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Balanço Social Empresarial e outros Indicadores 
Autor: Giórgio de Jesus da Paixão* 
Podemos ainda inserir dentro da noção de Responsabilidade Social Empresarial ou 
Corporativa, a questão do Balanço Social como ferramenta complementar às ações de 
transparência e ética das organizações. 
Vemos que durante muito tempo, o usuário principal da Contabilidade foi o 
proprietário, gestor individual de seu negócio. As demonstrações contábeis que 
nasceram há vários séculos eram elaboradas unicamente para o atendimento das 
necessidades internas dos gestores. Todavia, com o crescimento e o desenvolvimento 
das organizações, surgiram os credores, que se tornaram parceiros dos negócios, que 
passaram a fazer exigência quanto a informações contábeis, especialmente referentes à 
capacidade financeira da empresa de honrar seus compromissos (TINOCO, 2001). 
O autor ainda explicita que durante o século XIX faziam-se necessários grandes 
investimentos, que demandavam novos investidores que, por sua vez, implicou uma 
maior abertura das organizações, quanto a revelarem e darem transparência da situação 
econômica e financeira 
[...] A partir da década de 60, do século XX, os trabalhadores, especialmente na Europa 
e nos Estados Unidos da América, passaram a fazer exigências às organizações no 
sentido de obterem informações relativas a seu desempenho econômico e social [...] 
tendo em vista a discussão da responsabilidade social, dando assim origem à 
implantação do Balanço Social, na França, a partir de 1977, que evidenciava 
basicamente os recursos humanos (TINOCO, 2001, pág. 27). 
O balanço social surgiu com a crescente demanda, por parte da sociedade, de 
informações a respeito dos impactos que as atividades empresariais exercem sobre os 
trabalhadores, a sociedade, a comunidade e o meio ambiente (TENÓRIO, 2004). 
Segundo o Instituto ETHOS de Empresas e Responsabilidade Social, a questão da 
disseminação do Balanço Social e concomitantemente da Responsabilidade Social 
Empresarial está intimamente ligada à ação de setores da sociedade civil em parceria 
com a esfera privada: 
No Brasil, o movimento de valorização da responsabilidade social empresarial ganhou 
forte impulso na década de 90, através da ação de entidades não governamentais, 
institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas para a questão. O trabalho do Instituto 
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE na promoção do Balanço Social é 
uma de suas expressões e tem logrado progressiva repercussão (ETHOS, 2008). 
Para Danziger (1983), o balanço social é um documento importante, espelho da situação 
social na empresa; ele testemunha o clima que a rege. É uma “plataforma de cooperação 
ou de reivindicação, ele inaugura de maneira implícita uma nova era nos relatórios entre 
a direção e os assalariados”. Explicita ainda que é necessário conceder ao balanço social 
a mesma consideração de que se beneficiam o balanço financeiro e balanço fiscal 
(TINOCO, 2001, pág. 30). 
Segundo Tinoco (2001), o balanço social é uma necessidade de gestão e resposta a uma 
demanda de informações e tem um duplo objetivo: 
• No plano legal, fornece um quadro de indicadores a um grupo social, que após ter sido 
apenas um simples fator de produção, encontra-se promovido como parceiros dos 
dirigentes da empresa; 
• No plano de funcionamento da empresa, serve como um instrumento de pilotagem no 
mesmo título que os relatórios financeiros. Os trabalhadores encontram-se assim 
associados à elaboração e à execução de uma política que os liga ao principal dirigente. 
É instrumento, que para Tinoco (2001), serve como uma forma de demonstrar à 
sociedade, de maneira mais transparente, as atividades que a empresa produz, como 
verificado neste trecho: 
Mais recentemente, a sociedade, sujeito e objeto das atividades humanas, vêm 
propugnando por maior abertura, quanto à revelação de informações econômicas, 
financeiras, sociais, e ambientais, que justifiquem a razão de ser das entidades, como 
sujeitos públicos, inserindo-se, portanto, no contexto dos usuários do Balanço Social. 
As entidades consomem recursos naturais, renováveis ou não, direta ou indiretamente 
que constituem parte integrante do patrimônio da humanidade, utilizam recursos 
humanos, físicos e tecnológicos, que pertencem a pessoas e, portanto à sociedade. As 
organizações vivem em função da sociedade, devendo em troca, revelar informações de 
como usam eficientemente e eficazmente esses recursos (TINOCO, 2001, pág. 28). 
Temos a constatação nas palavras de Tenório (2004) que entre os benefícios 
proporcionados pela implementação do balanço social destacam-se: 
• A identificação do grau de comprometimento social da empresa com a sociedade, os 
empregados e o meio ambiente; 
• Evidenciação, através de indicadores, das contribuições à qualidade de vida da 
sociedade; 
• A avaliação da administração através de resultados sociais, e não somente financeiros. 
Ainda existem outros indicadores como a demonstração do Valor Adicionado e 
Certificação de Responsabilidade Social Corporativa. Por não se apresentarem como 
foco deste artigo, vejamos algumas definições gerais e sintéticas de cada um. 
A demonstração do valor adicionado (DVA) é um relatório que permite identificar 
quanto de valor uma empresa agrega à sociedade e de que forma ele é repartido entre os 
agentes (TENÓRIO, 2004). 
Quem são os beneficiados com o desempenho da empresa, como empregados, governo, 
terceiros, acionistas, os quais estão representados pela remuneração de pessoal e 
encargos sociais; impostos sobre vendas, produção de serviços, taxas e contribuições, 
juros sobre capital de terceiros e próprio, dividendo, aluguéis de móveis e imóveis e, por 
fim, retenções a título de reinvestimento na organização (Ribeiro; Lisboa, 1999 apud 
TENÓRIO, 2004, pág. 40). 
Agora, a questão da certificação de responsabilidade social corporativa é questão 
recente no Brasil e o no mundo. No exterior, algumas normas, como a Social 
Accountability 8000 (SA 8000), a Occupational Health and Safety (BS 8800) e a 
AccountAbility (AA 1000), surgiram visando padronizar um conjunto mínimo de 
indicadores referentes aos aspectos éticos e de responsabilidade social na condição dos 
negócios. (TENÓRIO, 2004). 
Como podemos observar, as normas existentes abordam parcialmente as dimensões da 
responsabilidade social corporativa. Assim, para uma análise mais detalhada, torna-se 
necessário obter informações adicionais e até mesmo certificações complementares, 
como a ISO 9000 (referente à qualidade dos produtos) e a ISO 14000 (referente às 
questões ambientais) (TENÓRIO, 2004, pág. 42). 
No Brasil, as empresas estão buscando alternativas para demonstrar seu envolvimento e 
preocupação com as questões sociais. A forma mais simples de envolvimento é por 
meio da associação de uma entidade comprometida com os princípios da 
responsabilidade social. Assim, as empresas associadas se comprometem a seguir um 
código de conduta que visa normatizar as ações empresariais entre os agentes sociais. É 
o caso de alguns Institutos como o GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) e 
o ETHOS. 
Conciliando o fato das empresas estarem modificando seus atos, a alta mutabilidade do 
mercado quanto a novos procedimentos e a pressão da população e de todas as partes 
interessadas na organização, podemos nos questionar sobre qual a melhor maneira de 
tornar a organização socialmente responsável concomitante com o fator de participação 
da população e das novas transformações econômicas e sociais. Existem inúmeras 
respostas possíveis, mas uma que tem melhor adequação e proposta é realmente a 
ideologia cooperativista. 
Referências 
INSTITUTO ETHOS. Disponível em: 
<http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp>. Acesso em: 
20 abr. 2008 
TENÓRIO, Fernando Guilherme; NASCIMENTO, Fabiano Christian Pucci do,; 
Fundação Getulio Vargas. Responsabilidadesocial empresarial: teoria e prática. 2. ed. 
Rio de Janeiro (RJ): 2006 Ed. da FGV. 
TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Balanço social: uma abordagem da transparência e 
da responsabilidade pública das organizações. São Paulo: Atlas, 2001. 
*Giórgio de Jesus da Paixão é graduando do curso de Administração Pública da 
UDESC. Atualmente é colaborador do SENAI. 
 
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp

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