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1 
 
CONTABILIDADE GERAL 
 
1. Conceitos Iniciais 
1.1 Introdução 
Você sabe o que é Contabilidade? Um bom começo é diferenciar Conceito, Objeto, 
Objetivo e Finalidade das Ciências Contábeis. Para começar, trazemos abaixo um 
conceito esquematizado que resume esta que é a parte introdutória do estudo da 
Contabilidade e fundamental para contadores, estudantes de cursos de ciências 
contábeis ou de concursos públicos. 
Ao final da leitura, volte ao conceito esquematizado e veja se tudo ficou claro. 
 
 
1.2 Conceito É a ciência ou técnica que estuda e interpreta os fatos ocorridos no 
patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração e a revelação desses 
fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas 
variações e o resultado econômico decorrente da riqueza patrimonial, aos diversos 
usuários da informação contábil. 
 
1.3 Finalidade Registrar, controlar e demonstrar os fatos ocorridos no patrimônio, 
objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como o 
resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus 
fins, que podem ser lucrativos ou meramente sociais (culturais, esportivos, beneficentes 
ou outros). Resumindo: oControle e o Planejamento são as finalidades básicas da 
contabilidade, a primeira quando acompanha as atividades da organização, a segunda 
quando ajuda na decisão de que curso de ação a organização deverá seguir. 
 
2 
 
 
 Técnicas de que se utiliza a contabilidade para atingir a sua finalidade: 
 
A atividade contábil compreende quatro funções técnico-administrativa, a saber: 
 
 Registros dos fatos – realizado através do lançamento contábil, que consiste no 
registro dos fatos patrimoniais de forma contínua e metódica, tendo como apoio a 
documentação relativa a esses fatos. Ao final de um período (mês) ao conjunto de 
lançamentos contábeis denominamos de Escrituração Contábil. 
 Demonstração expositiva dos a fatos – é o processo de prestação de informações 
úteis, oportunas e adequadas, conforme as necessidades específicas dos usuários. 
São materializadas através das Demonstrações Contábeis. 
 Confirmação dos registros e demonstrações contábeis – realizada através da 
Auditoria ou revisão, que consiste na inspeção que se realiza sobre a escrituração 
contábil, com a finalidade de se verificar a exatidão quanto aos registros e 
demonstrações e, também quanto à adequação dos fatos administrativos ocorridos 
aos objetivos sociais da sociedade. 
 Análise e interpretação das demonstrações contábeis – realizada através da Análise 
de balanços, que consiste no processo de transformação dos dados constantes das 
demonstrações financeiras em informações úteis aos diversos usuários da 
informação contábil. 
1.4 Objetivo da contabilidadeNa teoria da contabilidade não temos uma definição 
padrão para o objetivo da contabilidade, entretanto alguns pensadores da ciência 
contábil indicam que o principal objetivo da contabilidade é fornecer informações 
estruturadas através de informes contábeis de qualidade e que permitam ao usuário 
tomar decisões gerenciais. No entanto, existem ainda divergências entre os próprios 
estudiosos e muitos afirmam que este conceito é incompleto, levando em conta que os 
informes gerados pelo profissional contábil serão apenas uma forma de fornecer os 
dados necessários para que o usuário, seja qual for seu objetivo, tome a melhor decisão 
possível. 
Assim, o objetivo central da contabilidade precisa ser a plena satisfação das 
necessidades de cada grupo principal de usuários, a avaliação da situação econômica e 
financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas 
tendências futuras. Em ambas as avaliações, todavia, as demonstrações contábeis 
constituirão elemento necessário para atingir o principal objetivo, o “controle do 
patrimônio”. 
Os objetivos da Contabilidade, portanto, devem ser aderentes àquilo que o usuário 
considera como elementos importantes para seu processo decisório. Não terá qualquer 
sentido ou razão se a contabilidade for uma disciplina "neutra", que se contente apenas 
em perseguir sem questionar uma verdade literal. 
Desta forma, quando falamos em objetivo da contabilidade, a geração de informações 
de qualidade é meio; e a plena satisfação do usuário no processo é fim. 
 
 
 
3 
 
 
Usuários da Contabilidade 
 
Os usuários da Contabilidade são as pessoas físicas ou jurídicas que tenham interesse na 
avaliação da situação patrimonial da entidade. São classificados em Internos e 
Externos. Os usuários internos são os que estão ligados à empresa: administradores, 
gerentes, funcionários. Os usuários externos são aqueles que estão de fora da entidade, 
e têm interesses específicos nas informações prestadas pela contabilidade: acionistas, 
emprestadores de recursos e credores em geral, integrantes do mercado de capitais como 
um todo, no sentido de que a quantidade, a natureza e a importância da informação 
prestada abertamente pela entidade influenciam, mesmo que indiretamente, esse 
mercado, fisco etc. 
Cada qual com um interesse específico nas informações da contabilidade, conforme 
abaixo: 
 
a) Administradores, Diretores, Executivos dos mais diversos escalões: 
o interesse desse grupo está em informações com um certo grau de profundidade. É este 
grupo o responsável pelas tomadas de decisões das empresas. 
 
b) Os empregados em geral: 
Os empregados e seus representantes estão interessados em informações sobre a 
estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Também se interessam por 
informações que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua 
remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego. 
 
c) Bancos, Capitalistas e Emprestadores de Dinheiro: 
avaliam o patrimônio da entidade para saber se lhe concedem ou não os recursos 
solicitados. Sua única finalidade é a rentabilidade e a segurança de retorno de seus 
investimentos. 
 
d) Governo e suas agências: 
Os governos e suas agências estão interessados na destinação de recursos e, portanto, 
nas atividades das entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar 
as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar 
a renda nacional e estatísticas semelhantes. 
 
e) Fornecedores: 
Os fornecedores e outros credores estão interessados em informações que lhes permitam 
avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos 
vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão interessados em uma 
entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a não ser que 
dependam da continuidade da entidade como um cliente importante. 
 
f) Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias: 
têm como principal interesse o retorno do investimento feito nas empresas e a segurança 
da aplicação; querem saber se a empresa está operando com lucro ou prejuízo. Esse 
grupo de usuários é responsável pelas decisões na empresa. Deste modo, a quantidade e 
a qualidade das informações são maiores pela responsabilidade de dirigir o destino da 
organização, traçando planos e metas. 
 
4 
 
 
 
g) Pessoas Físicas: 
a contabilidade é também de interesse das pessoas físicas, pois não deixa de 
desempenhar o papel de ordem e controle das finanças pessoais. 
 
h) Investidores: 
Os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco 
inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações 
para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os 
acionistas também estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a 
entidade tem capacidade de pagar dividendos. 
 
i) Clientes: 
Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, 
especialmente quando têmum relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem 
como fornecedor importante. 
 
j) Público: 
As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer 
contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando 
pessoas e utilizando fornecedores locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o 
público fornecendo informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os 
desenvolvimentos recentes. 
 
k) Credores por empréstimos. 
Estes estão interessados em informações que lhes permitam determinar a capacidade da 
entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no vencimento. 
 
 
1.5 Objeto da contabilidadeo objeto da contabilidade é o patrimônio das 
entidades econômico-administrativas, ou seja, o patrimônio de pessoas jurídicas 
(empresas) e físicas (pessoas “naturais”), que é estudado, analisado, controlado, sendo 
registrado e informado, através das demonstrações contábeis. 
O patrimônio não é uma condição estável: está em constante movimento e requer 
técnicas para sua apuração. 
Na Contabilidade, cada entidade é uma pessoa distinta e terá o seu patrimônio. Nesse 
sentido, o patrimônio da empresa não se confunde com o patrimônio de seus sócios, que 
são outras entidades (princípio da Entidade, que será estudado em capítulo específico de 
nosso curso) 
O patrimônio, objeto da contabilidade, não se resume ao das pessoas jurídicas com fins 
lucrativos. Pessoas jurídicas de direito público (como União, Estados e Municípios) e 
pessoas físicas também têm seus patrimônios, que são estudados pela ciência contábil. 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 Diferença das entidades com fins lucrativos e sem fins lucrativos: 
- As entidades com fins lucrativos (fins econômicos) produz esperando um retorno do 
investimento 
 Exemplo: indústrias, comércio, bancos, prestadoras de serviços, etc. 
 
- As entidades sem fins lucrativos (fins sociais) não fazem investimentos com 
intenção de lucro, e sim pelo social. 
 Exemplo de entidade sem fins lucrativos: clubes, cooperativas, associações 
religiosas. 
 
1.6 Campo de aplicação Aplica-se a contabilidade às Entidades econômico-
administrativas, também chamadas de aziendas. Essas entidades, para atingir seus 
objetivos, sejam eles econômicos ou sociais (com fins lucrativos ou não), se utilizam de 
bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo que execute os atos 
necessários (de natureza econômica e financeira) a seus fins. 
Portanto uma entidade é qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrimônio. 
A pessoa física é o indivíduo ou pessoa natural, enquanto a pessoa jurídica é o indivíduo 
de existência abstrata. Porém, tanto a pessoa física como a pessoa jurídica, ao possuir 
um patrimônio passa a assumir a condição de entidade econômico-administrativa ou 
azienda. 
 
1.7 Outros conceitos importantes dentro do estudo da contabilidade 
 
Rédito É o resultado da atividade econômica a qual provoca variações patrimoniais, 
segundo a ótica do regime contábil adotado pela entidade. 
São dois os regimes contábeis adotados pela contabilidade, regime de caixa e regime 
de competência. 
regime de caixa é o regime pelo qual o rédito é apurado pelo confronto entre os 
recebimentos e os pagamentos efetuados no decorrer do período administrativo; 
regime de competência é o regime por meio do qual se apura o rédito pelo confronto 
entre as receitas realizadas e as despesas incorridas durante o exercício social. 
(ambos os regimes serão comentados em capítulo próprio) 
 
Importante !!!!!!! 
As entidades com fins lucrativos devem adotar obrigatoriamente, o regime de 
competência enquanto o regime de caixa é adotado pelas entidade sem fins lucrativos. 
 
Exercício SocialO período de tempo em que é desempenhada a gestão econômica 
denomina-se exercício social, que consiste no espaço de tempo em que ao seu término, 
as entidades apurem e demonstrem seus resultados, podendo coincidir ou não com o ano 
calendário, conforme dispuser o estatuto ou contrato social da entidade. Por disposição 
da Lei das Sociedades Anônimas, o exercício social terá duração de 01 (um) ano, 
podendo ter duração diversa quando da constituição da empresa ou no caso de alteração 
estatutária. Assim o exercício social poderá ter início em qualquer dia do ano-calendário 
e término no dia correspondente do ano calendário subsequente. 
 
 
 
6 
 
Exercício FinanceiroÉ o período de tempo em que é desempenhada a gestão de 
um conjunto de operações financeiras de pagamentos e recebimentos, nas entidades sem 
fins lucrativos, conhecido também como ano financeiro. 
 
2. Patrimônio 
 
2.1 ConceitoÉ o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa ou pessoa 
física. Ou seja, o conceito engloba tanto o que uma entidade possui como aquilo que ela 
deve. Para fins contábeis, o patrimônio constitui apenas aquilo que pode ser medido em 
valores monetários. 
 
2.2 Bens Os bens patrimoniais integrantes do patrimônio de uma entidade, são coisas 
que cumulativamente atendem a duas condições essenciais: 
a) satisfazem necessidades humanas 
b) são suscetíveis de avaliação econômica, ou seja, têm valor de mercado, têm preço. 
 
As coisas que satisfazem a estas duas condições podem ser chamadas de bens 
econômicos em detrimento dos bens afetivos que, apesar de satisfazerem necessidades 
humanas, não têm valor de mercado, não têm preço e, portanto não são objeto da 
contabilidade. 
 
Classificam-se em : 
 tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais => são os que têm existência física, 
existem como coisa ou objeto. 
Ex: dinheiro, mercadorias, imóveis, máquinas, etc. 
 intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais => são os que não possuem 
existência física, porém, representam uma aplicação de capital indispensável aos 
objetos da empresa e cujo valor reside em direitos de propriedade que são 
legalmente conferidos aos seus possuidores. 
Ex. direitos sobre marcas, patentes, direitos autorais, etc. 
 
Apresentam ainda outra classificação: 
- Bens de uso =>aqueles que, em regra, são utilizados na atividade fim da empresa, 
podem ser classificados no ativo não circulante imobilizado ou intangível, 
dependendo de sua classificação em tangíveis e intangíveis. 
 
Exemplos: Imóveis, instalações, móveis, benfeitorias em propriedades de terceiros, 
patentes, recursos naturais, depreciação, exaustão e amortização acumulada. 
 
- Bens de renda =>são aqueles que, embora sejam propriedade da empresa, não são 
utilizados na atividade fim da empresa, e sim para fins de locação. São classificados 
no ativo não circulante investimentos, são classificados como tangíveis. 
 
Exemplos: Participação em coligada, obras de artes, etc. 
 
- Bens de venda =>são aqueles que, embora sejam propriedade da empresa, são 
destinados à venda. São classificados no ativo circulante ou ativo não circulante 
realizável a longo prazo, dependendo do prazo de rotação dos estoques. 
Exemplos: Estoque de mercadorias, etc. 
 
7 
 
2.3 Direitos e Obrigações Para melhor compreensão do conceito de direito e 
obrigações, vamos buscar na ciência jurídica o conceito de propriedade. 
 
Para a ciência jurídica, o instituto da propriedade é composto de dois elementos: 
- O domínio => que é caracterizado pela legítima propriedade. Em alguns casos, a lei 
estabelece certas formalidades para caracterizar o domínio sobre determinadas 
espécies de bens, como o registro da escritura para a propriedade imobiliária, o 
registro de veículo na repartição de trânsito, etc. 
 
- A posse => que tem como característica a fruição do bem, ou seja, a utilização do 
bem com a finalidade de gerar frutos. 
 
Desta forma, se, sobre um determinado bem, uma entidade detém domínio, sendo sua 
legítima proprietária, estando também na posse deste bem, temos então o que se chama 
propriedade plena, não existindo vínculos desta entidade com outra entidadeem 
relação a este bem. 
 
Por outro lado, se uma entidade é a legítima proprietária de um determinado bem, mas 
por qualquer motivo este se encontra em poder de uma outra entidade, existem vínculos 
entre estas duas entidades em relação a este bem. A entidade detentora do domínio, por 
ser a legítima proprietária, tem o direito de exigir que a outra entidade lhe devolva o 
mesmo, enquanto a entidade que está usufruindo de um bem que não lhe pertence tem a 
obrigação de devolvê-lo ao seu legítimo proprietário. 
 
Portanto podemos afirmar que: 
a) Direitos => são bens de nossa propriedade que se encontram em poder de terceiros. 
Aparecem no patrimônio das entidades como valores a receber. 
Ex: duplicatas a receber, títulos a receber, aluguéis a receber, clientes, adiantamento 
feito a fornecedores, etc. 
b) Obrigações =>. São bens de propriedade de terceiros que se encontram em nosso 
poder. 
 Aparecem no patrimônio das entidade como valores a pagar. 
 Ex: duplicatas a pagar, títulos a pagar, aluguéis a pagar, fornecedores, adiantamento 
de clientes. 
 
2.4 Equação fundamental do patrimônio Considerando os elementos integrantes 
do patrimônio, podemos, então, apresentar a equação patrimonial: 
 
PL = ATIVO - PASIVO EXIGÍVEL 
 
ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL + PL 
 
Onde temos como PL o Patrimônio Líquido 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
2.5 Demonstração gráfica do patrimônio 
 
Demonstra-se o patrimônio de uma entidade relacionando-se todos os seus 
componentes, bens, direitos e obrigações, num demonstrativo chamado balanço 
patrimonial ou gráfico patrimonial. 
 
Ativo Passivo 
 
Bens 
 
+ 
 
Direitos 
 
Passivo Exigível (PE) 
 
Obrigações com Terceiros 
 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
 
 
Os valores do Ativo e do Passivo Exigível, em regra, serão necessariamente maiores 
que zero. O valor do PL, por representar a situação em que a entidade se encontra, 
poderá ser igual, maior ou menor que zero. 
 
Observe que o ativo é composto pelo total dos bens e direitos e o passivo exigível é 
composto apenas pelas obrigações exigíveis. O patrimônio líquido também é 
considerado como uma espécie de obrigação não exigível da entidade para com os 
proprietários que, em se tratando de pessoa jurídica, são os seus sócios ou acionistas. 
 
 
2.6 Situação Líquida Patrimonial 
 
É a posição financeira em que se encontra o Patrimônio Líquido de uma entidade, a 
maioria dos autores a consideram como sinônimo de Patrimônio Líquido. É calculada 
pela diferença entre ativo e passivo, desse confronto, podemos encontrar as seguintes 
situações líquidas: 
 
a) ATIVO > PASSIVO  PATRIMÔNIO LÍQUIDO : 
POSITIVO / FAVORÁVEL / SUPERAVITÁRIO 
 
Sendo o ativo maior do que o passivo exigível, ou seja, o valor dos bens e direitos 
superando o total das obrigações, diz-se que a situação líquida do patrimônio ou 
patrimônio líquido é positiva, favorável, superavitária, ou, ainda, podemos dizer que 
existe riqueza própria. 
 
Exemplo: 
ATIVO PASSIVO 
Bens...........R$ 3.000,00 Passivo Exigível 
Direitos.......R$ 2.000,00 Obrigações......................R$ 1.000,00 
 
 PL/SL...............................R$ 4.000,00 
Total..............R$ 5.000,00 Total..................................R$ 5.000,00 
 
9 
 
b) ATIVO < PASSIVO  PATRIMÔNIO LÍQUIDO : 
NEGATIVO / DESFAVORÁVEL / DEFICITÁRIO 
 
Quando o total dos bens e direitos é menor do que o total das obrigações, ou seja, o 
ativo é menor do que o passivo exigível, diz-se que a situação líquida do patrimônio 
líquido é negativo, desfavorável, deficitário, não existindo riqueza própria, vindo a 
caracterizar que o passivo está a descoberto. 
 
 
Exemplo: 
ATIVO PASSIVO 
Bens...........R$ 3.000,00 Passivo Exigível 
Direitos.......R$ 2.000,00 Obrigações......................R$ 6.000,00 
 
 PL/SL...............................(R$ 1.000,00) 
Total..............R$ 5.000,00 Total..................................R$ 5.000,00 
 
c) ATIVO = PASSIVO  PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
NULO / EQUILIBRADO 
 
Se o total do ativo for exatamente igual ao total das obrigações exigíveis, diz-se que a 
situação líquida ou patrimônio líquido é nula ou equilibrada, não existindo também 
riqueza própria. 
Exemplo: 
ATIVO PASSIVO 
Bens...........R$ 3.000,00 Passivo Exigível 
Direitos.......R$ 2.000,00 Obrigações......................R$ 5.000,00 
 
 PL/SL..............................R$ 0,00 
Total..............R$ 5.000,00 Total..................................R$ 5.000,00 
 
 
d) A = PL  PE = 0 SL Plena ou Propriedade Plena de Ativos 
 
Ocorre quando os valores do Ativo são iguais ao do PL, inexistindo, neste caso, 
obrigações com terceiros. 
Exemplo: 
ATIVO PASSIVO 
Bens...........R$ 3.000,00 Passivo Exigível 
Direitos.......R$ 2.000,00 Obrigações......................R$ 0,00 
 
 PL/SL.............................R$ 5.000,00 
Total..............R$ 5.000,00 Total..................................R$ 5.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
e) PE = PL Inexistência de ativos 
 
Ocorre quando as obrigações com terceiros (PE) forem iguais ao PL negativo; nessa 
hipótese, o Ativo será nulo. Só haverá o PE (com as obrigações com terceiros) e PL 
negativo. 
 
Esta é uma situação que só ocorre quando da dissolução de uma sociedade. 
 
Exemplo: 
ATIVO PASSIVO 
Bens...........R$ 0,00 Passivo Exigível 
Direitos.......R$ 0,00 Obrigações......................R$ 2.000,00 
 
 PL/SL.............................(R$ 2.000,00) 
Total..............R$0,00 Total..................................R$ 0,00 
 
Importante !!!!!!!! 
 
O patrimônio líquido de uma entidade pode ser proveniente das seguintes fontes: 
 - Investimentos => efetuados pelos proprietários em trocas de ações, quotas ou 
outras participações 
 
 - Lucros => retidos na entidade como fonte (adicional) de financiamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
3. Plano de Contas e Contas 
 
3.1 Conceito 
É chamado Plano de Contas o conjunto de rubricas criado pelo contador, para atender às 
necessidades de registro dos fatos administrativos, de forma a possibilitar a construção 
dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil. 
 
3.2 Características gerais 
O plano de contas de uma empresa consiste numa relação padronizada de contas a 
serem utilizadas no registro das operações pelos profissionais da área de contabilidade. 
Como todos eles se sujeitam regras estabelecidas num mesmo plano de contas, a 
consequência é a uniformidade nos procedimentos contábeis adotados. 
O plano de contas deve ser flexível, de forma a poder ser adaptado, mediante inclusão 
ou exclusão de contas, em virtude da ocorrência de fatos contábeis inicialmente não 
previstos e da dinâmica própria da atividade empresarial. 
Elencamos as principais observações a serem seguidas na estruturação do plano de 
contas para um sistema contábil gerencial: 
 Deve atender primeiramente às necessidades específicas de cada empresa e suas 
segmentações de responsabilidade e às necessidades de informação de todos os 
usuários das informações contábeis; 
 O ponto de partida das necessidades de informação são os dados e peças 
contábeis requeridas pelo dirigente máximo da empresa, sendo o papel do 
contador apenas de monitoramento e aconselhamento; 
 Partindo das informações dos dirigentes e seguindo em ordem hierárquica, 
atender aos demais usuários da informação contábil por toda empresa; 
 A classificação deve partir do geral para o particular; 
 A classificação deve partir do detalhamento adequado ao Balanço Patrimonial, 
Demonstração de Resultados e Fluxo de Caixa, que são os principais relatórios 
decisórios e os mais importantes em caráter global; 
 As contas devem ser codificadas dentro do possível, ou conterem elementos 
claros para rápida identificação e assimilação do que representam; 
 Os agrupamentosdevem ser feitos pensando nos relatórios ou telas que deles se 
organizarão; 
 Os títulos das contas devem refletir imediatamente os elementos patrimoniais 
que representam de forma clara e sucinta; 
 Deve ter flexibilidade para uma possível ampliação e operacionalidade 
simplificada. 
O planejamento para elaboração de um Plano de Contas é necessário já que existe a 
necessidade do registro de todos os fatos contábeis ocorridos; desta forma, é necessário 
elaborar uma coleta dos dados para a elaboração padronizada do plano. A execução e 
implantação do sistema de contas padrão devem observar a sistemática de cada conta e 
ajustar as mesmas, quando necessário ao atendimento da legislação vigente. Para isto é 
 
12 
 
preciso estudar as técnicas contábeis, para o plano de contas ser um espelho do que 
efetivamente a empresa necessita para sua operacionalização. 
Desta forma, cada entidade terá um plano de contas que lhe foi projetado sob medida, 
isto é, em perfeita harmonia com a sua espécie de atividade, grandeza patrimonial, 
constituição jurídicas e disposições legais às quais se subordina. Isto significa que não 
haverá dois planos de contas exatamente iguais. Existe sim, uma certa tendência de 
padronização estrutural dos planos de contas dentro de grupos de empresas filiadas à 
uma mesma atividade, isto é, os planos de contas das entidades bancárias, por exemplo, 
têm semelhança estrutural, muito embora, ao serem comparados, os planos de todas 
estas entidades, verifica-se que há distinções entre eles em muitos aspectos particulares. 
É sempre importante salientar que na preparação de um elenco de contas, deve se levar 
em consideração as Normas Brasileiras de Contabilidade, pois estas determinam como 
dever ser apresentado o Balanço Patrimonial. Assim, no ativo os grupos devem ser 
estruturados conforme seu grau de liquidez e de forma decrescente, ou seja, as contas 
que primeiro circulam na empresa devem aparecer antes. No passivo a regra é a mesma, 
no entanto, agora o critério de classificação é o grau de exigibilidade das contas. 
3.3 Contas 
Em contabilidade definimos como sendo denominações contábeis que identificam e 
controlam os elementos contábeis de natureza semelhante. 
Exemplificando tomemos a conta caixa, por meio desta conta será controlado o bem 
dinheiro que circula pela entidade através dos registros das operações que envolvem as 
entradas e as saídas do dinheiro. Se a qualquer momento pretender-se saber quanto a 
empresa possui em dinheiro é só verificar o saldo da conta caixa neste momento. 
 
Temos ainda como outros conceitos o seguinte: 
 conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um 
título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial. 
 conta é a representação gráfica da relação débito-crédito de um fato contábil. 
 
Elementos de uma conta  Os elementos fundamentais de uma conta são: 
a) Título – é o nome da conta, deve ser claro e simples, identificando da melhor forma 
o que ela representa. 
b) Data e histórico da operação – exercem função histórica, contribuindo para 
descrição, na ordem cronológica, de todos os acontecimentos que se verificam no 
patrimônio. 
c) Débito – é a situação de dívida, de responsabilidade da conta. 
d) Crédito – é a situação de direito, de haver da conta. 
e) Saldo – é a diferença entre o débito e o crédito. Poderá ser devedor, credor ou nulo. 
Devedor => débito > crédito // Credor => crédito > débito // Nulo => débito = 
crédito 
 
Classificação das contas  As contas se classificam em dois grupos: patrimoniais e de 
resultado. 
 
Contas patrimoniais => também chamadas de integrais, são as contas que representam 
os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações e situação líquida) que 
compõem o complexo patrimonial. 
 
13 
 
 
Contas de resultado => também chamada de diferenciais, são as que registram as 
variações patrimoniais (despesas e receitas) e demonstram o resultado do exercício. 
 
As contas patrimoniais refletem a posição estática do patrimônio, ou seja, a situação 
patrimonial em determinado momento. 
As contas de resultado demonstram a dinâmica patrimonial, isto é, as variações 
aumentativas e diminutivas do patrimônio, que geram resultado positivo ou negativo 
(lucro ou prejuízo), aumentando ou diminuindo a substância líquida. 
 
3.4 Função e funcionamento das contas 
 
3.4.1 Função 
A função das contas é registrar as operações que ocorrem com o patrimônio. 
Exemplo: 
Conta ................................................ Função 
Caixa................................................. Registrar as operações de recebimentos e 
pagamentos em dinheiro 
 
Capital .............................................. Registrar os valores que constituem o Capital 
Social registrado pela entidade 
 
Veículos ..................................... Registrar as aquisições e baixas de veículos da 
entidade 
 
3.4.2 Funcionamento das contas 
É a forma pelo qual a conta é movimentada. Relaciona-se com os registros a débito ou a 
crédito das contas. Como vimos anteriormente, a movimentação dos elementos 
contábeis é registrada através de lançamentos nas contas correspondentes. 
Estes lançamentos são efetuados segundo o método das partidas dobradas ( este assunto 
será estudado no capítulo de escrituração contábil), onde a cada débito corresponde, 
sempre, um crédito de mesmo valor. Portanto, os lançamentos são efetuados por 
registros a débito e a crédito das contas movimentadas. 
Para melhor compreensão do funcionamento das contas, vamos utilizar o gráfico da 
conta ou razonete. 
O razonete é um gráfico em forma de “T” onde o lado esquerdo é o lado de débito e o 
lado direito é o lado de crédito. Convém observar que as palavras “débito” e “crédito” 
não têm conotação positiva ou negativa, significando, simplesmente, um registro do 
lado direito ou do lado esquerdo do razonete, respectivamente. 
 
Em face do anteriormente exposto, podemos afirmar que: 
- débito é uma situação de dívida ou de responsabilidade da conta para com a 
entidade 
- crédito é uma situação de direito ou de haver da conta em relação à entidade 
- saldo é a diferença entre o total dos débitos e o total dos créditos efetuados numa 
conta 
 
Por sua vez, o saldo de uma conta, num determinado momento, poderá ser: 
- devedor => quando a soma dos débitos for maior do que a soma dos créditos 
 
14 
 
- credor => quando a soma dos débitos for menor do que a soma dos créditos 
- nulo => quando a soma dos débitos é exatamente igual à soma dos créditos 
 
Mecanismo de débito e crédito  As contas ativas representam elementos 
patrimoniais positivos, são debitadas quando bens ou direitos entram no patrimônio, e 
creditadas quando dele saem. 
As contas passivas representam elementos patrimoniais negativas, são creditadas 
quando o patrimônio assume obrigações e debitadas quando as liquida. 
O patrimônio líquido, como complemento do passivo para igualar o ativo, obedece ao 
mesmo mecanismo das demais contas passivas, ou seja, suas contas são creditadas 
quando há aumento de patrimônio líquido, e debitadas quando há redução. 
 
As contas de despesas são sempre debitadas, pois representam redução do patrimônio 
líquido. 
 
As contas de receitas são sempre creditadas, pois correspondem a aumento do 
patrimônio líquido. 
 
O patrimônio é a soma algébrica de valores, em que o ativo é a parte positiva e o 
passivo a negativa, tendo como diferencial a situação líquida, onde: 
 
(+) Bens (-) Obrigações 
(+) Direitos (-) Patrimônio Líquido 
(+) Ativo (-) Passivo 
 
Resumindo: 
Contas Aumentos Diminuições Natureza do saldo 
Ativo Débito Crédito Devedor 
Passivo Crédito Débito Credor 
Patrimônio Líquido Crédito Débito Credor 
Receitas Crédito Débito Credor 
Despesas DébitoCrédito Devedor 
Contas Ret. Ativo Crédito Débito Credora 
Contas Ret. Passivo Débito Crédito Devedora 
 
 
3.5 Regimes de escrituração 
Regimes de escrituração  contabilmente existem 2 (dois) regimes para a apuração do 
resultado (caixa e competência) : 
 
Regime de caixa => é aquele que considera receitas e despesas do exercício, aquelas 
efetivamente recebidas (entrada de dinheiro no caixa) e pagas (saídas de dinheiro no 
caixa) dentro do período. 
 
A legislação brasileira (imposto de renda) não admite o uso deste regime pelas empresas 
que tenham finalidade lucrativa. Este regime é bastante utilizado por entidades sem fins 
lucrativos. 
 
 
 
15 
 
 
 
 
Regime de competência => é aquele em que as receitas e as despesas são consideradas 
em função do “fato gerador” (venda ou prestação de serviço) e não em função do 
recebimento da receita ou pagamento das despesas em dinheiro. Neste regime são 
consideradas as receitas ganhas (realizadas) no período contábil, não importando se 
tenham sido recebidas ou não, e as despesas incorridas não importando se tenham sido 
pagas ou não. 
 
Exemplo prático de apuração de resultado pelos regimes de caixa e competência 
 
Com base nas informações abaixo, apure o resultado pelos regimes de caixa e 
competência: 
 
Despesas Incorridas e Pagas R$ 45.000,00 
Despesas Não-Incorridas e Pagas R$150.000,00 
Despesas Incorridas e Não-Pagas R$ 30.000,00 
Receitas Recebidas e Não-Realizadas R$ 50.000,00 
Receitas Realizadas e Recebidas R$ 75.000,00 
Receitas Realizadas e Não-Recebidas R$100.000,00 
 
Solução: 
 
REGIME DE CAIXA REGIME DE COMPETENCIA 
DESPESAS RECEITAS DESPESAS RECEITAS 
45.000 - 45.000 - 
150.000 - - - 
- - 30.000 - 
- 50.000 - - 
- 75.000 - 75.000 
- - - 100.000 
TOTAL: 195.000 TOTAL: 125.000 TOTAL: 75.000 TOTAL: 175.000 
PREJUÍZO 70.000 - - LUCRO 100.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
4. Fatos Contábeis e as Variações Patrimoniais 
 
4.1 Conceitos 
Os fenômenos ocorridos no âmbito de uma entidade, quer tenham sido consentidos ou 
não pela sua administração, são classificados como atos administrativos ou como fatos 
administrativos. 
 
Os atos administrativos são aqueles eventos que não afetam o patrimônio da entidade, 
tal como selar uma carta, redigir um telegrama, atender um telefonema, etc. Como estes 
acontecimentos não afetam o patrimônio da entidade, a contabilidade não se preocupa 
com eles. 
 
Fatos administrativos  São os acontecimentos que de alguma forma alteram o 
patrimônio das entidades, quer sob o aspecto qualitativo, quer sob o aspecto 
quantitativo. 
Como a contabilidade tem por objeto o patrimônio das entidades, os fatos 
administrativos são exaustivamente por ela estudados, e, por isso, esses eventos são 
também chamados de fatos contábeis. Portanto, fatos administrativos ou fatos 
contábeis são os que modificam o patrimônio das entidades, mesmo que não tenham o 
consentimento ou a autorização da administração. 
 
Exemplos: Comprar mercadorias, efetuar depósitos de dinheiro em bancos, pagar 
aluguel, prestar serviços, etc. 
 
4.2 Classificação dos fatos contábeis Conforme o efeito dos fatos contábeis sobre o 
patrimônio da entidade, podemos classificá-los em: 
 
 Fatos permutativos - São os fatos que alteram o patrimônio da entidade (bens, 
direitos e obrigações), sem alterar o seu patrimônio líquido. Estes fatos refletem 
trocas entre os elementos patrimoniais, tais como bens por bens, bens por 
obrigações, direitos por bens, etc., de forma a não alterar a riqueza própria do 
patrimônio. 
Exemplos: compra de mercadorias à vista // compra de mercadorias a prazo // 
recebimento de valor pela quitação de uma duplicata // aumento de capital social 
com lucros acumulados 
 
Imptte => “Em regra, esses fatos serão compostos apenas por contas patrimoniais.” 
 
 Fatos modificativos – São aqueles que alteram o patrimônio da entidade (bens, 
direitos e obrigações) e o patrimônio líquido, aumentando ou diminuindo a riqueza 
própria do patrimônio; daí a sua classificação em fatos modificativos aumentativos e 
diminutivos. 
 
- Os fatos modificativos aumentativos são aqueles que alteram o patrimônio da 
entidade, aumentando o seu patrimônio líquido. 
 Ex: Integralização do capital social pelos sócios // realização da receita de juros // 
 Realização de receitas de aluguel. 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
- Os fatos modificativos diminutivos são aqueles que alteram o patrimônio da entidade 
 diminuindo o seu patrimônio líquido. 
Exemplos : distribuição de lucros ou dividendos // realização de despesas de juros // 
 realização de despesas de aluguel. 
 
Imptte => “Em regra, esses fatos terão sempre uma conta de resultado e uma 
patrimonial.” 
 
 Fatos mistos – São aqueles que combinam fatos contábeis permutativos e 
modificativos. Por isso, os fatos mistos são também classificados em fatos mistos 
aumentativos, quando combinam fatos permutativos e fatos modificativos 
aumentativos, e fatos mistos diminutivos, quando combinam fatos permutativos e 
fatos modificativos diminutivos. 
Exemplos: venda de mercadorias com lucro // venda de mercadoria com prejuízo // 
pagamento de uma duplicata com juros // recebimento de uma duplicata 
com juros. 
 
Imptte => “Em regra esses fatos terão pelo menos 2 contas patrimoniais e uma conta 
de resultado” 
 
4.3 Variações patrimoniais O patrimônio das entidades passa por constantes 
modificações motivadas pelos fatos contábeis ocorridos, tanto pelas decisões tomadas 
por sua administração, ou mesmo por acontecimentos imprevisíveis, fora do controle da 
administração mas que refletem sobre o seu patrimônio. 
Quando a administração decide comprar máquinas, está claro que esta decisão terá 
repercussão sobre o patrimônio da entidade. Quando ocorrem incêndios, desfalques, 
etc., estes eventos também refletem sobre o patrimônio apesar de não terem sido 
consentidos ou autorizados pela administração. 
 
4.4 Classificação das variações patrimoniais 
 As variações patrimoniais classificam-se em: 
- Superveniências => são variações patrimoniais que produzem aumento dos 
elementos do ativo ou nos elementos do passivo, aumentando ou diminuindo a 
situação líquida da empresa. 
 
Podem ser: 
 
- Ativas: decorrem do aumento do ativo e se equivalem às variações quantitativas 
aumentativas ou variações ativas (produzem acréscimo na situação líquida 
patrimonial). 
Exemplo: 
recuperação de um crédito já baixado // recuperação de mercadoria que se 
considerava perdida e baixada na contabilidade // doação recebida. 
 
 
18 
 
 
 
- Passivas: decorrem do aumento do passivo e se equivalem às variações 
quantitativas diminutivas ou variações passivas (produzem diminuição na situação 
líquida patrimonial). 
Exemplo: reconhecimento de uma dívida anteriormente baixada, registrando-a 
novamente na conta duplicatas a pagar, variação cambial de empréstimos. 
 
 
- Insubsistências => são variações patrimoniais que produzem diminuição dos 
elementos do ativo ou do passivo, diminuindo ou aumentando a situação líquida da 
empresa. 
 
Podem ser: 
- Ativas : decorrem do decréscimo do passivo e se equivalem às variações 
quantitativas aumentativas ou variações ativas (produzem aumento da situação 
líquida patrimonial). 
Exemplo: prescrição de uma dívida inscrita em fornecedores. 
 
- Passivas : decorrem do decréscimo do ativo e se equivalem à variações 
quantitativas diminutivas ou variações passivas. (diminuem o patrimônio líquido). 
Exemplo: extravio de bens. 
 
Lançamentos de superveniências e insubsistências 
 
1) Duplicatas a receber já baixada e paga após o ano corrente 
D – Duplicatas a receber/Caixa 
C – Superveniência Ativa 
 
2) Recuperação de mercadorias que se considerava perdida e baixada 
D – Mercadorias 
C –Superveniência Ativa 
 
3) Extravios de bens 
D – Insubsistência Passiva 
C – Bens imobilizados 
 
4) Variação cambial 
D – Superveniência Passiva 
C – Empréstimos 
 
5) Prescrição de uma dívida 
D – Fornecedores 
C – Insubsistência Ativa 
 
 
4.5 Aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio
- Qualitativos => é aquele sob o qual consideramos a natureza dos componentes 
patrimoniais, sem considerar valores. 
Ex: Bens, direitos e obrigações 
 
19 
 
 
- Quantitativos => é aquele representado pela tradução monetária do valor dos 
componentes patrimoniais. 
 
Ex: Caixa: R$ 1000,00 
 
 
5. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
5.1 Conceito 
 
O lançamento é o registro de um fato contábil. Ao conjunto de lançamentos chamamos 
de escrituração. A escrituração completa é composta pelos lançamentos contábeis e 
pelas demonstrações financeiras elaboradas no encerramento de cada exercício social. 
 
5.2 Métodos de Escrituração 
A palavra método vem do grego methodos (caminho) e se refere ao meio utilizado para 
chegar a um fim. É o caminho pelo qual se atinge um objetivo. 
Método de Escrituração é o meio pelo qual procedemos ao registro de fatos contábeis. 
Embora haja diversas maneiras diferentes de escriturar os fatos contábeis, todas elas 
procedem de dois métodos fundamentais: o método das Partidas Simples e o método 
das Partidas Dobradas. 
Método das Partidas Simples 
Este método encontra-se em desuso por ser incompleto e deficiente. Nele, registramos 
apenas as operações realizadas com pessoas, omitindo-se o registro de elementos do 
patrimônio e do resultado. Todos os itens do patrimônio e do resultado como 
mercadorias, veículos, imóveis, despesas, receitas, etc., são controlados extra 
contabilmente. Nele, apenas uma das operações débito (D) ou crédito (C) é 
contabilizada. 
Método das Partidas Dobradas 
Como já se sabe, a contabilidade adota o método universalmente aceito e conhecido 
como “Método das partidas dobradas”, descrito pela primeira vez em 1494, na Itália, 
pelo frade Luca Pacioli no livro “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et 
Proportionalità” (Coleção de conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e 
Proporcionalidade), no capítulo “Particulario de computies et Scripturis” 
(Contabilidade por Partidas Dobradas), que fala sobre um tratado da contabilidade. 
Neste capítulo, ele enfatiza que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à 
teoria dos números positivos e negativos. O método teve rápida difusão e foi 
universalmente aceito e adotado desde esta época, sendo hoje considerado um dos 
pilares da contabilidade moderna. 
 
20 
 
Este método possui uma essência, que consiste no seguinte enunciado: “em cada 
lançamento, o valor total lançado nas contas a débito deve ser sempre igual ao total 
do valor lançado nas contas a crédito”. 
Ou seja, não há devedor sem credor correspondente. A todo débito corresponde um 
crédito de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve consequentemente 
aumentar do outro lado também. 
Como é mais comum uma transação conter somente duas entradas, sendo uma entrada 
de crédito em uma conta e uma entrada de débito em outra conta, daí a origem do nome 
"dobrado". 
Abaixo elucidaremos as diversas maneiras que podem ser lançados os fatos contábeis: 
1 conta débito + 1 conta crédito 
1 conta débito + Várias contas crédito 
Várias contas débito + 1 conta crédito 
Várias contas débito + Várias contas crédito 
Sendo assim, seguem quatro verdades: 
Ativo = Passivo + PL 
Saldo devedor = Saldo credor 
Não há débito sem crédito. 
Não há crédito sem débito. 
Exemplo 1: 
Se "X" tem um crédito de $200,00 contra "Y", é certo que "Y" tem um débito de 
$200,00 para com "X". 
Em consequência do método das partidas dobradas, a soma dos saldos das contas do 
Ativo deve ser sempre idêntica à soma dos saldos das contas do Passivo e Patrimônio 
Líquido (no Balanço Patrimonial), de tal forma que, se esses dois saldos não "baterem 
no centavo", isso denuncia um erro de lançamento que precisa ser detectado e corrigido. 
Em algum momento pode ocorrer uma modificação na composição quantitativa ou 
qualitativa do ativo, sem que ele, como um todo, tenha sido aumentado. Nesse caso, ao 
aumento de um dos elementos do ativo corresponderá uma diminuição de igual valor 
em outro elemento do ativo. A mesma coisa se aplica ao passivo. 
 
 
 
21 
 
Exemplo 2: A empresa XPTO possui $200.000,00 do item dinheiro no seu patrimônio. 
Em determinado momento, foi apurada a necessidade de comprar um veículo para uso 
da empresa no valor de $40.000,00. Realizada a compra, o item veículo aumentou em 
$40.000,00 e o item dinheiro foi diminuído nesse mesmo valor. 
A utilização das Partidas Dobradas permite que através de um único lançamento, as 
duas alterações sejam anotadas: 
- Redução de $40.000,00 no dinheiro existente no patrimônio; e 
- Aumento de $40.000,00 aplicados em aquisição de veículo. 
Em termos contábeis: Debita-se a conta veículos (representando a aplicação de 
recurso) e credita-se a conta caixa (representando a origem dos recursos aplicados). 
5.3 Função da escrituração 
 
A escrituração contábil possui duas funções: uma é a função histórica, que consiste no 
registro dos fatos na ordem cronológica, função essa que é desempenhada pelo livro 
diário. A outra função é sistêmica, que consiste na organização dos elementos 
contábeis de acordo com a sua natureza e valores respectivos. Essa função é 
desempenhada pelo livro razão. 
 
5.4 Lançamento contábil 
 
É o registro de um fato contábil, sendo representado pela partida, ou seja, a expressão 
contábil que apresenta um fato pelo seu registro. 
A escrituração contábil deve estar apoiada em documentação hábil e idônea, 
representativa dos fatos correspondentes. Mediante a análise dos documentos 
apresentados para a contabilização, devemos identificar os seguinte elementos 
essenciais para o registro no livro diário: 
 Local e data 
 Conta ou contas debitadas 
 Conta ou contas creditadas, geralmente precedida(s) da partícula “a” 
 Histórico da operação 
 Valor da operação 
 
Convém observar que a partícula “a” é apenas indicadora da conta creditada, sendo o 
seu uso facultativo. Apesar de sua importância para a perfeita compreensão dos fatos 
contábeis, geralmente despreza-se o histórico para fins de estudo, colocando o valor da 
operação ao lado da conta creditada. 
 
Exemplo: 
Compra de um caminhão à vista, no dia 1º de abril de 20X0, conforme nota fiscal nº 70, 
no valor de R$ 500.000,00 emitida pela VOLKSWAGEM – Veículos S.A. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Solução: 
a) Elementos essenciais: 
1) Local e data : Rio de janeiro, 1º de abril de 20X0 
2) Conta debitada: Veículos, no valor de R$ 500.000,00 
3) Conta creditada: Caixa, no valor de R$ 500.000,00 
4) Histórico: aquisição de um caminhão conforme N.F. nº 70, da VOLKSWAGEM 
– Veículos S.A. 
5) Valor da operação: R$ 500.000,00, que será levado a débito da conta veículos e 
a crédito da conta caixa. 
 
Após a identificação dos elementos essenciais, efetuar o lançamento: 
 
b) Lançamento no livro diário 
 
 Rio de janeiro, 1º de abril de 20X0 
 Veículos 
 a Caixa ................................................. R$ 500.000,00 
 
 N/ compra, a vista, de Volkswagem – Veículos S.A., 
 conforme Nota Fiscal nº 70. 
 
 
 
5.5 Fórmulas de lançamentos 
Os lançamentos no livro diário são efetuados segundo quatro tipos ou fórmulas, de 
acordo com a quantidade de contas necessárias para o registro do fato contábil. 
 
1ª) Fórmula simples – quando apenas uma conta é debitada e uma única conta é 
creditada. 
 Ex: compra de uma estante, à vista, por R$ 80.000,00. 
 
 Móveis e utensílios 
 a Caixa ................................................. R$ 80.000,00 
 
2ª) Fórmula composta - quando apenas uma conta é debitada e mais de ma conta é 
creditadaEx: compra de uma estante por R$ 80.000,00, pagando R$ 30.000,00 com cheque 
do Banco do Brasil e aceitando uma duplicata pelo restante, R$ 50.000,00 
 
 
 Móveis e utensílios 
 a Diversos 
 a Bancos c/ movimento ......... R$ 30.000,00 
 a Duplicatas a pagar .............. R$ 50.000,00 80.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3ª) Fórmula composta – quando mais de uma conta é debitada e uma só conta é 
creditada 
 Ex: Integralização do capital social no valor de R$ 15.000,00, sendo R$ 5.000,00 
em móveis e utensílios e R$ 10.00,00 em dinheiro. 
 
 Diversos 
 a Capital social 
 Caixa ................................ R$ 10.000,00 
 Móveis e utensílios .......... R$ 5.000,00 15.000,00 
 
4ª) Fórmula ou fórmula complexa – quando mais de uma conta é debitada e mais de 
uma conta é creditada. 
 Ex: Pagamento do aluguel do mês no valor de R$ 40.000,00 e de uma duplicata 
novalor de R$ 90.000,00, com utilização de R$ 30.000,00 em dinheiro e R$ 100.000 
em cheque. 
 
 Débito Crédito 
 Diversos 
 a Diversos 
 Despesa de aluguel 40.000 
 Duplicatas a pagar 90.000 
 a Caixa 30.000 
 a Bancos c/movimento 100.000 
 
 
5.6 Técnicas de correção de erros de escrituração 
 
O processo técnico de correção de um registro contábil realizado com erro na 
escrituração das entidades é denominado retificação de lançamento. São formas de 
retificação de lançamento, segundo a Resolução CFC 1330/11: 
- estorno; 
- a transferência; 
- a complementação. 
 
O estorno consiste em efetuar um lançamento inverso àquele feito erroneamente, 
anulando-o totalmente ou parcialmente. 
Exemplo: erro por duplicidade de lançamento 
 
A transferência é o lançamento que promove a regularização da conta indevidamente 
debitada ou creditada, através da transposição do valor para a conta adequada. 
Exemplo: troca de contas 
 
A complementação é efetuada através de lançamento que, posteriormente, 
complementa, aumentando ou reduzindo, o valor anteriormente registrado. 
Exemplo: Lançamentos realizados a maior ou a menor 
 
Os lançamentos efetuados fora da época devida deverão consignar, nos históricos, as 
datas efetivas da ocorrência e a razão do atraso. 
 
 
24 
 
Os erros no histórico, encontrados a tempo, deverão ter a palavra DIGO e, depois, a 
escrita correta do histórico (ressalva). 
 
 
Os erros por omissão de lançamento, encontrados a tempo, Neste caso, a correção é 
simples, basta efetuar o registro do fato no dia em que se verificou a omissão, 
mencionando, no histórico, a data de sua efetiva ocorrência e o motivo do atraso. 
(ressalva). 
 
5.7 Processo de escrituração 
A entidade tem toda liberdade de escolher a forma de registrar os seus fatos contábeis, 
utilizando o registro manual, mecanizado, ou por processamento de dados, devendo 
ser observado o seguinte procedimento: 
 
 a contabilidade toma conhecimento da ocorrência dos fatos contábeis através de 
documentos. Portanto, todo lançamento deve estar apoiado em documentos hábeis e 
idôneos e adequados ao tipo de operação. Assim, se o fato é compra de mercadorias, 
o documento hábil é a nota fiscal; em se tratando de modificação do capital 
subscrito, o documento hábil é a alteração contratual ou estatutária devidamente 
registrada, e assim por diante. 
 de posse dos documentos, a etapa seguinte consiste no registro dos fatos no livro 
diário, segundo as técnicas de escrituração próprias deste livro. 
 os lançamentos efetuados no livro diário devem em seguida, ser transcritos para o 
livro razão. 
 após registrados todos os fatos no livro diário e razão, com base nos saldos das 
contas do razão, elabora-se o balancete de verificação. Este balancete tem como 
finalidade constatar a igualdade entre os valores debitados e creditados nas 
respectivas contas. 
 complementando-se a escrituração, apura-se o resultado, com o encerramento de 
todas as contas de receitas e despesas, e elaboram-se as demonstrações contábeis, 
dentre elas as principais são o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do 
exercício, transcrevendo-se estas demonstrações no livro diário. 
 
5.8 Formalidades da escrituração contábil 
 
O Conselho Federal de Contabilidade aprovou a norma NBC T 2.1, que trata destas 
formalidades, são elas: 
1) sistema de escrituração uniforme através de processo manual, mecanizado ou 
eletrônico. 
2) a escrituração deve ser: 
- em idioma e moeda corrente nacionais 
 - em forma contábil 
 - em ordem cronológica de dia, mês e ano 
 - com ausência de espaços em branco, entrelinha, borrões, rasuras e emendas. 
 - com base em documentos de origens interna ou externa, na sua falta em elementos 
que comprovem ou evidenciem fatos administrativos. 
3) a terminologia usada deverá expressar o verdadeiro significado das transações. 
4) admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, aos históricos dos lançamentos, desde 
que permanentes e uniformes. 
 
 
25 
 
5.9 Registros dos fatos contábeis e Livros Contábeis 
A utilização do mecanismo de débito e crédito para o registro de fatos contábeis fica 
muito mais fácil se seguirmos, passo a passo, o procedimento exposto a seguir: 
 
Sempre que estivermos diante de um fatos contábil, devemos: 
1) identificar as contas envolvidas (pelo menos duas contas) 
2) identificar a que grupo cada conta pertence. Uma conta só pode pertencer a um 
determinado grupo que, segundo a teoria patrimonialista, são os seguintes: 
ATIVO - PASSIVO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO - RECEITA - DESPESA 
3) identificar qual o efeito do fato sobre cada conta envolvida, ou seja, qual elemento 
contábil aumenta ou diminui devido a este fato 
4) efetuar o lançamento segundo o mecanismo de débito e crédito 
 
5.9.1 Livros Contábeis 
Os principais livros utilizados na contabilidade são: o Diário, o Razão, o Caixa e o 
Inventário. Outros livros auxiliares que variam em quantidade e espécie, de acordo com 
a natureza e as necessidades de cada empresa, também podem ser usados. 
Existem também os livros exigidos pela legislação fiscal, cujo valor, sob o aspecto 
contábil, é bastante reduzido, entre eles citamos: 
 
1.- Livro registro de entradas de mercadorias; 
2.- Livro registro de saídas de mercadorias; 
3.- Livro de apuração do ICMS; 
4.- Livro de apuração do IPI; 
5.- Livro de apuração do lucro real e outros 
 
Os livros podem ser classificados segundo seus fins: 
 
a) Obrigatórios: Os livros exigidos por lei; 
Ex: Diário e ** Razão 
 
** O livro Razão torna-se obrigatório quando a Empresa realiza a apuração do IR pelo 
LUCRO REAL 
 
b) Facultativos: Os livros escriturados no interesse exclusivo do comerciante. 
 
Segundo sua natureza: 
 
a) Cronológicos: 
Aqueles em que a escrituração é feita em ordem cronológica, isto é, segundo a sucessão 
de dia, mês e ano; 
 
 
b) Sistemáticos: 
Aqueles em que os lançamentos são feitos em ordem sistemática, agrupando-se os 
registros segundo sua natureza e finalidade; 
 
 
 
 
 
26 
 
Segundo sua utilidade: 
a) Principais: 
São os livros que oferecem todas as informações relativas à contabilidade. Servem de 
fonte de informação sobre todas as operações realizadas; 
Ex: Diário e Razão 
 
b) Auxiliares: 
São os livros que particularizam as operações, oferecendo, em separado, uma análise 
específica e quantitativa de determinados valores. 
 
O DIÁRIO. 
O livro diário é obrigatório e registra todas as operações e transações realizadas pela 
empresa. Os lançamentos neste livro obedecem a ordem cronológica de dia, mês ano. 
Os registros podem ser feitos agrupadamente em partidas mensais, desde que utilizados 
livros auxiliares em que estas operações estejamindividualmente registradas em ordem 
cronológica de dia, mês e ano. 
 
O livro diário bem como os demais livros de escrituração devem se revestir de certas 
formalidades denominadas: 
a) Formalidades extrínsecas: os livros devem ser encadernados, ter suas folhas 
numeradas, estar autenticados na Junta Comercial, conter os termos de abertura e de 
encerramento assinados pelo titular ou representante legal da entidade e pelo 
profissional da contabilidade regularmente habilitado no Conselho Regional de 
Contabilidade. 
b) Formalidades intrínsecas: Os lançamentos devem ser feitos (à mão, mecânica ou 
eletronicamente ) em tinta preta ou azul, sem emendas, rasuras, raspaduras ou borrões, 
linhas em branco, em ordem cronológica, mantendo um método de contabilidade 
uniforme, em moeda e idioma nacional. 
 
O livro Diário pode ser desdobrado em vários livros auxiliares, todos revestidos das 
mesmas formalidades, cada um para o registro de fatos de determinada natureza. Assim, 
podemos ter o diário auxiliar de clientes, o diário auxiliar de fornecedores e outros. No 
livro diário geral far-se-á o registro do resumo dos lançamentos contidos nos livros 
auxiliares 
 
Os lançamentos no livro Diário devem ser feitos em ordem cronológica; respeitadas as 
formalidades intrínsecas. Os erros cometidos na escrituração do livro Diário são 
corrigidos através de estornos ou de lançamentos complementares. Não se admite raspar 
(apagar) um erro cometido na escrituração do diário. Nem tampouco o uso de verniz 
corretivo. 
Os lançamentos no Diário devem ser feitos de forma clara e concisa, e compõem-se de 
cinco partes importantes e indissociáveis: 
 
1) - a data em que se realizou a operação; 
2) - a conta devedora; 
3) - a conta credora; 
4) - o histórico; 
5) - o valor. 
 
27 
 
O LIVRO RAZÃO. 
 
O livro Razão é um livro sistemático e, apesar de facultativo é um livro de grande 
utilidade e importância na Contabilidade. A legislação tributária atualmente exige a 
manutenção deste livro pelo período de cinco anos, caracterizando-o como um livro 
obrigatório perante as leis fiscais. 
 
O livro razão é um livro sistemático - destina uma folha para cada conta - selecionando 
operações relativas a cada elemento específico do patrimônio. Os lançamentos no livro 
razão são feitos em ordem cronológica dentro de cada conta. O razão também pode ser 
escriturado em fichas, utilizando-se uma destas para cada conta. 
Cada lançamento no Diário, implica necessariamente na sua transcrição para o livro 
Razão. A conta debitada no Diário será, também, debitada no razão; e vice-versa, a 
conta creditada no diário, será também, necessariamente, creditada no razão. 
 
 
O LIVRO CAIXA 
 
O Caixa é o livro onde são registradas todas as operações que envolvam bens 
numerários. É portanto um livro de ordem sistemática, muito embora as operações 
financeiras venham a ser registradas em ordem cronológica. O livro Caixa é um livro 
facultativo, apesar da sua grande utilidade nas empresas, sendo considerado mesmo 
indispensável nos grandes empreendimentos. 
 
A escrituração do livro em análise divide-se em duas partes: 
a) - uma para o débito - onde são lançadas todas as entradas de dinheiro; 
 
b) - uma para o crédito - onde se registram todas as saídas de bens numerários. 
O saldo apresentado pelo livro Caixa deve coincidir com o saldo da conta "Caixa" 
apresentado pela contabilidade e com os valores existentes em cofre. 
 
 
O LIVRO CAIXA E O IMPOSTO DE RENDA. 
O artigo 18 da Lei n. 8.541/92 determina que as empresas que optem pela tributação 
simplificada devem escriturar os recebimentos e os pagamentos de cada mês em um 
livro Caixa (exclusão feita às empresa que mantiverem escrituração contábil). Não 
mantendo os registros contábeis completos, a escrituração do livro Caixa torna-se 
obrigatória, mesmo que a empresa mantenha os outros livros fiscais escriturados 
regularmente. 
Neste livro são registradas todas as operações que envolvam as disponibilidades da 
empresa, tanto em Caixa quanto em Bancos; assim, mesmo os rendimentos de 
aplicações financeiras; as despesas bancárias normalmente lançadas diretamente na 
conta bancária do investidor, ainda que não transitem pelo Caixa, devem ser registradas 
no mesmo. 
Também os valores creditados diretamente em conta bancária correspondentes a 
qualquer importância recebida, bem como os pagamentos efetuados mediante cheque 
bancário, precisam ser registrados neste livro "Caixa". 
O saldo deste livro representa o montante dos valores disponíveis em Caixa mais o 
saldo das contas representativas das disponibilidades existentes em depósitos bancários. 
 
28 
 
6.Depreciação 
 
6.1 Conceito 
 
É a perda da capacidade produtiva dos bens tangíveis do ativo não circulante 
imobilizado, que tem como causas o desgaste pelo uso, a deterioração pela ação do 
tempo e a obsolescência normal provocada pela evolução da tecnologia. Esta perda de 
capacidade produtiva tem como consequência a perda de valor dos bens sujeitos à 
depreciação. 
 
Por outro lado também, existem bens do ativo não circulante que não perdem a 
capacidade produtiva, como os terrenos, as obras de arte, antiguidades, etc, por essa 
razão não podem ser depreciados. 
 
6.2 Outros Conceitos 
 
6.2.1 Cálculo 
Existem vários métodos para o cálculo da depreciação, porém a Receita Federal só 
aceita para efeito de cálculo do IR, o método linear ou das quotas constantes, que 
consiste na distribuição de quotas de depreciação constantes pelo tempo de vida útil 
estimada do bem fixo, em uso ou operação. Pode para efeito de cálculo considerar um 
valor residual ou não. 
 
6.2.2 Valor Residual 
É uma parte do custo contábil do bem imobilizado não sujeita a depreciação, como o 
fundamento de que, mesmo sendo obsoleto ou imprestável para continuar em operação, 
ainda assim, representa um valor de venda. 
 
6.2.3 Aplicação do Método 
Base de cálculo =>é o custo de aquisição e acréscimos posteriores, mais os gastos 
necessários à colocação do bem em funcionamento, com ou sem valor residual. 
 
Taxa a taxa de depreciação calcula-se através da seguinte fórmula: 
 
Taxa anual = 100% 
 Vida útil do bem 
 
Vida útil do bem  como a depreciação está diretamente vinculada ao tempo de vida 
útil do bem, a estimativa para efeitos contábeis se reverte de importância fundamental, 
cujos critérios são: 
a) estimativa do fabricante 
b) estimativa com base em laudo elaborado por institutos oficiais de pesquisa 
tecnológica 
c) estimativa consagrada pela jurisprudência 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Dentre os critérios apresentados, o mais adotado pelas empresas é o da estimativa 
consagrada pela jurisprudência, que estabelece os seguintes tempos de vida útil do bem 
e suas respectivas taxas: 
BEM TEMPO DE VIDA ÚTIL TAXA 
Prédios e edifícios 25 anos 4% a.a. 
Máquinas e equipamentos 10 anos 10% a.a. 
Móveis e utensílios 10 anos 10% a.a. 
Veículos em geral 5 anos 20% a.a. 
Computadores e periféricos 5 anos 20% a.a. 
 
6.2.4 Início da depreciação 
 
Um outro aspecto a ser considerado é a data a partir da qual o bem passa a ser 
depreciado. Como regra geral, o bem passa a ser depreciado a partir do mês em que foi 
instalado, posto em serviço ou em condições de produzir, independentemente do dia. 
Assim se um bem foi adquirido em 10 de março e posto em funcionamento somente no 
dia 20 de julho, este bem será depreciado a partir do mês de julho. 
Se a depreciação tiver início ou terminar no curso do exercício social, ou se este tiver 
duração inferior ou superior a doze meses, a taxa anual será ajustada proporcionalmente 
ao período da depreciação, considerando-se como início o mês em que o bem foi 
instalado, posto em serviço ou em condição de produzir e como término de depreciação 
o mês em que completar 100% de vida útil ou mês de encerramento do exercício social. 
 
Desta forma,se um bem, cuja vida útil é de 10 anos, foi adquirido em 12 de fevereiro e 
posto em condições de produzir em 28 de março, devemos observar, que no primeiro 
ano este bem será depreciado utilizando-se a taxa ajustada para 10 (dez) meses, março a 
dezembro e, no último ano de sua vida útil, a taxa de depreciação será ajustada para os 
dois meses remanescente, janeiro e fevereiro. 
 
 
Taxas de depreciação: 
1º ano (10 meses) 10/12 x 10% = 8,33% 
do 2º ao 10º ano(9 anos) 9 x 10% = 90,00% 
11º ano (2 meses) 2/12 x 10% = 1,67% 
 Total = 100,00% 
 
 
Exemplo prático A empresa MFG adquiriu uma máquina industrial em 03/05/X6 no 
valor de R$ 36.000,00, cuja vida útil é estimada em 10 anos. A taxa de depreciação 
sendo 10% a.a., qual será o valor da depreciação relativa ao ano de 19X6. 
 
 
Base de cálculo = R$ 36.000,00 
Taxa de depreciação = 10% a.a. 
Logo: 
R$ 36.000,00 x 10% = R$ 3.600,00 ao ano 
R$ 3.600,00/12 meses = R$ 300,00 ao mês 
Valor da depreciação no ano de X6 = 8 x R$ 300,00 = R$ 2.400,00 (maio a dezembro) 
 
 
 
30 
 
6.2.5 Contabilização 
 
A depreciação é registrada contabilmente através do seguinte lançamento; debita-se uma 
conta de DESPESAS ou ENCARGO COM DEPRECIAÇÃO, e credita-se a conta 
DEPRECIAÇÃO ACUMULADA, que é uma conta retificadora de saldo credor. 
 
 
Exemplo: DESPESAS COM DEPRECIAÇÃO 
 a DEPRECIAÇÃO ACUMULADA DE MÁQUINAS 
 valor de depreciação referente ao ano de 19X6 ....................... R$ 2.400,00 
 
 
6.2.6 Baixa de Bens depreciáveis 
 
Ao vender um bem do Ativo Imobilizado, deve-se proceder da seguinte forma: 
Valor do Bem ......................................................R$ 36.000,00 
(-) Depreciação do Bem ........................................R$ 2.400,00 
 = Valor contábil ou residual .................................R$ 33.600,00 
 
Valor de venda do bem = R$ 34.300,00 
 
Valor de venda .....................................................R$ 34.300,00 
(-) Valor contábil .................................................R$33.600,00 
 = Lucro .............................................................. R$ 700,00 
 
Este lucro será considerado outras receitas 
 
Lançamentos: 
 Caixa 
a Venda de bem do ativo 
 Valor ref. a venda de uma máquina usada .......... R$ 34.300,00 
 
Depreciação acumulada 
a Máquinas 
 Valor ref. transf. de valor para ajuste do custo do Bem ................. R$ 2.400,00 
 
 Venda de bem do ativo 
 a Máquinas 
 Valor do custo contábil do bem vendido ..................................... R$ 33.600,00 
 
 
6.2.7 Depreciação Acelerada 
Utilizada quando as empresas utilizam suas máquinas em período superior a um turno 
de trabalho (8 horas). As taxas utilizadas foram estabelecidas considerando-se a 
utilização normal dos bens num período de um turno diário (8 horas). No que concerne 
aos bens móveis, poderão ser adotados coeficientes de depreciação acelerada 
multiplicando-se as taxas normais de depreciação por 1,5 para 2 turnos de oito horas e 
por 2,00 para três turnos de oito horas. Assim teremos as seguintes taxas de depreciação 
conforme o número de horas diárias de operação: 
 
 
31 
 
 
BEM 1 TURNO 2 TURNOS 3 TURNOS 
Prédios e edifícios 4% a.a. 4% a.a. 4% a.a. 
Máquinas e equipamentos 10% a.a. 15% a.a. 20% a.a. 
Móveis e utensílios 10% a.a. 15% a.a. 20% a.a. 
Veículos em geral 20% a.a. 30% a.a. 40% a.a. 
Computadores e periféricos 20% a.a. 30% a.a. 40% a.a. 
 
 
6.2.8 Depreciação dos bens adquiridos usados 
 
Para bens adquiridos usados, a depreciação poderá ser feita considerando como prazo de 
vida útil o maior dentre os seguintes: 
a) a metade de vida útil admissível para o bem adquirido novo 
b) restante da vida útil do bem, considerada esta em relação à primeira instalação para 
utilização. 
 
 
Desta forma, se um equipamento, cuja taxa de depreciação admissível é de 10% ao ano, 
se adquirido após 5 anos de uso, poderá ser depreciado em 5 anos, aplicando-se a taxa 
de 20% ao ano. Se este equipamento tivesse sido adquirido com 2 anos de uso, poderia 
ser depreciado em 8 anos, à taxa anual de 12,5% (100% / 8) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
7 Amortização 
 
7.1 Conceito 
Compreende a importância correspondente à recuperação do capital aplicado em bens 
intangíveis a ser lançada como custo ou encargo, em cada exercício. É a perda de valor 
de capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial e 
quaisquer outros, com existência ou exercício de duração limitada ou cujo objeto sejam 
bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. O fator limitante da 
amortização é o tempo. 
 
Os bens sujeitos a amortização são: 
- marcas e patentes; 
- logiciais (softwares); 
- recursos florestais (direitos contratuais de exploração); 
- fórmulas ou processos de fabricação, direitos autorais, autorizações ou concessões; 
- benfeitorias em prédios de terceiros (classificadas no Ativo não-circulante 
Imobilizado); 
- custos de projetos técnicos; 
- direitos sobre bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de 
serviço público, devem reverter ao poder concedente, ao fim do prazo da concessão, 
sem indenização. 
 
Contabilização: 
D: Despesa com Amortização 
C: Amortização Acumulada – Nome do Bem 
 
 
A conta de Despesa com Amortização é classificada como Despesa 
Operacional e a conta de Amortização Acumulada é conta de Ativo, redutora 
(retificadora) do bem que está sendo amortizado. O montante acumulado da 
amortização não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem ou direito. Se a 
existência ou exercício do direito, a utilização do bem, terminar antes da amortização 
integral de seu custo, o saldo não amortizado constituirá encargo do período de 
apuração em que se extinguir o direito ou terminar a utilização do bem. 
 
7.2 Definições segundo a Deliberação CVM 553, de 12 de novembro de 2008 (Res. 
CFC nº 1139/08 e 1140/08) 
O valor contábil de um ativo intangível é o custo de aquisição, menos a 
amortização e a provisão para perdas, se for o caso. O valor residual é o valor estimado 
que uma entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de 
vendas, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil. 
O prazo para amortização de um ativo intangível depende da sua vida 
útil: definida ou indefinida. No caso de vida útil definida, deve avaliar, inclusive, a 
duração ou o volume de produção ou unidades semelhantes que formam essa vida útil. 
A entidade deve atribuir vida útil indefinida a um ativo intangível 
quando, com base na análise de todos os fatores relevantes, não existe um limite 
previsível para o período durante o qual o ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos 
positivos para a entidade. 
 
 
33 
 
Um ativo intangível com vida útil definida deve ser amortizado ao longo 
de sua vida útil. A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo 
estiver disponível para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas condições 
necessários para que possa funcionar da maneira pretendida pela administração. A 
amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda 
ou ainda, na data em que ele é baixado, o que ocorrer primeiro. 
O método de amortização a ser utilizado reflete o padrão de consumo 
pela entidade dos benefícios econômicos: método linear ou linha reta, soma dos 
algarismos dos anos (cotas decrescentes) e unidades produzidas. A base de cálculo é o 
custo de aquisição menos o valor residual, se for o caso. Esse valor residual presume-se 
que seja zero, em caso de ativo intangível com vida útil definida, a não ser que: 
- haja compromisso de terceiros para comprar o ativo ao final dasua vida útil; ou 
- exista mercado ativo para ele e: o valor residual possa ser determinado em relação a 
esse mercado e seja provável que esse mercado continuará a existir ao final da vida útil 
do ativo. 
Um ativo intangível com vida indefinida não deve ser amortizado. De 
acordo com o pronunciamento técnico CPC 01 (Resolução CFC nº 1.110/07 – Redução 
ao Valor Recuperável de Ativos), a entidade deve testar a perda do valor dos ativos 
intangíveis com vida útil indefinida comparando com seu valor recuperável. A vida útil 
pode ser revista periodicamente, para verificar se o intangível continua na mesma 
condição de vida indefinida. 
Caso haja mudança na condição, passando de indefinida para definida, a 
contabilização deverá ser registrada como mudança de estimativa contábil. 
 
 
Direitos de exploração de florestas de propriedade de terceiros 
A quota anual de amortização do valor dos direitos contratuais de 
exploração de florestas de propriedade de terceiros terá como base de cálculo o valor do 
contrato e será calculada em função do prazo de sua duração. Opcionalmente, poderá 
ser considerada como data de início do prazo contratual o dia do início da efetiva 
exploração dos recursos. Ocorrendo a extinção dos recursos florestais antes do término 
do prazo contratual, o saldo não amortizado poderá ser computado como custo ou 
encargo do período de apuração em que ocorrer a extinção. Caso a floresta seja própria, 
não caberá o reconhecimento de cotas de amortização, e sim de exaustão. Se a floresta 
for para exploração de frutos, cabe cotas de depreciação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
8. Exaustão 
 
8.1 Conceito 
Compreende a importância correspondente à diminuição do valor dos recursos naturais 
não renováveis (minerais e outros), resultantes da sua exploração, a ser lançada como 
custo ou encargo, em cada período de apuração, nas mesmas condições dos cálculos dos 
encargos de depreciação e amortização, considerando o custo de aquisição ou 
prospecção, dos recursos explorados. A quota anual será determinada pelo volume da 
produção no período e a sua relação com a possança conhecida da mina, ou em função 
do prazo de concessão dado pela autoridade governamental. 
 
Contabilização: 
D: Despesa com Exaustão 
C: Exaustão Acumulada – Nome do Bem 
 
A conta de Despesa com Exaustão será classificada como Despesa Operacional e a 
conta de Exaustão Acumulada será classificada no Ativo, retificadora (redutora) da 
conta que representa o bem que está sendo exaurido. 
 
Exemplo: 
Custos de Obtenção de Direitos de Lavra 
Valor: R$ 300.000,00 
Reserva Potencial de Exploração (possança) conhecida: 10.000.000 t 
Minérios Extraídos: 
1º Ano  600.000 toneladas 
2º Ano  1.000.000 toneladas 
3º Ano  1.200.000 toneladas 
 
Cálculo das quotas de exaustão: 
1º Ano: Taxa = 600.000 / 10.000.000 x 100 = 6% 
Cota: R$ 300.000, x 6% = R$ 18.000,00 
 
2º Ano: Taxa = 1.000.000 / 10.000.000 x 100 = 10% 
Cota: R$ 300.000, x 10% = R$ 30.000,00 
 
3º Ano: Taxa 1.200.000 / 10.000.000 x 100 = 12% 
Cota: R$ 300.000, x 12% = R$ 36.000,00 
 
Recursos Florestais Próprios 
Poderá ser computada, como custo ou encargo, em cada período de 
apuração, a importância correspondente à diminuição do valor de recursos florestais, 
resultante de sua exploração. A quota de exaustão dos recursos florestais destinados à 
corte terá como base de cálculo o valor das florestas. 
Para o cálculo do valor da quota de exaustão, será observado o seguinte 
critério: 
 
 
35 
 
- apurar-se-á, inicialmente, o percentual que o volume dos recursos florestais utilizados 
ou a quantidade de árvores extraídas durante o período de apuração representa em 
relação ao volume ou à quantidade de árvores que no início do período de apuração 
compunham a floresta; 
- o percentual encontrado será aplicado sobre o valor contábil da floresta, registrado no 
ativo, e o resultado será considerado como custo dos recursos florestais extraídos. 
 
O acima exposto aplica-se também às florestas objeto de direitos 
contratuais de exploração por prazo indeterminado, devendo as quotas de exaustão ser 
contabilizadas pelo adquirente desses direitos, que tomará como valor da floresta o 
valor especificado no contrato. 
 
Exemplo: 
Quantidade de árvores: 
a) existentes no início do período de apuração: 10.000.000 unidades 
b) extraídas durante o período de apuração: 500.000 unidades 
Valor contábil da floresta registrado no Ativo não-circulante: R$ 23.000.000,00 
 
Percentual de Exaustão: 500.000 / 10.000.000 x 100 = 5% 
Cota de Exaustão: R$ 23.000.000,00 x 5% = R$ 1.150.000,00 
 
 
Observações: 
- as máquinas e equipamentos de extração mineral ou florestal, opcionalmente, podem 
ser depreciados, ao invés de serem exauridos; 
- somente se sujeitam à exaustão as minas que estejam sob regime de concessão. A 
exploração de recursos minerais sob a forma de arrendamento ou licenciamento não 
pode ser objeto de exaustão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
9. Balancete de Verificação 
 
9.1. Conceito 
É uma demonstração contábil facultativa, porém de grande utilidade quando do 
encerramento do exercício. Por esta demonstração, consegue-se identificar possíveis 
erros cometidos tanto na escrituração dos fatos contábeis, como na apuração dos saldos 
das contas, de forma a possibilitar a identificação e a correção do erro cometido, antes 
da apuração do resultado e da elaboração das demonstrações financeiras. 
Muitas vezes, o balancete de verificação é o único recurso disponível para se identificar 
a natureza do saldo de uma ou mais contas, dentre as várias contas apresentadas 
relativas à contabilidade de uma empresa. 
 
A escrituração do balancete de verificação consiste na relação de todas as contas do 
razão, segundo a natureza dos saldos apresentados no momento de sua elaboração, 
podem ser do tipo mais simples, quando de duas colunas, ou mais completos, quando de 
seis ou oito colunas: 
 
 
Exemplo: 
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO 
 Em: ____/____/______ 
 
Contas 
 Saldos 
 Devedor Credor 
 
 
Total 
 
Sendo o balancete de verificação elaborado a partir dos saldos de todas as contas do 
livro razão, o total dos saldos devedores deve ser igual ao total dos saldos credores. Esta 
igualdade decorre do método das partidas dobradas, de forma que, qualquer diferença 
entre estes totais, indica a existência de erro anteriormente cometido, quer na 
escrituração, quer na apuração dos saldos das contas. 
As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC T 2.7 – discrimina algumas 
características do balancete de verificação, são elas: 
1) O balancete de verificação do razão é a relação de contas, com os respectivos saldos, 
extraídos dos registros contábeis em determinada data. 
2) O grau de detalhamento do balancete deverá ser consentâneo com a sua finalidade. 
3) Os elementos mínimos que devem constar do balancete são: 
a) identificação da Entidade 
 b) data a que se refere 
c) abrangência 
 d) identificação das contas e respectivos grupos 
e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores 
f) soma dos saldos devedores e credores 
4) O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e 
assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e número de 
registro no CRC. 
5) O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente. 
 
 
 
37 
 
9.2 Contabilidade para apurar resultados 
O resultado da atividade econômica é determinado pela diferença entre as receitas e as 
despesas relativas a um determinado exercício social. As entidades com finalidade 
econômica, ou seja, aquelas que têm como objetivo a maximização dos seus lucros, 
como as empresas comerciais,industriais e prestadoras de serviços, devem apurar os 
seus resultados segundo o regime de competência do exercício, o qual consiste no 
confronto das receitas realizadas com as despesas incorridas no decorrer do exercício 
social considerado. 
 
 
Receitas São ingressos patrimoniais decorrentes da utilização dos recursos da 
entidade, sendo estes recursos materiais, humanos ou intelectuais, mas que exijam da 
entidade um certo esforço que direta ou indiretamente, acarretem em gastos para a 
entidade. As receitas aumentam a riqueza própria do patrimônio. 
 
 
Pelo regime de competência, a receita é considerada realizada no momento em que 
ocorre a entrega do bem vendido ou serviço prestado. Desta forma, se uma empresa 
comercial vender suas mercadorias à vista, entregando ao cliente as mercadorias 
vendidas, neste momento a receita foi realizada. Houve ingresso patrimonial pelo 
recebimento mas, também, a empresa incorreu num gasto correspondente ao custo das 
mercadorias vendidas. 
Se a venda for realizada a prazo, a entidade vendedora entrega as mercadorias ao 
cliente, ficando a vendedora com o direito de receber o valor correspondente da 
compradora. Neste caso, houve ingresso patrimonial na entidade vendedora com o 
surgimento do direito realizável, duplicatas a receber. 
Por outro lado, quando o cliente paga antecipadamente, isto é, paga mas não retira as 
mercadorias, embora tenha havido ingresso patrimonial na entidade vendedora, não 
podemos chamá-la de receita deste exercício social, mas, sim, de receita diferida, que 
caracteriza uma obrigação da vendedora para com o seu cliente até o momento em que 
ocorrer a entrega das mercadorias vendidas, quando então a receita será considerada 
realizada. 
 
Assim, a receita diferida corresponde a uma receita recebida, porém ainda não 
realizada, porque não ocorreu a entrega do bem vendido ou do serviço prestado. 
 
 
Despesas São gastos incorridos com a finalidade de gerar receitas. Estes gastos 
correspondem ao custo dos recursos utilizados pela entidade com o seu esforço para 
realizar receitas. As despesas reduzem a riqueza própria do patrimônio. 
Exemplifiquemos a venda de mercadorias, quando uma empresa vende suas 
mercadorias, no momento da entrega das mercadorias vendidas, realiza-se a receita 
correspondente e, neste momento, ela também incorre na despesa custo das 
mercadorias vendidas. Quando a entidade paga suas despesas antecipadamente ao 
período de sua competência, temos um ativo denominado despesas do exercício 
seguinte, como exemplo temos, no caso em que a empresa paga em dezembro o aluguel 
do mês de janeiro, de um imóvel que será por ela utilizado. Não podemos considerar 
este valor pago como despesa do mês de dezembro, mas como um direito que será 
convertido em despesa somente em janeiro após o uso do referido imóvel. 
 
 
38 
 
 
Resultado  Como visto anteriormente, apura-se o resultado pela diferença entre as 
receitas e as despesas correspondentes a um determinado exercício social. Uma vez 
apurado o resultado do exercício, este será incorporado ao patrimônio líquido da 
entidade, aumentando ou reduzindo a situação líquida do patrimônio. 
 
RESULTADO = RECEITAS - DESPESAS 
 
 
Quando, num determinado exercício social, as receitas superam as despesas, diz-se que 
a entidade apurou um resultado positivo ou lucro. Este resultado positivo reflete num 
aumento do patrimônio líquido. 
Se, num determinado exercício social, as receitas forem em montante inferior às 
despesas, diz-se que a entidade incorreu em resultado negativo ou prejuízo. Este 
resultado negativo reflete numa diminuição do patrimônio líquido. 
Sendo as receitas iguais às despesas, diz-se que o resultado foi nulo ou equilibrado. 
Neste caso, o patrimônio líquido não sofreu alteração, porque os ingressos patrimoniais, 
receitas, foram exatamente iguais aos gastos incorridos, despesas. 
 
 
Apuração contábil do resultado  Já se sabe que se apura o resultado pelo confronto 
entre as receitas e as despesas de um certo período. Contabilmente, o resultado é 
apurado através dos lançamentos de encerramento das contas de receitas e despesas, 
mediante a transferência dos respectivos saldos para uma conta transitória chamada de 
Apuração do Resultado do Exercício ou simplesmente A.R.E. 
 
 
 
Como as contas de despesas têm saldos devedores, elas são encerradas no final do 
exercício social com lançamentos a crédito das respectivas contas e a débito da conta 
Apuração do Resultado do Exercício. Já as contas de receitas têm saldos credores e 
para encerrá-las faz-se lançamentos a débito das contas correspondentes, tendo como 
contrapartida a conta Apuração do Resultado do Exercício. 
Convém ressaltar que a conta Apuração do Resultado do Exercício é apenas uma 
conta transitória que surge na contabilidade com a finalidade exclusiva de possibilitar a 
comparação entre as receitas e as despesas do período definido como exercício social. 
Obtido o resultado, este será transferido para a conta do patrimônio líquido lucros 
acumulados ou prejuízos acumulados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
10. Balanço Patrimonial 
 
10.1 Conceito 
É uma das mais importantes demonstrações contábeis, através da qual podemos apurar a 
situação patrimonial-financeira de uma entidade em determinado momento. É dividido 
em três partes: 
 
Ativo => São bens e direitos, tangíveis e/ou intangíveis que a empresa possui e que tem 
valor. Dinheiro em caixa, contas a receber, mercadorias, terrenos e maquinarias, são 
alguns dos ativos que uma empresa pode possuir. 
 
Passivo => São obrigações da empresa com terceiros ou com os proprietários. Passivos 
são dívidas, são valores devidos aos credores. Os credores podem ser terceiros ou 
proprietários. O passivo com terceiros compreende: contas a pagar, títulos a pagar, 
empréstimos, salários e impostos a pagar. Nesta parte do balanço está compreendido 
o capital de terceiros. 
 
Patrimônio líquido => É a diferença entre o valor do ativo e das obrigações com 
terceiros de uma entidade em determinado momento, ou seja, é a parte diferencial entre 
o ativo e o passivo exigível. O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade 
para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos 
bens e direitos (ativo) e o valor das obrigações com terceiros (passivo exigível). 
Esta parte diferencial (PL/SL) é quem vai medir ou avaliar a situação ou condição da 
entidade, sendo portanto considerado como passivo não exigível. 
O total dos bens mais o total do direitos (ativo) menos o total das obrigações (passivo), 
denomina-se situação líquida ou patrimônio líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
10.2 Conceitos de Capital 
 
Capital Social  É o investimento efetuado na empresa pelos sócios/acionistas; 
abrangendo também valores obtidos pela empresa (lucros) que por decisão dos sócios 
se incorporam ao capital social, é composto pelo capital subscrito e, por dedução, a 
parcela ainda não integralizada. 
O valor do capital social obrigatoriamente deve constar no contrato social que será 
registrado na Junta Comercial ou RCPJ. 
Qualquer alteração no valor do capital social, só será realizada após modificação no 
contrato social devidamente formalizada junto ao órgão competente. 
 
“Capital Social = Capital Nominal = Capital Registrado” 
 
Capital Autorizado  É o limite máximo que o capital poderá atingir, sem que haja 
alteração no estatuto social. 
 
Capital subscrito  É o mesmo que capital social ou capital nominal. É o valor 
correspondente à totalidade das ações, quotas ou quinhões de capitais, representativos 
do capital social da empresa. Enquanto não totalmente integralizado pelos sócios ou 
acionistas, o capital subscrito admite uma conta retificadora cujo nome poderá ser 
“Capital a integralizar ou a Realizar”. 
 
Capital Realizado (integralizado) É a totalidade ou parcela do capital efetivamente 
integralizado pelos sócios/acionistas. Corresponde à diferença entre o capital social e o 
capital a realizar. 
 
Capital a realizar (a integralizar)  É o valor do capital social que ainda não foi 
colocado à disposição da empresa. Deve figurar no Patrimônio Líquido como conta 
retificadora. 
“Art. 182 (Lei 6.404/76) – A Conta Capital Social, discriminará o montante subscrito e, 
por dedução, a parcela ainda não integralizada. 
 
Capital de Giro  Representa o capital circulante (ativo circulante), ou seja, os 
recursos que possuem constante movimentação no período , também chamado Capital 
Circulante. 
 
Capital em Giro ou Capital em Circulação  É o valor total do Ativo, ou seja, 
representa a soma dos capitais próprios com os capitais de terceiros. 
 
Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido  É igual à diferença entre 
o valor do ativo circulante e o passivo circulante (AC – PC). 
 
Capital Próprio  É o total do patrimônio líquido 
 
Capital de Terceiros  É o total do passivo (exigível e realizável a longo prazo). 
 
Capital Total  Corresponde ao conjunto de valores que estão à disposição da 
empresa, ou seja, Capital Próprio + Capital de Terceiros. 
 
 
 
41 
 
O Capital total à disposição da empresa é considerado a fonte de financiamento da 
empresa, é formada pelos débitos e créditos de funcionamento e financiamento. 
 
 
Origem 
 
Débitos de funcionamento  São os decorrentes das atividades normais da empresa, 
como fornecimento de matéria-prima, mercadorias, materiais diversos, etc. 
 
 
Débitos de financiamentos  São os meios financeiros assumidos, para ampliação e 
desenvolvimento da empresa, tais como os decorrentes de empréstimos bancários, 
emissão de debêntures e financiamentos a longo prazo. 
 
Aplicação 
 
Créditos de funcionamento  Grupos de contas que representam os valores dos 
créditos que a empresa adquiriu por força de seu funcionamento normal, tais como, os 
provenientes de vendas de mercadorias a prazo. 
Representam um grupo do capital da empresa figurando no ativo, simbolizando 
investimentos em créditos. 
 
 
Créditos de financiamentos  Grupos de conta que representam os valores dos créditos 
que a empresa tem adquiridos por empréstimos de dinheiro que concedeu. São créditos 
a longo prazo e derivantes de operações não normais. 
Exemplo: empréstimos a diretoria. 
 
Capital Aplicado  É o total do ativo 
 
Capital Fixo  É o total do ativo imobilizado (bens de uso). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
10.3 Outros conceitos importantes 
 
Ativo Fictício ou nominal  É aquele representado por valores aleatórios, só 
nominalmente ativos, como despesas a vencer ou a amortizar. 
 
Ativo Real  É o conjunto de bens e direitos, ou seja, a soma dos valores constantes 
das contas classificadas no grupos do ativo imobilizado, realizável a curto prazo e a 
longo prazo (AC + ANC – DESPESAS ANTECIPADAS). 
 
Passivo Fictício  compreende o patrimônio líquido, isto é, valores não exigíveis por 
terceiros, como capital, reservas e lucros acumulados. Além desta acepção, este termo 
também é utilizado para designar a permanência de obrigações vencidas e já pagas no 
passivo da entidade, por inexistência de saldo de caixa compatível com a sua liquidação. 
Neste caso, a existência do passivo fictício pressupõe a omissão de receitas. 
 
Passivo Real  Representa os grupos do passivo (exigível a curto e a longo prazo), 
PC + PNC. 
 
Passivo Nominal ou Total  É representado pela soma do passivo real e a situação 
líquida 
 
Ativo Operacional  É representado pela soma do Ativo Circulante e Ativo 
Imobilizado e Intangível (AC + A Imob + A Intangível ) 
 
Ativo não operacional  Ativo Realizável a Longo Prazo mais Ativo Investimentos 
(ARLP + A Inv). 
 
Ativo Financeiro  É a soma do Ativo Circulante mais Ativo Realizável a Longo 
Prazo (AC + ARLP). 
 
Ativo Fixo  É a soma do Ativo Imobilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
1 – ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
1.1 – Exercício Social, Escrituração e Demonstrações Financeiras 
 
Os Relatórios Contábeis são a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela 
Contabilidade. Objetivam informar aos seus usuários os principais fatos registrados em 
determinado período. Entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as 
Demonstrações Financeiras. 
 
Os aspectos legais das demonstrações contábeis estão definidos na Lei das 
Sociedades por Ações – Lei 6.404/76, recentemente alterada pela Lei 11.638, de 28 
de dezembro de 2007. A lei estabelece os conjunto das demonstrações contábeis e 
informações relacionadas, a periodicidade de elaboração e publicação, os critérios 
de classificação e avaliação, bem como faculta à Comissão de Valores Mobiliários a 
criação de normas específicas para companhias abertas, que poderão, 
facultativamente, ser adotadas por outras empresas. O texto a seguir é baseado no 
Capítulo XV da legislação societária compilada. 
 
Exercício Social e Demonstrações Financeiras 
SEÇÃO I 
Exercício Social 
 Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será 
fixada no estatuto. 
 Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária 
o exercício social poderá ter duração diversa. 
 
SEÇÃO II 
Demonstrações Financeiras 
Disposições Gerais 
 Art. 176 da Lei 6404/76: 
 
“ Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração 
mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir 
com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no 
exercício: 
I – Balanço Patrimonial; 
II – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
III – Demonstração do Resultado do Exercício; 
IV – Demonstração dos Fluxos de Caixa; e 
V – Se Cia Aberta, Demonstração do Valor Adicionado.” 
 
 
 
 
 
44 
 
Obs: 
 - as demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros 
analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação 
patrimonial e dos resultados do exercício; 
- as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores 
correspondentes das demonstrações do exercício anterior; 
- nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos 
poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um 
décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de 
designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". Exemplo: Caixa e 
Bancos, desde que não ultrapasse a 10% do total do grupo a que pertencem. 
§ 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e 
eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil 
que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações 
financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações 
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela 
Lei nº 11.941, de 2009) 
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente 
estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de 
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na 
realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
b) osinvestimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo 
único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 
182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a 
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo 
prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
 
45 
 
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou 
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da 
companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, 
inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e 
publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 
2007) 
 
Lei 10.406/02: art 1.179. “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a 
seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a 
levantar o Balanço Patrimonial e o de Resultado Econômico.” 
 
É com base na escrituração dos livros contábeis que as empresas 
elaboram os seus demonstrativos contábeis. As Sociedades Anônimas (S/A), que têm 
seu capital dividido em ações, segue o que determina a Lei 6404/ 76 e suas alterações. 
As demais sociedades, seguem o que está previsto na Lei 10.406/02 (Código Civil). 
Esses demonstrativos são assinados pela Administração da Empresa e pelo Contabilista 
responsável. 
 
Observação: 
- segundo o Novo Código Civil, todas as empresas devem elaborar o Balanço 
Patrimonial e o de Resultado Econômico (Demonstração do Resultado do Exercício) 
e seguir um sistema de contabilidade; 
- as demonstrações contábeis devem ser elaboradas com observância das disposições 
das leis comerciais e fiscais e devem estar transcritas no Livro Diário, completando-se 
com as assinaturas do contabilista e do titular representante legal da empresa; 
- a dispensa de escrituração do Livro Diário para micro e pequenas empresas só é válida 
para fins FISCAIS, e não SOCIETÁRIOS. 
 
Balanço Patrimonial (Seção III da Lei 6404/76) 
 
É a demonstração que tem por finalidade expressar os elementos 
financeiros e patrimoniais de uma entidade, através da apresentação ORDENADA de 
suas aplicações de recursos (Ativo) e das origens desses recursos (Passivo). Os 
elementos do patrimônio serão agrupados de modo a facilitar o conhecimento e a 
análise da situação financeira das entidades. 
Tem por objetivo evidenciar a situação patrimonial da entidade em um 
dado momento, após a contabilização de todos os fatos consignados na escrituração 
contábil. É considerado como um demonstrativo contábil estático. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
 
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Balanço Patrimonial, elaborado em: 
Nome da Empresa 
CNPJ: 
1. ATIVO 2. PASSIVO 
1.1Circulante 
 
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 
1.2.1 Realizável a Longo Prazo 
1.2.2 Investimentos 
1.2.3 Imobilizado 
1.2.4 Intangível 
 
2.1Circulante 
 
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
 
2.3 Patrimônio Líquido 
Capital Social 
Reservas de Capital 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Reservas de Lucros 
(-) Ações em Tesouraria 
(-) Prejuízos Acumulados 
 
 
Lei 6404/76 - Art. 178. 
 No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do 
patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da 
situação financeira da companhia. 
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau 
de liquidez1 dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
 I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos, em 
ordem decrescente de exigibilidade: 
I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de 
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de 
compensar serão classificados separadamente. 
 
Ativo 
 
1 Capacidade do ativo ser transformado em dinheiro (bens numerários). Um bem ou 
direito, quanto mais próximo estiver de se transformar em dinheiro, mais liquidez ele possuirá. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
 
47 
 
 Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do 
exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício 
seguinte; 
 II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do 
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos 
a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes 
no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto 
da companhia; 
 III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitosde qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se 
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
 IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com 
essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os 
benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 V - diferido (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à 
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de 
comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá 
por base o prazo desse ciclo. 
Passivo Exigível 
 Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de 
direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se 
vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em 
prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
Resultados de Exercícios Futuros 
 Art 181 (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art79
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art79
 
48 
 
Patrimônio Líquido 
 Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada. 
 § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: 
 a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte 
do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância 
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de 
debêntures ou partes beneficiárias; 
 b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
 c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela 
Lei nº 11.638,de 2007) 
 d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela 
Lei nº 11.638,de 2007) 
 § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. 
 § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não 
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as 
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e 
do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei 
ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na 
competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
 § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia. 
 § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da 
conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua 
aquisição. 
Critérios de Avaliação do Ativo 
 Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes 
critérios: 
 I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e 
títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: 
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou 
disponíveis para venda; e (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
 
49 
 
 b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme 
disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este 
for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Incluída 
pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da 
companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em 
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo 
ao valor de mercado, quando este for inferior; 
 III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, 
ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de 
provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver 
comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, 
sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; 
 IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para 
atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de 
aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; 
 V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do 
saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; 
 VI – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição 
deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 
2007) 
 VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão 
ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. 
(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser 
repostos, mediante compra no mercado; 
 b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante 
venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e 
a margem de lucro; 
 c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. 
 d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, 
decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na 
ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: (Incluída 
pela Lei nº 11.638,de 2007) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
 
50 
 
 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro 
instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; (Incluído pela Lei nº 
11.638,de 2007) 
 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos 
financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 
2007) 
 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de 
instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 § 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será 
registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por 
objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou 
obsolescência; 
 b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na 
aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com 
existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por 
prazo legal ou contratualmente limitado; 
 c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, 
de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa 
exploração. 
 § 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos 
valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de 
interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando 
comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse 
valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil 
econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído 
pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser 
avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela 
técnica contábil. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
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Critérios de Avaliação do Passivo 
 Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os 
seguintes critérios: 
 I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto 
sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor 
atualizado até a data do balanço; 
 II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão 
convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; 
 III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante 
serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito 
relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
Grupos do Balanço Patrimonial 
 
Ativo 
Ativo Circulante representa os valores de curto prazo, ou seja, que se realizarão em 
dinheiro até o término do exercício social subsequente (1 ano). As contas são 
classificadas nessa ordem: 
Caixa 
Bancos 
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata 
Valores a Receber 
Estoques 
Despesas Antecipadas 
 
Ativo Não Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo representa os valores de longo prazo, ou seja, 
direitos realizáveis, inclusive empréstimos compulsórios, estoques, adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou 
participantes no lucro e as aplicações de recursos em despesas antecipadas, realizáveis 
após o término do exercício social subsequente (mais de 1 ano). 
Investimentos: compreende as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante ou realizável a longo 
prazo, que não constituam negócios usuais na exploração do objeto da Cia. Outros 
exemplos: imóveis para renda, obras de arte, florestas destinadas à proteção do solo ou à 
preservação do meio ambiente. 
 
Imobilizado: compreende os direitos que tenham por objeto bens destinados à 
manutenção das atividades da Cia, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de 
propriedade industrial ou comercial. Exemplos: bens tangíveis, florestas destinadas à 
exploração dos respectivos frutos e as de corte para comercialização, consumo ou 
industrialização (com prazo superior a dois anos), qualquer importância destinada à 
aplicação de terras, desde que não sejam para revenda (estoques) ou para preservação do 
meio ambiente (investimentos). Recomenda-se a leitura da Resolução CFC nº 1025, 
de 15 de abril de 2005 (Aprova a NBC T 19.1 – Imobilizado). 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
 
52 
 
Intangíveis: são os direitos que tenham por objeto à manutenção das atividades da 
empresa, aplicados em bens intangíveis; é um ativo não-monetário identificável sem 
substância física. Exemplo: marcas, patentes de invenção, software, fundo de comércio 
adquirido, títulos de periódicos, softwares, receitas, fórmulas, licenças e franquias etc. 
Esse grupo passa a ser formado por contas que estavam em outros grupos do ativo 
permanente e novas transações que representem bens incorpóreos. O critério de 
avaliação é o custo de aquisição, menos a amortização e a perda por desvalorização, se 
for o caso. Recomenda-se a leitura da Deliberação CVM nº 553, de 12 de 
novembro de 2008 – Ativos Intangíveis. 
 
Passivo 
Passivo Circulante compreende as obrigações ou dívidas de curto prazo, ou seja, 
com prazo de vencimento até o término do exercício social subseqüente (até 1 ano). 
 
Passivo Não Circulante compreende as obrigações de longo prazo, ou seja, com 
prazo de vencimento após o término do exercício social subseqüente (mais de 1 ano). 
 
Patrimônio Líquido 
Corresponde à diferença entre os valores que compõem o Ativo e 
Passivo . Segundo a Lei 6.404/76 e suas alterações o PL está dividido em: 
Patrimônio Líquido 
 Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada. 
 § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: 
 a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte 
do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância 
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversãoem ações de 
debêntures ou partes beneficiárias; 
 b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
 c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela 
Lei nº 11.638,de 2007) 
 d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela 
Lei nº 11.638,de 2007) 
 § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. 
 § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não 
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as 
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e 
do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei 
ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
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53 
 
competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
 § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia. 
 § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da 
conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua 
aquisição. 
Resumo 
Capital Social subdivide-se em: 
- Capital Subscrito: compromisso assumido pelos sócios ou acionistas; 
- Capital Realizado: pagamento efetivo do compromisso assumido pelos sócios ou 
acionistas; 
- Capital a Realizar: parcela do compromisso assumida pelos proprietários (sócios ou 
acionistas) ainda não quitada (paga). 
Observação: capital autorizado: quando o estatuto contém autorização para aumento do 
capital social independente de reforma estatutária. 
Reservas  são parcelas do PL que excedem o valor do capital social integralizado e 
se subdividem-se em: 
 
Reservas de Capital: são contribuições recebidas dos proprietários e/ou de terceiros que 
não representam receitas ou ganhos e que, portanto, não devem transitar por contas de 
resultado. 
 
Reservas de Lucros: são as contas constituídas pela retenção de lucros da Cia. 
Representam lucros reservados e constituem garantia e segurança adicional para a 
saúde financeira da Cia, porque são lucros contabilmente realizados que ainda não 
foram distribuídos aos sócios ou acionistas. A constituição da reserva é feita conforme 
lançamento abaixo: 
D: Lucros Acumulados 
C: Reserva de Lucros 
 
Quando tais reservas deixarem de ter fundamento, seu valor deve ser revertido e 
distribuído: 
D: Reserva de Lucro 
C: Dividendos 
 
São reservas de lucros: 
- Reserva Legal; 
- Reservas Estatutárias; 
- Reservas para Contingências; 
- Reserva de Incentivos Fiscais; 
- Reserva de Retenção de Lucros; 
- Reservas de Lucros a Realizar; 
- Reserva Especial para Dividendos Obrigatórios Não Distribuídos. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
 
54 
 
 
 
 
Ajustes de Avaliação Patrimonial: a Lei 11.638/07 substituiu a faculdade de reavaliar 
bens pela obrigação de ajustar o valor dos ativos e passivos a preço de mercado. Um dos 
casos em que essa regra se aplica é quando houver operação de incorporação, fusão ou 
cisão vinculadas a uma efetiva alienação de controle que tenha sido realizada entre 
partes independentes (isso exclui sociedades que façam parte do mesmo grupo 
econômico). Segundo a Lei, serão classificados como ajustes de avaliação patrimonial, 
enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao princípio da 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a 
elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. 
Outro exemplo de aplicação do ajuste, é com relação aos instrumentos financeiros 
(inclusive derivativos). 
 
Ações em Tesouraria: representam as ações compradas pertencentes a própria empresa; 
conta retificadora de PL. 
Prejuízos Acumulados: resultados contábeis acumulados de exercícios anteriores. 
 
 (...) 
CAPÍTULO XXV 
Disposições Gerais 
 
 Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial 
da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a 
sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na localidade em que 
está situada a sede da companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 
 § 1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as publicações 
ordenadas por esta Lei sejam feitas, também, em jornal de grande circulação nas 
localidades em que os valores mobiliários da companhia sejam negociados em bolsa ou 
em mercado de balcão, ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua ampla 
divulgação e imediato acesso às informações. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 
 § 2º Se no lugar em que estiver situada a sede da companhia não for editado jornal, 
a publicação se fará em órgão de grande circulação local. 
 
 § 3º A companhia deve fazer as publicações previstas nesta Lei sempre no mesmo 
jornal, e qualquer mudança deverá ser precedida de aviso aos acionistas no extrato da 
ata da assembléia-geral ordinária. 
 § 4º O disposto no final do § 3º não se aplica à eventual publicação de atas ou 
balanços em outros jornais. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9457.htm#art1
 
55 
 
 § 5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei deverão ser arquivadas no registro 
do comércio. 
 § 6º As publicações do balanço e da demonstração de lucros e perdas poderão ser 
feitas adotando-se como expressão monetária o milhar de reais.(Redação dada pela Lei nº 
9.457, de 1997) 
 § 7o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, as companhias abertas 
poderão, ainda, disponibilizar as referidas publicações pela rede mundial de 
computadores. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) 
 (...) 
 Art. 294. A companhia fechada que tiver menos de vinte acionistas, com 
patrimônio líquido inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), poderá: (Redação 
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) 
 I - convocar assembléia-geral por anúncio entregue a todos os acionistas, contra-
recibo, com a antecedência prevista no artigo 124; e 
 II - deixar de publicar os documentos de que trata o artigo 133, desde que sejam, 
por cópias autenticadas, arquivados no registro de comércio juntamente com a ata da 
assembléia que sobre eles deliberar. 
 § 1º A companhia deverá guardar os recibos de entrega dos anúncios de 
convocação e arquivar no registro de comércio, juntamente com a ata da assembléia, 
cópia autenticada dos mesmos. 
 § 2º Nas companhias de que trata este artigo, o pagamento da participação dos 
administradores poderá ser feito sem observância do disposto no § 2º do artigo 152, 
desde que aprovada pela unanimidade dos acionistas. 
 § 3º O disposto neste artigo não se aplica à companhia controladora de grupo de 
sociedade, ou a ela filiadas. 
(...) 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10303.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10303.htm#art2
 
56 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
 
De acordo com a Lei 6.404/76 a DRE possui as seguintes particularidades: 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
Conceito, objetivo, periodicidade e elaboração 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, das 
operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a 
destacar o resultado líquido do período. 
A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a 
formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os 
correspondentes custos e despesas. 
É vedada a compensação de receitas, custos e despesas. 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
 Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: 
 I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e 
os impostos; 
 II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto; 
 III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as 
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
 IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o 
imposto; 
 VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos 
de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; 
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital 
social. 
 § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: 
 a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua 
realização em moeda; e 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
 
57 
 
 b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a 
essas receitas e rendimentos. 
 § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela 
Lei nº 11.638,de 2007) 
 (...) 
Lucro 
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda 
 Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer 
participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. 
 Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos 
lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. 
Participações 
 Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes 
beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros 
que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. 
 Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e 
das partes beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201. 
Lucro Líquido 
 Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer 
depois de deduzidas as participações de que trata o artigo 190. 
Proposta de Destinação do Lucro 
 Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da 
administração da companhia apresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o 
disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada ao 
lucro líquido do exercício. 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art10
 
58 
 
Demonstração de Resultado do Exercício 
 
Receita Bruta das Vendas e Serviços 
( - )Deduções das Vendas 
 ( - ) Devoluções de Vendas 
 ( - ) Abatimentos sobre Vendas 
 ( - ) Impostos Incidentes sobre Vendas 
 ( - ) Descontos Incondicionais (Comerciais) 
( = ) Receita Líquida das Vendas e Serviços 
( - ) Custo das Mercadorias Vendidas e Serviços 
( = ) Lucro Bruto (ou Prejuízo Bruto) 
( - ) Despesas Operacionais 
( - ) Administrativas 
( - ) Vendas 
( - ) outras despesas operacionais 
( +/- ) Resultado Financeiro Líquido (Despesas Financeiras menos as Receitas 
Financeiras) 
(=) Lucro ou prejuízo operacional 
( +/- ) Outras Receitas e Despesas 
( = ) Lucro (ou Prejuízo) antes do Imposto de Renda e Contribuição Social 
( - ) Provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social 
( = ) Lucro (ou Prejuízo) depois do Imposto de Renda e Contribuição Social 
( - ) Participações 
 ( - ) Debêntures 
 ( - ) Empregados 
 ( - ) Administradores 
 ( - ) Partes beneficiárias 
 ( - ) Fundo de Assistência e Previdência dos Empregados 
( = ) Lucro Líquido (ou Prejuízo Líquido) 
 
 
 Lucro líquido por ação ou quotas = lucro líquido 
 n.º ações ou quotas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Grupos da Demonstração de Resultado 
 
Receita Bruta das Vendas e Serviços: é formada pela receita principal da empresa, ou 
seja, das atividades fins da entidade. Podemos citar: as vendas de produtos (na 
indústria), de mercadorias (no comércio) e serviços (empresa prestadora de serviço). 
Deduções das Vendas: neste item serão deduzidas as devoluções de vendas, os 
abatimentos sobre vendas, os descontos incondicionais (comerciais) e os impostos 
incidentes (ICMS, PIS, COFINS e ISS), que estão incluídos na receita bruta 
correspondente. 
Receita Líquida das Vendas e Serviços: é a diferença entre a Receita Bruta e as 
Deduções das Vendas, sendo considerada como a receita real da empresa, pois, os 
impostos e contribuições incidentes serão repassados aos órgãos públicos, e as 
devoluções de vendas, porventura ocorridas, deverão ser abatidas da receita bruta. Na 
realidade, pelo fato dos produtos (indústria) ou mercadorias (comércio) terem sido 
devolvidos, deixaram de ser verdadeiras receitas. 
Custo das Mercadorias Vendidas e Serviços: incluem os gastos para produzir um 
produto (na indústria), adquirir uma mercadoria (no comércio) ou prestar um serviço 
(empresa prestadora de serviço). Representa os esforços de produção, comercialização 
ou execução dos serviços. Dessa forma, existe o confronto entre o valor da venda e o 
quanto “custou” (qual foi o sacrifício) para obter essa venda. Quando tratar-se de uma 
indústria teremos o “Custo dos Produtos Vendidos”. É importante destacar o papel da 
chamada Fórmula Fundamental: CMV = Estoque Inicial + Compras (líquidas de ICMS) 
– Estoque Final. 
Lucro Bruto (ou Prejuízo Bruto): representa a diferença entre a Receita Líquida das 
Vendas e Serviços e o Custo das Mercadorias Vendidas e Serviços. 
Despesas e Receitas Operacionais: as despesas e receitas operacionais ocorrem no 
desenvolvimento da atividade operacional da empresa e são agrupadas, para fins de 
análise, em: 
a) Administrativas: as despesas administrativas estão atreladas à atividade da área 
administrativa da empresa, ou seja, em sua gestão. Ex: aluguel do escritório da 
administração, consumo de energia elétrica da administração, honorários da 
diretoria, despesas judiciais, salário do pessoal administrativo, entre outros; 
b) Vendas: são despesas inerentes a atividade de venda de mercadorias, produtos 
ou serviços. Mais especificamente, essas despesas referem-se aos gastos com 
promoção, comercialização e distribuição dosprodutos da empresa. 
Ex.: comissões sobre vendas, despesas com viagens de vendedores, propaganda e 
publicidade, despesas com entrega de mercadorias ou produtos vendidos, salário do 
pessoal de vendas, perdas estimadas com devedores duvidosos etc; 
c) Resultado Financeiro Líquido: representa a diferença entre as despesas 
financeiras e as receitas financeiras. As Despesas Financeiras são oriundas, 
principalmente, da utilização de capitais de terceiros. Como exemplos de 
despesas financeiras temos: juros de empréstimos e financiamentos, variação 
cambial de obrigações, correção monetária de obrigações, despesas com 
desconto de títulos, comissões e despesas bancárias, descontos concedidos a 
terceiros pelo pagamento antecipado de títulos e outros. 
 
60 
 
Por outro lado, as receitas financeiras são provenientes, em quase sua totalidade, no 
caso de empresas comerciais e industriais, de investimentos em aplicações 
financeiras nas instituições bancárias ou correção monetária e juros cobrados pela 
empresa de seus clientes pelo atraso no pagamento de títulos. 
 
d) Outras Receitas e Despesas : devem ser classificadas neste grupo todas as 
receitas e despesas não classificadas em Administrativas, Vendas e Financeiras. 
Este grupo é entendido como sendo formado por operações acessórias ao objeto 
social da empresa e, são exemplos: lucros ou prejuízos de participações em 
outras empresas quando esses investimentos estão sendo avaliados pelo método 
da equivalência patrimonial; e receita de dividendos provenientes de 
investimentos em outras empresas que estão sendo avaliadas pelo custo. 
 
Lucro (ou Prejuízo) antes do Imposto de Renda e Contribuição Social: representa a 
diferença entre o Lucro Operacional (ou Prejuízo) e os Resultados Não Operacionais. 
Esse lucro ou prejuízo, considerado como contábil, para o caso do cálculo do Imposto 
de Renda, será transferido para o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), para 
apuração do valor do Imposto de Renda Pessoa Jurídica pelas empresas tributadas com 
base no lucro real (lucro tributável). 
Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social: é o valor que será recolhido 
aos cofres públicos, de acordo com o prazo estipulado pelo governo federal e sempre 
respeitando a legislação do período. Cabe destacar que este pode ser segregado em 
resultado corrente e resultado diferido (este pode ser positivo). 
Lucro (ou Prejuízo) depois do Imposto de Renda e Contribuição Social: se lucro, 
será a base de cálculo para distribuições à título de Participações, normalmente 
previstas no contrato ou estatuto social da empresa. 
Participações: serão calculadas, sucessivamente, na seguinte ordem: 
a) Debêntures: as debêntures são títulos de longo prazo, emitidos pelas 
Sociedades por Ações, que podem dar direito, aos seus detentores, a juros, 
correção monetária, participação nos lucros e, evidentemente, a devolução 
do principal da dívida. 
b) Empregados: parte dos lucros da empresa poderão ser distribuídos aos 
empregados de acordo com as decisões tomadas pela administração e ou 
estabelecido em convenção coletiva de acordo com a categoria profissional 
da entidade (Sindicato dos Empregados), ou de acordo com a legislação 
vigente. 
c) Administradores: geralmente é definido no estatuto ou no contrato social, 
da empresa, um determinado percentual a ser distribuído aos 
administradores da empresa. 
d) Partes beneficiárias: partes beneficiárias são títulos mobiliários, avessos ao 
capital da empresa, que podem dar direito aos seus possuidores de uma 
participação nos lucros, por um determinado período. 
 
 
 
61 
 
e) Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou 
Previdência de Empregados: são contribuições apuradas por um 
percentual do lucro que será revertido à entidades preestabelecidas, 
normalmente a Fundações, que tratam da complementação de 
aposentadoria dos empregados da empresa. 
 
Lucro Líquido (ou Prejuízo): é o último resultado da DRE, representando, portanto, a 
confrontação entre todas as receitas realizadas pela empresa e todas as despesas 
incorridas em um determinado período. Este resultado será transferido para o 
Patrimônio Líquido, de onde será efetuada a destinação do resultado. 
Lucro ou Prejuízo por Ação: é o resultado do exercício dividido pelo número de 
ações em que se divide o Capital Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
 
 
EXEMPLOS DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Balanço Patrimonial, elaborado em: 
Nome da Empresa 
CNPJ: 
1. ATIVO 2. PASSIVO 
1.1Circulante 
 
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 
1.2.1 Realizável a Longo Prazo 
1.2.2 Investimentos 
1.2.3 Imobilizado 
1.2.4 Intangível 
 
2.1Circulante 
 
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
 
2.3 Patrimônio Líquido 
Capital Social 
Reservas de Capital 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Reservas de Lucros 
Ações em Tesouraria 
Prejuízos Acumulados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
NOME DA EMPRESA 
CNPJ: 
Período: 
Receita Bruta de Vendas e Serviços 
(-) Deduções 
- Impostos, Devoluções, Abatimentos, Descontos Incondicionais 
 
= Receita Líquida de Vendas e Serviços 
(-) CMV/CSP/CPV 
 
= Resultado (Lucro/Prejuízo) Bruto Operacional 
(-) Despesas Operacionais 
 * Com Vendas 
 * Administrativas 
 * outras despesas operacionais 
(+ -) resultado financeiro líquido 
 
= Resultado (Lucro/Prejuízo) Líquido Operacional 
(+-) Outras receitas e despesas 
 
= Resultado (Lucro/Prejuízo) Líquido do Exercício antes do Imposto de Renda e da 
Contribuição Social Sobre o Lucro 
(-) Imposto de Renda 
(-) Contribuição Social Sobre o Lucro 
 
(=) Resultado (Lucro/Prejuízo) do Exercício antes das Participações 
(-) Participações 
 Debenturistas 
 Empregados 
 Administradores 
 Partes Beneficiárias 
 Fundo de Assistência 
= Resultado (Lucro/Prejuízo) do Exercício 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 
Estrutura: 
Saldo no início do período (+-) 
+- Ajustes de períodos de apuração anteriores 
= Saldo inicial ajustado e corrigido 
+ Reversão de reservas de lucros 
+- Resultado Líquido do Exercício (DRE) 
(-) Constituição de Reservas de Lucros 
(-) Capitalização de Lucros 
(-) Dividendos ou Lucros Creditados ou Distribuídos 
(+-) Outras Movimentações 
= Saldo no final do período (+-) 
Dividendo por ação do capital social (realizado) = Dividendos Creditados / Nº de Ações 
 
Estrutura da Demonstração das Mutações do PL: 
Descrição das Mutações Capital 
Realizado 
Reservas 
de Capital 
Ajustes de 
Avaliação 
Patrimonial 
Reservas 
de Lucros 
Lucros ou 
Prejuízos 
Acumulados 
Ações em 
Tesouraria 
Total 
Saldos em 31/12/X1 
+- Ajustes de Períodos 
Anteriores 
 + 
- 
 
 
+ 
- 
Reversão de Reservas de 
Lucros 
 - + 
Integralização de Capital 
a Realizar 
+ + 
Resultado Líquido do 
Exercício 
 +- -2 
Formação de Reservas 
de: 
 
Lucro + - 
Capital + + 
Ajustes de Avaliação 
Patrimonial 
 +- +- 
Capitalização de 
Reservas 
+ - - 
Capitalização de Lucros + - 
Dividendos ou Lucros 
Creditados 
 - - 
Aumento de Capital 
efetuado por sócios ou 
acionistas 
+ + 
Ações em Tesouraria 
+- Outras Mutações +- 
Saldo no Final do Período 
 
Dividendo por Ação do Capital Social: = Dividendos Creditados / Nº Ações 
Obs: a coluna da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados representa a DLPA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 A conta de Lucros Acumulados não pode figurar no Balanço Patrimonial. 
 
65 
 
Demonstraçõesdos Fluxos de Caixa 
 
Tornou-se obrigatória com a mudança da Lei 6404/76, através da Lei 11.638/07, para 
todas as Cias abertas e, para as fechadas, com PL igual ou superior a R$ 2 milhões. À 
semelhança da DOAR, também visa identificar as modificações ocorridas na posição 
financeira da empresa. No caso da DFC, a posição financeira retratada é a de curtíssimo 
prazo, representada pelo saldo do disponível. 
Disponível = Caixa + Bancos + Aplicações Financeiras de liquidez imediata 
 
DFC Método Indireto 
A DFC pelo método indireto é muito similar à DOAR, com a diferença que as 
variações do AC (exceto do Disponível) e do PC passam a integrar as origens e aplicações de 
recursos da demonstração. Conforme já analisado, aumentos no AC representam aplicações e 
diminuições, origens. O inverso ocorre com as contas do PC. Faz a conciliação entre lucro 
líquido e o caixa gerado pelas operações, por isso é também conhecido como método de 
reconciliação. 
 
I – FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 
 (+_ ) Resultado Líquido do Exercício (Lucro ou Prejuízo) 
Ajustes para conciliar o resultado às disponibilidades geradas pelas atividades operacionais: 
+ Despesas de Depreciação, Amortização e Exaustão 
+ Perda por Equivalência Patrimonial 
+ Prejuízo na Venda de Bens e Direitos do AP 
+ Recebimentos no Período Classificado como REF 
(-) Ganhos por equivalência Patrimonial 
(-) Lucro na venda de Bens e Direitos do AP 
(-) Transferência de REF para o Resultado do Exercício 
(+-) Ajustes de Exercícios Anteriores 
(+-) Outras despesas e receitas que não afetam o CCL 
Variações nos ativos e passivos (não disponível) 
+ Aumentos nas contas do PC 
(-) Aumento nas Contas do AC 
= Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais 
 
II - FLUXOS DE CAIXAS DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS 
(-) Aquisição de Bens e Direitos do AP 
+ Recebimentos por vendas de ativos permanentes 
(-) Empréstimos concedidos 
+ Recebimentos por empréstimos 
= Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas ) atividades de investimentos 
 
III - FLUXOS DE CAIXAS DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS 
+ Integralização de Capital 
(-) Pagamentos de dividendos 
+ Empréstimos Tomados 
(-) Pagamentos de Empréstimos/debêntures 
= Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos. 
 
IV – Variação Líquida do Disponível (I + II + III) 
 
V – Saldo inicial do disponível 
 
VI – Saldo Final do Disponível (IV + V) 
 
 
66 
 
Obs: se as contas do PC e do AC tiverem diminuições em vez de aumentos, basta inverter 
os sinais: onde está + coloca-se (-) e vice-versa. 
 
DFC Método Direto 
Corresponde a uma descrição do fluxo de entradas e saídas no Disponível 
durante o exercício. O fluxo do Disponível pode ser esquematizado da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
RECEBIMENTOS PAGAMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Fluxos de caixa originados das Atividades Operacionais 
+ Valores recebidos de clientes 
(-) Valores pagos a fornecedores e empregados 
(-) IR e contribuição social pagos 
(-) Pagamentos de contingências 
+ Recebimentos por reembolso de seguros 
+ Recebimentos de lucros, dividendos e juros s/ capital próprio 
+ Juros Recebidos 
(-) Juros Pagos 
+ - Outros recebimentos e pagamentos líquidos 
= Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas ) atividades operacionais 
 
2. Fluxos de caixa originados das Atividades de Investimentos 
(-) Compras de Imobilizado 
(-) Aquisições de ações/cotas 
+ Recebimento por vendas de ativos permanentes 
+ Juros recebidos de contratos de mútuos 
= Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas ) atividades de investimentos 
 
3. Fluxos de caixa originados das Atividades de Financiamentos 
+ Integralização de Capital 
(-) Pagamentos de lucros e dividendos 
+ Empréstimos tomados 
(-) Pagamentos e empréstimos/debêntures 
 
 
 
 
 
 
Entrada de Recursos 
- Créditos Operacionais 
- Resgate de Aplicações Financeiras 
- Obtenção de empréstimos e 
financiamentos 
- Receitas Recebidas Antecipadamente 
- Integralização e/ou aumento de capital 
- Receitas de vendas, serviços e outras 
- Dividendos de investimentos avaliados 
pelo custo 
- Outros 
 
Disponível 
 
Saída de Recursos 
- Compra de mercadorias e insumos 
- Despesas antecipadas 
- Depósitos Judiciais 
- Empréstimos a sócios 
- Compra de imobilizado 
- Aplicações no AP investimento ou diferido 
- Pagamento de obrigações 
- Devolução de Capital 
- Custos e Despesas 
- Dividendos 
- Outros 
 
67 
 
4. Variação Líquida do disponível (1 + 2 + 3) 
 
5. + Saldo inicial do disponível 
 
6 = Saldo final do disponível (4 + 5) 
 
Observação: - a diferença entre a DFC no método direto e indireto reside apenas na forma de 
apresentar os recursos derivados das operações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
 
Valor Adicionado ou Valor Agregado representa a riqueza criada por uma 
entidade num determinado período de tempo (normalmente um ano). Podemos afirmar que a 
soma das importâncias agregadas representa, na verdade, a soma das riquezas criadas. A riqueza 
total de um país pode ser obtida pela soma dos valores agregados pelos seus agentes 
econômicos, ou seja pelas pessoas físicas, pessoas jurídicas com fins lucrativos, o governo, 
associações, fundações, demais entidades sem fins lucrativos etc. O somatório dos valores 
agregados por todos esses agentes é conhecido pelo nome de Produto Interno Bruto (PIB). 
 
A DVA pode ser apresentada da seguinte forma: 
 
I – Geração do Valor Adicionado – Elementos 
Receitas Operacionais e não Operacionais 
(-) Custos das Mercadorias, Produtos e Serviços Vendidos 
(-) Serviços adquiridos de terceiros 
(-) Materiais e Insumos, Energia, Comunicação, Propaganda etc. 
(-) Perda na Realização de Ativos 
(-) Outros Valores 
= Valor Bruto Adicionado 
(-) Despesa de Depreciação, Amortização e Exaustão 
= Valor Adicionado Líquido 
+ Valores remunerados por terceiros (Juros, Aluguéis, Equivalência Patrimonial, dividendos de 
investimentos avaliados pelo custo, receitas financeiras e outros) 
= Valor Adicionado à Disposição da Empresa...................................................... 100% 
 
II – Distribuição do Valor Adicionado 
Remuneração do Trabalho.................................................................................................% 
Remuneração do Governo (impostos e contribuições)......................................................% 
Remuneração do capital de terceiros (juros, aluguéis etc.)................................................% 
Remuneração do capital próprio (dividendos, juros s/capital próprio e lucros retidos).....% 
Outros.................................................................................................................................% 
= Total do valor distribuído (igual ao total gerado)

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