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Coleção Resumão Jurídico - Direito do Consumidor - Ana Claudia Silva Scalquette e Rodrigo Arnomi Scalquette


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ANA CLÁUDIA SILVA SCALQUETTE
Resumão Jurídico l i
E RODRIGO ARNONI SCALQUETTE
Direito do Consumidor
0 Código de Defesa do Consumidor - CDC (Lei 
8.078/90) aplica-se a todas as relações de consumo. 
Para que se. configure uma relação de consumo é pre­
ciso ter o consumidor de um lado e o fornecedor do 
outro e, entre eles, um produto ou um serviço.
DEFINIÇÕES
O consumidor é toda pessoa física Ou jurídica que 
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatá­
rio final (art. 2o).
Dessa primeira definição, podemos extrair que o 
consumidor pode ser tanto uma pessoa física como 
uma pessoa jurídica.
A pessoa jurídica como consumidora
A questão da pessoa jurídica como consumidora é 
tema que gera polêmica, pois, em tese, ela não seria 
tão vulnerável tendo meios para se defender contra as 
possíveis arbitrariedades do fornecedor.
Requisitos para que a pessoa jurídica possa ser 
reconhecida como consumidora:
a) os bens adquiridos devem ser bens de consumo e 
não bens de capital; isto é, qüe não Sejam, de qual­
quer forma, revendidos;
b) que o serviço tenha sido contratado para satisfazer 
a uma necessidade imposta por leí ou da própria 
natureza de seu negócio.
Coletividade de consumidores
O parágrafo único do artigo 2° prevê: “Equipara-se a 
consumidor, a coletividade de pessoas, ainda que indeter- 
mináveis, que haja intervindo nas relações de consumo”.
O CDC não trata somente daquele consumidor indivi­
dualmente considerado, mas de uma coletividade de con­
sumidores, que poderá ser observada nas definições dos 
interesses difusos, interesses ou direitos coletivos e inte­
resses individuais homogêneos previstas no artigo 81.
Consumidor por equiparação
Podemos encontrar outros dois conceitos de consu­
midor por equiparação no CDC:
a) no art. 17: “Para os efeitos desta seção, equiparam-se 
aos consumidores todas as vítimas do evento”. A se­
ção de que trata o artigo 17 é da Responsabilidade 
pelo Fato do Produto e do Serviço, ou seja, respon­
sabilidade pelos acidentes de consumo, equiparan- 
do aos consumidores todas as vítimas do evento. 
Exemplo: vítimas de acidentes aéreos que estives­
sem no solo, dentro de suas casas.
b) no art. 29: “Para fins deste capítulo e do seguinte, 
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas 
determináveis ou não, expostas às práticas nele pre­
vistas”. O capítulo a que se refere o artigo 29 é o 
das Práticas Comerciais, como a oferta, publicidade 
e práticas abusivas.
Definição de consumidor
Concluindo:
a) consumidor é a pessoa física ou pessoa jurídica que 
adquire produtos ou utiliza serviços como destina­
tário final (art. 2*);
b) a coletividade (parágrafo único do art. 20);
c) as vitimas dos acidentes de consumo (art. 17);
d) pessoas expostas às práticas comerciais (art. 29).
CONCEITO OE FORNECEDOR
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública 
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividades de pro­
dução, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercializa­
ção de produtos ou prestação de serviços (art. 3°).
O conceito de fornecedor é muito amplo, engloban­
do até mesmo os entes despersonalizados e as empre­
sas públicas (incluindo-se, nessa categoria, as conces­
sionárias e permissionárias de serviços públicos).
PRINCÍPIOS DO CÓDIGO 
DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Em seu artigo 4o, o CDC enumera alguns princí­
pios que devem ser atendidos na política nacional das
relações de consumo:
1. Princípio do reconhecimento da vulnerabilida­
de do consumidor - O consumidor é a parte mais 
fraca da relação de consumo, merecendo especial 
proteção do Estado.
2. Princípio do intervencionismo do Estado - Para 
garantir a proteção do consumidor, não só com a 
previsão de normas jurídicas, mas com um conjun­
to de medidas que visam o equilíbrio das relações 
de consumo, coibindo abusos, a concorrência des­
leal e quaisquer outras práticas que possam preju­
dicar o consumidor.
3. Principio da harmonização de interesses - 
Princípio que visa a garantir a compatibilidade 
entre o desenvolvimento econômico e o atendi­
mento das necessidades dos consumidores, com 
respeito à sua dignidade, saúde e segurança.
4. Princípios da boa-fé e da equidade - Para garan­
tir o equilíbrio entre consumidores e fornecedo­
res, buscando a máxima igualdade em todas as 
relações, com ações pautadas na veracidade e 
transparência.
5. Princípio da transparência - Garantido pela educa­
ção para o consumo e, especialmente, pela infor­
mação clara e irrestrita ao consumidor e ao forne­
cedor sobre seus direitos e obrigações.
P r in c ípio s b á s ic o s
DO CONSUMIDOR
S Direito à proteção da vida, saúde e segurança contra 
o fornecimento de produtos ou serviços nocivos ou 
perigosos.
II - Direito à educação para o consumo, visando garantir 
a liberdade de escolha e ipaldade nas contratações.
III - Direito à informação adequada e clara sobre pro­
dutos e serviços, inclusive quanto aos riscos que 
eles possam apresentar.
IV - Direito à proteção contra a publicidade engano­
sa e abusiva e quaisquer outras práticas e métodos 
coercitivos ou desleais.
V - Direito à modificação das cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações desproporcionais ou 
revisão, em razão de fatos supervenientes, que as 
tornem excessivamente onerosas.
VI - Direito à prevenção e reparação de danos patri­
moniais, morais, coletivos e difusos.
VII Direito ao acesso aos órgãos judiciários e admi­
nistrativos para prevenção ou reparação de danos, 
assegurada a proteção jurídica, administrativa e 
técnica aos necessitados.
VIII - Direito à faciiitação da defesa de direitos, com 
a possibilidade de inversão do ônus da prova, a seu 
favor, no processo civil. Requisitos para a inver­
são: a) verossimilhança das alegações ou hipos- 
suficiênoia. do consumidor; b) a critério do juiz, 
segundo as regras ordinárias de experiência.
IX - Direito à adequada e eficaz prestação dos servi­
ços públicos em geral.
E com a simples colocação dos produtos ou servi­
ços no mercado que nasce a responsabilidade por danos 
causados aos destinatários, isto é, aos consumidores.
Objeto d a s Rela ç õ es
Produtos e serviços são o objeto das relações de 
consumo.
w im m m m m
O artigo 3o, § Io, traz a seguinte definição: “Pro­
duto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou 
imaterial”.
Classificação de bens quan to ã durabilidade
a) Bens duráveis - Bens que normalmente permitem 
muitos usos. Ex.: geladeiras, carros, etc.
b) Bens não duráveis - Bens que são consumidos em 
um ou em alguns poucos usos. Ex.: biscoito, pasta 
de dente, sabonete, etc.
mmumm
O artigo Í | § 2o, traz a seguinte definição: “Serviço 
é qualquer atividade fornecida no mercado de consu­
mo, mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista”.
Vale observar que as relações que envolvem as 
in stitu içõ es f in a n c e ira s e seus c lien tes são pro­
tegidas pelo Código do Consum idor. N esse sen­
tido, tem os a Súm ula 297 do STJ: “O Código de 
D efesa do Consum idor é aplicável às instituições 
financeiras” .
Da mesma forma, a Súmula 321 do STJ expressa: 
“O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à re­
lação jurídica entre a entidade de previdência privada 
e seus participantes”.
Por outro lado, destacamos que não são relações de 
consumo:
a) os interesses dc caráter trabalhista;
b) os tributos em geral.
Tarifas podem ser entendidas como o preço
r meio de concessão ou 
permissão, portanto, objetos de relação de 
consumo. Exemplos: contas de luz e telefone.
importante
Buscando a eficiência nos serviços públicos 
regulados, o ministro de Estadoda Justiça 
Tarso Genro, por meio da portaria 2,014, de 13 
de outubro de 2008, estabeleceu o tempo má­
ximo de espera para o contato com o atendente 
de telemarketing nos SACs, conforme segue: 
Regra geral: tempo máximo para contato direto 
com o atendente de telemarketing é de 60 (ses­
senta) segundos. Exceções:
• nos serviços financeiros o tempo é de 45 
(quarenta e cinco) segundos. Nas segundas- 
feiras, nos dias que antecedem ou sucedem 
os feriados e no 5 o dia útil de cada mês o 
tempo é de 90 (noventa) segundos.
« nos serviços de energia elétrica, o tempo so­
mente poderá ser maior do que 60 (sessen­
ta) segundos em atendimentos emergenciais 
nos casos de intermpção do fornecimento 
de energia elétrica a um grande número de 
consumidores, ocasionando elevada con­
centração de chamadas.
NATUREZA JURÍDICA
A base para a proteção do consumidor está entre 
os direitos e garantias fundamentais da Constituição 
Federal, no artigo 5o, inciso XXXII. Há também previsão 
de proteção ao consumidor no capítulo I, Título VII, da 
Constituição Federal, que trata dos princípios gerais da ati­
vidade econômica (art. 170, V). Essas previsões constitu­
cionais, além de conferir o caráter público e obrigatório da 
defesa do consumidor, permitem demonstrar o equilíbrio 
pretendido pelo legislador constitucional, pois a defesa do 
consumidor é princípio da ordem econômica.
Possibilidades de indenização
Pode o consumidor exigir alternativamente:
1, reexecução do serviço, sem custo adicional, o que pode­
rá ser feito por terceiros, por conta e risco do fornecedor;
2, restituição da quantia paga, atualizada, sem pre­
juízo das perdas e danos;
3, abatim ento proporcional do preço, havendo, por 
parte do consumidor, interesse em receber o servi­
ço, mesmo viciado.
Observação
Nos serviços que tenham por objetivo repa- | 
rar produtos, o fornecedor está obrigado a | 
empregar componentes de reposição origi- J 
nais adequados e novos ou que mantenham I 
especificações técnicas do fabricante, salvo, l 
quanto a estes últimos, se houver autoriza- I 
ção em con trário do consumidor.
Casos de responsabilização d ire ta 
do fornecedor im ediato
1. Fornecimento de produtos in natura, sem a identifi­
cação clara de seu produtor (art. 18, § 5o).
2. Quando a pesagem ou medição é feita pelo vende­
dor e o instrumento utilizado não estiver aferido 
segundo os padrões oficiais (art. 19, § 2o).
Prazos de reclamação
a) 30 dias para fornecimento de serviço e de produtos 
não duráveis.
b) 90 dias para fornecimento de serviço e produtos 
duráveis.
Inicia-se a contagem:
a) para vício aparente e de fácil constatação: da entrega efe­
tiva do produto ou do téimino da execução do serviço;
b) para vício oculto: desde o momento em que ficar 
evidenciado o vício.
Observação \
Obstam a decadência (prazo mpensivo): a) f 
a reclamação compravcidamente fomulada | 
perante o fornecedor, enquanto não houver res- I 
posta negativa correspondente; b) a instaura- | 
ção de inquérito civil (até seu encerramento). |
■ RESPONSABILIDADE NOS SERVIÇOS PÚBLICOS
O fornecimento de serviços públicos é garantido 
pelo artigo 6o, inciso X. É um dos direitos básicos do 
consumidor. Os órgãos públicos são obrigados a for­
necer serviços adequados, eficientes, seguros; quan­
to aos essenciais, devem ser contínuos (art. 22).
Responsabilização
Aos serviços públicos são aplicáveis os dois regi­
mes de responsabilização:
a) Pelo fato do serviço público - Responderão, inde­
pendentemente de culpa, pela reparação dos danos 
causados aos consumidores-usuários pelos defeitos 
relativos à prestação de serviços públicos, ou por 
informações insuficientes e inadequadas sobre so­
bre sua fruição e seu uso.
b) Pelo vício do serviço público - Os órgãos públi­
cos ou seus delegados podem ser compelidos judi­
cialmente a prestar serviços adequados, eficientes 
e seguros e a restabelecer os serviços essenciais se 
sofrerem descontinuidade.
Possibilidades de indenização
• Reparação do dano.
• Possibilidade de compelir as pessoas jurídicas for­
necedoras a cumprir as obrigações assumidas por 
tei ou por contrato.
■ DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
(art. 28, §2° a §5°)
A teoria da desconsideração da personalidade jurí­
dica é originária dos Estados Unidos, onde é chamada 
de disregard o f legal entity, e tem por finalidade des­
vendar a pessoa jurídica para permitir a responsabili­
zação dos sócios por obrigações assumidas.
Quando pode ocorrer
A desconsideração da personalidade jurídica pode 
ocorrer quando houver: 
t . abuso de direito;
2* excesso de poder;
3. infração da lei;
4. fato ou ato ilícito;
5. violação dos estatutos ou contrato social;
6. falência;
estado de insolvência;
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica pro­
vocado por má administração;
9. sempre que a personalidade jurídica for, de algu­
m a forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos 
causados aos consumidores.
Conseqüências
Responsabilização civil do sócio-gerente, adminis­
trador, sócio majoritário, acionista., controlador, entre 
outros, alcançando os respectivos patrimônios pessoais.
Outras regras
1. São solidariam ente responsáveis as empresas 
çonsorciadas (art. 28, § 2o).
2. São subsidiariam ente responsáveis as sociedades 
integrantes de grupos societários e as sociedades 
controladas (art. 28, § 3o).
3. As sociedades coligadas só responderão por culpa 
(a r t 28, § 4o).
■ OFERTA
“Toda informação ou publicidade, suficientemente 
precisa, veiculada por qualquer form a ou meio de 
comunicação, com relação a produtos ou serviços obri­
ga o fornecedor que a fizer veicular e integra o contrato 
que vier a ser celebrado.” Vigora, na oferta, o princípio 
da vinculação, ou seja, “prometeu tem de cumprir”.
Conseqüências para o fornecedor
1. A oferta passa a integrar o contrato.
2. A oferta obriga ao cumprimento.
A expressão “qualquer forma” significa que a ofer­
ta poderá ocorrer, dentre outros, por:
a) apresentação (ex.: vitrines);
b) informação (ex.: orçamentos, pedidos);
c) publicidade (ex.: anúncios nos meios de comunica­
ção, encartes, folhetos, mala direta).
Condição para que o fornecedor fique obrigado
Que a oferta seja suficientemente precisa.
Requisitos da oferta
• Ser correta.
• Ser clara.
• Ser precisa.
• Ser ostensiva.
• Ser em língua portuguesa.
Estas informações serão gravadas de forma indelével 
nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor.
Responsabilidade
Os fornecedores respondem, solidariamente, com 
seus empregados5 agentes e representantes, até mesmo 
autônomo, que em nome dele atuaram.
Possibilidades de indenização 
O consumidor pode, alternativamente:
1. exigir o cum prim ento forçado;
2. aceitar outro produto ou prestação de serviço 
equivalente, pagando ou recebendo a diferença;
3. rescindir o contrato mediante a restituição de 
quantia eventualmente antecipada, monetariamente 
atualizada, e composição de perdas e danos.
Oferta de componentes e peças de reposição
• Os fabricantes e importadores deverão assegurar a 
oferta de componentes e peças de reposição enquanto 
não cessar a fabricação do produto.
• Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser 
mantida por período razoável de tempo na forma da lei.
Oferta ou venda por telefone
• Deve constar o nome do fabricante e endereço na 
embalagem, publicidade ou qualquer outro impres­
so utilizado na transação comercial.
• É proibida a publicidade de bens e serviços por te­
lefone, quando a chamada for onerosa ao consumi­
dor que a realiza.
■ PUBLICIDADE
O Código de Defesa do Consumidor proibiu a 
publicidade enganosa e abusiva e disciplinou a maté­
ria segundo os seguintes princípios.
1. Princípio da identificação da publicidade (art. 36, caput): 
para evitar a publicidadeoculta e subliminar (aquela que 
não pode ser percebida diretamente pelo consciente do 
consumidor, embora o seja pelo seu subconsciente).
2. Principio da veracidade (art. 31, c/c art. 37, §§ 1° e 
3o): para coibir a publicidade enganosa.
3. Princípio da não-abusividade (art. 31 c/c art. 37, 
§ 2°): para coibir a publicidade abusiva.
4. Principio da transparência da fundamentação (art, 
36, parágrafo único): deve se fundamentar em da­
dos fáticos, técnicos e científicos.
5. Princípio da obrigatoriedade do cumprimento (arts. 
30 e 35): integra o contrato e obriga o fornecedor.
6. Princípio da inversão do ônus da prova (art. 38): é a 
inversão legal do ônus da prova; incumbe ao patro­
cinador o encargo da prova.
Classificação d a publicidade
a) Publicidade enganosa;
• inteira ou parcialmente falsa;
• capaz de induzir em erro o consumidor, até mes­
mo por omissão.
b) Publicidade abusiva:
• discriminatória de qualquer natureza;
• que incite à violência;
• que explore o medo ou a superstição;
• que se aproveite da deficiência de julgamento e 
experiência da criança;
• que desrespeita valores ambientais;
• que seja capaz de induzir o consumidor a se 
comportar de modo prejudicial ou perigosa à sua 
saúde ou segurança.
Possibilidades de indenização 
As mesmas da oferta.
■ TÉCNICAS PUBLICITÁRIAS
• Teaser - Mensagem que cria expectativas (ex.: 
“Aguarde o lançamento de um produto que poderá 
alterar sua rotina!”). A técnica não é vedada, pois 
visa a despertar a curiosidade do consumidor.
• Merchandising - É a técnica, normalmente utilizada na 
televisão, onde um produto ou serviço aparece de forma 
indireta, isto é, vinculado a uma cena do cotidiano do 
personagem. Deverá ser vedado quando o consumidor 
não puder reconhecer tratar-se de mensagem publi citaria, 
pois, nesse caso, desrespeita o principio da identificação.
• Puffing - É o exagero publicitário. Se o exagero for 
facilmente perceptível pelo consumidor, não será ve­
dado pelo CDC (ex.: “Melhor preço do planeta!”); 
se, ao contrário, puder comprometer o discernimento 
dele acerca do produto ou serviço, será vedado.
■ PRÁTICAS ABUSIVAS
As práticas abusivas estão descritas no artigo 39, 
que é rol exemplificativo e não taxativo, vejamos:
• Venda casada - Condicionar o fornecimento de um 
produto ou serviço ao fornecimento de outro produ­
to ou serviço. Fere o direito da livre escolha.
• Venda condicionada - Condicionamento da ven­
da, sem justa causa, a limites quantitativos.
• Recusa de fornecim ento - Tendo produtos em 
estoque, recusar o fornecimento aos consumido­
res. Pode ocorrer o cumprimento forçado da ofer­
ta. Também configura infração contra a economia 
popular (art. 2o, II da Lei 1.521/51).
« Remessa de p roduto ou fornecim ento dé servi­
ço sem prévia solicitação - A regra é a iniciativa 
do consumidor. Nessa hipótese, o fornecedor não 
terá direito a pagamento, pois o serviço prestado e
o produto remetido ou entregue serão considerados 
amostras grátis (art. 39, parágrafo único).
• Prevalecimento da fraqueza ou ignorância do consu­
m id o r -Para impingir-lhe seus produtos ou serviços.
• Exigir vantagem excessiva Para impedir abusos 
e assegurar o equilíbrio nas relações de consumo.
• Execução de serviços sem prévio orçam ento - O 
fornecedor de serviços, antes de iniciar a execução, 
está obrigado a entregar orçamento, que será válido 
pelo prazo de 10 dias, salvo estipulação em contrá­
rio (art. 40, §§ Io e 2o).
• Repasse de inform ação depreciativa sobre o con­
sum idor no exercício de seus direitos - Exemplo: 
informar que o consumidor ajuizou demanda.
• Descum prim ento de norm as - Não obedecer às 
normas expedidas por órgãos oficiais competentes.
• Recusa de venda de bens ou de prestação de 
serviços - Para quem se disponha a adquiri-los 
mediante pronto pagamento. É necessário o pronto 
pagamento, pois, se a prazo ou parcelado, o forne­
cedor poderá justificar a recusa.
® Elevação injustificada de preços - Qualquer elevação 
deve ser justificada para que se impeçam os abusos, 
t Prazos - Deixar de estipular prazo para cumpri­
mento de sua obrigação ou para seu início.
• Reaj ustes - Aplicação de índice ou fórmula de rea­
juste diverso do contratualmente estabelecido.
8! - T Á T IC A S COMERCIAIS
7.
8.
Resumão Jurídico
8 COBRANÇA DE DÍVIDAS
A cobrança de dívidas não poderá:
• expor o consum idor a ridículo;
• subm eter o consum idor a qualquer tipo de cons­
trangimento ou ameaça.
O consumidor cobrado em quantia indevida terá 
éreito:
• à repetição do indébito, pelo dobro do recebido 
em excesso mais ju ro s e correção m onetária des­
de o recebimento (art. 42, parágrafo único).
Nos docum entos de cobrança de débitos apre-
^ t a d o s ao consumidor, deverão constai o nom e,
0 endereço e o núm ero do CPF ou CN PJ do forne­
cedor do p roduto ou serviço correspondente.
1 BANCOS DE DADOS E CADASTROS 
DE CONSUMIDORES
Regras:
' Q u an to ao acesso - O consum idor terá acesso 
as inform ações sobre ele existentes (art. 43, ca­
pai). Im pedir ou dificultar o acesso às inform a­
ções pode configurar a infração penal do arti­
go 72. A Súm ula 359 do STJ assim expressa: 
“Cabe ao órgão m antenedor do cadastro de pro- 
:eção ao crédito a notificação do devedor antes 
às proceder à inscrição” .
: Q uan to à tra n s p a rê n c ia - Os cadastros deve­
rão ser objetivos e claros (art. 43, § Io, I a parte) 
; Q uan to à retificação - S e as inform ações de 
seus dados no cadastro forem inexatas, o consu­
m idor poderá exigir sua im ediata correção.
# beita a correção, o arquivista tem cinco dias 
úteis para com unicar a alteração aos destina­
tários e restabelecer a verdade (art. 43 , § 3o). 
Pode configurar infração penal do artigo 73.
- Q uanto à com unicação - O consum idor deve- 
sá ser com unicado por escrito, obrigatoriam en- 
lê, sobre todas as aberturas de cadastro, ficha, 
registro e dados pessoais e de consum o sem sua 
solicitação, para que as confira (art. 43, § 2o). 
Quanto ao p razo - Os bancos de dados não po- 
i r ã o conter informações negativas referentes a pe- 
r â d o superior a cinco anos (ait. 43, § 1* 2a parte). 
Nesse sentido, tem os tam bém a Súm ula 323
STJ: “A inscrição de inadim plente pode ser 
a&ntkfc nos serviços de proteção ao crédito 
no m áxim o, cinco anos” .
Lembram os que deixar d e corrig ir imediata- 
rr.eme inform ação sobre consum idor constante 
é s cadastro e banco de dados, dentre outros, 
configura infração penal do artigo 73 do CDC.
i CADASTRO DE FORNECEDORES
Qs órgãos públicos, p o r determ inação expres-
- r : Código de Defesa do Consum idor3 deverão 
cadastros atualizados de reclam ações fun­
dadas contra fornecedores de produtos e
K divulgação pública desses cadastros deverá 
ic ic re r anualm ente, indicando, até m esm o, se a 
■ e te a a ç â o foi atendida ou não pelo fornecedor.
Observação
Reclamação, fundamentada é a lesão ou 
j mteaça de lesão a direito de consumidor, 
a *ditada p o r órgão público de defesa do
- : nsumidor, a requerimento ou de ofício, 
considerada procedente, p o r decisão defini- 
~ j (art. 58, II, do Decreto 2.181/97).
- PROTEÇÃO ÇÔNTRATUAl
CDC trouxe um a lim itação à liberdade con- 
. com a prática do dirigism o contratual, pelo
l com o objetivo d e proteger o consum idor 
:-íSificiente.
umã res trição à autonom ia da vontade, m as 
. s a io r p ro teção à parte m ais fraca.
A aação
contratos que regulam as relações de 
: : r.vunio não obrigarão os consumidores:
sé não lhes for dada a oportunidade de tom ar 
- ::i±ecim ento prévio de seu conteúdo;
* :s respectivos instrum entos forem redigidos 
JtE “ '■do a dificultar a com preensão de seu sen-a a : em alcance.
Observação
0 fornecedor está vinculado às declarações 
de vontade constantes em escritos particu­
lares, recibos e prê-contratos relativos às 
relações de consumo. Em caso de não cum­
prim ento o fornecedor pode ser compelido a 
fa zê-lo mediante execução específica.
■ CLÁUSULAS ABUSIVAS
0 artigo 51 é exemplificativo e prevê que são
nulas de pleno direito as seguintes cláusulas:
• cláusula de não indenizar:
® im pedim ento de reem bolso;
• transferência de responsabilidade a terceiro;
• cláusulas iníquas, abusivas ou que coloquem o 
consumidor em desvantagem exagerada (a defini­
ção de exagerada está no artigo 51, § 1°, I a III);
® inversão do ônus da prova em prejuízo do con­
sumidor;
• utilização com pulsória de arbitragem;
• im posição de representante para realizar ou 
concluir negócio pelo consum idor (exemplo: 
cláusula m andato);
• possibilitem ao fornecedor a opção de concluir 
ou não o contrato;
• perm itam ao fornecedor a variação unilateral de 
preço;
• autorizem ao fornecedor o cancelam ento unila­
teral do contrato;
• ressarcim ento de custos só p o r parte do consu­
m idor;
• m odificação unilateral do contrato pelo forne­
cedor;
• possibilitem a v iolação de norm as am bientais;
• estejam em desconform idade com o sistem a de 
proteção ao consum idor;
• cláusula de renúncia de indenização por benfei­
torias necessárias.
Atenção
Após inúmeras decisões com o m esmo teor, §
o STJ editou a Súmula 302, referente ao tem- |
po de internação hospitalar do segurado de f
plano de saúde: “É abusiva a cláusula-con- \
tratual de plano de saúde que limita o tempo j
de internação hospitalar do segurado” .
Im portan te
A nu lidade de um a cláusula abusiva não \
invalida o contrato , salvo se houver, com j
a exclusão, ônus excessivo a qualquer j
um a das partes. ... |
■ DEMAIS CLÁUSULAS ABUSIVAS
O artigo 56 do D ecreto 2.181/97 determ inou 
que a Secretaria de D ireito Econôm ico divulgue, 
anualm ente, elenco com plem entar de cláusulas 
contratuais abusivas.
Esse é um elenco exemplificativo, que visa a. 
o rientar os órgãos integrantes do Sistem a Nacional 
de D efesa do Consumidor.
Interpretação d as cláusulas
Segundo o artigo 47, as cláusulas contratuais serão 
interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
D ireito de arrependim ento
Nos fornecim entos de produto ou serviço 
que ocorram fo ra do estabelecim ento comercial 
(reem bolso postal, internet, telefone ou dom ici­
lio)» o consum idor terá d ireito de arrependim ento.
P ra zo : sete dias a contar da assinatura do contra­
to ou do ato de recebimento do produto ou serviço.
C o nseqüências: o consum idor receberá de vol­
ta os valores eventualm ente pagos, a qualquer títu­
lo, durante o prazo de reflexão, sendo a devolução 
im ediata e m onetariam ente atualizada.
■ NORMAS ESPECIAIS
1. CRÉDITO E FINANCIAMENTO
Encontram os no artigo 52 todas as informações 
que o consum idor deverá ter quando se tratar d e for­
necim ento que envolva crédito ou financiamento.
O fornecedor deverá inform á-lo sobre:
• preço do produto ou serviço em m oeda corrente 
nacional,
• m ontante dos ju ro s de m ora e da taxa efetiva 
anual de juros;
■ acréscim os legalm ente previstos;
• núm ero e periodicidade das prestações;
• som a total a pagar, com e sem financiam ento. 
Q u a n to à m u lta :
“As m ultas de m ora decorrentes do inadim ple- 
m ento d e obrigações no seu term o não poderão ser 
superiores a 2% do valor da p restação” .
Essa m ulta de 2% incide, inclusive, nos contratos 
bancários, conform e Súm ula 285 do STJ: “N os con­
tratos bancários posteriores ao Código de Defesa do 
Consum idor incide a m ulta nele prevista”.
Q u a n to à liq u id ação a n te c ip ad a : “É assegu­
rado ao consum idor a liquidação antecipada do 
débito, total ou parcialm ente, m ediante redução 
proporcional dos ju ro s e dem ais acréscim os” .
2. COMPRA E VENDA E ALIENAÇÃO FIDÜCIÁRIA
Nos contratos de compra e venda com pagam en­
to parcelado e n a alienação fiduciária em garantia:
• o consum idor tem assegurado o direito à resti­
tuição das p restações pagas;
• consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas 
que estabeleçam o contrário, isto é, a perda total das 
prestações em benefício do credor (art. 53, caput). 
Sobre os juros de mora nos contratos de alienação
fiduciária, o STJ editou a Súmula 284, com a seguinte 
redação: “A purga da mora, nos contratos de alienação 
fiduciária, só é permitida quando já pagos pelo menos 
40% (quarenta por cento) do valor financiado”.
3. CONSÓRCIOS
A m esm a regra descrita anteriom ente, com um a 
restrição:
• a adm inistradora do consórcio poderá descontar 
do consorciado a vantagem econôm ica auferida 
com a fruição, ou seja, com o uso do bem em 
sua posse tem porária, bem como os prejuízos 
causados ao grupo com sua saída.
4. CONTRATOS DE ADESÃO
São aqueles que têm cláusulas pré-aprovadas 
p or autoridades com petentes ou estabelecidas uni- 
lateralm ente pelo fornecedor, ficando o consum i­
d or im pedido de discutir ou m odificar substancial­
m ente seu conteúdo.
R eg ras especiais
• Os contratos têm de se r redigidos em term os 
claros, ostensivos e legíveis, cujo tam anho da 
fonte não será inferior a 12, a fim d e facilitar a 
com preensão pelo consum idor (art. 54, § 3o).
• O contrato de adesão, em bora em form ulário, 
não impedirá o acréscim o de novas cláusulas, 
m anuscritas ou datilografadas (art. 54, § Io).
• As cláusulas que lim itam direito do consum idor 
deverão ser redigidas e im pressas com destaque 
(art. 54, § 4°).
• O contrato de adesão adm ite cláusula resoluto- 
ria, desde que alternativa, cabendo a escolha ao 
consum idor; isto é, o consum idor poderá optar 
entre a rescisão contratual com perdas e danos e
o cum prim ento da obrigação (art. 54, § 2°).
■ GARANTIA LEGAL E GARANTIA CONTRATUAL
A garantia legai independe de term o expresso, 
sendo proibida cláusula contratual que exonere 
essa garantia do consumidor.
A garantia contratual é um a liberalidade do 
fornecedor, a lém da garantia legalm ente prevista, 
sendo, portanto, um acréscim o em relação a esta.
Regras da garantia contratual
• Deve ser feita po r escrito.
• Deve esclarecer em que consiste, form a, prazo 
e lugar em que pode ser exercida, incluindo in­
form ações relativas ao ônus do consumidor.
• Deve ser entregue, devidam ente preenchida, no 
ato do fornecim ento, acom panhada de m anual 
d e instrução, de instalação e de uso do produto, 
em linguagem didática, com ilustrações.
■ REVISÃO DOS CONTRATOS
O fundam ento d a revisão nas prestações des­
proporcionais está no art. 6o, V, Ia parte: são direitos 
básicos do consumidor “a modificação das cláusulas 
contratuais que estabeleçam prestações despropor­
cionais ou sua revisão em razão de fatos superve­
nientes que as tom em excessivamente onerosas” .
A revisão poderá ocorrer:
• em decorrência de causas que já existam no 
m om ento da celebração do contrato (exemplo: 
cláusulas abusivas);
Resumã Jurídico
CRIMES CONTRA A 
PAZ PÚBLICA
incitação do crime - A incitação deve ser de cri­
me determinado e feita em público (art. 286). Se 
a incitação for de contravenção penal, nâo carac­
teriza esse crime.
Apologia de crime ou criminoso - Louvar, elogiar, 
enaltecer fato criminoso ou autor de crime (art. 287).
Formação de quadrilha ou bando - Associação de 
mais de três pessoas com a finalidade de cometer cri­
mes (art. 288). Não caracteriza o crime se a associação 
for apenas para praticar um único crime. A pena apli­
ca-se em dobro se a quadrilha ou bando for armado.
No caso de entorpecentes,os agentes que se 
unem visando a cometer o tráfico não serão incur­
sos no crime de quadrilha ou bando, mas sim no de 
associação criminosa (art. 14, Lei 6.368/76), que 
pressupõe a união de apenas duas pessoas.
Delação prem iada - Se um dos participantes 
denunciar a quadrilha à polícia, possibilitan­
do seu desmantelamento, terá a pena reduzida 
(art. 8o, Lei 8.072/90). ~
C r im e s c o n tr a a 
f é PÚBLICA
8 - MOEDA FALSA
Diz o art. 289: “Falsificar, fabricando-a ou alte­
rando-a, moeda metálica ou papel de curso legal 
no país ou no estrangeiro”.
0 núcleo “falsificar” significa apresentar como 
verdadeiro o que não é, dar aparência enganosa a 
fim de passar por original. Falsificação grosseira 
caracteriza crime impossível.
II - FALSIFICAÇÃO DE TÍTULOS
E POTROS PAPÉIS PÚBLICOS
Falsificação de papéis públicos
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
1 - selo destinado a controle tributário, papel 
selado ou qualquer papel de emissão legal desti­
nado à arrecadação de tributo (este inciso foi in tr­
oduzido pela Lei 11.035/04);
II - papel de crédito público que não seja moeda 
de curso legal;
III - vaíe postal;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito 
de caixa econômica ou de outro estabelecimento 
mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro 
documento relativo à arrecadação de rendas públi­
cas ou a depósito ou caução por que o poder públi­
co seja responsável;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa 
de transporte administrada pela União, por Estado 
ou por Município.
Pena: reclusão de dois a oito anos, e multa.
§ I o Incorre na m esm a pena quem:
I - usa, guarda, possui ou detém qualquer dos 
papéis falsificados a que se refere este artigo;
II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, 
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação 
selo falsificado destinado a controle tributário;
II l - importa, exporta, adquire, vende, expõe à ven­
da, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empres­
ta, fornece e porta ou, de qualquer forma, utiliza em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine
a controle tributário falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em.que a legislação tribu­
tária determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para fins do
inciso III do § lô, qualquer forma de comércio irre­
gular ou clandestino, inclusive o exercício em vias, 
praças ou outros logradouros públicos ou residências. 
Este parágrafo foi introduzido pela Lei 11.035/04.
FALSIDADE DOCUMENTAL
Pode ser:
a) Falsificação de documento público - Ao artigo 
297 foram acrescentados os parágrafos 3o e 4o da Lei 
9.983, de 14/7/2000, que trata de falsidade em docu­
mentos relacionados com a Previdência Social.
b) Falsificação de documento particular (art. 298). 
Nesses dois tipos penais, o que se pune é a fal­
sidade material.
Falsidade m ateria l - Diz respeito à forma do 
documento. O que se frauda é a própria forma do 
documento, que é alterada no todo ou em parte, 
ou é forjada pelo agente que cria um documento 
novo. Assim, quem cria documento valendo-se de 
identidade alheia comete falsidade material e não 
ideológica. Não há que se falar em falsidade sem 
capacidade de causar prejuízo.
Falsidade ideológica - Diz respeito ao conteú­
do do documento. “Omitir, em documento públi­
co ou particular, declaração que dele deva constar, 
ou nele inserir declaração falsa ou diversa da que 
deveria ser escrita, com o fim de prejudicar direito, 
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato ju ri­
dicamente relevante” (art. 299). Nessa falsidade, a 
forma do documento é verdadeira, m as seu con­
teúdo é falso, isto é, a ideia ou declaração que o 
documento contém não corresponde à verdade.
Falsidade de registro civil - É o registro de filho 
alheio como próprio.
Falsidade de atestado médico - É crime pró­
prio e não basta o agente ser médico; é necessário 
que a conduta seja praticada no exercício da pro­
fissão (art. 302).
Uso de documento falso - Diz o artigo 304: “Fazer 
uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a 
que se referem os artigos 297 a 302”. A pena é a mes­
ma cominada à falsificação ou alteração. Para carac­
terização desse crime, é necessário que o documento 
saia da esfera do dono, que ele realmente o utilize (ex.: 
aluno que utiliza atestado falso para abonai’ faltas).
OUTRAS FALSIDADES
Falsa identidade - “Atribuir-se ou atribuir a ter­
ceiro falsa identidade para obter vantagem, em pro­
veito próprio ou alheio, ou causar dano a outrem” 
(art. 307). Incrimina-se aqui quem irroga, inculca 
ou imputa, a si próprio ou a terceira pessoa, identi­
dade que não é a verdadeira. O silêncio ou o con­
sentimento tácito a respeito de identidade atribuída 
por outrem não se enquadra nesse dispositivo.
Não basta. para. a caracterização desse delito 
apenas a atribuição de falsa qualidade social; é 
preciso que o agente se atribua identidade inexa­
ta e não somente que indique falsa profissão. Ou 
seja, não basta apenas falar; é necessário mostrar 
um documento. Portanto, caracteriza esse crime a 
substituição de fotografia em documento de iden­
tidade subtraído da vítima, e não o crime de falsi­
dade de documento do artigo 297.
Adulteração de sinal identificador de veiculo 
autom otor - “Adulterar ou remarcar número de 
chassi ou qualquer sinal identificador de veículo 
automotor, de seu componente ou equipamento.”
Cr im e s c o n t r a a 
A d m in is t r a ç ã o p ú b l ic a
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS X 
APWIMiSTBAÇÃO EM GERAL
Os crimes praticados por funcionário público 
contra a administração em geral, ou crimes fun­
cionais, só podem ser praticados de forma direta 
por funcionário público. No entanto, podem ser 
praticados em coautoria por particular.
Os crimes funcionais podem ser:
a) próprios: a exclusão da elementar “ funcionário 
público” tom a a conduta atípica, ou seja, penal­
mente irrelevante;
b) im próprios: a exclusão da elementar “funcio­
nário público” acarreta a desclassificação para 
outro crime;
c) de coautoria ou participação: o coautor ou partí­
cipe que não for funcionário público responde pelo 
crime funcional. Isso porque as circunstâncias pes­
soais (ser.funcionário público), quando elementares 
do crime e integrantes do tipo penal, comunicam-se 
a todas as pessoas que dele participem.
É necessário que o terceiro tenha conhecimento da 
condição de funcionário público do outro agente. Se 
ele não o tiver, não responde pelo delito funcional.
Peculato - É semelhante ao crime de apropriação 
indébita, só que praticado por funcionário público 
(art. 312): “Apropriar-se de algo da Administração 
Pública, de que tenha posse em razão da função, ou 
desviar em proveito próprio ou alheio”,
a) Peculato-furto (ou peculato impróprio) -Previsto 
no § I o: “Subtrair algo da Administração Pública, 
em proveito próprio ou alheio, aproveitando-se de 
sua qualidade de funcionário público”.
b) Peculato culposo - Definido no § 2&: “Se o fun­
cionário público concorre culposamente para o 
crime de outrem”.
Se houver a reparação do dano antes da sen­
tença irrecorrível, extingue-se a punibilidade do 
agente, mas só n a modalidade culposa. Se a repa­
ração ocorrer após o trânsito em julgado da sen­
tença, a pena é reduzida pela metade.
Inserção de dados falsos em sistema de infor­
mações - “ Inserir ou facilitar, o funcionário autori­
zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir 
indevidamente dados corretos nos sistemas infor­
matizados ou banco de dados da Administração 
Pública com o fim de obter vantagem indevida 
para si ou para outrem ou para causar dano”(art. 
313-A). Pena: reclusão de dois a 12 anos e multa.
Modificação ou alteração não autorizada de sis­
tem a de informações - Diz o art. 3 13-B: “Modificar 
ou alterar, o funcionário, sistema.de informações ou 
programa de informática sem autorização ou solici­
tação de autoridade competente” . Parágrafo único: 
as penas são aumentadas de um terço até metade 
se da modificação ou alteração resulta dano para a 
Administração Pública ou para o administrado.
Trata-se de crime formal, que se consuma com 
a alteração ou a modificação. Admite-se a tentati­
va (ex.: no momento de iniciar a modificação de 
determinado software, o funcionário é surpreendi­
do, frustrando-se a execução).
Extravio, sonegação ou mutilização de livro ou 
documento - “Extraviar livro oficial ou qualquer 
documento, de que tenha a guarda em razão do 
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcial­
mente” (art. 314). Pena: reclusão de um a quatro 
anos, se o fato não constituir crime mais grave. 
Trata-se de um tipo penal alternativo que poderá 
ser concretizado de várias maneiras.
Emprego irregular de verbas e rendas públi­
cas - “Dar às verbas ou rendas públicas aplicação 
diversa da estabelecida em lei” (art. 315). É cha­
mado de crime de desvio de verbas.
Concussão - E a extorsão praticada por funcioná­
rio público. Exigir vantagem indevida, em razão da 
função (art. 316). É crime formal, que se consuma no 
momento em que a exigência chega ao conhecimen­
to do sujeito passivo. A efetiva obtenção da vantagem 
exigida é mero exaurimento. Portanto, a devolução da 
vantagem ou a falta de prejuízo não excluem o crime. 
Excesso de exação - E descrito de duas formas:
1, Exigir o pagamento de tributo ou contribuição 
social indevido (art. 316, § Io).
2. Empregar meio vexatório ou gravoso na cobrança 
(art. 316, § 2o). Nesse caso, o tributo é devido. 
Excesso de exação na forma qualificada - Desviar
em proveito próprio ou de outrem o que recebeu inde­
vidamente para recolher aos cofres públicos.
Corrupção passiva - Solicitar (portanto, algo mais 
brando do que exigir) ou receber vantagem indevida 
ou aceitar promessa de tal vantagem (art. 317).
Com a Lei 10.763/03, a pena passou a ser de 
reclusão de dois a 12 anos e multa.
a) Form a qualificada - A pena é aumentada se 
o funcionário, em conseqüência da vantagem, 
deixar de praticar ato de ofício ou infringir de­
ver funcional.
b) Form a privilegiada - Quando a ação ou omis­
são funcional for motivada não por qualquer 
vantagem indevida, mas por pedido ou influên­
cia de outrem (§ 2o). A diferença é a motivação 
do funcionário público, que nesse caso não atua 
visando a interesse próprio.
Facilitação de contrabando ou descaminho - 
Funcionário público que facilitei o contrabando ou 
descaminho e tenha como atribuição evitar o contra­
bando (art. 318). É um crime formal que se consuma 
no momento da prestação da ajuda, mesmo que o 
crime de contrabando não venha a se consumar.
Prevaricação - “Retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interes­
se ou sentimento pessoal” (art. 319).
Com o advento da Lei 11.466/07 foi acrescido o 
artigo 329 A, que dispõe:
“Deixar o diretor de penitenciária e/ou agente pú­
blico de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso 
a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que per­
mita a comunicação com outros ou com o ambiente 
externo.” Pena - detenção de três meses a um ano.
Esta lei também introduziu o inciso VII ao artigo 
50 da LEP, sendo que agora comete falta grave o preso 
que tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho 
telefônico, de rádio ou similar que permita a comuni­
cação com outros presos ou com o ambiente externo.
Resumão Jurídico
A rt. 71 - Utilizar, na cobrança de dívidas, de amea­
ça, coação, constrangimento físico ou moral, afir­
mações falsas incorretas ou enganosas ou de qual­
quer outro procedimento que exponha o consumi­
dor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com 
seu trabalho, descanso ou lazer,
- Consuma-se o crime com a utilização efetiva de 
meios vexatórios na cobrança de dívidas de consumo.
Observação 
O sujeito ativo pode ser essoa que
faz cobrança vexatória de dívidas de consumo. t
A rt. 72 - Impedir ou dificultar o acesso do con­
sumidor às informações que sobre ele constem em 
cadastros, banco de dados, fichas e registros.
- Consuma-se o crime com o impedimento de aces­
so a informações cadastrais,
A rt. 73 - Deixar de corrigir imediatamente infor­
mação sobre consumidor constante de cadastro, 
banco de dados, fichas ou registros que sabe ou 
deveria saber ser inexata.
-Consuma-se o crime com a omissão do arquivista 
em corrigir a informação inexata.
Fundamento da retificação de dados (art. 43, § 3o).
Observação
Nos dois casos anteriores, o sujeito ativo é o 
arquivista. Não é ofornecedor.
• Art. 74 - Deixar de entregar ao consumidor o ter­
mo de garantia adequadamente preenchido e com a 
especificação clara de seu conteúdo.
- Consuma-se o crime quando o fornecedor, no ato 
do fornecimento, não entrega o termo de garantia 
adequadamente preenchido e conforme as regras do 
artigo 50 do CDC,
- Se o fornecedor inform ar claramente ao consu­
midor que o produto não tem garantia contratual, 
não há o crime, pois é liberalidade do fornecedor o 
oferecimento da garantia contratual.
TUTELA JURISDICIONAL
■ ACÕES PARA DEFESA DO CONSUMIDOR
Há algumas ações que podem ser utilizadas para a defe­
sa do consumidor em juízo que se encontram fora do CDC. 
Para que possamos ter uma visão mais geral da matéria, 
passaremos pela ação popular e pela ação civil pública.
■ AÇÃO POPULAR
(disciplinada pela Lei 4.717/65)
Pode ser utilizada pelo consumidor em sua defesa. 
Está à disposição de qualquer cidadão para obter a
■ invalidação de atos lesivos do patrimônio federal, esta­
dual, municipal e distrital, e de quaisquer pessoas jurídi­
cas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
Sua utilização é restrita na responsabilização por 
danos ao consumidor, pois somente o cidadão no 
gozo de seus direitos cívicos e políticos, munido de 
seu título eleitoral, poderá propor a ação popular.
Nào estão legitimados, por exemplo, o Ministério 
Público e partidos políticos.
■ AÇÃO CIVIL PÚBLICA
(disciplinada pela Lei 7,347/85)
A ação civil pública é utilizada tanto para proteger 
os interesses difusos como os coletivos e os indivi­
duais homogêneos.
A diferença principal entre interesses difusos e inte­
resses coletivos está na titularidade:
• interesses difusos - titularidade: pessoas indetermi­
nadas (art. 8 1 ,1);
• interesses coletivos - titularidade: pessoas integran­
tes de grupo, categoria ou classe - art. 81, II);
• não pode ser utilizada para amparar direitos indivi­
duais puros.
Segundo o artigo 1Q da Lei 7.347/85, a ação civil 
pública é adequada para a proteção dos direitos ou inte­
resses difusos ou coletivos referentes ao consumidor.
Legitimidade para agir
1. Ministério Público;
2. União, estados e municípios;
3. autarquias;
4. empresas públicas;
5. fundações;
S. sociedades de economia mista;
7. associações.
Foro com petente
O do local onde ocorrer o dano (art. 2o).
Objeto da condenação
Terá por objeto a condenação em dinheiro ou o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
Coisa julgada
A sentença fará coisa julgada erga omnes - efei­
tos serão para todos - artigo 16 da Lei 7.347/85 
(LACP).
Se, contudo, a ação for julgada improcedente por 
insuficiência de provas, qualquer legitimado pode­
rá intentar outra ação com idêntico fundamento, mas 
com novas provas.
Particularidades
t O produto da condenação em dinheiro não beneficia 
o autor da ação, mas é recolhido a um fundo destina­
do à restituiçãodos bens lesados (art. 13, LACP).
• Na condenação da obrigação de fazer ou não fazer, 
o juiz determinará o cumprimento da prestação da 
atividade devida ou a cessação da atividade nociva, 
sob pena de execução específica, ou de cominaçào 
de multa de diária (osíraníe).
■ AÇÃO COLETIVA
(arts. 91 a 100)
A ação coletiva para defesa dos interesses indi­
viduais homogêneos é uma versão abrasileirada da 
conhecida class action americana.
O bjeto da ação
Defesa em juízo dos direitos individuais homogê­
neos, que são:
1. os vinculados a uma pessoa - homogeneidade - 
(iguais ou idênticos para todos os interessados);
2. de natureza divisível;
3. titularidade de pessoas diversas (determináveis);
4. decorrentes de origem comum,
Poderiam ser propostas inúmeras ações indivi­
duais, mas o CDC permite o ajuizamento de uma 
única ação coletiva, em benefício de todas as vítimas 
do mesmo evento.
Legitimação para agir
(art. 82)
1. Ministério Público; não sendo autor, o MP atuará 
obrigatoriamente como fiscal da lei (art. 92), sob 
pena de nulidade processual;
2. União, estados, municípios e Distrito Federal;
3. entidades e órgãos da administração pública, direta ou 
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, destina­
dos à defesa dos interesses e direitos do consumidor;
4. associações privadas legalmente constituídas há 
pelo menos um ano e que incluam entre seus fins 
institucionais a defesa dos interesses e direitos do 
consumidor. O requisito de um ano de constituição 
pode ser dispensado pelo juiz quando houver mani­
festo interesse social evidenciado pela dimensão ou 
característica do dano, ou pela relevância do bem 
jurídico a ser protegido (art, 82, § 1°).
Foro com petente
O do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, 
quando de âmbito local.
Foro da capital do estado ou no Distrito Federal, 
para os danos de âmbito nacional ou regional.
Condenação
Na ação coletiva, se for procedente o pedido, a con­
denação será genérica, fixando a responsabilidade do 
réu pelos danos causados (art. 95).
Após a condenação, deverão ser promovidas a liqui­
dação e a execução.
Coisa julgada
A coisa julgada, no caso de procedência do pedido, 
produz efeitos erga omnes (contra todos), benefician­
do todas as vítimas do mesmo evento e seus sucesso­
res (tenham ou não ingressado como litisconsortes) e 
incidindo sobre o réu.
Se o pedido for julgado improcedente por insufi­
ciência de provas, os efeitos ocorrerão somente entre 
as partes, podendo qualquer legitimado propor nova 
ação, valendo-se de nova prova.
Produto da condenação
Vai para o patrimônio das vítimas, em ressarcimen­
to da lesão sofrida.
Excepcionalmente, reverterá para o fundo destina­
do à restituição dos bens lesados, conforme disposição 
do artigo 100 e parágrafo único, quando não houver 
um número de habilitações compatíveis com a gravi­
dade do dano, sendo a liquidação e execução promovi­
das pelos legitimados do artigo 82.
■ AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL
(arts. 101 e 102)
A ação de responsabilidade civil do fornecedor de 
produtos e serviços visa ao ressarcimento civil do con­
sumidor no âmbito individual.
A ação poderá ser utilizada tanto para impedir a 
ocorrência do dano como para indenizar o consumi­
dor do prejuízo sofrido.
Foro com petente
A ação poderá ser proposta no foro do domicílio 
do autor.
Particularidades
a) O réu que houver contratado seguro de responsa­
bilidade poderá chamar ao processo o segurador, 
vedada a integração do contraditório pelo Instituto 
de Resseguros do Brasil (IRB).
b) Se o réu houver sido declarado falido, o administra­
dor judicial será intimado e deverá informar a exis­
tência de seguro de responsabilidade.
c) Se houver seguro, será facultado o ajuizamento de 
ação de indenização direta em face do segurador; 
neste caso, é vedada a denunciação da lide ao Insti­
tuto de Resseguros do Brasil (IRB).
Barros, Fischer & Associados
Resumão Jurídico
DIREITO DO CONSUMIDOR
2 a ed ição 13 t ira g e m - A g o s to 20 10
C o n se lh o e d ito r ia l: Marcos Antonio Oliveira Fernandes,
Andréa Barros e Flávio Barros Pinto 
A u to re s : A na C láudia S. Scalquette , é doutora em Direito Civil 
pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Direito Polftico e 
Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; professora da 
graduação e pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade 
Presbiteriana Mackenzie, nas disciplinas dê Direito Civil e de Tutela 
nas Relações de Consumo: professora de cursos preparatórios para 
concursos públicos na área jurídica; advogada.
Rodrigo Arnoni Scalquette, é doutorando em Filosofia do Direito 
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), mestre 
em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana 
Mackenzie e especialista em Direito do Consumidor e em Direito 
Público e Privado; professor da Faculdade de Direito da Universidade 
Presbiteriana Mackenzie, nas disciplinas de Direito Penal e História 
do Direito; < ’ "
E diç ão : Andréa Barros
A r te : Cláudio Sçalzite e Flávia Barros
P re p a ra ç ã o e rev is ã o : Mareia Menin
R esum ão Ju ríd ic o - D ire ito d o C on sum idor é uma publicação da Barros, 
Fischer & Associados Ltda., sob licença editorial dos autores. Copyright © 
2010 Ana Cláudia S. Scalquette e Rodrigo Arnoni Scalquette. Todos os 
direitos desta edição reservados para Barros, Fischer & Associados Ltda.
lmportante:acompanhe eventuais atualizações legislativas sobre 
Direito do Consumidor no site w w w .res u m a o .c o m .b r 
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Telefone/fax: 0 (xx) 11 3675-0508
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autorização do editor.
ISBN 978-857711145-9
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