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FRATURAS E LESÕES DO TÁLUS CLUBE DO ASNO – 2016/2017 Jean Felipe Araujo Agner INTRODUÇÃO 2º mais freqüente do tarso Suprimento sanguíneo precário 60% coberto por cartilagem Sem inserções músculo-tendíneas Responsável por 90% dos movimentos pelo pé e tornozelo ANATOMIA Óssea: Superfície articular superior Mais larga anterior que posterior Superfície articular inferior Subtalar (3 facetas) Osso mais denso - lateral ANATOMIA Óssea: Corpo: Processo posterior Tubérculo lateral (Stieda) Tubérculo medial Sulco do flexor longo do hálux Processo lateral Forma de cunha (plano frontal) Superfície medial-inferior – 1/3 lateral da faceta posterior Superfície supero-lateral – articula com a fíbula os trigonum – 50% das pessoas normais ANATOMIA Óssea: Colo Inserções ligamentares Forâmes vasculares (colo dorsal) Inclinação medial 15 a 20° Área mais vulnerável a fraturas ANATOMIA Óssea: Cabeça Anterior – articula com navicular Inferior – ligamento mola Postero-inferior – sustentáculo do tálus Medial – deltóide ANATOMIA Vascularização: Artéria tibial anterior Artéria dorsal do pé + Artéria do seio do tarso Artéria tibial posterior Artéria do canal (+ importante para o corpo do Tálus, AO) Ramo deltóide Artéria fibular Menor contribuição Processo posterior Vasos capsulares e ligamentares Contribuintes para a vascularização ANATOMIA VASCULAR FRATURA DO TALUS Trauma de alta energia “Fratura do aviador” Mecanismo de lesão: Acidentes de trânsito Hiperflexão dorsal Ruptura dos ligamentos capsulares posteriores Colisão do colo com a borda anterior da tibia distal Fratura entre a facetas média e posterior Carga axial sobre face plantar Em laboratorio não foi possível reproduzir o mecanismo de hiperdosoflexao LESÕES ASSOCIADAS Lesões toracicas, TCE, abdominais Fratura de platô Fratura de maleolos (Maléolo Medial) 19-28% Fratura de calcâneo 10% NA EMERGÊNCIA Redução da luxação Se possível fixar definitivo RADIOGRAFIAS Incidências: AP Oblíqua Perfil Canale e Kelly Eqüino máximo Pronação de 15° Inclinação 15° cefálica (complementar 75º) Melhor incidencia para ver o colo do talus Grau de deslocamento inicial Avaliação intra-op de redução FRATURA DO TALUS Classificação: Anatômica Colo Corpo Cabeça Processos FRATURA DO TALUS Rockwood7th Lesões em fragmento e avulsão foram mais as mais comuns, seguidas do colo!!! 15 COLO TALUS A incidência de osteonecrose está diretamente relacionada ao grau de deslocamento da fratura. Classificação: HAWKINS: TIPO I – não deslocada (ON rara) TIPO II – subluxação subtalar (mais comum, ON 40-50%) TIPO III – subluxação tibiotársica (ON =~80-100%) TIPOIV – subluxação talonavicular + ENUCLEAÇÃO DO FRAGMENTO POSTERIOR (ON =~80-100%) HAWKINS Classificação AO 81- TRATAMENTO Minimizar complicações Redução e fixação precoces Redução anatômica Fixação estável TRATAMENTO CONSERVADOR Apenas nas fraturas não desviadas Hawkins I Controle de redução com TC Restrição de carga por 4 – 6 semanas Imobilização por 12 semanas REDUÇÃO FECHADA Joelho flexionado e pé em flexão plantar Se redução anatomica pode ser fixado com parafuso canulado Ou tentado tratamento gessado Claramente no Rockwood opção ruim! TRATAMENTO ABERTO Redução aberta e fixação interna Padrão de tratamento Redução anatomica Se deltoide integro Preferível osteotomia do maleolo medial do que abrir o deltoide Abordagem combinada Fratura cominuta Antero-medial e lateral TRATAMENTO ABERTO Fixação percutânea Para fraturas sem desvio ou com redução incruenta anatomica Anterior Postero medial e lateral Parafusos interfragmentários Realizar pequena dissecção FIXAÇÃO INTERNA Força de cisalhamento no colo talar 1129 Newtons Parafusos canulados Titânio melhor para RM > avaliar necrose ( para agregar na oral) Placa Maior resistência do implante (>25%) Sem vantagem mecânica PÓS OPERATÓRIO Imobilização gessada por 1 mês Após inicio de ganho de adm Manter sem carga 3 meses COMPLICAÇÕES Infecção/necrose de pele Pobre envelope partes moles Corpo avascular vira grande sequestro Tratamento – talectomia Retardo de consolidação/pseudoartrose Consolidação viciosa Osteonecrose Tipo I – 0 a 13%; Tipo II – 20 a 50%; Tipo III e IV – > 80% - 100% Rx. Corpo com maior densidade, colapso do osso subcondral estreitamento do espaço articular ON pode ter resultado razoável RM melhor exame para diagnóstico Dor e colapso da cúpula - Atrodese Artrose (tibiotársica e subtalar) RM: padrão ouro THORDARSEN 1. Homogêneo 2. Até 20 % 3. 20-50% 4. > 50% COMPLICAÇÕES Sinal de Hawkins Sinal de Hawkins (6 – 8ª semana) Sinal de revascularização subcondral BOM PROGNÓSTICO Osteopenia subcondral no AP Artrodese de Blair COMPLICAÇÕES Consolidação viciosa Falha na redução Tipo II mais comum Redução incruenta / tentativa de ttmento conservador Cominuição aumenta risco - compressão na sintese Consolidação viciosa em Varo RI do retropé Adução do antepé Perda de movimentação subtalar Deformidade em supinação do pé Tratamento a la carte Osteotomia do calcâneo Osteotomia do médio pé Osteotomia do tálus Artrodeses – Subtalar, triplice COMPLICAÇÕES Artrose pós traumática Dependente de : Necrose gravidade da lesão Lesão condral tempo de imobilização FRATURA DO CORPO DO TÁLUS Fratura que atinge a articulação tibio-talar e subtalar Mecanismo lesão: Acidente automobilisto e queda de altura COMPRESSÃO AXIAL Lesões associadas freqüentes Fratura do copro e colo (40%) Fratura de maléolos 20% expostas FRATURA DO CORPO DO TALUS Tratamento Redução aberta e fixação interna Observar lesões associadas Evolução Artrose tibio talar (65%) Atrose subtalar (35%) FRATURA DA CABEÇA DO TÁLUS Rara Traço até a talonavicular Mecanismo Compressão axial com pé em flexão plantar BAILARINA DE RUGILO Tratamento Não desviadas – Bota gessada 6 semanas seguida de palmilha Desviadas – RAFI ou excisão Complicações Artrose talonavicular Subluxação talonavicular persistente FRATURA DO PROCESSO LATERAL Fratura do snowboarder -> DE CU É ROLA Mecanismo - Inversão + flexão dorsal Diagnóstico diferencial com lesão do ligamento talofibular anterior Prolongamento subtalar posterior – dor e perda de ADM Complicação – pseudoartrose Classificação Hawkins: I – lascas não articulares II – fragmento (tibiofibular a subtalar) III - cominuição Tratamento Não deslocadas – conservador Deslocadas sem cominuição – RAFI Deslocadas com cominuição – excisão do fragmento FRATURA DO PROCESSO POSTERIOR Tuberculo medial e lateral FRATURA DO PROCESSO POSTERIOR Fratura do tubérculo lateral – fratura de Shepherd Mecanismo Avulsão (talofibular posterior) Compressão direta (equino forçado) Clínica Dor postero lateral Dor a flexão do ativa do hálux Região da passagem do extensor longo do halux Dx diferencial com os trigonum Tratamento – maioria conservador Prognóstico - bom FRATURA DO PROCESSO POSTERIOR Fratura do tubérculo medial Fratura de Cedell Muito Rara Mecanismo Pronação + dorsiflexão (avulsão pelo deltóide) Tratamento cirúrgico RAFI se fragmento grande Excisão se fragmento pequeno Prognóstico - bom LUXAÇÃO SUBTALAR Luxação peritalar – subtalar + talonavicular Lesão rara Homens jovens 6:1 Lesões associadas Fraturas osteocondrais (45%) Fraturas maleolares, base do 5º, cubóide e tubérculo do navicular Mecanismo Queda de altura/automobilístico/basquete Medial – inversão, eixo sustentáculo do tálus (85%) Lateral – eversão, eixo processo anterior calcâneo (pior prognóstico) Ruptura dos ligamentos talonavicular e talocalcâneo CALCANEONAVICULAR – INTACTO LUXAÇÃO SUBTALAR Clínica: Deformidade “Medial - pé torto adquirido” “Lateral – pé plano adquirido” ate 40% expostas Radiografias: AP – luxação talonavicular Perfil Medial – tálus superior ao navicular e cubóide Lateral - tálus inferior ao navicular e cubóide LUXAÇÃO SUBTALAR Tratamento: Redução fechada (anestesia + flexão de joelho) TC pós redução – fragmentos osteocondrais Maioriaestáveis – bom prognóstico Redução aberta (10% mediais; 15 a 20% laterais) Mediais – interposição Cápsula talonavicular Retinaculo extensor Extensor curto dos dedos Bloqueio ósseo Laterais - interposição Tibial posterior Bloqueio ósseo Fixação com fios lisos 4-6 semanas LUXAÇÃO TOTAL DO TÁLUS Lesão rara e devastadora Continuação da peritalar Maioria exposta (infeccão) Osteonecrose comum Artrose comum FIXAÇÃO COM FIOS LISOS 4-6 SEMANAS Talectomia? Artrodese? LESÕES OSTEOCONDRAIS DO DOMO Entorse de tornozelo Dor persistente, falseio, “travamento” Cisalhamento ou compressão 1% das fraturas do tálus Jovens, homens 3:1 Difícil de identificar ao raio X (melhor RNM-T2) Mau prognóstico mesmo com tratamento adequado 2 áreas do domo: Antero-lateral (flexão dorsal) Postero-medial (flexão plantar) BERNDT e HARTY 1 2 3 4 TRATAMENTO Assintomáticos – não requer tto Grau I e II – gesso 6 semanas Grau III – depende da estabilidade do fragmento, qualidade da cartilagem de revestimento Grau IV – excisar fragmentos e melhorar o leito Agudamente Fragmentos pequenos soltos – excisar Fragmentos grandes soltos – fixar (Herbert) PRITSCH Classificação artroscópica: I – cartilagem normal – repouso/limitação de atividades II – cartilagem amolecida - microfraturas III – cartilagem esfiapada - debridamento 552 – Na fratura do colo do tálus, a ocorrência da necrose avascular tem relação direta com maus resultados clínicos Certo ( ) Errado ( ) Não sei ( ) 552 – Na fratura do colo do tálus, a ocorrência da necrose avascular tem relação direta com maus resultados clínicos Certo ( ) Errado ( x ) Não sei ( ) COMPLICAÇÕES Infecção/necrose de pele Pobre envelope partes moles Corpo avascular vira grande sequestro Tratamento – talectomia Retardo de consolidação/pseudoartrose Consolidação viciosa Osteonecrose Tipo I – 0 a 13%; Tipo II – 20 a 50%; Tipo III e IV – > 80% - 100% Rx. Corpo com maior densidade, colapso do osso subcondral estreitamento do espaço articular ON PODE TER RESULTADO RAZOÁVEL RM melhor exame para diagnóstico Dor e colapso da cúpula - Atrodese Artrose (tibiotársica e subtalar) 562 – A fratura do tálus com consolidação viciosa do colo em varo resultará em um antepé rígido e supinado Certo ( ) Errado ( ) Não sei ( ) 562 – A fratura do tálus com consolidação viciosa do colo em varo resultará em um antepé rígido e supinado Certo ( x ) Errado ( ) Não sei ( ) Consolidação viciosa em Varo RI do retropé Adução do antepé Perda de movimentação subtalar Deformidade em supinação do pé 572 – As fraturas do tálus tipo IV, descritas por Canale, caracterizam-se por apresentar as mesmas lesões do tipo III associadas à luxação da cabeça do tálus Certo ( ) Errado ( ) Não sei ( ) 572 – As fraturas do tálus tipo IV, descritas por Canale, caracterizam-se por apresentar as mesmas lesões do tipo III associadas à luxação da cabeça do tálus Certo ( x ) Errado ( ) Não sei ( ) 606 – No tratamento da fratura do tálus, a diminuição da densidade óssea subcondral é sinal de necrose avascular Certo ( ) Errado ( ) Não sei ( ) 606 – No tratamento da fratura do tálus, a diminuição da densidade óssea subcondral é sinal de necrose avascular Certo ( ) Errado ( x ) Não sei ( ) 615 – Na luxação subtalar, o ligamento calcaneonavicular permanece intacto, enquanto os ligamentos talonavicular e talocalcâneo sofrem ruptura Certo ( ) Errado ( ) Não sei ( ) 615 – Na luxação subtalar, o ligamento calcaneonavicular permanece intacto, enquanto os ligamentos talonavicular e talocalcâneo sofrem ruptura Certo ( x ) Errado ( ) Não sei ( ) 710 – A radiografia descrita por Canale e Kelly, para avaliar a fratura do colo do tálus, é feita com inclinação da âmpola de Raio X em relação ao solo de A – 75 graus cranial e 15 graus de pronação do pé B – 75 graus cranial e 15 graus de supinação do pé C – 75 graus caudal e 15 graus de pronação do pé D – 75 graus caudal e 15 graus de supinação do pé 710 – A radiografia descrita por Canale e Kelly, para avaliar a fratura do colo do tálus, é feita com inclinação da âmpola de Raio X em relação ao solo de A – 75 graus cranial e 15 graus de pronação do pé B – 75 graus cranial e 15 graus de supinação do pé C – 75 graus caudal e 15 graus de pronação do pé D – 75 graus caudal e 15 graus de supinação do pé 711 – A complicação mais comum associada a fraturas desviadas do colo do tálus é A – pseudoartrose B – infecção C – consolidação viciosa D – osteonecrose do corpo do tálus 711 – A complicação mais comum associada a fraturas desviadas DO COLO do tálus é A – pseudoartrose B – infecção C – consolidação viciosa D – osteonecrose do corpo do tálus ANATOMIA VASCULAR 776 – Nas fraturas do tálus A – o sinal de Hawkins é a esclerose do tálus indicando necrose avascular B – o sinal de Hawkins é o aumento da radioluscência da cúpula do tálus e indica necrose avascular C – o sinal de Hawkins é a radioluscência aumentada, vista na cúpula do tálus, e indica presença de circulação D – o sinal de Hawkins indica que existe circulação no tálus e é visto na cabeça do osso no raio X em perfil 776 – Nas fraturas do tálus A – o sinal de Hawkins é a esclerose do tálus indicando necrose avascular B – o sinal de Hawkins é o aumento da radioluscência da cúpula do tálus e indica necrose avascular C – o sinal de Hawkins é a radioluscência aumentada, vista na cúpula do tálus, e indica presença de circulação D – o sinal de Hawkins indica que existe circulação no tálus e é visto na cabeça do osso no raio X em perfil TARO 2012 84 – A fratura do tálus A – na região do colo geralmente é causada por mecanismo de hiper-dorsiflexão B – não pode ser causada por trauma de baixa energia C – associada a artropatia neuropática apresenta tipicamente protrusão lateral do corpo talar D – na região do corpo raramente se associa a fraturas de platô tibial ou maléolos TARO 2012 84 – A fratura do tálus A – na região do colo geralmente é causada por mecanismo de hiper-dorsiflexão B – não pode ser causada por trauma de baixa energia C – associada a artropatia neuropática apresenta tipicamente protrusão lateral do corpo talar D – na região do corpo raramente se associa a fraturas de platô tibial ou maléolos 671 – Sobre os diferentes tipos de fratura do tálus, assinale a correta A – as fraturas do processo lateral geralmente ocorrem por avulsão e mecanismo de dorsiflexão, inversão e rotação interna do tornozelo B – fraturas do processo posterior do tálus são, em sua maioria, de tratamento conservador por se tratarem de fraturas extra-aarticulares C – as fraturas da cabeça são as segundas mais comuns do tálus, atrás apenas das fraturas do colo do tálus D – fraturas osteocondrais do tálus estão associadas à história prévia de trauma em 98% dos casos e geralmente são subdiagnosticadas 671 – Sobre os diferentes tipos de fratura do tálus, assinale a correta A – as fraturas do processo lateral geralmente ocorrem por avulsão e mecanismo de dorsiflexão, inversão e rotação interna do tornozelo B – fraturas do processo posterior do tálus são, em sua maioria, de tratamento conservador por se tratarem de fraturas extra-aarticulares C – as fraturas da cabeça são as segundas mais comuns do tálus, atrás apenas das fraturas do colo do tálus D – fraturas osteocondrais do tálus estão associadas à história prévia de trauma em 98% dos casos e geralmente são subdiagnosticadas 581 – A osteocondrite dissecante lateral do tálus é de etiologia traumática Certo ( ) Errado ( ) Não sei ( ) 581 – A osteocondrite dissecante lateral do tálus é de etiologia traumática Certo ( x ) Errado ( ) Não sei ( ) LESÕES OSTEOCONDRAIS DO DOMO Entorse de tornozelo Dor persistente, falseio, “travamento” Cisalhamento ou compressão 1% das fraturas do tálus Jovens, homens 3:1 Difícil de identificar ao raio X (melhor RNM-T2) Mau prognóstico mesmo com tratamento adequado 2 áreas do domo: Antero-lateral (flexão dorsal)Postero-medial (flexão plantar)
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