Buscar

RESUMO AV1 - TADP

Prévia do material em texto

TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO PÚBLICO 
-> O que é direito? Direito é objeto cultural e disciplina normativa, heterônoma, da vida 
exterior e relacional dos homens, dotado de validade, eficácia e coercibilidade, que tende à 
realização do bem comum, justiça (Silas, Mackenzie. Lições Preliminares do Direito). 
1. Espécies de normas jurídicas - Regras e princípios. As regras carregam uma estrutura 
de preceito-sanção estrutural (ex. art. 121 do CPP - matar alguém e em baixo a sanção, toda 
regra tem preceito/sanção, que pode ou não estar no momento artigo/na mesma lei). 
Contudo, nem todo preceito e sanção estarão no mesmo artigo. Princípios são axiológicos, 
são valores que sustentam as regras. Servem de base para o ordenamento jurídico e 
norteiam o direito, as regras. 
2. Norma X texto normativo - O texto normativo, na sua literalidade, é o que esta escrito, 
o que na hermenêutica é chamado de interpretação literal. A norma é a interpretação 
criativa, feita pelo homem, que muda no tempo. Da interpretação surge o comando. Tal 
interpretação é razoável, pois pode ser relativizada, admitindo exceções. 
3. Processo de conhecimento X processo de execução - O processo de conhecimento visa 
resolver crises de certeza, no sentido de que um diz que tem direito e o outro nega. O de 
execução visa resolver uma crise de satisfação. O processo cautelar visa garantir o resultado 
útil e prático do processo principal, seja ele de conhecimento ou execução. Ele é um processo 
acessório, não é um processo sozinho. 
4. O que é uma constituição - sistema de normas jurídicas produzidas no exercício do 
poder constituinte originário. Uma constituição deve ter estrutura, organização e 
funcionamento do Estado, separação dos poderes, limitação aos poderes estatais, direitos e 
garantias fundamentais para ser considerada como tal. Esta é a natureza jurídica de uma 
constituição. Natureza jurídica são as características básicas e fundamentais daquilo que se 
analisa. A constituição é o ápice do ordenamento jurídico, é a norma fundamental que 
norteia a criação das demais normas (aspecto material), no sentido de que todas as demais 
normas vão encontrar fundamento na Constituição. Sob o aspecto material, a constituição é 
o ápice do ordenamento jurídico. A rigidez é um aspecto formal da constituição. Logo, há 
controle de constitucionalidade, que é o fundamento para o controle de constitucionalidade. 
Uma norma materialmente constitucional trata de organização do governo, separação dos 
poderes, direitos e garantias constitucionais, etc. Ou seja, o conteúdo que tem de estar em 
uma Constituição. Uma norma formalmente constitucional é aquela que não possui 
conteúdo constitucional, mas que esta na constituição. Contudo, tais normas são tratadas da 
mesma maneira. 
Então, eu tenho o aspecto material que é uníssono e universal. Já o aspecto formal analisará: 
a constituição é rígida ou não? É, tem controle de constitucionalidade. Não é, não tem 
controle de constitucionalidade. 
5. Vieres sobre a constituição - O viés sociológico e político tem a CF como ponto de 
chegada (produto final), enquanto que o viés jurídico tem a CF como o inicio das análises, 
lei fundamental da organização estatal, ou seja, ponto de partida. 
 5.1. Viés Sociológico - Ferdinand Lassale. A constituição é resultante da manifestação 
social, é consequência dos desejos da sociedade, é o reflexo da sociedade. Contudo, tal 
concepção possui falhas, pois o que a constituição prevê não condiz com a prática. Crítica - 
1) a sociedade em geral não conhece de termos da constituição. A sociedade não tem 
manifestações técnicas. 2) A sociologia acha que a constituição é o resultado final. 
 5.2. Viés político - Carl Schmitt. A constituição é resultante da manifestação social criada 
pelo agente político. O político manipula os interesses sociais ou até mesmo os cria de 
acordo com seus próprios interesses. É o chamado efeito performático. Esse agente político 
vai influenciar no viés sociológico: a constituição é o resultado das manifestações sociais, 
mas alteradas pelo agente político (a junção dos dois vieses). 
 5.3. Viés jurídico - Hans Kelsen. Não importa se a constituição foi feita para o povo ou 
para os políticos, todos devem respeitar a constituição e ponto final. 
O orçamento político é aprovado na forma da lei. Sua natureza jurídica é de ato 
administrativo, apesar de ser uma lei, pois é específica e determinada, e não genérica e 
indeterminada. Lei orçamentária anual, lei de diretrizes orçamentárias, ppa. São tipos de 
orçamento públicos. Formalmente o orçamento púbico é uma lei, porem, materialmente, o 
orçamento público não tem características de lei. O orçamento público, que formalmente é 
uma lei, materialmente não é. 
A CF é regulada por um ato primário, a lei. Porque? Porque segundo o art, 5º, II c/c art. 1º., 
pode haver lacunas no ato primário, e essas lacunas serão preenchidas pelo ato secundário, 
que regulamenta o ato primário. Ex de ato secundário: decreto, portaria, etc. REGULAR É 
DIFERENTE DE REGULAMENTAR. Contudo, a CF prevê que alguns atos secundários 
regulem determinada matéria, mas se não tiver previsto na CF, não pode. Ex.: decreto 
autônomo. 
Em um artigo, quando vem escrito "na forma da lei complementar", significa que, aquela 
matéria é regulada por ato primário, denominado de lei complementar, portanto, se o ato 
primário que regula a matéria for lei ordinária, está será formalmente inconstitucional. "Na 
forma da lei", significa que a matéria é regulada por lei comum, por lei ordinária. Contudo, 
também pode ser regulada por lei complementar, pois sua natureza jurídica é de lei 
ordinária. 
Então, uma LC poderá ser revogada/derrogada por uma LO? DEPENDE. Uma LO não pode 
revogar uma LC materialmente constitucional. LC e LO não há hierarquia, mas competência. 
Você confere a natureza jurídica pela competência, na redação do artigo. Se ela for 
formalmente complementar, mas materialmente ordinária, pode. Mas uma lei ordinária, 
não pode revogar uma lei materialmente complementar, por uma questão de competência. 
Portanto, a lei ordinária que venha revogar/derrogar uma lei de competência 
complementar, será inconstitucional. 
Cláusula pétrea pode ser objeto de emenda constitucional? Sim, mas não para reduzi-la, e 
sim para aumentá-la. Não se pode reduzir os efeitos da cláusula pétrea, mas pode-se ampliá-
los. Existem cláusulas pétreas implícitas. 
 
# HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES # 
 OBSERVAÇÕES 
FORMA DE 
ESTADO 
FORMA DE 
GOVERNO 
SISTEMA DE 
GOVERNO 
CRIAÇÃO 
1824 
Chamada Constituição Imperial, 
foi a primeira Constituição a 
apresentar o princípio da 
igualdade e da legalidade. 
UNITÁRIO MONARQUIA 
PRÁTICAS 
PARLAMENTARISTAS 
OUTORGADA 
1891 
Conhecida como Constituição 
Republicana. 
FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO PROMULGADA 
1934 
Conhecida como Constituição 
Social e Econômica, foi a 
primeira Constituição do Brasil 
a tratar sobre direitos da 2ª 
Geração (direitos sociais e 
econômicos). A 1º do mundo foi 
a Mexicana de 1917. 
FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO PROMULGADA 
1937 
Conhecida como Constituição 
Polaca, foi uma imitação da 
Constituição polonesa. As duas 
são muito semelhantes. Dizem 
que foi uma violação aos 
direitos autorais da 
Constituição Polonesa, criada 
por Getúlio Vargas. 
FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO OUTORGADA 
1946 Não tem apelido. FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO PROMULGADA 
1967 
Conhecida como Constituição 
dos Militares ou Militar. Houve 
o movimento político dos 
militares que tomaram o poder. 
FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO OUTORGADA 
EC nº 
1/69 
Formalmente era EC, mas 
materialmente, sua natureza 
jurídica, era de constituição. A 
EC tratou de questões 
essencialmente constitucionais, 
como estrutura e organização 
do estado. 
 
1988 
Constituição Cidadã (05 de 
Outubro de 1988). 
FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO PROMULGADA* Diferença entre promulgada e outorgada - na outorgada o poder constituinte é usurpado 
do povo. 
* Diferença entre monarquia e república - na monarquia o poder se da por sucessão 
hereditária, na república, por eleição. 
* Diferença entre presidencialismo e parlamentarismo - no presidencialismo há maior 
independência entre o legislativo e o executivo. Já no parlamentarismo há maior 
interdependência entre o executivo e o legislativo, o 1º Ministro é escolhido dentro do 
quadro de políticos do Legislativo. 
OBS.: Na CF de 1824, o Brasil adotou práticas parlamentaristas como sistema de governo, 
mas não É certo dizer que era uma monarquia parlamentaristas. Entre 1962 e 1963, o Brasil 
adotou o parlamentarismo, afim de não sofrer uma intervenção militar que não deu certo. 
-> Teoria da irrelevância jurídica: O preâmbulo da CF não é norma jurídica, mas sim discurso 
político. A CF mais famosa do mundo é a Alemã. Portanto, o fato de ter referência à deus no 
preâmbulo, não faz com que o estado deixe de ser laico. 
 
 ESTADO UNITÁRIO ≠ ESTADO FEDERAL ≠ ESTADO CONFESSIONAL ≠ ESTADO LAICO 
A diferença está na 
distribuição geográfica 
do poder. No Estado 
Unitário o poder é 
centralizado. 
A diferença está na 
distribuição geográfica 
do poder. No Estado 
Federal o poder é 
descentralizado. 
Estado confessional é aquele 
em que adotada-se uma religião 
própria, especifica, oficial e as 
questões dessa religião 
interferem nas decisões 
políticas do estado. Ocorreu 
com a CF de 1824. 
O estado laico é aquele 
que não adota 
nenhuma religião 
própria, nenhuma 
religião oficial, por isso 
permite a manifestação 
de toda e qualquer 
religião, desde que as 
religiões não atentem 
contra as questões 
estatais, contra os 
estados e mantenham o 
respeito entre só. 
 
A forma federativa do Estado é cláusula pétrea. O federalismo no Brasil é centrífugo. 
-> qual foi a constituição nacional que adotou o presidencialismo como sistema de governo? A CF de 1891, 
houverem as maiores alterações políticas, na forma de estado, na forma de governo, no sistema de 
governo.... Art. 2º do ADCT. 
-> Para que o Brasil mude de presidencialismo para parlamentarismo é preciso plebiscito, sob pena de 
inconstitucionalidade - formal (corrente majoritária). Nomoestática = material. 
-> FEDERALISMO FORMAÇÃO CENTRÍPETA: União de vários estados soberanos que se agregaram 
num movimento de fora para dentro. Ex.: federação norte americana. 
-> FEDERAÇÃO FORMAÇÃO CENTRÍFUGA: Estado unitário que se fragmentou num movimento de 
dentro para fora. Ex: federação brasileira. 
-> A CF de 1988 é rígida porque o processo para alterar a CF é mais complexo do que o processo para 
alterar os atos e normas infraconstitucionais (lei ordinário e lei complementar). É o oposto de constituição 
flexível. Art. 60, CF. A LC completa o sentido da CF. O quórum de aprovação de uma emenda constitucional 
é de 3/5 nas duas casas, 308 dos deputados e 49 dos senadores. 
Quórum de instalação: LO - Maioria absoluta; LC - Maioria absoluta. 
Quórum de votação e aprovação: LO - Maioria simples; LC - Maioria absoluta. 
 - Maioria absoluta é atingida com o 1º número inteiro após a divisão pela metade dos membros 
existentes na casa. Maioria absoluta dos deputados = 257; maioria absoluta dos senadores = 41. 
 - Maioria simples é o 1º número inteiro após a divisão pela metade dos números de presentes na 
instalação, dos que compareceram. 
OBS.¹: Se uma lei é aprovada com quórum menor que o determinado pela CF, essa aprovação é 
inconstitucional. 
OSB.²: Não existe casa revisora e iniciadora em EC. É apenas Câmara e Senado, sem revisão. Não existe 
Veto e Sanção em EC. 
OBS.³: Se a PEC é proposta pelo Presidente e Deputados, começará na Câmara dos Deputados (art. 64); se 
pelos Senadores, começa no Senado. 
OBS. ⁴: A Mesa da Câmara e a Mesa do Senado que promulga a EC. Promulgação é o ato oficial - art. 60, 
CF). 
# INCONSTITUCIONALIDADE # 
Inconstitucionalidade formal/procedimental = inconstitucionalidade 
nomodinâmica: a forma é incompatível com aquilo disciplinado pela CF, o procedimento é 
incompatível. O vicio formal decorre de afronta ao devido processo legislativo de formação, 
ou, ainda, em razão de sua elaboração por autoridade incompetente (ideia de dinamismo, 
de movimento). A inconstitucionalidade formal se divide em: propriamente dita; orgânica; 
por violação a pressupostos objetivos. 
 Inconstitucionalidade formal orgânica: a inconstitucionalidade formal orgânica 
decorre da inobservância da competência legislativa para elaboração do ato. Ex: o 
STF entende inconstitucional lei municipal que discipline o uso do cinto de 
segurança, já que se trata de competência da União, nos termos do art. 22, XI, legislar 
sobre transito e transporte. 
 Inconstitucionalidade formal propriamente dita: decorre da inobservância do 
devido processo legislativo, alem de vicio de competência legislativa 
(inconstitucionalidade orgânica), em vicio no procedimento de elaboração da 
norma, verificando em momentos distintos: na fase iniciativa ou nas fases 
posteriores. 
 Vicio formal subjetivo: (quanto à iniciativa) o vicio formal subjetivo 
verifica-se na fase de iniciativa. Ex: algumas leis de iniciativa exclusiva 
(reservada) do Presidente da República, como as que fixam ou modificam os 
efeitos das forças armadas. Iniciativa privada/reservada ou exclusiva 
significa no exemplo, ser o Presidente da Republica o único responsável por 
deflagrar o processo legislativo da referida matéria, em hipótese contraria 
se o Deputado Federal desse inicio a esse processo, estaríamos diante de um 
vicio formal subjetivo insanável, e a lei será inconstitucional. 
 Vicio formal objetivo: (quanto ao rito) o vicio formal objetivo será 
verificado nas demais fases do processo legislativo, posteriores à fase de 
iniciativa. Ex: uma lei complementar sendo votada por um quorum de 
maioria relativa, nesse caso existe um vicio formal, uma vez que essa lei deve 
ser votada por maioria absoluta, com base no art. 69 da CF. 
 Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos: Se 
durante o processo legislativo não forem observados certos requisitos para a 
elaboração de uma lei, e que não esteja de acordo com o ordenamento jurídico e que 
inclusive não houver o respeito à Constituição Federal, poderá esta lei ser declarada 
inconstitucional. O que temos como exemplo se em uma edição de uma medida 
provisória se não forem observados os requisitos de relevância e urgência, a mesma 
estará viciada e não terá eficácia alguma, por violar as regras contidas na 
Constituição Federal, e será a mesma inconstitucional. 
 
Inconstitucionalidade material = nomoestática: o conteúdo da norma 
infraconstitucional é incompatível com o conteúdo da CF (ex: pena de morte e forma simples 
> a CF só permite em casos de guerra). O vicio material, por ser vicio de matéria, de 
conteúdo, a idéia que passa é de sustância, estático. 
Revisão Constitucional: art. 3º da ADCT. Há um limite temporal de 5 anos. Revisão 
constitucional é diferente de Reforma Constitucional. A reforma constitucional e a 
revisão constitucional são meios formais de modificação da Constituição, por intermédio 
da aprovação de emendas à Constituição pelo Poder Constituinte Derivado. 
Reforma Constitucional: art. 60, não há limitação temporal, nas circunstancias e materiais 
(clausulas pétreas são irredutíveis, art.60, parágrafo 4º - são clausulas pétreas explicitas, as 
implícitas são tratadas pela doutrina). 
OBS.¹: A revisão constitucional já foi feita e resultou em 6 emendas. Agora, alteração da CF 
só pode acontecer por reforma. 
Tem iniciativa para propor uma PEC o art.60, I, II e III. 
 Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
 I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; II - do Presidente da República; 
 III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
A democracia na CF é semidireta (art.1º, parágrafo único c/c art.14, I, II e III) > a 
democracia pode ser direta, indireta e semidireta. Na nossa constituição ela é semidireta, 
ou seja, direta + Indireta. O art. 14 trata de modalidades de representação direta, são elas: 
plebiscito (projeto advindo do povo), referendo (consulta ao povo de projeto já existente) e 
iniciativa popular. 
Nem todo decreto pode criar obrigações (deveres). 
- Se a iniciativa é do Presidente, a votação começa na Câmara dos Deputados e não do 
Senado. Se for uma PEC dos deputados, inicia na câmara dos deputados. 
http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
- Na EC não existe casa iniciadora nem revisora, não importa a ordem 
- Teria que ter 49 votos dos senadores. 
- São 308 dos deputados - 513. 
- Não há sanção ou veto do Presidente em EC (violação a pressuposto obrigatório). 
- Mesa da câmara e do senado é quem promulga a EC. 
Promulgação#publicação - a promulgação é um ato que torna oficial a EC. 
Art.2º da CF + Princípio da separação ou tripartição dos poderes. Legislativo (legislar e 
fiscalizar as contas públicas), Judiciário (julgar) e Executivo (administrar). Cada função 
típica tem 2 funções atípicas. Ex.: Legislativo - judicante e executivo (exclusão das demais). 
* Função judiciário do legislativo = CPI. Função executiva do legislativo = "compras". 
* Função legislativa do judiciário = regimento interno. Função executiva do judiciário = 
licitação. 
* Função legislativa do executivo = medida provisória. Função judiciária do executivo = PAD. 
O poder, assim, é diluído em funções típicas e atípicas. 
Quem realiza o ato primário é o legislativo. Quem realiza o ato secundário é o executivo. Um 
ato secundário pode regular a CF quando isso for permitido na própria CF. Ex.: Decreto 
autônomo regula a CF. 
Diante de alguma inconstitucionalidade, pode o judiciário exercer o controle preventivo de 
inconstitucionalidade, mas só inconstitucionalidade formal, se for material o judiciário vai 
interferir no legislativo. É possível que pelo controle preventivo o supremo declare apenas 
inconstitucionalidades formais, porque nos materiais seriam uma violação ao princípio da 
supremacia dos poderes. 
 
* ESTADO LAICO -> Fundamento no art. 19, I, CF. 
 
# TEORIA DA RECEPÇÃO # 
-> A nova CF revoga total e imediatamente a CF anterior. O direito/ordinário (infraconstitucional) 
pretérito será automaticamente recepcionado, mas a qualquer tempo, tal recepção poderá ser arguida. 
Para que leis ou atos normativos de uma constituição passada sejam recepcionados por uma nova 
constituição, é preciso o preenchimento de 3 critérios: 
 - material: compatibilidade material (a lei ou ato normativo da CF passada deve ter conteúdo compatível 
com a nova CF). O direito/ordinário pretérito deve ter conteúdo compatível com a nova CF. 
 - temporal: o direito ordinário/pretérito não pode estar em vacacio no momento que surge a nova CF, 
se exige a produção de efeitos, no momento dessa nova constituição. 
 - legitimidade: o direito ordinário/pretérito terá que se revelar constitucional conforme a CF do seu 
tempo (contemporaneidade), sob pena de se convalidar uma inconstitucionalidade. Nulidade não se 
convalida. Ex.: o CTN foi criado à luz da CF de 65, e não de 88. Então, nenhum artigo do CTN é 
inconstitucional em relação a CF/88. 
OBS.¹: Aprovadas nos 3 critérios, as leis infraconstitucionais serão confirmadas e recepcionadas pelo 
ordenamento iniciado com a nova CF. 
OBS. ²: É imprescindível que sejam aprovadas em todos os critérios, pois qualquer problema com um 
deles serão revogadas e terão efeitos retroativos ate o dia da promulgação/outorga da CF de sua época. 
 
-> se Melvio ingressou com ação ordinária em 1956 arguindo que a lei 6789/53 seria inconstitucional e, 
hoje, o Recurso Extraordinário da referida ação é pautado no STF, pergunta-se: poderá ser julgado? Se 
possível qual será o parâmetro? Explique. Sim. O parâmetro é a Constituição de 1946. 
-> poderá o PGR ingressar hoje com ADI no STF arguindo inconstitucionalidade do art. 150 do CTN 
(5172/66)? Explique. Não pode, porque a lei não é contemporânea a CF de 88, e sim a CF de 1946, cabe 
ADPF para declarar a não recepção. 
 
# TEORIA DA RETROATIVIDADE MÍNIMA CONSTITUCIONAL # 
-> Com o surgimento de uma nova CF, torna-se possível que uma norma constitucional altere os efeitos 
de questões pretéritas. 
TESE DA DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO - Incompatível com a teoria da recepção, porque a CF não pode 
ser anulada, pois é total e imediatamente revogada. Quando surge uma nova CF, faríamos uma análise da 
CF anterior para ver o que é compatível, o que for entra como norma constitucional. 
 
# REPRESTINAÇÃO X EFEITOS REPRESTINATÓRIOS # 
REPRESTINAÇÃO EFEITOS REPRESTINATÓRIOS 
Há represtinação expressa no Brasil, 
segundo a LINDB. Não se admite 
represtinação tácita. O legislativo é legitimo 
para represtinar uma lei ou ato normativo 
(tornar válido uma lei que já foi revogada). É 
preciso uma lei para represtinar. 
Trata-se do judiciário, de forma tácita. É a volta 
da produção de efeitos da lei revogada. Evita 
que uma matéria fique sem regulação. No 
controle de constitucionalidade. Um controle de 
constitucionalidade realizado de maneira tácita 
pelo judiciário, evitando, portanto, que a matéria 
não fique sem regulação. 
 
# PODER CONSTITUINTE # 
-> o titular do poder constituinte é o povo. Quem exerce são os representantes do povo. No poder 
constituinte legitimo ou democrático, a CF é promulgada. No poder constituinte usurpado (não exercido 
pelos representantes do povo, a CF é outorgada. 
Poder constituinte originário x poder constituinte ou constituído derivado (deriva do originário) 
-> o originário tem como função criar uma constituição. É um poder político ou de fato, e não jurídico, e 
permanente. Ele dá início a uma nova ordem jurídica. É um poder inicial, portanto. É um poder 
incondicionado (uma nova constituição pode ser feita a qualquer momento) e ilimitado (pode dispor do 
que quiser na nova constituição). Quem o exerce é o agente constituinte. 
 PODER CONSTITUINTE ≠ PODER LEGISLATIVO 
 AGENTE CONSTITUINTE AGENTE LEGISLATIVO (QUEM EXERCE) 
 
 
 
 
 
 
NOVA CONSTITUIÇÃO (FIM) LEIS (FIM) 
 
-> o poder constituinte ou constituído derivado é completamente diferente do poder constituinte 
originário, é um poder jurídico, temporário ou episódico, provisório, é um poder não inicial (ele não inicia 
nada), é um poder condicionado (pela CF), é limitado (quem litima é a constituição). Quem limita, quem 
condiciona? A constituição, e essas limitações e condições estão presentes na constituição. As limitações 
estão no art. 60, CF. Limitações materiais expressas: art. 60, parágrafo 4º, CF, cláusulas pétreas. E 
limitações materiais implícitas, ditas pelo STF. Limitações circunstanciais: parágrafo 1º, art. 60. CF. Não 
tem limitação temporal na CF, a limitação temporal existe com relação a revisão e está presente no ADCT, 
que permite que após 5 anos após a promulgação poderá haver uma revisão da constituição, art. 3º. Tem 
também as condições, quem são os procedimentos, que estão no art. 60, CF. 
Características: quem exerce? O agente legislativo. 
Existem o poder constituinte derivado reformador, tem como função reformar a constituição por meio 
da emenda constitucional, art. 60. CF. Existem dois tipos? Depende. 
Poder decorrente: auto organização dos estados membros. Só vai haver dois tipos de poder constituinte 
derivado decorrente se eu estiver em um estado federal, se for emum estado unitário não vai haver. 
Porque o estado unitário não tem autonomia para se auto organizar. 
Art. 11 do ADCT. Aqui no Brasil, na CF de 88, por conta do art. 11 do ADCT tem uma limitação temporal 
de 1 ano após a promulgação. 
- a mutação constitucional é tida como poder constituinte/constituído difuso. Por meio da mutação 
constitucional altera-se a constituição. 
-> EC nº 26/85: Trata da convenção para eleições para convocar o povo a votar no deputado e senador 
constituinte. Emendou a CF/67 com o intuito de acabar com a CF. 
ASSEMBLEIA/CONVENÇÃO 
CONSTITUINTE (LOCAL DE 
REUNIÃO) 
CONGRESSO NACIONAL 
(LOCAL DE REUNIÃO) 
 
# EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS # 
A classificação mais famosa é a de José Afonso da Silva. 
-> Norma de eficácia plena: seria auto aplicável. De forma direita, imediata, integral. A de eficácia plena é 
de aplicação integral (são intergrais em sua aplicabilidade), não necessita, não carece de ato primário, 
para regular. Art. 2º, II, CF. Não é necessário regulação por ato primário ou regulamentação por ato 
secundário para surtir efeito. 
-> Norma de eficácia contida: seria auto aplicável. Direta, imediata, e não integral ou reduzida. A contida 
também não necessita de ato primário, também é auto aplicável, mas pode vir a ocorrer, pode ocorrer da 
matéria ser regulada por ato primário. Se isso acontecer, será para reduzir a eficácia que ela tinha até 
então. Ex.: art. 5º, XIII, CF. 
 -> Norma de eficácia limitada: não seria auto aplicável. Indireta, mediata, reduzida. Precisam de um ato 
primário que regula a matéria para ampliar seus efeitos. Elas vão impedir norma infraconstitucional em 
sentido oposto, além disso, servem para interpretar a Constituição. José Afonso diz que as normas de 
eficácia limitada são de dois tipos: norma de eficácia limitada de princípio institutivo ou organizativo e 
normas de eficácia limitada de princípio programático, art. 6º, CF. A de princípio institutivo ou 
organizativo é de estrutura ou organização do estado, que carece portanto de ampliação dos efeitos, 
enquanto que a de princípio programático são de programas (metas) de governo. José Afonso ainda disse 
que a de princípio institutivo pode se apresentar de duas maneiras, facultativa (poderá) ou impositiva 
(deverá), são as formas de manifestação das normas de eficácia limitada de princípio institutivo ou 
organizativo. Art. 22, parágrafo único, CF - facultativa. Art. 33, caput, CF - impositiva. 
* se não forem auto aplicáveis é necessária uma regulação que ocorre por ato primário, se o ato primário 
precisa de uma regulamentação vai ser por ato secundário. 
* toda norma constitucional produz efeitos. Teoria da eficácia mínima constitucional. São pelo menos dois 
os efeitos mínimos. Primeiro efeito da norma de eficácia limitada, ela vai impedir norma 
infraconstitucional em sentido oposto. Segundo efeito da norma de eficácia limitada, ela vai interpretar a 
constituição (interpretação sistemática). 
* fenômeno da erosão da consciência constitucional - passa-se a não mais acreditar na constituição, é um 
processo de descrença da sociedade nas normas constitucionais. 
OBS.: a limitada precisa de lei infraconstitucional integrativa para que a lacuna seja preenchida. 
CLASSIFICAÇÃO DA MARIA HELENA DINIZ 
Ela falou que a norma de eficácia plena, em verdade, tem de dois tipos, a plena e a absoluta, disse que a 
absoluta é direta, imediata, integral, e disse que eram imutáveis. Ocorre que a cláusula pétrea é redutível, 
ela misturou eficácia das normas com a mutabilidade ou alterabilidade das normas. Maria Helena disse 
que a norma de eficácia contida é a norma de eficácia relativa, restringível. Diz que a norma de eficácia 
limitada é a norma de eficácia relativa complementável. 
Pergunta de prova: norma de eficácia plena é o mesmo que norma de eficácia restringível? Norma de 
eficácia limitada é o mesmo que absoluta? Norma de eficácia contida é o mesmo que complementável? 
Norma de eficácia relativa restringível é aquela que carece de norma infraconstitucional integrativa.

Continue navegando