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Eduardo Zanella - TX 1 APG 08 Nervos Cranianos: Os 12 pares de nervos cranianos originam-se no encéfalo, dentro da cavidade craniana, e passam através de vários forames do crânio. Integram a parte periférica do SNP Enquanto nos nervos espinhais as origens são sempre as mesmas, variando apenas o nível em que a conexão é feita com a medula ou com o esqueleto, nos nervos cranianos as origens aparentes são diferentes para cada nervo Cada nervo tem um número (indicado por um número romano) e um nome Os números indicam a ordem, de anterior para posterior, na qual os nervos se originam no encéfalo. Os nomes designam a distribuição ou a função dos nervos. FIBRAS EFERENTES: - Motoras para o músculo voluntário; - Motoras para músculos involuntários ou glândulas. FIBRAS AFERENTES: - Conduzem sensibilidade geral(tato, pressão, calor, frio) da pele e mucosa; - Conduzem sensibilidade das vísceras (faringe, laringe, traqueia, brônquios, pulmões, coração, digestório); - Conduzem sensações peculiares (paladar e olfato, visão, audição e equilíbrio). Eduardo Zanella - TX 2 Nervo olfatório – I par Numerosos pequenos feixes nervosos que se originam na região olfatória de cada fossa nasal; Atravessam a lamina crivosa do osso etmoide; Terminam no bulbo olfatório; Exlusivamente sensitivo (aferentes viscerais especiais). Os cílios olfatórios são estimulados por moléculas de um gás odorífero dissolvido no líquido. Nervo ótico – II par Grosso feixe de fibras que se originam na retina; Penetra no crânio pelo canal óptico; Cada nervo se une, formando o quiasma (cruzamento parcial) → Corpo geniculado lateral do tálamo → lobo occipital. Exclusivamente sensitivo (aferente somático especial). O cruzamento parcial das fibras do nervo óptico no quiasma é um requisito para a visão binocular, permitindo percepção da profundidade do campo (visão tridimensional). Nervo oculomotor -III, Troclear - IV e abducente - V Entram na órbita pela fissura orbital superior; Inervam os músculos extrínsecos do bulbo ocular: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior e oblíquo inferior; O reto lateral é inervado pelo abudcente; O oblíquo superior é inervado pelo troclear; Fibras eferentes somáticas O oculomotor também inerva o esfíncter da pupila!! Eduardo Zanella - TX 3 Nervo trigêmeo -V O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma raiz motora. → A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigeminal, que se localiza na loja do gânglio trigeminal sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos ou divisões do trigêmeo: → nervo oftálmico, → nervo maxilar → nervo mandíbula Estes são responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. Estas fibras conduzem impulsos exteroceptivos e proprioceptivos. Os impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão e tato) originam-se: → da pele da face e da fronte; → da conjuntiva ocular; → da parte ectodérmica da mucosa da cavidade bucal, nariz e seios paranasais → dos dentes → dos 2/3 anteriores da língua → da maior parte da dura-máter craniana A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo- se aos músculos mastigadores (temporal. masseter, pterigoídeo lateral, pterigoídeo medial, milo-hiódeo e o ventre anterior do músculo digástrico). Todos estes músculos derivam do primeiro arco branquial, e as fibras que os inervam se classificam como eferentes viscerais especiais. Nervo facial – VII par O nervo emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio Juntamente com o nervo vestíbulococlear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno no interior do qual o nervo intermédio perde a sua individualidade, formando- se, assim, um tronco nervoso único que penetra no canalfacial. Depois de curto trajeto, o nervo facial encurva-se fortemente para trás, formando o joelho externo, ou genículo do nervo facial, onde existe um gânglio sensitivo, o gânglio geniculado. A seguir, o nervo descreve nova curva para baixo, emerge do crânio pelo forame estilomastoídeo, atravessa a glândula parótida e distribui uma série de ramos para os músculos mímicos, músculo estilo-hioideo e ventre posterior do músculo digástrico. Estes músculos derivam do segundo arco branquial, e as fibras a eles destinadas são, pois, eferentes viscerais especiais, constituindo o componente funcional mais importante do VII par. Os quatro outros componentes funcionais do VII par pertencem ao nervo intermédio, que possui fibras aferentes viscerais especiais, aferentes viscerais gerais, aferentes somáticas gerais e aferentes viscerais gerais. As fibras aferentes são prolongamentos periféricos de neurônios sensitivos situados no gânglio geniculado; os componentes eferentes originam-se em núcleos do tronco encefálico. Eduardo Zanella - TX 4 → Fibras Eferentes Viscerais Especiais: para os músculos mímicos, músculos estilo-hioídeos e ventre posterior do digástrico; → Fibras Eferentes Viscerais Gerais: responsáveis pela inervação pré- ganglionar das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual. o As fibras destinadas às glândulas submandibular e sublingual acompanham o trajeto anteriormente descrito para as fibras aferentes viscerais especiais, mas terminam no gânglio submandibular; gânglio parassimpático anexo ao nervo lingual, de onde saem as fibras (pós-ganglionares), que se distribuem às glândulas submandibular e sublingual. As fibras destinadas à glândula lacrimal destacam-se do nervo facial ao nível do joelho interno, percorrem, sucessivamente. o nervo petroso maior e o nervo do canal pterigoídeo. atingindo o gânglio pterigopalatino de onde saem as fibras (pós-ganglionares) para a glândula lacrimal; → Fibras Aferentes Viscerais Especiais: recebem impulsos gustativos originados nos 2/ 3 anteriores da língua (e seguem inicialmente junto com o nervo lingual. A seguir, passam para o nervo corda do tímpano , através do qual ganham o nervo facial, pouco antes de sua emergência no forame estilo-mastoídeo. Passam pelo gânglio geniculado e penetram no tronco encefálico pela raiz sensitiva do VII par, ou seja, pelo nervo intermédio. Nervo vestibular – VII par O nervo vestibulococlear é um nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo, região denominada ângulo ponto-cerebelar. Ocupa, juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal Compõe-se de uma parte vestibular e uma parte coclear. que, embora unidas em um tronco comum, tem origem, funções e conexões centrais diferentes. A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que conduzem impulsos nervosos relacionados com o equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular do ouvido interno. A parte coclear do VIII par é constituída de fibras que se originam nos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição, originados no órgão espiral (de Corti), receptor da audição, situado na cóclea Nervo Glossofaríngeo – IX par O nervo glossofaringeo é um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõe em linha vertical Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. Eduardo Zanella - TX 5 Em seu trajeto através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior (ou jugular) e inferior (ou petroso), formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. O mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. Nervo vago – X par O nervo vago, o maior dos nervos cranianos, é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste longo trajeto, o nervo vago dá origem a numerosos ramos que inervam a laringe e a faringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui dois gânglios sensitivos, o gânglio superior (ou jugular), situado ao nível do forame jugular, e o gânglio inferior (ou nodoso), situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios, reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório → Fibras Aferentes Viscerais Gerais: muito numerosas, conduzem impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traqueia, esôfago, vísceras do tórax e abdome; → Fibras Eferentes Viscerais Gerais: são responsáveis pela inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais; → Fibras Eferentes Viscerais Especiais: inervam os músculos da faringe e da laringe. o O nervo motor mais importante da laringe é o nervo laríngeo recorrente do vago, cujas fibras, entretanto, são, em grande parte, originadas no ramo interno do nervo acessório. As fibras eferentes do vago originam-se em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas nos gânglios superior (fibras somáticas) e inferior (fibras viscerais). Nervo acessório – XI par O nervo acessório é formado por uma raiz craniana (ou bulbar) e uma raiz espinhal A raiz espinhal é formada por filamentos radiculares que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula e constituem um tronco comum que penetra no crânio pelo forame magno A este tronco reúnem-se os filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo. O tronco comum atravessa o forame jugular em companhia dos nervos glossofaríngeo e vago, dividindo-se em um ramo interno e outro externo Eduardo Zanella - TX 6 O ramo interno, que contém as fibras da raiz craniana, reúne-se ao vago e distribui-se com ele. O ramo externo contém as fibras da raiz espinhal, tem trajeto próprio e, dirigindo-se obliquamente para baixo, inerva os músculos trapézio e esternocleidomastoídeo. Funcionalmente, as fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são de dois tipos: → Fibras Eferentes Viscerais Especiais: inervam os músculos da laringe através do nervo laríngeo recorrente; → Fibras Eferentes Viscerais Gerais: inervam vísceras torácicas juntamente com fibras vagais. As fibras da raiz espinhal do nervo acessório são eferentes viscerais especiais. Nervo hipoglosso – XII par O nervo hipoglosso, essencialmente motor, emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Este emerge do crânio pelo canal do hipoglosso, tem trajeto inicialmente descendente, dirigindo-se, a seguir, para diante, distribuindo-se aos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. As fibras do hipoglosso são consideradas eferentes somáticas Nas lesões do nervo hipoglosso, há paralisia da musculatura de uma das metades da língua. Nesse caso, quando o paciente faz a protrusão da língua. ela se desvia para o lado lesado, por ação da musculatura do lado normal não contrabalanceada pela musculatura da metade paralisada. Inervação da língua Quatro nervos contem fibras destinadas à inervação da língua: o trigêmeo, o facial, o glossofaríngeo e o hipoglosso. → Trigêmeo: sensibilidade geral (temperatura, dor, pressão e tato) nos 2/3 anteriores; → Facial: sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores; → Glossofaríngeo: sensibilidade geral e gustativa no terço posterior; → Hipoglosso: motricidade.
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