Prévia do material em texto
Nervos Cranianos Emanuelle Ker > São aqueles que fazem conexão com o encéfalo > A maioria se conecta com o tronco encefálico (olfatório → telencéfalo / óptico → diencéfalo) > Enquanto nos nervos espinhais as origens são sempre as mesmas, variando apenas o nível em que a conexão é feita com a medula ou com o esqueleto, nos nervos cranianos as origens aparentes são diferentes para cada nervo - Nervo olfatório (I par) > Nervo sensitivo (aferentes viscerais especiais) > Numerosos pequenos feixes nervosos que se originam na região olfatória de cada fossa nasal > Atravessam a lamina crivosa do osso etmoide (origem aparente no crânio) > Terminam no bulbo olfatório (origem aparente no encéfalo) > Os cílios olfatórios são estimulados por moléculas de um gás odorífero dissolvido no líquido Função: Olfação, captar odores Lesões: Anosmia (ausência), Hispomia (diminuição), Cacosmia (alteração) - Nervo óptico (II par) > Exclusivamente sensitivo (aferente somático especial) > Constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao polo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico > O cruzamento parcial das fibras do nervo óptico no quiasma é um requisito para a visão b inocu la r, pe rm i t i ndo pe rcepção da profundidade do campo (visão tridimensional) > Cada nervo se une, formando o quiasma (cruzamento parcial das fibras)→Corpo geniculado lateral do tálamo→lobo occipital > Origem aparente no encéfalo: quiasma óptico > Origem aparente no crânio: canal óptico Função: visão Lesões: Amaurose (perda da visão parcial ou total), déficits de campo visual - Nervos oculomotor (III par), troclear (IV par) e abducente (VI par) > Nervos motores (eferentes somáticas) > Entram na órbita pela fissura orbital superior > Inervam os músculos extrínsecos do bulbo ocular: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior e oblíquo inferior > O reto lateral é inervado pelo abudcente > O oblíquo superior é inervado pelo troclear > Fibras eferentes somáticas > O nervo oculomotor tem fibras fibras responsáveis pela inervação pré-ganglionar dos músculos intrínsecos do bulbo ocular o esfíncter da pupila Função: coordenação dos movimentos oculares (permite a movimentação dos olhos) Lesão: esotropia (olhos desalinhados) - Nervo trigêmeo (V par) > Nervo misto > É o c o m p o n e n t e s e n s i t i v o consideravelmente maior > Possui uma raiz motora e uma sensitiva > Raiz sensi t iva: é fo rmada pe los prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigeminal, que se localiza na loja do gânglio trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal > Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos ou divisões do trigêmeo(nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular), responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, por intermédio de fibras classificadas como aferentes somáticas gerais > Essas f i b ras conduzem impu l sos exteroceptivos e proprioceptivos. Os impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão e tato) originam-se: 1- da pele da face e da fronte 2- da conjuntiva ocular; 3- da parte ectodérmica da mucosa da cavidade bucal, nariz e seios paranasais 4- dos dentes 5- dos dois terços anteriores da língua 6- da maior parte da dura-máter craniana > Os impulsos proprioceptivos originam-se em receptores local izados nos musculos m a s t i g a d o r e s e n a a r t i c u l a ç ã o temporomandibular > Raiz motora: constituída de fibras que a c o m p a n h a m o n e r v o m a n d i b u l a r , distribuindo-se os músculos mastigações (temporal, masseter, pterigóideo lateral, pterigóideo medial, milo-hióideo e o ventre anterior do músculo digástrico) > Todos os músculos da raiz motora derivam do arco braquial e as fibras que os inervam são eferentes viscerais especiais > Existem quatro núcleos trigeminais, um motor (núcleo motor do nervo trigêmeo) e três sensitivos (núcleos mesencefálico, sensitivo principal e espinal do nervo trigêmeo) Funções: >funções motoras: inervar os músculos da mastigação >funções sensitivas: face, dentes, dura mater, propiocepção Lesões: desvio da mandíbula, anestesia da face - Nervo facial (VII) > Ele emerge do sulco bulbo-pontino através de uma ra iz motora, o nervo fac ia l propriamente dilo, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio > Juntamente com o nervo vestíbulo-coclear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno > Depois de curto trajeto, o nervo facial encurva-se fortemente para trás, formando o joelho externo, onde exíste um gânglio sensitivo, o gânglio geniculado > E m e r g e d o c r â n i o p e l o f o r a m e estilomastóideo → parótida > Fibras eferentes viscerais especiais: músculos mímicos, músculos estilo-hioídeos e ventre posterior do digástrico > Fibras eferentes viscerais gerais: inervação pré-ganglionar das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual > Fibras aferentes viscerais especiais: recebem impulsos gustativos originados nos 2/3 anteriores da língua - Nervo vestibulococlear (VIII par) > Exclusivamente sensitivo > Penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbopontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo, região denominada ângulo pontocerebelar > Ocupa, juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal > Parte vestibular: fibras que se originam do gânglio vestibular (equilíbrio, receptores na porção vestibular do ouvido interno); > Parte coclear: fibras que se originam no gânglio espiral (audição, receptores na cóclea); > Lesões do nervo vestibulococlear causam diminuição da audição, por comprometimento da parte coclear do nervo, juntamente com vertigem, alterações do equilíbrio e enjoo, por envolvimento da parte vestibular - Nervo glossofaríngeo (IX par) > Nervo misto > Emerge do sulco lateral posterior do bulbo > Sai do crânio pelo forame jugular, possui trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e da faringe > Sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos (fibras aferentes viscerais gerais) > Fibras nervosas do nervo auriculotemporal que vão inervar a glândula parótida (fibras eferentes viscerais gerais) > Funcionalmente, as fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são de 2 tipos: > Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da laringe através do nervo laríngeo recorrente > Fibras eferentes viscerais gerais: inervam vísceras torácicas juntamente com fibras vagais - Nervo Vago (X par) > N e r v o m i s t o , e s s e n c i a l m e n t e visceral > Emerge do sulco lateral posterior do bulbo; > Emerge do crânio pelo forame jugular; > Termina no abdome; > Dá origem a numerosos ramos que inervam a laringe e a faringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais > Fibras aferentes viscerais gerais: impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traqueia, esôfago, vísceras do tórax e abdome > Fibras eferentes viscerais gerais: inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais > Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da faringe e da laringe. O nervo motor mais importante da laringe é o nervo laríngeo, recorrente do vago - Nervo Acessório (XI par) > Raiz espinhal: filamentos radiculares que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula→ Forame magno > Raiz craniana: sulco lateral posterior do bulbo > Atravessa o forame jugular em companhia dos nervos glossofaríngeo e vago > Inervam os músculosda laringe através do nervo laríngeo recorrente > Inervam vísceras torácicas juntamente com fibras vagais - Nervo Hipoglosso (XII par) > Nervo essencialmente motor > Emerge do sulco lateral anterior do bulbo > Emerge do crânio pelo canal do hipoglosso > Músculos intrínsecos e extrínsecos da língua Referências: MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007. Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 6 ed. Rio De Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2011.