuladas por princípios comuns. Foi a ética estoica que teve maior influência no desenvolvimento da tradição filosófica e alguns pensam que chegou a influenciar os primórdios do cristianismo. PRINCIPAIS PENSADORES: Zenão de Cítio: Tudo começa com Zenão (334 a.C. – 264 a.C.), ele é considerado o fundador do estoicismo. Ele era um homem baixo, magro e de pele negra, que veio de Cítio, do outro lado do mar egeu, na ilha de Chipre, para Atenas. Conta-se que era mercador e que trazia mercadorias, mas seu barco afundou e ele chegou em Atenas sem nada. Conta- se também que Zenão consultou o Oráculo e perguntou qual o melhor modo de se viver, e obteve como resposta: ―tornando-se da cor dos mortos‖. Desta maneira, Zenão passou a estudar seus predecessores e se apaixonou pelos ensinamentos de Sócrates. Zenão começa a ensinar com cerca de 42 anos no Pórtico Pintado em Atenas, um espaço aberto onde todos podiam acompanhar suas aulas. Sua escola de pensamento ficou conhecida pelo lugar onde ensinava, em grego, stoa, portanto: os estoicos. Seus ensinamentos se tornaram conhecidos e passaram a rializar com os filósofos de seu tempo: platônicos, aristotélicos, megáricos, e principalmente com os epicuristas. Foi Zenão quem colocou os fundamentos do Estoicismo, mas sua filosofia, felizmente, não morreu com ele. Crisipo de Solos: é um dos estoicos mais conhecidos, com fama e importância comparável a de Zenão. Nasceu em 280 a.C. em Solos (também localizada na atual Turquia). Como todos os anteriores, manteve um vida simples durante toda sua existência. Foi Crisipo quem reestabeleceu a força e unidade da filosofia estoica, escrevendo inúmeros textos sobre a escola, dando novo vigor aos conhecimento anteriores e criando novos conceitos (como por exemplo, ―premeditatio malorum‖). A filosofia estoica floresceu neste período, entrando em muitos debates e discussões. Crisipo era muito seguro de si e de seus conhecimentos, ousado, desafiava outras escolas a exporem seus conhecimentos também. Poucos tinham coragem de discutir com Crisipo pois ele tinha absoluto conhecimento da dialética e da erística, dominando com facilidade os argumentos de seus adversários. Estoicismo Romano: As principais obras que nos chegaram foram do período Imperial. Nesta época, o estoicismo torna-se quase que exclusivamente voltado para a ética. Isso não é um defeito, mas nos impede de ver outras características importantes que dão suporta a esta filosofia helênica. Sêneca: Lúcio Aneu Sêneca nasceu em Córdoba, na Espanha, em 1a.C. e estudou em Roma com um mestre pitagórico e outro estoico. Tornou-se advogado e homem de letras, e ficou muito rico. Como escritor, foi muito profícuo e escreveu diversos tratados sobre os mais variados assuntos, acolhendo inclusive influências de outras escolas como o Epicurismo. Sêneca era contra a escravidão e contra as diferenciações sociais entre as pessoas. O que pode dar valor e nobreza a uma pessoa é somente a virtude e essa todos podem ter. Na sociedade o que define se alguém vai ser escravo ou um nobre é somente a sorte do nascimento. Em sua origem todos os homens eram iguais. Epicteto: Epíteto não é um nome, é um apelido, significa ―O Adquirido‖, pois Epicteto era um escravo. Nasceu em 50d.C. e foi comprado em Roma por Epafrodite. Muito maltratado no começo, ganhou o respeito de seu senhor devido sua firmeza de caráter. Isso o permitiu frequentar as aulas de Musônio Rufos, com quem foi iniciado no estoicismo. Quando foi liberto, Epicteto passou a viver de maneira muito simples, em uma cabana com pouquíssimos pertences e que permanecia sempre de porta aberta. Todo o esforço de Epicteto vai na direção do autocontrole, pregando a liberdade interior. Epicteto divide tudo que existe em coisas que estão sob nosso controle e coisas que não estão sob nosso controle. As primeiras, que incluem nossos juízos, impulsos e desejos, podem ser boas ou más. As segundas são indiferentes (adiaphora). Epicteto define as coisas sob nosso encargo como as que podemos efetivamente escolher. De fato, podemos controlar nossos e desejos e impulsos e rever nossas opiniões, isso está totalmente sob nosso encargo. Porém, as coisas exteriores, que incluem nosso corpo, seguem leis que lhes são imanentes: os objetos do mundo seguem as leis da física; os animais, seus instintos; os demais humanos, suas próprias escolhas. Essas coisas não podem ser escolhidas por nós. Marco Aurélio: Ao contrário de Epicteto, Marco Annius Verus estava predestinado a se tornar Imperador da maior potência política do ocidente, Roma. Nasceu em 121d.C e tornou-se protegido do imperador Adriano. Interressou-se por filosofia desde cedo e aos doze anos adotou o modo de vida estoico, vivendo de maneira modesta e sóbria por toda a sua vida. Ao ler Epicteto, Marco Aurélio percebe que deveria a filosofia seria um trabalho reflexivo de toda uma vida e que ele deveria se esforçar para formar seu caráter e dominar suas paixões. Tornou-se imperador em 161 e adotou o nome de Marco Aurélio. Seu reinado foi marcado por inúmeras guerras, levando o imperador a passar quase o resto de sua vida na frente de batalha. Ao morrer, foi descoberto um Diário, com anotações que o Imperador fazia ao cair da noite, quando estava sozinho e podia refletir em paz. Eram reflexões pessoais, não destinadas a serem publicadas, mas de grande importância filosófica. Depois de Marco Aurélio a filosofia estoica não conheceu outros grandes representantes. Mas sua força continua pungente, influenciando praticamente todas as escolas posteriores. EPICURISMO – O PRAZER – Filosofia iniciada por Epicuro ou também conhecida por Jardins, uma vez que seus adeptos permaneciam nos jardins da cidade. Esta filosofia é marcada pela busca do prazer. Um corpo que tem prazer necessariamente não possui mal algum que o aflija, ou perturbação na alma. A busca pelo prazer leva a ataraxia. Os prazeres defendidos são sempre aqueles que trazem bem-estar ao corpo e nunca após a sua consolidação algum tipo de insatisfação ou preocupação. Há prazeres do tipo necessários que são os prazeres que o corpo precisa, como a alimentação. Há prazeres contingentes que podem ser saciados algumas vezes, como boasbebidas e roupas caras. E finalmente prazeresvaidosos que são adquiridos na política aoimpor vontades ou impor a execução de ordens. Esses prazeres nunca podem ser saciados, pois, despertam o que há de pior na alma humana. Após esse período, com o fim dos grandes impérios antigos, a religiosidade ganha expressão e passa também a influenciar a filosofia desenvolvida no período. EPICURO: Epicurismo foi uma doutrina filosófica criada pelo filósofo grego Epicuro (341- 271 a.C.), o "Profeta do Prazer e da amizade". A filosofia epicurista foi divulgada por seus seguidores, entre eles, se destaca Lucrécio, poeta latino (98-55 a.C.). Na física, a principal característica do Epicurismo é o atomismo. Na moral, a identificação do bem soberano como prazer, que há de ser encontrado na prática da virtude e na cultura do espírito. A doutrina de Epicuro substitui o bem pelo prazer e o mal pela dor. A felicidade consiste em assegurar-se com o máximo de prazer e o mínimo de dores, por meio da saúde do corpo e do espírito.Esse conceito difundido por Epicuro está enraizado no Hedonismo. https://www.todamateria.com.br/hedonismo/ Ou seja, deu origem a uma doutrina filosófica e moral que tem como base o "prazer", modo de obtenção dafelicidade humana.Por conseguinte, tanto a ética como a teoria política dos epicuristas, apoiava-se inteiramente numa base utilitária.Negavam uma existência de uma justiça absoluta e acreditavam que as instituições seriam justas na medida em que contribuíssem para a felicidade do indivíduo. Epicuro não acreditava na imortalidade. A vida, dizia ele, era uma tragédia. Não somos filhos de Deus, vivemos e morremos por acaso e depois da morte não há outra vida. Dizia que era um dever do homem tornar a vida presente a melhor possível. E a melhor espécie de vida era a vida de prazer - não de prazer turbulento, mas de prazer refinado. Cultivar a felicidade da vida simples. Aprender a gozar do pouco que tendes e evitar os excitamentos de ambicionar mais. AGORA É SUA VEZ: ABRA O LINK ABAIXO E TESTE SEUS CONHECIMENTOS: https://forms.gle/tP1WHz2r6GUnzAZg8 AULA 02 – FILOSOFIA MEDIEVAL INTRODUÇÃO À FILOSOFIA MEDIEVAL E PATRÍSTICA: INTRODUÇÃO: A Idade Média compreende o período que vai da queda do Império Roma, no século V, até a tomada de Constantinopla pelos turcos, no século XV, Portanto, são mil anos de história em que se formam os novos reinosbárbaros e lentamente constitui- se a ordem feudal, de natureza aristocrática, em cujo topo da pirâmide encontram-se os nobres e o clero. A Igreja católica surge como força espiritual e política. Essa influência religiosa se deve a diversos motivos, inclusive porque em um mundo fragmentado, após a dissolução do Império, a Igreja representa um elemento agregador. Do ponto de vista cultural, ela atua de forma fundamental porque, após longo período de obscuridade, a herança Greco-latina ressurge nos mosterios, onde fora preservada. Em um mundo em que nem os nobres sabem ler, os monges são os únicos letrados. Daí a fundamentação religiosa dos princípios morais, políticos e jurídicos da sociedade medieval. Como não poderia deixar de ser, a grande questão discutida pelos intelectuais da Idade Média é a relação entre razão e fé, entre filosofia e teologia. Destacaremos aqui a figura de santo Agostinho que, embora tenha vivido na Antiguidade, nos tempos finais do Império Romano, é estudado como expoente do pensamento medieval em razão de sua influência nesse período. Veremos também Santo Tomás de Aquino, principal representante da escolástica medieval. (ARANHA,2006, p.124). Características: As principais características da filosofia medieval são: Inspiração na filosofia clássica (Greco-romana); União da fé cristã e da razão; Utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo; Busca da verdade divina. Muitos filósofos dessa época também faziam parte do clero ou eram religiosos. Nesse momento, os grandes pontos de reflexão para os estudiosos eram: a existência de Deus, a fé e a razão, a imortalidade da alma humana, a salvação, o pecado, a encarnação divina, o livre-arbítrio, dentre outras questões. Sendo assim, as reflexões desenvolvidas no medievo, ainda que pudessem contemplar os estudos científicos, não podiam se contrapor à verdade divina relatada pela Bíblia. Uma vez que a Idade Média foi um longo período da história ocidental, dividimos a Filosofia Medieval em quatro fases: https://forms.gle/tP1WHz2r6GUnzAZg8 Filosofia dos Padres Apostólicos; Filosofia dos Padres Apologistas; Patrística; Escolástica. A filosofia patrística e escolástica, que correspondem aos dois últimos períodos, foram os mais importantes da filosofia medieval. -Filosofia Patrística(Séc. I a V d.C): No período da decadência do Império Romano, quando o cristianismo se expande, surge a partir do século II a filosofia dos Padres da Igreja, conhecida também como patrística. No esforço de converter os pagãos, combater as heresias e combater a fé, desenvolvem a apologética, elaborando textos de defesa do cristianismo. Começa aí uma longa aliança entre fé e razão que se estende por toda a Idade Média e em que a razão é considerada auxiliar da fé e subordinada a ela. Daí a expressão de Agostinho “Creio para que possa entender”. Alguns dos pensadores caminharam por essa via (são Justino) e outros em contraposição reagiram contra essa mistura e defenderam a originalidade da revelação cristã, fundada exclusivamente na fé e nada tendo a ver com especulação racional (apologistas latinos) e (tertuliano). SANTO AGOSTINHO (354-430 d.C): -Vida e Obra: A figura de Aurelius Agostinho -nascido em Tagaste na África -, domina todo o pensamento medieval, embora nem sempre sem contestação. Uma das principais correntes filosóficas, presente no pensamento de Agostinho é o Maniqueísmo, que explica o mundo em termos da existência de duas forças, o bem e o mal, a luz e as trevas, espírito e matéria. O maniqueísmo confirmava o combate que o próprio Agostinho vivia entre o bem e o mal, que atormente e dificulta a realização do fim último do homem, isto é, a felicidade. Agostinho também fala respeito do Ceticismo e do Neoplatonismo e Cristianismo. Ceticismo levava a negar toda a certeza ao conhecimento sensível, optando por vias de interioridade na procura da verdade. O Neoplatonismo e o Cristianismo o confirmavam na posição de que toda verdade é imaterial e encontra a sua fonte nas formas ou ideias que vêm de Deus. Deus contém em si esses arquétipos (modelos ou ideias) de todas as coisas. Portanto, conhecer a verdade é conhecer a Deus. - Fé e Razão: À síntese que realizou ele mesmo deu a denominação de “filosofia cristã”. O núcleo em torno do qual gravitam todas as suas ideias é o conceito de beatitude. O problema da felicidade constitui para Agostinho, toda a motivação do pensar filosófico. Uma das últimas obras que redigiu, a Cidade de Deus, afirma que “o homem não tem razão para filosofar, exceto para atingir a felicidade”. A filosofia é, assim, entendida não como disciplina que coloca problemas a estrutura do universo físico ou à natureza dos deuses, mas como uma indagação sobre a condição humana a procura da beautidade. A beautidade, no entanto, não foi encontrada por Agostinho nos filósofos clássicos que conhecera na juventude, nas sagradas escrituras, quando iluminado pelas palavras de Paulo de Tarso. Não foi fruto de procedimento intelectual, mas atos de intuição e fé. Impunha-se, portanto, conciliar as duas ordens de coisas e com isso Agostinho retorna à questão principal da Patrística, ou seja, ao problema das relações entre a razão e a fé entre que se sabe pela convicção interior e o que se demonstra racionalmente, entre a verdade revelada e a verdade lógica, entre a religiosidade cristã e a filosofia pagã. Desde a conversão, Agostinho se propôs a atingir, pela fé nas escrituras, o entendimento daquilo que elas ensinam, colocando a fé como via de acesso à verdade eterna. Mas, por outro lado, sustentou que a fé é precedida por certo trabalho da razão. Ainda que as verdades da fé não sejam demonstráveis, isto é, passiveis de prova, é possível demonstrar o acerto de se crer nelas, e essa tarefa cabe à razão. A razão relaciona- se, portanto, duplamente com a fé; procede-se e é sua conseqüência é necessário “compreender para crer e crer para compreender”. A filosofia é para Agostinho um instrumento auxiliar destinado a um fim que transcende seus próprios limites. Por isso muitos vêem nele um teólogo e um místico e não propriamente um filósofo. Todavia, seu pensamento manifesta frequentemente grande penetração filosófica na análise de alguns problemas particulares e a verdade é que Agostinho conseguiu sistematizar uma grandiosa concepçãodo mundo, do homem e de Deus, que se tornou, por muito tempo, a doutrina fundamental da Igreja Católica. -A doutrina da Iluminação Divina: Agostinho elabora a doutrina de iluminação divina, para explicar como é possível ao homem receber de Deus o conhecimento de verdades eternas. Trata-se de uma metáfora recebida de Platão, que na célebre alegoria da caverna mostra ser o conhecimento, em última instância, o resultado do bem, considerado como um sol que ilumina o mundo inteligível. Agostinho louva os platônicos por ensinarem que o princípio espiritual de todas as coisas é ao mesmo tempo, causa de sua própria existência, luz de seu conhecimento e regra de sua vida. Por conseguinte, todas as proposições que se percebem como verdadeiras seriam tais porque previamente iluminadas pela luz divina, entender algo inteligivelmente equivaleria a extrair da alma sua própriainteligibilidade e nada se poderia conhecer intelectualmente que já não se possuísse antes, de modo infuso.Ao afirmar esse saber prévio, Agostinho aproxima-se da doutrina platônica segundo a qual todo conhecimento é reminiscência. Não obstante as evidentes ligações entre os dois pensadores, Agostinho afasta-se, porém, de Platão ao entender a percepção do inteligível da na alma como irradiação divina no presente. A alma na passaria por uma existência anterior, na qual contempla as idéias: ao contrário, existiria uma luz eterna da razão que procede de Deus e atuaria a todo momento, possibilitando o conhecimento das verdades eternas. Assim como os objetos exteriores só podem ser vistos quando iluminados pela luz do Sol, também as verdades da sabedoria precisariam ser iluminadas pela luz para se tornarem inteligíveis.A iluminação divina, contudo, não dispensa o homem de ter um intelecto próprio; ao contrário, supõe sua existência. Deus não substitui o intelecto quando o homem pensa o verdadeiro; a iluminaçãoteria apenas a função de tornar o intelecto capaz de pensar corretamente em virtude de uma natural estabelecida por Deus.Essa ordem é a que existe entre as coisas do mundo e as realidades inteligíveis correspondentes enominadas por Agostinho com diferentes palavras: idéia, forma, espécie, razão ou regra.A teoria agostiniana estabelece, assim, que todo conhecimento verdadeiro é o resultado de um processo de iluminação divina, arquétipos eternos de toda a realidade. Nesse tipo dede conhecimento a própria luz divina não é vista, mas serve apenas para iluminar as idéias, um outro tipo seria aquele no qual o homem contempla a luz divina, olhando o próprio sol: a experiência mística. -O bem e o Mal: Senso imutável, deus é a plenitude do ser, a perfeição máxima é o bem absoluto. A partir dessa idéia Agostinho constrói a doutrina metafísica do bem e do mal. O mundo criado, manifestação da sabedoria e bondade de Deus, é uma obra perfeita. Esse fato é freqüentemente menosprezado, segundo Agostinho, porque se vê o mundo de maneira parcial, considerando-se certas coisas como más. É necessário contemplá-lo como um todo, para que ele se revele em toda a sua esplendorosa beleza e bondade. Tudo aquilo que é, é necessariamente bom, pois a idéia de bem está implicada na idéia de ser. Deus não é, portanto, a causa do mal, da mesma forma que a matéria também não poderia produzi-lo, pois ela é criatura de Deus.A natureza do mal deve, assim, ser encontrada no conceito absolutamente contrário ao conceito de Deus com ser, ou seja, no não-ser. O mal fica, portanto, destituído de toda substancialidade. Ele seria apenas a privação do bem. Não existem, como queiram os maniqueus, dois princípios igualmente poderosos a reger o mundo, mas tão somente um Deus infinitamente bom. Considerações Metáfisicas: A concepção agostiniana do tempo Para falarmos da noção de tempo em Santo Agostinho, utilizaremos o livro XI das Confissões. Neste, destaca-se a conhecida análise filosófica sobre o tempo como próprio das impressões do sujeito (subjetivo) . Santo Agostinho (1987) diz ser muito difícil discorrer sobre o tempo e o desenvolve como subjetivo, isto é, como a maneira (humana) de se relacionar com as coisas que passaram, passam e passarão. O homem, criado por Deus a sua imagem e semelhança, foi conduzido à morte e ao tempo por força do pecado, que significou uma ruptura com Deus. Porém, por Cristo - que é o cordeiro de Deus que deu sua vida para livrar o homem do pecado – pode restabelecer a ligação com Deus e fazer de sua vida no tempo uma preparação para a vida eterna. O ponto de partida das Confissões de Santo Agostinho é a questão da necessidade ou não de confessar a Deus o que ele já conhece, pois sabe a ocorrência das coisas antes mesmo que aconteçam. Deus, por ser eterno, está fora do tempo e é o criador do próprio tempo. Para ele não existe antes ou depois. Por isso, o verbo de Deus é, ao mesmo tempo e eternamente, não havendo diferença entre dizer e criar. Assim, a questão: que faria Deus antes da criação? é indevida, pois tentamos falar do eterno com os instrumentos finitos e limitados que possuímos. Santo Agostinho diz que o passado não existe mais, o futuro ainda não chegou e o presente torna-se pretérito a cada instante. O que seria próprio do tempo é o não ser. O passado existe, por força de minha memória, no presente. Da mesma forma, o futuro existe, por força da expectativa de que as coisas ocorrerão, no presente. E o presente seria a percepção imediata do que ocorre. Os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das coisas futuras e presente das coisas presentes. Portanto, o tempo é subjetivo, pois o modo como nos referimos às coisas depende totalmente de elementos internos (memória, expectativa, sentimento etc), a apreensão ontológica do tempo não é possível. O que colocamos em relações temporais são impressões mentais - tempo passado, memória; tempo futuro, expectativa; tempo presente, passado presente e futuro presente. Principal obra: A Cidade de Deus O Saque de Roma pelos Visigodos em 410 deixou os romanos num profundo estado de choque e muitos consideraram aquele acontecimento como um castigo dos deuses pelo abandono da tradicional religião que havia sido substituída pelo cristianismo. Em resposta a essas acusações e para consolar os cristãos, Agostinho escreveu A cidade de Deus, a defender a verdade do cristianismo sobre as religiões e filosofias contrárias e que o cristianismo não só não era responsável pelo saque de Roma, como também era responsável pelo sucesso de Roma. Ele tentou consolar os cristãos, escrevendo que, mesmo que o domínio terreno do império estivesse em perigo, seria a cidade de Deus que acabaria por triunfar. Os olhos de Agostinho estavam fixos no céu, um tema de muitos cristãos da antiguidade tardia, e apesar da designação do cristianismo como a religião oficial do Império, Agostinho declarou que a sua mensagem era espiritual e não política. O cristianismo, argumentava, devia preocupar-se com a cidade mística, celestial, a Nova Jerusalém — em vez de com a política terrena. O livro apresenta a história humana como um conflito entre o que Agostinho chama a Cidade Terrena (muitas vezes coloquialmente referida como a Cidade do Homem) e a Cidade de Deus, um conflito que está destinado a acabar com a vitória da última. A Cidade de Deus é marcada por pessoas que põem de lado o prazer terreno para se dedicarem às verdades eternas de Deus, agora reveladas plenamente na fé cristã. A Cidade Terrena, por outro lado, consiste nas pessoas que estão imersas nos cuidados e prazeres do mundo do presente, do efémero. A tese de Agostinho apresenta a história do mundo como a guerra universalentre Deus e o Mal. Esta guerra metafísica não é limitada no tempo, mas apenas pela geografia na Terra. Nesta guerra, Deus move (por intervenção divina/Providência) os governos, movimentos políticos/ideológicos e forças militares alinhados (ou alinhando mais) com a Igreja Católica (a Cidade de Deus) a fim de se opor por todos os meios — incluindo militares — aos governos, movimentos político/ideológico e forças militares alinhados (ou mais alinhados) com o Diabo (a Cidade do Diabo). VAMOS TESTAR NOSSOS CONHECIMENTOS: ENTRE NO LINK ABAIXO E RESPONDA AS QUESTÕES: https://forms.gle/5zUfjrzc5w2jJ8q16 AULA 03 – A ESCOLÁSTICA E SÃO TOMÁS DE AQUINO: -A Escolástica (séc. XI a XIV): É o segundo período da Filosofia Cristã, marcado a princípio, pela discussão a respeito dos universais e posteriormente pelo pensamento de S. Tomás de Aquino.A partir do século IX aparecem, como conseqüência do renascimento carolíngio, as escolas, e um certo saber, cultivado nelas, vai ter o nome de Escolástica. Este saber, em confronto com as setes artes liberais, o Trivium (gramática, retórica e dialética[lógica]) e o Quadrivium (aritmética, geometria, música e astronomia), é principalmente teológico e filosófico. -O problema dos Universais: O problema tem suas origens na Grécia antiga, quando Sócrates afirmava -contra os sofistas -que o verdadeiro objeto do conhecimento é aquilo que existe de comum em todos os seres individuais de determinado grupo, e não aquilo que distingue particularmente cada um deles.Posteriormente, a distinção socrática foi aperfeiçoada pela lógica de Aristóteles (384-322 a.C) e, nos comentários de Porfírio (232-304 d.C), colocou https://forms.gle/5zUfjrzc5w2jJ8q16 se a seguinte questão: Os universais possuem verdadeira existência na realidade?Duas soluções opostas foram dadas pelos filósofos da Idade Média. A primeira ficou conhecida como realismo e teve como representante, entre outros, Santo Anselmo e Guilherme de Champeaux(mestre de Abelardo) e a segunda, nominalismo, representa principalmente por Roscelino de Compiègne (também mestre de Abelardo). -O realismo na sua forma mais completa afirma não só que só que os universais têm existência real, como constituem mesmo a mais autêntica realidade. Em cada membro de uma espécie –afirmava Guilherme de Champeaux –está presente uma natureza comum real, e os entes individuais diferem apenas em seus acidentes e não em sua substância. -O nominalismo de Roscelino toma posição diametralmente oposta à do realismo, esposando a tese de que a realidade é constituída pelos entes individuais, não sendo o universal mais do que uma simples emissão de voz (Flatus vocis), meros nomes (daí a expressão nominalismo).O termo "nominalismo" refere-se a uma abordagem reducionista de problemas sobre a existência e natureza de entidades abstractas; opõe-se portanto ao platonismoe ao realismo. Enquanto o platônico defende um enquadramento ontológico em que coisas como propriedades, gêneros, relações, proposições, conjuntos e estados de coisas são tomadas como primitivas e irredutíveis, o nominalista nega a existência de entidadesabstratas e tipicamente procura mostrar que o discurso sobre entidades abstratas é analisável em termos do discurso sobre concretos particulares da experiência comum.Em diferentes períodos, diferentes assuntos forneceram a direção ao debate entre nominalistas e platonistas. Na idade média, o problema dos universais era de importância axial. Nominalistas como Abelardo e Ockham insistiam em que tudo o que existe é particular. -Realismo Moderado ou conceptualismo –Uma terceira solução (conciliadora) é apresentada por Pedro Abelardo. Trata-se do Realismo Moderado: Os universais constituem palavras significativas e não simples emissões de voz humana. Sobre se os universais existem realmente ou são apenas objetos de intelecção, Abelardo diz que por si mesmo,os universais não existem mais do que no intelecto, mas eles referem- se a seres reais. SÃO TOMÁS DE AQUINO(1224-1274): -Vida e obra: Tomás de Aquino nasceu no reino das duas Sicílias, filho de nobres –Condes de Aquino. Iniciou seus estudos na Itália, primeiro no mosteiro de Monte Cassino, e, em 1239, foi para Nápoles para cruzar as sete artes liberais: o trivium, gramática, retórica e dialética e o quadrivium, aritmética, geometria, astronomia e música. Em 1224, ingressou na ordem Dominicana, transferindo-se, posteriormente, para Paris, onde atuou como professor, dedicando sua vida ao ensino de Teologia. Espírito metódico e incansável, o aquinatense empenhou-se em ordenar o saber teológico e moral acumulado na Idade Média, tendo produzido uma extensa obra com mais de sessenta títulos, dentre as quais destacam-se, no pensamento Ocidental e de importância para o Cristianismo: A Suma Teológica –Summa Theológica –e a Suma Contra os Gentios– Summa Contra Gentiles. Viveu numa época em que as estruturas feudaisjá estavam estabelecidas e no momento de intensificação do comércio, o que possibilitou o intercâmbio entre povos e acesso a obras desconhecidas, principalmente traduções árabes de Aristóteles.Platão foi o filósofo que influenciou o pensamento de Sto. Agostinho; já em Tomás de Aquino, a filosofia de Aristóteles é que vai, diretamente, inspirá-lo. Essa integração entre o aristotelismo e o cristianismo encontra-se sintetizada na sua obra considerada a mais importante, que é a Suma Teológica. -Teoria do Conhecimento: Tomás de Aquino representa o apogeu da escolástica, pois conseguiu estabelecer o equilíbrio nas relações entre fé e razão –a teologia e a filosofia –, distinguindo-as mas, não separando-as. Ambas podem tratar dos mesmos objetos – por exemplo: Deus –, ainda que seja importante ressaltar que a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina, manifestada na Revelação.Há distinção, mas não oposição, entre as verdades da razão e as da Revelação, pois a razão humana é uma expressão imperfeita da razão divina, estando-lhe subordinada. Por isso, o conteúdo das verdades reveladas pode estar acima da capacidade da razão natural, mas nunca pode ser contrário a ela. Nas palavras do próprio Aquino: A tudo isso respondo que foi necessário, para a salvação do Homem, uma doutrina fundada na revelação divina, além das disciplinas filosóficas que são investigadas pela razão humana Primeiro, porque o Homem está ordenado a Deus como a um fim que ultrapassa a compreensão da razão, conforme afirma Isaías, 44, 4: Fora de ti, ó Deus, o olho não viu o que preparastes para os que te amam‟. Ora, o Homem deve conhecer o fim ao qual deve ordenar as suas intenções e ações. Por isso se tornou necessário, para a salvação dos Homens, que lhes fossem dadas a conhecer, por Revelação Divina, determinadas verdades que ultrapassam a razão humana.Mesmo em relação àquelas verdades a respeito de Deus que podem ser investigadas pela razão, foi necessário que o Homem fosse instruído pela Revelação Divina, pois essas verdades, ao serem investigadas pela razão, chegariam a poucas pessoas e, mesmo assim, só depois de muito tempo e com muitos erros. Entretanto, do conhecimento dessas verdades depende a salvação do Homem, a qual está em Deus. Para que, pois, a salvação dos Homens seja alcançada de maneira mais conveniente e segura, foi necessário que fossem instruídos a respeito das coisas divinas, pela Revelação Divina. Donde a necessidade de uma ciência sagrada, obtidapela Revelação, além das disciplinas filosóficas que são investigadas pela razão. Por isso, nada impede que as mesmas coisas que tratam as disciplinas filosóficas, na medida em que são cognoscíveis pela luz da razão natural, sejam tratadas por outra ciência, na medida em que são conhecidas pela luz da Revelação Divina. Por isso, a teologia enquanto ciência sagrada, difere da Filosofia –ou, teologia natural. -Os Princípios do Conhecimento: As provas da existência de Deus contêm o quadro tomista explicativo da realidade. E esse quadro concilia as verdades da razão aristotélica e o conteúdo da revelação bíblica. Torna-se concebível pela razão que o mundo seja um conjunto de criaturas contingentes, cuja existência é dada por Deus, criadas a partir do nada, segundo graus hierárquicos de perfeição e participação na essência e existência divinas.Na superioridade hierárquica das criaturas, encontram-se os anjos, e, para explicá-los, a distinção entre essência e existência revela-se eficiente. Os anjos são criaturas como as demais, embora incorpóreos e possuidores da mais alta perfeição dentre elas. Entre os seres corporais, o Homem ocupa o vértice na escala dos seres, e, por isso, aparece como um ser dotado de duplo compromisso: composto de alma, participa dos seres imateriais, mas não é uma inteligência pura – como a dos anjos –,pois encontra- se essencialmente ligado a um corpo. Vale lembrar que, desprendendo-se das servidões e dissolução da matéria, está alma mantêm a sua sobrevivência.Para Tomás de Aquino, o conhecimento humano parte sempre dos dados oferecidos pela experiência sensorial, isto é, o que primeiramente conhecemos é aquilo que nos é apresentado aos sentidos– que revelam objetos concretos e singulares. Contudo, o nosso conhecimento não se restringe dados da sensibilidade, uma vez que somos capazes de, por abstração, formular conceitos universais.Com efeito, Aquino distingue, no Homem, dois intelectos: o intelecto passivo, que recebe e registra os dados dos sentidos; e o intelecto agente, que isola as imagens sensíveis, resultantes da sensação, elaborando conceitos abstratos e universais. O intelecto é o elemento ativo do conhecimento, é, para Tomás, dizer que a alma humana é iluminada por Deus, capaz de transformar em “ato” o inteligível que está em “potência” no sensível; sem intelecto agente, nada se pode conhecer, mas os princípios primeiros, que estão contidos no sensível em Potência, só podem ser concebidos a partir da experiência, o que anula qualquer possibilidade de conhecimento a priori como queria Agostinho. As Cinco Vias para Afirmar a Existência de Deus: As provas da existência de Deus contém o quadro tomista explicativo da realidade. E esse quadro concilia as verdades da razão aristotélica e o conteúdo da revelação bíblica.Considerando que Deus se revela na sua criação, Tomás procura, por meio do que considera manifestações –efeitos –da obra divina, chegar à prova de sua existência –causa dos efeitos. Para provar então a existência de Deus, é preciso partir dos efeitos para alcançar a causa primeira, ou seja, seguir o processo do conhecimento nos limites da razão humana. Aquino propõe as cinco provas racionais da existência de Deus. Pelo Primeiro Motor Imóvel(ou pelo movimento): via cosmologia.Deus existe por que existe movimento no universo. Observa-se no mundo que as coisas se transformam. Todo movimento tem uma causa.>Pela Causa Eficiente: via causal.Deus existe porque, no mundo, os efeitos têm causa. Todas as coisas no mundo são causas ou efeitos de algo, não podendo uma coisa ser causa e efeito de si mesma. Pelo Ser Necessário e pelo Ser Contingente: a via da relação entre o Possível e o Necessário.Deus existe porque observa-se, no mundo, o aparecimento e o desaparecimento de seres. Se todas as coisas aparecem ou desaparecem, elas não são necessárias, mas são apenas possíveis. Sendo apenas possíveis, deverão ser levadas a existir num dado momento, por um ser já existente. Pelo Primeiro Motor Imóvel(ou pelo movimento): via cosmologia.Deus existe por que existe movimento no universo. Observa-se no mundo que as coisas se transformam. Todo movimento tem uma causa. Pela Causa Eficiente: via causal.Deus existe porque, no mundo, os efeitos têm causa. Todas as coisas no mundo são causas ou efeitos de algo, não podendo uma coisa ser causa e efeito de si mesma. Pelo Ser Necessário e pelo Ser Contingente: a via da relação entre o Possível e o Necessário.Deus existe porque observa-se, no mundo, o aparecimento e o desaparecimento de seres. Se todas as coisas aparecem ou desaparecem, elas não são necessárias, mas são apenas possíveis. Sendo apenas possíveis, deverão ser levadas a existir num dado momento, por um ser já existente. -Conclusão: Pelo que vimos, na concepção cristã, em geral, a prova da existência de Deus é uma verdade que não contradiz, de forma alguma, a realidade e sua natureza contingente. O que é contingente deve ter sua razão de ser, deve ter seu fundamento em outro ser, numa realidade absoluta –Deus –e que possa justificar a condição efêmera da realidade –homem / mundo. Se Tomás de Aquino ressalta –e ele o faz –a importância da razão na produção do conhecimento referente à realidade –como também na demonstração de certas verdades reveladas –, por outro lado, limita essa importância e acaba porpriorizar a fé –a substância de Deus, por exemplo. Assim, mesmo o que não pode ser demonstrado, continua verdadeiro, uma vez que advindo da Revelação Divina, sendo, portanto, superior à razão. VAMOS TESTAR NOSSOS CONHECIMENTOS: ENTRE NO LINK ABAIXO E RESPONDA AS QUESTÕES https://forms.gle/xvUNLv28AsB1JkhF7 https://forms.gle/xvUNLv28AsB1JkhF7 RESUMO: FILOSOFIA MODERNA: AULA 04 – O PENSAMENTO MODERNO E O RACIONALISMO: – O Humanismo Renascentista: O que seria o humanismo renascentista? Um tipo de filosofia ou um movimento artístico? Seria toda a produção intelectual do Renascimento? Pois bem, para responder essa dúvida, primeiro temos de entender o que cada uma destas palavras (humanismo e renascentista) representa individualmente. Vejamos o humanismo. A expressão humanista remonta ao século XV, e era utilizada para referir-se a todo professor ou cultor da gramática, retórica, poesia, história e filosofia moral. Estas disciplinas formam um estudo que os humanistas chamavam de stusia humanitatis ou studia humaniora. Já o Renascimento foi um período histórico entre meados do século XIV a meados do século XVI que buscava resgatar valores da Antiguidade clássica greco-romana, incorporando valores humanistas, prevalecendo, desta forma, o antropocentrismo (o humano como centro do Universo), em relação ao teocentrismo (Deus como centro do Universo). Em síntese, podemos afirmar que tais disciplinas – o humanismo e o antropocentrismo – estudavam o ser humano naquilo que o torna um ser único na natureza, que é a capacidade de expressar o próprio espírito. Somente o ser humano pode filosofar, pode ser poeta, pode criar normas para viver em sociedade. Somente o ser humano constrói a própria história. Já o Renascimento, enquanto termo, por si só evoca expressões como “renovar”, “retornar”, ou seja, é como se o período histórico que estamos estudando significasse o renascimento de uma época em que se amava a filosofia, a arte, a ciência e a tantas outras áreas do saber, diferentemente do modo como acontecia naquele período, devido, sobretudo, ao teocentrismo medieval. O homem renascentista, portanto, sentia-se como um verdadeiro renovador do espíritohumano. Cultivar o espírito greco-romano não significava retornar ao passado, mas antes recuperar a beleza e a espiritualidade devotadas ao homem por aqueles povos e atualizá-las à realidade do século XIV em diante. Erasmo de Roterdã: Humanista holandês (1469-1536), Erasmo foi uma das figuras mais marcantes do Renascimento. Conservou, não obstante, a característica medieval de escrever em Latim e não em sua própria língua, o que o colocara ao lado de Dante, Petrarca e Lutero... Dentre seus contemporâneos citamse, além de Maquiavel e Leonardo da Vinci, os intelectuais Michelangelo, Rafael, Lutero, Calvino e Tomas Morus, seu grande amigo, em cuja casa escreveu a obra O Elogio da Loucura. Ordenado sacerdote, obteve do Papa Júlio II a dispensa dos votos e lançou as bases de uma nova teologia, fundada nos evangelhos. Com o início da Reforma, recusou-se a tomar o partido de Lutero, com o qual, depois de uma disputa de ideias, acabou rompendo definitivamente. Erasmo criticava igualmente aos protestantes e aos católicos, embora nunca tenha deixado de ser católico. Acreditava na religião cristã de forma pura (sem os aparatos institucionais), na tolerância para com o outro e no amor ao conhecimento. O que é a Filosofia moderna: A filosofia moderna é toda a filosofia desenvolvida na chamada Era Moderna, entre o século XV (englobando os períodos finais da Renascença) e o século XIX. Tendo em vista o surgimento de novas ciências na época, a filosofia moderna tem como característica marcante o retorno da epistemologia (ramo filosófico que estuda a relação entre o ser humano e o conhecimento) como um dos aspectos centrais do período. Vale mencionar que não existe consenso sobre o período exato em que a Renascença termina e a filosofia moderna se inicia. Por esse motivo, é comum que determinadas ideias ou filósofos sejam, por vezes, classificados como renascentistas e por outras, como modernos. No entanto, grande parte dos estudiosos atribui o início da filosofia moderna aos pensamentos de René Descartes, no século XVI. A filosofia moderna, assim como outras fases da filosofia, pode ser dividida em escolas de pensamento que organizam as diferentes correntes filosóficas da época. As principais escolas da filosofia moderna são: racionalismo, empirismo, filosofia política, idealismo, existencialismo e pragmatismo. RACIONALISMO: O que é o Racionalismo? O Racionalismo é a tentativa de orientar o ser humano a alcançar a verdade através da Razão, tratando-se aqui de uma razão metódica, explicativa, que consiga demonstrar porque e como se chegou a determinadas conclusões. O Racionalismo, portanto, é como se fosse o esforço de se organizar a consciência a ponto de se afirmar que ela pode realmente conhecer algo de maneira segura e concreta. Desta escola, destacamos os seus dois principais representantes: René Descartes e Baruch Spinoza. RENÉ DESCARTES-filósofo francês (1596 – 1650): MATEMÁTICO E FILÓSOFO René Descartes foi um pensador francês do século XVII, considerado por muitos como o fundador da filosofia moderna. Isso porque Descartes exerceu uma influência marcante não somente na valorização à razão humana no período em que viveu, mas também nos séculos seguintes, sobretudo no XVIII, o qual será o século do Iluminismo, conforme ainda estudaremos. A filosofia de Descartes se tornaria uma das principais fundamentações da Revolução Científica. As descobertas iniciadas por Copérnico e continuadas por Galileu, Newton e outros grandes cientistas abriram as portas aos questionamentos de ideias que até então eram entendidas como incontestáveis. Inaugurava-se, então, um período de dúvidas, de incertezas, pois a antiga lógica clássica, que vinha desde Aristóteles, mostrou- se insuficiente para compreender as novas complexidades do mundo. Era necessário repensar a filosofia, os princípios do conhecimento e criar novos caminhos para que fosse possível compreender a realidade com maior grau de certeza e exatidão possíveis. Descartes é o primeiro pensador que propôs este novo caminho, o qual é mais conhecido como método cartesiano. Galileu já havia desenvolvido um método científico, que exigia a observação e o questionamento rigorosos de dados obtidos por meio de experiências. Porém, faltava a construção racional para se compreender tais dados. É Descartes o filósofo que irá reorganizar a forma de conduzir a racionalidade humana, o que será elaborado por meio do método. Por causa disso, não é exagero afirmar que o termo método, em certo sentido, separara a filosofia antiga da filosofia moderna. As fases da sua filosofia podem ser resumidas da seguinte maneira: Objetivo: atingir verdades indiscutíveis, deduzidas logicamente, a partir de uma evidência irrefutável. Dúvida Metódica: Para atingir um conhecimento absoluto, tem que eliminar tudo o que seja susceptível de dúvida. Nesse sentido, começa por suspender todos os conhecimentos susceptíveis de serem postos em causa. Descobre que todos os dados dos sentidos o podem enganar. Primeira Evidência. Ao pôr tudo em dúvida, e enquanto o faz, descobre que a única coisa que resiste à própria duvida é a razão. Esta seria a primeira verdade absoluta da filosofia. "Eu penso, logo existo" (cogito). Ideias inatas. Descobre ainda que possuímos ideias, como a ideia de perfeição, que se impõem à razão como verdadeiras, mas que não derivam da experiência, nem foram por nós criadas. Atribui a sua criação a Deus (prova da existência de Deus). 30 Deus garantia da verdade. Sendo a bondade um dos atributos de Deus, certamente que Ele não nos engana, logo as ideias inatas são verdadeiras. Deus é assim, a garantia da possibilidade do acesso à verdade. - Dualismo. Deduz uma divisão nas coisas: Aquilo cuja existência se revelou irrefutável, corresponde à res cogitans, isto é, à razão ("pensamento", "espírito", "alma" ou "entendimento"). Apresenta-se como inextensa e livre. Aquilo cuja existência e determinação levanta dúvidas, corresponde à res extensa, isto é, ao mundo exterior (corpos físicos). Os corpos são determinadas pela sua extensão, movimento, forma, tamanho, quantidade, lugar e tempo. O mundo físico é assim des- espiritualizado, pois está submetido às leis da física, mecânicas. - Dedução. Só com base nestas ideias claras e distintas, segundo Descartes, se poderia construir por dedução um conhecimento universal e necessário. Suas principais obras na Filosofia são: O DISCURSO DO MÉTODO e AS MEDITAÇÕES METAFÍSICAS O método cartesiano é apresentado como o conjunto de regras fáceis e certas que possibilitem a correta condução da razão na elaboração do conhecimento verdadeiro. Além disso, não se trata de conhecer a verdade simplesmente por conhecer, mas sim de um grandioso esforço de Descartes por construir um método que possa aplicar à própria vida. O método cartesiano é apresentado primeiramente na obra Regras para a Orientação do Espírito, na qual são enumeradas 21 regras, às quais Descartes reduz para quatro no Discurso do Método. Essa simplificação decorre do fato de Descartes entender que as ações funcionam melhor se existirem poucas leis, sendo necessário que estas sejam seguidas rigorosamente. A DÚVIDA METÓDICA: Uma das questões fundamentais da filosofia cartesiana é a dúvida. Descartes estabelece a necessidade da existência de uma dúvida geral, a qual possa ser aplicada a todos os conhecimentos, a todas as coisas, isto é, devese colocar tudo em dúvida. A dúvida metódica é algo tão profundo e forte em sua filosofia que o próprio Descartes afirma que em alguns momentos de nossas vidas devemos colocar em dúvida nossas certezas sobre as coisas, nossos hábitos, nossas relações etc. É preciso verificar tudo, e a partir disso distinguir o que é verdadeiro do que é falso. A dúvida metódica consiste em considerar como falso tudo aquilo que não podemos conhecer com certeza. Descartes coloca tudo em dúvida: qual o valor doconhecimento adquirido pelos sentidos? Será que a sensação de gosto salgado está no objeto ou apenas não passa de uma criação da minha mente, portanto algo imaginado e não real? Partindo dessas questões, Descartes passa a questionar desde a matemática e a todos os outros saberes, até colocar em xeque a própria existência. Qual a prova que temos de existirmos? Quem nos garante que não estamos sonhando neste momento? Ou seja, Descartes põe em dúvida tudo o que tem um argumento contrário, seja qual for o argumento. Aqui surge a grande passagem do filósofo francês: eu posso duvidar sistematicamente de todas as coisas, mas um dado permanece imutável em todas essas dúvidas: a própria dúvida! Ora, se eu duvido que estou duvidando, algo permanece ainda: a própria dúvida! Assim, a primeira certeza fundamental alcançada pela aplicação do método é a intuição da consciência de si mesmo como ser pensante. O ―cogito ergo sum‖ (Penso, logo existo) torna-se o princípio primeiro da filosofia de Descartes, a certeza fundamental que lhe garante uma base sólida para alcançar o conhecimento seguro e verdadeiro. Com o ser pensante – ou coisa pensante – de Descartes, entramos definitivamente em uma nova filosofia. Daqui pra frente, a base da filosofia não é mais Deus ou o Ser, mas a própria razão humana enquanto consciência pensante que duvida. Com isso, o ser humano torna-se o centro da razão moderna. O dualismo cartesiano em muito se aproxima do dualismo platônico. Pensemos na máxima de Descartes ―Cogito, ergo sum‖ (Penso, logo existo). Este cogito (penso) limita- se a verificar a existência do ser pensante, que é o verdadeiro eu ou alma para Descartes. A essência limita-se ao ser que pensa, de tal forma que o corpo não é essencial para definir a natureza humana. É nesse ponto que se apresenta a separação entre e corpo e alma na história moderna. O corpo é uma máquina e, para ser entendido, deve seguir as leis físicas que regem a matéria. A alma é o ser que pensa, que por não ser extenso não pode ser analisado matematicamente. MÉTODO CARTESIANO: As 4 regras do método Descartes: os preceitos em que consiste o método cartesiano, sendo todos fundamentados no conhecimento essencialmente racional. São eles: 1 Evidência: a primeira regra exige que não aceitemos como verdadeiro o que não nos seja claro e distinto. Nesta regra, o filósofo nos alerta sobre os juízos precipitados e a prevenção, isto é, o preconceito. Uma ideia, portanto, deve ser clara – a ponto de podermos concebê-la em nosso espírito – e distinta à medida que conseguimos separá- la de todas as outras ideias que passam ao mesmo tempo e de maneira confusa pelo nosso pensamento. 2 Análise: a segunda regra consiste em dividir cada uma das dificuldades que serão examinadas em tantas partes que sejam possíveis e necessárias para resolvê-las da melhor maneira. Segundo o filósofo, dividir o problema o torna mais fácil de ser enfrentado. 3 Ordem: agora que as dificuldades foram divididas, o próximo passo é ordená-las, conduzindo nosso pensamento a solucionar as dificuldades. Assim, deve-se começar pelas questões mais simples e os objetos mais fáceis de conhecer, para gradativamente e ordenadamente tratar dos objetos compostos e problemas mais complexos. 4 Enumeração: nesta etapa, devem-se fazer enumerações completas e revisões gerais de modo que nada seja omitido. Em outras palavras, devemos sempre nos certificar de que não esquecemos nada, de que nenhuma lacuna foi deixada para trás e todos os elos estejam conectados. Por fim, estes preceitos estão diretamente relacionados com a dúvida hiperbólica que consiste em duvidar de tudo que se apresente a nós através dos sentidos. Isso significa duvidar inclusive de nosso próprio corpo, visto que as sensações facilmente nos enganam e somente pelo método racional é possível acessar à verdade. O ARGUMENTO TEOLÓGICO: Um de seus estudos foi sobre a existência ou não de Deus. Sem considerarmos as questões religiosas e de crenças envolvidas em tal assunto, vejamos o que dizia Descartes. Para ele a única coisa que realmente pode ser considerada verdadeira é o pensamento, visto que todo pensamento por si só prova sua existência, ou seja, mesmo que uma pessoa duvide que o pensamento exista, essa sua dúvida já é um pensamento. Essa proposição de Descartes fez surgir sua célebre frase: “Penso, logo existo”, que apesar de pequena guarda grande dimensão filosófica. Uma vez de posse dessa nova linha de raciocínio, a razão, Descartes passa a examinar a idéia de perfeição. Quando dizemos que alguma coisa é imperfeita, estamos usando a idéia de perfeição sob a forma de falta de alguma coisa, ou seja, a ausência de algo que tornaria perfeita a coisa estudada. Caso essa coisa estudada estivesse completa, teríamos a noção de um ser perfeito. Demonstrando que a idéia de perfeição não se origina nos sentidos, mas na razão, Descartes abre o caminho para a prova racional da existência de Deus. Ao questionar a origem da idéia de Deus, ele depara com o problema de que essa idéia não poderia ter surgido do nada, pois o nada, nada cria e nenhum ser, muito menos um ser perfeito, pode ter surgido do nada. Seguindo este raciocínio, Descartes afirmou, também, que um ser imperfeito não pode ser a causa da criação de um ser perfeito, pois o menos não pode ser a causa do mais. A ideia de perfeição nasce junto com o homem, é uma idéia inata. Resta a idéia de que a perfeição não tendo sua origem no nada e nem tampouco em um ser imperfeito por natureza, só pode ter sido posta na razão por um ser perfeito. Um ser perfeito pode ser a sua própria causa, ao contrário de um ser imperfeito. A idéia de perfeição posta na razão sugere a existência de um ser perfeito, pois seria contraditória a existência da perfeição sem um ser perfeito que a tenha criado. Assim, a existência de uma ideia de perfeição que existe em nossa mente, comprova a existência de um ser perfeito que a criou e a colocou em nossa razão, ou seja, um ser que pode ser chamado de Deus. VAMOS TESTAR NOSSOS CONHECIMENTOS: ENTRE NO LINK ABAIXO E RESPONDA AS QUESTÕES: https://forms.gle/1b3ctNYzXGa7bgx58 https://forms.gle/1b3ctNYzXGa7bgx58 RESUMO: PROFESSORA: ANA BEATRIZ Orientações Gerais: Olá Pessoal, tudo bem com vocês? Aqui nós temos o resumo das matérias que iremos trabalhar neste momento de aulas remotas. As atividades serão postadas todas as segundas-feiras, após a live com discussão da matéria, que ocorrerá no instagram e no grupo da turma pelo Whatsapp sempre as 20hs. Tanto as atividades quanto as lives são parte do processo de ensino- aprendizagem, sendo necessário a participação de todos. Por favor, me add aos grupos de whats ou adicionem o insta @naondadahistória. A IDADE MÉDIA: INVASÕES BÁRBARAS E FEUDALISMO 1. Período Medieval europeu Dividido em duas grandes etapas: Alta Idade Média (século V a século X) e Baixa Idade Média (século XI a século XV) 2. Invasões bárbaras Características dos povos germânicos: - sociedade: da sociedade sem Estado, organizada em clãs, evoluiu-se para a sociedade de classes; - economia: desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, em função das necessidades coletivas. Bosques, pastos e água eram explorados de forma comunitária; - religião: adoravam forças da natureza e acreditavam que os guerreiros iriam para o paraíso; - direito: normas costumeiras, utilização do ordálio; - artes: destaque para a ornamentação de objetos, como armas, braceletes, anéis etc. Fases na penetração dos bárbaros: migrações (até século V) e invasões (a partir do século V). A chegada dos hunos foi o fator de ordem externa que mais colaborou para desencadear as invasões. 3. A feudalização européia Combinou elementos romanos (colonato e fragmentação do poder político) e germânicos (economia agropastoril, comitatuse beneficium). Estamentos da sociedade feudal: nobreza, clero e servos. Obrigações servis: corvéias, retribuições e prestações. Poder político: união social através dos laços de vassalagem: suserano (senhor que concedia os feudos) e vassalo (pessoa que recebia o feudo). Economia: o feudo era uma das principais unidades produtoras (agricultura e criação de animais), tendo caráter auto-suficiente. O comércio sofreu atrofiamento. O REINO DOS FRANCOS 1. Os francos Governado por duas dinastias: a dos merovíngios (século V a século VIII) e a dos carolíngios (século VIII a século IX). 2. Os reis merovíngios O primeiro rei foi Clóvis (482 a 511), que unificou os francos e converteu-se ao Cristianismo. A transição dos merovíngios para os carolíngios deu-se através da ascensão do Mordomo do Paço Carlos Martel, que em 732 deteve o avanço árabe na Europa (Batalha de Poltiers). 3. Os reis carolíngios O mais importante rei carolíngio foi Carlos Magno, que em 800 foi coroado Imperador do Sacro Romano. Carlos Magno expandiu os domínios francos, estruturou a administração (capitulares, missi-dominici, condes, marqueses) e estimulou o desenvolvimento cultural (renascença carolíngia). 4. Decadência do Império Carolíngio Principais causas: fragmentação do poder político (autonomia da nobreza agrária) e invasões dos séculos IX e X (margiares, vikings e sarracenos). Formação das sociedades feudais do Ocidente. CIVILIZAÇÃO BIZANTINA 1. Origem do Império Bizantino Corresponde ao Império Romano do Oriente. Sede: Constantinopla, situada às margens do estreito de Bósforo, na passagem do Mar Egeu para o Mar Negro. Cidade extremamente bem localizada em termos comerciais. 2. A era de Justiniano Justiniano (527-565) foi um dos mais importantes imperadores bizantinos. Expandiu militarmente o império, governou de forma absolutista (cesaropapismo) e deixou grande obra legislativa (Código de Justiniano). 3. Decadência política Após a morte de Justiniano, o império percorreu longa trajetória de decadência, somente interrompida no século X (reinado de Basílio II). Durante cerca de mil anos o império sobreviveu a inúmeras ameaças, até que, em 1453, Constantinopla foi dominada pelos turcos otomanos. 4. Vida econômica Grande desenvolvimento do comércio, favorecido pela localização de Constantinopla. Setor agrícola tinha produção concentrada em latifúndios da Igreja. Controle do Estado das atividades econômicas (comércio, artesanato etc.). 5. Vida cultural Religião: grande debate de questões religiosas (monofisismo, iconoclastia). Criação da Igreja Ortodoxa (Cisma do Oriente, em 1054). Artes: desenvolvimento da escultura, da arquitetura (Igreja de Santa Sofia) e dos mosaicos. CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA 1. A Arábia pré-islâmica Principais grupos árabes: beduínos (seminômades) e árabes urbanos (sedentários). Não havia unidade política entre os árabes, mas uma certa unidade cultural (idioma, crenças religiosas) 2. Maomé e sua religião Maomé (570-632) fundou uma religião (chamada muçulmana, maometana ou islâmica), cuja doutrina básica está fixada no Alcorão. Princípios religiosos essenciais: crer em Alá, o único Deus, e em Maomé, o seu profeta; realizar cinco orações diárias: ser generoso com os pobres; obedecer ao jejum durante o ramadã e visitar Meca pelo menos uma vez na vida. 3. A expansão muçulmana Estado muçulmano: a religião tornou possível a união dos árabes, antes agrupados apenas pelos laços de parentesco. Expansão do Islão: governado por califas (poder religioso, político e militar), o Estado expandiu-se por meio das Guerras Santas (djihad). Três grandes etapas da expansão: de 632 a 661, de 661 a 750 e de 750 a 1258. 4. Vida econômica Comércio e indústria manufatureira: alcançaram grande desenvolvimento entre os muçulmanos. Instrumentos jurídicos para facilitar o comércio: cheques, letras de cambio e formação de sociedades comerciais. Indústria manufatureira: jóias, vidros, sedas, armas etc. Agricultura: cultivaram diferentes lavouras, aproveitando as características de cada região do imenso império. 5. Vida cultural Desenvolvimento do setor científico (Matemática, Física, Química, Medicina). Esplendor artístico na literatura (fábulas e contos) e na arquitetura (grandiosas mesquitas, decoradas com arabescos). A AÇÃO DA IGREJA E A CULTURA MEDIEVAL RESUMO DAS CRUZADAS A seguir, tem-se um rápido resumo das oito Cruzadas empreendidas pela cristandade ocidental. Primeira Cruzada (1096-1099) (Cruzada dos Nobres): Chefiada por nobres como Godofredo de Bouillon, Roberto da Normandia, Balduino de Flandres e Raimundo de Toulouse, essa Cruzada conquistou a cidade de Jerusalém, onde se fundou um Reino Cristão. Para manter-se nos territórios ocupados, os cruzados fundaram várias ordens: Templários, Hospitalários, Cavaleiros Teutônicos. Segunda Cruzada (1147-1149): Chefiada pelo imperador Conrado III, da Alemanha, e por Luis VII, da França. Tentaram ocupar Jerusalém, que estava sendo ameaçada pelos muçulmanos, mas seus esforços foram em vão. O sultão do Egito, Saladino, reconquistou Jerusalém em 1187. Terceira Cruzada (1189-1192) (Cruzada dos Reis): Chefiada por Frederico Barba Roxa, da Alemanha, e por outros reis como Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra, e Filipe II, da França. Os líderes dessa Cruzada conseguiram estabelecer um acordo com o sultão Saladino, que se comprometeu a permitir as peregrinações dos cristãos a Jerusalém. Quarta Cruzada (1202-1204) (Cruzada Venezianal): O Papa Inocêncio III fez um grande apelo aos príncipes europeus, para que organizassem uma Cruzada contra o Egito. Mas a cidade de Veneza, que deveria ceder os navios, tinha interesses comerciais voltados para a destruição de Constantinopla. Assim, foi para lá que se dirigiu essa Cruzada, que pilhou e saqueou Constantinopla em 1204, desorganizando o Império Grego lá sediado (fundaram o Império Latino do oriente, que teve curta duração). Quinta Cruzada (1217-1221): Foi orientada contra o Egito, mas não conseguiu obter sucesso. Os cruzados foram forçados a regressar, em meio às inundações do Nilo. Sexta Cruzada (1228-1229): Foi chefiada por Frederico II, da Alemanha, e conseguiu obter do sultão do Egito, El Kamil, a entrega das cidades de Jerusalém, Belém e Nazaré. Sétima Cruzada (1248-1250): Chefiada por Luis IX (São Luis), da França, voltou-se contra o Egito, mas o fracasso foi total. O rei foi preso com todo o seu exército e somente libertado mediante o pagamento de um elevado resgate. Oitava Cruzada (1270): Novamente organizada por Luís IX, a expedição desembarcou no norte da África. Vitimada por uma epidemia de peste, a expedição se desfez, após a morte de seu líder, Luís IX. 1. Igreja Católica na Europa Medieval Influência: a igreja exerceu poderosa influência em diversos setores da vida medieval. Estrutura: clero secular (padres, bispos, arcebispos) e clero regular (beneditinos, franciscanos, dominicanos etc.). Ponto máximo de hierarquia eclesiástica: Papa, Sumo Pontífice. Conflitos com o poder monárquico: exemplo marcante foi a Questão das Investiduras (século XI). 2. Inquisição OBjetivo: descobrir e julgar os praticantes de heresias (doutrinas contrárias ao dogma católico). Ação dos Tribunais de Inquisição: atuou em diversos países cristãos, como França, Alemanha, Portugal e, especialmente, Espanha. 3. As Cruzadas Causas: mentalidade guerreira da nobreza feudal, interesses econômicos no Oriente, motivação religiosa em conquistar lugares sagrados do Cristianismo. As expedições: de 1096 a 1270 foram organizadas oito Cruzadas. Conseqüências: empobrecimento dos senhores feudais, fortalecimento da realeza, desenvolvimento do comércio com o Oriente e intercâmbio cultural. 4. VidaCultural Educação: criação das universidades (Paris, Bolonha, Oxford, Montpellier e Salamanca). Literatura e filosofia: poesias épica e lírica inspiradas nos valores do cavalheiro. Na filosofia (escolástica), destaca-se a figura de Tomás de Aquino, que empenhou-se em harmonizar a fé com a razão. Música: Gregório Magno introduziu o canto gregoriano. Guido d’Arezzo batizou as notas musicais. Na música popular, desenvolveu-se a canção trovadoresca. Arquitetura, escultura e pintura: na arquitetura, dominavam dois grandes estilos: o gótico e o românico. A escultura era profundamente ligada à arquitetura. A pintura concentrou-se na representação humanizada de santos e de divindades católicas. Grandes pintores: Giotto e Cimabue. Ciências: traduziram-se diversas obras árabes e gregas, que influenciaram o progresso da Matemática, Física, Biologia, Astronomia e Medicina. Um dos grandes nomes da ciência medieval foi Roger Bacon, autor de Opus Majus. O FIM DA IDADE MÉDIA 1. Visão Geral da Baixa Idade Média Duas grandes fases: expansão (séculos XI a século XII) e contração (séculos XIV e XV). 2. Os séculos de expansão Expansão agrícola: mudanças nas relações servis e ampliação das culturas. Renascimento comercial: estabelecimento de rotas internacionais para o comércio a longa distância. Renascimento urbano: ascensão da burguesia e emancipação de cidades. 3. Os séculos de contração Crise econômica: falta de alimentos, perdas agrícolas e Peste Negra. Crise política: guerras senhoriais e Guerra dos Cem Anos (1337 a 1453), entre França e Inglaterra. Crise religiosa: conflitos internos dentro da Igreja, Grande Cisma do Ocidente (Igreja governada por dois Papas, um sediado em Roma e o outro em Avinhão). A IDADE MODERNA E O DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO 1. Marcos da transição característicos da Época Moderna Economia: declínio do feudalismo e ascensão do capitalismo (grandes navegações e descoberta de novos continentes). Sociedade: crescimento da burguesia. Política: formação do Estado Moderno. Religião: surgimento da Reforma Protestante (quebra da unidade cristã). Cultura: movimento renascentista. 2. A expansão marítima e comercial européia Fatores econômicos: comércio de especiarias, busca de novos mercados, falta de metais preciosos. Fatores sociais e políticos: setores da burguesia favoreceram a centralização do poder em torno da realeza. Fatores culturais: espírito de aventuras e avanço tecnológico (mapas geográficos, bússola, astrolábio, caravelas etc.). 3. Países envolvidos na expansão Pioneirismo ibérico: primeiro Portugal, depois Espanha. Descoberta de novo caminho para as Índias (1448) e descoberta da América (1492). Franceses, ingleses e holandeses concentraram suas navegações no Atlântico Norte. 4. A expansão européia e suas conseqüências Para os conquistadores europeus: florescimento do capitalismo. Para os conquistadores americanos: destruição dos povos pré-colombianos. O RENASCIMENTO 1. Nova visão de mundo na Época Moderna Humanismo (em oposição ao teocentrismo). Individualismo (em oposição à coletividade universal cristã). Racionalismo (em oposição à fé religiosa). 2. Renascimento Movimento tipicamente urbano europeu dos séculos XV e XVI, marcado pela inspiração na cultura da Antiguidade clássica. Fatores que influenciaram o Renascimento: movimento humanista, desenvolvimento da imprensa, ação dos mecenas. Alcance intelectual: artes, ciências, filosofia. 3. Renascimento pela Europa Início: Península Itálica (século XV). Grandes nomes: Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Ticiano. Expansão: França (Rabelais, Montaigne); Alemanha (Durer, Holbein); Países Baixos (Erasmo, Van Eyck); Inglaterra (Shakespeare, Thomas Morus); Espanha (Cervantes); Portugal (Camões). A REFORMA PROTESTANTE E A REAÇÃO CATÓLICA 1. O conceito de Reforma Movimento do século XVI de contestação à Igreja Católica que provocou a quebra efetiva da unidade do pensamento cristão ocidental. 2. As principais causas da Reforma Religiosas: críticas ao comportamento do clero e ao clima de corrupção dentro da Igreja. Novas interpretações de aspectos da Bíblia. Sócio-econômicas: ética religiosa mais adequada ao espírito do capitalismo comercial. Políticas: formação das monarquias nacionais, auto-afirmação dos sentimentos nacionais. 3. Principais movimentos reformistas Luteranismo (Alemanha) Calvinismo (Suíça) Anglicanismo (Inglaterra) A Contra-Reforma católica Movimento de reação da Igreja, face ao avanço do protestantismo. Principais medidas da Contra-Reforma: Ordem dos Jesuítas, Concílio de Trento e restabelecimento da Inquisição. O ESTADO MODERNO: O ABSOLUTISMO E O MERCANTILISMO 1. Características gerais buscadas pelo Estado Moderno Idioma comum para o povo. Definição de um território. Soberania governamental. Exército permanente. 2. O absolutismo monárquico Concentração de poderes em torno do rei. Teóricos do absolutismo: Maquiavel, Jean Bodin, Thomas Hobbes, Jacques Bossuet. 3. O absolutismo na França e na Inglaterra França: Guerra dos cem Anos (1337-1453) fortaleceu o sentimento nacional. Fortaleceram- se as instituições reais. Henrique IV (Edito de Nantes) impulsionou o processo de centralização do poder político. Luis XIV: símbolo do rei absolutista: O Estado sou eu. Inglaterra: Henrique VII (1485-1509), fundador da Dinastia dos Tudor. Ampliou os poderes da monarquia e diminuiu os do Parlamento. Henrique VIII (criador da Igreja Anglicana). A religião foi manipulada no interesse da monarquia. Elizabeth I fortaleceu o absolutismo. 4. A política econômica do Estado Moderno: o mercantilismo Características do mercantilismo: metalismo, balança de comércio favorável, protecionismo e intervenção estatal. Sistema colonial: solução para os problemas internacionais gerados pelo mercantilismo. Objetivo do colonialismo: criação de um mercado e de uma área de produção colonial inteiramente controlados pela metrópole. O ILUMINISMO E OS DÉSPOTAS ESCLARECIDOS 1. As forças sociais no Estado absolutista Tenso equilíbrio entre forças da nobreza e da burguesia. Estado absolutista: alimentava-se do conflito social e tirava partido dele em benefício do poder supremo da monarquia. O desenvolvimento do capitalismo corroeu o equilíbrio das forças sociais do Estado absolutista. Ascensão econômica da burguesia. 2. Os valores básicos do Iluminismo Bases: desenvolvimento do comércio e do individualismo burguês. Valores defendidos pelo Iluminismo: igualdade, tolerância religiosa ou filosófica, liberdade e propriedade. O Iluminismo combatia o absolutismo monárquico; o mercantilismo e o poderio da Igreja. Surgiu uma nova concepção de Deus (construtor de uma máquina universal) e da sociedade (somente o acordo de vontade da maioria legitima o poder do Estado). 3. Principais representantes do movimento iluminista Precursores: Descartes (França), Newton (Inglaterra) e Locke (Inglaterra) Pensadores iluministas: Montesquieu, Voltaire, Diderot, d’Alembert, Rousseau (França) e Kant (Alemanha). 4. Repercussões do Iluminismo na teoria econômica Fisiocratas: François Quesnay Liberalismo econômico: Adam Smith 5. O despotismo esclarecido Representou a tentativa de conciliação de interesses entre a sociedade tradicional do Antigo Regime e a sociedade burguesa impulsionada pelo capitalismo. Desenvolveu-se em países europeus atrasados em relação ao avanço do capitalismo: Prússia, Áustria, Rússia, Portugal e Espanha. Marcado por projetos de modernização que não afetassem o poder monárquico. A REVOLUÇÃO INGLESA 1. Significado geral da Revolução Inglesa Os conflitos do século XVII foram o meio pelo qual a Inglaterra rompeu com o que restava do feudalismo,promovendo o avanço capitalista. A Revolução Inglesa marcou, também, a substituição do absolutismo pelo Estado liberal- capitalista. 2. A situação sócio-econômica da Inglaterra Situação variável conforme a região do país. 3. As relações da monarquia inglesa com a sociedade Tudor: absolutismo de fato, sem oposição da burguesia. Stuart: absolutismo de direito, que provocou choque com o Parlamento, dominado pela burguesia. 4. A guerra civil e a República de Cromwell Do lado da monarquia: burguesia financeira, mestres das corporações e alto clero anglicano. Do lado do Parlamento: burguesia mercantil, gentry, mestres manufatureiros e camponeses pobres. Cromwell acabou liderando as tropas do Parlamento contra a monarquia. Governo de Comwell (1649 a 1658): unificação, numa só República, de Inglaterra, Irlanda e Escócia; assinatura do Ato de Navegação (transporte de mercadorias por navios da Inglaterra); vitória inglesa na guerra contra a Holanda. 5. A restauração monárquica Depois da morte de Cromwell, a agitação política tomou conta do país. O Parlamento promoveu a restauração da monarquia dos Stuarts. Reinados de Carlos II (1660-1685) e de Jaime II (1685-1688). 6. A Revolução Gloriosa (1688-1689) Guilherme de Orange assumiu o trono, com podres limitados pelo Parlamento. Fim do regime absolutista. Impulso ao capitalismo industrial. A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS 1. Processo de independência dos Estados Unidos Ao final da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a Inglaterra pretendeu impor rigidez aos laços coloniais sobre suas treze colônias da América. Editou leis que desagradaram a burguesia colonial americana: Lei do Açúcar, do Selo, dos Alojamentos e do Chá, culminando com as chamadas |Leis Intoleráveis. Reagindo contra as leis coloniais, a burguesia organizou o processo de independência. A declaração formal de independência deu-se em 4 de julho de 1776. 2. A guerra pela independência (1775 a 1781) Vitória das tropas americanas comandadas por George Washington, eleito primeiro Presidente dos Estados Unidos. 3. A independência americana e o papel dos Estados Unidos Lançou mensagem de cunho iluminista. A partir de sua independência, os Estados Unidos começaram a assumir, dentro do continente americano, uma política imperialista, impondo seus interesses econômicos às demais nações. INDICAÇÃO DE FILMES HISTÓRICOS PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO (disponíveis no Youtube). Idade Média/Feudalismo – O Incrível Exército de Brancaleone – Cruzada – Coração Valente – O Sétimo Selo Grandes Navegações – 1492 – A Conquista do Paraíso – Cristóvão Colombo – A Aventura do Descobrimento Absolutismo – O Homem da Máscara de Ferro – Cromwell Reforma Protestante – Lutero Renascimento – Dom Quixote – Agonia e Êxtase – Shakespeare Apaixonado – Giordano Bruno REFERÊNCIAS COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2002. DIVALTE Garcia Figueira. História (volume único). São Paulo: Ática, 2002. FARIA, Ricardo de Moura et al .História. Belo Horizonte: Lê, 1993 (3 volumes). GOMES, Paulo Miranda. História Geral das Civilizações. 10 ed. Belo Horizonte: Lê, 1977. KOSHIBA, Luiz et al. História Geral e do Brasil: trabalho, cultura, poder. São Paulo: Atual, 2004.