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TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO PÚBLICO -> O que é direito? Direito é objeto cultural e disciplina normativa, heterônoma, da vida exterior e relacional dos homens, dotado de validade, eficácia e coercibilidade, que tende à realização do bem comum, justiça (Silas, Mackenzie. Lições Preliminares do Direito). 1. Espécies de normas jurídicas - Regras e princípios. As regras carregam uma estrutura de preceito-sanção estrutural (ex. art. 121 do CPP - matar alguém e em baixo a sanção, toda regra tem preceito/sanção, que pode ou não estar no momento artigo/na mesma lei). Contudo, nem todo preceito e sanção estarão no mesmo artigo. Princípios são axiológicos, são valores que sustentam as regras. Servem de base para o ordenamento jurídico e norteiam o direito, as regras. 2. Norma X texto normativo - O texto normativo, na sua literalidade, é o que esta escrito, o que na hermenêutica é chamado de interpretação literal. A norma é a interpretação criativa, feita pelo homem, que muda no tempo. Da interpretação surge o comando. Tal interpretação é razoável, pois pode ser relativizada, admitindo exceções. 3. Processo de conhecimento X processo de execução - O processo de conhecimento visa resolver crises de certeza, no sentido de que um diz que tem direito e o outro nega. O de execução visa resolver uma crise de satisfação. O processo cautelar visa garantir o resultado útil e prático do processo principal, seja ele de conhecimento ou execução. Ele é um processo acessório, não é um processo sozinho. 4. O que é uma constituição - sistema de normas jurídicas produzidas no exercício do poder constituinte originário. Uma constituição deve ter estrutura, organização e funcionamento do Estado, separação dos poderes, limitação aos poderes estatais, direitos e garantias fundamentais para ser considerada como tal. Esta é a natureza jurídica de uma constituição. Natureza jurídica são as características básicas e fundamentais daquilo que se analisa. A constituição é o ápice do ordenamento jurídico, é a norma fundamental que norteia a criação das demais normas (aspecto material), no sentido de que todas as demais normas vão encontrar fundamento na Constituição. Sob o aspecto material, a constituição é o ápice do ordenamento jurídico. A rigidez é um aspecto formal da constituição. Logo, há controle de constitucionalidade, que é o fundamento para o controle de constitucionalidade. Uma norma materialmente constitucional trata de organização do governo, separação dos poderes, direitos e garantias constitucionais, etc. Ou seja, o conteúdo que tem de estar em uma Constituição. Uma norma formalmente constitucional é aquela que não possui conteúdo constitucional, mas que esta na constituição. Contudo, tais normas são tratadas da mesma maneira. Então, eu tenho o aspecto material que é uníssono e universal. Já o aspecto formal analisará: a constituição é rígida ou não? É, tem controle de constitucionalidade. Não é, não tem controle de constitucionalidade. 5. Vieres sobre a constituição - O viés sociológico e político tem a CF como ponto de chegada (produto final), enquanto que o viés jurídico tem a CF como o inicio das análises, lei fundamental da organização estatal, ou seja, ponto de partida. 5.1. Viés Sociológico - Ferdinand Lassale. A constituição é resultante da manifestação social, é consequência dos desejos da sociedade, é o reflexo da sociedade. Contudo, tal concepção possui falhas, pois o que a constituição prevê não condiz com a prática. Crítica - 1) a sociedade em geral não conhece de termos da constituição. A sociedade não tem manifestações técnicas. 2) A sociologia acha que a constituição é o resultado final. 5.2. Viés político - Carl Schmitt. A constituição é resultante da manifestação social criada pelo agente político. O político manipula os interesses sociais ou até mesmo os cria de acordo com seus próprios interesses. É o chamado efeito performático. Esse agente político vai influenciar no viés sociológico: a constituição é o resultado das manifestações sociais, mas alteradas pelo agente político (a junção dos dois vieses). 5.3. Viés jurídico - Hans Kelsen. Não importa se a constituição foi feita para o povo ou para os políticos, todos devem respeitar a constituição e ponto final. O orçamento político é aprovado na forma da lei. Sua natureza jurídica é de ato administrativo, apesar de ser uma lei, pois é específica e determinada, e não genérica e indeterminada. Lei orçamentária anual, lei de diretrizes orçamentárias, ppa. São tipos de orçamento públicos. Formalmente o orçamento púbico é uma lei, porem, materialmente, o orçamento público não tem características de lei. O orçamento público, que formalmente é uma lei, materialmente não é. A CF é regulada por um ato primário, a lei. Porque? Porque segundo o art, 5º, II c/c art. 1º., pode haver lacunas no ato primário, e essas lacunas serão preenchidas pelo ato secundário, que regulamenta o ato primário. Ex de ato secundário: decreto, portaria, etc. REGULAR É DIFERENTE DE REGULAMENTAR. Contudo, a CF prevê que alguns atos secundários regulem determinada matéria, mas se não tiver previsto na CF, não pode. Ex.: decreto autônomo. Em um artigo, quando vem escrito "na forma da lei complementar", significa que, aquela matéria é regulada por ato primário, denominado de lei complementar, portanto, se o ato primário que regula a matéria for lei ordinária, está será formalmente inconstitucional. "Na forma da lei", significa que a matéria é regulada por lei comum, por lei ordinária. Contudo, também pode ser regulada por lei complementar, pois sua natureza jurídica é de lei ordinária. Então, uma LC poderá ser revogada/derrogada por uma LO? DEPENDE. Uma LO não pode revogar uma LC materialmente constitucional. LC e LO não há hierarquia, mas competência. Você confere a natureza jurídica pela competência, na redação do artigo. Se ela for formalmente complementar, mas materialmente ordinária, pode. Mas uma lei ordinária, não pode revogar uma lei materialmente complementar, por uma questão de competência. Portanto, a lei ordinária que venha revogar/derrogar uma lei de competência complementar, será inconstitucional. Cláusula pétrea pode ser objeto de emenda constitucional? Sim, mas não para reduzi-la, e sim para aumentá-la. Não se pode reduzir os efeitos da cláusula pétrea, mas pode-se ampliá- los. Existem cláusulas pétreas implícitas. # HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES # OBSERVAÇÕES FORMA DE ESTADO FORMA DE GOVERNO SISTEMA DE GOVERNO CRIAÇÃO 1824 Chamada Constituição Imperial, foi a primeira Constituição a apresentar o princípio da igualdade e da legalidade. UNITÁRIO MONARQUIA PRÁTICAS PARLAMENTARISTAS OUTORGADA 1891 Conhecida como Constituição Republicana. FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO PROMULGADA 1934 Conhecida como Constituição Social e Econômica, foi a primeira Constituição do Brasil a tratar sobre direitos da 2ª Geração (direitos sociais e econômicos). A 1º do mundo foi a Mexicana de 1917. FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO PROMULGADA 1937 Conhecida como Constituição Polaca, foi uma imitação da Constituição polonesa. As duas são muito semelhantes. Dizem que foi uma violação aos direitos autorais da Constituição Polonesa, criada por Getúlio Vargas. FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO OUTORGADA 1946 Não tem apelido. FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO PROMULGADA 1967 Conhecida como Constituição dos Militares ou Militar. Houve o movimento político dos militares que tomaram o poder. FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO OUTORGADA EC nº 1/69 Formalmente era EC, mas materialmente, sua natureza jurídica, era de constituição. A EC tratou de questões essencialmente constitucionais, como estrutura e organização do estado. 1988 Constituição Cidadã (05 de Outubro de 1988). FEDERAL REPÚBLICA PRESIDENCIALISMO PROMULGADA* Diferença entre promulgada e outorgada - na outorgada o poder constituinte é usurpado do povo. * Diferença entre monarquia e república - na monarquia o poder se da por sucessão hereditária, na república, por eleição. * Diferença entre presidencialismo e parlamentarismo - no presidencialismo há maior independência entre o legislativo e o executivo. Já no parlamentarismo há maior interdependência entre o executivo e o legislativo, o 1º Ministro é escolhido dentro do quadro de políticos do Legislativo. OBS.: Na CF de 1824, o Brasil adotou práticas parlamentaristas como sistema de governo, mas não É certo dizer que era uma monarquia parlamentaristas. Entre 1962 e 1963, o Brasil adotou o parlamentarismo, afim de não sofrer uma intervenção militar que não deu certo. -> Teoria da irrelevância jurídica: O preâmbulo da CF não é norma jurídica, mas sim discurso político. A CF mais famosa do mundo é a Alemã. Portanto, o fato de ter referência à deus no preâmbulo, não faz com que o estado deixe de ser laico. ESTADO UNITÁRIO ≠ ESTADO FEDERAL ≠ ESTADO CONFESSIONAL ≠ ESTADO LAICO A diferença está na distribuição geográfica do poder. No Estado Unitário o poder é centralizado. A diferença está na distribuição geográfica do poder. No Estado Federal o poder é descentralizado. Estado confessional é aquele em que adotada-se uma religião própria, especifica, oficial e as questões dessa religião interferem nas decisões políticas do estado. Ocorreu com a CF de 1824. O estado laico é aquele que não adota nenhuma religião própria, nenhuma religião oficial, por isso permite a manifestação de toda e qualquer religião, desde que as religiões não atentem contra as questões estatais, contra os estados e mantenham o respeito entre só. A forma federativa do Estado é cláusula pétrea. O federalismo no Brasil é centrífugo. -> qual foi a constituição nacional que adotou o presidencialismo como sistema de governo? A CF de 1891, houverem as maiores alterações políticas, na forma de estado, na forma de governo, no sistema de governo.... Art. 2º do ADCT. -> Para que o Brasil mude de presidencialismo para parlamentarismo é preciso plebiscito, sob pena de inconstitucionalidade - formal (corrente majoritária). Nomoestática = material. -> FEDERALISMO FORMAÇÃO CENTRÍPETA: União de vários estados soberanos que se agregaram num movimento de fora para dentro. Ex.: federação norte americana. -> FEDERAÇÃO FORMAÇÃO CENTRÍFUGA: Estado unitário que se fragmentou num movimento de dentro para fora. Ex: federação brasileira. -> A CF de 1988 é rígida porque o processo para alterar a CF é mais complexo do que o processo para alterar os atos e normas infraconstitucionais (lei ordinário e lei complementar). É o oposto de constituição flexível. Art. 60, CF. A LC completa o sentido da CF. O quórum de aprovação de uma emenda constitucional é de 3/5 nas duas casas, 308 dos deputados e 49 dos senadores. Quórum de instalação: LO - Maioria absoluta; LC - Maioria absoluta. Quórum de votação e aprovação: LO - Maioria simples; LC - Maioria absoluta. - Maioria absoluta é atingida com o 1º número inteiro após a divisão pela metade dos membros existentes na casa. Maioria absoluta dos deputados = 257; maioria absoluta dos senadores = 41. - Maioria simples é o 1º número inteiro após a divisão pela metade dos números de presentes na instalação, dos que compareceram. OBS.¹: Se uma lei é aprovada com quórum menor que o determinado pela CF, essa aprovação é inconstitucional. OSB.²: Não existe casa revisora e iniciadora em EC. É apenas Câmara e Senado, sem revisão. Não existe Veto e Sanção em EC. OBS.³: Se a PEC é proposta pelo Presidente e Deputados, começará na Câmara dos Deputados (art. 64); se pelos Senadores, começa no Senado. OBS. ⁴: A Mesa da Câmara e a Mesa do Senado que promulga a EC. Promulgação é o ato oficial - art. 60, CF). # INCONSTITUCIONALIDADE # Inconstitucionalidade formal/procedimental = inconstitucionalidade nomodinâmica: a forma é incompatível com aquilo disciplinado pela CF, o procedimento é incompatível. O vicio formal decorre de afronta ao devido processo legislativo de formação, ou, ainda, em razão de sua elaboração por autoridade incompetente (ideia de dinamismo, de movimento). A inconstitucionalidade formal se divide em: propriamente dita; orgânica; por violação a pressupostos objetivos. Inconstitucionalidade formal orgânica: a inconstitucionalidade formal orgânica decorre da inobservância da competência legislativa para elaboração do ato. Ex: o STF entende inconstitucional lei municipal que discipline o uso do cinto de segurança, já que se trata de competência da União, nos termos do art. 22, XI, legislar sobre transito e transporte. Inconstitucionalidade formal propriamente dita: decorre da inobservância do devido processo legislativo, alem de vicio de competência legislativa (inconstitucionalidade orgânica), em vicio no procedimento de elaboração da norma, verificando em momentos distintos: na fase iniciativa ou nas fases posteriores. Vicio formal subjetivo: (quanto à iniciativa) o vicio formal subjetivo verifica-se na fase de iniciativa. Ex: algumas leis de iniciativa exclusiva (reservada) do Presidente da República, como as que fixam ou modificam os efeitos das forças armadas. Iniciativa privada/reservada ou exclusiva significa no exemplo, ser o Presidente da Republica o único responsável por deflagrar o processo legislativo da referida matéria, em hipótese contraria se o Deputado Federal desse inicio a esse processo, estaríamos diante de um vicio formal subjetivo insanável, e a lei será inconstitucional. Vicio formal objetivo: (quanto ao rito) o vicio formal objetivo será verificado nas demais fases do processo legislativo, posteriores à fase de iniciativa. Ex: uma lei complementar sendo votada por um quorum de maioria relativa, nesse caso existe um vicio formal, uma vez que essa lei deve ser votada por maioria absoluta, com base no art. 69 da CF. Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos: Se durante o processo legislativo não forem observados certos requisitos para a elaboração de uma lei, e que não esteja de acordo com o ordenamento jurídico e que inclusive não houver o respeito à Constituição Federal, poderá esta lei ser declarada inconstitucional. O que temos como exemplo se em uma edição de uma medida provisória se não forem observados os requisitos de relevância e urgência, a mesma estará viciada e não terá eficácia alguma, por violar as regras contidas na Constituição Federal, e será a mesma inconstitucional. Inconstitucionalidade material = nomoestática: o conteúdo da norma infraconstitucional é incompatível com o conteúdo da CF (ex: pena de morte e forma simples > a CF só permite em casos de guerra). O vicio material, por ser vicio de matéria, de conteúdo, a idéia que passa é de sustância, estático. Revisão Constitucional: art. 3º da ADCT. Há um limite temporal de 5 anos. Revisão constitucional é diferente de Reforma Constitucional. A reforma constitucional e a revisão constitucional são meios formais de modificação da Constituição, por intermédio da aprovação de emendas à Constituição pelo Poder Constituinte Derivado. Reforma Constitucional: art. 60, não há limitação temporal, nas circunstancias e materiais (clausulas pétreas são irredutíveis, art.60, parágrafo 4º - são clausulas pétreas explicitas, as implícitas são tratadas pela doutrina). OBS.¹: A revisão constitucional já foi feita e resultou em 6 emendas. Agora, alteração da CF só pode acontecer por reforma. Tem iniciativa para propor uma PEC o art.60, I, II e III. Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. A democracia na CF é semidireta (art.1º, parágrafo único c/c art.14, I, II e III) > a democracia pode ser direta, indireta e semidireta. Na nossa constituição ela é semidireta, ou seja, direta + Indireta. O art. 14 trata de modalidades de representação direta, são elas: plebiscito (projeto advindo do povo), referendo (consulta ao povo de projeto já existente) e iniciativa popular. Nem todo decreto pode criar obrigações (deveres). - Se a iniciativa é do Presidente, a votação começa na Câmara dos Deputados e não do Senado. Se for uma PEC dos deputados, inicia na câmara dos deputados. http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 - Na EC não existe casa iniciadora nem revisora, não importa a ordem - Teria que ter 49 votos dos senadores. - São 308 dos deputados - 513. - Não há sanção ou veto do Presidente em EC (violação a pressuposto obrigatório). - Mesa da câmara e do senado é quem promulga a EC. Promulgação#publicação - a promulgação é um ato que torna oficial a EC. Art.2º da CF + Princípio da separação ou tripartição dos poderes. Legislativo (legislar e fiscalizar as contas públicas), Judiciário (julgar) e Executivo (administrar). Cada função típica tem 2 funções atípicas. Ex.: Legislativo - judicante e executivo (exclusão das demais). * Função judiciário do legislativo = CPI. Função executiva do legislativo = "compras". * Função legislativa do judiciário = regimento interno. Função executiva do judiciário = licitação. * Função legislativa do executivo = medida provisória. Função judiciária do executivo = PAD. O poder, assim, é diluído em funções típicas e atípicas. Quem realiza o ato primário é o legislativo. Quem realiza o ato secundário é o executivo. Um ato secundário pode regular a CF quando isso for permitido na própria CF. Ex.: Decreto autônomo regula a CF. Diante de alguma inconstitucionalidade, pode o judiciário exercer o controle preventivo de inconstitucionalidade, mas só inconstitucionalidade formal, se for material o judiciário vai interferir no legislativo. É possível que pelo controle preventivo o supremo declare apenas inconstitucionalidades formais, porque nos materiais seriam uma violação ao princípio da supremacia dos poderes. * ESTADO LAICO -> Fundamento no art. 19, I, CF. # TEORIA DA RECEPÇÃO # -> A nova CF revoga total e imediatamente a CF anterior. O direito/ordinário (infraconstitucional) pretérito será automaticamente recepcionado, mas a qualquer tempo, tal recepção poderá ser arguida. Para que leis ou atos normativos de uma constituição passada sejam recepcionados por uma nova constituição, é preciso o preenchimento de 3 critérios: - material: compatibilidade material (a lei ou ato normativo da CF passada deve ter conteúdo compatível com a nova CF). O direito/ordinário pretérito deve ter conteúdo compatível com a nova CF. - temporal: o direito ordinário/pretérito não pode estar em vacacio no momento que surge a nova CF, se exige a produção de efeitos, no momento dessa nova constituição. - legitimidade: o direito ordinário/pretérito terá que se revelar constitucional conforme a CF do seu tempo (contemporaneidade), sob pena de se convalidar uma inconstitucionalidade. Nulidade não se convalida. Ex.: o CTN foi criado à luz da CF de 65, e não de 88. Então, nenhum artigo do CTN é inconstitucional em relação a CF/88. OBS.¹: Aprovadas nos 3 critérios, as leis infraconstitucionais serão confirmadas e recepcionadas pelo ordenamento iniciado com a nova CF. OBS. ²: É imprescindível que sejam aprovadas em todos os critérios, pois qualquer problema com um deles serão revogadas e terão efeitos retroativos ate o dia da promulgação/outorga da CF de sua época. -> se Melvio ingressou com ação ordinária em 1956 arguindo que a lei 6789/53 seria inconstitucional e, hoje, o Recurso Extraordinário da referida ação é pautado no STF, pergunta-se: poderá ser julgado? Se possível qual será o parâmetro? Explique. Sim. O parâmetro é a Constituição de 1946. -> poderá o PGR ingressar hoje com ADI no STF arguindo inconstitucionalidade do art. 150 do CTN (5172/66)? Explique. Não pode, porque a lei não é contemporânea a CF de 88, e sim a CF de 1946, cabe ADPF para declarar a não recepção. # TEORIA DA RETROATIVIDADE MÍNIMA CONSTITUCIONAL # -> Com o surgimento de uma nova CF, torna-se possível que uma norma constitucional altere os efeitos de questões pretéritas. TESE DA DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO - Incompatível com a teoria da recepção, porque a CF não pode ser anulada, pois é total e imediatamente revogada. Quando surge uma nova CF, faríamos uma análise da CF anterior para ver o que é compatível, o que for entra como norma constitucional. # REPRESTINAÇÃO X EFEITOS REPRESTINATÓRIOS # REPRESTINAÇÃO EFEITOS REPRESTINATÓRIOS Há represtinação expressa no Brasil, segundo a LINDB. Não se admite represtinação tácita. O legislativo é legitimo para represtinar uma lei ou ato normativo (tornar válido uma lei que já foi revogada). É preciso uma lei para represtinar. Trata-se do judiciário, de forma tácita. É a volta da produção de efeitos da lei revogada. Evita que uma matéria fique sem regulação. No controle de constitucionalidade. Um controle de constitucionalidade realizado de maneira tácita pelo judiciário, evitando, portanto, que a matéria não fique sem regulação. # PODER CONSTITUINTE # -> o titular do poder constituinte é o povo. Quem exerce são os representantes do povo. No poder constituinte legitimo ou democrático, a CF é promulgada. No poder constituinte usurpado (não exercido pelos representantes do povo, a CF é outorgada. Poder constituinte originário x poder constituinte ou constituído derivado (deriva do originário) -> o originário tem como função criar uma constituição. É um poder político ou de fato, e não jurídico, e permanente. Ele dá início a uma nova ordem jurídica. É um poder inicial, portanto. É um poder incondicionado (uma nova constituição pode ser feita a qualquer momento) e ilimitado (pode dispor do que quiser na nova constituição). Quem o exerce é o agente constituinte. PODER CONSTITUINTE ≠ PODER LEGISLATIVO AGENTE CONSTITUINTE AGENTE LEGISLATIVO (QUEM EXERCE) NOVA CONSTITUIÇÃO (FIM) LEIS (FIM) -> o poder constituinte ou constituído derivado é completamente diferente do poder constituinte originário, é um poder jurídico, temporário ou episódico, provisório, é um poder não inicial (ele não inicia nada), é um poder condicionado (pela CF), é limitado (quem litima é a constituição). Quem limita, quem condiciona? A constituição, e essas limitações e condições estão presentes na constituição. As limitações estão no art. 60, CF. Limitações materiais expressas: art. 60, parágrafo 4º, CF, cláusulas pétreas. E limitações materiais implícitas, ditas pelo STF. Limitações circunstanciais: parágrafo 1º, art. 60. CF. Não tem limitação temporal na CF, a limitação temporal existe com relação a revisão e está presente no ADCT, que permite que após 5 anos após a promulgação poderá haver uma revisão da constituição, art. 3º. Tem também as condições, quem são os procedimentos, que estão no art. 60, CF. Características: quem exerce? O agente legislativo. Existem o poder constituinte derivado reformador, tem como função reformar a constituição por meio da emenda constitucional, art. 60. CF. Existem dois tipos? Depende. Poder decorrente: auto organização dos estados membros. Só vai haver dois tipos de poder constituinte derivado decorrente se eu estiver em um estado federal, se for emum estado unitário não vai haver. Porque o estado unitário não tem autonomia para se auto organizar. Art. 11 do ADCT. Aqui no Brasil, na CF de 88, por conta do art. 11 do ADCT tem uma limitação temporal de 1 ano após a promulgação. - a mutação constitucional é tida como poder constituinte/constituído difuso. Por meio da mutação constitucional altera-se a constituição. -> EC nº 26/85: Trata da convenção para eleições para convocar o povo a votar no deputado e senador constituinte. Emendou a CF/67 com o intuito de acabar com a CF. ASSEMBLEIA/CONVENÇÃO CONSTITUINTE (LOCAL DE REUNIÃO) CONGRESSO NACIONAL (LOCAL DE REUNIÃO) # EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS # A classificação mais famosa é a de José Afonso da Silva. -> Norma de eficácia plena: seria auto aplicável. De forma direita, imediata, integral. A de eficácia plena é de aplicação integral (são intergrais em sua aplicabilidade), não necessita, não carece de ato primário, para regular. Art. 2º, II, CF. Não é necessário regulação por ato primário ou regulamentação por ato secundário para surtir efeito. -> Norma de eficácia contida: seria auto aplicável. Direta, imediata, e não integral ou reduzida. A contida também não necessita de ato primário, também é auto aplicável, mas pode vir a ocorrer, pode ocorrer da matéria ser regulada por ato primário. Se isso acontecer, será para reduzir a eficácia que ela tinha até então. Ex.: art. 5º, XIII, CF. -> Norma de eficácia limitada: não seria auto aplicável. Indireta, mediata, reduzida. Precisam de um ato primário que regula a matéria para ampliar seus efeitos. Elas vão impedir norma infraconstitucional em sentido oposto, além disso, servem para interpretar a Constituição. José Afonso diz que as normas de eficácia limitada são de dois tipos: norma de eficácia limitada de princípio institutivo ou organizativo e normas de eficácia limitada de princípio programático, art. 6º, CF. A de princípio institutivo ou organizativo é de estrutura ou organização do estado, que carece portanto de ampliação dos efeitos, enquanto que a de princípio programático são de programas (metas) de governo. José Afonso ainda disse que a de princípio institutivo pode se apresentar de duas maneiras, facultativa (poderá) ou impositiva (deverá), são as formas de manifestação das normas de eficácia limitada de princípio institutivo ou organizativo. Art. 22, parágrafo único, CF - facultativa. Art. 33, caput, CF - impositiva. * se não forem auto aplicáveis é necessária uma regulação que ocorre por ato primário, se o ato primário precisa de uma regulamentação vai ser por ato secundário. * toda norma constitucional produz efeitos. Teoria da eficácia mínima constitucional. São pelo menos dois os efeitos mínimos. Primeiro efeito da norma de eficácia limitada, ela vai impedir norma infraconstitucional em sentido oposto. Segundo efeito da norma de eficácia limitada, ela vai interpretar a constituição (interpretação sistemática). * fenômeno da erosão da consciência constitucional - passa-se a não mais acreditar na constituição, é um processo de descrença da sociedade nas normas constitucionais. OBS.: a limitada precisa de lei infraconstitucional integrativa para que a lacuna seja preenchida. CLASSIFICAÇÃO DA MARIA HELENA DINIZ Ela falou que a norma de eficácia plena, em verdade, tem de dois tipos, a plena e a absoluta, disse que a absoluta é direta, imediata, integral, e disse que eram imutáveis. Ocorre que a cláusula pétrea é redutível, ela misturou eficácia das normas com a mutabilidade ou alterabilidade das normas. Maria Helena disse que a norma de eficácia contida é a norma de eficácia relativa, restringível. Diz que a norma de eficácia limitada é a norma de eficácia relativa complementável. Pergunta de prova: norma de eficácia plena é o mesmo que norma de eficácia restringível? Norma de eficácia limitada é o mesmo que absoluta? Norma de eficácia contida é o mesmo que complementável? Norma de eficácia relativa restringível é aquela que carece de norma infraconstitucional integrativa.
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