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Fundamentos de Geologia_corte

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Prévia do material em texto

Valter Machado da Fonseca
Márcio Teixeira de Moraes
Aristóteles Teobaldo Neto
Elisa Helena Pereira Portelinha
Elisvalda Beatriz da Silva
Joceli Pereira Roberto
Fundamentos de geologia
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
F962 Fundamentos de geologia / Valter Machado da Fonseca ... [et al.].
 – Uberaba: Universidade de Uberaba, 2017. 
180 p.: il. 
Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba.
ISBN 978-85-7777-655-9
 
1. Geologia. 2. Geomorfologia. 3. Terra (Planeta). I. Fonseca,
Valter Machado da. II. Universidade de Uberaba. Programa de
Educação a Distância.
 CDD 551
© 2017 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico 
ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, 
da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Coordenação de Graduação a Distância
Sílvia Denise dos Santos Bisinotto
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Diagramação
Andrezza de Cássia Santos
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Valter Machado da Fonseca
Doutor em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) 
Mestre em Educação Ambiental pela Faculdade de Educação da 
Universidade Federal de Uberlândia (FACED/ UFU). Licenciado em 
Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Técnico em 
mineração pela Escola Técnica Federal de Ouro Preto (ETFOP – atual 
CEFET/Outro Preto). Professor adjunto I da Universidade Federal de 
Viçosa (UFV). Desenvolve pesquisas na área ambiental, com ênfase nas 
questões relativas ao aquecimento global.
Márcio Teixeira de Moraes
Graduado e licenciado em Geografia pelas Faculdades Integradas 
do Triângulo. Professor dos ensinos fundamental e médio. Membro 
da Comissão para elaboração do Programa de Avaliação Seriada 
(PAIES-UFU).
Aristóteles Teobaldo Neto
Mestre e graduado em Geografia (bacharelado e licenciatura) pela 
Universidade Federal de Uberlândia (UFU). É professor no ensino básico 
e superior e pesquisador de temas relacionados à Educação Ambiental, 
Cartografia e Geoprocessamento, aplicados ao planejamento urbano-
ambiental.
Elisvalda Beatriz da Silva
Especialista em Educação Ambiental pela Faculdade Católica de 
Uberlândia. Licenciada em Geografia.
Sobre os autores
Elisa Helena Pereira Portelinha
Licenciada em Geografia pela Faculdade de Educação de Uberaba 
(FEU), professora da rede municipal de ensino de Uberaba.
Joceli Perreira Roberto
Pós-graduada em Educação Ambiental pela Faculdade Castelo Branco. 
Graduada em Geografia pelo Centro de Ensino Superior de Uberaba. 
Professora de Geografia no ensino fundamental.
Sumário
Apresentação .......................................................................................IX
Capítulo 1 As formações geológicas e a ação antrópica sobre o 
ambiente .............................................................................. 1
1.1 Um olhar sobre o presente para compreender o passado .....................................4
1.2 Como você enxerga e sente o planeta nos dias de hoje? ......................................5
1.3 O ambiente terrestre sob o foco da Geografia atual ...............................................6
1.4 Antes da viagem no tempo, uma necessária revisão conceitual ............................8
1.5 O ambiente...............................................................................................................8
1.6 Ecossistema .............................................................................................................9
1.7 Complexidade ........................................................................................................11
1.8 Geologia e geomorfologia ......................................................................................12
1.9 Considerações sobre a dinâmica da Terra ............................................................15
1.10 Uma viagem no tempo da Terra: o planeta, sua história, seus elementos e sua 
dinâmica ...............................................................................................................16
1.11 A história da Terra e a Terra na história ...............................................................17
1.12 Como sabem a idade da Terra? O que é o tempo geológico? ...........................21
1.13 O tempo geológico ...............................................................................................23
1.14 Minerais e rochas .................................................................................................25
1.15 As bacias sedimentares .......................................................................................28
1.16 Planeta Terra: dinâmica externa ..........................................................................28
1.17 Os quatro elementos: água, atmosfera, clima e organismos ..............................30
1.18 As principais teorias sobre a dinâmica da crosta terrestre ..................................32
1.18.1 A teoria da isostasia ................................................................................. 32
1.18.2 A teoria da Terra em expansão ................................................................ 32
1.18.3 A teoria das correntes de convecção e a deriva continental ................... 33
1.18.4 A teoria da tectônica de placas ................................................................ 33
1.19 Brasil: formações geológicas e relevo .................................................................35
1.19.1 As unidades do relevo brasileiro .............................................................. 38
1.20 Os processos de modelagem e remodelagem do ambiente e das estruturas da 
 Terra: as formações geológicas ..........................................................................41
1.21 A variação de temperatura como agente de intemperismo .................................42
1.22 A ação mecânica das raízes dos vegetais sobre as rochas ...............................43
1.23 O fenômeno da decomposição química das rochas ...........................................43
1.24 Cristalizações de sais (eflorescência) .................................................................44
1.25 O fenômeno do congelamento das águas ..........................................................45
1.26 Atividades geológicas das águas continentais de superfície ..............................46
1.26.1 O processo de erosão fluvial e as formações geológicas ....................... 46
1.26.2 A ação das águas das chuvas (precipitação pluviométrica) ................... 49
1.27 As atividades geológicas do vento, do gelo e do mar .........................................49
1.27.1 O vento ..................................................................................................... 49
1.27.2 O gelo ....................................................................................................... 53
1.27.3 Os mares e oceanos ................................................................................ 56
1.27.4 As regiões marinhas ................................................................................ 58
1.28 Para não concluir: considerações parciais ..........................................................59
Capítulo 2 Teoria da deriva continental e placas tectônicas ............... 65
2.1 O planeta Terra e sua origem ................................................................................67
2.2 Processos geodinâmicos internos .........................................................................702.3 Teoria das correntes de convecção .......................................................................72
2.4 Teoria da deriva continental ...................................................................................72
2.4.1 Limitações da teoria .................................................................................... 77
2.5 Teoria da tectônica de placas ................................................................................78
2.5.1 Principais placas e seus movimentos ......................................................... 79
2.6 Orogênese .............................................................................................................82
2.6.1 Dobramentos ............................................................................................... 84
2.6.2 Falhamentos ................................................................................................ 84
2.7 Epirogênese ...........................................................................................................85
2.7.1 A origem das montanhas ............................................................................ 86
2.8 Conclusão ..............................................................................................................89
Capítulo 3 Rochas e formas de relevo ................................................ 93
3.1 Estrutura geológica e relevo: uma visão geral ......................................................96
3.2 As rochas e o relevo: uma análise no tempo ......................................................101
3.2.1 As rochas ígneas ....................................................................................... 102
3.2.2 As rochas sedimentares ............................................................................ 102
3.2.3 As rochas metamórficas ............................................................................ 102
3.3 Rochas .................................................................................................................105
3.3.1 Introdução ao estudo das rochas: considerações .................................... 105
3.3.2 Classificação das rochas segundo sua gênese........................................ 109
3.3.3 Rochas metamórficas ................................................................................ 115
3.4 Relevo: evolução, formas e modelado ................................................................119
3.5 As forças endógenas e as formas de relevo .......................................................121
3.6 Influência do vulcanismo na formação do relevo ................................................121
3.7 O trabalho dos rios: construção e esculturação das formas de relevo ...............124
3.8 As bacias sedimentares .......................................................................................125
3.9 As estruturas do relevo brasileiro ........................................................................125
3.9.1 Plataformas ou crátons .............................................................................. 126
3.9.2 Os cinturões orogênicos ............................................................................ 126
 UNIUBE VII
3.9.3 As bacias sedimentares ........................................................................... 127
3.10 As unidades do relevo brasileiro ........................................................................127
3.11 Formas de relevo ...............................................................................................129
3.12 Topografia, elevação e relevo ............................................................................129
3.13 A construção das formas de relevo: feições esculpidas por erosão e 
sedimentação .....................................................................................................130
3.13.1 Montanhas e morros .............................................................................. 130
3.13.2 Planaltos ................................................................................................. 131
3.13.3 Relevos tabuliformes e mesas ............................................................... 131
3.13.4 Relevos em crias e vales controlados pela estrutura ............................ 132
3.13.5 Vales fluviais e erosão do substrato rochoso ........................................ 132
3.13.6 Cuestas .................................................................................................. 133
3.14 A influência do clima na elaboração do modelado terrestre .............................133
3.15 As morfoestruturas e as morfoesculturas ..........................................................134
3.15.1 Principais formas morfoestruturais ........................................................ 134
3.15.2 Principais formas morfoesculturais ........................................................ 135
3.16 Conclusão ..........................................................................................................136
Capítulo 4 A constituição das formas de relevo terrestre no contexto 
da interdependência da atuação dos fatores endógenos e 
exógenos atuantes no planeta .........................................139
4.1 Relevo e seus agentes formadores .....................................................................141
4.1.1 O relevo ..................................................................................................... 141
4.2 Sobre os processos endógenos ..........................................................................146
4.3 Sobre os processos exógenos ............................................................................155
Apresentação
Caro(a) aluno(a).
É com grande prazer e satisfação que lhes apresentamos o nosso 
livro Fundamentos de Geologia. Como o próprio nome já diz, neste 
livro iremos debater os temas relativos a uma compreensão básica da 
geologia e seus processos, que constitui o grande ecossistema do planeta 
Terra. Esse ambiente é grande palco onde ocorrem os diversos tipos 
de interações físicas, físico-químicas, biológicas, químicas, históricas e 
sociais, necessárias ao surgimento, preservação e continuidade da vida 
de todas as espécies, sejam elas animais ou vegetais. Um dos maiores 
objetivos desse livro é propor um diálogo entre os diversos saberes e 
conhecimentos numa perspectiva que privilegie uma abordagem crítica 
multidisciplinar e interdisciplinar. 
Ao elaborar este material pensamos em uma perspectiva socioconstrutivista 
visando à formação profissional e humana dos educandos, que significa 
muito mais do que a mera transmissão de conhecimentos e saberes. É 
nessa perspectiva de construção do conhecimento que apresentamos o 
conteúdo deste livro.
Os conteúdos apresentados neste livro estão distribuídos em quatro 
capítulos, a saber:
1. As formações geológicas e a ação antrópica sobre o ambiente 
2. Teoria da deriva continental e placas tectônicas
3. Rochas e formas de relevo
4. A constituição das formas de relevo terrestre no contexto da interdependência 
da atuação dos fatores endógenos e exógenos atuantes no planeta
Esses capítulos foram organizados tendo por base a orientação que busca 
dar significado aos conhecimentos apresentados de forma contextualizada, 
não bastando apresentar somente o conteúdo, mas sim, dar-lhe condições 
de, a partir do conhecimento adquirido, abrir outros caminhos para novas 
pesquisas e aprofundamento dos assuntos abordados. Vejamos do que trata 
cada um dos capítulos.
No capítulo 1, “As formações geológicas e a ação antrópica sobre o 
ambiente”, são destacados aspectos relativos às estruturas geológicas da 
Terra, seus elementos físicos, químicos, físico-químicos e biológicos. Neste 
capítulo, na análise dessas estruturas geológicas, é levada em consideração, 
ainda, a ação antrópica, ou seja, as ações do homem na exploração dos 
recursos naturais que compõem as estruturas geológicas da Terra.
Nocapítulo 2, denominado “Teoria da deriva continental e placas tectônicas”, 
são analisadas as condições dos aspectos envolvidos na evolução dos 
continentes. Nota-se que, para que essa evolução ocorresse, foi necessária 
a existência de vários fatores físicos, químicos e biológicos.
No capítulo 3, “Rochas e formas de relevo”, serão abordados os diversos 
tipos de rochas e suas características, bem como a caracterização e 
formação do relevo, que serão objetos de estudo como ponto de partida 
para entendermos sua formação, esculturação e sua transformação.
O capítulo 4, “A constituição das formas de relevo terrestre no contexto 
da interdependência da atuação dos fatores endógenos e exógenos 
atuantes no planeta” – vai tratar da relação humana com o espaço em 
uma perspectiva de conhecer para prever, para utilizar e até dominar. Isso 
porque compreender os processos que constituem os diferentes relevos 
colabora com o planejamento da ocupação do espaço, já que isto está 
intimamente ligado com as atividades humanas (moradia, agricultura, 
criação de animais, abertura de estradas etc.).
Comece agora a fazer uma incrível e incomparável viagem ao interior 
da Terra. Desfrute de todo o conhecimento científico e geográfico aqui 
disponibilizado para você. Com o seu esforço e com o nosso trabalho, 
temos a certeza que você será um excelente profissional.
Bons estudos!
Valter Machado da Fonseca
Introdução
As formações geológicas 
e a ação antrópica 
sobre o ambiente
Capítulo
1
Prezado(a) aluno(a).
Em primeiro lugar, é preciso tecer algumas considerações acerca 
do estudo que se inicia a partir deste momento. Este texto terá 
como uma de suas preocupações centrais a obediência a algumas 
normas, visando facilitar a sua compreensão do nosso objeto 
de estudo, ou seja, o ambiente terrestre e o conjunto de forças 
responsáveis pela manutenção de seu equilíbrio.
Para isso, tentar-se-á construir uma estratégia didático-pedagógica 
que prime pela clareza textual, pela contextualização do tema e 
dos conceitos em estudo, bem como da proposição de tarefas e 
atividades que propiciem o diálogo entre você e a equipe docente 
do curso, de forma séria, porém agradável, procurando a vinculação 
dos conceitos, com exemplos práticos, facilitando o entendimento do 
assunto em foco.
As novas tecnologias da comunicação, principalmente aquelas ligadas 
à Internet, possuem uma alta carga de informações superficiais que 
visam ao aperfeiçoamento do marketing do consumismo. Porém, 
se adequadamente usadas, elas constituem-se em importantes 
instrumentos para a troca e a construção de novos conhecimentos, 
novas práticas de ensino-aprendizagem e novos saberes.
2 UNIUBE
Este é o grande desafio a ser enfrentado pelos educadores 
e educandos: utilizar as novas tecnologias de comunicação 
e informação para construir, efetivamente, uma educação de 
qualidade, por intermédio da interação plena entre os atores 
envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
Bons estudos!
Este estudo será organizado tendo-se por suporte os diversos 
conceitos básicos relativos ao tema em foco, levando-se em 
consideração a orientação didática necessária para sua compreensão 
e considerando-se, ainda, a relevância da contextualização conceitual 
do conjunto de elementos e aspectos que permeiam o debate sobre 
essa importante temática.
Essa conceituação, contextualizada, será construída obedecendo-se 
o rigor científico e o grau de criticidade necessários para enfrentarmos 
essa discussão fundamental para a continuidade da vida no Planeta 
Terra. Os temas tratados neste estudo terão a abordagem transversal 
da análise do ambiente terrestre, bem como das noções e conceitos 
dele derivados.
Assim, o conjunto de elementos elencados neste capítulo tem como 
ponto central cumprir os seguintes objetivos:
• determinar como se comporta o conjunto das forças que 
agem sobre a dinâmica da Terra;
• relacionar os principais conceitos originados a partir do estudo 
do ambiente à vida na Terra;
Objetivos
 UNIUBE 3
• analisar a ação dos elementos físicos, físico-químicos, químicos 
e biológicos sobre o ambiente terrestre, bem como sua relação 
com as transformações no relevo, vegetação, clima, hidrografia, 
dentre outros;
• discutir a problemática ambiental da atualidade e sua relação 
com a dinâmica natural da Terra e com as ações degradantes 
do homem sobre a natureza;
• construir a visão crítica necessária para a compreensão 
do ambiente terrestre, bem como da exploração de seus 
recursos.
1.1 Um olhar sobre o presente para compreender o passado
1.2 Como você enxerga e sente o planeta nos dias de hoje?
1.3 O ambiente terrestre sob o foco da Geografia atual
1.4 Antes da viagem no tempo, uma necessária revisão conceitual
1.5 O ambiente
1.6 Ecossistema
1.7 Complexidade
1.8 Geologia e geomorfologia
1.9 Considerações sobre a dinâmica da Terra
1.10 Uma viagem no tempo da Terra: o planeta, sua história, seus 
 elementos e sua dinâmica
1.11 A história da Terra e a Terra na história
1.12 Como sabem a idade da Terra? O que é o tempo geológico?
1.13 O tempo geológico
1.14 Minerais e rochas
1.15 As bacias sedimentares
1.16 Planeta Terra: dinâmica externa
1.17 Os quatro elementos: água, atmosfera, clima e organismos
1.18 As principais teorias sobre a dinâmica da crosta terrestre
1.18.1 A teoria da isostasia
1.18.2 A teoria da Terra em expansão
Esquema
4 UNIUBE
1.18.3 A teoria das correntes de convecção e a deriva continental
1.18.4 A teoria da tectônica de placas
1.19 Brasil: formações geológicas e relevo
1.19.1 As unidades do relevo brasileiro
1.20 Os processos de modelagem e remodelagem do ambiente e 
 das estruturas da Terra: as formações geológicas
1.21 A variação de temperatura como agente de intemperismo
1.22 A ação mecânica das raízes dos vegetais sobre as rochas
1.23 O fenômeno da decomposição química das rochas
1.24 Cristalizações de sais (eflorescência)
1.25 O fenômeno do congelamento das águas
1.26 Atividades geológicas das águas continentais de superfície
1.26.1 O processo de erosão fluvial e as formações geológicas
1.26.2 A ação das águas das chuvas (precipitação pluviométrica)
1.27 As atividades geológicas do vento, do gelo e do mar
1.27.1 O vento
1.27.2 O gelo
1.27.3 Os mares e oceanos
1.27.4 As regiões marinhas
1.28 Para não concluir: considerações parciais
Um olhar sobre o presente para compreender o passado1.1
Ao se observar o planeta Terra, tem -se a impressão de que ele é um sistema 
simples, cujos elementos estão estáveis, estáticos, parados. No entanto, 
trata -se de um sistema altamente complexo, cujo equilíbrio se mantém por 
intermédio de um conjunto de forças que, se alteradas, podem gerar graves 
desequilíbrios, os quais podem conduzir à extinção de todas as formas de 
vida, inclusive o próprio homem.
Sob esta ótica, é preciso compreender o grande ecossistema planetário em 
sua complexidade. É preciso compreender o todo para entender as partes, 
como ressalta muito bem Edgar Morin:
 UNIUBE 5
A supremacia do conhecimento fragmentado de 
acordo com as disciplinas impede frequentemente 
de operar o vínculo entre as partes e a totalidade, e 
deve ser substituída por um modo de conhecimento 
capaz de apreender os objetos em seu contexto, 
sua complexidade, seu conjunto. [...] É necessário 
desenvolver a aptidão natural do espírito humano para 
situar todas essas informações em um contexto e um 
conjunto. É preciso ensinar os métodos que permitam 
estabelecer as relações mútuas e as influências 
recíprocas entre as partes e o todo em um mundo 
complexo (MORIN, 2005, p. 14).
A citação de Morin aponta, exatamente, para a necessidade da 
contextualização do objeto de estudo, para a procura da compreensão 
e apreensão do todo para se entender as partes, pois o todo não é 
simplesmente a soma das partes. É muito mais que isso, conforme se 
pretende demonstrar neste estudo. Por isso, a necessidade de se trabalhar 
os conteúdos sob a orientação do estudo da complexidade do ambiente 
terrestre.É sob esta perspectiva que conduziremos este estudo. O 
próprio conceito de ambiente – que será tratado logo adiante – é um 
tema complexo.
Como você enxerga e sente o planeta nos dias de hoje?1.2
Hoje, ficamos estarrecidos quando folheamos os 
jornais, ouvimos ou vemos os noticiários no rádio e 
na TV. As questões relativas à degradação ambiental 
do planeta são constantes nos meios de comunicação 
de massa. Ultimamente, em particular, a discussão 
central que tomou conta da mídia gira em torno do 
aquecimento global do planeta, em decorrência do aumento exponencial 
de gases poluentes – como o CO2 – lançados na atmosfera, ocasionando 
o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global.
Estarrecido 
Escandalizado, 
altamente 
preocupado, 
alarmado.
6 UNIUBE
Outra temática que tomou conta da imprensa nos últimos tempos foi a 
dos fenômenos decorrentes das alterações climáticas, como terremotos, 
maremotos, enchentes e inundações. Acontecimentos que há poucas 
décadas eram isolados, hoje são constantes e surgem com frequência e 
intensidade cada vez maiores.
Portanto, a preocupação com as catástrofes ambientais, às quais o homem 
chama de “naturais”, se tornam preocupações cada vez mais cotidianas. 
Para se entender essa problemática, nos dias de hoje, mais do que nunca 
se faz necessário entender, pesquisar e analisar a dinâmica da Terra e dos 
elementos e aspectos responsáveis por suas transformações.
O ambiente terrestre sob o foco da Geografia atual1.3
Não faz muito tempo, a ciência geográfica se preocupava com o estudo 
da Terra, dos fenômenos que incidem sobre sua dinâmica, apenas em 
seus aspectos físicos e naturais. Os estudiosos e pesquisadores do 
campo do pensamento geográfico tentavam se situar num patamar acima 
da natureza, como se o homem não fosse elemento constitutivo deste 
grande e frágil ecossistema, como se ele não fosse uma força viva, que 
faz parte do conjunto de forças que atuam sobre o planeta.
Esta visão, que contagiou não apenas a Geografia, talvez tenha sido, em 
maior ou menor grau, uma das grandes responsáveis pelo atual estágio 
de degradação do ambiente terrestre na atualidade. A Terra deve ser 
estudada como um sistema complexo, vivo e em cuja dinâmica interagem 
um conjunto de forças internas e externas, na qual a ação antrópica é 
uma das principais e que pode atuar tanto no sentido de preservar seu 
frágil equilíbrio, como no sentido de desequilibrá -lo e, consequentemente, 
degradá -lo, muitas vezes de forma irreversível.
 UNIUBE 7
Dessa forma, a Geografia vem modificando sua maneira de pensar, de 
ver o mundo e de tentar discutir como o homem deve se relacionar com 
ele. Em última instância, nossa ciência tem se preocupado com o estudo 
das relações sociedade/natureza. E é com este olhar que será realizado 
este estudo, tentando localizar o ser humano inserido no conjunto das 
forças que atuam sobre o ambiente terrestre.
Portanto, este estudo vai exigir de você, leitor, um esforço, no sentido 
de aguçar sua criatividade e imaginação. Ele será como uma viagem 
no tempo: sob o olhar do tempo presente voltaremos ao passado, para 
tentarmos elaborar uma projeção dos tempos futuros.
Nessa viagem, devemos analisar os erros do presente e do passado 
para tentar garantir a continuidade da vida no planeta, num futuro de 
incertezas. Para sintetizar este tópico, é importante destacar uma reflexão 
de Carlos Walter Porto Gonçalves (2004, p. 18, grifo meu):
Com a questão ambiental estamos diante de questões de 
claro sentido ético, filosófico e político. Que destinos dar 
à natureza, à nossa própria natureza de seres humanos? 
Qual é o sentido da vida? Quais os limites da relação da 
humanidade com o planeta? O que fazer com o nosso 
antropocentrismo quando 
olhamos do espaço o nosso 
planeta e vemos como ele é 
pequeno e quando entendemos 
que somos apenas uma dentre 
tantas espécies vivas de que 
nossas vidas dependem?
O fragmento do texto de Gonçalves caracteriza, com propriedade, a 
necessidade do ser humano de repensar sua relação com a natureza e 
seus recursos.
Antropocentrismo
Refere-se à 
concepção da 
corrente filosófica 
que considera o 
homem o centro do 
universo.
8 UNIUBE
1.4 Antes da viagem no tempo, uma necessária revisão 
conceitual
Infelizmente, devido à grande complexidade do 
objeto em estudo e ao imprescindível planejamento 
das aulas, este capítulo não aprofundará em toda 
a discussão epistemológica dos vários conceitos 
e aspectos levantados. O objetivo deste material é 
propiciar uma visão crítica geral do assunto em foco. 
As atividades e tarefas programadas, a pesquisa e a 
leitura, com certeza irão auxiliar no aprofundamento 
das discussões elencadas neste capítulo.
No entanto, lembramos que, para um estudo bem -sucedido, você deve se 
dedicar à prática da leitura e à produção de textos, que são primordiais para 
a apreensão e aprofundamento dos conteúdos aqui apresentados.
Com certeza, você já deve ter percebido que foram levantados, até aqui, 
algumas palavras e termos que, possivelmente, não lhe sejam familiares, 
como: complexidade, ecossistema, dinâmica da Terra, ambiente (o que 
a mídia costuma chamar de meio ambiente), dentre outros. Este tópico 
tratará destes e de outros conceitos que ainda virão ao longo do texto. 
Seu entendimento é fundamental para a compreensão dos conteúdos 
apresentados neste estudo.
O ambiente1.5
Entende -se por ambiente (ou meio ambiente, como prefere uma boa parcela 
de estudiosos) a própria natureza, tudo que nos rodeia, nos cerca e seus 
elementos constitutivos, como a atmosfera, a biosfera, a litosfera (com 
seus elementos químicos e mineralógicos) e a hidrosfera. Também fazem 
parte do ambiente os seres humanos, as relações estabelecidas entre eles 
(relações sociais), bem como quaisquer aspectos, fatores e consequências 
originadas das relações entre eles e entre eles e a natureza.
Epistemologia
Ciência do 
conhecimento, 
estudo do grau 
de certeza do 
conhecimento 
científico em seus 
diversos ramos, 
especialmente 
para apreciar 
seu valor para o 
espírito humano.
 UNIUBE 9
Atmosfera: camada gasosa que envolve a Terra, onde existem vários 
elementos químicos responsáveis pelo equilíbrio do ambiente planetário e 
pela existência de vida, como o oxigênio, o hidrogênio e o nitrogênio.
Biosfera: camada ou faixa da Terra onde ocorre a existência dos seres vivos, 
como os vegetais e animais, dentre eles o homem (esta camada envolve 
desde as formas de vida mais simples às mais complexas, existentes no 
planeta).
Litosfera: camada sólida da crosta terrestre.
Hidrosfera: camada líquida da crosta terrestre que envolve os mares, oceanos, 
rios, lagos, aquíferos subterrâneos. É essencialmente importante para o 
equilíbrio do planeta e para a continuidade de todas as formas de vida.
EXPLICANDO MELHOR
Existem os ambientes naturais (que são raridade, se é que ainda 
existem) e os ambientes modificados (ou transformados) pela ação 
humana, cujos exemplos clássicos são as cidades. É muito comum 
a vinculação (errônea) dos conceitos acerca do ambiente, apenas às 
paisagens naturais. Dessa forma, as porções do ambiente altamente 
modificadas pela ação humana, principalmente as áreas pobres 
dos subúrbios das cidades, são, muitas vezes intencionalmente, 
desvinculadas dos conceitos ambientais. É importante ressaltar que a 
desigualdade social também é um componente do ambiente.
Ecossistema1.6
O prefixo eco, do grego oykos, significa “casa”. Antes de continuar a leitura, 
pense e responda o que significa ecossistema...
PARADA PARA REFLEXÃO
10 UNIUBE
Vejamos, então, o que você acredita ser ecossistema e o que os estudos 
geográficos denominam como tal.
Denomina -se ecossistema quaisquer porções do ambiente (podendo 
ser desde uma gota d’água até o planeta todo). Em um ecossistema 
interagem, por meio de processos físicos, químicos, físico -químicos 
e biológicos, elementos bióticos e abióticos, responsáveis pela 
manutenção do equilíbrio do ambiente terrestre.Geralmente, vincula-se o 
conceito do termo a porções do ambiente rico em diversidade biológica, 
o que é um equívoco.
Bióticos e abióticos: denominam -se elementos bióticos os seres que têm 
vida (como os vegetais e animais), e abióticos aqueles que não possuem vida, 
como os minerais, as rochas, a água, os elementos químicos. Apesar de não 
serem seres vivos os elementos abióticos são extremamente importantes para 
a manutenção e continuidade da vida nos ecossistemas, pois os organismos 
vivos dependem deles para manter em funcionamento seus metabolismos.
Diversidade biológica: também chamada de biodiversidade, refere -se à 
quantidade de espécies de seres vivos e/ou formas de vida existente em 
determinado ecossistema, região ou território.
EXPLICANDO MELHOR
É importante dizer que os ecossistemas não são independentes uns dos 
outros, conforme querem fazer crer alguns, com o objetivo de justificar 
sua exploração desordenada. Pelo contrário, os ecossistemas são 
interdependentes, pois, conforme já foi dito em tópico anterior, a Terra 
é um sistema complexo, onde cada elemento constituinte do ambiente 
está ligado a outros elementos, de outros ecossistemas, formando uma 
cadeia de elementos vivos e não vivos, também chamada de “teia da 
vida”. Diante disso, não se pode desprezar um determinado ecossistema 
em detrimento de outros, supostamente considerados mais ricos em 
biodiversidade.
 UNIUBE 11
Um rio, um lago, uma gota d’água, um deserto, 
um riacho, uma floresta, uma cidade, uma reserva 
ecológica, um parque, um bosque, um jardim, um 
pântano, um mangue, dentre inúmeros outros... 
Basta olhar ao redor do ambiente onde vive e 
encontrará ecossistemas que merecem atenção 
e cuidado!
Então, já saberia citar alguns exemplos 
de ecossistemas?
Complexidade1.7
Mangue
Ecossistema frágil, 
rico em diversidade 
biológica, localizado 
nas regiões 
pantanosas ou 
em pântanos 
situados às 
margens dos lagos, 
desaguadouros dos 
rios, em especial em 
regiões próximas à 
orla marítima.
Conforme o estudo do item anterior, um ecossistema se dá na dependência 
de outro, formando unidades complexas. Assim, perguntamos: você sabe 
explicar o que é complexidade? Complexo é o mesmo que difícil?
Pense um pouco e veja o que temos a dizer sobre isso no texto, a seguir.
PARADA PARA REFLEXÃO
Entende -se por complexidade ou ciência do complexo a busca da 
percepção e apreensão do todo para se entender as partes, ou seja, a 
contextualização. Isso significa um resgate, uma luta pela reconquista 
das raízes do conhecimento. Muitas pessoas, muitas mesmo, confundem 
complexidade com dificuldade. Quando se lhes propõem estudar a 
complexidade, logo desistem, pois vêm -lhes à mente, de imediato, a ideia 
de dificuldade, colocam um sinal de igual entre o complexo e o difícil, e 
isso não se traduz numa verdade. Às vezes, compreender o complexo 
pode significar a busca pela unidade; contextualizada dentro do todo, a 
busca pela simplificação; a busca do elo entre os simples, sob a ótica e 
o domínio do todo.
12 UNIUBE
Novamente, recorremos a Morin (2005, p. 35) para mostrar a você a 
importância do estudo da complexidade:
[...] O conhecimento do mundo como mundo é 
necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. É o 
problema universal de todo cidadão do novo milênio: 
como ter acesso às informações sobre o mundo e 
como ter a possibilidade de articulá -las e organizá -las? 
Como perceber e conceber o Contexto, o Global (a 
relação todo/partes), o Multidimensional, o Complexo? 
Para articular e organizar os conhecimentos e assim 
reconhecer e conhecer os problemas do mundo 
é necessário a reforma do pensamento. Entretanto, 
esta reforma é paradigmática e, não, programática: é 
a questão fundamental da educação, já que se refere à 
nossa aptidão para organizar o conhecimento.
Então, concordando com Morin: o estudo da complexidade, nesta unidade 
didática, vem no sentido de simplificar a compreensão dos problemas 
relativos ao funcionamento do planeta Terra, já que ele é um sistema 
complexo, vivo e dinâmico.
Para entender melhor a complexidade dos ambientes terrestres, é fundamental 
que você, futuro professor de Geografia da escola básica, se aproxime de dois 
estudos próprios da ciência geográfica: a Geologia e a Geomorfologia.
IMPORTANTE!
A seguir, o que estudam e como podem contribuir com a recuperação e 
preservação do ambiente.
Geologia e geomorfologia1.8
Para se tratar do principal objeto de estudo deste capítulo, ou seja, a 
Terra e sua dinâmica, é preciso recorrer aos estudos desenvolvidos pela 
geologia e pela geomorfologia. Mas o que vêm a ser estes dois termos?
 UNIUBE 13
Segundo Leinz e Amaral (2005, p. 3):
O termo Geologia vem do grego geo, que significa terra, 
e logos, palavra, pensamento, ciência. A Geologia, 
como ciência, procura decifrar a história geral da Terra, 
desde o momento em que se formaram as rochas até o 
presente. Um conjunto de fenômenos físicos, químicos, 
físico -químicos e biológicos compõe o seu complexo 
histórico.
Conforme a definição dos referidos autores, geologia é a ciência que 
trata do estudo da Terra, sua evolução, sua história, seus elementos e 
sua dinâmica. Da mesma maneira, o termo morphos significa “forma”, 
logo, a geomorfologia trata do estudo das formas da Terra, seu relevo: 
vales, encostas, montanhas, serras, depressões etc. Portanto, podemos 
concluir que, a partir daí, a geologia e a geomorfologia são ciências irmãs, 
isto é, andam juntas, seus estudos se complementam.
A geologia se subdivide em três ramos:
• a geologia geral ou dinâmica;
• a geologia histórica;
• e, a mais recente, a geologia ambiental.
Ainda conforme Leinz e Amaral (2005, p. 3), a geologia geral ou 
dinâmica “é o estudo da composição, da estrutura e dos fenômenos 
genéticos formadores da crosta terrestre, assim como do conjunto geral 
de fenômenos que agem não somente na superfície, mas também no 
interior do planeta.” Já as geologias histórica e ambiental são por eles 
definidas desta maneira:
A Geologia Histórica estuda e procura datar 
cronologicamente a evolução geral, as modificações 
estruturais, geográficas e biológicas ocorridas na 
história da Terra. A sequência e a cronologia dos 
acontecimentos são evidenciadas pelo estudo da 
estratigrafia, a paleogeografia tenta sintetizar a 
configuração dos continentes e dos mares do passado, 
assim como a distribuição pretérita da vida e dos climas. 
14 UNIUBE
Assim, a Geologia Histórica relaciona -se ao tempo, à 
época [...] a Geologia Ambiental consiste no estudo 
dos problemas geológicos decorrentes da relação que 
existe entre o homem e a superfície terrestre, assunto 
cuja importância vem crescendo dia a dia nestes 
últimos anos. As alterações do ambiente onde vivemos, 
provocadas pelas atividades humanas, extrapoladas 
para um futuro muito próximo, determinarão condições 
inadequadas à existência da raça humana (LEINZ; 
AMARAL, 2005, p. 4).
Para Antonio José Teixeira Guerra e Sandra Baptista da Cunha (2004, 
p. 13): “A Geomorfologia, por se tratar de uma ciência que estuda 
diferentes aspectos da superfície terrestre, possui um caráter altamente 
integrador entre as ciências ambientais, procurando compreender a 
evolução espaço -temporal do relevo terrestre”. Por 
isso, alguns objetos de estudo da geomorfologia, 
como intemperismo, pedologia, movimentos de 
massa, biogeografia, desertificação, impactos 
e degradação ambiental são também temas 
de estudos das áreas da Geografia; Geologia; 
Ecologia; Biologia; Engenharias Civil, Agronômica 
e Florestal e outros cursos no campo das ciências 
da terra. Portanto, estes temas são conteúdos 
trans/multidisciplinares de diversos ramos do 
conhecimento.
Temas 
transdisciplinares
São aqueles 
que atravessam 
(permeiam) os 
conteúdos de 
várias disciplinas.
Temas 
multidisciplinares
São aqueles que 
são comuns a 
várias disciplinas 
ou a diversas áreas 
do conhecimento.
Vimos, até o momento, conceitos fundamentais para a formação do professor 
deGeografia e Educação Ambiental. Antes de prosseguirmos em nossos 
estudos, pare e escreva o que você entendeu sobre: ambiente, ecossistema, 
complexidade, geologia e geomorfologia.
AGORA É A SUA VEZ
 UNIUBE 15
Considerações sobre a dinâmica da Terra1.9
Como já foi destacado em tópicos anteriores, apesar de a Terra parecer 
estática, parada e estável, na verdade ela possui uma dinâmica. Ela é 
um sistema dinâmico. E o que vem a ser isso?
Como na própria Física, a dinâmica tem como objeto de estudo os 
corpos em movimento, e a Terra também se movimenta. A dinâmica é o 
movimento da Terra, em que cada força que incide sobre este movimento 
interage com outra força, no sentido de garantir o frágil e complexo 
equilíbrio do grande ecossistema global. Assim, existem forças que atuam 
internamente sobre a Terra e aquelas que atuam na porção externa do 
planeta. Por isso, diz -se que a Terra possui duas formas de dinâmica: 
interna e externa.
Apesar de sua aparência estática, o planeta Terra está sempre em 
movimento, seguindo sua própria dinâmica, a qual, por sua vez, está em 
sintonia com a dinâmica do universo. Dessa forma, a Terra se movimenta 
e está em constante transformação, daí pode -se afirmar que o planeta 
não é estável, o que significa que ele pode construir um novo desenho 
em suas estruturas e, até mesmo, na disposição dos continentes em 
seu mapa. Assim como num passado não muito remoto, geologicamente 
falando, os continentes se desmembraram, em curto espaço de tempo 
eles podem, novamente, adquirir novo desenho, nova configuração. Tudo 
depende da correlação entre as forças internas e externas que atuam 
sobre o planeta. Por isso, as teorias que afirmam que a Terra já atingiu 
sua estabilidade, ou caminha para ela, não se constituem numa verdade.
A todo o momento presenciamos erupções vulcânicas, furacões, terremotos, 
maremotos (veja o tsunami), enchentes e inundações, dentre outros 
fenômenos, que comprovam a fragilidade e instabilidade do ecossistema 
16 UNIUBE
terrestre. Nesse sentido, é por intermédio da análise da dinâmica da Terra 
que se fará o estudo das formações geológicas, as quais resultam de 
processos físicos, químicos e biológicos que atuam sobre os elementos e 
estruturas constituintes do globo terrestre.
A esse respeito, assista ao filme 2012. A história baseia -se em uma previsão 
maia a respeito do fim dos tempos. No filme, a humanidade depara -se com 
um desequilíbrio térmico das massas internas da Terra, que provoca a 
desestabilização da litosfera. Esta se torna um conjunto de placas flutuantes 
e instáveis. Com isso, há a destruição dos continentes da Terra, exceto da 
África. Além do aspecto geológico, também vale observar como os seres 
humanos se comportam diante de uma catástrofe iminente.
2012. Direção: Roland Emmerich. Intérpretes: John Cusack, Chiwetel Ejiofor, 
Danny Glover, Thandie Newton, Oliver Platt, Amanda Peet, Tom McCarthy, Chin 
Han, Woody Harrelson. 1 filme (158 min), son., color.. Ano: 2008. País: EUA.
DICAS
1.10 Uma viagem no tempo da Terra: o planeta, sua história, 
seus elementos e sua dinâmica
Um dos marcos da sociedade moderna é o avanço extraordinário 
da ciência e das técnicas, principalmente após a chamada Terceira 
Revolução Tecnológica. Porém, existem algumas contradições neste 
avanço da produção do conhecimento científico, para as quais o homem 
deve buscar respostas.
Terceira Revolução Tecnológica: é caracterizada pelo desenvolvimento das 
tecnologias de última geração, responsáveis pelos avanços espetaculares nos 
meios de comunicação (informática), dos transportes e das telecomunicações. 
EXPLICANDO MELHOR
 UNIUBE 17
A relação espaço/tempo configura -se de acordo com a lógica da velocidade, 
“diminuindo” a distância entre os mais diferentes povos. Há que se destacar, 
ainda, os avanços extraordinários no campo da Engenharia Genética, 
principalmente após o deciframento e a leitura científica completa do código 
genético.
Apesar das constantes incursões ao espaço em busca de respostas e novos 
conhecimentos em outros planetas do sistema solar, somente cerca de 10% 
a 15% do relevo submarino (regiões abissais) do planeta Terra são, de fato, 
conhecidos pela ciência. Na Amazônia brasileira, por exemplo, menos de 
20% das espécies que compõem a sua biodiversidade estão catalogadas 
e/ou identificadas. A cada dia surgem novos tipos e novas formas de 
doenças e menos de 15% do princípio ativo de nossas espécies vegetais 
são conhecidos (Fonte: BDT e INPE, 2006).
Estes dados são para chamar sua atenção sobre nosso desconhecimento 
e/ou desinteresse sobre nosso próprio planeta. Estes são alguns aspectos 
para sua reflexão e que servirão de base para uma atividade de produção 
de textos dos educandos (as).
A história da Terra e a Terra na história1.11
Antes de adentrarmos na discussão sobre os mecanismos de formação 
geológica, faz -se necessário, porém, repensarmos algumas pontuações 
sobre a história da Terra.
Estima -se que a idade da Terra seja de aproximadamente 4,5 a 5 bilhões 
de anos. Sua forma se compara a um elipsoide 
de rotação. Seu diâmetro, na Linha do Equador, 
é de 12.756.776 metros e, na linha polar, de 
12.713.824 metros. “Esta exatidão deve -se aos 
dados fornecidos por 13 satélites artificiais, que 
Elipsoide
Forma geométrica, 
cuja aparência 
se aproxima do 
formato esférico.
18 UNIUBE
forneceram 46.500 medidas. O erro destas medidas foi de 8 metros a 
mais ou a menos” (LEINZ; AMARAL, 2005, p. 11). A maior altitude se 
observa no monte Everest, no Himalaia, com aproximadamente 9.000 
metros, e a maior depressão foi registrada no oceano Pacífico, na fossa 
das Filipinas, com quase 11.000 metros.
Você observou que o diâmetro do globo na região equatorial é 
bem próximo do diâmetro da região polar? E o que isso significa?
A pequena diferença entre o diâmetro equatorial e o diâmetro polar 
demonstra, com clareza, que a Terra possui a forma bastante aproximada 
de uma esfera. Esta diferença demonstra o pequeno achatamento 
localizado exatamente nos polos.
Agora que já temos uma ideia da dimensão das medidas da Terra, é hora 
de conhecermos um pouco de sua composição mineralógica. Informações 
a esse respeito não são encontradas apenas no solo terrestre, o espaço 
também pode revelar muito sobre nosso planeta.
IMPORTANTE!
Os achados de diversos fragmentos de meteoritos, 
vindos do espaço e encontrados na superfície 
terrestre, foram de grande utilidade para, por meio de 
processos comparativos, determinar muitos aspectos 
e elementos relativos à constituição mineralógica da 
Terra, sua idade, densidade, dentre outros fatores.
Estes meteoritos encontrados na superfície da 
crosta terrestre obedecem à seguinte classificação:
Meteoritos
Corpos celestes 
que conseguem 
atravessar a 
atmosfera terrestre 
e atingir a superfície 
do planeta. Ao 
entrar em contato 
com a atmosfera, 
queimam parte de 
sua matéria, por 
esse motivo tornam-
-se incandescentes. 
Na expressão 
popular são as 
chamadas “estrelas 
cadentes”.
 UNIUBE 19
1) sideritos ou meteoritos metálicos, compostos de ferro metálico com 
cerca de 8% de níquel;
2) assideritos ou aerólitos, ou meteoritos rochosos, que apresentam 
principalmente silicatos e quantidade variá vel de ferro metálico;
3) litossideritos, que representam um grupo intermediário entre os dois 
primeiros.
Observou a composição química dos meteoritos vindos do espaço? 
A que conclusão você chega?
Observando -se a composição mineralógica destes meteoritos, podemos 
concluir que, no espaço cósmico, pelo menos no sistema solar, os corpos 
celestes possuem composição mineralógica semelhante às das várias 
rochas encontradas na Terra, ou seja, não se identificou nestes asteroides, 
até os dias de hoje, nenhum mineral ou elemento químico que não conste 
de nossa tabela periódica.
Vejamos, agora, o que se sabe sobre a parte interna de nosso 
planeta. E você, o que conhece sobre o interior da Terra?
Estudos confirmam que o elipsoide é compactoe seu interior é formado de 
anéis concêntricos que dividem a Terra em camadas, diferenciadas entre 
si pela composição mineralógica. O núcleo da 
Terra é formado por nife (níquel e ferro), dividido 
em duas camadas (núcleo externo e núcleo 
interno) e atinge a temperatura de 3000 °C (núcleo 
externo), 5000 °C (núcleo interno) e densidade 
de 5,5. O manto inferior atinge temperaturas 
entre 2000 e 3000 °C, e o manto superior, 
com temperatura igual a 2000 °C no interior e 
Anéis concênticos
Anéis concêntricos 
são anéis circulares, 
sobrepostos, de 
diferentes diâmetros 
e que possuem o 
mesmo centro, no 
caso do planeta, 
o centro está 
exatamente no seu 
núcleo.
20 UNIUBE
que vai diminuindo quando se afasta do núcleo e se aproxima da crosta 
terrestre. A crosta terrestre possui uma camada interna chamada 
sial, devido à sua composição mineralógica de silício e alumínio, e 
uma camada externa, também denominada sima, por possuir maiores 
quantidades de silicatos de magnésio e ferro.
A crosta é a primeira camada da massa total do planeta e é a sede dos 
fenômenos geológicos relacionados à dinâmica interna. A zona inferior à 
crosta passa para zonas superaquecidas sob pressões hidrostáticas que 
impedem a existência de fase líquida (formação de magma por fusão de 
rochas). Existe uma subdivisão da crosta em:
• crosta superior ou crosta continental: formada de rochas 
graníticas caracterizadas pelos elementos silício e alumínio, por 
isso é chamada de SIAL (25 a 90 km);
• crosta inferior ou crosta oceânica: constituição basáltica caracterizada 
pelos elementos silício e magnésio, por isso é chamada de SIMA (5 
a 10 km).
Abaixo destas camadas, existe o manto externo ou manto superior, 
responsável por grandes perturbações (falhamentos, dobramentos, rupturas, 
terremotos, magmatismos etc.) verificadas na crosta 
devido à lenta movimentação horizontal (2 a 6 cm/ano 
na astenosfera). Ainda existem o manto médio e o 
manto interno e, no interior do planeta, encontram-se 
o núcleo externo (de composição líquida, composto 
de ferro, enxofre e níquel) e o núcleo interno (de 
composição sólida similar aos sideritos, de constituição química de níquel e 
ferro, por isso é chamado de NIFE) (LEINZ; AMARAL, 2005).
Astenosfera
Camada mais 
plástica do manto 
externo. É sobre ela 
que se assentam as 
placas tectônicas.
 UNIUBE 21
A ideia de como é o interior da Terra sempre despertou a curiosidade dos 
homens. Daí é que surgiram inúmeras representações artísticas a esse 
respeito. Grande parte delas, com uma boa dose de imaginação e aventura. 
Sendo assim, sugerimos a leitura de Viagem ao centro da Terra (1864), 
do escritor francês Julio Verne (1828 -1905). Na obra, um professor, seu 
sobrinho e um guia entram em um vulcão com o intuito de chegarem ao 
centro da Terra. Lá, descobrem um lugar habitado por criaturas fantásticas 
e um mar interno.
Outra sugestão, bem mais realista, mas não menos interessante, é um 
vídeo que, de forma didática, mostra as camadas da Terra, apontando sua 
extensão, temperatura e pressão. Acesse -o no link, a seguir: <http://www.
discoverybrasil.com/experiencia/contenidos/centro_tierra/>. Acesso em: 08 
dez. 2009.
SAIBA MAIS
Como sabem a idade da Terra? O que é o tempo geológico?1.12
A idade da Terra tem sido tema de especulações desde as épocas mais 
remotas, desde os tempos dos filósofos hindus, que acreditavam que 
ela era eterna. Outros estudos tentaram explicar sua idade por meio de 
fragmentos do texto da Bíblia. Em 1654, um arcebispo irlandês calculou, 
baseando -se em dados bíblicos, uma idade de 4.004 anos antes de 
Cristo, tendo -se formado a Terra no dia 26 de outubro, às 9 horas.
O magma é o material mineral em estado de fusão que ocorre nas 
camadas internas da Terra que, ao consolidar -se, dá origem às rochas 
ígneas. Os magmas poderão formar corpos rochosos em profundidade 
(“fenômenos plutônicos”) ou serem expulsos à superfície (“fenômenos 
vulcânicos”).
22 UNIUBE
Outros estudos foram desenvolvidos, observando -se os sedimentos 
rochosos espalhados por diversas regiões da superfície terrestre. Porém, 
todos estes estudos não tinham a devida fundamentação científica para 
merecer crédito. Foi a partir dos estudos e análises dos elementos 
químicos que veio a consolidação da teoria verdadeiramente científica 
sobre a idade da Terra. Surgiu, a partir desses estudos, o conceito 
de meia -vida dos elementos químicos. Leinz e Amaral (2005, p. 23) 
descrevem este conceito:
Com o advento dos estudos modernos (BOLTWOOD, 
1905) sobre a radioatividade, tornou -se possível 
a determinação do tempo que leva para dar -se 
à transmutação de um elemento em outro, o que se 
dá pela mudança do número atômico, com perda de 
elétrons, mais partículas do próprio núcleo do átomo e 
energia, sob a forma de radiação (análogas aos raios 
X e calor). Existem elementos que se transformam em 
frações de segundo (os chamados elementos sintéticos 
instáveis), enquanto outros levam milhares de anos 
para se transformar. São estes que interessam à 
Geologia.
O aprofundamento dos estudos sobre a meia -vida dos elementos 
químicos permitiu estimar a idade da Terra, ao se pesquisar esse valor 
para os minerais que compõem as rochas da superfície do planeta. 
Para se determinar a meia -vida dos minerais e rochas, geralmente são 
utilizados elementos radioativos como o urânio, de peso atômico 238 
(U238), e o chumbo, de peso atômico 206 (Pb206). Para saber a idade dos 
fósseis ou dos compostos orgânicos, o mais utilizado é o carbono de 
número atômico 14 (C14). As pesquisas sobre a meia -vida dos elementos 
químicos radioativos presentes nas rochas da crosta terrestre levaram 
à conclusão de que a idade aproximada do planeta Terra está entre 4,5 
a 5 bilhões de anos. Os estudos atuais, geralmente, lançam mão dos 
isótopos de alguns elementos químicos, conforme enfatizam Leinz e 
Amaral (2005, p. 27):
 UNIUBE 23
Meia -vida: o detalhamento sobre a meia -vida dos elementos químicos é um 
estudo complexo, que não é objeto de análise neste volume de estudo. Este 
assunto será tratado aqui apenas superficialmente.
Isótopos: elemento químico resultante de modificação da massa atômica, 
(isto é, alteração do número de nêutrons do núcleo), permanecendo o mesmo 
número de prótons e elétrons, conservando, portanto, as propriedades físico-
químicas do elemento.
EXPLICANDO MELHOR
O tempo geológico1.13
O tempo geológico não é igual ao nosso tempo cronológico normal. 
As transformações geológicas estruturais dos elementos constitutivos 
da Terra levam milhares, milhões ou até bilhões de anos para se 
consolidarem. Isso significa que 10, 20, 30, 40, ..., 100, 200, 500 anos 
são insignificantes para os estudos geológicos.
A Geologia trabalha com números nas casas de milhares, milhões 
e bilhões de anos. Veja a Tabela 1, a seguir, a Escala Geológica do 
Tempo, subdividida em Eras, Períodos, Épocas, Tempo (em anos) e 
características de cada uma das Eras, Períodos e Épocas.
Nestes últimos 30 anos vêm -se aprofundando cada vez 
mais os estudos sobre o comportamento dos isótopos 
nas rochas, nos meteoritos, nas águas, na atmosfera 
e ainda nos seres vivos. São muitos os problemas 
geológicos que vêm sendo esclarecidos graças a tais 
estudos, além dos já citados, referentes às idades das 
rochas ou dos achados arqueológicos que contenham 
carbono, ou ainda do estudo do calor interno da Terra.
24 UNIUBE
Eras Períodos Épocas Tempo/anos Características
Cenozoica Quaternário HolocenoPleistoceno
11.000
1.500.000
Homem, 
glaciação no 
hemisfério norte.
Terciário
Plioceno
Mioceno
Oligoceno
Eoceno
Paleoceno
12.000.000
23.000.000
35.000.000
55.000.000
70.000.000
Mamíferos e 
fanerógamas
Mesozoica
Cretáceo
Jurássico
Triássico
135.000.000
190.000.000
230.000.000
Répteis 
gigantescos e 
coníferas.
Paleozoica
Permiano
Carbonífero
Devoniano
Siluriano
Ordovicíano
Cambriano
280.000.000
350.000.000
400.000.000
440.000.000
500.000.000
570.000.000
Anfíbios e 
criptógamasPeixes, vegetação 
nos continentes.
Invertebrados e 
grande número 
de fósseis, vida 
aquática.
Pré -cambriano 
superior 
(Proterozoica)
Algonquiano
Restos raros de 
bactérias, fungos, 
algas, esponjas, 
crustáceos e 
celenterados.
Pré -cambriano 
médio
Mais de 
dois bilhões
Evidências 
fossilíferas 
raras, bactérias 
e fungos (?)
Pré -cambriano 
inferior 
(Arqueozoica)
Arqueano 
(início da 
Terra)
(mais ou 
menos 4,5 
bilhões)
(?)
Fonte: Leinz; Amaral (2005).
Tabela 1: Escala geológica do tempo
 UNIUBE 25
Observando a Tabela 1 apresentada anteriormente, que retrata as Eras 
geológicas da Terra, você pode observar que há uma interdisciplinaridade 
entre a geografia e a matemática, pois a classe dos milhares, milhões, 
bilhões foi utilizada para expressar a quantidade de períodos em anos.
Minerais e rochas1.14
A crosta da Terra é constituída, em sua grande maioria, de rochas, as quais, 
por sua vez, são compostas por diversos tipos de minerais.
Mineral é um elemento ou um composto químico, resultante de 
processos inorgânicos, de composição química geralmente definida e 
encontrado, naturalmente, na crosta terrestre. Os minerais, em geral, 
são sólidos. Somente a água (H2O) e o mercúrio (Hg) se apresentam no 
estado líquido em condições normais de pressão e temperatura.
O detalhamento do estudo dos minerais não é o objeto central 
deste capítulo.
Como exemplos de minerais, podemos citar:
• os feldspatos que perfazem 60% da totalidade dos minerais;
• os anfibólios e os piroxênios que perfazem 17%;
• o quartzo, 12%;
• as micas, 4%.
Alguns minerais que se destacam pela importância econômica e geográfica 
são: apatita, olivina, magnetita, granada, turmalina, clorita, ilmenita, topázio, 
nefelina, diamante, platina, ouro, prata, hematita, zirconita, monazita.
A Tabela 2, apresentada a seguir, destaca a escala de dureza dos minerais, 
em ordem crescente.
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Tabela 2: Escala de dureza dos minerais – escala de Mohs
Dureza Mineral Fórmula química
1 Talco Mg3Si4O10(OH)2
2 Gipsita (gesso) CaSO4·2H2O
3 Calcita CaCO3
4 Fluorita CaF2
5 Apatita Ca5(PO4)3(OH-,Cl, F-)
6 Feldspato / Ortoclásio KAlSi3O8
7 Quartzo SiO2
8 Topázio Al2SiO4(OH-, F-)2
9 Corindon Al2O3
10 Diamante C
Fonte: Adaptado de Wikipedia, 2010.
Como você pôde notar, alguns minerais têm destacada relevância 
econômica por sua ampla utilização na indústria. O Brasil é uma das nações 
contempladas com ricas reservas minerais, que são fonte de divisas para 
nosso país. Assim perguntamos a você: sua região ou estado possui alguma 
reserva mineral importante? Como é feita a exploração dessas reservas? 
Há algum planejamento para minimizar os impactos ambientais dessa 
exploração? Pense e escreva sobre isso...
AGORA É A SUA VEZ
No início deste tópico, dissemos que uma associação de minerais forma 
uma rocha. Vejamos esse tipo de formação em detalhes e sua importância 
para os estudos geográficos.
Rocha é um agregado natural, formado de um ou mais minerais – 
podendo, eventualmente, tratar -se de vidro vulcânico ou matéria orgânica, 
que são mineraloides – que constitui parte essencial da crosta terrestre 
e é nitidamente individualizado.
 UNIUBE 27
Elas constituem a maior parte das estruturas sólidas que compõem 
o planeta. São elas, juntamente com os fósseis, os elementos que o 
geólogo usa para decifrar os fenômenos geológicos atuais e do passado. 
A Petrografia ou Petrologia é o ramo da ciência geológica que se dedica 
ao estudo das rochas, sua constituição, origem e classificação.
As rochas são classificadas em três grupos distintos:
1) ígneas, magmáticas, vulcânicas ou eruptivas;
2) metamórficas;
3) sedimentares.
Mas, na verdade, as duas últimas – metamórficas e sedimentares – são 
derivadas das primeiras. As rochas ígneas, magmáticas, vulcânicas 
ou eruptivas, como o próprio nome já diz, são formadas a partir do 
derramamento de magma e materiais que vêm dos vulcões.
Denomina -se magma ou lava o material pastoso, de altíssimas temperaturas, 
expelido para a superfície da Terra, através de erupções vulcânicas, ou 
pelo simples derramamento deste material, por intermédio das fissuras e/
ou falhas encontradas nas rochas. Este material, após sofrer resfriamento, 
transforma -se em rochas, as quais mantêm as mesmas propriedades 
mineralógicas do material que lhes deu origem.
EXPLICANDO MELHOR
As rochas metamórficas são resultantes das transformações das 
rochas vulcânicas. Elas são produtos da transformação e do rearranjo 
dos cristais minerais, presentes em sua composição. Isso se dá por 
intermédio de condições especiais de temperatura e/ou pressão. Já as 
rochas sedimentares são aquelas derivadas de detritos, fragmentos ou 
sedimentos das vulcânicas e/ou metamórficas, geralmente se consolidam 
pela ação de elementos físico -químicos.
28 UNIUBE
Este assunto será relembrado mais adiante, quando a dinâmica externa 
da Terra será analisada.
Para saber mais sobre os minerais e as rochas, assunto fundamental para 
o professor de Geografia, acesse o endereço eletrônico, a seguir: <http://
www.rc.unesp.br/museudpm/>.
PESQUISANDO NA WEB
Nele, você encontrará informações detalhadas sobre os principais 
grupos de minerais e rochas, com fotos, animações, áudio, indicações 
bibliográficas e links para centros de pesquisa nacionais e estrangeiros.
As bacias sedimentares1.15
Como o próprio nome já indica, estas bacias são formadas de sedimentos, 
detritos e/ou fragmentos (rochas sedimentares). As rochas ígneas 
(magmáticas, vulcânicas ou eruptivas) e as metamórficas sofrem 
decomposição e fragmentação, por intermédio dos processos de 
intemperismo, e são depositadas nas regiões mais baixas (depressões), 
formando as bacias sedimentares. Estas bacias constituem -se numa das 
principais estruturas do relevo brasileiro.
Muito embora a crosta terrestre seja formada de rochas, nem sempre elas 
ocorrem sob a forma de grandes e contínuos afloramentos quilométricos, 
salvo nas regiões desérticas ou geladas, onde a degradação superficial 
das rochas é retardada ou mesmo impedida, graças à falta d’água, ou à 
baixa temperatura, ou a ambos os fatores conjugados.
Planeta Terra: dinâmica externa1.16
Como já foi dito anteriormente, a Terra possui movimentos, ela possui uma 
dinâmica interna e outra externa. Interessam para o estudo deste capítulo 
as atividades e transformações ocorridas na crosta e na superfície da Terra, 
portanto, neste estudo, nosso foco será a análise da dinâmica externa.
 UNIUBE 29
Mas, para que ocorra a dinâmica da Terra, antes de tudo, é necessário 
energia.
Então, perguntamos a você: qual é a principal fonte energética 
da Terra?
Primeiramente, existem várias fontes de energia. Mas se você respondeu 
que a fonte primária de energia, responsável pela manutenção do 
equilíbrio do ecossistema terrestre e de todas as suas formas de vida, é 
o Sol, você acertou.
Pode -se afirmar que o Sol é o grande e único responsável em fornecer 
a energia de ativação de toda a dinâmica da Terra. Sem ele, juntamente 
com a água, seria impossível a existência de quaisquer formas de vida 
no planeta Terra, mesmo as mais simples.
Os raios solares transmitem a energia necessária à manutenção da vida 
na Terra. Se, por um lado, eles são fundamentais para a manutenção 
e continuidade da vida no planeta, por outro, eles podem ser letais, se 
não sofrerem o controle de outros fatores, como a camada de ozônio na 
atmosfera, responsável pela filtragem seletiva dos raios solares.
Muito embora a crosta terrestre seja formada de rochas, nem sempre elas 
ocorrem sob a forma de grandes e contínuos afloramentos quilométricos, 
salvo nas regiões desérticas ou geladas, onde a degradação superficial 
das rochas é retardada ou mesmo impedida, graças 
à falta d’água ou à baixa temperatura, ou a ambos 
os fatores conjugados. Antes, porém, de se entrar 
definitivamente nos fatores e mecanismos que 
regem as transformações da crosta e superfície 
terrestres, faz -se imprescindível dissertar um 
pouquinho sobreos principais elementos envolvidos 
nestas transformações.
Afloramento
Dá -se o nome 
de afloramento 
aos locais onde 
a rocha matriz, 
ou seja, a rocha 
original aflora 
(aparece, surge) 
na superfície da 
Terra.
30 UNIUBE
Os quatro elementos: água, atmosfera, clima e organismos1.17
Estes quatro elementos atuam, diretamente, sobre a dinâmica da Terra, 
e são primordiais para a manutenção do equilíbrio do ecossistema 
planetário, bem como para garantir a continuidade de todas as formas 
de vida no ambiente terrestre. A modificação brusca e desordenada 
sobre estes elementos, seja em seu conjunto ou sobre cada um deles 
separadamente, pode ser letal para a saúde ambiental do planeta.
A água é a substância química mais abundante na face da Terra. Veja 
sua distribuição na Tabela 3 a seguir:
Reservatório % do total Volume em quilômetros cúbicos
Oceano 97,25% 1.370.000.000
Calotas polares/geleiras 2,05% 29.000.000
Água subterrânea 0,68% 9.500.000
Lagos 0,01% 125.000
Solos 0,005% 65.000
Atmosfera 0,001% 13.000
Rios 0,0001% 1.700
Biosfera 0,00004% 600
TOTAL 100% 1.408.700.000
Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2001. Org.: V. M. da Fonseca, 2006.
A água atua de forma decisiva na construção e desconstrução (modelação 
e remodelação) das formas de relevo da superfície terrestre – tanto em 
seu estado líquido, quanto sólido (gelo), além de incidir também sobre o 
transporte de sedimentos e materiais, provenientes da desagregação das 
rochas da crosta terrestre. É imprescindível ainda para a realização da 
maioria das reações químicas que ocorrem no ambiente, sendo assim, 
importante catalisadora das ações dos organismos na desagregação 
 UNIUBE 31
das rochas. Pode -se dizer que a maioria absoluta dos processos de 
transformações naturais que ocorrem na superfície terrestre necessita da 
água para sua realização. Ela é ainda indispensável para a sobrevivência 
de qualquer ser vivo.
A atmosfera (camada gasosa que envolve o planeta) também tem 
incidência direta sobre os processos que constituem a dinâmica da Terra. 
Ela propicia a existência da grande maioria dos seres vivos no planeta, 
participa como filtro (camada de ozônio) que protege grande parte dos 
seres vivos dos raios ultravioleta, que são letais para muitos organismos 
vivos, dentre eles o próprio ser humano. É também por intermédio 
dela que se formam os ventos (massas de ar), 
diretamente ligadas aos diversos tipos de clima, 
às correntes marinhas, aos processos de erosão 
eólica, ao transporte de detritos e sedimentos, 
à existência de elementos químicos que atuam 
no processo de fotossíntese nos vegetais e ao 
metabolismo dos seres aeróbicos. O clima é 
um aspecto do ambiente terrestre, resultante da 
interação de um conjunto de fatores, tais como 
temperatura, energia, massas de ar, correntes 
marinhas, pressão atmosférica, vegetação, relevo, 
posição geográfica, topografia, dentre outros. Pode -se dizer que o clima 
é uma espécie de termômetro que pode diagnosticar a real situação de 
preservação do ambiente terrestre. Dele também dependem atividades 
econômicas primordiais para a sobrevivência humana, como a agricultura 
e a pecuária. O clima, assim como os demais elementos citados neste 
tópico, será citado com frequência, até o final deste capítulo. Portanto, 
vale dizer que a dinâmica do planeta está diretamente ligada à ação 
destes elementos sobre as estruturas geológicas que, por sua vez, estão 
relacionadas com as constantes transformações que ocorrem na crosta 
e superfície terrestres.
Erosão eólica
Processo de 
desagregação das 
rochas pela ação 
dos ventos. O termo 
“eólico” refere -se ao 
vento.
Seres aeróbicos 
Organismos vivos 
que necessitam 
da presença de 
oxigênio para sua 
sobrevivência.
32 UNIUBE
Por fim, os organismos também interferem, diretamente, na dinâmica 
da Terra, auxiliando as reações químicas, a aeração dos solos, a 
desagregação de rochas, a decomposição de compostos orgânicos, a 
formação dos combustíveis fósseis, dentre outras funções. O próximo 
tópico tratará da dinâmica externa da Terra propriamente dita.
As principais teorias sobre a dinâmica da crosta terrestre1.18
A litosfera (constituída pela crosta continental e pela crosta oceânica) está 
em constantes transformações, tanto nas formações geológicas quanto 
nas formas de relevo. Áreas que há tempos eram emersas, hoje estão 
submersas e vice -versa. Áreas que há tempos eram elevações, hoje são 
depressões e vice -versa. Existem algumas teorias básicas que tentam 
explicar estes importantes eventos, conforme explica Ross (1995).
Isostasia é uma palavra de origem grega que significa 
estar igual, ou seja, em equilíbrio. Essa concepção, de 
grande aceitação ao longo da história das ciências da 
Terra, procura explicar a presença das terras emersas e 
dos soerguimentos que nela ocorrem pelo mecanismo 
de compensação de perda de peso. Em outras 
palavras, as terras emersas, em face de sua densidade, 
flutuam sobre o material mais denso e pouco mais 
fluido do manto. A perda de massa é transferida para 
os fundos oceânicos e alivia o peso soerguendo as 
emersas. (ROSS, 1995, p. 23.)
Apoiada na teoria dos astrônomos que admitem estarem 
os corpos celestes, como as estrelas, em expansão no 
universo. A Terra, sendo um desses corpos, também 
se encontra em expansão. Tal concepção apoia -se 
em fatos já comprovados pela física, no que se refere 
A teoria da isostasia1.18.1
A teoria da Terra em expansão1.18.2
 UNIUBE 33
à fissão nuclear dos elementos que compõem os 
minerais da Terra. Esse processo físico -químico não só 
estaria ampliando o volume da Terra como também seria 
o responsável pelas elevadas temperaturas do manto e do 
núcleo terrestre, onde a desintegração nuclear dos minerais 
está permanentemente ocorrendo. (ROSS, 1995, p. 24.)
Apoia -se na hipótese de que o comportamento 
do manto corresponde ao dos materiais líquidos e 
gasosos, que tendem a subir para a superfície, quando 
aquecidos, e ir para o fundo, quando esfriados. Assim 
ocorre com o ar atmosférico e também com a água, 
quando submetida a aquecimento. Desse modo, 
o material mais profundo do manto e do núcleo que 
apresenta temperaturas mais elevadas desloca-
-se em direção à superfície, enquanto as camadas 
mais próximas à litosfera, estando mais frias, são 
conduzidas por pressão para o interior da Terra. Com 
esse mecanismo, os continentes, por fazerem parte 
da litosfera, são conduzidos como se estivessem 
sobre uma esteira rolante. Nesse processo, as áreas 
oceânicas vão -se expandindo e os continentes 
movimentando -se lenta e permanentemente. (ROSS, 
1995, p. 24.)
Essa teoria vem ao encontro de outra formulada por A. 
Wegener no final do século XIX, quando, ao observar 
a coincidência do contorno do continente africano e 
do americano, sugeriu que estes já tinham sido unidos 
e que, por deriva, se teriam separado. A concepção 
de Wegener foi reforçada pelas contribuições de H. 
Hess, em meados do século XX, a respeito da 
expansão do assoalho dos oceanos, pela descoberta 
de Vine Matheus referente ao magnetismo das rochas 
dos fundos oceânicos e por informações obtidas 
pelas pesquisas dos fundos oceânicos nas três 
últimas décadas. A teoria da tectônica de placas é a 
mais nova interpretação da gênese e da dinâmica da 
A teoria das correntes de convecção e a deriva continental1.18.3
A teoria da tectônica de placas1.18.4
34 UNIUBE
litosfera, sustentáculo do relevo terrestre e submarino. 
A litosfera, constituída pela crosta continental e pela 
crosta oceânica, se divide em vários blocos ou placas, à 
semelhança de grandes placas de cerâmica revestindo 
um piso. Essas placas não são da mesma dimensão 
e também não são fixas, apresentando sinais de 
deslocamento no plano horizontal e deslizando sobre 
o manto. Esses grandes blocos ou placas tectônicas 
incorporam estruturas tanto da crosta continental como 
da crosta oceânica. Seus limites são aproximadamente 
determinados pela presença de linhas de forte atividadesísmica, como vulcanismo e terremotos. Desse 
modo, os limites estão sempre associados às áreas 
das cadeias ou dorsais mesoceânicas, que são áreas 
montanhosas nos fundos oceânicos e nas margens 
dos continentes, com cadeias montanhosas nas partes 
emersas e fossas oceânicas nos fundos marinhos. 
(ROSS, 1995, p. 24 -25.)
Então, essas são as principais teorias que explicam a formação do relevo 
terrestre, ou seja, a formação de montanhas, de depressões continentais 
e marinhas, de fossas oceânicas, bem como da formação das maiores 
cordilheiras do mundo, a exemplo dos Andes, dos Alpes e do Himalaia.
Você sabe exatamente a atuação das placas tectônicas no desenvolvimento 
do Everest, o ponto mais alto do globo terrestre? Se não, acesse o endereço 
eletrônico indicado, a seguir, e entenda mais sobre a dinâmica terrestre: 
<http://www.discoverybrasil.com/everest/porqueetaogrande/flash/noflash/
index.shtml>. Acesso em: 15 dez. 2009.
PESQUISANDO NA WEB
Agora, é o momento de falarmos sobre a dinâmica da crosta terrestre em 
nosso território, o Brasil.
 UNIUBE 35
Brasil: formações geológicas e relevo1.19
As estruturas geológicas que compõem o território brasileiro são 
bastante antigas, à exceção das bacias que passaram por processos de 
sedimentação recente, a exemplo da bacia do Pantanal mato -grossense, 
a porção ocidental da bacia amazônica e alguns trechos e pequenas 
faixas localizadas nas regiões Nordeste e Sul do país. Estas são do 
terciário e do quaternário (veja idade na Tabela 1, no subitem 3.13 – O 
tempo geológico), o restante das estruturas brasileiras possuem idades 
geológicas que se situam entre o Paleozoico e o Mesozoico, para 
as grandes bacias sedimentares, e ao Pré -cambriano (Arqueozoico-
Proterozoico), para os terrenos cristalinos.
É importante salientar a relevância das bacias sedimentares brasileiras, 
pois elas são grandes responsáveis pela modelagem do nosso relevo. 
A Figura 1, a seguir, é um mapa que mostra a localização geográfica 
das estruturas geológicas do Brasil, bem como suas idades geológicas 
estimadas.
Figura 1: Localização geográfica das estruturas geológicas do Brasil.
Fonte: Portal Brasil, 2010.
36 UNIUBE
Analisando a disposição das estruturas geológicas brasileiras, dá para 
se notar que a grande maioria refere -se a depósitos sedimentares, 
cujas idades são bastante antigas. Percebe -se ainda que o país possui 
poucas áreas de falhamentos e grande parte das rochas vulcânicas está 
localizada no sul do país.
No território brasileiro, as estruturas e formações geológicas (litológicas) 
são antigas, mas as formas de relevo são mais recentes. O relevo 
brasileiro tem sido determinado pelos processos erosivos, sendo, dessa 
forma, sempre remodelado. Assim, as formas de relevo do Brasil (tanto 
as macro como as pequenas) têm como gênese as formações litológicas, 
de um lado, e os arranjos estruturais antigos, de outro. A modelagem 
mais recente está associada ao movimento das placas tectônicas e ao 
desgaste erosivo de climas anteriores e atuais.
Há que se levar em consideração que o Brasil, por sua condição de 
tropicalidade, sofre influência direta da umidade, da insolação e do 
grande volume de precipitações pluviométricas (chuvas), o que contribui, 
sobremaneira, para a consolidação dos processos erosivos. A erosão 
é facilitada mediante a presença de água e de grandes temperaturas. 
Dessa forma, pode -se dizer que o clima tem influência direta na modelagem 
do relevo, além de incidir diretamente sobre a dinâmica externa da Terra.
Segundo Ross (1995), a maior parte das estruturas e das formações 
geológicas que sustentam as formas de relevo brasileiras são anteriores 
à atual configuração do continente sul -americano, o qual “passou a ter 
o seu formato depois da orogênese andina e da abertura do oceano 
Atlântico, a partir do Mesozoico”. (ROSS, 1995, p. 45.)
Portanto, para compreender com mais facilidade o relevo do Brasil, é 
preciso conhecer um pouco mais o continente sul -americano, pois o 
relevo brasileiro faz parte do conjunto das formas de relevo da América do 
Sul, isto é, constituiu -se em um mesmo processo. Ross (1995) descreve 
sucintamente o processo de constituição do relevo sul -americano.
 UNIUBE 37
De modo simples, pode -se descrever o relevo do 
continente sul -americano como tendo em toda sua 
borda oeste a cadeia orogênica dos Andes, cuja 
formação iniciou -se no Mesozoico e estendeu -se ao 
Cenozoico. A parte central e o leste do continente 
são marcados por estruturas e formações litológicas 
antigas que remontam ao Pré -Cambriano. Ao contrário 
da cordilheira dos Andes, que é relativamente 
estreita, alongada na direção norte -sul e muito alta, 
ultrapassando em várias áreas os 4.000 m de altitude, 
os terrenos de centro e do leste são mais baixos, 
prevalecendo altitudes inferiores a 1.000 m. Nessa 
parte, os terrenos são mais desgastados por várias 
fases erosivas, que geraram simultaneamente as 
grandes bacias sedimentares. Entre os terrenos antigos 
do centro e do leste, representados pelos planaltos do 
Brasil e das Guianas, ao norte, encontra -se um corredor 
de terrenos baixos constituído por sedimentação 
recente que se estende da Venezuela e da Colômbia, 
ao norte, até a Argentina, ao sul, passando por Bolívia e 
extremidade oeste do Brasil. (ROSS, 1995, p. 45.)
A explicação de Ross (1995) mostra que o continente sul -americano 
possui a maioria de suas terras altas nas bordas que margeiam os Andes. 
É importante, ainda, salientar que esta região possui maior atividade 
sísmica, o que indica a ocorrência de regiões de fraturas e falhamentos 
nas placas tectônicas. É preciso levar em consideração que a cordilheira 
dos Andes, segundo as teorias mais aceitas, se formou em função de um 
mergulho de uma placa tectônica sob outra. Assim, o território brasileiro, 
apesar de possuir estruturas litológicas antigas, possui formas de relevo 
recentes.
Você sabe qual é a característica geológica do relevo de sua região? Se 
não, faça uma pesquisa e compartilhe suas descobertas com seus colegas.
AGORA É A SUA VEZ
38 UNIUBE
A melhor classificação (a mais nova e mais aceita) foi elaborada por Jurandyr 
Ross (1995), com base nos trabalhos de Ab’Sáber e nos relatórios e mapas 
produzidos pelo projeto Radambrasil, na série “Levantamento dos Recursos 
Naturais”.
Segundo a proposta apresentada por Ross, o relevo brasileiro apresenta 
três unidades básicas:
• os planaltos;
• as depressões;
• as planícies.
Riccomini et al. (2006, p. 2) discorrem sobre as classificações até então 
existentes:
Durante muito tempo, a classificação mais comum do 
relevo brasileiro foi a proposta pelo geógrafo Aroldo 
de Azevedo. Entretanto, em 1995, as tradicionais 
discussões e descrições sobre o relevo do Brasil que 
predominavam nas salas de aulas e nos materiais 
didáticos foram abaladas pela súbita notoriedade que 
uma nova proposição de classificação das formas de 
relevo adquiriu, inclusive nos meios de comunicação, 
tendo sido noticiado até mesmo que o mapa do Brasil 
mudara. Tratava -se de uma proposta do professor 
Jurandyr L. Sanches Ross, da Universidade de São 
Paulo, que rapidamente adquiriu formas oficiais, sendo 
espraiada para todas as publicações, concursos, e 
vestibulares. Com essa penetração, o entendimento 
da proposta tornou -se obrigatório, mas também gerou 
diversas distorções. Por isso o assunto merece reflexão.
Quanto às formas de relevo propriamente ditas, 
confrontando a classificação do professor Jurandyr com 
a tradicional, pode -se constatar as seguintes diferenças, 
que vão merecer explicação:
As unidades do relevo brasileiro1.19.1
 UNIUBE 39
• A classificação convencional identifica apenas planícies e planaltos, 
estes em áreas de escudos cristalinos e bacias sedimentares. A 
nova classificação introduz uma terceira macrocompartimentação: 
as depressões.
• A nova classificação identifica, na grande bacia sedimentar 
Amazônica, um grande trecho de planalto e uma enorme área de 
depressão,

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