agravo

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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 
Vigésima Sétima Câmara Cível 
 
 
Secretaria da Vigésima Sétima Câmara Cível 
Beco da Música, 175 - 3º andar – Sala 321 – Lâmina IV 
Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20010-010 
Tel.: + 55 21 3133-5402 – E-mail: 27cciv@tjrj.jus.br 
Agravo de Instrumento nº 0044010-95.2021.8.19.0000 – LEP 
 
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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0023974-95.2022.8.19.0000 
ORIGEM: 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOÃO DE 
MERITI 
AGRAVANTE: BANCO ITAUCARD S/A 
AGRAVADO: WANDERNESS MACHADO DOS SANTOS 
RELATORA: DES. JACQUELINE LIMA MONTENEGRO 
 
 
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL 
CIVIL. RECURSO MANEJADO CONTRA 
ATO JUDICIAL SEM CONTEÚDO 
DECISÓRIO (DETERMINAÇÃO DE 
APRESENTAÇÃO DE NOTIFICAÇÃO 
EXTRAJUDICIAL ENTREGUE NO 
ENDEREÇO CONSTANTE DO CONTRATO 
PARA COMPROVAÇÃO DA MORA DO 
DEVEDOR). RECURSO QUE NÃO SE 
CONHECE, NA FORMA DO ART. 932, III, DO 
CPC ANTE A SUA MANIFESTA 
INADMISSIBILIDADE. 
 
 
 
 
D E C I S Ã O 
 
 
Cuida-se de Agravo de Instrumento interposto por Banco Itaucard S. A. 
contra decisão a fls. 75, dos autos principais eletrônicos, que, em ação de 
busca e apreensão proposta em face de Wanderness Machado dos Santos, ora 
Agravado, determinou a juntada de notificação extrajudicial entregue no 
endereço constante do contrato para comprovação da mora do devedor. 
 
A decisão vergastada foi proferida nos seguintes termos: 
 
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“Ao autor para que complete a inicial, no prazo de 15 
(quinze) dias, juntando aos autos notificação extrajudicial 
devidamente entregue no endereço constante no contrato, a 
fim de comprovar a mora do devedor na forma das Súmulas 
55 e 283 do TJRJ, sob pena de indeferimento da inicial, de 
acordo com o parágrafo único do artigo 321 do NCPC”. 
 
É o sucinto relatório. Decido. 
 
O presente agravo de instrumento não é admissível. 
 
O Agravo de Instrumento, nos termos do art. 1.015 do CPC, somente é 
cabível em face das decisões interlocutórias. 
 
In casu, a “decisão” agravada não é dotada de conteúdo decisório, uma 
vez que se trata de simples despacho que determinou ao Agravante a 
apresentação de notificação extrajudicial entregue no endereço constante do 
contrato para comprovação da mora do devedor. 
 
Trata-se, repito, de ato judicial sem cunho decisório e, como tal, não 
suscetível de agravo de instrumento, posto que irrecorrível. 
 
Corroborando tais argumentos, cita-se precedentes deste Tribunal de 
Justiça, que apreciaram a questão em hipóteses análogas: 
 
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL. DESPACHO DETERMINANDO QUE A 
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA COMPROVE A MORA DO 
DEVEDOR. Instituição financeira que afirma a comprovação 
da mora do devedor foi realizada com envio de carta ao 
endereço do devedor e pelo protesto do título em cartório 
extrajudicial, realizado para fins de apreciação do pedido de 
liminar na ação de busca e apreensão. Despacho indicado 
como combatido que não se trata de indeferimento de 
liminar, mas, apenas, de determinação para a vinda da 
documentação necessária à comprovação da alegada mora 
do devedor, a fim de que o pedido possa, então sim, ser 
apreciado. Ausência de cunho decisório no pronunciamento 
 
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judicial combatido, e, dessa forma, a decisão agravada não 
desafia recurso, restando, por consequência, ausente um dos 
pressupostos de admissibilidade dos recursos. Precedentes 
jurisprudenciais deste Tribunal de Justiça. Recurso não 
conhecido”. (0013145-89.2021.8.19.0000 - AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. Des(a). JDS RICARDO ALBERTO 
PEREIRA - Julgamento: 08/04/2021 - VIGÉSIMA 
CÂMARA CÍVEL) 
 
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. Direito do Consumidor. 
Ação de Busca e Apreensão. Contrato de financiamento de 
veículo garantido por alienação fiduciária. Despacho que 
determina que a instituição financeira autora acoste aos 
autos o aviso de recebimento da notificação no endereço 
disposto no contrato ou o protesto do título. Agravo 
interposto pela parte autora requerendo a reforma da 
decisão para que seja considerada válida a notificação 
acostada aos autos, com a concessão da liminar pleiteada. 1. 
Ato judicial combatido que não contém cunho decisório. 2. 
Art. 1.015 do CPC que dispõe sobre o cabimento de agravo 
contra decisões interlocutórias. 3. Descabimento do agravo 
de instrumento. Art. 1.015 c/c art. 203, §2º do CPC. 4. 
Eventual indeferimento da inicial que comportará recurso 
próprio. 5. Inadmissibilidade do recurso. Art. 932, III, do 
CPC. 6. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO”. 
(0083773-40.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. Des(a). JDS MARIA CELESTE PINTO 
DE CASTRO JATAHY - Julgamento: 04/03/2021 - 
VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL) 
 
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. BUSCA E APREENSÃO. 
DETERMINAÇÃO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS 
NECESSÁRIOS À COMPROVAÇÃO DA MORA DO 
DEVEDOR. AUSÊNCIA DE CUNHO DECISÓRIO. MERO 
DESPACHO. DESCABIMENTO. RECURSO NÃO 
CONHECIDO. Prescreve o art. Art. 1.001, do NCPC: "Dos 
despachos não cabe recurso". Outrossim, dispõe o art. 1.015, 
caput, do NCPC que o cabimento do agravo de instrumento 
se restringe às decisões interlocutórias: "Cabe agravo de 
instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem 
sobre:". Como cediço, segundo o NCPC, a decisão 
interlocutória é toda aquela decisão de cunho decisório, que 
 
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não se enquadre no conceito de sentença, ex vi seu art. 203, § 
§ 1º e 2º: Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão 
em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1o 
Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos 
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o 
juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase 
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a 
execução. § 2o Decisão interlocutória é todo 
pronunciamento judicial de natureza decisória que não se 
enquadre no § 1o. In casu, o agravante se insurge contra 
despacho em que fora determinada a comprovação da mora 
do devedor, através de protesto do título em cartório 
extrajudicial, para fins de apreciação do pedido de liminar 
na ação de busca e apreensão, nos seguintes termos: 
"Despacho. Venha a comprovação da mora do devedor 
através de protesto do título em cartório extrajudicial, bem 
como cumpra a parte autora o despacho de fls. 29 em 30 
dias, sob pena de indeferimento da liminar." Por sua vez, o 
mencionado despacho de fls. 29: "Despacho. Tendo em vista, 
Aviso de Recebimento em fls. 21/22, com a informação de 
"mudou-se", informe a parte autora o novo endereço do 
réu, bem como em qual endereço o requerente pretende 
que seja cumprida a diligência de busca e apreensão." É 
dentro deste prisma que o agravante requer seja deferida a 
liminar para a busca e apreensão do veículo objeto da lide, 
considerando que teria comprovado a mora do agravado. 
Contudo, razão não assiste ao recorrente. Como se verifica 
da simples leitura do despacho colacionado àsfls. 20 destes 
autos de agravo, não se trata de indeferimento de liminar, ao 
contrário do que sustenta o recorrente, mas, apenas, de 
determinação para a vinda da documentação necessária à 
comprovação da alegada mora do devedor, a fim de que o 
pedido possa, então sim, ser apreciado. Logo, salta aos olhos 
a ausência de cunho decisório no pronunciamento judicial 
combatido, e, dessa forma, a decisão agravada não desafia 
recurso, restando, por consequência, ausente um dos 
pressupostos de admissibilidade dos recursos, qual seja, o 
cabimento. Recurso não conhecido”. (0039217-
84.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). 
RENATA MACHADO COTTA - Julgamento: 27/08/2019 - 
TERCEIRA CÂMARA CÍVEL) 
 
 
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Por estas razões, com fulcro no art. 932, inciso III, do CPC, DEIXO 
DE CONHECER O PRESENTE RECURSO, ante a sua manifesta 
inadmissibilidade. 
 
Rio de Janeiro, 28 de abril de 2022. 
 
 
JACQUELINE LIMA MONTENEGRO 
Desembargadora Relatora 
		2022-04-29T12:28:15-0300
	GAB. DES(A). JACQUELINE LIMA MONTENEGRO