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segundos ANOS 
Vespertino 
 
 
Sociologia 
Filosofia 
PROFESSOR: AUGUSTO 
 
 
 
 
Essa nossa apostila está dividida em quatro partes, cada uma das partes 
apontam possibilidades de interpretação da relação entre indivíduo e 
sociedade, clique nos links e acesse cada uma delas, leia atentamente, 
assista os vídeos, responda as questões e bons estudos!!! 
 
 
 
 
https://forms.gle/2gWqYeHpBHuaNzqa7 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORA: EVELYSE 
 
 
 
 
 
OLÁ A TODOS, DIANTE DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELA PANDEMIA, 
VAMOS POR ENQUANTO, DESENVOLVER ALGUNS TÓPICOS IMPORTANTES PARA 
NOSSA FILOSFIA. 
QUE TODOS ESTEJAM BEM E SEGUROS, ABRAÇOS... 
 
https://forms.gle/2gWqYeHpBHuaNzqa7
 
 AULA 01 – FILOSOFIA GRECO ROMANA 
 
O HELENISMO 
 
FILOSOFIA GRECO-ROMANA: A filosofia desenvolvida pelos dois maiores 
pensadores da antiguidade é considerada um sistema, pois, abrangem todo o 
conhecimento desenvolvido na época em diversas áreas. O restante da filosofia 
desenvolvida na antiguidade é denominada filosofia greco-romana. Há neste período 
grandes pensadores de destaque. Este período culmina no fim do império grego e no auge 
do império romano. Os romanos não se preocuparam em desenvolver novos sistemas. 
Dentro da filosofia o maior destaque cabe a Cícero. Neste período a filosofia torna-se 
cosmopolita e volta-se para as cidades e a vida nestas, desenvolvendo sistemas, códigos 
de ética, análises morais, etc. Os principais destaques são as seguintes Escolas de 
Pensamento: 
 
 CETICISMO – A SUSPENSÃO DO JUÍZO - O termo cético vem da palavra grega 
skepsis, que significa "exame". Atualmente, dizemos que uma pessoa cética é alguém 
que não acredita em nada, mas não é bem assim. Um filósofo cético é aquele que coloca 
suas crenças e as dos outros sob exame, a fim de verificar se elas são realmente dignas 
de crédito ou não. Pirro de Elis é considerado o fundador do ceticismo. Segundo ele, 
não podemos ter posições definitivas sobre determinado assunto, pois mesmo pessoas 
muito sábias podem ter posições absolutamente opostas sobre um mesmo tema e 
ótimos argumentos para fundamentar suas posições. Nesse caso, Pirro nos aconselha 
a suspensão do juízo e a mantermos nossa mente tranquila (ataraxia). 
 
O filósofo Pirro de Elis: 
O filósofo Pirro de Elis é considerado na história como o precursor do ceticismo. 
Pirro passou a ter aproximação com a filosofia através das obras desenvolvidas por 
Demócrito, antes disso sua profissão era pintor. 
Pirro nasceu na cidade de Elis e é tratado como o primeiro filósofo dos estudos do ceticismo, 
apesar de não haver obras dele. Suas ideias são conhecidas através dos escritos de Tímon 
de Fliunte (360-230 a.C). Pirro foi também o responsável por criar a escola que tem origem 
do seu nome “pirronismo”. 
Pirro teve contato com culturas, costumes e doutrinas, além do misticismo de pensadores 
da Índia e da Pérsia, durante uma viagem realizada com Alexandre, o grande e com o 
filósofo Anaxarco. Isso trouxe ao filósofo experiências que influenciaram na forma de 
pensar. Diante disso, ele manifestou sua postura cética como não saber o que é certo ou 
errado, bom ou ruim. 
O que é acatalepsia: 
Dentro da filosofia de Pirro de Élis há termos como acatalepsia. Essa expressão diz 
respeito a inviabilidade de compreender as coisas e ainda a impossibilidade de agarra-se 
a algo como uma verdade absoluta. A palavra nessa corrente filosófica expressa que as 
coisas não passam de ilusão. 
O termo “Epoché” : Epoché é um termo grego no qual corresponde ao ato de 
suspender o julgamento sobre as coisas. Essa expressão remete a ideia de que ao invés 
de um indivíduo apegar-se a verdade de um fato, ele deve abster- se e não pôr em juízo. 
 
Górgias: Na Antiguidade grega, o filósofo sofista Górgias de Leonti (séc. v a.C.), um mestre 
da Retórica, desenvolveu três teses: 
O ser não existe; 
Se existisse alguma coisa, não poderíamos conhecê-la; 
Se a conhecêssemos, não poderíamos comunicá-las aos outros; 
Nessas três teses, Górgias separa o ser, o pensar e o dizer. Desse modo, critica os 
pensadores que identificam o pensamento acerca do real com a realidade das coisas. O 
seu ceticismo é uma maneira de dizer que o ser não se deixa desvelar pelo pensamento. 
 
 CINISMO –ALÉM DAS CONVENCÕES SOCIAIS - O Cinismo surgiu em Atenas por 
volta dos séculos III e IV a.C. e deve-se a Antístenes, um filósofo grego, o crédito de 
iniciador de tal filosofia. Os cínicos sempre repudiaram a visão materialista presente na 
sociedade. Eles pregavam justamente o oposto, que a infelicidade do homem provinha 
dessa tara por bens materiais, e que para alcançar a felicidade não era preciso esbanjar 
posses, apenas o necessário bastaria para se viver bem e que para ser feliz era preciso 
viver de acordo com a natureza e sempre próximo a ela. Antístenes atribuía ao poder e 
à riqueza o papel de corruptores do caráter humano, e dizia ainda que os verdadeiros 
homens não deveriam viver conforme as leis, mas sim conforme sua natureza. 
Diógenes de Sínope (413 - 323 a.C.): 
Diógenes foi aluno de Antístenes, fundador da escola cínica. Em sua época 
Diógenes foi destaque e símbolo do cinismo pois tornou sua filosofia uma forma de viver 
radical. Diógenes expressava seu pensamento através da frase "procuro um homem". 
Conforme relatos históricos ele andava durante o dia em meio às pessoas com uma 
lanterna acessa pronunciando ironicamente a frase. 
Buscava um homem que vivesse segundo a sua essência. Procurava um homem 
que vivesse sua vida superando as exterioridades exigidas pelas convenções sociais como 
comportamento, dinheiro, luxo ou conforto. 
Ele buscava um homem que tivesse encontrado a sua verdadeira natureza, que 
vivesse conforme ela e que fosse feliz. Diógenes pôs em pratica seus pensamentos e 
passou a viver perambulando pelas ruas na mais completa miséria tomando por moradia 
um barril o que se tornou um ícone do quão pouco os homens precisam para viver. 
Alimentava-se do que conseguia recolher em sua cuia. Tinha por proteção um manto que 
usava para dormir e usava os espaços públicos para fazer tudo mais que precisava. 
Segundo ele esse modo de viver o deixava livre para ser ele mesmo pois eliminava a 
necessidade de coisas supérfluas. Ele acreditava atingir essa liberdade cansando o corpo 
para se habituar a dominar os prazeres até desprezá-los por completo pois para os cínicos 
os prazeres enfraquecem o corpo e a alma, pondo em perigo a liberdade do homem pois o 
torna escravo dos mesmos. 
 
 ESTOICISMO – O DEVER – Diziam dos filósofos que permaneciam próximo a estoa 
(portais) das cidades gregas e desta forma ficaram conhecidos como estóicos. Estes 
pensadores também buscavam a ataraxia (estado de não pertubação da alma) através 
de uma vida em consenso com a razão e com a natureza. Viver conforme os ditames 
da razão. A morte é certa e inevitável e para estes autores a única fonte de preocupação. 
Porém não há nada o que se fazer em relação à morte, daí, portanto o melhor é eliminar 
as preocupações tolas do corpo, eliminando as paixões e buscando a razão. 
O Estoicismo, baseado numa ética rigorosa de acordo com a leis da natureza, 
assegurava que o universo era governado por uma razão universal divina (Logos 
Divino). Dessa forma, para os estoicos, a felicidade era encontrada na dominação do 
homem ante suas paixões (considerada um vício da alma) em detrimento da razão. Os 
estoicos ensinaram que as emoções destrutivas resultavam de erros de julgamento, da 
relação ativa entre determinismo cósmico e liberdade humana e a crença de que é 
virtuoso manter uma vontade (chamada prohairesis) que está de acordo com a natureza. 
Devido a isso, os estoicos apresentaram sua filosofia como um modo de vida e 
pensavam que a melhor indicação da filosofia de um indivíduo não era o que uma 
pessoa diz, mas como essa pessoa se comporta.[ Para viver uma boa vida, era preciso 
entender as regras da ordem natural, uma vez que ensinavam que tudo estava 
enraizado na natureza.Mais tarde os estoicos – tais como Sêneca e Epiteto – 
enfatizaram que, porque "a virtude é suficiente para a felicidade", um sábio era imune 
ao infortúnio. Essa crença é semelhante ao significado da frase "calma estoica", embora 
a frase não inclua as visões dos "radicais éticos" estoicos, onde somente um sábio pode 
ser considerado verdadeiramente livre e que todas as corrupções morais são igualmente 
perversas.O estoicismo desenvolveu-se como um sistema integrado pela lógica, pela 
física e pela ética, articuladas por princípios comuns. Foi a ética estoica que teve maior 
influência no desenvolvimento da tradição filosófica e alguns pensam que chegou a 
influenciar os primórdios do cristianismo. 
 
PRINCIPAIS PENSADORES: 
Zenão de Cítio: Tudo começa com Zenão (334 a.C. – 264 a.C.), ele é considerado o 
fundador do estoicismo. Ele era um homem baixo, magro e de pele negra, que veio de Cítio, 
do outro lado do mar egeu, na ilha de Chipre, para Atenas. Conta-se que era mercador e 
que trazia mercadorias, mas seu barco afundou e ele chegou em Atenas sem nada. Conta-
se também que Zenão consultou o Oráculo e perguntou qual o melhor modo de se viver, 
e obteve como resposta: ―tornando-se da cor dos mortos‖. Desta maneira, Zenão passou 
a estudar seus predecessores e se apaixonou pelos ensinamentos de Sócrates. Zenão 
começa a ensinar com cerca de 42 anos no Pórtico Pintado em Atenas, um espaço aberto 
onde todos podiam acompanhar suas aulas. Sua escola de pensamento ficou conhecida 
pelo lugar onde ensinava, em grego, stoa, portanto: os estoicos. Seus ensinamentos se 
tornaram conhecidos e passaram a rializar com os filósofos de seu tempo: platônicos, 
aristotélicos, megáricos, e principalmente com os epicuristas. Foi Zenão quem colocou os 
fundamentos do Estoicismo, mas sua filosofia, felizmente, não morreu com ele. 
 
 Crisipo de Solos: é um dos estoicos mais conhecidos, com fama e importância 
comparável a de Zenão. Nasceu em 280 a.C. em Solos (também localizada na atual 
Turquia). Como todos os anteriores, manteve um vida simples durante toda sua 
existência. Foi Crisipo quem reestabeleceu a força e unidade da filosofia estoica, 
escrevendo inúmeros textos sobre a escola, dando novo vigor aos conhecimento 
anteriores e criando novos conceitos (como por exemplo, ―premeditatio malorum‖). A 
filosofia estoica floresceu neste período, entrando em muitos debates e discussões. 
Crisipo era muito seguro de si e de seus conhecimentos, ousado, desafiava outras 
escolas a exporem seus conhecimentos também. Poucos tinham coragem de discutir 
com Crisipo pois ele tinha absoluto conhecimento da dialética e da erística, dominando 
com facilidade os argumentos de seus adversários. 
Estoicismo Romano: 
As principais obras que nos chegaram foram do período Imperial. Nesta época, o 
estoicismo torna-se quase que exclusivamente voltado para a ética. Isso não é um defeito, 
mas nos impede de ver outras características importantes que dão suporta a esta filosofia 
helênica. 
Sêneca: Lúcio Aneu Sêneca nasceu em Córdoba, na Espanha, em 1a.C. e estudou em 
Roma com um mestre pitagórico e outro estoico. Tornou-se advogado e homem de letras, 
e ficou muito rico. Como escritor, foi muito profícuo e escreveu diversos tratados sobre os 
mais variados assuntos, acolhendo inclusive influências de outras escolas como o 
Epicurismo. Sêneca era contra a escravidão e contra as diferenciações sociais entre as 
pessoas. O que pode dar valor e nobreza a uma pessoa é somente a virtude e essa todos 
podem ter. Na sociedade o que define se alguém vai ser escravo ou um nobre é somente 
a sorte do nascimento. Em sua origem todos os homens eram iguais. 
Epicteto: Epíteto não é um nome, é um apelido, significa ―O Adquirido‖, pois Epicteto era 
um escravo. Nasceu em 50d.C. e foi comprado em Roma por Epafrodite. Muito maltratado 
no começo, ganhou o respeito de seu senhor devido sua firmeza de caráter. Isso o permitiu 
frequentar as aulas de Musônio Rufos, com quem foi iniciado no estoicismo. Quando foi 
liberto, Epicteto passou a viver de maneira muito simples, em uma cabana com 
pouquíssimos pertences e que permanecia sempre de porta aberta. 
Todo o esforço de Epicteto vai na direção do autocontrole, pregando a liberdade 
interior. Epicteto divide tudo que existe em coisas que estão sob nosso controle e coisas 
que não estão sob nosso controle. As primeiras, que incluem nossos juízos, impulsos e 
desejos, podem ser boas ou más. As segundas são indiferentes (adiaphora). Epicteto define 
as coisas sob nosso encargo como as que podemos efetivamente escolher. De fato, 
podemos controlar nossos e desejos e impulsos e rever nossas opiniões, isso está 
totalmente sob nosso encargo. Porém, as coisas exteriores, que incluem nosso corpo, 
seguem leis que lhes são imanentes: os objetos do mundo seguem as leis da física; os 
animais, seus instintos; os demais humanos, suas próprias escolhas. Essas coisas não 
podem ser escolhidas por nós. 
Marco Aurélio: Ao contrário de Epicteto, Marco Annius Verus estava predestinado a se 
tornar Imperador da maior potência política do ocidente, Roma. Nasceu em 121d.C e 
tornou-se protegido do imperador Adriano. 
Interressou-se por filosofia desde cedo e aos doze anos adotou o modo de vida estoico, 
vivendo de maneira modesta e sóbria por toda a sua vida. Ao ler Epicteto, Marco Aurélio 
percebe que deveria a filosofia seria um trabalho reflexivo de toda uma vida e que ele 
deveria se esforçar para formar seu caráter e dominar suas paixões. Tornou-se imperador 
em 161 e adotou o nome de Marco Aurélio. Seu reinado foi marcado por inúmeras guerras, 
levando o imperador a passar quase o resto de sua vida na frente de batalha. Ao morrer, 
foi descoberto um Diário, com anotações que o Imperador fazia ao cair da noite, quando 
estava sozinho e podia refletir em paz. Eram reflexões pessoais, não destinadas a serem 
publicadas, mas de grande importância filosófica. Depois de Marco Aurélio a filosofia 
estoica não conheceu outros grandes representantes. Mas sua força continua pungente, 
influenciando praticamente todas as escolas posteriores. 
 
 EPICURISMO – O PRAZER – Filosofia iniciada por Epicuro ou também conhecida por 
Jardins, uma vez que seus adeptos permaneciam nos jardins da cidade. Esta filosofia é 
marcada pela busca do prazer. Um corpo que tem prazer necessariamente não possui 
mal algum que o aflija, ou perturbação na alma. A busca pelo prazer leva a ataraxia. Os 
prazeres defendidos são sempre aqueles que trazem bem-estar ao corpo e nunca após 
a sua consolidação algum tipo de insatisfação ou preocupação. Há prazeres do tipo 
necessários que são os prazeres que o corpo precisa, como a alimentação. Há prazeres 
contingentes que podem ser saciados algumas vezes, como boasbebidas e roupas 
caras. E finalmente prazeresvaidosos que são adquiridos na política aoimpor vontades 
ou impor a execução de ordens. Esses prazeres nunca podem ser saciados, pois, 
despertam o que há de pior na alma humana. Após esse período, com o fim dos grandes 
impérios antigos, a religiosidade ganha expressão e passa também a influenciar a 
filosofia desenvolvida no período. 
 
EPICURO: Epicurismo foi uma doutrina filosófica criada pelo filósofo grego Epicuro (341-
271 a.C.), o "Profeta do Prazer e da amizade". A filosofia epicurista foi divulgada por seus 
seguidores, entre eles, se destaca Lucrécio, poeta latino (98-55 a.C.). Na física, a principal 
característica do Epicurismo é o atomismo. 
Na moral, a identificação do bem soberano como prazer, que há de ser encontrado 
na prática da virtude e na cultura do espírito. 
A doutrina de Epicuro substitui o bem pelo prazer e o mal pela dor. A felicidade 
consiste em assegurar-se com o máximo de prazer e o mínimo de dores, por meio da saúde 
do corpo e do espírito.Esse conceito difundido por Epicuro está enraizado no Hedonismo. 
https://www.todamateria.com.br/hedonismo/
Ou seja, deu origem a uma doutrina filosófica e moral que tem como base o "prazer", modo 
de obtenção dafelicidade humana.Por conseguinte, tanto a ética como a teoria política dos 
epicuristas, apoiava-se inteiramente numa base utilitária.Negavam uma existência de uma 
justiça absoluta e acreditavam que as instituições seriam justas na medida em que 
contribuíssem para a felicidade do indivíduo. Epicuro não acreditava na imortalidade. A vida, 
dizia ele, era uma tragédia. Não somos filhos de Deus, vivemos e morremos por acaso e 
depois da morte não há outra vida. Dizia que era um dever do homem tornar a vida presente 
a melhor possível. E a melhor espécie de vida era a vida de prazer - não de prazer 
turbulento, mas de prazer refinado. Cultivar a felicidade da vida simples. Aprender a gozar 
do pouco que tendes e evitar os excitamentos de ambicionar mais. 
 
AGORA É SUA VEZ: ABRA O LINK ABAIXO E TESTE SEUS CONHECIMENTOS: 
 
https://forms.gle/tP1WHz2r6GUnzAZg8 
 
 AULA 02 – FILOSOFIA MEDIEVAL 
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA MEDIEVAL E PATRÍSTICA: 
 
INTRODUÇÃO: A Idade Média compreende o período que vai da queda do Império Roma, 
no século V, até a tomada de Constantinopla pelos turcos, no século XV, Portanto, são mil 
anos de história em que se formam os novos reinosbárbaros e lentamente constitui-
se a ordem feudal, de natureza aristocrática, em cujo topo da pirâmide encontram-se 
os nobres e o clero. 
A Igreja católica surge como força espiritual e política. Essa influência religiosa 
se deve a diversos motivos, inclusive porque em um mundo fragmentado, após a 
dissolução do Império, a Igreja representa um elemento agregador. Do ponto de vista 
cultural, ela atua de forma fundamental porque, após longo período de obscuridade, a 
herança Greco-latina ressurge nos mosterios, onde fora preservada. Em um mundo em que 
nem os nobres sabem ler, os monges são os únicos letrados. Daí a fundamentação 
religiosa dos princípios morais, políticos e jurídicos da sociedade medieval. 
Como não poderia deixar de ser, a grande questão discutida pelos intelectuais da 
Idade Média é a relação entre razão e fé, entre filosofia e teologia. Destacaremos 
aqui a figura de santo Agostinho que, embora tenha vivido na Antiguidade, nos tempos 
finais do Império Romano, é estudado como expoente do pensamento medieval em razão 
de sua influência nesse período. 
Veremos também Santo Tomás de Aquino, principal representante da escolástica 
medieval. (ARANHA,2006, p.124). 
 
Características: As principais características da filosofia medieval são: 
 Inspiração na filosofia clássica (Greco-romana); 
 União da fé cristã e da razão; 
 Utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo; 
 Busca da verdade divina. 
 
Muitos filósofos dessa época também faziam parte do clero ou eram religiosos. Nesse 
momento, os grandes pontos de reflexão para os estudiosos eram: a existência de Deus, a 
fé e a razão, a imortalidade da alma humana, a salvação, o pecado, a encarnação divina, 
o livre-arbítrio, dentre outras questões. Sendo assim, as reflexões desenvolvidas no 
medievo, ainda que pudessem contemplar os estudos científicos, não podiam se contrapor 
à verdade divina relatada pela Bíblia. 
Uma vez que a Idade Média foi um longo período da história ocidental, dividimos a 
Filosofia Medieval em quatro fases: 
https://forms.gle/tP1WHz2r6GUnzAZg8
 
 Filosofia dos Padres Apostólicos; 
 Filosofia dos Padres Apologistas; 
 Patrística; 
 Escolástica. 
 
A filosofia patrística e escolástica, que correspondem aos dois últimos períodos, foram 
os mais importantes da filosofia medieval. 
 
-Filosofia Patrística(Séc. I a V d.C): 
 
No período da decadência do Império Romano, quando o cristianismo se expande, 
surge a partir do século II a filosofia dos Padres da Igreja, conhecida também como 
patrística. No esforço de converter os pagãos, combater as heresias e combater a 
fé, desenvolvem a apologética, elaborando textos de defesa do cristianismo. Começa 
aí uma longa aliança entre fé e razão que se estende por toda a Idade Média e em que 
a razão é considerada auxiliar da fé e subordinada a ela. Daí a expressão de Agostinho 
“Creio para que possa entender”. Alguns dos pensadores caminharam por essa via (são 
Justino) e outros em contraposição reagiram contra essa mistura e defenderam a 
originalidade da revelação cristã, fundada exclusivamente na fé e nada tendo a ver com 
especulação racional (apologistas latinos) e (tertuliano). 
 
SANTO AGOSTINHO (354-430 d.C): 
-Vida e Obra: 
 
A figura de Aurelius Agostinho -nascido em Tagaste na África -, domina todo 
o pensamento medieval, embora nem sempre sem contestação. Uma das principais 
correntes filosóficas, presente no pensamento de Agostinho é o Maniqueísmo, que 
explica o mundo em termos da existência de duas forças, o bem e o mal, a luz e 
as trevas, espírito e matéria. O maniqueísmo confirmava o combate que o próprio 
Agostinho vivia entre o bem e o mal, que atormente e dificulta a realização do fim último 
do homem, isto é, a felicidade. Agostinho também fala respeito do Ceticismo e do 
Neoplatonismo e Cristianismo. Ceticismo levava a negar toda a certeza ao 
conhecimento sensível, optando por vias de interioridade na procura da 
verdade. O Neoplatonismo e o Cristianismo o confirmavam na posição de que toda 
verdade é imaterial e encontra a sua fonte nas formas ou ideias que vêm de Deus. Deus 
contém em si esses arquétipos (modelos ou ideias) de todas as coisas. Portanto, conhecer 
a verdade é conhecer a Deus. 
- Fé e Razão: 
À síntese que realizou ele mesmo deu a denominação de “filosofia cristã”. 
O núcleo em torno do qual gravitam todas as suas ideias é o conceito de beatitude. O 
problema da felicidade constitui para Agostinho, toda a motivação do pensar filosófico. 
Uma das últimas obras que redigiu, a Cidade de Deus, afirma que “o homem não 
tem razão para filosofar, exceto para atingir a felicidade”. A filosofia é, assim, entendida não 
como disciplina que coloca problemas a estrutura do universo físico ou à natureza dos 
deuses, mas como uma indagação sobre a condição humana a procura da beautidade. A 
beautidade, no entanto, não foi encontrada por Agostinho nos filósofos clássicos que 
conhecera na juventude, nas sagradas escrituras, quando iluminado pelas palavras de 
Paulo de Tarso. 
Não foi fruto de procedimento intelectual, mas atos de intuição e fé. Impunha-se, 
portanto, conciliar as duas ordens de coisas e com isso Agostinho retorna à questão 
principal da Patrística, ou seja, ao problema das relações entre a razão e a fé entre 
que se sabe pela convicção interior e o que se demonstra racionalmente, entre a verdade 
revelada e a verdade lógica, entre a religiosidade cristã e a filosofia pagã. Desde a 
conversão, Agostinho se propôs a atingir, pela fé nas escrituras, o entendimento daquilo 
que elas ensinam, colocando a fé como via de acesso à verdade eterna. Mas, por 
outro lado, sustentou que a fé é precedida por certo trabalho da razão. Ainda que 
as verdades da fé não sejam demonstráveis, isto é, passiveis de prova, é possível 
demonstrar o acerto de se crer nelas, e essa tarefa cabe à razão. A razão relaciona-
se, portanto, duplamente com a fé; procede-se e é sua conseqüência é necessário 
“compreender para crer e crer para compreender”. A filosofia é para Agostinho um 
instrumento auxiliar destinado a um fim que transcende seus próprios limites. Por isso 
muitos vêem nele um teólogo e um místico e não propriamente um filósofo. Todavia, 
seu pensamento manifesta frequentemente grande penetração filosófica na análise de 
alguns problemas particulares e a verdade é que Agostinho conseguiu sistematizar uma 
grandiosa concepçãodo mundo, do homem e de Deus, que se tornou, por muito tempo, 
a doutrina fundamental da Igreja Católica. 
-A doutrina da Iluminação Divina: 
Agostinho elabora a doutrina de iluminação divina, para explicar como é possível ao 
homem receber de Deus o conhecimento de verdades eternas. Trata-se de uma metáfora 
recebida de Platão, que na célebre alegoria da caverna mostra ser o conhecimento, 
em última instância, o resultado do bem, considerado como um sol que ilumina 
o mundo inteligível. Agostinho louva os platônicos por ensinarem que o princípio espiritual 
de todas as coisas é ao mesmo tempo, causa de sua própria existência, luz de seu 
conhecimento e regra de sua vida. 
Por conseguinte, todas as proposições que se percebem como verdadeiras 
seriam tais porque previamente iluminadas pela luz divina, entender algo inteligivelmente 
equivaleria a extrair da alma sua própriainteligibilidade e nada se poderia conhecer 
intelectualmente que já não se possuísse antes, de modo infuso.Ao afirmar esse saber 
prévio, Agostinho aproxima-se da doutrina platônica segundo a qual todo conhecimento 
é reminiscência. Não obstante as evidentes ligações entre os dois pensadores, 
Agostinho afasta-se, porém, de Platão ao entender a percepção do inteligível da na 
alma como irradiação divina no presente. 
A alma na passaria por uma existência anterior, na qual contempla as idéias: 
ao contrário, existiria uma luz eterna da razão que procede de Deus e atuaria 
a todo momento, possibilitando o conhecimento das verdades eternas. Assim como 
os objetos exteriores só podem ser vistos quando iluminados pela luz do Sol, também as 
verdades da sabedoria precisariam ser iluminadas pela luz para se tornarem inteligíveis.A 
iluminação divina, contudo, não dispensa o homem de ter um intelecto próprio; ao contrário, 
supõe sua existência. 
Deus não substitui o intelecto quando o homem pensa o verdadeiro; a 
iluminaçãoteria apenas a função de tornar o intelecto capaz de pensar corretamente em 
virtude de uma natural estabelecida por Deus.Essa ordem é a que existe entre as 
coisas do mundo e as realidades inteligíveis correspondentes enominadas por Agostinho 
com diferentes palavras: idéia, forma, espécie, razão ou regra.A teoria agostiniana 
estabelece, assim, que todo conhecimento verdadeiro é o resultado de um processo 
de iluminação divina, arquétipos eternos de toda a realidade. Nesse tipo dede 
conhecimento a própria luz divina não é vista, mas serve apenas para iluminar as 
idéias, um outro tipo seria aquele no qual o homem contempla a luz divina, olhando o 
próprio sol: a experiência mística. 
-O bem e o Mal: 
Senso imutável, deus é a plenitude do ser, a perfeição máxima é o bem 
absoluto. A partir dessa idéia Agostinho constrói a doutrina metafísica do bem e do mal. 
O mundo criado, manifestação da sabedoria e bondade de Deus, é uma obra perfeita. 
Esse fato é freqüentemente menosprezado, segundo Agostinho, porque se vê o mundo 
de maneira parcial, considerando-se certas coisas como más. É necessário 
contemplá-lo como um todo, para que ele se revele em toda a sua esplendorosa beleza 
e bondade. Tudo aquilo que é, é necessariamente bom, pois a idéia de bem está 
implicada na idéia de ser. Deus não é, portanto, a causa do mal, da mesma forma 
que a matéria também não poderia produzi-lo, pois ela é criatura de Deus.A natureza 
do mal deve, assim, ser encontrada no conceito absolutamente contrário ao conceito de 
Deus com ser, ou seja, no não-ser. O mal fica, portanto, destituído de toda 
substancialidade. Ele seria apenas a privação do bem. Não existem, como queiram os 
maniqueus, dois princípios igualmente poderosos a reger o mundo, mas tão somente 
um Deus infinitamente bom. 
Considerações Metáfisicas: A concepção agostiniana do tempo 
Para falarmos da noção de tempo em Santo Agostinho, utilizaremos o livro XI das 
Confissões. Neste, destaca-se a conhecida análise filosófica sobre o tempo como próprio 
das impressões do sujeito (subjetivo) . Santo Agostinho (1987) diz ser muito difícil discorrer 
sobre o tempo e o desenvolve como subjetivo, isto é, como a maneira (humana) de se 
relacionar com as coisas que passaram, passam e passarão. O homem, criado por Deus a 
sua imagem e semelhança, foi conduzido à morte e ao tempo por força do pecado, que 
significou uma ruptura com Deus. Porém, por Cristo - que é o cordeiro de Deus que deu 
sua vida para livrar o homem do pecado – pode restabelecer a ligação com Deus e fazer 
de sua vida no tempo uma preparação para a vida eterna. O ponto de partida das 
Confissões de Santo Agostinho é a questão da necessidade ou não de confessar a Deus o 
que ele já conhece, pois sabe a ocorrência das coisas antes mesmo que aconteçam. Deus, 
por ser eterno, está fora do tempo e é o criador do próprio tempo. Para ele não existe antes 
ou depois. 
Por isso, o verbo de Deus é, ao mesmo tempo e eternamente, não havendo diferença 
entre dizer e criar. Assim, a questão: que faria Deus antes da criação? é indevida, pois 
tentamos falar do eterno com os instrumentos finitos e limitados que possuímos. 
Santo Agostinho diz que o passado não existe mais, o futuro ainda não chegou e o presente 
torna-se pretérito a cada instante. O que seria próprio do tempo é o não ser. O passado 
existe, por força de minha memória, no presente. Da mesma forma, o futuro existe, por 
força da expectativa de que as coisas ocorrerão, no presente. E o presente seria a 
percepção imediata do que ocorre. Os tempos são três: presente das coisas passadas, 
presente das coisas futuras e presente das coisas presentes. Portanto, o tempo é subjetivo, 
pois o modo como nos referimos às coisas depende totalmente de elementos internos 
(memória, expectativa, sentimento etc), a apreensão ontológica do tempo não é possível. 
O que colocamos em relações temporais são impressões mentais - tempo passado, 
memória; tempo futuro, expectativa; tempo presente, passado presente e futuro presente. 
Principal obra: A Cidade de Deus 
O Saque de Roma pelos Visigodos em 410 deixou os romanos num profundo estado 
de choque e muitos consideraram aquele acontecimento como um castigo dos deuses pelo 
abandono da tradicional religião que havia sido substituída pelo cristianismo. Em resposta 
a essas acusações e para consolar os cristãos, Agostinho escreveu A cidade de Deus, a 
defender a verdade do cristianismo sobre as religiões e filosofias contrárias e que o 
cristianismo não só não era responsável pelo saque de Roma, como também era 
responsável pelo sucesso de Roma. Ele tentou consolar os cristãos, escrevendo que, 
mesmo que o domínio terreno do império estivesse em perigo, seria a cidade de Deus que 
acabaria por triunfar. Os olhos de Agostinho estavam fixos no céu, um tema de muitos 
cristãos da antiguidade tardia, e apesar da designação do cristianismo como a religião 
oficial do Império, Agostinho declarou que a sua mensagem era espiritual e não política. O 
cristianismo, argumentava, devia preocupar-se com a cidade mística, celestial, a Nova 
Jerusalém — em vez de com a política terrena. 
O livro apresenta a história humana como um conflito entre o que Agostinho chama 
a Cidade Terrena (muitas vezes coloquialmente referida como a Cidade do Homem) e a 
Cidade de Deus, um conflito que está destinado a acabar com a vitória da última. A Cidade 
de Deus é marcada por pessoas que põem de lado o prazer terreno para se dedicarem às 
verdades eternas de Deus, agora reveladas plenamente na fé cristã. A Cidade Terrena, por 
outro lado, consiste nas pessoas que estão imersas nos cuidados e prazeres do mundo do 
presente, do efémero. 
A tese de Agostinho apresenta a história do mundo como a guerra universalentre 
Deus e o Mal. Esta guerra metafísica não é limitada no tempo, mas apenas pela geografia 
na Terra. Nesta guerra, Deus move (por intervenção divina/Providência) os governos, 
movimentos políticos/ideológicos e forças militares alinhados (ou alinhando mais) com a 
Igreja Católica (a Cidade de Deus) a fim de se opor por todos os meios — incluindo militares 
— aos governos, movimentos político/ideológico e forças militares alinhados (ou mais 
alinhados) com o Diabo (a Cidade do Diabo). 
 
 
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AULA 03 – A ESCOLÁSTICA E SÃO TOMÁS DE AQUINO: 
 
-A Escolástica (séc. XI a XIV): 
 
É o segundo período da Filosofia Cristã, marcado a princípio, pela discussão a 
respeito dos universais e posteriormente pelo pensamento de S. Tomás de Aquino.A 
partir do século IX aparecem, como conseqüência do renascimento carolíngio, as escolas, 
e um certo saber, cultivado nelas, vai ter o nome de Escolástica. Este saber, em 
confronto com as setes artes liberais, o Trivium (gramática, retórica e dialética[lógica]) e o 
Quadrivium (aritmética, geometria, música e astronomia), é principalmente teológico e 
filosófico. 
-O problema dos Universais: 
O problema tem suas origens na Grécia antiga, quando Sócrates afirmava -contra 
os sofistas -que o verdadeiro objeto do conhecimento é aquilo que existe de comum em 
todos os seres individuais de determinado grupo, e não aquilo que distingue 
particularmente cada um deles.Posteriormente, a distinção socrática foi aperfeiçoada pela 
lógica de Aristóteles (384-322 a.C) e, nos comentários de Porfírio (232-304 d.C), colocou 
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se a seguinte questão: Os universais possuem verdadeira existência na realidade?Duas 
soluções opostas foram dadas pelos filósofos da Idade Média. A primeira ficou conhecida 
como realismo e teve como representante, entre outros, Santo Anselmo e Guilherme 
de Champeaux(mestre de Abelardo) e a segunda, nominalismo, representa 
principalmente por Roscelino de Compiègne (também mestre de Abelardo). 
-O realismo na sua forma mais completa afirma não só que só que os universais têm 
existência real, como constituem mesmo a mais autêntica realidade. Em cada membro de 
uma espécie –afirmava Guilherme de Champeaux –está presente uma natureza comum 
real, e os entes individuais diferem apenas em seus acidentes e não em sua substância. 
-O nominalismo de Roscelino toma posição diametralmente oposta à do realismo, 
esposando a tese de que a realidade é constituída pelos entes individuais, não sendo o 
universal mais do que uma simples emissão de voz (Flatus vocis), meros nomes (daí a 
expressão nominalismo).O termo "nominalismo" refere-se a uma abordagem reducionista 
de problemas sobre a existência e natureza de entidades abstractas; opõe-se portanto 
ao platonismoe ao realismo. Enquanto o platônico defende um enquadramento ontológico 
em que coisas como propriedades, gêneros, relações, proposições, conjuntos e estados 
de coisas são tomadas como primitivas e irredutíveis, o nominalista nega a existência 
de entidadesabstratas e tipicamente procura mostrar que o discurso sobre entidades 
abstratas é analisável em termos do discurso sobre concretos particulares da experiência 
comum.Em diferentes períodos, diferentes assuntos forneceram a direção ao 
debate entre nominalistas e platonistas. Na idade média, o problema dos universais era 
de importância axial. Nominalistas como Abelardo e Ockham insistiam em que tudo o 
que existe é particular. 
-Realismo Moderado ou conceptualismo –Uma terceira solução (conciliadora) é 
apresentada por Pedro Abelardo. Trata-se do Realismo Moderado: Os universais 
constituem palavras significativas e não simples emissões de voz humana. Sobre se 
os universais existem realmente ou são apenas objetos de intelecção, Abelardo diz 
que por si mesmo,os universais não existem mais do que no intelecto, mas eles referem-
se a seres reais. 
 
SÃO TOMÁS DE AQUINO(1224-1274): 
-Vida e obra: 
Tomás de Aquino nasceu no reino das duas Sicílias, filho de nobres –Condes 
de Aquino. Iniciou seus estudos na Itália, primeiro no mosteiro de Monte Cassino, e, 
em 1239, foi para Nápoles para cruzar as sete artes liberais: o trivium, gramática, 
retórica e dialética e o quadrivium, aritmética, geometria, astronomia e música. 
Em 1224, ingressou na ordem Dominicana, transferindo-se, posteriormente, 
para Paris, onde atuou como professor, dedicando sua vida ao ensino de Teologia. 
Espírito metódico e incansável, o aquinatense empenhou-se em ordenar o saber 
teológico e moral acumulado na Idade Média, tendo produzido uma extensa obra 
com mais de sessenta títulos, dentre as quais destacam-se, no pensamento 
Ocidental e de importância para o Cristianismo: A Suma Teológica –Summa Theológica 
–e a Suma Contra os Gentios– Summa Contra Gentiles. Viveu numa época em que as 
estruturas feudaisjá estavam estabelecidas e no momento de intensificação do 
comércio, o que possibilitou o intercâmbio entre povos e acesso a obras 
desconhecidas, principalmente traduções árabes de Aristóteles.Platão foi o filósofo que 
influenciou o pensamento de Sto. Agostinho; já em Tomás de Aquino, a filosofia de 
Aristóteles é que vai, diretamente, inspirá-lo. Essa integração entre o aristotelismo e o 
cristianismo encontra-se sintetizada na sua obra considerada a mais importante, que é 
a Suma Teológica. 
 
-Teoria do Conhecimento: 
Tomás de Aquino representa o apogeu da escolástica, pois conseguiu 
estabelecer o equilíbrio nas relações entre fé e razão –a teologia e a filosofia –, 
distinguindo-as mas, não separando-as. Ambas podem tratar dos mesmos objetos –
por exemplo: Deus –, ainda que seja importante ressaltar que a filosofia utiliza as 
luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina, 
manifestada na Revelação.Há distinção, mas não oposição, entre as verdades da razão e 
as da Revelação, pois a razão humana é uma expressão imperfeita da razão divina, 
estando-lhe subordinada. Por isso, o conteúdo das verdades reveladas pode estar 
acima da capacidade da razão natural, mas nunca pode ser contrário a ela. 
Nas palavras do próprio Aquino: 
A tudo isso respondo que foi necessário, para a salvação do Homem, uma 
doutrina fundada na revelação divina, além das disciplinas filosóficas que são investigadas 
pela razão humana Primeiro, porque o Homem está ordenado a Deus como a um fim que 
ultrapassa a compreensão da razão, conforme afirma Isaías, 44, 4: 
Fora de ti, ó Deus, o olho não viu o que preparastes para os que te amam‟. Ora, o 
Homem deve conhecer o fim ao qual deve ordenar as suas intenções e ações. Por isso 
se tornou necessário, para a salvação dos Homens, que lhes fossem dadas a conhecer, 
por Revelação Divina, determinadas verdades que ultrapassam a razão 
humana.Mesmo em relação àquelas verdades a respeito de Deus que podem ser 
investigadas pela razão, foi necessário que o Homem fosse instruído pela Revelação 
Divina, pois essas verdades, ao serem investigadas pela razão, chegariam a poucas 
pessoas e, mesmo assim, só depois de muito tempo e com muitos erros. Entretanto, 
do conhecimento dessas verdades depende a salvação do Homem, a qual está em Deus. 
Para que, pois, a salvação dos Homens seja alcançada de maneira mais conveniente e 
segura, foi necessário que fossem instruídos a respeito das coisas divinas, pela Revelação 
Divina. Donde a necessidade de uma ciência sagrada, obtidapela Revelação, além das 
disciplinas filosóficas que são investigadas pela razão. Por isso, nada impede que as 
mesmas coisas que tratam as disciplinas filosóficas, na medida em que são cognoscíveis 
pela luz da razão natural, sejam tratadas por outra ciência, na medida em que são 
conhecidas pela luz da Revelação Divina. Por isso, a teologia enquanto ciência sagrada, 
difere da Filosofia –ou, teologia natural. 
-Os Princípios do Conhecimento: 
As provas da existência de Deus contêm o quadro tomista explicativo da realidade. 
E esse quadro concilia as verdades da razão aristotélica e o conteúdo da revelação 
bíblica. Torna-se concebível pela razão que o mundo seja um conjunto de criaturas 
contingentes, cuja existência é dada por Deus, criadas a partir do nada, segundo graus 
hierárquicos de perfeição e participação na essência e existência divinas.Na 
superioridade hierárquica das criaturas, encontram-se os anjos, e, para explicá-los, a 
distinção entre essência e existência revela-se eficiente. Os anjos são criaturas como 
as demais, embora incorpóreos e possuidores da mais alta perfeição dentre 
elas. 
Entre os seres corporais, o Homem ocupa o vértice na escala dos seres, e, por isso, 
aparece como um ser dotado de duplo compromisso: composto de alma, participa dos 
seres imateriais, mas não é uma inteligência pura – como a dos anjos –,pois encontra-
se essencialmente ligado a um corpo. Vale lembrar que, desprendendo-se das servidões e 
dissolução da matéria, está alma mantêm a sua sobrevivência.Para Tomás de Aquino, o 
conhecimento humano parte sempre dos dados oferecidos pela experiência sensorial, 
isto é, o que primeiramente conhecemos é aquilo que nos é apresentado aos sentidos–
que revelam objetos concretos e singulares. 
Contudo, o nosso conhecimento não se restringe dados da sensibilidade, 
uma vez que somos capazes de, por abstração, formular conceitos universais.Com 
efeito, Aquino distingue, no Homem, dois intelectos: o intelecto passivo, que recebe 
e registra os dados dos sentidos; e o intelecto agente, que isola as imagens sensíveis, 
resultantes da sensação, elaborando conceitos abstratos e universais. O 
intelecto é o elemento ativo do conhecimento, é, para Tomás, dizer que a alma humana 
é iluminada por Deus, capaz de transformar em “ato” o inteligível que está em “potência” 
no sensível; sem intelecto agente, nada se pode conhecer, mas os princípios primeiros, que 
estão contidos no sensível em Potência, só podem ser concebidos a partir da experiência, 
o que anula qualquer possibilidade de conhecimento a priori como queria Agostinho. 
As Cinco Vias para Afirmar a Existência de Deus: 
As provas da existência de Deus contém o quadro tomista explicativo da realidade. 
E esse quadro concilia as verdades da razão aristotélica e o conteúdo da revelação 
bíblica.Considerando que Deus se revela na sua criação, Tomás procura, por meio 
do que considera manifestações –efeitos –da obra divina, chegar à prova de sua 
existência –causa dos efeitos. Para provar então a existência de Deus, é preciso partir dos 
efeitos para alcançar a causa primeira, ou seja, seguir o processo do conhecimento nos 
limites da razão humana. Aquino propõe as cinco provas racionais da existência de 
Deus. 
 
 Pelo Primeiro Motor Imóvel(ou pelo movimento): via cosmologia.Deus existe por que 
existe movimento no universo. Observa-se no mundo que as coisas se transformam. 
Todo movimento tem uma causa.>Pela Causa Eficiente: via causal.Deus existe porque, 
no mundo, os efeitos têm causa. Todas as coisas no mundo são causas ou efeitos 
de algo, não podendo uma coisa ser causa e efeito de si mesma. 
 Pelo Ser Necessário e pelo Ser Contingente: a via da relação entre o Possível e o 
Necessário.Deus existe porque observa-se, no mundo, o aparecimento e o 
desaparecimento de seres. Se todas as coisas aparecem ou desaparecem, elas 
não são necessárias, mas são apenas possíveis. Sendo apenas possíveis, 
deverão ser levadas a existir num dado momento, por um ser já existente. 
 Pelo Primeiro Motor Imóvel(ou pelo movimento): via cosmologia.Deus existe por que 
existe movimento no universo. Observa-se no mundo que as coisas se transformam. 
Todo movimento tem uma causa. 
 Pela Causa Eficiente: via causal.Deus existe porque, no mundo, os efeitos têm causa. 
Todas as coisas no mundo são causas ou efeitos de algo, não podendo uma coisa ser 
causa e efeito de si mesma. 
 Pelo Ser Necessário e pelo Ser Contingente: a via da relação entre o Possível e o 
Necessário.Deus existe porque observa-se, no mundo, o aparecimento e o 
desaparecimento de seres. Se todas as coisas aparecem ou desaparecem, elas 
não são necessárias, mas são apenas possíveis. Sendo apenas possíveis, 
deverão ser levadas a existir num dado momento, por um ser já existente. 
-Conclusão: 
Pelo que vimos, na concepção cristã, em geral, a prova da existência de Deus 
é uma verdade que não contradiz, de forma alguma, a realidade e sua natureza 
contingente. O que é contingente deve ter sua razão de ser, deve ter seu fundamento em 
outro ser, numa realidade absoluta –Deus –e que possa justificar a condição efêmera 
da realidade –homem / mundo. Se Tomás de Aquino ressalta –e ele o faz –a importância 
da razão na produção do conhecimento referente à realidade –como também 
na demonstração de certas verdades reveladas –, por outro lado, limita essa importância 
e acaba porpriorizar a fé –a substância de Deus, por exemplo. Assim, mesmo o que não 
pode ser demonstrado, continua verdadeiro, uma vez que advindo da Revelação Divina, 
sendo, portanto, superior à razão. 
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RESUMO: 
 
 
FILOSOFIA MODERNA: 
AULA 04 – O PENSAMENTO MODERNO E O RACIONALISMO: 
– O Humanismo Renascentista: 
O que seria o humanismo renascentista? Um tipo de filosofia ou um movimento 
artístico? Seria toda a produção intelectual do Renascimento? Pois bem, para responder 
essa dúvida, primeiro temos de entender o que cada uma destas palavras (humanismo e 
renascentista) representa individualmente. Vejamos o humanismo. A expressão humanista 
remonta ao século XV, e era utilizada para referir-se a todo professor ou cultor da gramática, 
retórica, poesia, história e filosofia moral. 
Estas disciplinas formam um estudo que os humanistas chamavam de stusia 
humanitatis ou studia humaniora. Já o Renascimento foi um período histórico entre meados 
do século XIV a meados do século XVI que buscava resgatar valores da Antiguidade 
clássica greco-romana, incorporando valores humanistas, prevalecendo, desta forma, o 
antropocentrismo (o humano como centro do Universo), em relação ao teocentrismo (Deus 
como centro do Universo). Em síntese, podemos afirmar que tais disciplinas – o humanismo 
e o antropocentrismo – estudavam o ser humano naquilo que o torna um ser único na 
natureza, que é a capacidade de expressar o próprio espírito. Somente o ser humano pode 
filosofar, pode ser poeta, pode criar normas para viver em sociedade. Somente o ser 
humano constrói a própria história. 
Já o Renascimento, enquanto termo, por si só evoca expressões como “renovar”, 
“retornar”, ou seja, é como se o período histórico que estamos estudando significasse o 
renascimento de uma época em que se amava a filosofia, a arte, a ciência e a tantas outras 
áreas do saber, diferentemente do modo como acontecia naquele período, devido, 
sobretudo, ao teocentrismo medieval. O homem renascentista, portanto, sentia-se como 
um verdadeiro renovador do espíritohumano. Cultivar o espírito greco-romano não 
significava retornar ao passado, mas antes recuperar a beleza e a espiritualidade devotadas 
ao homem por aqueles povos e atualizá-las à realidade do século XIV em diante. 
 
Erasmo de Roterdã: Humanista holandês (1469-1536), Erasmo foi uma das figuras mais 
marcantes do Renascimento. Conservou, não obstante, a característica medieval de 
escrever em Latim e não em sua própria língua, o que o colocara ao lado de Dante, Petrarca 
e Lutero... Dentre seus contemporâneos citamse, além de Maquiavel e Leonardo da Vinci, 
os intelectuais Michelangelo, Rafael, Lutero, Calvino e Tomas Morus, seu grande amigo, 
em cuja casa escreveu a obra O Elogio da Loucura. Ordenado sacerdote, obteve do Papa 
Júlio II a dispensa dos votos e lançou as bases de uma nova teologia, fundada nos 
evangelhos. Com o início da Reforma, recusou-se a tomar o partido de Lutero, com o qual, 
depois de uma disputa de ideias, acabou rompendo definitivamente. Erasmo criticava 
igualmente aos protestantes e aos católicos, embora nunca tenha deixado de ser católico. 
Acreditava na religião cristã de forma pura (sem os aparatos institucionais), na tolerância 
para com o outro e no amor ao conhecimento. 
O que é a Filosofia moderna: 
A filosofia moderna é toda a filosofia desenvolvida na chamada Era Moderna, entre 
o século XV (englobando os períodos finais da Renascença) e o século XIX. 
Tendo em vista o surgimento de novas ciências na época, a filosofia moderna tem 
como característica marcante o retorno da epistemologia (ramo filosófico que estuda a 
relação entre o ser humano e o conhecimento) como um dos aspectos centrais do período. 
Vale mencionar que não existe consenso sobre o período exato em que a 
Renascença termina e a filosofia moderna se inicia. Por esse motivo, é comum que 
determinadas ideias ou filósofos sejam, por vezes, classificados como renascentistas e por 
outras, como modernos. No entanto, grande parte dos estudiosos atribui o início da filosofia 
moderna aos pensamentos de René Descartes, no século XVI. 
A filosofia moderna, assim como outras fases da filosofia, pode ser dividida em 
escolas de pensamento que organizam as diferentes correntes filosóficas da 
época. As principais escolas da filosofia moderna são: racionalismo, 
empirismo, filosofia política, idealismo, existencialismo e pragmatismo. 
RACIONALISMO: 
O que é o Racionalismo? 
O Racionalismo é a tentativa de orientar o ser humano a alcançar a verdade através 
da Razão, tratando-se aqui de uma razão metódica, explicativa, que consiga demonstrar 
porque e como se chegou a determinadas conclusões. O Racionalismo, portanto, é como 
se fosse o esforço de se organizar a consciência a ponto de se afirmar que ela pode 
realmente conhecer algo de maneira segura e concreta. Desta escola, destacamos os seus 
dois principais representantes: René Descartes e Baruch Spinoza. 
RENÉ DESCARTES-filósofo francês (1596 – 1650): MATEMÁTICO E 
FILÓSOFO 
René Descartes foi um pensador francês do século XVII, considerado por muitos 
como o fundador da filosofia moderna. Isso porque Descartes exerceu uma influência 
marcante não somente na valorização à razão humana no período em que viveu, mas 
também nos séculos seguintes, sobretudo no XVIII, o qual será o século do Iluminismo, 
conforme ainda estudaremos. 
A filosofia de Descartes se tornaria uma das principais fundamentações da 
Revolução Científica. As descobertas iniciadas por Copérnico e continuadas por Galileu, 
Newton e outros grandes cientistas abriram as portas aos questionamentos de ideias que 
até então eram entendidas como incontestáveis. Inaugurava-se, então, um período de 
dúvidas, de incertezas, pois a antiga lógica clássica, que vinha desde Aristóteles, mostrou-
se insuficiente para compreender as novas complexidades do mundo. 
Era necessário repensar a filosofia, os princípios do conhecimento e criar novos 
caminhos para que fosse possível compreender a realidade com maior grau de certeza e 
exatidão possíveis. Descartes é o primeiro pensador que propôs este novo caminho, o qual 
é mais conhecido como método cartesiano. Galileu já havia desenvolvido um método 
científico, que exigia a observação e o questionamento rigorosos de dados obtidos por meio 
de experiências. Porém, faltava a construção racional para se compreender tais dados. É 
Descartes o filósofo que irá reorganizar a forma de conduzir a racionalidade humana, o que 
será elaborado por meio do método. Por causa disso, não é exagero afirmar que o termo 
método, em certo sentido, separara a filosofia antiga da filosofia moderna. 
As fases da sua filosofia podem ser resumidas da seguinte maneira: 
Objetivo: atingir verdades indiscutíveis, deduzidas logicamente, a partir de uma evidência 
irrefutável. 
Dúvida Metódica: Para atingir um conhecimento absoluto, tem que eliminar tudo o que 
seja susceptível de dúvida. Nesse sentido, começa por suspender todos os conhecimentos 
susceptíveis de serem postos em causa. Descobre que todos os dados dos sentidos o 
podem enganar. 
Primeira Evidência. Ao pôr tudo em dúvida, e enquanto o faz, descobre que a única coisa 
que resiste à própria duvida é a razão. Esta seria a primeira verdade absoluta da filosofia. 
"Eu penso, logo existo" (cogito). 
Ideias inatas. Descobre ainda que possuímos ideias, como a ideia de perfeição, que se 
impõem à razão como verdadeiras, mas que não derivam da experiência, nem foram por 
nós criadas. Atribui a sua criação a Deus (prova da existência de Deus). 30 
Deus garantia da verdade. Sendo a bondade um dos atributos de Deus, certamente que 
Ele não nos engana, logo as ideias inatas são verdadeiras. Deus é assim, a garantia da 
possibilidade do acesso à verdade. - Dualismo. Deduz uma divisão nas coisas: Aquilo cuja 
existência se revelou irrefutável, corresponde à res cogitans, isto é, à razão ("pensamento", 
"espírito", "alma" ou "entendimento"). Apresenta-se como inextensa e livre. Aquilo cuja 
existência e determinação levanta dúvidas, corresponde à res extensa, isto é, ao mundo 
exterior (corpos físicos). Os corpos são determinadas pela sua extensão, movimento, 
forma, tamanho, quantidade, lugar e tempo. O mundo físico é assim des- espiritualizado, 
pois está submetido às leis da física, mecânicas. 
- Dedução. Só com base nestas ideias claras e distintas, segundo Descartes, se poderia 
construir por dedução um conhecimento universal e necessário. 
Suas principais obras na Filosofia são: O DISCURSO DO MÉTODO e AS MEDITAÇÕES 
METAFÍSICAS 
O método cartesiano é apresentado como o conjunto de regras fáceis e certas que 
possibilitem a correta condução da razão na elaboração do conhecimento verdadeiro. Além 
disso, não se trata de conhecer a verdade simplesmente por conhecer, mas sim de um 
grandioso esforço de Descartes por construir um método que possa aplicar à própria vida. 
O método cartesiano é apresentado primeiramente na obra Regras para a Orientação do 
Espírito, na qual são enumeradas 21 regras, às quais Descartes reduz para quatro no 
Discurso do Método. Essa simplificação decorre do fato de Descartes entender que as 
ações funcionam melhor se existirem poucas leis, sendo necessário que estas sejam 
seguidas rigorosamente. 
 
 
A DÚVIDA METÓDICA: 
Uma das questões fundamentais da filosofia cartesiana é a dúvida. Descartes 
estabelece a necessidade da existência de uma dúvida geral, a qual possa ser aplicada a 
todos os conhecimentos, a todas as coisas, isto é, devese colocar tudo em dúvida. A dúvida 
metódica é algo tão profundo e forte em sua filosofia que o próprio Descartes afirma que 
em alguns momentos de nossas vidas devemos colocar em dúvida nossas certezas sobre 
as coisas, nossos hábitos, nossas relações etc. É preciso verificar tudo, e a partir disso 
distinguir o que é verdadeiro do que é falso. 
A dúvida metódica consiste em considerar como falso tudo aquilo que não podemos 
conhecer com certeza. Descartes coloca tudo em dúvida: qual o valor doconhecimento 
adquirido pelos sentidos? Será que a sensação de gosto salgado está no objeto ou apenas 
não passa de uma criação da minha mente, portanto algo imaginado e não real? Partindo 
dessas questões, Descartes passa a questionar desde a matemática e a todos os outros 
saberes, até colocar em xeque a própria existência. Qual a prova que temos de existirmos? 
Quem nos garante que não estamos sonhando neste momento? Ou seja, Descartes 
põe em dúvida tudo o que tem um argumento contrário, seja qual for o argumento. Aqui 
surge a grande passagem do filósofo francês: eu posso duvidar sistematicamente de todas 
as coisas, mas um dado permanece imutável em todas essas dúvidas: a própria dúvida! 
Ora, se eu duvido que estou duvidando, algo permanece ainda: a própria dúvida! 
Assim, a primeira certeza fundamental alcançada pela aplicação do método é a 
intuição da consciência de si mesmo como ser pensante. O ―cogito ergo sum‖ (Penso, 
logo existo) torna-se o princípio primeiro da filosofia de Descartes, a certeza fundamental 
que lhe garante uma base sólida para alcançar o conhecimento seguro e verdadeiro. Com 
o ser pensante – ou coisa pensante – de Descartes, entramos definitivamente em uma nova 
filosofia. Daqui pra frente, a base da filosofia não é mais Deus ou o Ser, mas a própria razão 
humana enquanto consciência pensante que duvida. Com isso, o ser humano torna-se o 
centro da razão moderna. 
O dualismo cartesiano em muito se aproxima do dualismo platônico. Pensemos na 
máxima de Descartes ―Cogito, ergo sum‖ (Penso, logo existo). Este cogito (penso) limita-
se a verificar a existência do ser pensante, que é o verdadeiro eu ou alma para Descartes. 
A essência limita-se ao ser que pensa, de tal forma que o corpo não é essencial para 
definir a natureza humana. É nesse ponto que se apresenta a separação entre e corpo e 
alma na história moderna. O corpo é uma máquina e, para ser entendido, deve seguir as 
leis físicas que regem a matéria. A alma é o ser que pensa, que por não ser extenso não 
pode ser analisado matematicamente. 
MÉTODO CARTESIANO: 
As 4 regras do método Descartes: os preceitos em que consiste o método cartesiano, 
sendo todos fundamentados no conhecimento essencialmente racional. São eles: 
1 Evidência: a primeira regra exige que não aceitemos como verdadeiro o que não nos 
seja claro e distinto. Nesta regra, o filósofo nos alerta sobre os juízos precipitados e a 
prevenção, isto é, o preconceito. Uma ideia, portanto, deve ser clara – a ponto de 
podermos concebê-la em nosso espírito – e distinta à medida que conseguimos separá-
la de todas as outras ideias que passam ao mesmo tempo e de maneira confusa pelo 
nosso pensamento. 
2 Análise: a segunda regra consiste em dividir cada uma das dificuldades que serão 
examinadas em tantas partes que sejam possíveis e necessárias para resolvê-las da 
melhor maneira. Segundo o filósofo, dividir o problema o torna mais fácil de ser 
enfrentado. 
3 Ordem: agora que as dificuldades foram divididas, o próximo passo é ordená-las, 
conduzindo nosso pensamento a solucionar as dificuldades. Assim, deve-se começar 
pelas questões mais simples e os objetos mais fáceis de conhecer, para gradativamente 
e ordenadamente tratar dos objetos compostos e problemas mais complexos. 
4 Enumeração: nesta etapa, devem-se fazer enumerações completas e revisões gerais 
de modo que nada seja omitido. Em outras palavras, devemos sempre nos certificar de 
que não esquecemos nada, de que nenhuma lacuna foi deixada para trás e todos os 
elos estejam conectados. 
Por fim, estes preceitos estão diretamente relacionados com a dúvida hiperbólica que 
consiste em duvidar de tudo que se apresente a nós através dos sentidos. Isso significa 
duvidar inclusive de nosso próprio corpo, visto que as sensações facilmente nos enganam 
e somente pelo método racional é possível acessar à verdade. 
O ARGUMENTO TEOLÓGICO: 
Um de seus estudos foi sobre a existência ou não de Deus. Sem considerarmos 
as questões religiosas e de crenças envolvidas em tal assunto, vejamos o que dizia 
Descartes. 
Para ele a única coisa que realmente pode ser considerada verdadeira é o 
pensamento, visto que todo pensamento por si só prova sua existência, ou seja, mesmo 
que uma pessoa duvide que o pensamento exista, essa sua dúvida já é um pensamento. 
Essa proposição de Descartes fez surgir sua célebre frase: “Penso, logo existo”, que apesar 
de pequena guarda grande dimensão filosófica. 
Uma vez de posse dessa nova linha de raciocínio, a razão, Descartes passa a 
examinar a idéia de perfeição. Quando dizemos que alguma coisa é imperfeita, estamos 
usando a idéia de perfeição sob a forma de falta de alguma coisa, ou seja, a ausência de 
algo que tornaria perfeita a coisa estudada. 
Caso essa coisa estudada estivesse completa, teríamos a noção de um ser perfeito. 
Demonstrando que a idéia de perfeição não se origina nos sentidos, mas na razão, 
Descartes abre o caminho para a prova racional da existência de Deus. Ao questionar a 
origem da idéia de Deus, ele depara com o problema de que essa idéia não poderia ter 
surgido do nada, pois o nada, nada cria e nenhum ser, muito menos um ser perfeito, pode 
ter surgido do nada. 
Seguindo este raciocínio, Descartes afirmou, também, que um ser imperfeito não 
pode ser a causa da criação de um ser perfeito, pois o menos não pode ser a causa do 
mais. A ideia de perfeição nasce junto com o homem, é uma idéia inata. Resta a idéia de 
que a perfeição não tendo sua origem no nada e nem tampouco em um ser imperfeito por 
natureza, só pode ter sido posta na razão por um ser perfeito. 
Um ser perfeito pode ser a sua própria causa, ao contrário de um ser imperfeito. A 
idéia de perfeição posta na razão sugere a existência de um ser perfeito, pois seria 
contraditória a existência da perfeição sem um ser perfeito que a tenha criado. 
Assim, a existência de uma ideia de perfeição que existe em nossa mente, comprova 
a existência de um ser perfeito que a criou e a colocou em nossa razão, ou seja, um ser 
que pode ser chamado de Deus. 
VAMOS TESTAR NOSSOS CONHECIMENTOS: ENTRE NO LINK ABAIXO E 
RESPONDA AS QUESTÕES: 
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RESUMO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORA: ANA BEATRIZ 
 
Orientações Gerais: 
Olá Pessoal, tudo bem com vocês? 
Aqui nós temos o resumo das 
matérias que iremos trabalhar neste 
momento de aulas remotas. As 
atividades serão postadas todas as 
segundas-feiras, após a live com 
discussão da matéria, que ocorrerá 
no instagram e no grupo da turma 
pelo Whatsapp sempre as 20hs. 
Tanto as atividades quanto as lives 
são parte do processo de ensino-
aprendizagem, sendo necessário a 
participação de todos. Por favor, me 
add aos grupos de whats ou 
adicionem o insta 
@naondadahistória. 
A IDADE MÉDIA: INVASÕES BÁRBARAS E FEUDALISMO 
 
1. Período Medieval europeu 
 Dividido em duas grandes etapas: Alta Idade Média (século V a século X) e Baixa 
Idade Média 
(século XI a século XV) 
 
2. Invasões bárbaras 
 Características dos povos germânicos: 
- sociedade: da sociedade sem Estado, organizada em clãs, evoluiu-se para a sociedade 
de classes; 
- economia: desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, em função das 
necessidades coletivas. 
Bosques, pastos e água eram explorados de forma comunitária; 
- religião: adoravam forças da natureza e acreditavam que os guerreiros iriam para o 
paraíso; 
- direito: normas costumeiras, utilização do ordálio; 
- artes: destaque para a ornamentação de objetos, como armas, braceletes, anéis etc. 
 Fases na penetração dos bárbaros: migrações (até século V) e invasões (a partir do século 
V). A chegada dos hunos foi o fator de ordem externa que mais colaborou para 
desencadear as invasões. 
 
3. A feudalização européia 
 Combinou elementos romanos (colonato e fragmentação do poder político) e germânicos 
(economia agropastoril, comitatuse beneficium). 
 Estamentos da sociedade feudal: nobreza, clero e servos. 
 Obrigações servis: corvéias, retribuições e prestações. 
 Poder político: união social através dos laços de vassalagem: suserano (senhor que 
concedia os feudos) e vassalo (pessoa que recebia o feudo). 
 Economia: o feudo era uma das principais unidades produtoras (agricultura e criação de 
animais), tendo caráter auto-suficiente. O comércio sofreu atrofiamento. 
 
O REINO DOS FRANCOS 
 
1. Os francos 
 Governado por duas dinastias: a dos merovíngios (século V a século VIII) e a dos 
carolíngios (século VIII a século IX). 
 
2. Os reis merovíngios 
 O primeiro rei foi Clóvis (482 a 511), que unificou os francos e converteu-se ao 
Cristianismo. 
 A transição dos merovíngios para os carolíngios deu-se através da ascensão do Mordomo 
do Paço Carlos Martel, que em 732 deteve o avanço árabe na Europa (Batalha de 
Poltiers). 
 
3. Os reis carolíngios 
 O mais importante rei carolíngio foi Carlos Magno, que em 800 foi coroado Imperador do 
Sacro Romano. 
 Carlos Magno expandiu os domínios francos, estruturou a administração (capitulares, 
missi-dominici, condes, marqueses) e estimulou o desenvolvimento cultural (renascença 
carolíngia). 
 
4. Decadência do Império Carolíngio 
 Principais causas: fragmentação do poder político (autonomia da nobreza agrária) e 
invasões dos séculos IX e X (margiares, vikings e sarracenos). 
 Formação das sociedades feudais do Ocidente. 
 
CIVILIZAÇÃO BIZANTINA 
1. Origem do Império Bizantino 
 Corresponde ao Império Romano do Oriente. 
 Sede: Constantinopla, situada às margens do estreito de Bósforo, na passagem do Mar 
Egeu para o Mar Negro. Cidade extremamente bem localizada em termos comerciais. 
 
2. A era de Justiniano 
 Justiniano (527-565) foi um dos mais importantes imperadores bizantinos. Expandiu 
militarmente o império, governou de forma absolutista (cesaropapismo) e deixou grande 
obra legislativa (Código de Justiniano). 
 
3. Decadência política 
 Após a morte de Justiniano, o império percorreu longa trajetória de decadência, somente 
interrompida no século X (reinado de Basílio II). 
 Durante cerca de mil anos o império sobreviveu a inúmeras ameaças, até que, em 1453, 
Constantinopla foi dominada pelos turcos otomanos. 
 
4. Vida econômica 
 Grande desenvolvimento do comércio, favorecido pela localização de Constantinopla. 
 Setor agrícola tinha produção concentrada em latifúndios da Igreja. 
 Controle do Estado das atividades econômicas (comércio, artesanato etc.). 
 
5. Vida cultural 
 Religião: grande debate de questões religiosas (monofisismo, iconoclastia). Criação da 
Igreja Ortodoxa (Cisma do Oriente, em 1054). 
 Artes: desenvolvimento da escultura, da arquitetura (Igreja de Santa Sofia) e dos mosaicos. 
 
CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA 
 
1. A Arábia pré-islâmica 
 Principais grupos árabes: beduínos (seminômades) e árabes urbanos (sedentários). 
 Não havia unidade política entre os árabes, mas uma certa unidade cultural (idioma, 
crenças religiosas) 
 
2. Maomé e sua religião 
 Maomé (570-632) fundou uma religião (chamada muçulmana, maometana ou islâmica), 
cuja doutrina básica está fixada no Alcorão. 
 Princípios religiosos essenciais: crer em Alá, o único Deus, e em Maomé, o seu profeta; 
realizar cinco orações diárias: ser generoso com os pobres; obedecer ao jejum durante o 
ramadã e visitar Meca pelo menos uma vez na vida. 
 
3. A expansão muçulmana 
 Estado muçulmano: a religião tornou possível a união dos árabes, antes agrupados apenas 
pelos laços de parentesco. 
 Expansão do Islão: governado por califas (poder religioso, político e militar), o Estado 
expandiu-se por meio das Guerras Santas (djihad). Três grandes etapas da expansão: de 632 
a 661, de 661 a 750 e de 750 a 1258. 
 
4. Vida econômica 
 Comércio e indústria manufatureira: alcançaram grande desenvolvimento entre os 
muçulmanos. Instrumentos jurídicos para facilitar o comércio: cheques, letras de cambio e 
formação de sociedades comerciais. Indústria manufatureira: jóias, vidros, sedas, armas etc. 
 Agricultura: cultivaram diferentes lavouras, aproveitando as características de cada região 
do imenso império. 
5. Vida cultural 
 Desenvolvimento do setor científico (Matemática, Física, Química, Medicina). 
 Esplendor artístico na literatura (fábulas e contos) e na arquitetura (grandiosas mesquitas, 
decoradas com arabescos). 
 
 
 
 
 
A AÇÃO DA IGREJA E A CULTURA MEDIEVAL 
 
 
RESUMO DAS CRUZADAS 
 
A seguir, tem-se um rápido resumo das oito Cruzadas empreendidas pela cristandade ocidental. 
 
 Primeira Cruzada (1096-1099) (Cruzada dos Nobres): Chefiada por nobres como 
Godofredo de Bouillon, Roberto da Normandia, Balduino de Flandres e Raimundo de 
Toulouse, essa Cruzada conquistou a cidade de Jerusalém, onde se fundou um Reino Cristão. 
Para manter-se nos territórios ocupados, os cruzados fundaram várias ordens: Templários, 
Hospitalários, Cavaleiros Teutônicos. 
 Segunda Cruzada (1147-1149): Chefiada pelo imperador Conrado III, da Alemanha, e por 
Luis VII, da França. Tentaram ocupar Jerusalém, que estava sendo ameaçada pelos 
muçulmanos, mas seus esforços foram em vão. O sultão do Egito, Saladino, reconquistou 
Jerusalém em 1187. 
 Terceira Cruzada (1189-1192) (Cruzada dos Reis): Chefiada por Frederico Barba Roxa, da 
Alemanha, e por outros reis como Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra, e Filipe II, da 
França. Os líderes dessa Cruzada conseguiram estabelecer um acordo com o sultão Saladino, 
que se comprometeu a permitir as peregrinações dos cristãos a Jerusalém. 
 Quarta Cruzada (1202-1204) (Cruzada Venezianal): O Papa Inocêncio III fez um grande 
apelo aos príncipes europeus, para que organizassem uma Cruzada contra o Egito. Mas a cidade 
de Veneza, que deveria ceder os navios, tinha interesses comerciais voltados para a destruição 
de Constantinopla. Assim, foi para lá que se dirigiu essa Cruzada, que pilhou e saqueou 
Constantinopla em 1204, desorganizando o Império Grego lá sediado (fundaram o Império 
Latino do oriente, que teve curta duração). 
 Quinta Cruzada (1217-1221): Foi orientada contra o Egito, mas não conseguiu obter sucesso. 
Os cruzados foram forçados a regressar, em meio às inundações do Nilo. 
 Sexta Cruzada (1228-1229): Foi chefiada por Frederico II, da Alemanha, e conseguiu obter 
do sultão do Egito, El Kamil, a entrega das cidades de Jerusalém, Belém e Nazaré. 
 Sétima Cruzada (1248-1250): Chefiada por Luis IX (São Luis), da França, voltou-se contra o 
Egito, mas o fracasso foi total. O rei foi preso com todo o seu exército e somente libertado 
mediante o pagamento de um elevado resgate. 
 Oitava Cruzada (1270): Novamente organizada por Luís IX, a expedição desembarcou no 
norte da África. Vitimada por uma epidemia de peste, a expedição se desfez, após a morte de 
seu líder, Luís IX. 
 
 
1. Igreja Católica na Europa Medieval 
 Influência: a igreja exerceu poderosa influência em diversos setores da vida medieval. 
 Estrutura: clero secular (padres, bispos, arcebispos) e clero regular (beneditinos, 
franciscanos, dominicanos etc.). Ponto máximo de hierarquia eclesiástica: Papa, Sumo 
Pontífice. 
 Conflitos com o poder monárquico: exemplo marcante foi a Questão das Investiduras 
(século XI). 
 
2. Inquisição 
 OBjetivo: descobrir e julgar os praticantes de heresias (doutrinas contrárias ao dogma 
católico). 
 Ação dos Tribunais de Inquisição: atuou em diversos países cristãos, como França, 
Alemanha, Portugal e, especialmente, Espanha. 
 
3. As Cruzadas 
 Causas: mentalidade guerreira da nobreza feudal, interesses econômicos no Oriente, 
motivação religiosa em conquistar lugares sagrados do Cristianismo. 
 As expedições: de 1096 a 1270 foram organizadas oito Cruzadas. 
 Conseqüências: empobrecimento dos senhores feudais, fortalecimento da realeza, 
desenvolvimento do comércio com o Oriente e intercâmbio cultural. 
 
4. VidaCultural 
 Educação: criação das universidades (Paris, Bolonha, Oxford, Montpellier e Salamanca). 
 Literatura e filosofia: poesias épica e lírica inspiradas nos valores do cavalheiro. Na 
filosofia (escolástica), destaca-se a figura de Tomás de Aquino, que empenhou-se em 
harmonizar a fé com a razão. 
 Música: Gregório Magno introduziu o canto gregoriano. Guido d’Arezzo batizou as notas 
musicais. Na música popular, desenvolveu-se a canção trovadoresca. 
 Arquitetura, escultura e pintura: na arquitetura, dominavam dois grandes estilos: o gótico e 
o românico. A escultura era profundamente ligada à arquitetura. A pintura concentrou-se 
na representação humanizada de santos e de divindades católicas. Grandes pintores: Giotto 
e Cimabue. 
 Ciências: traduziram-se diversas obras árabes e gregas, que influenciaram o progresso da 
Matemática, Física, Biologia, Astronomia e Medicina. Um dos grandes nomes da ciência 
medieval foi Roger Bacon, autor de Opus Majus. 
 
O FIM DA IDADE MÉDIA 
 
1. Visão Geral da Baixa Idade Média 
 Duas grandes fases: expansão (séculos XI a século XII) e contração (séculos XIV e XV). 
 
2. Os séculos de expansão 
 Expansão agrícola: mudanças nas relações servis e ampliação das culturas. 
 Renascimento comercial: estabelecimento de rotas internacionais para o comércio a longa 
distância. 
 Renascimento urbano: ascensão da burguesia e emancipação de cidades. 
 
3. Os séculos de contração 
 Crise econômica: falta de alimentos, perdas agrícolas e Peste Negra. 
 Crise política: guerras senhoriais e Guerra dos Cem Anos (1337 a 1453), entre França e 
Inglaterra. 
 Crise religiosa: conflitos internos dentro da Igreja, Grande Cisma do Ocidente (Igreja 
governada por dois Papas, um sediado em Roma e o outro em Avinhão). 
 
A IDADE MODERNA E O DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO 
 
1. Marcos da transição característicos da Época Moderna 
 Economia: declínio do feudalismo e ascensão do capitalismo (grandes navegações e 
descoberta de novos continentes). 
 Sociedade: crescimento da burguesia. 
 Política: formação do Estado Moderno. 
 Religião: surgimento da Reforma Protestante (quebra da unidade cristã). 
 Cultura: movimento renascentista. 
 
2. A expansão marítima e comercial européia 
 Fatores econômicos: comércio de especiarias, busca de novos mercados, falta de metais 
preciosos. 
 Fatores sociais e políticos: setores da burguesia favoreceram a centralização do poder em 
torno da realeza. 
 Fatores culturais: espírito de aventuras e avanço tecnológico (mapas geográficos, bússola, 
astrolábio, caravelas etc.). 
 
3. Países envolvidos na expansão 
 Pioneirismo ibérico: primeiro Portugal, depois Espanha. Descoberta de novo caminho 
para as Índias (1448) e descoberta da América (1492). 
 Franceses, ingleses e holandeses concentraram suas navegações no Atlântico Norte. 
 
4. A expansão européia e suas conseqüências 
 Para os conquistadores europeus: florescimento do capitalismo. 
 Para os conquistadores americanos: destruição dos povos pré-colombianos. 
 
O RENASCIMENTO 
 
1. Nova visão de mundo na Época Moderna 
 Humanismo (em oposição ao teocentrismo). 
 Individualismo (em oposição à coletividade universal cristã). 
 Racionalismo (em oposição à fé religiosa). 
 
2. Renascimento 
 Movimento tipicamente urbano europeu dos séculos XV e XVI, marcado pela inspiração 
na cultura da Antiguidade clássica. 
 Fatores que influenciaram o Renascimento: movimento humanista, desenvolvimento da 
imprensa, ação dos mecenas. 
 Alcance intelectual: artes, ciências, filosofia. 
 
3. Renascimento pela Europa 
 Início: Península Itálica (século XV). Grandes nomes: Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, 
Ticiano. 
 Expansão: França (Rabelais, Montaigne); Alemanha (Durer, Holbein); Países Baixos 
(Erasmo, Van Eyck); Inglaterra (Shakespeare, Thomas Morus); Espanha (Cervantes); 
Portugal (Camões). 
 
A REFORMA PROTESTANTE E A REAÇÃO CATÓLICA 
 
1. O conceito de Reforma 
 Movimento do século XVI de contestação à Igreja Católica que provocou a quebra efetiva 
da unidade do pensamento cristão ocidental. 
 
2. As principais causas da Reforma 
 Religiosas: críticas ao comportamento do clero e ao clima de corrupção dentro da Igreja. 
Novas interpretações de aspectos da Bíblia. 
 Sócio-econômicas: ética religiosa mais adequada ao espírito do capitalismo comercial. 
 Políticas: formação das monarquias nacionais, auto-afirmação dos sentimentos nacionais. 
3. Principais movimentos reformistas 
 Luteranismo (Alemanha) 
 Calvinismo (Suíça) 
 Anglicanismo (Inglaterra) 
 
 A Contra-Reforma católica 
 Movimento de reação da Igreja, face ao avanço do protestantismo. 
 Principais medidas da Contra-Reforma: Ordem dos Jesuítas, Concílio de Trento e 
restabelecimento da Inquisição. 
 
O ESTADO MODERNO: O ABSOLUTISMO E O MERCANTILISMO 
1. Características gerais buscadas pelo Estado Moderno 
 Idioma comum para o povo. 
 Definição de um território. 
 Soberania governamental. 
 Exército permanente. 
 
2. O absolutismo monárquico 
 Concentração de poderes em torno do rei. 
 Teóricos do absolutismo: Maquiavel, Jean Bodin, Thomas Hobbes, Jacques Bossuet. 
 
3. O absolutismo na França e na Inglaterra 
 França: Guerra dos cem Anos (1337-1453) fortaleceu o sentimento nacional. Fortaleceram-
se as instituições reais. Henrique IV (Edito de Nantes) impulsionou o processo de 
centralização do poder político. Luis XIV: símbolo do rei absolutista: O Estado sou eu. 
 Inglaterra: Henrique VII (1485-1509), fundador da Dinastia dos Tudor. Ampliou os poderes 
da monarquia e diminuiu os do Parlamento. Henrique VIII (criador da Igreja Anglicana). 
A religião foi manipulada no interesse da monarquia. Elizabeth I fortaleceu o absolutismo. 
 
4. A política econômica do Estado Moderno: o mercantilismo 
 Características do mercantilismo: metalismo, balança de comércio favorável, 
protecionismo e intervenção estatal. 
 Sistema colonial: solução para os problemas internacionais gerados pelo mercantilismo. 
Objetivo do colonialismo: criação de um mercado e de uma área de produção colonial 
inteiramente controlados pela metrópole. 
 
 
O ILUMINISMO E OS DÉSPOTAS ESCLARECIDOS 
 
1. As forças sociais no Estado absolutista 
 Tenso equilíbrio entre forças da nobreza e da burguesia. 
 Estado absolutista: alimentava-se do conflito social e tirava partido dele em benefício do 
poder supremo da monarquia. 
 O desenvolvimento do capitalismo corroeu o equilíbrio das forças sociais do Estado 
absolutista. Ascensão econômica da burguesia. 
 
2. Os valores básicos do Iluminismo 
 Bases: desenvolvimento do comércio e do individualismo burguês. 
 Valores defendidos pelo Iluminismo: igualdade, tolerância religiosa ou filosófica, 
liberdade e propriedade. 
 O Iluminismo combatia o absolutismo monárquico; o mercantilismo e o poderio da Igreja. 
 Surgiu uma nova concepção de Deus (construtor de uma máquina universal) e da 
sociedade (somente o acordo de vontade da maioria legitima o poder do Estado). 
3. Principais representantes do movimento iluminista 
 Precursores: Descartes (França), Newton (Inglaterra) e Locke (Inglaterra) 
 Pensadores iluministas: Montesquieu, Voltaire, Diderot, d’Alembert, Rousseau (França) e 
Kant (Alemanha). 
4. Repercussões do Iluminismo na teoria econômica 
 Fisiocratas: François Quesnay 
 Liberalismo econômico: Adam Smith 
5. O despotismo esclarecido 
 Representou a tentativa de conciliação de interesses entre a sociedade tradicional do 
Antigo Regime e a sociedade burguesa impulsionada pelo capitalismo. 
 Desenvolveu-se em países europeus atrasados em relação ao avanço do capitalismo: 
Prússia, Áustria, Rússia, Portugal e Espanha. 
 Marcado por projetos de modernização que não afetassem o poder monárquico. 
 
A REVOLUÇÃO INGLESA 
 
1. Significado geral da Revolução Inglesa 
 Os conflitos do século XVII foram o meio pelo qual a Inglaterra rompeu com o que 
restava do feudalismo,promovendo o avanço capitalista. 
 A Revolução Inglesa marcou, também, a substituição do absolutismo pelo Estado liberal-
capitalista. 
2. A situação sócio-econômica da Inglaterra 
 Situação variável conforme a região do país. 
 
3. As relações da monarquia inglesa com a sociedade 
 Tudor: absolutismo de fato, sem oposição da burguesia. 
 Stuart: absolutismo de direito, que provocou choque com o Parlamento, dominado pela 
burguesia. 
4. A guerra civil e a República de Cromwell 
 Do lado da monarquia: burguesia financeira, mestres das corporações e alto clero anglicano. 
 Do lado do Parlamento: burguesia mercantil, gentry, mestres manufatureiros e camponeses 
pobres. Cromwell acabou liderando as tropas do Parlamento contra a monarquia. 
 Governo de Comwell (1649 a 1658): unificação, numa só República, de Inglaterra, Irlanda 
e Escócia; assinatura do Ato de Navegação (transporte de mercadorias por navios da 
Inglaterra); vitória inglesa na guerra contra a Holanda. 
5. A restauração monárquica 
 Depois da morte de Cromwell, a agitação política tomou conta do país. O Parlamento 
promoveu a restauração da monarquia dos Stuarts. Reinados de Carlos II (1660-1685) e de 
Jaime II (1685-1688). 
6. A Revolução Gloriosa (1688-1689) 
 Guilherme de Orange assumiu o trono, com podres limitados pelo Parlamento. 
 Fim do regime absolutista. 
 Impulso ao capitalismo industrial. 
 
A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS 
 
1. Processo de independência dos Estados Unidos 
 Ao final da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a Inglaterra pretendeu impor rigidez aos 
laços coloniais sobre suas treze colônias da América. 
 Editou leis que desagradaram a burguesia colonial americana: Lei do Açúcar, do Selo, dos 
Alojamentos e do Chá, culminando com as chamadas |Leis Intoleráveis. 
 Reagindo contra as leis coloniais, a burguesia organizou o processo de independência. A 
declaração formal de independência deu-se em 4 de julho de 1776. 
2. A guerra pela independência (1775 a 1781) 
 Vitória das tropas americanas comandadas por George Washington, eleito primeiro 
Presidente dos Estados Unidos. 
3. A independência americana e o papel dos Estados Unidos 
 Lançou mensagem de cunho iluminista. 
 A partir de sua independência, os Estados Unidos começaram a assumir, dentro do 
continente americano, uma política imperialista, impondo seus interesses econômicos às 
demais nações. 
INDICAÇÃO DE FILMES HISTÓRICOS PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO (disponíveis no Youtube). 
Idade Média/Feudalismo 
– O Incrível Exército de Brancaleone 
– Cruzada 
– Coração Valente 
– O Sétimo Selo 
Grandes Navegações 
– 1492 – A Conquista do Paraíso 
– Cristóvão Colombo – A Aventura do Descobrimento 
Absolutismo 
– O Homem da Máscara de Ferro 
– Cromwell 
Reforma Protestante 
– Lutero 
Renascimento 
– Dom Quixote 
– Agonia e Êxtase 
– Shakespeare Apaixonado 
– Giordano Bruno 
 
REFERÊNCIAS 
 
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2002. DIVALTE Garcia Figueira. História (volume único). São Paulo: 
Ática, 2002. 
FARIA, Ricardo de Moura et al .História. Belo Horizonte: Lê, 1993 (3 volumes). GOMES, Paulo Miranda. História Geral das Civilizações. 10 ed. 
Belo Horizonte: Lê, 1977. 
KOSHIBA, Luiz et al. História Geral e do Brasil: trabalho, cultura, poder. São Paulo: Atual, 2004.

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