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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DA 17º CÂMARA CÍVEL DA CAPITAL – RJ Assunto: AGRAVO INTERNO CONTRA DECISÃO DE NEGATIVA AO EFEITO SUSPENSIVO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 005555-55.2020.8.19.0000S PROFERIDA PELA RELATORA Processo de origem nº 111111-11.2020.8.19.0001 JOSÉ DE OLIVEIRA e MADALENA DE OLIVEIRA, já qualificados na AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DA ARREMATAÇÃO C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA que move em face do CONDOMÍNIO MORADA DO CAMPO e ANDRÉ RAMOS, inconformados com a decisão da relatora que negou seguimento a CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO vem, muito respeitosamente, à presença Vossa Excelência, por meio de sua bastante procuradora subscrita [endereço completo], apresentar AGRAVO INTERNO, com fundamento no art. 1.021 do Código de Processo Civil e no art. 10, § 2 da Resolução nº 3/2016 do CJF3R, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos. Requer‐se, inicialmente, que seja reconsiderada a decisão e se dê prosseguimento ao Incidente. Em não havendo reconsideração, requer seja este recurso distribuído conforme determina a parte final do art. 10, § 2 º da Resolução nº 3/2016 do CJF3R. Junta-se à presente cópia integral do processo original até a presente data, conforme determina o art. 10, § 2 da Resolução nº 3/2016 do CJF3R. Declara a subscritora da presente que as cópias anexadas são autênticas na forma do art. 425, incisos IV e VI do CPC/2015. I. DOS FATOS O casal José de Oliveira e Madalena de Oliveira são proprietários do imóvel apartamento 608, do bloco 01 situado à Rua Guanabara, nº222, Campo Grande – RJ souberam por terceiros que seu imóvel que se encontrava alugado, havia sido levado à hasta pública em 21/06/2018 e arrematado por André Ramos. Os proprietários não foram intimados de nenhum dos atos processuais do processo de execução que entendem ser nulo, já que não lhes foi oportunizada a apresentação de defesa. Ajuizaram Ação Declaratória de Nulidade de Arrematação c/c pedido de tutela provisória de urgência. A tutela provisória pretendia evitar os efeitos da arrematação do imóvel. Entretanto, o juízo indeferiu a tutela entendendo não haver periculum in mora. Inconformados e acreditando que sofrerão dano irreparável a seu patrimônio uma vez que correm o risco de perder o bem imóvel para o arrematante André Ramos, interpuseram Agravo de Instrumento com pedido de atribuição de efeito suspensivo. A desembargadora relatora indeferiu o efeito suspensivo considerando não haver periculum in mora, visto que a arrematação do imóvel em questão já havia sido concluída. II. DO DIREITO DO CABIMENTO DO AGRAVO INTERNO A decisão foi fundamentada no art. 10, II, “d” da Resolução nº 3/2016 do CJF3R, de forma que o recurso cabível é o Agravo Interno, nos termos do art. 10, § 2º da mesma norma e o art. 1.021 do Código de Processo Civil RESOLUÇÃO CJF3R Nº 3 DE 23 DE AGOSTO DE 2016. Art. 10. As decisões relativas ao recebimento de incidentes de uniformização dirigidos à Turma Regional de Uniformização e à Turma Nacional de Uniformização, assim como os pertinentes aos recursos extraordinários, serão de competência dos Juízes Relatores das Turmas, na ordem inversa da Tabela que dispõe o art. 2º, §2º desta Resolução, em sistema de rodízio quadrimestral, iniciando-se pelo Juiz Presidente, seguido pelos demais Juízes que integram a respectiva Turma, observado o critério de antiguidade decrescente na Turma, sem prejuízo das competências e atribuições que lhe são conferidas na qualidade de relatores de seus feitos, com a supervisão geral do Juiz Federal Coordenador das Turmas Recursais, incumbindo-lhes: (...) II – negar seguimento a incidente de uniformização ou recurso extraordinário quando: (...) d) o julgado estiver em manifesto confronto com súmula ou jurisprudência dominante da Turma Nacional de Uniformização, ou com súmula, jurisprudência dominante ou entendimento do Superior Tribunal de Justiça firmado em julgamento de recurso repetitivo ou de incidente de uniformização; (...) §2º Contra decisão de inadmissão de pedido de uniformização ou recurso extraordinário fundada nas alíneas “d”, “e” e “f” do inciso II e alíneas “b” e “c”, do inciso III, a parte poderá interpor agravo interno, por meio de petição, a ser cadastrada em autos apartados pelo representante processual da parte interessada, que deverá colacionar as peças processuais dos autos principais, no prazo de 15 (quinze) dias, o qual, após o decurso de igual prazo para contrarrazões, não havendo retratação, será distribuído entre os juízes que compõem a Turma subsequente à Turma do Relator do processo originário, observando-se a ordem inversa da Tabela que dispõe o art. 2º, §2º desta Resolução, para julgamento pelo colegiado. CPC Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. § 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. § 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. § 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. § 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. Ademais, de acordo com o enunciado nº 87 do FONAJEF, é este o agravo CABIMENTO: Enunciado nº. 87 A decisão monocrática proferida por Relator é passível de Agravo Interno. DO DIREITO DISCUTIDO A decisão deve ser revista eis que está comprovado nos autos que não houve notificação judicial dos proprietários do imóvel para ciência do leilão e para que pudessem exercer o direito de defesa. O arrematante do imóvel já se encontra em vias de cumprir mandado de imissão na posse do imóvel objeto da demanda originária, e quando for registrada a carta de arrematação – momento da transferência da propriedade, não haverá mais como obter provimento jurisdicional para reaver o bem. III. DO PEDIDO Isso posto, requer seja revista da decisão que negou seguimento ao efeito suspensivo no Agravo de Instrumentos 005555-55.2020.8.19.0000. Termos em que pede deferimento. Rio de Janeiro, 01 de Junho de 2020. Advogado OAB/UF
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