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U5_Biologia_celular_e_genética_aluno

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BIOLOGIA CELULAR E 
GENÉTICA
GRASIELA DIAS DE CAMPOS SEVERI-AGUIAR 
1
C
O
M
PE
TÊ
N
C
IA
S
UNIDADE 5
O NÚCLEO
1. O NÚCLEO 
O núcleo foi observado como uma estrutura geralmente esférica ou oval, que se corava 
intensamente, localizada no centro da célula. Daí o termo utilizado: núcleo, em refe-
rência a sua posição central dentro da célula. Mais tarde foi possível identificar que ele 
pode ocupar outras posições na célula (Figura 01), ficando mais basal ou lateralmente 
localizado, porém, o termo foi mantido.
Compreender os eventos moleculares envolvidos no funcionamento celular.
Conteúdo programático
01. Envoltório nuclear 
02. Estrutura, composição química e função
03. Nucléolo
Figura 01. Núcleos encontrados em diferentes posições nas células: à esquerda - célula vegetal, no centro 
- células do epitélio respiratório e à direita - célula do músculo liso
Fonte: 123RF.
Nas células vegetais, devido ao grande vacúolo que ocupa quase todo o citoplasma, o núcleo 
é deslocado para a periferia. Nas células colunares do epitélio respiratório o núcleo se localiza 
na região basal da célula e, na fibra muscular lisa, ele está localizado no centro da célula. 
Com exceção das células que perderam o núcleo em alguma etapa de suas vidas, 
como os eritrócitos (hemácias) de mamíferos, todas as células eucariotas possuem 
2 Biologia Celular e Genética
U5 O Núcleo
núcleo. As células procariontes não apresentam um núcleo definido, mas possuem um 
nucleoide, ou seja, uma região determinada, com características morfológicas peculia-
res, onde se distribui o DNA.
A forma do núcleo geralmente acompanha a forma da célula, como pode ser observado 
na Figura 02, e a maioria das células possuem um núcleo único, sendo mononucleadas. 
Figura 02. Distensão das células epiteliais escamosas da cérvix uterina coletadas no exame “Papanico-
lau”, onde podem ser visualizados seus núcleos e diagrama mostrando vários tipos de epitélios em que a 
forma do núcleo acompanha o formato da célula
Observe na imagem (Figura 03), na qual os núcleos aparecem em roxo, que a forma 
do núcleo é diferente conforme o tipo de célula. Há células que são chamadas poli-
morfonucleadas porque apresentam núcleos com vários lóbulos, é o caso de alguns 
leucócitos, os glóbulos brancos do sangue.
epitélio simples 
escamoso ou 
pavimentoso
estratificado 
pavimentoso
simples colunar com 
microvilos
pseudoestratificado 
colunar com cílios e 
microvilos
simples cúbico
transição
Figura 03. Distensão de sangue periférico 
mostrando as hemácias (glóbulos 
anucleados), linfócitos (com núcleos esféricos) 
e os polimorfonucleares
Fo
nt
e:
 1
23
R
F.
Fonte: 123RF. 
U5
3Biologia Celular e Genética
O Núcleo
Há alguns tipos celulares, porém, que apresentam mais de um núcleo. É o caso dos 
hepatócitos (células do fígado) e das fibras musculares estriadas (Figura 04).
Figura 04. Secções histológicas coradas com HE. À esquerda secção de fígado e à direita secção de 
músculo estriado esquelético
Os núcleos apresentam-se corados de roxo. Podem ser observados os hepatócitos à 
esquerda, alguns com dois núcleos e, as fibras musculares à direita que são polinucle-
adas, ou seja, apresentam vários núcleos. 
Há núcleos que apresentam um só conjunto cromossômico (n) da espécie. É o caso dos 
espermatozóides e dos ovócitos de humanos, que são células gaméticas, chamadas 
de células haplóides (n) e apresentam 23 cromossomos, um representante de cada 
par cromossômico da espécie. A maioria das células porém, apresentam dois conjuntos 
cromossômicos, e são chamadas células diplóides (2n), como é o caso das células 
somáticas humanas que tem 46 cromossomos. Existem células chamadas poliplóides, 
que apresentam mais conjuntos cromossômicos (3n, 4n, 5n, 6n).
Durante a interfase, os núcleos apresentam a cromatina em seu volume natural, mas 
antecedendo a divisão celular, o volume da cromatina dobra, devido à replicação do DNA, 
assim como a quantidade de histonas e, com isso, o tamanho do núcleo aumenta. Du-
rante a divisão celular, o núcleo se desorganiza e os cromossomos, resultantes da con-
densação da cromatina, ocupam todo o citoplasma e são divididos para as células-filhas.
O núcleo das células apresenta duas funções básicas: a)- transmissão dos caracteres he-
reditários, por apresentar no seu interior o DNA, a molécula da hereditariedade e, b)- su-
pervisão da atividade metabólica da célula, porque no seu interior ocorre a replicação e 
transcrição do DNA, permitindo a divisão das células e a regulação das atividades celulares.
O núcleo se relaciona com o citoplasma de forma ativa. Moléculas saem do núcleo em 
direção ao citoplasma, como o RNA e, outras tantas, entram no núcleo vindas do cito-
plasma, como as proteínas.
O núcleo (Figura 5) é envolvido e delimitado pelo envoltório nuclear, que apresenta 
diversos poros nucleares. No seu interior existe um componente de aparência amórfica 
(sem forma) que é a matriz nuclear ou nucleoplasma, rica em proteínas, onde é 
encontrado o componente filamentoso ou granuloso, a cromatina, que apresenta 
Fonte: 123RF.
4 Biologia Celular e Genética
U5 O Núcleo
SA
IB
A 
M
A
IS
corpos densos e bastante evidentes, os nucléolos. A cromatina se prende ao envoltório 
nuclear pela lâmina nuclear. Vamos conhecer nessa unidade a estrutura de cada um 
deles e suas funções, com exceção da cromatina.
Figura 05. Diagrama do núcleo das células mostrando todos os seus componentes (à esquerda) e eletro-
micrografia de uma célula corada artificialmente evidenciando as estruturas nucleares (à direita)
Nuclear envelopeRibossomo
Lâmina nuclear
Nucleoplasma ou 
matriz nuclear
Cromatina
Nucléolo
Poro nuclear
Fonte: 123RF.
SOBRE O NÚCLEO....
Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=beux6yzGzeQ. Acesso em: 15 jun. 
2022.
U5
5Biologia Celular e Genética
O Núcleo
1.1 ESTRUTURA, COMPOSIÇÃO QUÍMICA E FUNÇÃO DO NÚCLEO
Envoltório ou envelope nuclear
A microscopia eletrônica permitiu verificar que o núcleo é delimitado e envolvido por 
uma complexa estrutura, chamada envoltório nuclear, e não apenas por uma mem-
brana nuclear ou carioteca como era anteriormente chamada. O envoltório nuclear, que 
compartimentaliza o material genético, tem por função:
 ` Organização espacial do material genético no núcleo: os genes ocupam regiões determi-
nadas no núcleo;
 ` Proteção mecânica do conteúdo nuclear: contra movimentos provocados pelo citoesque-
leto do citoplasma;
 ` Barreira seletiva entre o núcleo e o citoplasma: distribuição de proteínas e íons nos dois 
ambientes;
 ` Determinação de ambientes diferentes na célula: no núcleo ocorrem a replicação e a 
transcrição do DNA e no citoplasma ocorre a síntese proteica.
O envoltório nuclear recebe esse nome porque é composto por duas membranas, seme-
lhantes a membrana plasmática, que delimitam um espaço chamado espaço perinuclear. 
A membrana externa do envoltório nuclear tem continuidade com a membrana do retículo 
endoplasmático (RE), sendo muito semelhante a ela e, inclusive, apresentando alguns ri-
bossomos aderidos (Figura 06). O espaço perinuclear tem continuidade com a luz do RE, 
apresentando ambos, conteúdos semelhantes, rico em cálcio, proteínas e enzimas.
Figura 06. Diagrama mostrando a membrana do Retículo 
endoplasmático em continuidade com a membrana externa do 
envoltório nuclear
A membrana interna do envoltório nuclear, voltada para o interior do núcleo, tem íntimo 
contato com a lâmina nuclear e com a cromatina. Essa membrana apresenta proteínas 
intrínsecas, que se ligam às proteínas da lâmina nuclear, e à cromatina, especialmente, 
à heterocromatina.
Fonte: 123RF.
6 Biologia Celular e Genética
U5 O Núcleo
Em alguns pontos, essas duas membranas se fundem, formando interrupções canalicu-
lares que são os complexos de poro. 
Os complexos de poros
Os complexos de poros são regiões extremamente elaboradas onde ocorre a fusão das 
membranas interna e externa do envoltório nuclear, formando canais. O número e a 
localizaçãodos complexos de poros, varia de acordo com o tipo celular. São estruturas 
macromoleculares importantíssimas na permeabilidade nuclear. Por eles são transpor-
tadas proteínas, RNA e suas combinações.
Sabe-se que os complexos de poros são formados por oito elementos verticais, por 
entre os quais passam as membranas do envoltório nuclear, conectados em suas extre-
midades e na região mediana, formando anéis, com um canal central (Figura 07).
Figura 07. Diagrama do complexo de poro do envoltório nuclear
Legenda: canto inferior direito=> representação do núcleo com o envoltório nuclear, matriz nucle-
ar e nucléolo. Ampliado está o complexo de poro=> em azul e amarelo estão as membranas do 
envoltório nuclear e em rosa as proteínas que formam a estrutura do poro, incluindo as fibrilas ou 
filamentos mostrados em verde.
Fonte: 123RF. 
As faces citoplasmática e nuclear do complexo de poro não são simétricas, ou seja, não 
são iguais. Há filamentos que se projetam em direção ao citoplasma, como existem outros 
Filamentos citoplasmáticos
Anéis citoplasmáticos
Envelope nuclear
Nucleoplasma
Cesta nuclear
Proteínas
Nucléolo
Núcleo
Canal central
Envelope nuclear
Poro nuclear
U5
7Biologia Celular e Genética
O Núcleo
SA
IB
A 
M
A
IS
que formam uma estrutura em cesto na face nuclear (Figura 07). Já foram descritos mais 
de cem tipos diferentes de proteínas que participam do complexo de poro.
A forma como as moléculas são transportadas pelo complexo de poro é variável. Molé-
culas com até 50kDa de massa molecular passam livremente, por difusão, através do 
complexo de poro. Por difusão facilitada são transportadas moléculas, que interagem com 
as proteínas do complexo de poro, para equilibrar as concentrações entre o núcleo e o 
citoplasma. Outras moléculas são transportadas quando apresentam um sinal (sequência 
específica de aminoácidos) que é reconhecida por uma proteína de transporte nuclear 
(importina ou exportina). O complexo, molécula a ser transportada mais a proteína de 
transporte nuclear, se liga ao complexo de poro, a fim de que essas moléculas sejam 
importadas ou exportadas do núcleo. Nesse caso há gasto de energia pela célula. 
SOBRE O TRANSPORTE PELO COMPLEXO DE PORO....
Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=itFbii4fw3U. Acesso em: 15 jun. 
2022.
1.2. A LÂMINA NUCLEAR
Localizada logo abaixo do envoltório nuclear, na face citoplasmática, é encontrada a 
lâmina nuclear. Sua espessura varia de 10 a 200nm e sua constituição é basicamente 
proteica. É formada principalmente por laminas, proteínas que compõem os filamentos 
intermediários do citoesqueleto. A lâmina nuclear tem como funções:
 ` Ancoragem da cromatina, especialmente a heterocromatina (Figura 8);
 ` Regulação da expressão gênica e da replicação do DNA; 
 ` Desestruturação e restruturação do envoltório nuclear durante a divisão celular.
Figura 08. Eletromicrografia artificialmente colorida de 
uma célula da gônada animal, produtora de hormônios
Legenda: citoplasma em rosa mostrando as cisternas do REG em azul, os grânulos contendo hormônio em 
verde, lisossomos em vermelho e acima o núcleo: observar o envoltório nuclear com pontos de cromatina 
condensada aderida à lâmina nuclear, poros nucleares e o nucléolo no canto esquerdo.
Fo
nt
e:
 1
23
R
F.
 
8 Biologia Celular e Genética
U5 O Núcleo
Durante a desestruturação do envoltório nuclear, que ocorre no início da fase M da 
divisão celular, as laminas A e C se dissociam dele e, então, ele se desorganiza. As 
laminas B se ligam a vesículas de envoltório desorganizado. Ao final da fase M, depois 
da separação dos cromossomos, ocorre a fusão das vesículas associadas à lamina tipo 
B, reconstituindo o envoltório nuclear (Figura 09).
Figura 09. Diagrama mostrando a desorganização do envoltório nuclear no 
início da divisão celular e sua reorganização ao final do processo 
Fonte: Alberts et al. (2017, p. 657). 
Interfase do núcleo
Envelope 
nuclear 
Complexo do 
poro nuclear
Laminas DNA
FOSFORILAÇÃO 
DE LÂMINAS E 
PROTEÍNAS NPC
DESFOSFORILAÇÃO 
DE LÂMINASFUSÃO DE FRAGMENTOS DE ENVELOPE NUCLEAR
PRÓFASE
TELÓFASE INICIAL
TELÓFASE 
TARDIA
FOSFORILAÇÃO 
DE LÂMINAS E 
PROTEÍNAS NPC
Membrana nuclear interna
Membrana nuclear externa
Laminas 
fosforiladas
Cromossomo 
duplicado
Cromossomo-
filho
Fragmento 
do envelope 
nuclear
Proteínas do 
complexo do 
poro nuclear
1.3. MATRIZ NUCLEAR 
A matriz nuclear é uma estrutura proteica fibrogranular que alicerça o núcleo. Ela se 
associa ao DNA, pelas regiões ricas em AT, exercendo importante papel durante a re-
plicação do DNA e, também, na regulação gênica. Essa matriz é rica em proteínas e 
apresenta RNA e fosfolípídeos.
Dentre as proteínas da matriz podemos citar as glicoproteínas, as matrinas, as metaloproteí-
nas - principalmente às associadas a íons de cobre que atuam no silenciamento e ativação de 
genes, além das proteínas que participam dos processos de replicação e transcrição do DNA.
1.4. NUCLÉOLO 
No interior do núcleo das células interfásicas é possível observar uma região de croma-
tina mais condensada a que chamamos nucléolo. O nucléolo é a região mais evidente 
do núcleo interfásico e não é envolto por membrana.
U5
9Biologia Celular e Genética
O Núcleo
Sabe-se, todavia, que o nucléolo representa regiões da cromatina que participam da 
formação dos ribossomos, ou seja, aí existem genes para RNAr ou melhor, genes que 
se expressam na produção de RNAr. O tamanho e a forma do nucléolo estão relaciona-
dos com o estado funcional da célula. Células com intensa atividade metabólica costu-
mam apresentar nucléolos maiores. Isso decorre do fato de que as células que realizam 
a síntese de proteínas em níveis altos, precisam de maior quantidade de ribossomos. 
Algumas células como os hepatócitos, por exemplo, podem ter mais de um nucléolo 
porque o metabolismo celular é alto assim como a atividade de síntese de proteínas.
Durante a divisão celular o nucléolo desaparece, ou melhor, ele não é visto na microsco-
pia. Como sabemos, a célula que entra em divisão, condensa a cromatina em forma de 
cromossomos. Então, aquela porção de cromatina que forma o nucléolo também fará 
parte dos cromossomos, ocupando sítios cromossômicos específicos, chamados Regi-
ões Organizadoras do Nucléolo (NORs ou RONs). Sendo assim, podemos entender 
que o nucléolo desaparece durante a divisão celular, mas as NORs permanecem nos 
cromossomos e que, após a divisão, quando os cromossomos se descondensam e a 
célula volta à interfase, o nucléolo volta a se organizar. Podemos entender esse meca-
nismo como parte da dinâmica celular.
Composição química e estrutura do nucléolo
O nucléolo é uma porção da cromatina e, portanto, é composto por DNA, proteínas 
histonas e não histonas. O DNA, rico CG, contém os genes ribossomais que darão ori-
gem às subunidades ribossomais. Logo, o nucléolo apresenta também RNAr, transcrito 
a partir do DNA ribossomal, e pequenas ribonucleoproteínas (small nucleolar RNP) – 
snoRNP, que se associam ao RNA, como a fibrilarina. Já foram identificados aproxima-
damente 350 tipos de proteínas nucleolares.
Todas as moléculas presentes no nucléolo se agrupam de formas variadas de tal modo 
que, ao ser observado à microscopia eletrônica de transmissão (Figura 10) e dependendo 
do tipo celular, o nucléolo pode ser classificado como reticulado, compacto ou com cama-
das concêntricas. Seja qual for a sua estrutura, o nucléolo carrega os genes codificadores 
de RNAr que darão origem às subunidades ribossomais que forma os ribossomos.
10 Biologia Celular e Genética
U5 O Núcleo
Figura 10. Micrografia eletrônica mostrando à esquerda um núcleo com o envoltório nuclear e o nucléolo 
bastante evidente e, à esquerda, em destaque um nucléolo concêntrico mostrando suas regiões (centros 
fibrilares, componente fibrilar denso e componentes granular)
Fonte: Alberts et al. (2017, p. 329).
Estudos mostraram que os genes, contidos no DNA, que informam para o RNAr, estão 
arranjados em sequênciasrepetitivas de um motivo genético ou seja, são várias có-
pias dos genes compostos de sequências codificadoras de três genes referentes aos 
tipos de RNAr 18S; 5,8S e 28S, além de regiões não codificadoras, que não são trans-
critas. Essa letra S que identifica os tipos de RNAr provém da palavra svedberg, uma 
unidade utilizada para medir a velocidade de sedimentação das moléculas de RNA. A 
molécula de RNAr 28S é maior e mais pesada que a 5,8S, então a primeira sedimenta 
mais rápido que a segunda e seu valor S é maior. 
Após o surgimento do RNAr 45S (transcrito primário) a partir do DNAr, o mesmo ainda 
no nucléolo sofre processamento (quebra ou clivagem) para dar origem aos segmentos 
de RNAr 28S, 18S e 5,8S, os quais juntamente com proteínas ribossomais darão ori-
gem às subunidades ribossomais maior e menor. Para compor a subunidade maior do 
ribossomo, além dos segmentos de RNAr 28S e 5,8S junta-se o RNAr 5S, não transcrito 
no nucléolo, mas sim no núcleo, e proteínas ribossomais. A subunidade ribossomal me-
nor é formada pelo RNAr 18S e por proteínas ribossomais (Figura 11). 
Heterocromatina periférica 
Envelope 
nuclear
Componente 
fibrilar denso 
Componente 
granular
2 µm 1 µmA B
Centro 
fibilar
Nucléolo
U5
11Biologia Celular e Genética
O Núcleo
Ambas as subunidades ribossomais (maior e menor) migram, separadamente, para o 
citoplasma através do complexo de poro e quando, no citoplasma encontram a molécu-
la de RNAm, as subunidades ribossomais se unem e formam um ribossomo funcional, 
o qual irá participar da síntese proteica (Figura 12). 
Figura 11. Estrutura dos genes para RNAr que ficam no nucléolo. ID 
Fonte: Alberts et al. (2017, p. 328).
rRNA precursor 455
13.000 necleotideos
MODIFICAÇÃO QUÍMICA
CLIVAGEM
5,85 rRNA 285 rRNA185 rRNA
Regiões de sequências 
necleotidicas degradas
Incorporado na subunidade 
ribossômica menor
Incorporado na subunidade 
ribossômica maior
rRNA 55 produzido em 
outro local 
5’
ppp OH
3’
Figura 12. Duas subunidades ribossômicas (maior e menor) formando o ribossomo, que 
está ligado ao RNAm. Este serve de molde para a formação da cadeia polipeptídica
Subunidade ribossomal menor
Subunidade ribossomal maior
Cadeia polipeptídica em crescimento
RNAm
RNAt
Fo
nt
e:
 1
23
R
F.
 
12 Biologia Celular e Genética
U5 O Núcleo
Caso clínico
Paciente, sexo feminino, 5 anos apresenta desde o primeiro ano de vida baixa estatura com 
retardamento no crescimento, alopecia, diminuição de gordura subcutânea, olhos proemi-
nentes, aparência de pele envelhecida, rigidez articular e densidade óssea reduzida. Após 
análise das características físicas, foi solicitado exame genético para identificação de muta-
ção no gene LMNA, sendo esse positivo e confirmando o diagnóstico de síndrome progeróide 
de Hutchinson - Gilford – Progeria.
Enunciado
“A síndrome progeróide de Hutchinson - Gilford (HGPS) pertence a um grupo de
doenças genéticas raras e fatais denominadas Síndromes Progeróides, estas são caracteri-
zadas por manifestações fenotípicas de envelhecimento prematuro. Os pacientes acometi-
dos pela HGPS apresentam uma taxa de envelhecimento sete vezes maior que a da popula-
ção geral e as manifestações clínicas características da doença tornam-se evidentes a partir 
do primeiro ano de vida da criança. Relacionada a uma mutação do gene LMNA, responsável 
por codificar a proteína lamina A. Tal alteração genética é conhecida como mutação de ponto 
(troca ou substituição de uma base nitrogenada), sendo que neste caso é responsável pela 
produção de Progerina, uma proteína nuclear aberrante que está associada à manutenção 
da forma e função celular. Assim, tal alteração ocasionará o acúmulo anormal desta proteína, 
que em grandes quantidades, está associada a uma redução da capacidade celular em re-
sistir ao estresse mecânico, acarretando a morte da célula.”
Fonte: SILVA, L.C.A. et al. Síndrome de Hutchinson-Gilford e suas principais alterações. Caderno de Publicações 
Univag, Várzea Grande, n. 11, p. 159-176.
Com relação à lamina A, cujo gene alterado é responsável pelo desenvolvimento desse tipo 
de progéria, é correto afirmar:
a. é uma proteína do citoesqueleto, um filamento intermediário, que faz parte da lâmina nu-
clear, em contato direto com o envoltório nuclear.
b. é uma proteína do citoesqueleto, um filamento intermediário, que faz parte do envoltório 
nuclear, que é afetado na doença.
c. é uma ribonucleoproteína integrante do nucléolo que, quando alterada, produz ribosso-
mos anormais, não funcionais, que comprometem a célula.
SA
IB
A 
M
A
IS
Nas próximas unidades conheceremos os mecanismos de replicação e transcrição do 
DNA e a tradução do RNA em proteína. Entenderemos assim, os mecanismos de expres-
são gênica, compreendendo o papel dos ribossomos e de cada um dos tipos de RNA.
SOBRE O RIBOSSOMO....
Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=ZA5yi_FRzCI. Acesso em: 15 jun. 
2022.
Atividade 1.
2. ATIVIDADES PROPOSTAS
U5
13Biologia Celular e Genética
O Núcleo
Atividade 2.
d. tem a função de ancorar a cromatina ao envoltório nuclear, e quando alterada, modifica a 
estrutura dos complexos de poro, impedindo a passagem de moléculas.
e. forma os microtúbulos da matriz nuclear e, quando alterada, causa desestruturação do 
citoesqueleto nuclear, causando encolhimento do núcleo e morte celular.
Enunciado
O experimento abaixo, realizado por John B. Gurdon e publicado em 1962, tornou-se clássico 
sobre a transferência nuclear em anfíbios e trouxe ao pesquisador o Prêmio Nobel de Fisio-
logia e Medicina em 2012.
Fonte: http://gn434.shoutwiki.com/wiki/Nuclear_transplants_and_genomic_equivalence_-_John_
Gurdon%E2%80%99s_expts. Acesso em: 15 jun. 2022.
Nesse experimento, um girino foi obtido após a transferência de um núcleo retirado de uma 
célula de pele do sapo da espécie Xenopus laevis, para o citoplasma de um ovócito anucle-
ado. Ocorreu o desenvolvimento embrionário e formou a forma jovem, o girino, que depois 
chegará a forma adulta do sapo.
Sobre esse experimento são feitas as asserções a seguir. Avalie-as e a relação proposta 
entre elas.
I. O girino obtido a partir do experimento acima vai apresentar as características do sapo 
da espécie Xenopus leavis.
PORQUE
Ovócito não fertilizado Sapo adulto
Células da pele em 
placa de cultura
Núcleo destruído por luz UV Núcleo na pipeta
Núcleo injetado no ovócito
Blástula normal
Girino
14 Biologia Celular e Genética
U5 O Núcleo
II. Foi utilizado o núcleo da célula de pele do sapo Xenopus leavis que contém todas as 
informações para formar um novo indivíduo, mesmo tendo sido ele colocado no citoplasma 
de uma outra célula.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.
Atividade 3.
Enunciado
“Pesquisadores do Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos 
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, descobriram que o Trypano-
soma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas, toma o controle de uma proteína 
essencial no núcleo da célula infectada para favorecer a continuidade do seu ciclo de vida 
no hospedeiro. Dessa forma, o T. cruzi pode alterar funções nucleares complexas como a 
modulação da transcrição do RNA, molécula essencial para a manutenção das funções bio-
lógicas da célula. Ele consegue alterar a expressão das proteínas que são importantes para 
copiar informações do DNA, diminuindo a atividade dessas proteínas e afetando as novas 
que seriam geradas ao final do processo”.
Fonte: https://jornal.usp.br/ciencias/parasita-causador-da-doenca-de-chagas-sequestra-pro-
teina-essencial-no-nucleo-de-celula-infectada/.Acesso em: 15 jun. 2022.
Essa pesquisa demonstra que o protozoário:
a. age da mesma forma que os vírus, introduzindo seu material genético na célula hospedei-
ra para ela fabricar cópias dele e matar as células.
b. causa uma mutação no material genético da célula hospedeira onde ele se instala alte-
rando seu funcionamento.
c. é capaz de modular proteínas nucleares e modificar as funções do núcleo, alterando mo-
léculas como o RNA e proteínas.
d. ao entrar no núcleo da célula, causa relaxamento da heterocromatina que passa a se 
expressar, fabricando novos RNAs e proteínas.
e. consome as proteínas da célula hospedeira para que ela possa fabricar suas próprias 
proteínas e assim se reproduzir para infectar mais células.
U5
15Biologia Celular e Genética
O Núcleo
Enunciado
Observe a figura abaixo retirada de um livro de Biologia Celular.
Fonte: Alberts et al. (2010, p. 504)
Abaixo são apresentadas várias proposições a respeito do que está ilustrado na figura. As-
sinale a correta.
a. Estão ilustradas as proteínas da membrana plasmática que permitem a difusão de molé-
culas entre o núcleo e o citoplasma.
b. Estão ilustradas as proteínas da membrana plasmática que formam canais e permitem a 
comunicação do núcleo com o citoplasma.
c. Está ilustrada a lâmina nuclear, onde estão os complexos de poro, que realizam o trans-
porte citoplasma-núcleo.
d. São mostrados os complexos de poro do envoltório nuclear, e o transporte de moléculas 
do núcleo para o citoplasma.
e. São mostrados os complexos de poro do envoltório nuclear, e o transporte de moléculas 
do citoplasma para o núcleo.
Atividade 4.
Sinal de localização nuclear Proteína nuclear prospectiva
Receptor de transporte 
nuclear
Fibrila do poro nuclear 
citosólico
CITOSÓLICO
NÚCLEO
16 Biologia Celular e Genética
U5 O Núcleo
Atividade 5.
Enunciado
Observe a figura e responda a alternativa que melhor se aplica.
Fonte: Alberts et al. (2010, p. 240).
a. O núcleo é envolto pelo envoltório nuclear, que é muito semelhante em sua estrutura à 
membrana plasmática e, por isso, era conhecido por carioteca.
b. O nucléolo é um organoide envolto por membrana que contém genes que codificam 
RNAm para formar proteínas.
c. Os pontos mais escuros (eletrodensos) da cromatina representam as áreas de eucroma-
tina, que ficam associadas ao envoltório nuclear, em alguns pontos.
d. O envoltório nuclear é constituído por duas membranas que se fundem em alguns pontos 
formando os complexos de poro, apontados pelas setas.
e. Embora não visualizada na imagem, a lâmina nuclear é uma estrutura lipoproteica que faz 
parte do envoltório nuclear, e que liga a cromatina a ele.
Nucléolo
Núcleo
Citoplasma
5 µm
U5
17Biologia Celular e Genética
O Núcleo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTS, B., JOHNSON, A., LEWIS, J., MORGAN, D., RAFF, M., ROBERTS, K., WALTER, P., WILSON, J., 
HUNT, T. Molecular biology of the cell,.6. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Pags. 328, 329, 657.
ALBERTS, B., BRAY, D., HOPKIN, K., JOHNSON, A., LEWIS, J., RAFF, M. ROBERTS, K., WALTER, P. Es-
sential Cell Biology.3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Pags. 240, 504.
CARVALHO, Hernandes F.; PIMENTEL, Shirlei M.R. A Célula. 4. ed. Barueri: Manole, 2019. Pág. 4-6; 171-
188; 209-220; 301-309.
POLLARD, Thomas D.; EARNSHAW, William C. Biologia Celular. 2. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Pág. 
255-270.
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