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Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE MENTAL - ABRASME ANAIS DO 2º FÓRUM BRASILEIRO DE DIREITOS HUMANOS E SAÚDE MENTAL ISSN – 1984-2147 JOÃO PESSOA-PB Junho de 2015 Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 A Comunidade Internacional e sua Influência nas Políticas Públicas sobre Drogas: Reflexão sobre o Sistema Proibicionista. Maria Carolina Lins da Silva, Rosa Lúcia Prédes Trindade, Maria Carolina Lins da Silva, Carla Suyanne Gomes dos Reis. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral O presente trabalho objetiva demostrar a importância das convenções internacionais no desenvolvimento das políticas públicas sobre drogas, como também traçar um panorama das drogas licitas e ilícitas na atualidade, para isto se faz necessário fazer um breve resgate sócio histórico, do contexto das drogas, desde o momento em que elas passam a se proibida até a chegar á guerra às drogas e relatando que desde a antiguidade as drogas eram usadas deliberadamente por povos antigos. Para realização deste trabalho recorremos a pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo onde por meio de artigos, livros, revistas e periódicos pudemos nos apropriar de autores que contextualizaram o cenário internacional e a influência das organizações internacionais na aplicabilidade das politicas públicas como também mostrar as drogas licitas e ilícitas na atualidade. Salientamos que este estudo foi desenvolvido para a pesquisa de elaboração do trabalho de conclusão de curso-tcc, visando assim aprofundar conhecimentos científicos acerca da temática de drogas. A Educação como Ferramenta Terapêutica de um Centro de Atenção Psicossocial – CAPS. Fábia Vanessa Fernandes da Silva Ataide, Fábia Vanessa Fernandes da Silva Ataide, Luciene da Silva Oliveira, Vaneide Delmiro Neves. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e Práticas em Cidadania Ativa - Apresentação Oral Os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS surgem na década de 1990, a partir do advento da reforma psiquiátrica brasileira, como modelo assistencial substitutivo ao modelo de tratamento centrado nos hospitais psiquiátricos. Os CAPS têm como principal objetivo diminuir e evitar internações psiquiátricas, priorizando o convívio familiar e a (re) inserção social das pessoas com sofrimento psíquico, tendo como foco a garantia da cidadania. O Centro de Atenção Psicossocial CAPS I – Porto Cidadania, localizado no município de Cabedelo/PB, desenvolveu, a partir de uma parceria firmada entre as Secretarias Municipais de Saúde e de Educação, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA). O PBA consiste em um Programa do Governo Federal que tem como objetivo universalizar o acesso à educação a partir da alfabetização de jovens e adultos. Desenvolvido em todo o território nacional, segundo dados do Ministério da Educação 90 % dos municípios contemplados pelo programa se localizam na região Nordeste. O objetivo deste trabalho consiste em identificar as contribuições do PBA na (re) inserção social dos usuários do CAPS I – Porto Cidadania. Para tanto, realizou-se entrevistas não estruturadas, avaliação das atividades educacionais e revisões bibliográficas. O PBA desenvolvido no CAPS I - Porto Cidadania tem consistido em turmas compostas por pessoas que apresentam sofrimento psíquico, usuárias do referido serviço e não alfabetizadas. A especificidade desse público tem demandado uma Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 adaptação do conteúdo de ensino, que considere a singularidade de cada aluno. As atividades destacam elementos que fazem parte do cotidiano dos alunos, visando estimular a aprendizagem. Alguns temas abordados durante as aulas são sugeridos pelos alunos, sendo uma forma de entusiasmar a participação e interesse. Esse processo de construção do conhecimento tem contribuído com a formação do vínculo entre alunos e professora, ferramenta fundamental no processo terapêutico proporcionado pela via da educação. Conclui-se que a inclusão do PAB nas atividades realizadas pelo CAPS I – Porto Cidadania, tem se consolidado no âmbito institucional como uma importante ação de cuidado e (re) inserção social dos usuários alunos. O PBA tem representado mais que um novo espaço de convivência e aprendizado, tem favorecido a autoestima, a autonomia, a interação social, a coordenação motora e o estímulo ao senso crítico dos alunos. Em suma, o PBA tem cooperado tanto no processo de construção do conhecimento, como no desenvolvimento da sociabilidade das pessoas com sofrimento psíquico. A Livre Circulação pela Cidade: A Construção de Coletivos que Garantam Debates e Ações na Garantia de Direitos Fundamentais para Usuários da Saúde Mental. Carolina Con Andrades Luiz, Carolina Con Andrades Luiz, Rodolfo de Mello Porto, Benedito Silvério Dias, Aparecido da Silva, Célia Gregório de Godoi. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral Esta roda de conversa pretende trazer ao debate a questão do direito a livre circulação pela cidade, de usuários dos serviços de saúde mental. Sabemos da dificuldade que enfrentam com relação à conquista de direitos e cidadania, carregando uma história de exclusão e anos de violação dos direitos humanos. Em Campinas - S.P- um grupo de usuários e trabalhadores da saúde mental, cansados das dificuldades enfrentadas e da burocracia para conseguir transporte gratuito, se organizou e foi conversar com o secretário do transporte e vereadores da cidade, conseguindo após essas ações, participar da escrita coletiva de um projeto de lei que pretende garantir o passe livre para os usuários da saúde mental de Campinas, baseados na Lei que já vigora em João Pessoa com relação a esse direito. A importância desse debate é evidenciar o protagonismo dos usuários e a formação de coletivos consistentes que debatam as questões relacionadas a conquistas de direitos que vão para além da questão do tratamento, que incluam o direito ao lazer, a livre circulação, a garantia de direitos básicos para a vida das pessoas, através da mobilização social. “Poder ter o passe livre é um direito e estamos lutando pelos nossos direitos” (Benedito) “Se não podemos sai de casa, passear, fazer outras coisas além do tratamento, ficamos cativos, presos” (José) Nosso desejo é ampliar essa discussão com outros grupos que já conquistaram esses direitos e outros que como nós estão tentando avançar no debate sobre o direito a cidade, o direito ao acesso, o direito a cidadania, o direito a saúde, educação entre tantos outros direitos fundamentais. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 A Saúde Mental e Princípios Solidários: o Caso da Assussam em Ouro Preto (MG). Laura Siqueira Rocha Gonçalves, Daniela Cristina Felix, Larousse Soares, Lucineide Ferreira, Janaina Cota, Marcella Moreira Moraes. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral A Incubadora de Empreendimentos Sociais e Solidáriosda Universidade Federal de Ouro Preto (INCOP) é um programa de extensão baseado no conceito de Economia Solidária, parte das ações do projeto é voltada para a Associação de Usuários e Familiares da Rede de Saúde Mental de Ouro Preto, que conta com um público de usuários com perfil sócio – econômico de baixa renda. A trajetória da incubação foi iniciada quando os funcionários do CAPS buscaram apoio da INCOP com o intuito de auxiliá-los nos trâmites burocráticos que permitissem o acesso a um fundo que destinava recursos ao projeto da associação, a Oficina da Lua. Em tal oficina eram realizadas atividades artesanais, culminando no estopim para a proposta de reativar a associação legitimada por um estatuto voltado para a geração de renda e inclusão social. A incubação do projeto se dá basicamente através da participação e o diálogo e tomada de providências junto às demandas dos usuários; formação e qualificação dos trabalhadores; intercâmbio entre incubadoras e a feitura de relatórios para o acompanhamento das atividades. O objetivo maior desse projeto é proporcionar mais autonomia aos usuários dos serviços de saúde mental através da associação. Nesse contexto, é visada a consolidação das atividades baseadas em técnicas artesanais como: decoupagem, hortas, fuxico, artesanato e reaproveitamento de resíduos. Também faz parte das aspirações estreitar as relações com possíveis parceiros, articular cursos de capacitação tanto na área de gestão quanto na área produtiva junto a outras atividades, bem como ampliar o projeto da Oficina da Lua para grupos e comunidades, formando núcleos de produção interligados pela Associação. No que concerne ao rol de obstáculos, pode ser frisada a alta rotatividade dos membros da associação e as dificuldades financeiras e do próprio espaço físico para constituir a associação. Além disso, existe a morosidade em relação às questões burocráticas, pois a associação conta com uma verba pública ainda não liberada pelo Estado e possui um estatuto com pendências a serem legalizadas em cartório. Ainda que o trabalho com esse tipo de público seja de resultados lentos, avanços notáveis podem ser notados. Junto com a conquista da confiança dos usuários, é possível perceber a presença deles em reuniões de forma mais corrente e de forma mais organizada, participativa. Ademais, está pronta a definição de uma diretoria para a associação e o texto do estatuto foi finalizado. Dessa forma, o grupo amadurece um trabalho cujo escopo gira em torno da busca por superação das carências no nascimento e desenvolvimento dessa associação e, acima de tudo, mais dignidade, ao passo que buscam uma fonte de renda própria e inserção no mercado de trabalho e reconhecimento perante a sociedade. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 Agências Reguladoras, ANS, Acesso à Saúde e sua Relação com o Direito do Consumidor. José Flôr de Medeiros Júnior, José Flor de Medeiros Júnior, Antônio Pedro Netto, Alana Ramos Araújo. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral O presente trabalho versa sobre Agências Reguladoras e seu papel na defesa da concorrência. Encontra-se, portanto, num ponto de interdisciplinaridade jurídica, perpassando pelo Direito à Saúde enquanto direito fundamental e o papel da Agência Nacional de Saúde e o Direito do consumidor. Destarte, busca-se esclarecer, durante a primeira etapa desde estudo, o nascimento destas instituições, o ambiente que propiciou seu surgimento e os fatos que a elas foram delegados para gerência. Ademais, ainda se apresenta uma correlação entre a teoria econômica adotada pelo mundo, e pelo Brasil, para determinação do formato da intervenção do Estado na economia através destas entidades. Observa-se, assim, que a partir do modelo econômico adotado o consumidor/usuário pode ter, ou não acesso à saúde. Independente da positivação no texto constitucional no concernente aos direitos fundamentais, como a saúde. A questão, portanto, não reside, apenas, em ter um artigo a tratar a saúde com fulcro constitucional. A questão reside em tratar a saúde com fulcro de direito fundamental à dignidade da pessoa humana. Neste sentido urge trabalhar o papel histórico da construção histórica e legal das Agências Reguladoras, no caso em tela, da ANS e sua atuação, ou não, na garantia do acesso à saúde sem que para isto seja necessário fazer uso do acesso à justiça. Por este ângulo enxergamos o caso da saúde e do papel fundamental da Agência Nacional de Saúde. A Constituição da República Federativa do Brasil afirma em seu Capítulo II – Dos Direitos Sociais -, em seu Art. 6º que dentre os direitos sociais reside o direito à saúde. A Constituição expõe em seu Art. 1º, III, de que a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República. Vê-se, entretanto, de que este fundamento constitucional somente vem sendo garantido quando o consumidor/usuário tem visto que nem todos conseguem acesso à Justiça na ânsia de fazer valer um direito fundamental. Neste sentido a discussão sobre o papel da ANS perante o Estado e o direito à saúde é uma urgência em nome da garantia da cidadania do brasileiro. Enquanto Agência a ANS está em uma posição entre a saúde garantida pela escrita da Constituição e o cidadão sem acesso à saúde e somente conseguindo via acesso à justiça. Reside, então, necessária reflexão sobre o crescimento da precificação da saúde em detrimento da valoração do homem. A saúde como direito deve ser vista como valor não como processo de mercantilização da saúde como hoje assistimos no Brasil. Percebe-se trazer para o cenário da discussão o Direito do Consumidor no concernente à Responsabilidade Civil por negação do acesso à saúde por parte do Estado. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 América Latina e seus percursos em Saúde Mental. Darliane Soares Cavalcante, Milena Magalhães de Souza. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral A América Latina é uma região do continente americano que engloba os países onde são faladas primordialmente as línguas românicas, derivadas do latim, no caso, o português, o espanhol e o francês, visto que historicamente a região foi em sua grande maioria colonizada por impérios europeus espanhóis e portugueses. A América Latina compreende a quase totalidade das Américas do Sul e Central, as exceções são os países sul-americanos da Guiana e do Suriname e a nação centro-americana de Belize, que são países de línguas germânicas. Da América do Norte, apenas o México é considerado como parte da América Latina. Essa região engloba 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. A expressão “América Latina” vem sendo utilizada desde início do século XIX, mas foi após a Segunda Guerra Mundial que, com a criação da “Comissão Econômica da América Latina e do Caribe”, consolidou o uso da expressão como o sinônimo dos países menos desenvolvidos dos continentes americanos e que guardam semelhanças entre si em relação à economia e aos assuntos sociais. Em consideração a essa proximidade histórica, pretende-se traçar um conhecimento acerca de como ocorreram os processos relacionados aos movimentos de Saúde Mental como um todo em cada um desses países, construindo paralelos com aproximações e distanciamentosno sentido de ampliar uma noção histórica e cultural de como os processos se deram e estão se dando até os dias atuais, a fim de refletir nosso passado histórico, compreender nossa realidade atual e projetá-la em possibilidades de construção e transformação no futuro. Análise do Discurso Parlamentar sobre drogas e Direitos Humanos. Conrado Neves Sathler. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral Este trabalho, por meio da metodologia da análise da materialidade linguística do Discurso Parlamentar, filiado à Análise Institucional do Discurso, apresenta, em forma de denúncia, os recursos de deslocamento e de geração de lacunas discursivas que vêm, ao longo dos últimos anos, desrespeitando as conquistas da reforma sanitária e da organização do Sistema Único de Saúde. Na contramão da história, esse Discurso vem promovendo a intensificação da formação de um tipo de subjetividade excludente e patológica, ligado à regularização das Comunidades Terapêuticas. O bojo desse Discurso Parlamentar, revestido de certa capacidade de escuta por se utilizar de seminários, pesquisas e serviços abertos à comunidade, aparece com o apagamento do discurso do outro, pois ao mesmo tempo em que se abre para a escuta, fecha-se em críticas sem direito a réplicas, agencia a desqualificação do sujeito falante, ou não submete sua fala a novas análises, além disso, o próprio usuário não é ouvido, é excluído devido a uma alegada deformação do discurso provocado pela própria droga. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 Desta forma, se apagam as vozes dissonantes dos discursos prevalentes como os programas disciplinares dos grupos de ajuda mútua ou das comunidades terapêuticas que se associam aos discursos religiosos, disciplinares e moralizantes. Nesta lógica, procuramos evidenciar quanto o sujeito das drogas vem ocupando um lugar de discriminação negativa camuflada de discriminação positiva, pois o sujeito, ao ser excluído e posto em uma instituição total, adquire o discurso institucionalizado e, a partir daí, são construídas propostas de integração social, apresentadas como legítimas e salvadoras, como se os sujeitos incluídos na universidade ou no mercado de trabalho não fossem também possíveis usuários de drogas. O objetivo desta denúncia é clarificar a um público menos habituado a Análise do Discurso como funcionam as artimanhas de controle do discurso para manutenção do poder e assim fortalecer as políticas de Direitos Humanos Fundamentais, defendendo a liberdade, a convivência social nas cidades, a livre circulação, o direito do acesso à Saúde e à participação social. As minorias no regime da maioria (democracia) no Estado Democrático de direito: o caso das minorias sexuais e indígenas. Efson Batista Lima. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral Com a evolução do sistema estatal e a percepção das dimensões dos direitos fundamentais são comuns fortes discussões sobre a não efetivação desta categoria de direitos, especialmente, para determinados grupos sociais no Brasil. Buscou-se elaborar um breve panorama das situações vivenciadas pelas minorias indígenas e sexuais e as possíveis incongruências no regime democrático de direito, que podem dificultar a efetivação dos direitos fundamentais destinados- ou que deveriam ser- para os referidos grupos. Paralelo, procura-se compreender os entraves encontrados no Estado Democrático de Direito para assegurar a essas minorias a efetivação das respectivas garantias, mesmo diante das constantes discordâncias da maioria. O conceito de minoria abordado foi o genericamente aceito pelas Nações Unidas que, grosso modo, compreende os grupos distintos dentro da população do Estado e que possuem características estáveis que as diferem àquelas dos demais habitantes. Propalou-se a ideia que na democracia o governo deve ser o da maioria, entretanto, nem sempre essa maioria poderá estar conexa com os interesses da minoria. Essa etapa da pesquisa desenvolveu-se com base em literatura corrente e de referência, além de publicações periódicas em jornais, revistas, artigos científicos e “sites”. A CF/88 reservou aos índios um capítulo que visa assegurar e proteger suas organizações, costumes, línguas e crenças. A Lei Maior também reconheceu que os mesmos possuem direito originário sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Outra parcela que fica à margem da plena cidadania, são as minorias sexuais. O processo discriminatório a que estão submetidas tem início com a ausência de uma explícita proibição da discriminação por orientação sexual, especialmente, nos artigos 3º e 7º do texto constitucional. Os resultados constatados permitem inferir que mesmo com previsões legais de proteção às comunidades indígenas estas ainda sofrem diversos ataques, principalmente quando estão em discussão às demarcações de suas áreas. Observa-se que as minorias sexuais secularmente foram violentadas em sua liberdade de orientação sexual e que carecem de maior proteção do Estado. Logo, o panorama elaborado sobre as condições destas Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 minorias, possibilitará na segunda fase da pesquisa, uma análise acerca de um provável equilíbrio entre os interesses da maioria e os direitos das minorias em face dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade que podem orientar o Estado em suas decisões. Centro Cultural Piollin: articulação entre cultura e educação para construção de cidadania. Roberta Trindade de Albuquerque, Roberta Trindade de Albuquerque, Simone de Fátima Alves Gonçalves. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral O Centro Cultural Piollin é uma Organização Não Governamental (ONG), que desenvolve há 37 anos um trabalho com arte-educação na cidade de João Pessoa/PB. Situado na parte histórica da cidade, em área marginalizada socialmente, atende a crianças, adolescentes e jovens, com cursos de circo, teatro, arte da palavra, dança e educação ambiental. Tem como princípios em sua proposta pedagógica, o fortalecimento da autonomia, protagonismo e capacidade crítica, dimensões sociais da formação humana, a partir de princípios educativos inspirados em Paulo Freire e na Psicologia Sócio histórica. Firma espaços de “caminhos democráticos”, visando à participação de todos nas decisões e ações, que vão desde a melhoria dos espaços físicos, com os chamados mutirões; as rodas de diálogo, o “boa tarde” que acontece todos os dias como forma de encontro e discussão; e os boletins informativos, divulgados pela instituição para a sociedade. Porém, algumas contradições são colocadas ao trabalho realizado pelo Piollin. Sendo ONG e, assim, desenvolvendo ações focais e não totalizantes, de manutenção e não modificação do sistema serve ao modelo econômico vigente, o Neoliberalismo, e depende deste para sobreviver, estando, muitas vezes, atado na possibilidade concreta de mudança social. Dessa forma, surgem algumas indagações: qual a potência do trabalho para transformação social? Que construção de autonomia tem se constituído aos que compõem a instituição, tanto aos educandos, como aos profissionais? Que rupturas são possíveis? Estes questionamentos, contudo, têm sido força motriz para a continuação do trabalho do Piollin, que, apesar dos impedimentos financeiros e ideológicos, persiste pautando o trabalho pedagógico que vem realizando,disseminando a potente relação entre arte, cultura e educação para a construção da autonomia e liberdade, reinventando a própria existência através de formações políticas com crianças, adolescentes e jovens e buscando construir uma prática educacional questionadora que gere um real exercício da cultura do participar, de responsabilizar-se pelo todo. Contextualizando transtorno psíquico no movimento histórico-cultural: algumas contribuições para o debate. Jefitha Kaliny Dos Santos Silva. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral O transtorno psíquico mediante o movimento dialético da sociedade sofreu variadas transformações no tocante a sua conceituação e compreensão, circulando em ambientes Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 que o valorizavam, como naqueles que o compreendiam como um atraso para o desenvolvimento social, político e econômico das sociedades. Observa-se que com a emergência da sociedade moderna o descaso com o portador de transtorno psíquico foi ainda maior, mediante a potencialidade das formas repressivas de “combate” a loucura e o número crescente de diagnósticos na área. Vê-se ainda que nessa forma de sociabilidade a concepção do transtorno mental como um atraso para o desenvolvimento das sociedades propagou-se por todas as sociedades que viviam sob o regime da acumulação do capital e exploração da vida humana. Diante disso, indaga-se que a “loucura” está diretamente ligada ao estilo de vida que a sociedade moderna imprimiu para os cidadãos. Em outras palavras, pode se dizer que aquele cidadão que não se enquadrar nos padrões de produtividade do modo de produção capitalista é considerado “louco”, levando a alguns diagnósticos a serem meros preconceitos. Na entrada dos anos 70, surge no Brasil o Movimento de Reforma Psiquiátrica. Esse movimento põe em questionamento a forma como o “ louco” era tratado pelo Estado e pela sociedade civil, questionando também o número de manicômios e algumas práticas e saberes da psiquiatria, visto que o paradigma da psiquiatria até então vigente era percebido como um conjunto de normas e ações voltadas para solucionar o problema da doença mental, segundo uma visão positivista e medicalizante, em que se buscava uma explicação de causa e efeito para a doença, tendo como horizonte a cura e a tutela. Com a 8° Conferência da Saúde e a promulgação da Constituição Brasileira em 1988, novos rumos jurídicos legais foram colocados para o cuidado e assistência ao portador de transtorno psíquico. Mas, só após doze anos de tramitação e com cortes no projeto original, é que a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos psíquicos, e o redimensionamento do modelo assistencial em Saúde Mental torna-se um direito adquirido, através da Lei 10216/2001. Entretanto observa-se que a desinstitucionalização da loucura no Brasil continua a ser um grande paradigma a medida que esses avanços jurídicos legais não conseguem alcançar o nível da cultura, impedindo a quebra de alguns chavões sobre a “loucura”, posto que a desinstitucionalização só será possível quando a sociedade e o Estado mudarem sua formar de olhar para o portador de transtorno psíquico, pois, só a partir dessa mudança é que o portador de transtorno psíquico poderá ter sua integralidade , equidade e liberdade efetivada em sua sociabilidade. Grupo de Trabalho em Saúde Mental: o usuário e a construção do acesso no território. Francidiane Barreto do Nascimento, Aline Alencar Alves, Amanda Barbosa de Souza Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral Este trabalho surge a partir das experiências vivenciadas por uma equipe de residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com área de concentração em Saúde Mental do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) no período de maio a outubro de 2014, dentro de um Grupo de Trabalho em Saúde Mental (GT), e visa discutir a proposta do GT como possibilidade de ação no território e promoção da cidadania. A proposta de cuidado integral nos possibilita um cuidado para além do atendimento no campo da saúde e seus níveis de complexidade, suscitando que um atendimento integral ao indivíduo deve ser pautado Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 dentro do campo da intersetorialidade. É a partir das ações intersetoriais - que pressupõe noções de integração, território e equidade - e do trabalho em rede que o sujeito pode de fato ter acesso ao direito de cidadania, principalmente no que tange os direitos sociais. Sendo assim, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) surge como estratégia para a consolidação do cuidado integral para os usuários de Saúde Mental e como elemento essencial para consolidação da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Nesse sentido, a proposta de um grupo de trabalho para a mobilização e articulação da RAPS e da rede intersetorial pode se configurar uma ótima estratégia de articulação da rede, uma vez que reúne diversos segmentos em um objetivo comum: o cuidado em Saúde Mental. O GT de Saúde Mental em questão nasce como proposta no Distrito Sanitário da Liberdade (DSL) – um dos doze Distritos Sanitários da cidade de Salvador-BA – em 2007/2008, após um período sem reuniões é retomado em 2010, e incorporado no plano de ação dos apoiadores institucionais do município em 2014. O objetivo principal do GT é promover um espaço permanente de diálogo entre os equipamentos da rede (RAPS e Rede Intersetorial), como uma estratégia de fortalecer ações transformadoras em rede para o cuidado integral aos usuários de saúde mental no DSL, além de promover mudanças culturais na relação das instituições/sujeitos com a loucura. O GT utiliza como metodologia, reuniões quinzenais com usuários e profissionais de instituições do território do DSL. Inúmeras instituições fazem/fizeram parte do GT, tanto no campo da saúde, como assistência social, jurídico, associações, ONGs, entre outros. O GT utiliza como metodologia discussões e sensibilizações nas instituições, além do fortalecimento político dos usuários visando o acesso a seus direitos. Sem dúvidas o GT tem promovido grandes debates a cerca da temática da saúde mental no DSL e levado às instituições a repensarem suas demandas/práticas em saúde mental, porém o maior feito deste grupo se efetiva no fortalecimento do protagonismo dos usuários de Saúde Mental na luta pela inclusão social e cidadania. Mercantilização da saúde: quando um direito entra na mira do neoliberalismo econômico. Antonio Wellington de Oliveira Gomes, Deborah Leite de Abreu Souza, Darelli Uchôa Braga Sales, Nilberto dos Santos Pinto. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral A história do Brasil é marcada por inúmeras lutas sociais em busca de mais direitos. Muitos deles, direitos básicos, ou melhor, direitos humanos. A saúde foi, e ainda é, uma dessas lutas sociais que fizeram história, sendo ratificadas na constituição de 1988 e, posteriormente, regulamentadas pelas leis 8.080 e 8.142, ambas de 1990. O mundo passou por uma nova ordem mundial, a ordem do neoliberalismo. Isso teve e tem repercussões nas políticas sociais no Brasil, bem como no resto do mundo. Um Estado mínimo é defendido com a justificativa de uma maior liberdade de comércio para um desenvolvimento pleno da economia. Porém o que está camuflado é uma falsa ideia deliberdade com fins de exploração, principalmente das classes trabalhadoras. Isso, obviamente, repercute nos direitos sociais, fato que aumenta mais a inconstância das políticas sociais. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é discursar sobre a saúde como direito de todos e dever do Estado, anunciada na constituição de 1988, relacionando como ainda é algo que efetivamente não se reproduz de maneira tão digna Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 na sociedade. As consequências das práticas neoliberais são nefastas e trazem um mal- estar inerente ao mau funcionamento de serviços que deveriam ser gratuitos e de qualidade. Isso faz com que as pessoas entrem na lógica de que somente o que é pago deve ser bom. Nota-se isso claramente nos serviços de saúde, onde nos são veiculadas imagens e reportagens de hospitais públicos caindo aos pedaços enquanto os particulares são sempre muito bem acabados e contam com serviços de qualidade. Dessa forma, as práticas neoliberais atreladas à saúde, tem como fim o consumo, colocando a saúde como um bem a ser adquirido, uma mercadoria. Como consequência, tais práticas deterioram o direito de bem-estar social garantido pelo Estado, criando individualidades que buscam freneticamente algo que só se pode alcançar socialmente. Concluímos que a organização social é uma das maiores armas que podemos usar para enfraquecer essa visão fragmentada de homem neoliberal. Enquanto profissionais da saúde e defensores dos direitos humanos, tais como a saúde pública de qualidade, devemos nos atrelar à teorias e visões de homem integrados a uma noção mais ampla de sociedade. Dessa maneira podemos nos apropriar criticamente frente às lutas sociais em busca de direitos sólidos que confirmem a necessidade social de bem-estar e bem coletivo. Só assim a concepção de verdade absoluta, tão aclamada pelo homem moderno será posta em cheque a fim de modificar as formas como nos organizamos e damos conta das mazelas que nos assolam. Obviamente que não é algo fácil e nem muito menos rápido de se alcançar, pois o tempo é historicamente forjado e construído, mas isso não significa que mudanças sejam impossíveis. O papel do CRP 18ª região no processo de desinstitucionalização em Mato Grosso. Marisa Helena Alves, Karina Franco Moshage, Fabiana Tozi Vieira. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral No processo de reforma psiquiátrica o Estado de Mato Grosso iniciou mais uma etapa que é a construção da rede de atenção psicossocial e o processo de desinstitucionalização. O conselho regional de psicologia sempre teve como bandeira de luta o processo de reforma psiquiátrica participa ativamente deste momento no estado. A sua participação se dá na forma de aglutinar os vários profissionais psicólogos e outros na discussão, e de uma posição que garanta os direitos dos usuários em todas as etapas desta mudança. O Processo de empoderamento e protagonismo de usuários na reorganização de uma associação de saúde mental em Natal/RN. Iasmin Sharmayne Gomes Bezerra, Iasmin Sharmayne Gomes Bezerra, Mário Alberto Dantas. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral Essa pesquisa encontra-se em processo de investigação, sendo produção de um trabalho de conclusão de curso da Universidade Potiguar- UnP, localizada em Natal, estado do Rio Grande do Norte. Tem por objetivo observar e acompanhar o processo de discussão sobre a reorganização de uma associação de usuários, familiares, amigos e profissionais do campo da saúde mental militantes da Luta Antimanicomial em Natal-RN. Pretende- Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 se analisar o ativismo político desse grupo, em seu fortalecimento de poder e desenvolvimento autônomo, a partir da necessidade existente de reivindicar seus direitos, dentre esses estabelecidos pela lei 10.216/2001 da Reforma Psiquiátrica, como também na construção coletiva de novas estratégias de resistência e de desinstitucionalização, intervindo e colaborando nas ações das políticas de saúde mental juntamente com outros espaços de sociabilidade que lutando a favor dos seus direitos sociais especiais e civis combatendo o estigma, a discriminação e a tutela (VASCONCELOS, 2012) potencializando a proposta de reabilitação psicossocial e o exercício da cidadania em potencialização do empoderamento dessas pessoas secularmente estigmatizadas (ALMEIDA; DIMENSTEIN; SEVERO, 2010). Este estudo pressupõe de uma pesquisa ação-participante de caráter qualitativo, tendo como direcionamento os princípios da analise institucional, partindo para uma intervenção socioanalítica, onde os pesquisadores estando implicados no campo norteiam-se a partir da autoanalise e da autogestão, entendendo que coletivamente o campo está sempre em constante transformação, a partir de seus movimentos dialéticos de tensionamentos e atualizações (GAREMBLITT, 2002). O Uso de Plantas Medicinais na Atenção aos Usuários de Substâncias Psicoativas. Clésia Oliveira Pachú, Ana Paula Santino Fialho, Géssica Cruz Galvão, Irys Raphaella Gomes Ricarte, Maria Helena de Sousa Medeiros, Wellinton de Sousa Assis. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral O uso de plantas medicinais é importante recurso terapêutico. Neste contexto, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), são utilizadas como meio de aliviar dores e enfermidades na prática terapêutica. A promoção da saúde por meio de plantas medicinais envolve valores culturais historicamente construídos, devendo ser vivenciada no serviço de saúde. Assim, proporciona, entre outras vantagens, aproximação do usuário com o sistema e, apresenta-se como alternativa terapêutica de fácil acesso e baixo custo. Objetiva-se estudar plantas medicinais com potencial para serem utilizadas no tratamento da dependência química. Realizou-se revisão literária, considerando espécies utilizadas tradicionalmente pela medicina popular que são cultivadas no semiárido nordestino, e, listadas na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde / RENISUS. A partir da revisão literária, pôde-se constatar que o maracujá, possui todos os critérios que foram solicitados, permitindo ser utilizada na atenção básica no tocante a saúde mental. A prescrição da referida planta medicinal poderá minimizar sintomas da síndrome de abstinência. Perfil de atendimentos no CAPS ad CASA: Influências na gestão do serviço. Julliane Alves Freitas. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas CAPS Ad é um dispositivo de atenção diária, personalizado e promotor da vida. O tratamento proposto no CAPS é baseado na reinserção social e no fortalecimento de fatores de proteção contra o Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 uso/abuso de álcool e outras drogas. Por ter este caráter psicossocial, a falta de conhecimento sobre o perfil da população atendida, a característica destes atendimentos e os fatores de adesão e não adesão ao tratamento proposto, proporciona ao serviço ações generalistas favorecendo em alguns casos a ausência do vinculo entre usuárioe profissional/unidade. O objetivo deste estudo foi identificar as influências do conhecimento do perfil de atendimentos aos usuários de álcool e outras drogas na gestão de atividades do CAPS Ad. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório de caráter descritivo. O local do estudo é um CAPS Ad da cidade de Goiânia, Goiás. Consistiu no levantamento de prontuários ativos e inativos, referentes aos usuários de álcool e outras drogas atendidos no período de Janeiro de 2012 à Janeiro de 2013. Caracterizou-se como prontuários inativos aqueles em que os usuários não tiveram nenhuma presença a partir do acolhimento ou sem participação em qualquer atividade terapêutica nos últimos 6 meses. Os resultados evidenciaram que de um total de 801 usuários, 642 eram inativos e 159 eram ativos no serviço. Destes usuários ativos 58 eram usuários de álcool e 101 usuários de outras drogas. Identificou-se também que os usuários de outras drogas permanecem menos tempo no serviço, geralmente menos de 1 mês. Outro fator importante é que no período de um ano, 78,6% dos usuários realizam mais de 03 consultas com o médico clínico geral e menos de 02 consultas com o médico psiquiatra. Como resposta a estes dados, os profissionais da unidade propuseram a inclusão de algumas medidas como: retornar os usuários do CAPS que possuem Centro de Saúde da Família em seu bairro quando necessitar de atendimentos ambulatoriais, afim de estabelecer uma relação com a atenção básica de saúde; utilizar a escala de motivação para tratamento em dependência de drogas (URICA) e a criação de um grupo de acolhimento de usuários de outras drogas para promover um vinculo maior entre usuário e profissional/serviço. Faz-se necessário que o CAPS efetivamente construa conjuntamente com os seus usuários meios terapêuticos de intervenção, incluindo atividades na comunidade e no território e desta forma as ações propostas podem contribuir para melhores estratégias de cuidado voltadas para a população atendida. Processo de construção da 1ª Assembleia local no CAPS GERAL de Maracanaú/CE. Ailane Braga Rodrigues, Barbara Braz Moreira, Rachel Dias de Sousa, Vivianny Lopes Martins. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral Os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS são unidades destinadas a acolher, realizar o atendimento em Saúde Mental e a articular ações que envolvem as pessoas com sofrimento psíquico de um local, atendendo aos postulados de acessibilidade e equidade em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não intensivo, estimulando sua integração social e familiar, apoiando em suas iniciativas de busca de autonomia, oferecendo atendimento multidisciplinar. O processo de construção de uma Assembleia local no CAPS GERAL de Maracanaú aconteceu com a chegada da Residência em Saúde Mental Coletiva nesse município. Nunca houve nenhum tipo de movimento dos profissionais para com os familiares e usuários do serviço. Consonante com a lei 8.142/90, a proposta da Assembleia é fomentar a participação social da comunidade na gestão do SUS, para que o serviço possibilite ações de construção Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 conjunta, dando voz e vez aqueles que historicamente não o tiveram. Desta forma, a Assembleia acontecia mensalmente, na segunda semana do mês, sempre as terças-feiras pela manhã no CAPS GERAL de Maracanaú-CE, onde o local escolhido foi o espaço zen, por ser um espaço aberto, de maior visibilidade e, na medida do possível, mais arejado. Participavam em torno de 25 pessoas, entre usuário, familiares e profissionais. A 1ª Assembleia foi conduzida especificamente pelos residentes, a partir da 2ª tivemos o apoio de um profissional do serviço. Vale ressaltar que os residentes conseguiram realizar três momentos de Assembleia, visto que tivemos que mudar de cenário de prática. Usamos diversas metodologias para atraí-los, dentre elas: explicar o que é o momento, dividir equipes para que coletivamente se criassem estratégias de resolubilidade e se aproximasse da produção de uma consciência acerca dos direitos de cada um, criação de cartazes com os pontos fortes e os pontos a melhorar do serviço. Concluímos a Assembleia como um espaço potente, no qual o usuário pode exercer sua cidadania, engajando e corresponsabilizando-se com o serviço que ele utiliza, e que ele faz parte. Podemos apreender a dinâmica do CAPS a luz dos olhos desses sujeitos - como eles enxergam o seu tratamento, uma vez que esse tratamento é multidimensional, envolve diversos fatores, que perpassam as mais diversas áreas. Entender as motivações e as desmotivações do usuário também é de fundamental importância, visto que interfere na adesão ao processo terapêutico singular. Reforma psiquiátrica, geração de renda e cidadania ativa: a experiência do Grupo Mandacaru (Recife –PE). Elisa Gritti, Paula Veloso Grunpeter, Patrícia Vasconcelos de Oliveira, Beatriz Fátima dos Santos, Bharbara de Oliveira. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral O Grupo Mandacaru é um grupo de geração de renda que surgiu em 2014, de uma parceria entre o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II Boa Vista (Recife – PE) e o empreendimento de economia solidária, Grupo Reciclarte Guarajuba, que trabalha com a reciclagem artesanal de sacos e sacolas plásticas, embasado nos conceitos de reutilização, reaproveitamento e reciclagem, unidos aos princípios de economia solidária, entre os quais, geração de renda com autogestão, reciprocidade e inclusão social. O CAPS é a unidade de atendimento à saúde mental que ocupa lugar estratégico na rede de atenção psicossocial que visa substituir o internamento psiquiátrico, historicamente centrado no modelo hospilatocêntrico e que contribui para institucionalização da pessoa com sofrimento psíquico, bem como para o rompimento de seus vínculos familiares, sociais e comunitários. Observamos que a maior parte das pessoas atendidas no CAPS II Boa Vista (Recife – PE) constitui-se de trabalhadores que, devido ao seu adoecimento, não conseguiram permanecer ou nem entrar no mercado de trabalho, formal ou informal; bem como de trabalhadores que adoeceram devido à condição de trabalho a que eram submetidos. Entendendo que devido à lógica capitalista, os usuários de CAPS são empurrados para fora do mercado de trabalho, buscamos uma alternativa para o fortalecimento dos usuários do CAPS Boa Vista, através da formação do Grupo Mandacaru, em parceria com o Grupo Reciclarte Guarajuba. O nome do grupo foi escolhido pelos próprios usuários e faz referência à resistência e a força deles, apesar das adversidades. O grupo recicla sacos e sacolas Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 plásticas e transforma o que seria descartado na natureza em novos produtos com valor cultural e social agregado e esteticamente muito elaborados. São confeccionadas bolsas, carteiras, marca páginas, roupas e uma infinidade de produtos que podem ser desenvolvidos usando a criatividade. Os usuários do grupo participam de todas as fases do processo produtivo (coleta das sacolas, limpeza, corte, prensa, costura, criação e venda), numa lógica oposta à da linha de produção em que o trabalhador é alienado do seu produto e do atendimento as suas necessidades. Esta parceria já dura oito meses e neste período observou-se significativas transformações nos usuários participantes do grupo, sobretudo noque diz respeito à melhora da autoestima, criação e fortalecimento de vínculos de amizade e solidariedade entre eles e maior autonomia. Assim, o Grupo Mandacaru é uma nova experiência que une saúde mental, inclusão, Economia Solidária e respeito ambiental; é um novo modo de pensar economia e trabalho social. Serviço Social, saúde mental e cidadania: relato de experiência do projeto de intervenção realizado na clínica psiquiátrica de um Hospital Geral em Belém, Pará, Brasil. Andréa Ferreira Lima da Silva. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral A partir do cotidiano profissional na clínica Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HCGV), em Belém, Pará, questionou-se de que forma o Serviço Social poderia produzir contribuições que implicassem na transformação da realidade vivenciada pelos usuários e familiares. A categoria construiu historicamente proposições que sinalizam meios pelos quais é possível a ampliação da cidadania e o aprofundamento da democracia. O Código de Ética da Profissão estabelece como dever do assistente social, na relação profissional, a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões institucionais. Nesse sentido este trabalho propõe relatar a experiência do Projeto de Intervenção “Rodas de Conversa: Saúde Mental e Cidadania” executado pelo serviço social da clínica psiquiátrica do HCGV, cujo objetivo geral era estimular a participação social dos familiares dos pacientes atendidos pela política de saúde mental local. A partir da metodologia participativa das rodas de conversa pretendeu-se criar um contexto de diálogo sobre os direitos sociais, difundir a discussão sobre controle social e apresentar a organização da Política de Saúde no Brasil aos familiares atendidos pela Clínica Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. O Projeto de Intervenção foi norteado pelo projeto profissional do Serviço Social que, a nível macro social está vinculado ao “processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação- exploração de classe, etnia e gênero” (CFESS, 1993). Devido as dificuldades de adesão dos participantes as atividades propostas pelo projeto, este não alcançou os objetivos e metas propostos inicialmente, mas contribuiu para que o serviço social da clínica refletisse sobre a situação vivenciada cotidianamente pela classe trabalhadora, o contexto de radicalização das manifestações da “questão social” que não permite a esta classe tempo para questionar a garantia dos direitos sociais já conquistados, apenas lhe concede o tempo para sobreviver. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 Sociedade capitalista e direitos humanos das pessoas em sofrimento mental: é possível? Jakeline Bezerra Juventino. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral O presente trabalho tem como objetivo analisar brevemente a sociedade capitalista e a sua impossibilidade objetiva com a demanda dos direitos humanos das pessoas em sofrimento mental. O debate não pretende desqualificar a luta pela garantia de direitos dessas pessoas, pois entende a importância da defesa intransigente dos direitos humanos, mas sabe-se que o capitalismo é um sistema inerentemente permeado por contradições e antagonismos, baseado na propriedade privada dos meios produtivos, na primazia do trabalho, na competição individual, no interesse divergente entre classes sociais, na qual o Estado é aliado da classe dominante. Nesse sentido, nas últimas décadas, com a crise capitalista continuada, a burguesia utiliza como uma de suas estratégias, o Estado neoliberal, que destitui garantia de direitos, diminuição do financiamento das políticas sociais, minimizando assim a sua proteção social sobre os indivíduos. Essas respostas implicam na hipertrofia da responsabilidade sobre a família e a sociedade civil para protegerem as pessoas, desemprego, precarização no mercado de trabalho, exigindo maior qualificação, entre outros. No Brasil, a adesão ao projeto neoliberal, nos anos 1990, acarretou uma contrarreforma do Estado, atravessada por projetos societários distintos: conservação da ordem versus defesa dos direitos. Com relação aos direitos humanos, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão e o lema “liberdade, igualdade e fraternidade” são produtos da revolução burguesa francesa e, consequentemente, serve para manutenção das relações sociais dominantes, implicando em liberdade individual, estabelecimento da propriedade privada, igualdade apenas no discurso, não se configurando na prática da vida social. O discurso da reinserção social, de igualdade de oportunidades, presente nas políticas sociais, particularmente, na Política Nacional de Saúde Mental, configura-se como incompatível nessa sociedade, especialmente na conjuntura de crise recente. Sendo assim, as pessoas em sofrimento mental, como segmentos sociais historicamente vulnerabilizados, são vítimas da cultura estigmatizante, do princípio da razão, da ética do trabalho, presentes na sociedade. O capitalismo, formado por projetos societários com interesses diferentes, que visa o lucro e a exploração, não desenvolve espaço social para a pessoa em sofrimento mental levar uma vida com direitos garantidos. Essa sociabilidade apenas aceita as demandas integráveis da classe explorada, para não por em xeque a ordem estabelecida. Portanto, torna-se importante o reconhecimento dos limites e das possibilidades no horizonte das lutas pela garantia de direitos. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 Trabalho e Inclusão Social: uma análise dos usuários de um serviço de saúde mental. Fábia Vanessa Fernandes da Silva Ataide, Fábia Vanessa Fernandes da Silva Ataide, Luciene da Silva Oliveira, Vaneide Delmiro Neves, Zaeth Aguiar do Nascimento. Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa - Apresentação Oral Nas últimas décadas, a Reforma Psiquiátrica brasileira vem se consolidando como um amplo movimento social na área da saúde mental. Surgem nesse contexto, como modelos substitutivos de assistência, os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS I, cujo principal objetivo é diminuir e evitar internações psiquiátricas, priorizando o convívio familiar e a inserção na comunidade do referido segmento social, tendo como foco a garantia da cidadania. No plano econômico, vem se destacando, nos últimos anos, como uma alternativa inovadora na área de geração de trabalho e renda, a Economia Solidária. Esta vem corroborar com este movimento de transformação social profunda, na medida em que visa à inclusão social e econômica dos segmentos sociais historicamente excluídos, a exemplo das pessoas em sofrimento psíquico. Um recurso que tem potencializado esta proposta se configura nas iniciativas de geração de renda. Nessa perspectiva, o CAPS I do município de Cabedelo/PB vem desenvolvendo um Projeto que visa gerar renda para seus usuários. O objetivo deste trabalho consiste em verificar o nível de inclusão social destes usuários. Para tanto, recorreu-se a questionários, entrevistas e análise teórica. Um dado significativo levantado é que não obstante todos encontrarem-se em idade produtiva, na faixa de 18 a 57 anos, apenas 5% dos entrevistados tem vínculo empregatício. Deste total, metade apresenta vínculo de trabalho informal, precarizado, sem garantias sociais legais. Depreende-se da análise dos dados,que a exclusão social das pessoas em sofrimento psíquico, gestada historicamente, ainda encontra muitos obstáculos para ser rompida. Assim, com esta iniciativa de geração de renda no campo da Saúde Mental, considerando-se a especificidade da psicose, abre-se uma possibilidade deste sujeito buscar estratégias de estabilização de seu sofrimento psíquico favorecidas pela criação de laços sociais pela via do trabalho. "Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você": implicações da banalização da violência na subjetivação das mulheres. Camille Maria Bezerra de Holanda, Jéssica Caroline de Moraes Veríssimo, Ana Paula Galdino de Oliveira, Grazielle Serafim dos Santos, Thaíris Ferreira de Arruda, Érika de Sousa Mendonça. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático – Apresentação Oral O século XXI se destaca por sua fluidez e efemeridade, ao que Bauman (2001) denomina como modernidade líquida. Uma das características que marca tal contexto é a velocidade com que informações são compartilhadas e multiplicadas, sem uma reflexão prévia, gerando expectativas e naturalizações de comportamentos. Neste sentido, destacamos a produção de discursos que especulam e reproduzem estereótipos de gênero elegendo, especialmente para as mulheres, uma série em comportamentos que Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 serviriam de validação de sua dignidade e respeito, mas que por sua vez tornariam excludentes algumas experiências de identidade de gênero e vivências livres em relação ao próprio corpo. Tais discursos criam regimes de verdade e geram expectativas de práticas e comportamentos sociais femininos que se perpetuam, ainda que em meio à liquidez de nossos tempos. Atentando ao modo como os discursos se engendram para perpetuar um sistema patriarcal e opressor, naturalizando violências e ações de humilhação e desrespeito, pretende-se abordar modos como a elocução cotidiana de determinadas opiniões implicam na banalização do sofrimento de mulheres, a partir de discursos que tolhem sua liberdade de escolha. O que se deseja é abordar como está encadeada, nestes discursos, a trivialidade da culpabilização da mulher pelas violências às quais são consternadas, das quais são vítimas, ao dialogar com a massificação destes discursos e sua mascarada violência, que está respaldada nas informações midiáticas e contribui para reproduzir e preservar desigualdades de gênero no mundo contemporâneo. Para tanto, procedermos a um estudo de revisão bibliográfica, associando à pesquisa informações coletadas em diferentes veículos de expressão, tais como poemas, músicas e filmes, a fim de exemplificar e tornar palpáveis as reflexões suscitadas. Intenciona-se, desse modo, dar visibilidade a discursos que se reproduzem cotidianamente no senso comum, observando as diferentes maneiras como afetam as experiências de vida das mulheres e investigando os aspectos que demarcam esses discursos em sua construção histórica e social. A ausência de Políticas de Saúde: Um olhar crítico acerca da Temática - Mulheres e Saúde Mental. Maria Eunice Figueiredo Guedes, Fabiana Lima da Silva, Cristianne Pinheiro Silva. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático – Apresentação Oral As diferenças sociais de gênero, classe, raça como determinantes sociais que são constroem desigualdades que se manifestam e criam assimetrias. A loucura como diz Amarante (2010) e Burin (1987) se coadunam com essas diferenças que acabam provocando a exclusão social e ferindo direitos. No caso das mulheres essas assimetrias e desigualdades se articulam no campo da vida afetiva, reprodutiva e no trabalho provocando situações cada vez mais presentes de processos de depressão, uso e abuso de álcool e drogas e relações de violência que hoje se encontram no cenário dos atendimentos da saúde pública na Amazônia provocando respostas por parte do Estado e justiça de internação em lugar de se pautar no campo das Políticas Públicas por um investimento em ações estruturantes que tratem desses condicionantes sociais para promover a equidade entre homens e mulheres. Esse trabalho traz a pauta esses determinantes e indicadores que apontam que no século XXI a depressão está sendo cada vez um fenômeno social e este aponta não necessariamente somente para questões das estruturas subjetivas e individuais das mulheres mas sim por meio de que as condições afetivas e sociais em que estas se encontram estão moldando esses crescentes indicadores de processos depressivos. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 A diversidade na clínica: dialogando acerca das práticas profissionais no campo da saúde mental. Jarissa Porto dos Santos, Jarissa Porto dos Santos, Ana Paula Pereira Barbosa, Anne Sulivan Lopes da Silva Reis, Maria Thereza Ávila Dantas Coelho. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático – Apresentação Oral Este trabalho visa problematizar sobre como as concepções de gênero, sexualidade e raça influenciam as práticas de profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSia) da cidade de Salvador, Bahia. Consideramos que a saúde não pode ser reduzida à ausência de doença e a saúde mental não pode ser restringida ao sofrimento psíquico enquanto resultante exclusivo de fatores biológicos. Nessa perspectiva, este é um fenômeno de múltiplas e complexas determinações, que envolvem fatores biológicos, psicológicos e sociais. Estudiosos do campo da saúde mental asseguram, por exemplo, que há relação entre experiências de racismo e maior risco de manifestação ou agravamento de problemas mentais, dado a constatação de um número significativo de casos de depressão e de angústia psicológica entre vítimas desse tipo de discriminação. As expressões de gênero e sexualidade têm tido também grande investimento em pesquisas que afirmam o quanto fugir às regras do constructo social dessas expressões causa sofrimento. Há uma forte imagem projetada de desordem que orienta representações de sexualidade que burlam as regras. Neste sentido, em grande medida profissionais de saúde atuam no exercício de normatizá-la, configurando o que Foucault nomeou como dispositivo da “psiquiatrização do prazer”. Tal perspectiva caracteriza os sujeitos enquanto “anormais” e é conforme o processo de medicalização da vida. Nessa direção, na vivência em um CAPSia, percebemos o quanto esses temas têm sido ora silenciados, em alguns momentos, ora manejados de maneira preconceituosa por alguns profissionais em suas práticas de cuidado. O respeito e a valorização da diversidade racial, de sexualidade e gênero são elementos necessários para um diálogo democrático acerca de tais experiências cotidianas. A escola como cenário do diálogo sobre saúde sexual: Uma troca horizontal. Jéssica Rodrigues Correia e Sá, Jéssica Rodrigues Correia e Sá, Dinaê Espindola Martins, Larissa Coradine, Ricardo Lugon Arantes. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático – Apresentação Oral A adolescência é considerada uma fase de experiências e descobertas em que o indivíduo passa por mudanças no seu comportamento individual e coletivo, o que tem exposto muitos adolescentes a riscos físicos, psíquicos e sociais. Sendo assim, o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) junto com a Unidade de Saúde da Família (USF), localizado no município de Novo Hamburgo/RS propuseram-se a desenvolver ações educativas em uma turma do oitavo ano em uma escola estadual do território.Objetivo: Criar um espaço de fala e escuta dos adolescentes de forma participativa através de conversas em grupo baseado nas demandas e necessidades trazidas no qual se destacou a saúde sexual e reprodutiva. Metodologia: Junto aos educadores da escola uma turma do oitavo ano foi indicada para participar das atividades. No primeiro Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 encontro surgiu a chuva de ideias em que os adolescentes levantaram os temas que gostariam de discutir, sendo os temas de maior interesse sexualidade, gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis e outros temas voltados para a saúde sexual. Esses temas demandaram de cinco encontros desenvolvidos juntos com a educadora da turma, duas Residentes em Saúde Mental Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, uma enfermeira e 15 adolescentes com faixa etária variando de 13 a 15 anos de idade. As atividades foram sendo planejadas em conjunto de acordo com as propostas trazidas pelos adolescentes, utilizando materiais demonstrativos, dinâmicas e outros meios de interação. Resultados: Os alunos foram bastante participativos e trouxeram bastantes colaborações para os encontros. Em alguns momentos pode-se perceber que os meninos apresentavam-se mais imaturos para as conversas, porém interessados. O diálogo, as dúvidas e questionamentos se encontraram em todos os encontros, a linguagem utilizada foi clara, direta e popular facilitando a integração do grupo. A escola se mobilizou com os encontros fazendo deles parte integrante da disciplina que ocorria no horário, no caso ensino religioso. Frente aos encontros percebe-se que a escola é um espaço que promove o conhecimento no qual os jovens expressam suas dúvidas, medos e sentimentos. Assim, os profissionais da rede de atenção aos adolescentes devem atentar para essa articulação saúde e educação, desconstruindo a ideia de que a educação sexual na escola é marcada pelo campo de ciências biológicas e naturais, priorizando ensinamentos que envolvem as questões do corpo e seu funcionamento, desarticulada com os interesses específicos dos próprios adolescentes. A Experiência de Homens e Mulheres Diagnosticados/as com a Doença Mental. Tahiana Meneses Alves. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático – Apresentação Oral Este trabalho visa analisar – através de uma perspectiva sociológica - de que modos o género, enquanto marcador sociocultural está presente nos processos de saúde mental e sofrimento psíquico. Mais exatamente, pretende-se analisar como os valores e relações de género aparecem na experiência de homens e mulheres em sofrimento psíquico e usuários/as de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em Parnaíba, Brasil. Desde a década de 1970, a Reforma Psiquiátrica apresenta mudanças no modelo de atenção à saúde mental no Brasil. A Reforma caminha no sentido inverso da redução das políticas sociais do Estado e requer uma sociedade mais inclusiva (TENÓRRIO, 2002). Aclamando este processo, foi regulamentada a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, a “Lei Paulo Delgado” ou “Lei da Reforma Psiquiátrica”, que visa regulamentar os direitos das pessoas com transtornos mentais e extinguir progressivamente os manicómios. Contudo, se a lei 10.216 e outras medidas visam humanizar os serviços de saúde mental no Brasil, algumas singularidades relativas à heterogeneidade do grupo de pessoas com doença mental não foram contempladas, como, por exemplo, a diversidade de diagnósticos e as diferenças de género de utilizadores/as. Verifica-se uma indiferença relativamente às desigualdades de género no campo da saúde mental, que está presente nas ações orientadas para o redirecionamento dos serviços e também nas políticas de reinserção social dos/as utilizadores/as (Amaral, 2011). As investigações sobre género e saúde mental surgem, sobretudo, nos anos 1970, com a ascensão da segunda vaga dos movimentos feministas (Annandale e Clarke citadas por Sacristán, 2009). Foram Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 académicas feministas britânicas e norte-americanas que começaram a estudar como as diferenças de género influenciavam a saúde mental das mulheres. As principais críticas dessas estudiosas dirigiram-se ao caráter patriarcal e aos preconceitos sexistas da psiquiatria nos seus próprios países (Sacristán, 2009). Trabalhos como o de Busfield (1996) e, no Brasil, o de Santos (2008) já revelaram questões sociais e existenciais onde as relações de género, em cruzamento com categorias como a classe, a religião, a etnia, a faixa etária, etc., se mostram fundamentais na compreensão da vivência com o sofrimento psíquico. A introdução da perspectiva de género “supõe um avanço qualitativo frente às abordagens tradicionais, que se caracterizavam pela generalização e tendência a conceptualizar todas as pessoas com doenças mentais como um grupo indiferenciado e uniforme, cuja problemática se podia universalizar” (Sacristán, 2009: 653). Assim, questiona o caráter histórico e ideológico do englobamento da loucura pelo discurso psiquiátrico que selecionam certos ‘dados’, dando-lhes um caráter a- histórico e natural. Ações de prevenção ao uso de substâncias psicoativas para pessoas com deficiência: vivência em uma escola no interior de Pernambuco. Juliana Gomes de Barros, Fabiana Bezerra da Silva, Glícia Maria de Oliveira, Fernanda Jorge Guimarães. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático - Apresentação Oral O consumo abusivo de substâncias psicoativas ocasiona um grave problema de saúde pública, sendo esta situação observada cada vez mais precocemente. A fase da adolescência é marcada por diversas modificações, o que favorece a vulnerabilidade para o jovem deixar-se influenciar por amigos e a curiosidade em experimentar algo novo, tal comportamento não é distinto para com os deficientes. O ambiente escolar é multicultural e concentra um grande número de adolescentes, o que muitas vezes favorece o contato com as substâncias por incentivo dos próprios colegas. É possível observar a necessidade de desenvolver ações de prevenção ao uso de substâncias psicoativas entre estudantes acometidos por algum tipo de deficiência, com intuito de proporcionar a construção de novos saberes em relação a temática. Objetivo: Relatar a experiência de graduandos vinculados a um projeto de extensão sobre as práticas de prevenção ao uso de substâncias psicoativas realizadas com estudantes com deficiência em uma escola no interior de Pernambuco. Método: Trata-se de um relato de experiência realizado a partir de ações desenvolvidas em um projeto de extensão, o grupo é formado por docentes e discentes do curso de Enfermagem do referido Centro. O público foram alunos com deficiência de uma escola voltada para educação especial no interior de Pernambuco. Várias abordagens foram utilizadas para as práticas de promoção da saúde, como dinâmicas, rodas de discussão, momento em que os próprios alunos revelaram suas experiências, e como apoio didático também se utilizou materiais como gravuras, massa de modelar, vídeos e jogos. As atividades aconteceram do mês de março a novembro de 2014. Resultados: Observou-se através de experiências relatadas pelos participantes que a problemática do uso de substâncias psicoativas está presente em sua realidade, tendo alguns estudantes contato com substâncias lícitas e ilícitas, ou vivência com familiares usuários. No decorrer das atividades, foi possível perceber um interesse mais acentuado dosalunos na busca de informações quanto ao assunto tratado, Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 o que resultou em participação mais ativa e encontros mais produtivos. Durante o período de realização das atividades do projeto, houveram mudanças no calendário escolar, o que dificultou a execução do planejamento do projeto para conclusão das atividades. Conclusão: O uso abusivo de substâncias psicoativas pode resultar em problemas irreversíveis tanto para os adolescentes deficientes que são usuários como consequentemente para seus familiares ou cuidadores. Assim, a realização d atividades preventivas torna-se essencial para evitar danos à saúde. A prática possibilitou aos graduandos uma construção coletiva de conhecimento, enriquecendo a formação acadêmica e profissional. Candomblé: Uma Comunidade Terapêutica Ancestral Africana. Kelma Luzia Nunes Otaviano. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático - Apresentação Oral O Candomblé é uma Religião de base ancestral africana criada no Brasil no período diaspórico que exerceu fundamental papel no processo de resistência e luta contra o escravismo perverso, criando um território geográfico/simbólico de refazimento de laços afetivos com a mãe África, de pertencimento identitário das subjetividades e do resguardo de valores civilizatórios africanos num contexto de violação total aos direitos humanos. O terreiro como ficou denominado o espaço mítico-religioso do Candomblé é território da memória ancestral africana e de afirmação de direitos humanos (vida, liberdade, alimento, saúde, educação, moradia) para Ser/Estar no mundo. No Terreiro aprende-se pela tradição oral, pelo observar/fazer dos mais velhos que de forma gradativa/circular ensina os mais novos sem pressa, pois se sabe que o conhecimento é condição de continuidade das novas gerações. Fundamentalmente aprende-se a respeitar a individualidade do outro e a sua condição de ser filho de Órìxà, Ser irmão, Ser pai, Ser mãe, Ser família, Ser comunidade/sociedade. Aprende-se a importância do ato de alimentar-se dos recursos da natureza, do animal e do vegetal e somente retirar da mesma a que for necessária para o momento. Não se importuna a natureza sem que haja necessidade para isso. Assim aprende-se a viver de forma respeitosa com a natureza para que outro Direito possa emergir, ou seja, o Direito à Saúde. Não há Direito à Saúde sem respeito ético pela natureza. Porque sem natureza não há vida, sem natureza não há alimento, sem a natureza não há saúde, não há Candomblé. O Terreiro como espaço promotor de vida e saúde em sua forma ampliada e integral reconhece que a degradação da natureza é uma violação ao Direito à vida. Da natureza vêm todos os elementos necessários para que se possa existir, vem todas as condições para que se possa acolher e cuidar das pessoas, de seus sofrimentos físicos e mentais. Saúde na concepção do terreiro é o fortalecimento da força vital do corpo/alma da pessoa e da natureza, que se denomina Àse. O enfraquecimento da mesma resulta em adoecimentos físico-mentais no ser humano e o surgimento de problemas climáticos e ambientais com o uso abusivo dos recursos naturais (enchentes, desmatamentos, etc.), advindos do modelo capitalista que gera o enfraquecimento do Àse da natureza e das pessoas pelo estilo de vida pautado na concorrência, no egoísmo, na segregação, na exclusão e no desrespeito à natureza. O Terreiro nessa dinâmica societária tem papel essencial como espaço terapêutico de refazimento de Àse e defensor incondicional da natureza e do Direito à vida. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 Cirurgia bariátrica: De uma questão de saúde à imposição de ideais estéticos. Jamille Cavalcante de Oliveira, Ronaldo Rodrigues Pires. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático – Apresentação Oral A cirurgia bariátrica, procedimento indicado para a perda de peso em pessoas com obesidade mórbida, é um escolha muitas vezes motivada por questões que vão para além de aspectos da saúde física. O preconceito sofrido por aqueles que não se enquadram nos padrões estéticos, impostos por uma sociedade que impõe a lógica do consumo aos corpos, é uma realidade que se coloca no dia a dia de quem convive com a obesidade. É o corpo e a imagem do corpo que ocupam lugar central na vida do homem moderno em sua relação com o mundo, e o indivíduo obeso é visto como relaxado, feio, culpado por sua condição e, por conseguinte, marginalizado. Tais aspectos são com frequência observada nos discursos dos sujeitos que irão realizar a cirurgia, que representa para muitos deles a possibilidade de inclusão no mercado de trabalho, de participação na vida familiar, de passar a viver com mais saúde e livrar-se do preconceito. Nesse sentido, objetiva-se com este trabalho relatar a realidade vivenciada pela estudante no programa de cirurgia bariátrica de um Hospital Geral da cidade de Fortaleza, discutindo acerca da realidade de exclusão que enfrenta a pessoa obesa e os sentidos que ela constrói para seu corpo. Foram realizadas observações e intervenções nos atendimentos individuais e nas reuniões de grupo, atividades conduzidas pela psicóloga e preconizadas pelo programa, no período de fevereiro a abril de 2015. O programa conta com uma equipe de profissionais que inclui cirurgiões, cardiologistas, enfermeiras, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, dentre outros. No que tange ao trabalho realizado pela psicologia, percebeu-se a importância de dar espaço para que as pessoas pudessem falar dos significados que construíram para seus corpos e para as relações que estabelecem com estes. Tais aspectos mostraram-se essenciais para uma compreensão do papel que a cirurgia representa em suas vidas, e que por vezes envolve ideias fantasiosas e afastadas da realidade. Além disso, questões como a dificuldade de conseguir emprego, de locomover-se utilizando o transporte público, de comprar roupas com as quais se sintam bem e de perceberem-se inclusos em círculos sociais apareceram com frequência na fala destas pessoas, o que demonstra a existência de um padrão social excludente para corpos não magros e que resulta no sofrimento psíquico destes sujeitos. Por fim, percebeu-se a importância fundamental da psicologia como um dos saberes atuantes no programa, já que a obesidade é perpassada, tanto em suas causas quanto nas consequências que gera, por questões do âmbito psíquico, da história de vida de cada sujeito e dos sentidos construídas ao longo de suas experiências na realidade que os cerca. Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. ISSN: 1984-2147 Construindo intervenção em saúde mental com comunidades tradicionais. Maria Eunice Figueiredo Guedes, Carlos Joaquim Barbosa da Rocha, Joyce Wylla Andrade Almeida, Thaynara Cristina da Silva Amorim, Yanara Caroline Nazare Mendes. Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático - Apresentação Oral É necessário considerar no contexto da promoção e prevenção da saúde fatores como: migração; urbanização e mudanças sociais; transtornos na organização familiar e; tecnologia da vida cotidiana. O Ministério da Saúde - MS, por meio do Sistema Único de Saúde - SUS, junto com as Instituições de Ensino Superior devem articular formação inicial e continuada dos profissionais
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