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Bloco 10 - Outros Tributos em Especie e Processo Tributário

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1 – Julgamento de Recurso Especial STJ sobre tributos indiretos. Verificar
2 – B) Sim, é possível cobrar taxas pela utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, nos termos do art. 77, do CTN. No caso em tela, sendo Marcos Silva possuidor em vias de usucapir o imóvel, ou seja, posse com animus domini, há beneficiamento deste pelo serviço público de coleta de lixo proveniente do imóvel por ele ocupado, razão pela qual pode ser classificado como contribuinte da referida taxa. 
3 – B) Para que a taxa anual de licença seja exigida, o município deverá exercer efetivamente o poder de polícia, não bastando, portanto, que o exerça de modo potencial, nos termos do art. 77, caput, do CTN. 
4 – A) Nos termos do art. 8º, III, da Lei nº 6.830/80, a citação do executado poderá ser feita pelo correio e, se frustrada a citação via postal, poderá ser feita por Oficial de Justiça ou por edital.
5- A) Em caso de eventual ação de repetição de indébito, será parte legítima para figurar no polo passivo da ação o Estado X, isto porque, conforme a súmula 447, do STJ, os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de Imposto de Renda Retido na Fonte proposta por seus servidores. No caso em tela, sendo Maria servidora pública do Estado X, este será parte legítima para figurar no polo passivo em eventual ação de repetição de indébito.
6 – B) Caso ambos os Municípios resolvam cobrar o ISS pelo serviço prestado a medida judicial típica e mais adequada para evitar que o contribuinte pague o imposto em duplicidade seria a Ação de Consignação em Pagamento. Nos termos do art. 164, III, a importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo nos casos em que houver exigência por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. No caso em tela, se os Municípios X e Y decidissem cobrar o ISS incidente sobre o mesmo fato gerador, a sociedade empresária ABC LTDA deveria consignar judicialmente o valor referente ao imposto evitando, assim a cobrança deste em duplicidade e, ainda, se desonerando dos juros de mora. 
7 – A) No caso em tela, a montadora é responsável por substituição em relação à concessionária. Nos termos do art. 128, do CTN, a lei poderá atribuir expressamente a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
B) A montadora que recolheu sozinha o tributo somente terá legitimidade para pleitear a repetição de indébito tributário se conseguir autorização do consumidor final. Nos termos do art. 166, do CTN, a restituição, total ou parcial, de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebe-la. Assim também a Súmula 546 do STF: "Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo".
8 – A) O prazo prescricional de dois anos indicado pelo Estado X está incorreto. Nos termos do art. 168, I, do CTN, o direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário. No caso em tela, o sujeito passivo constatou o equívoco no cálculo do valor do tributo, tendo este sido pago à maior e, portanto, ajuizou ação de repetição do indébito três anos após a extinção do crédito tributário do ITCMD pelo pagamento. Desta forma, ainda a pretensão de repetição do indébito ainda não havia sido atingida pela prescrição.
B) Não. A incidência da taxa SELIC na repetição de indébito de tributos estaduais só seria possível se estivesse prevista na legislação local como índice de atualização de tributos inadimplidos e, de todo modo, seria inviável sua cumulação com juros de mora, na forma da Súmula 523 do STJ.
9- B) Conforme a Súmula 393, do STJ, o meio adequado para a defesa de Caio, nos próprios autos da execução fiscal é a exceção de pré-executividade: “A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.”
10 – A) Sim, foi correto o procedimento da União ao ajuizar a medida cautelar fiscal antes de definitivamente constituído o crédito tributário. Nos termos do artigo 1º, parágrafo único c/c art. 2º, V, “b”, ambos da Lei n. 8.397/1992, a medida cautelar fiscal poderá ser requerida, independentemente de prévia constituição do crédito tributário, quando o sujeito passivo, notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal, põe ou tenta pôr seus bens em nome de terceiros. No caso em tela, a pessoa jurídica XYZ, notificada pela União para pagar crédito fiscal, tentou colocar seus bens em nome de terceiro e, em razão disto, a União requereu corretamente a medida cautelar fiscal, mesmo antes da constituição definitiva do crédito tributário.
B) Sim, o prazo dentro do qual a União ajuizou a execução fiscal está adequado, pois, nos termos do art. 174, do CTN, o prazo para propositura da ação de execução fiscal, para cobrança do crédito tributário, prescreve em cinco anos, contados da sua constituição definitiva. No caso em tela, como a execução fiscal foi ajuizada 90 dias após a constituição definitiva do crédito tributário, é tempestiva, não tendo sido o crédito atingido pela prescrição. 
11 – A) Não, a instituição de taxa tendo como fato gerador o serviço público de coleta, remoção e tratamento de lixo domiciliar de imóveis pelo Município não viola o art. 145, II, da CF. Conforme a Súmula Vinculante 19, do STF, a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145, II, da CF. 
B) Não viola a regra constitucional de que taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos a base de cálculo adotada pelo município Beta. Nos termos da Súmula Vinculante 29 do STF, é constitucional a adoção, no cálculo do valor da taxa, de um ou mais elementos de base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Desta forma, a base de cálculo adotada pelo Município Beta não violou a regra constitucional. 
12 – A) Não. Nos termos da Súmula 559, do STJ, em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito que não consta do art. 6º, da lei nº 6.830/80, segundo o qual, a inicial deverá indicar apenas o Juiz a que é dirigida, o pedido e o requerimento para citação. Desta forma, no caso em tela, a execução fiscal não deverá ser extinta em virtude da falta do demonstrativo de cálculo do débito. 
13 – A) Não. Conforme o artigo 146, III, “d”, parágrafo único da CF, cabe a lei complementar estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, podendo também esta lei instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, observado que será opcional para o contribuinte. Deste modo, no caso em tela, a obrigatoriedade de adesão da pessoa jurídica B ao novo regime jurídico instituído pela lei ordinária é inconstitucional.
B) Não é possível o estabelecimento das novas regras por meio de lei ordinária, pois, conforme o art. 146, III, d e parágrafo único da CF, trata-se de matéria reservada a lei complementar. 
14 – A) Não poderia o empréstimo compulsório ser instituído por lei ordinária, pois, conforme o art. 148, da CF a instituição de empréstimoscompulsórios depende de lei complementar da União.
B) Sim, o empréstimo compulsório, instituído para custeio de despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, pode ser exigido já no mês seguinte à instituição, eis que este tributo não deve observância a nenhuma das anterioridades, ou seja, não precisa respeitar à anterioridade de exercício nem a anterioridade nonagesimal, conforme art. 148, I e art. 150, §1º, da CF.
15 – A) Sim, as custas judiciais enquanto taxas para remuneração do serviço público Judiciário, ou seja, serviço público específico e divisível, estão sujeitas às limitações ao poder de tributar. Nos termos do art. 150, II, da CF, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Ademais, sendo as taxas tributos, estão sujeitas às demais limitações ao poder de tributar previstas no art. 150, da CF, tais como a legalidade, irretroatividade, etc.
16 – B) Não está correto o juiz em indeferir o pedido de substituição da penhora de bem imóvel por fiança bancária. Nos termos do art. 15, I, da Lei nº 6.830/80, cumulado com o art. 835, §2º, do CPC, em qualquer fase do processo, será deferida pelo juiz ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia. 
17 – B) Não podem ser admitidos os embargos à execução fiscal, pois, conforme o art. 16, §1º, da lei n. 6.830/80, não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução. Por outro lado, a súmula 393, do STJ proclama que é admissível a exceção de pré-executividade na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. 
18 – B) Caso o contribuinte ajuíze ação consignatória com o depósito integral do montante devido, visando solucionar o conflito de competência entre os municípios “A” e “C”, estes não poderão ajuizar execução fiscal visando à cobrança do referido ISS, visto que, nos termos do art. 151, II, do CTN, o depósito do montante integral do crédito tributário suspende a sua exigibilidade. 
19 – A) Não. Nos termos do art. 149-A, da CF, compete aos Municípios e ao Distrito Federal instituir contribuição, na forma de suas respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública. Desta forma, no caso em tela, o argumento de João de que a competência para instituição da referida taxa é exclusiva da União está incorreto. 
B) Não. Nos termos do art. 149-A, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública na forma de suas respectivas leis, ou seja, o dispositivo constitucional não reserva a matéria a lei complementar podendo, portanto, a contribuição ser instituída por meio de lei ordinária. 
20 – A) Sim, a contribuição compulsória instituída pelo Estado Alfa para o custeio do regime previdenciário próprio de seus servidores é válida, pois, nos termos do art. 149, §1º, da CF, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria. 
B) Não é válida a contribuição compulsória instituída pelo Estado Alfa para a assistência à saúde de seus servidores, pois é inconstitucional. Os Estados e o Distrito Federal são competentes tão somente para instituir contribuições compulsórias para fins de custeio de regime próprio de previdência social de seus servidores, conforme entendimento exarado por Tribunal Superior.
21 – A) Não é possível a instituição da base de cálculo no valor correspondente a 0,01% da renda da pessoa jurídica, pois, conforme o art. 145, §2º, da CF e o art. 77, do CTN, as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos. 
22 – B) Não é possível a apresentação de embargos à execução fiscal sem o oferecimento de garantia, pois, conforme o art. 16, §1º, da lei n. 6.830/80, não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução. 
23 – A) Sim, conforme a Súmula Vinculante 29, do STF, é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. No caso em tela, tendo em vista que o cálculo do valor da taxa de prevenção e extinção de incêndio tendo como parâmetro um dos elementos que compõem a base de cálculo do IPTU, qual seja, o tamanho da unidade imobiliária, não há integral identidade entre as bases de cálculo e, portanto, é constitucional.
24 – A) A espécie tributária que o Município XYZ pretendeu instituir é a contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, conforme art. 145, III, da CF.
B) Não, na hipótese descrita o município XYZ não é competente para instituir a contribuição de melhoria, eis que a obra pública foi realizada pelo Estado Alfa e, visto que o referido tributo tem como condão de fazer face ao custo da obra pública que ocasionou valorização imobiliária, somente o ente que efetivamente arcou com os gastos poderá instituir o tributo.
C) Não está correta a base de cálculo da contribuição de melhoria no caso em tela, pois, conforme o art. 81, do CTN, o limite total do tributo é o valor total da despesa realizada e o limite individual é o acréscimo do valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Desta forma, a contribuição de melhoria não pode ter como base de cálculo o custo da obra estatal, independentemente da valorização experimentada por cada imóvel. 
25 – B) A taxa a ser instituída é inconstitucional, eis que possui a mesma base de cálculo do Imposto de Importação. Conforme o art. 145, §2º, da CF, as taxas não poderão ter base de cálculo idêntica à de impostos. Caso o projeto de lei seja aprovado, a taxa será inconstitucional.
26 – B) Sim, Joana pode substituir a penhora feita por depósito em dinheiro. Nos termos do art. 15, I, da lei nº6.830/80, em qualquer fase do processo, será deferida pelo juiz ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia. 
27 – B) A medida judicial mais adequada para dirimir conflito de competência tributária relativo ao ISS, como no caso em tela, é a ação de consignação em pagamento. Segundo o art. 164, III, do CTN, a importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. Desta feita, no caso em análise, como ambos os Municípios lavraram auto de infração visando à cobrança do ISS, caberia à Pessoa Jurídica Bom Porto S.A. consignar judicialmente o valor devido a fim de dirimir o conflito de competência tributária relativa ao ISS.
28 – A) O contribuinte não tem razão ao requerer o início do cômputo dos juros moratórios a partir da realização do pagamento indevido. Nos termos da Súmula 188, do STJ, os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado d sentença.
B) Sim, caso a ação repetitória fosse referente a um tributo federal, a contagem acerca da incidência de juros seria a partir da data do pagamento indevido ou à maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição. Nos termos do art. 39, §4º, da lei n. 9.250/95: “A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada”.29 – Conforme o art. 149, da CF, a União é competente para instituir Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), que é um fomento destinado à intervenção do Estado na economia, havendo referibilidade entre o contribuinte e o fato gerador. Não há violação do art. 154, I, da CF. pelo fato gerador igual ao do ITR, eis que os requisitos apontados no dispositivo alcançam somente os impostos. Entretanto, a lei é inconstitucional quando à base de cálculo (valor da propriedade) que não está inserida na alínea “a”, do inciso III, do parágrafo 2º, do art. 149, da CF.
30 – A ação de repetição de indébito é cabível em virtude do pagamento realizado à maior pela empresa, nos termos do art. 165, I, do CTN. Entretanto, no caso em tela, o tributo pago indevidamente foi o IPI, tributo indireto, ou seja, por sua natureza, admite transferência do respectivo encargo financeiro. Neste caso, a restituição somente poderia ser feita a quem provasse ter assumido o encargo ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este autorizado expressamente a recebe-lo, conforme art. 166, do CTN. Entretanto, conforme a súmula 546, do STF, cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte de direito não recuperou do contribuinte de fato o valor respectivo. Por fim, o critério de correção adotado prestigiou o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, emitido na forma de recurso repetitivo, de que, em se tratando de IPI, a legitimidade é do contribuinte de direito.
31 – Nos termos do art. 4º, I, do CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo seu fato gerador. No caso em tela, a exação não é a taxa, eis que não se trata de serviço público específico e divisível, conforme art. 145, II, da CF.

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