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RETRATAMENTO ENDODÔNTICO 
 
Profa. Flávia Sens Fagundes Tomazinho 
 
 
 Atualmente o índice de sucesso dos tratamentos endodônticos é muito alto, 
devido às evoluções que as técnicas e os materiais endodônticos sofreram nos 
últimos anos. Entretanto, o descuido por parte de profissionais no emprego das 
técnicas, nas indicações do tratamento endodôntico, na formação de iatrogenias 
ou ainda na falta de atualização e ou habilidade geram um índice de fracassos da 
terapia endodôntica. Em alguns casos de fracasso, há a indicação do retratamento 
endodôntico, que pode ser conceituado como uma tentativa de corrigir um 
tratamento endodôntico realizado inadequadamente. 
 As grandes dificuldades do retratamento endodôntico, são os obstáculos 
que se têm até se chegar à nova terapia endodôntica, uma vez que deve-se 
ultrapassar restaurações metálicas, próteses, núcleos, canais obstruídos com 
cimentos insolúveis, instrumentos fraturados e mesmo perfurações radiculares. 
Portanto torna-se um procedimento de complexidade variável, e que deve ser 
muito bem avaliado pelo profissional antes do início do tratamento com a seguinte 
pergunta: Será possível melhorar este tratamento endodôntico? 
 
 Indicações 
 
 Torna-se evidente a necessidade do retratamento endodôntico em 
determinadas situações emergenciais em que o paciente apresenta dores em 
dentes tratados endodonticamente. Entretanto, discute-se muito as indicações do 
retratamento endodôntico, principalmente casos nos quais existe a ausência de 
sintomatologia, dentre tais pode-se citar alguns fatores a serem observados em 
relação à qualidade da endodontia versus o planejamento protético. 
 A qualidade da endodontia pode ser avaliada clinica e radiograficamente e 
em atos exploratórios. Clinicamente deve-se observar alguns sinais e sintomas: 
 
1. Ausência de edema e fístula na mucosa periapical, bem como a normalidade 
em relação a cor e sensibilidade. 
2. Ausência de dor espontânea e provocada ao morder e à percussão vertical. 
3. Mobilidade dentária e função dentária normais. 
4. Cicatrização de trajetos fistulosos pré-existentes. 
 
 
Radiograficamente é indispensável a realização de radiografias de 
qualidade, para se realizar uma correta avaliação da endodontia existente. Nas 
radiografias pode-se observar os seguintes fatores: 
 
1. Qualidade da obturação no preenchimento do canal (condensação do 
material). 
2. Qualidade da obturação em relação ao limite apical. 
3. Presença de lesões radiolúcidas na região periapical. 
4. No caso de presença de lesões periapicais, considerar a possibilidade da 
lesão estar regredindo. 
5. Presença de iatrogenias, como degraus, perfurações, ZIP apical ou ainda, 
instrumentos fraturados no canal radicular. 
6. Tipo de material utilizado na obturação, como guta-percha, cimentos, cones de 
prata ou núcleos sólidos cobertos por guta-percha. 
 
Os atos exploratórios para avaliação da integridade do material usado na 
endodontia podem ser executados durante procedimentos de restauração e ou 
prótese, nos quais pode-se analisar radiograficamente e clinicamente a 
estabilidade do tratamento endodôntico. A exploração deve ser realizada com um 
instrumento tipo K número 25 sobre o material obturador, observando-se: 
 
1. Grau de dificuldade da penetração do instrumento no canal radicular sobre o 
material obturador. 
2. Presença de canais radiculares não tratados endodonticamente. 
3. Presença de odores caracterizando infiltrações coronárias e no canal radicular. 
 
Em relação ao planejamento protético, sempre que um dente tratado 
endodonticamente for receber um novo trabalho protético, deve ser feita uma 
avaliação da endodontia do elemento em questão. A avaliação é feita da seguinte 
forma: explorar o (s) canal (is), analisar clinicamente e radiograficamente a 
qualidade da endodontia. Analisar também se a endodontia está exposta ao meio 
bucal, quando exceder 7 dias de exposição, recomenda-se o retratamento 
endodôntico. 
Ainda durante as indicações, também se deve saber que em algumas 
situações um procedimento cirúrgico ou uma proservação radiográfica é mais 
indicado. As principais limitações ou situações de risco do retratamento 
endodôntico são: 
 
1. Fatores limitantes do acesso à região apical que podem levar a perfurações 
ou fraturas radiculares, como: pinos intra-radiculares extensos, cones de 
prata, degraus e instrumentos endodônticos fraturados. 
2. Presença de perfurações radiculares. 
3. Presença de próteses recentes estáveis e com boa adaptação. 
4. Elementos com presença de doenças periodontais e fraturas radiculares 
devem ser avaliados em relação à possibilidade de manutenção do dente. 
5. Instruções aos pacientes sobre o que se está fazendo e o por quê, de modo 
a orienta-los sobre o que está acontecendo com o seu dente. 
 
6. Não esquecer de fazer a pergunta: Será possível melhorar este tratamento 
endodôntico? 
 
Técnica de intervenção 
 
 Durante a realização da endodontia convencional, normalmente existe a 
possibilidade de realização de uma técnica seguindo um planejamento 
endodôntico, entretanto, na realização do retratamento isto se modifica em função 
do imponderável. Em função destas ocorrências, o retratamento pode ser dividido 
em três fases distintas: fase de acesso ao canal radicular, fase de remoção do 
material obturador e fase de tentativas de correção das iatrogenias. 
 
1- FASE DE ACESSO AO CANAL RADICULAR 
 
 Durante esta fase, sempre que possível todas as restaurações, coroas 
protéticas ou próteses fixas com mais de um elemento devem ser removidas, 
podendo, entretanto, excepcionalmente realizar-se o acesso através delas. 
 
Remoção e/ou acesso em restaurações 
 
 Em todas as situações durante o retratamento endodôntico, no mínimo será 
encontrada uma restauração unitária, sendo ela em resina composta ou 
amálgama de prata. Estas restaurações devem ser de preferência sempre 
removidas na sua totalidade, pois raspas destes materiais podem cair durante a 
cinemática dos instrumentos no interior do canal radicular. Em algumas situações, 
no entanto, como por exemplo, restaurações extensas que envolvam as faces 
proximais, estas restaurações devem ser mantidas com a finalidade de manter um 
“reservatório” na câmara pulpar para os líquidos irrigadores e para facilitar a 
realização do isolamento absoluto sem infiltrações de saliva. 
 Durante a remoção destas restaurações deve-se tomar cuidado em relação 
à profundidade da câmara pulpar, principalmente em dentes posteriores, pela 
possibilidade de perfuração do assoalho da câmara pulpar. Na remoção de 
resinas, também se deve ter este cuidado em função da cor destas restaurações, 
que podem ser confundidas com dentina. 
 
Remoção e/ou acesso em coroas protéticas e pontes fixas 
 
 Como já foi dito, sempre que possível deve-se remover na totalidade as 
coroas protéticas ou ainda as pontes fixas, em função das dificuldades que as 
permanências destas podem gerar, principalmente na visualização dos canais 
radiculares. Entretanto, em algumas situações, como por exemplo, casos onde o 
paciente ficará algum tempo sem realizar outra prótese e que estas coroas ou 
pontes estejam satisfatoriamente adaptadas, pode-se realizar o acesso através 
das mesmas. 
Este acesso normalmente é difícil, em função da resistência ao corte do 
metal utilizado na confecção das coroas ou pontes, da anatomia dentária 
 
(inclinações) e da visualização dos canais radiculares após o acesso 
(luminosidade reduzida) ou ainda das alterações anatômicas produzidas pelo 
preparo para coroa. 
 Para a remoção destes trabalhos protéticos pode ser utilizado um ultra-som 
aplicado sobre todas as superfícies da coroa ou dos pilares da ponte fixa, pois a 
vibração ultra-sônica fragmenta a película do cimento que prende a prótese ao 
remanescente dentário. Quando não se consegue remover estes trabalhos 
protéticos somente com o auxílio do ultra-som, deve haver a associação deste 
com um saca-próteses ou ainda partir para o corte da prótese.Para o corte da 
coroa, normalmente utilizam-se brocas transmetal ou brocas cilíndricas em 
carbide, cortando-se a coroa centralmente no sentido vestíbulo-lingual. Após a 
realização do corte da coroa neste sentido, pode-se colocar uma espátula de 
inserção entre as partes separadas e com um movimento leve de alavanca, 
separar os fragmentos da coroa. As pontes fixas devem ser seccionadas junto aos 
pilares, antes da secção do dente envolvido. 
O acesso através das coroas pode ser realizado com brocas transmetal, 
esféricas ou cilíndricas de aço carbide, sendo indispensável uma radiografia 
periapical de boa qualidade bem como uma radiografia bite-wing. Deve-se partir 
de um ponto na região central da coroa, e lentamente ir desgastando em direção à 
câmara pulpar nas proximidades da entrada do canal radicular de maior amplitude. 
Deve-se tomar o cuidado de ir desgastando também lateralmente a coroa para 
possibilitar uma melhor entrada de luz na câmara pulpar e promover assim uma 
melhor visualização do desgaste na região mais cervical. Outro cuidado que pode 
ser tomado é eliminar o isolamento absoluto (na fase de acesso) facilitando a 
palpação da mucosa periapical buscando perceber a direção da raiz e a 
visualização da coroa em relação ao seu longo eixo radicular, evitando assim 
possíveis perfurações. 
 
Remoção de retentores protéticos 
 
 Durante o retratamento endodôntico, também é comum a presença de 
próteses extensas ou unitárias com núcleos intra-radiculares. As dificuldades na 
remoção destes retentores relacionam-se ao tipo de material utilizado, calibre, 
direção e profundidade em que este pino está colocado no canal radicular. 
Sempre durante a remoção destes pinos, os pacientes devem ser esclarecidos em 
relação à possibilidade de fraturas e ou perfurações radiculares, motivo pelo qual 
a sua indicação deve ser muito bem analisada, lembrando que cirurgias 
paraendodônticas são procedimentos conservadores quando comparados a 
fraturas e/ou perfurações radiculares. 
 As remoções dos pinos metálicos podem ser feitas pela aplicação do ultra-
som. 
Inicialmente deve-se realizar um desgaste do núcleo (brocas transmetal, 
esféricas ou cilíndricas carbide) na sua parte coronária, deixando-se as paredes 
paralelas entre si e com a exposição da linha de cimento cervical; Após este 
preparo inicial, deve-se então aplicar o ultra-som sobre todas as superfícies do 
núcleo (mesial, distal, vestibular, lingual, oclusal e também sobre a linha de 
cimento na cervical). O tempo de aplicação é de 1 a 2 minutos sobre cada 
 
superfície. Caso não se obtenha sucesso nesta primeira tentativa, pode-se utilizar 
uma broca LN naquela linha de cimento na região cervical, aprofundando mais e 
realizando uma nova tentativa com o ultra-som, agora mais concentrado nesta 
região. 
 
2- FASE DE REMOÇÃO DO MATERIAL OBTURADOR 
 
 Uma vez realizado o acesso ao(s) canal radicular(es), deve-se então 
promover a desobstrução, a qual dependerá basicamente do material obturador 
utilizado. Os materiais empregados podem ser divididos em 3 tipos: materiais 
plásticos, sólidos e híbridos. 
 
Remoção de materiais plásticos 
 
 Representados pelas pastas e cimentos, atualmente não se utiliza mais 
realizar uma obturação do canal radicular somente com estes materiais, entretanto 
esta prática já foi muito utilizada e é um dos grandes obstáculos durante o 
retratamento endodôntico. O cimento mais comum encontrado nesta situação é o 
óxido de zinco e eugenol, sendo que em muitas situações representa um 
obstáculo intransponível. Para a remoção deste cimento, a técnica manual mais 
indicada seria os instrumentos tipo K número 25 ou 30, com ou sem preparo do 
instrumento (trépanos), sendo que o solvente mais indicado é o óleo de laranja; 
Porém, em algumas situações conforme o grau de petrificação do cimento, não é 
possível realizar a sua total remoção, existindo ainda a possibilidade de se realizar 
desvios do canal e ou perfurações radiculares . Em relação as técnicas 
mecanizadas, proporcionam resultados excelentes, bem superiores ao promovido 
pelas técnicas manuais. 
 
Remoção de materiais sólidos 
 
 Os materiais sólidos podem ser basicamente subdivididos em dois tipos: 
cones de prata e cones de guta-percha. 
 
a) Cones de Prata: Assim como em relação às pastas e cimentos, este tipo de 
material está totalmente em desuso. Entretanto, ainda existem casos de 
retratamento em que o profissional encontra este tipo de material, o que vai 
exigir habilidade por parte deste para promover a remoção destes cones de 
prata. Basicamente para a remoção dos cones de prata, existem duas 
situações: A primeira quando o cone de prata possui uma ponta dobrada na 
região cervical (fora do canal) e a segunda quando não foi realizada a 
dobra no cone de prata, estando este totalmente inserido no canal radicular. 
Para a primeira situação a resolução normalmente é simples, bastando 
apreender esta ponta dobrada do cone de prata com uma pinça 
hemostática (ponta curva) e realizar a tração do cone. O cuidado maior 
deve ser tomado durante o acesso do dente em questão, para não 
desgastar com a broca esta ponta do cone de prata que está dobrada fora 
do canal radicular. Na segunda situação a resolução é mais difícil, pois não 
 
existe um local de apreensão no cone de prata, restando assim, tentar 
ultrapassá-lo e removê-lo com uma ponta fina de ultra-som. A utilização de 
uma lima Hedstroem nesta situação geralmente desloca o cone em função 
da lima ser mais resistente que a prata, conseguindo assim prender-se ao 
cone e removendo-o por tração. Os sistemas mecanizados também 
conseguem bons resultados nesta situação, entretanto, também podem ser 
utilizados insertos especiais para desgastar o cone de prata no interior do 
canal radicular e se este ainda for reto pode-se também utilizar o 
microscópio clínico. Porém, em muitas situações não se consegue a 
remoção total do cone bem como uma ultrapassagem completa deste 
obstáculo. 
b) Cones de Guta-percha: Sem dúvida nenhuma é o material mais utilizado na 
atualidade para a obturação dos canais radiculares associado a um 
cimento, sendo um material de fácil remoção do canal radicular pela 
aplicação de solventes sobre ela ou ainda pelo atrito causado pelas brocas 
Gates Glidden ou pelos sistemas mecanizados. A técnica a ser utilizada 
para a remoção de guta-percha pode ser a técnica manual, com limas 
manuais tipo K número 25 ou 30, com as pontas preparadas ou não 
(trépanos) associados aos mais diferentes tipos de solventes, entre eles: 
Óleo de laranja, Xylol, Eucaliptol, Clorofórmio, etc. Esta técnica manual 
pode ser associada as brocas Gates-Glidden, ou ainda ser substituída 
totalmente sem utilização de solventes pelas técncias mecanizadas. 
 
Remoção de Materiais Híbridos 
 
 Os materiais híbridos são aqueles constituídos por uma associação de 
materiais como núcleos de titânio ou plástico recobertos de guta-perha fase alfa, 
próprios de sistemas que utilizam a guta-percha termoplastificada. Como exemplo 
deste tipo de material temos os obturadores do sistema thermafill. Durante o 
retratamento podem ser considerados como obstáculos de média dificuldade, pois 
sofrem a ação dos solventes e também podem ser facilmente removidos com o 
sistema mecanizados. 
 
3- FASE DE TENTATIVAS DE CORREÇÃO DE IATROGENIAS 
 
 Como já foi dito anteriormente, em alguns casos surgem fatores 
complicadores durante o retratamento endodôntico. Dentre estes, podemos 
destacar: os instrumentos fraturados, as perfurações radiculares e a presença de 
degraus e desvios do canal. 
 
a) Instrumentos fraturados- Em relação a este tipo de acidente, devemos levar 
em consideração os seguintes fatores: Localização do instrumento no 
canal, o comprimento do instrumento, o tipo de instrumento e o tipo e 
posição do dente na arcada dentária. Em relação a posição do instrumento 
no canal radicular teremos três possibilidades: Terco apical, médio e 
cervical. Instrumentos posicionados no terço apical sãomais difíceis de se 
 
remover, sendo a conduta mais conservadora tentativa de ultrapassar o 
instrumento com uma lima fina e tentar englobá-lo na obturação. 
Instrumentos posicionados nos terços cervical e médio possuem um 
prognóstico mais favorável, entretanto oferecem um grau de dificuldade 
diretamente proporcional a habilidade do profissional, bem como a 
tecnologia disponível. Nestas situações a conduta consiste em tentar 
ultrapassar o fragmento e tentar a sua remoção com a utilização de um 
sistema ultra-sônico. 
Em relação ao tamanho dos instrumentos fraturados existe uma relação: 
Quanto maior o instrumento, maior a dificuldade em sua remoção ou 
ultrapassagem. 
O tipo de instrumento fraturado presente também é importante, pois quanto 
mais irregularidades presentes nas lâminas (extirpa-nervos, lentulo) maior a sua 
área de retenção e maior a sua dificuldade de remoção. 
Gates-Glidden quando fraturam no raio de concordância são instrumentos 
de fácil remoção utilizando uma pinça hemostática curva. 
Instrumentos rotátorios fraturados também geram uma dificuldade na 
remoção, pois normalmente fraturam quando “travam” no interior dos canais 
radiculares. A remoção de instrumentos de níquel-titânio e cones de prata 
requerem um maior cuidado que aqueles de aço inoxidável. Estas ligas são mais 
dúcteis e podem desintegar caso não se proceda a irrigação conjunta ao emprego 
do ulta-som. E por último, o tipo e a posição do dente na arcada dentária, pois 
torna-se óbvio que existe mais possibilidade de se remover um instrumento 
fraturado em um canal amplo e bem posicionado de um incisivo central superior 
do que em um molar inferior. 
 
b) Perfurações Radiculares: As perfurações dificultam muito a realização do 
retratamento, especialmente quando localizadas ao longo do canal 
radicular, havendo mais facilidades em se trabalhar naquelas presentes em 
áres de assolho da câmara pulpar. Com o desenvolvimento dos materiais 
endodônticos especializados no tratamento das perfurações, em especial o 
MTA (Agregado Trióxido Mineral), o tratamento destas perfurações 
progrediu muito, conferindo um melhor prognóstico do que com o 
tratamento convencional com Hidróxido de Cálcio. Para o diagnóstico das 
perfurações localizadas no canal radicular normalmente são detectadas 
radiograficamente, com instrumentos posicionados nas perfurações, a fim 
de se localizar o terço no qual ocorreu. Nestas circunstâncias, tenta-se 
retornar ao canal radicular e realizar o fechamento da perfuração antes do 
preparo e obturação do canal em questão, sendo necessário manter um 
instrumento posicionado no canal radicular enquanto executa-se o 
fechamento da perfuração com o MTA. 
 
c) Formação de Degraus e Desvios: A causa mais comum deste tipo de 
acidente é a falta de cuidado ou o uso inadequado dos instrumentos 
endodônticos, podendo também ocorrer durante a tentativa de remoção de 
instrumentos fraturados. A regularização destes acidentes vai depender na 
maioria dos casos na habilidade do profissional em retornar ao trajeto 
 
original do canal radicular, sendo que a conduta mais utilizada é a 
seguinte:explorar o canal com um instrumento tipo K número 10 pré-
curvado, após uma análise radiográfica e táctil da direção do degrau (V, P, 
M, D). Deve-se então, com o canal preenchido com uma solução de EDTA, 
promover uma rotação cuidadosa ao instrumento em 360° (sem forçar) 
associado a movimentos de vai-e-vem de penetração (sem forçar), havendo 
normalmente então a localização e exploração da luz do canal radicular. 
Esta manobra é arriscada, exigindo habilidade e conhecimentos. 
 
3- Técnicas de remoção do material obturador e de preparo do 
canal radicular durante o retratamento 
 
1) RADIOGRAFIA INICIAL 
a. Medir CAD (comprimento aparente do dente): distância da borda incisal 
ao ápice. 
 
2) REMOVER SELAMENTO OU RESTAURAÇÃO 
 
3) DETERMINAR CTX (comprimento de trabalho X File) 
a. CTX5 = CAD – 6 mm 
b. CTX4 = CAD - 5 mm 
 
4) DESOBTURAÇÃO DO 1/3 CERVICAL E MÉDIO 
a. Acoplar a X5 no contra-ângulo REDUTOR, no sentido horário 
b. Calibrar no CTX5, Acionar, introduzir lentamente com movimento de vai e 
vem até o comprimento determinado com leve pressão apical até 
observar que não está mais removendo material obturador 
c. Acoplar a X4 no contra-ângulo REDUTOR no sentido horário 
d. Calibrar no CTX4, Acionar, introduzir lentamente com movimento de vai e 
vem até o comprimento determinado com leve pressão apical até 
observar que não está mais removendo material obturador 
e. Irrigar com NaOCl 2,5% a cada troca de instrumento. 
 
5) AMPLIAÇÃO REVERSA E DESOBTURAÇÃO 1/3 MÉDIO E APICAL 
a. Determinar o CTex (Comprimento de Trabalho de Exploração) 
b. CTex = CAD – 2 mm 
c. UTILIZAR INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS NO CONTRA-ÂNGULO 
REDUTOR!!! 
d. Calibrar os instrumentos X3, X2 e X1 no CTex 
e. Começar a Ampliação Reversa com o instrumento X3 e se 
necessário utilizar os instrumentos X2 e X1. Acionar, introduzir 
lentamente com movimento de vai e vem até o comprimento 
determinado CTex com leve pressão apical até observar que não 
está mais removendo material. 
f. Irrigar com NaOCl 2,5% após a utilização da cada instrumento. 
 
 
No retratamento automatizado NÃO 
utilizamos solvente. 
 
 
6) ODONTOMETRIA 
a. Com o instrumento que atingiu o CTex 
b. Radiografar com o instrumento de atingiu o CTex no interior do canal 
radicular. 
c. Medir o “x” (x = distância da ponta da lima ao ápice) 
d. Determinar o CRD (Comprimento Real do Dente) 
e. CRD = CTex + x 
 
ATENÇÃO! Nesta fase podem ocorrer duas situações: 
1- todo o material obturador já ter sido removido. 
2- haver a presença de material obturador remanescente no 
canal radicular 
Na primeira situação deve-se proceder normalmente o 
tratamento endodôntico e na segunda situação, deve-se utilizar 
limas de menor diâmetro até se atingir o comprimento 
estabelecido na odontometria. 
 
 
7) ESVAZIAMENTO 
a. Com limas k#10 e flexofile #15 no CRD (Comprimento Real do Dente) 
fazer movimento de introdução, ½ volta direita e esquerda e remoção, 
repetir 3 vezes com cada instrumento. 
b. Irrigar com NaOCl 2,5% a cada troca de instrumento. 
 
8) PREPARO APICAL 
a. Determinar o DA (Diâmetro Anatômico), ou seja, o primeiro 
instrumento que atingir o CT, corresponde ao DA do terço apical. 
b. Fazer o DC (Diâmetro Cirúrgico), ou seja, alargar o terço apical utilizando 
de 2 a 4 instrumentos com diâmetros maiores e em ordem crescente a 
partir do DA. Ex.: DA = X1, determinar o DC na sequência, X2, X3, X4, 
X5. O último instrumento utilizado será o DC! 
c. Radiografia da prova do DC. Fazer uma radiografia com o instrumento do 
DC no interior do canal radicular calibrada no CT. 
d. Sempre irrigar com NaOCl 2,5% após a utilização de cada instrumento 
para remover os detritos 
e. Anote os instrumentos utilizadas e respectivos comprimentos, tudo será 
utilizado no momento da obturação. 
 
9) IRRIGAÇÃO FINAL 
a. Irrigar com 5 ml de EDTA 17% 
b. Deixar a solução no interior do canal por 5 minutos 
 
c. Irrigar com SORO FISIOLÓGICO 
 
10) SECAGEM DO CANAL 
a. Secar com cones de papel absorventes do mesmo diâmetro da última 
lima utilizada, ou seja, do DC. 
 
11) MIC (MEDICAÇÃO INTRACANAL) 
a. Utilizar Ultracal ou Hidróxido de Cálcio P.A. com propilenoglicol (vide 
roteiro de MIC) 
 
12) SELAMENTO PROVISÓRIO 
a. Selar a abertura com restaurador provisório

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