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ANAIS 2 FORUM BRASILEIRO DE DIREITOS HUMANOS E SAÚDE MENTAL final

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Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE MENTAL 
- ABRASME 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAIS DO 2º FÓRUM 
BRASILEIRO DE DIREITOS 
HUMANOS E SAÚDE MENTAL 
ISSN – 1984-2147 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO PESSOA-PB 
Junho de 2015
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
 
A Comunidade Internacional e sua Influência nas Políticas Públicas sobre Drogas: 
Reflexão sobre o Sistema Proibicionista. 
Maria Carolina Lins da Silva, Rosa Lúcia Prédes Trindade, Maria Carolina Lins da 
Silva, Carla Suyanne Gomes dos Reis. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
O presente trabalho objetiva demostrar a importância das convenções internacionais no 
desenvolvimento das políticas públicas sobre drogas, como também traçar um panorama 
das drogas licitas e ilícitas na atualidade, para isto se faz necessário fazer um breve 
resgate sócio histórico, do contexto das drogas, desde o momento em que elas passam a 
se proibida até a chegar á guerra às drogas e relatando que desde a antiguidade as drogas 
eram usadas deliberadamente por povos antigos. Para realização deste trabalho 
recorremos a pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo onde por meio de artigos, 
livros, revistas e periódicos pudemos nos apropriar de autores que contextualizaram o 
cenário internacional e a influência das organizações internacionais na aplicabilidade 
das politicas públicas como também mostrar as drogas licitas e ilícitas na atualidade. 
Salientamos que este estudo foi desenvolvido para a pesquisa de elaboração do trabalho 
de conclusão de curso-tcc, visando assim aprofundar conhecimentos científicos acerca 
da temática de drogas. 
 
A Educação como Ferramenta Terapêutica de um Centro de Atenção Psicossocial 
– CAPS. 
Fábia Vanessa Fernandes da Silva Ataide, Fábia Vanessa Fernandes da Silva Ataide, 
Luciene da Silva Oliveira, Vaneide Delmiro Neves. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e Práticas em Cidadania Ativa 
- Apresentação Oral 
Os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS surgem na década de 1990, a partir do 
advento da reforma psiquiátrica brasileira, como modelo assistencial substitutivo ao 
modelo de tratamento centrado nos hospitais psiquiátricos. Os CAPS têm como 
principal objetivo diminuir e evitar internações psiquiátricas, priorizando o convívio 
familiar e a (re) inserção social das pessoas com sofrimento psíquico, tendo como foco a 
garantia da cidadania. O Centro de Atenção Psicossocial CAPS I – Porto Cidadania, 
localizado no município de Cabedelo/PB, desenvolveu, a partir de uma parceria firmada 
entre as Secretarias Municipais de Saúde e de Educação, o Programa Brasil 
Alfabetizado (PBA). O PBA consiste em um Programa do Governo Federal que tem 
como objetivo universalizar o acesso à educação a partir da alfabetização de jovens e 
adultos. Desenvolvido em todo o território nacional, segundo dados do Ministério da 
Educação 90 % dos municípios contemplados pelo programa se localizam na região 
Nordeste. O objetivo deste trabalho consiste em identificar as contribuições do PBA na 
(re) inserção social dos usuários do CAPS I – Porto Cidadania. Para tanto, realizou-se 
entrevistas não estruturadas, avaliação das atividades educacionais e revisões 
bibliográficas. O PBA desenvolvido no CAPS I - Porto Cidadania tem consistido em 
turmas compostas por pessoas que apresentam sofrimento psíquico, usuárias do referido 
serviço e não alfabetizadas. A especificidade desse público tem demandado uma 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
adaptação do conteúdo de ensino, que considere a singularidade de cada aluno. As 
atividades destacam elementos que fazem parte do cotidiano dos alunos, visando 
estimular a aprendizagem. Alguns temas abordados durante as aulas são sugeridos pelos 
alunos, sendo uma forma de entusiasmar a participação e interesse. Esse processo de 
construção do conhecimento tem contribuído com a formação do vínculo entre alunos e 
professora, ferramenta fundamental no processo terapêutico proporcionado pela via da 
educação. Conclui-se que a inclusão do PAB nas atividades realizadas pelo CAPS I – 
Porto Cidadania, tem se consolidado no âmbito institucional como uma importante ação 
de cuidado e (re) inserção social dos usuários alunos. O PBA tem representado mais que 
um novo espaço de convivência e aprendizado, tem favorecido a autoestima, a 
autonomia, a interação social, a coordenação motora e o estímulo ao senso crítico dos 
alunos. Em suma, o PBA tem cooperado tanto no processo de construção do 
conhecimento, como no desenvolvimento da sociabilidade das pessoas com sofrimento 
psíquico. 
 
A Livre Circulação pela Cidade: A Construção de Coletivos que Garantam 
Debates e Ações na Garantia de Direitos Fundamentais para Usuários da Saúde 
Mental. 
Carolina Con Andrades Luiz, Carolina Con Andrades Luiz, Rodolfo de Mello Porto, 
Benedito Silvério Dias, Aparecido da Silva, Célia Gregório de Godoi. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
 - Apresentação Oral 
Esta roda de conversa pretende trazer ao debate a questão do direito a livre circulação 
pela cidade, de usuários dos serviços de saúde mental. Sabemos da dificuldade que 
enfrentam com relação à conquista de direitos e cidadania, carregando uma história de 
exclusão e anos de violação dos direitos humanos. Em Campinas - S.P- um grupo de 
usuários e trabalhadores da saúde mental, cansados das dificuldades enfrentadas e da 
burocracia para conseguir transporte gratuito, se organizou e foi conversar com o 
secretário do transporte e vereadores da cidade, conseguindo após essas ações, 
participar da escrita coletiva de um projeto de lei que pretende garantir o passe livre 
para os usuários da saúde mental de Campinas, baseados na Lei que já vigora em João 
Pessoa com relação a esse direito. A importância desse debate é evidenciar o 
protagonismo dos usuários e a formação de coletivos consistentes que debatam as 
questões relacionadas a conquistas de direitos que vão para além da questão do 
tratamento, que incluam o direito ao lazer, a livre circulação, a garantia de direitos 
básicos para a vida das pessoas, através da mobilização social. “Poder ter o passe livre é 
um direito e estamos lutando pelos nossos direitos” (Benedito) “Se não podemos sai de 
casa, passear, fazer outras coisas além do tratamento, ficamos cativos, presos” (José) 
Nosso desejo é ampliar essa discussão com outros grupos que já conquistaram esses 
direitos e outros que como nós estão tentando avançar no debate sobre o direito a 
cidade, o direito ao acesso, o direito a cidadania, o direito a saúde, educação entre tantos 
outros direitos fundamentais. 
 
 
 
 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
 
A Saúde Mental e Princípios Solidários: o Caso da Assussam em Ouro Preto (MG). 
Laura Siqueira Rocha Gonçalves, Daniela Cristina Felix, Larousse Soares, Lucineide 
Ferreira, Janaina Cota, Marcella Moreira Moraes. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
A Incubadora de Empreendimentos Sociais e Solidáriosda Universidade Federal de 
Ouro Preto (INCOP) é um programa de extensão baseado no conceito de Economia 
Solidária, parte das ações do projeto é voltada para a Associação de Usuários e 
Familiares da Rede de Saúde Mental de Ouro Preto, que conta com um público de 
usuários com perfil sócio – econômico de baixa renda. A trajetória da incubação foi 
iniciada quando os funcionários do CAPS buscaram apoio da INCOP com o intuito de 
auxiliá-los nos trâmites burocráticos que permitissem o acesso a um fundo que 
destinava recursos ao projeto da associação, a Oficina da Lua. Em tal oficina eram 
realizadas atividades artesanais, culminando no estopim para a proposta de reativar a 
associação legitimada por um estatuto voltado para a geração de renda e inclusão social. 
A incubação do projeto se dá basicamente através da participação e o diálogo e tomada 
de providências junto às demandas dos usuários; formação e qualificação dos 
trabalhadores; intercâmbio entre incubadoras e a feitura de relatórios para o 
acompanhamento das atividades. O objetivo maior desse projeto é proporcionar mais 
autonomia aos usuários dos serviços de saúde mental através da associação. Nesse 
contexto, é visada a consolidação das atividades baseadas em técnicas artesanais como: 
decoupagem, hortas, fuxico, artesanato e reaproveitamento de resíduos. Também faz 
parte das aspirações estreitar as relações com possíveis parceiros, articular cursos de 
capacitação tanto na área de gestão quanto na área produtiva junto a outras atividades, 
bem como ampliar o projeto da Oficina da Lua para grupos e comunidades, formando 
núcleos de produção interligados pela Associação. No que concerne ao rol de 
obstáculos, pode ser frisada a alta rotatividade dos membros da associação e as 
dificuldades financeiras e do próprio espaço físico para constituir a associação. Além 
disso, existe a morosidade em relação às questões burocráticas, pois a associação conta 
com uma verba pública ainda não liberada pelo Estado e possui um estatuto com 
pendências a serem legalizadas em cartório. Ainda que o trabalho com esse tipo de 
público seja de resultados lentos, avanços notáveis podem ser notados. Junto com a 
conquista da confiança dos usuários, é possível perceber a presença deles em reuniões 
de forma mais corrente e de forma mais organizada, participativa. Ademais, está pronta 
a definição de uma diretoria para a associação e o texto do estatuto foi finalizado. Dessa 
forma, o grupo amadurece um trabalho cujo escopo gira em torno da busca por 
superação das carências no nascimento e desenvolvimento dessa associação e, acima de 
tudo, mais dignidade, ao passo que buscam uma fonte de renda própria e inserção no 
mercado de trabalho e reconhecimento perante a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
 
Agências Reguladoras, ANS, Acesso à Saúde e sua Relação com o Direito do 
Consumidor. 
José Flôr de Medeiros Júnior, José Flor de Medeiros Júnior, Antônio Pedro Netto, 
Alana Ramos Araújo. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
O presente trabalho versa sobre Agências Reguladoras e seu papel na defesa da 
concorrência. Encontra-se, portanto, num ponto de interdisciplinaridade jurídica, 
perpassando pelo Direito à Saúde enquanto direito fundamental e o papel da Agência 
Nacional de Saúde e o Direito do consumidor. Destarte, busca-se esclarecer, durante a 
primeira etapa desde estudo, o nascimento destas instituições, o ambiente que propiciou 
seu surgimento e os fatos que a elas foram delegados para gerência. Ademais, ainda se 
apresenta uma correlação entre a teoria econômica adotada pelo mundo, e pelo Brasil, 
para determinação do formato da intervenção do Estado na economia através destas 
entidades. Observa-se, assim, que a partir do modelo econômico adotado o 
consumidor/usuário pode ter, ou não acesso à saúde. Independente da positivação no 
texto constitucional no concernente aos direitos fundamentais, como a saúde. A questão, 
portanto, não reside, apenas, em ter um artigo a tratar a saúde com fulcro constitucional. 
A questão reside em tratar a saúde com fulcro de direito fundamental à dignidade da 
pessoa humana. Neste sentido urge trabalhar o papel histórico da construção histórica e 
legal das Agências Reguladoras, no caso em tela, da ANS e sua atuação, ou não, na 
garantia do acesso à saúde sem que para isto seja necessário fazer uso do acesso à 
justiça. Por este ângulo enxergamos o caso da saúde e do papel fundamental da Agência 
Nacional de Saúde. A Constituição da República Federativa do Brasil afirma em seu 
Capítulo II – Dos Direitos Sociais -, em seu Art. 6º que dentre os direitos sociais reside 
o direito à saúde. A Constituição expõe em seu Art. 1º, III, de que a dignidade da pessoa 
humana é um dos fundamentos da República. Vê-se, entretanto, de que este fundamento 
constitucional somente vem sendo garantido quando o consumidor/usuário tem visto 
que nem todos conseguem acesso à Justiça na ânsia de fazer valer um direito 
fundamental. Neste sentido a discussão sobre o papel da ANS perante o Estado e o 
direito à saúde é uma urgência em nome da garantia da cidadania do brasileiro. 
Enquanto Agência a ANS está em uma posição entre a saúde garantida pela escrita da 
Constituição e o cidadão sem acesso à saúde e somente conseguindo via acesso à 
justiça. Reside, então, necessária reflexão sobre o crescimento da precificação da saúde 
em detrimento da valoração do homem. A saúde como direito deve ser vista como valor 
não como processo de mercantilização da saúde como hoje assistimos no Brasil. 
Percebe-se trazer para o cenário da discussão o Direito do Consumidor no concernente à 
Responsabilidade Civil por negação do acesso à saúde por parte do Estado. 
 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
 
América Latina e seus percursos em Saúde Mental. 
Darliane Soares Cavalcante, Milena Magalhães de Souza. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
A América Latina é uma região do continente americano que engloba os países onde são 
faladas primordialmente as línguas românicas, derivadas do latim, no caso, o português, 
o espanhol e o francês, visto que historicamente a região foi em sua grande maioria 
colonizada por impérios europeus espanhóis e portugueses. A América Latina 
compreende a quase totalidade das Américas do Sul e Central, as exceções são os países 
sul-americanos da Guiana e do Suriname e a nação centro-americana de Belize, que são 
países de línguas germânicas. Da América do Norte, apenas o México é considerado 
como parte da América Latina. Essa região engloba 20 países: Argentina, Bolívia, 
Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, 
Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, 
Uruguai e Venezuela. A expressão “América Latina” vem sendo utilizada desde início 
do século XIX, mas foi após a Segunda Guerra Mundial que, com a criação da 
“Comissão Econômica da América Latina e do Caribe”, consolidou o uso da expressão 
como o sinônimo dos países menos desenvolvidos dos continentes americanos e que 
guardam semelhanças entre si em relação à economia e aos assuntos sociais. Em 
consideração a essa proximidade histórica, pretende-se traçar um conhecimento acerca 
de como ocorreram os processos relacionados aos movimentos de Saúde Mental como 
um todo em cada um desses países, construindo paralelos com aproximações e 
distanciamentosno sentido de ampliar uma noção histórica e cultural de como os 
processos se deram e estão se dando até os dias atuais, a fim de refletir nosso passado 
histórico, compreender nossa realidade atual e projetá-la em possibilidades de 
construção e transformação no futuro. 
 
Análise do Discurso Parlamentar sobre drogas e Direitos Humanos. 
Conrado Neves Sathler. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
Este trabalho, por meio da metodologia da análise da materialidade linguística do 
Discurso Parlamentar, filiado à Análise Institucional do Discurso, apresenta, em forma 
de denúncia, os recursos de deslocamento e de geração de lacunas discursivas que vêm, 
ao longo dos últimos anos, desrespeitando as conquistas da reforma sanitária e da 
organização do Sistema Único de Saúde. Na contramão da história, esse Discurso vem 
promovendo a intensificação da formação de um tipo de subjetividade excludente e 
patológica, ligado à regularização das Comunidades Terapêuticas. O bojo desse 
Discurso Parlamentar, revestido de certa capacidade de escuta por se utilizar de 
seminários, pesquisas e serviços abertos à comunidade, aparece com o apagamento do 
discurso do outro, pois ao mesmo tempo em que se abre para a escuta, fecha-se em 
críticas sem direito a réplicas, agencia a desqualificação do sujeito falante, ou não 
submete sua fala a novas análises, além disso, o próprio usuário não é ouvido, é 
excluído devido a uma alegada deformação do discurso provocado pela própria droga. 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
Desta forma, se apagam as vozes dissonantes dos discursos prevalentes como os 
programas disciplinares dos grupos de ajuda mútua ou das comunidades terapêuticas 
que se associam aos discursos religiosos, disciplinares e moralizantes. Nesta lógica, 
procuramos evidenciar quanto o sujeito das drogas vem ocupando um lugar de 
discriminação negativa camuflada de discriminação positiva, pois o sujeito, ao ser 
excluído e posto em uma instituição total, adquire o discurso institucionalizado e, a 
partir daí, são construídas propostas de integração social, apresentadas como legítimas e 
salvadoras, como se os sujeitos incluídos na universidade ou no mercado de trabalho 
não fossem também possíveis usuários de drogas. O objetivo desta denúncia é clarificar 
a um público menos habituado a Análise do Discurso como funcionam as artimanhas de 
controle do discurso para manutenção do poder e assim fortalecer as políticas de 
Direitos Humanos Fundamentais, defendendo a liberdade, a convivência social nas 
cidades, a livre circulação, o direito do acesso à Saúde e à participação social. 
 
As minorias no regime da maioria (democracia) no Estado Democrático de direito: 
o caso das minorias sexuais e indígenas. 
Efson Batista Lima. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
Com a evolução do sistema estatal e a percepção das dimensões dos direitos 
fundamentais são comuns fortes discussões sobre a não efetivação desta categoria de 
direitos, especialmente, para determinados grupos sociais no Brasil. Buscou-se elaborar 
um breve panorama das situações vivenciadas pelas minorias indígenas e sexuais e as 
possíveis incongruências no regime democrático de direito, que podem dificultar a 
efetivação dos direitos fundamentais destinados- ou que deveriam ser- para os referidos 
grupos. Paralelo, procura-se compreender os entraves encontrados no Estado 
Democrático de Direito para assegurar a essas minorias a efetivação das respectivas 
garantias, mesmo diante das constantes discordâncias da maioria. O conceito de minoria 
abordado foi o genericamente aceito pelas Nações Unidas que, grosso modo, 
compreende os grupos distintos dentro da população do Estado e que possuem 
características estáveis que as diferem àquelas dos demais habitantes. Propalou-se a 
ideia que na democracia o governo deve ser o da maioria, entretanto, nem sempre essa 
maioria poderá estar conexa com os interesses da minoria. Essa etapa da pesquisa 
desenvolveu-se com base em literatura corrente e de referência, além de publicações 
periódicas em jornais, revistas, artigos científicos e “sites”. A CF/88 reservou aos índios 
um capítulo que visa assegurar e proteger suas organizações, costumes, línguas e 
crenças. A Lei Maior também reconheceu que os mesmos possuem direito originário 
sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Outra parcela que fica à margem da plena 
cidadania, são as minorias sexuais. O processo discriminatório a que estão submetidas 
tem início com a ausência de uma explícita proibição da discriminação por orientação 
sexual, especialmente, nos artigos 3º e 7º do texto constitucional. Os resultados 
constatados permitem inferir que mesmo com previsões legais de proteção às 
comunidades indígenas estas ainda sofrem diversos ataques, principalmente quando 
estão em discussão às demarcações de suas áreas. Observa-se que as minorias sexuais 
secularmente foram violentadas em sua liberdade de orientação sexual e que carecem de 
maior proteção do Estado. Logo, o panorama elaborado sobre as condições destas 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
minorias, possibilitará na segunda fase da pesquisa, uma análise acerca de um provável 
equilíbrio entre os interesses da maioria e os direitos das minorias em face dos 
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade que podem orientar o Estado em suas 
decisões. 
 
Centro Cultural Piollin: articulação entre cultura e educação para construção de 
cidadania. 
Roberta Trindade de Albuquerque, Roberta Trindade de Albuquerque, Simone de 
Fátima Alves Gonçalves. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
O Centro Cultural Piollin é uma Organização Não Governamental (ONG), que 
desenvolve há 37 anos um trabalho com arte-educação na cidade de João Pessoa/PB. 
Situado na parte histórica da cidade, em área marginalizada socialmente, atende a 
crianças, adolescentes e jovens, com cursos de circo, teatro, arte da palavra, dança e 
educação ambiental. Tem como princípios em sua proposta pedagógica, o 
fortalecimento da autonomia, protagonismo e capacidade crítica, dimensões sociais da 
formação humana, a partir de princípios educativos inspirados em Paulo Freire e na 
Psicologia Sócio histórica. Firma espaços de “caminhos democráticos”, visando à 
participação de todos nas decisões e ações, que vão desde a melhoria dos espaços 
físicos, com os chamados mutirões; as rodas de diálogo, o “boa tarde” que acontece 
todos os dias como forma de encontro e discussão; e os boletins informativos, 
divulgados pela instituição para a sociedade. Porém, algumas contradições são 
colocadas ao trabalho realizado pelo Piollin. Sendo ONG e, assim, desenvolvendo ações 
focais e não totalizantes, de manutenção e não modificação do sistema serve ao modelo 
econômico vigente, o Neoliberalismo, e depende deste para sobreviver, estando, muitas 
vezes, atado na possibilidade concreta de mudança social. Dessa forma, surgem algumas 
indagações: qual a potência do trabalho para transformação social? Que construção de 
autonomia tem se constituído aos que compõem a instituição, tanto aos educandos, 
como aos profissionais? Que rupturas são possíveis? Estes questionamentos, contudo, 
têm sido força motriz para a continuação do trabalho do Piollin, que, apesar dos 
impedimentos financeiros e ideológicos, persiste pautando o trabalho pedagógico que 
vem realizando,disseminando a potente relação entre arte, cultura e educação para a 
construção da autonomia e liberdade, reinventando a própria existência através de 
formações políticas com crianças, adolescentes e jovens e buscando construir uma 
prática educacional questionadora que gere um real exercício da cultura do participar, 
de responsabilizar-se pelo todo. 
 
Contextualizando transtorno psíquico no movimento histórico-cultural: algumas 
contribuições para o debate. 
Jefitha Kaliny Dos Santos Silva. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
O transtorno psíquico mediante o movimento dialético da sociedade sofreu variadas 
transformações no tocante a sua conceituação e compreensão, circulando em ambientes 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
que o valorizavam, como naqueles que o compreendiam como um atraso para o 
desenvolvimento social, político e econômico das sociedades. Observa-se que com a 
emergência da sociedade moderna o descaso com o portador de transtorno psíquico foi 
ainda maior, mediante a potencialidade das formas repressivas de “combate” a loucura e 
o número crescente de diagnósticos na área. Vê-se ainda que nessa forma de 
sociabilidade a concepção do transtorno mental como um atraso para o desenvolvimento 
das sociedades propagou-se por todas as sociedades que viviam sob o regime da 
acumulação do capital e exploração da vida humana. Diante disso, indaga-se que a 
“loucura” está diretamente ligada ao estilo de vida que a sociedade moderna imprimiu 
para os cidadãos. Em outras palavras, pode se dizer que aquele cidadão que não se 
enquadrar nos padrões de produtividade do modo de produção capitalista é considerado 
“louco”, levando a alguns diagnósticos a serem meros preconceitos. Na entrada dos 
anos 70, surge no Brasil o Movimento de Reforma Psiquiátrica. Esse movimento põe 
em questionamento a forma como o “ louco” era tratado pelo Estado e pela sociedade 
civil, questionando também o número de manicômios e algumas práticas e saberes da 
psiquiatria, visto que o paradigma da psiquiatria até então vigente era percebido como 
um conjunto de normas e ações voltadas para solucionar o problema da doença mental, 
segundo uma visão positivista e medicalizante, em que se buscava uma explicação de 
causa e efeito para a doença, tendo como horizonte a cura e a tutela. Com a 8° 
Conferência da Saúde e a promulgação da Constituição Brasileira em 1988, novos 
rumos jurídicos legais foram colocados para o cuidado e assistência ao portador de 
transtorno psíquico. Mas, só após doze anos de tramitação e com cortes no projeto 
original, é que a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos psíquicos, 
e o redimensionamento do modelo assistencial em Saúde Mental torna-se um direito 
adquirido, através da Lei 10216/2001. Entretanto observa-se que a 
desinstitucionalização da loucura no Brasil continua a ser um grande paradigma a 
medida que esses avanços jurídicos legais não conseguem alcançar o nível da cultura, 
impedindo a quebra de alguns chavões sobre a “loucura”, posto que a 
desinstitucionalização só será possível quando a sociedade e o Estado mudarem sua 
formar de olhar para o portador de transtorno psíquico, pois, só a partir dessa mudança é 
que o portador de transtorno psíquico poderá ter sua integralidade , equidade e liberdade 
efetivada em sua sociabilidade. 
 
Grupo de Trabalho em Saúde Mental: o usuário e a construção do acesso no 
território. 
Francidiane Barreto do Nascimento, Aline Alencar Alves, Amanda Barbosa de Souza 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
Este trabalho surge a partir das experiências vivenciadas por uma equipe de residentes 
do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com área de 
concentração em Saúde Mental do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal 
da Bahia (ISC/UFBA) no período de maio a outubro de 2014, dentro de um Grupo de 
Trabalho em Saúde Mental (GT), e visa discutir a proposta do GT como possibilidade 
de ação no território e promoção da cidadania. A proposta de cuidado integral nos 
possibilita um cuidado para além do atendimento no campo da saúde e seus níveis de 
complexidade, suscitando que um atendimento integral ao indivíduo deve ser pautado 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
dentro do campo da intersetorialidade. É a partir das ações intersetoriais - que pressupõe 
noções de integração, território e equidade - e do trabalho em rede que o sujeito pode de 
fato ter acesso ao direito de cidadania, principalmente no que tange os direitos sociais. 
Sendo assim, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) surge como estratégia para a 
consolidação do cuidado integral para os usuários de Saúde Mental e como elemento 
essencial para consolidação da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Nesse sentido, a 
proposta de um grupo de trabalho para a mobilização e articulação da RAPS e da rede 
intersetorial pode se configurar uma ótima estratégia de articulação da rede, uma vez 
que reúne diversos segmentos em um objetivo comum: o cuidado em Saúde Mental. O 
GT de Saúde Mental em questão nasce como proposta no Distrito Sanitário da 
Liberdade (DSL) – um dos doze Distritos Sanitários da cidade de Salvador-BA – em 
2007/2008, após um período sem reuniões é retomado em 2010, e incorporado no plano 
de ação dos apoiadores institucionais do município em 2014. O objetivo principal do 
GT é promover um espaço permanente de diálogo entre os equipamentos da rede 
(RAPS e Rede Intersetorial), como uma estratégia de fortalecer ações transformadoras 
em rede para o cuidado integral aos usuários de saúde mental no DSL, além de 
promover mudanças culturais na relação das instituições/sujeitos com a loucura. O GT 
utiliza como metodologia, reuniões quinzenais com usuários e profissionais de 
instituições do território do DSL. Inúmeras instituições fazem/fizeram parte do GT, 
tanto no campo da saúde, como assistência social, jurídico, associações, ONGs, entre 
outros. O GT utiliza como metodologia discussões e sensibilizações nas instituições, 
além do fortalecimento político dos usuários visando o acesso a seus direitos. Sem 
dúvidas o GT tem promovido grandes debates a cerca da temática da saúde mental no 
DSL e levado às instituições a repensarem suas demandas/práticas em saúde mental, 
porém o maior feito deste grupo se efetiva no fortalecimento do protagonismo dos 
usuários de Saúde Mental na luta pela inclusão social e cidadania. 
 
Mercantilização da saúde: quando um direito entra na mira do neoliberalismo 
econômico. 
Antonio Wellington de Oliveira Gomes, Deborah Leite de Abreu Souza, Darelli Uchôa 
Braga Sales, Nilberto dos Santos Pinto. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
A história do Brasil é marcada por inúmeras lutas sociais em busca de mais direitos. 
Muitos deles, direitos básicos, ou melhor, direitos humanos. A saúde foi, e ainda é, uma 
dessas lutas sociais que fizeram história, sendo ratificadas na constituição de 1988 e, 
posteriormente, regulamentadas pelas leis 8.080 e 8.142, ambas de 1990. O mundo 
passou por uma nova ordem mundial, a ordem do neoliberalismo. Isso teve e tem 
repercussões nas políticas sociais no Brasil, bem como no resto do mundo. Um Estado 
mínimo é defendido com a justificativa de uma maior liberdade de comércio para um 
desenvolvimento pleno da economia. Porém o que está camuflado é uma falsa ideia deliberdade com fins de exploração, principalmente das classes trabalhadoras. Isso, 
obviamente, repercute nos direitos sociais, fato que aumenta mais a inconstância das 
políticas sociais. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é discursar sobre a saúde 
como direito de todos e dever do Estado, anunciada na constituição de 1988, 
relacionando como ainda é algo que efetivamente não se reproduz de maneira tão digna 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
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na sociedade. As consequências das práticas neoliberais são nefastas e trazem um mal-
estar inerente ao mau funcionamento de serviços que deveriam ser gratuitos e de 
qualidade. Isso faz com que as pessoas entrem na lógica de que somente o que é pago 
deve ser bom. Nota-se isso claramente nos serviços de saúde, onde nos são veiculadas 
imagens e reportagens de hospitais públicos caindo aos pedaços enquanto os 
particulares são sempre muito bem acabados e contam com serviços de qualidade. 
Dessa forma, as práticas neoliberais atreladas à saúde, tem como fim o consumo, 
colocando a saúde como um bem a ser adquirido, uma mercadoria. Como consequência, 
tais práticas deterioram o direito de bem-estar social garantido pelo Estado, criando 
individualidades que buscam freneticamente algo que só se pode alcançar socialmente. 
Concluímos que a organização social é uma das maiores armas que podemos usar para 
enfraquecer essa visão fragmentada de homem neoliberal. Enquanto profissionais da 
saúde e defensores dos direitos humanos, tais como a saúde pública de qualidade, 
devemos nos atrelar à teorias e visões de homem integrados a uma noção mais ampla de 
sociedade. Dessa maneira podemos nos apropriar criticamente frente às lutas sociais em 
busca de direitos sólidos que confirmem a necessidade social de bem-estar e bem 
coletivo. Só assim a concepção de verdade absoluta, tão aclamada pelo homem moderno 
será posta em cheque a fim de modificar as formas como nos organizamos e damos 
conta das mazelas que nos assolam. Obviamente que não é algo fácil e nem muito 
menos rápido de se alcançar, pois o tempo é historicamente forjado e construído, mas 
isso não significa que mudanças sejam impossíveis. 
 
O papel do CRP 18ª região no processo de desinstitucionalização em Mato Grosso. 
Marisa Helena Alves, Karina Franco Moshage, Fabiana Tozi Vieira. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
No processo de reforma psiquiátrica o Estado de Mato Grosso iniciou mais uma etapa 
que é a construção da rede de atenção psicossocial e o processo de 
desinstitucionalização. O conselho regional de psicologia sempre teve como bandeira de 
luta o processo de reforma psiquiátrica participa ativamente deste momento no estado. 
A sua participação se dá na forma de aglutinar os vários profissionais psicólogos e 
outros na discussão, e de uma posição que garanta os direitos dos usuários em todas as 
etapas desta mudança. 
 
O Processo de empoderamento e protagonismo de usuários na reorganização de 
uma associação de saúde mental em Natal/RN. 
Iasmin Sharmayne Gomes Bezerra, Iasmin Sharmayne Gomes Bezerra, Mário Alberto 
Dantas. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
Essa pesquisa encontra-se em processo de investigação, sendo produção de um trabalho 
de conclusão de curso da Universidade Potiguar- UnP, localizada em Natal, estado do 
Rio Grande do Norte. Tem por objetivo observar e acompanhar o processo de discussão 
sobre a reorganização de uma associação de usuários, familiares, amigos e profissionais 
do campo da saúde mental militantes da Luta Antimanicomial em Natal-RN. Pretende-
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
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se analisar o ativismo político desse grupo, em seu fortalecimento de poder e 
desenvolvimento autônomo, a partir da necessidade existente de reivindicar seus 
direitos, dentre esses estabelecidos pela lei 10.216/2001 da Reforma Psiquiátrica, como 
também na construção coletiva de novas estratégias de resistência e de 
desinstitucionalização, intervindo e colaborando nas ações das políticas de saúde mental 
juntamente com outros espaços de sociabilidade que lutando a favor dos seus direitos 
sociais especiais e civis combatendo o estigma, a discriminação e a tutela 
(VASCONCELOS, 2012) potencializando a proposta de reabilitação psicossocial e o 
exercício da cidadania em potencialização do empoderamento dessas pessoas 
secularmente estigmatizadas (ALMEIDA; DIMENSTEIN; SEVERO, 2010). Este 
estudo pressupõe de uma pesquisa ação-participante de caráter qualitativo, tendo como 
direcionamento os princípios da analise institucional, partindo para uma intervenção 
socioanalítica, onde os pesquisadores estando implicados no campo norteiam-se a partir 
da autoanalise e da autogestão, entendendo que coletivamente o campo está sempre em 
constante transformação, a partir de seus movimentos dialéticos de tensionamentos e 
atualizações (GAREMBLITT, 2002). 
 
O Uso de Plantas Medicinais na Atenção aos Usuários de Substâncias Psicoativas. 
Clésia Oliveira Pachú, Ana Paula Santino Fialho, Géssica Cruz Galvão, Irys Raphaella 
Gomes Ricarte, Maria Helena de Sousa Medeiros, Wellinton de Sousa Assis. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
O uso de plantas medicinais é importante recurso terapêutico. Neste contexto, 
reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), são utilizadas como meio de 
aliviar dores e enfermidades na prática terapêutica. A promoção da saúde por meio de 
plantas medicinais envolve valores culturais historicamente construídos, devendo ser 
vivenciada no serviço de saúde. Assim, proporciona, entre outras vantagens, 
aproximação do usuário com o sistema e, apresenta-se como alternativa terapêutica de 
fácil acesso e baixo custo. Objetiva-se estudar plantas medicinais com potencial para 
serem utilizadas no tratamento da dependência química. Realizou-se revisão literária, 
considerando espécies utilizadas tradicionalmente pela medicina popular que são 
cultivadas no semiárido nordestino, e, listadas na Relação Nacional de Plantas 
Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde / RENISUS. A partir da revisão 
literária, pôde-se constatar que o maracujá, possui todos os critérios que foram 
solicitados, permitindo ser utilizada na atenção básica no tocante a saúde mental. A 
prescrição da referida planta medicinal poderá minimizar sintomas da síndrome de 
abstinência. 
 
Perfil de atendimentos no CAPS ad CASA: Influências na gestão do serviço. 
Julliane Alves Freitas. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas CAPS Ad é um dispositivo de 
atenção diária, personalizado e promotor da vida. O tratamento proposto no CAPS é 
baseado na reinserção social e no fortalecimento de fatores de proteção contra o 
 
 
 
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uso/abuso de álcool e outras drogas. Por ter este caráter psicossocial, a falta de 
conhecimento sobre o perfil da população atendida, a característica destes atendimentos 
e os fatores de adesão e não adesão ao tratamento proposto, proporciona ao serviço 
ações generalistas favorecendo em alguns casos a ausência do vinculo entre usuárioe 
profissional/unidade. O objetivo deste estudo foi identificar as influências do 
conhecimento do perfil de atendimentos aos usuários de álcool e outras drogas na gestão 
de atividades do CAPS Ad. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório de caráter 
descritivo. O local do estudo é um CAPS Ad da cidade de Goiânia, Goiás. Consistiu no 
levantamento de prontuários ativos e inativos, referentes aos usuários de álcool e outras 
drogas atendidos no período de Janeiro de 2012 à Janeiro de 2013. Caracterizou-se 
como prontuários inativos aqueles em que os usuários não tiveram nenhuma presença a 
partir do acolhimento ou sem participação em qualquer atividade terapêutica nos 
últimos 6 meses. Os resultados evidenciaram que de um total de 801 usuários, 642 eram 
inativos e 159 eram ativos no serviço. Destes usuários ativos 58 eram usuários de álcool 
e 101 usuários de outras drogas. Identificou-se também que os usuários de outras drogas 
permanecem menos tempo no serviço, geralmente menos de 1 mês. Outro fator 
importante é que no período de um ano, 78,6% dos usuários realizam mais de 03 
consultas com o médico clínico geral e menos de 02 consultas com o médico psiquiatra. 
Como resposta a estes dados, os profissionais da unidade propuseram a inclusão de 
algumas medidas como: retornar os usuários do CAPS que possuem Centro de Saúde da 
Família em seu bairro quando necessitar de atendimentos ambulatoriais, afim de 
estabelecer uma relação com a atenção básica de saúde; utilizar a escala de motivação 
para tratamento em dependência de drogas (URICA) e a criação de um grupo de 
acolhimento de usuários de outras drogas para promover um vinculo maior entre 
usuário e profissional/serviço. Faz-se necessário que o CAPS efetivamente construa 
conjuntamente com os seus usuários meios terapêuticos de intervenção, incluindo 
atividades na comunidade e no território e desta forma as ações propostas podem 
contribuir para melhores estratégias de cuidado voltadas para a população atendida. 
 
Processo de construção da 1ª Assembleia local no CAPS GERAL de 
Maracanaú/CE. 
Ailane Braga Rodrigues, Barbara Braz Moreira, Rachel Dias de Sousa, Vivianny Lopes 
Martins. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
Os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS são unidades destinadas a acolher, realizar 
o atendimento em Saúde Mental e a articular ações que envolvem as pessoas com 
sofrimento psíquico de um local, atendendo aos postulados de acessibilidade e equidade 
em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não 
intensivo, estimulando sua integração social e familiar, apoiando em suas iniciativas de 
busca de autonomia, oferecendo atendimento multidisciplinar. O processo de construção 
de uma Assembleia local no CAPS GERAL de Maracanaú aconteceu com a chegada da 
Residência em Saúde Mental Coletiva nesse município. Nunca houve nenhum tipo de 
movimento dos profissionais para com os familiares e usuários do serviço. Consonante 
com a lei 8.142/90, a proposta da Assembleia é fomentar a participação social da 
comunidade na gestão do SUS, para que o serviço possibilite ações de construção 
 
 
 
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conjunta, dando voz e vez aqueles que historicamente não o tiveram. Desta forma, a 
Assembleia acontecia mensalmente, na segunda semana do mês, sempre as terças-feiras 
pela manhã no CAPS GERAL de Maracanaú-CE, onde o local escolhido foi o espaço 
zen, por ser um espaço aberto, de maior visibilidade e, na medida do possível, mais 
arejado. Participavam em torno de 25 pessoas, entre usuário, familiares e profissionais. 
A 1ª Assembleia foi conduzida especificamente pelos residentes, a partir da 2ª tivemos o 
apoio de um profissional do serviço. Vale ressaltar que os residentes conseguiram 
realizar três momentos de Assembleia, visto que tivemos que mudar de cenário de 
prática. Usamos diversas metodologias para atraí-los, dentre elas: explicar o que é o 
momento, dividir equipes para que coletivamente se criassem estratégias de 
resolubilidade e se aproximasse da produção de uma consciência acerca dos direitos de 
cada um, criação de cartazes com os pontos fortes e os pontos a melhorar do serviço. 
Concluímos a Assembleia como um espaço potente, no qual o usuário pode exercer sua 
cidadania, engajando e corresponsabilizando-se com o serviço que ele utiliza, e que ele 
faz parte. Podemos apreender a dinâmica do CAPS a luz dos olhos desses sujeitos - 
como eles enxergam o seu tratamento, uma vez que esse tratamento é multidimensional, 
envolve diversos fatores, que perpassam as mais diversas áreas. Entender as motivações 
e as desmotivações do usuário também é de fundamental importância, visto que 
interfere na adesão ao processo terapêutico singular. 
 
Reforma psiquiátrica, geração de renda e cidadania ativa: a experiência do Grupo 
Mandacaru (Recife –PE). 
Elisa Gritti, Paula Veloso Grunpeter, Patrícia Vasconcelos de Oliveira, Beatriz Fátima 
dos Santos, Bharbara de Oliveira. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
O Grupo Mandacaru é um grupo de geração de renda que surgiu em 2014, de uma 
parceria entre o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II Boa Vista (Recife – PE) e o 
empreendimento de economia solidária, Grupo Reciclarte Guarajuba, que trabalha com 
a reciclagem artesanal de sacos e sacolas plásticas, embasado nos conceitos de 
reutilização, reaproveitamento e reciclagem, unidos aos princípios de economia 
solidária, entre os quais, geração de renda com autogestão, reciprocidade e inclusão 
social. O CAPS é a unidade de atendimento à saúde mental que ocupa lugar estratégico 
na rede de atenção psicossocial que visa substituir o internamento psiquiátrico, 
historicamente centrado no modelo hospilatocêntrico e que contribui para 
institucionalização da pessoa com sofrimento psíquico, bem como para o rompimento 
de seus vínculos familiares, sociais e comunitários. Observamos que a maior parte das 
pessoas atendidas no CAPS II Boa Vista (Recife – PE) constitui-se de trabalhadores 
que, devido ao seu adoecimento, não conseguiram permanecer ou nem entrar no 
mercado de trabalho, formal ou informal; bem como de trabalhadores que adoeceram 
devido à condição de trabalho a que eram submetidos. Entendendo que devido à lógica 
capitalista, os usuários de CAPS são empurrados para fora do mercado de trabalho, 
buscamos uma alternativa para o fortalecimento dos usuários do CAPS Boa Vista, 
através da formação do Grupo Mandacaru, em parceria com o Grupo Reciclarte 
Guarajuba. O nome do grupo foi escolhido pelos próprios usuários e faz referência à 
resistência e a força deles, apesar das adversidades. O grupo recicla sacos e sacolas 
 
 
 
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plásticas e transforma o que seria descartado na natureza em novos produtos com valor 
cultural e social agregado e esteticamente muito elaborados. São confeccionadas bolsas, 
carteiras, marca páginas, roupas e uma infinidade de produtos que podem ser 
desenvolvidos usando a criatividade. Os usuários do grupo participam de todas as fases 
do processo produtivo (coleta das sacolas, limpeza, corte, prensa, costura, criação e 
venda), numa lógica oposta à da linha de produção em que o trabalhador é alienado do 
seu produto e do atendimento as suas necessidades. Esta parceria já dura oito meses e 
neste período observou-se significativas transformações nos usuários participantes do 
grupo, sobretudo noque diz respeito à melhora da autoestima, criação e fortalecimento 
de vínculos de amizade e solidariedade entre eles e maior autonomia. Assim, o Grupo 
Mandacaru é uma nova experiência que une saúde mental, inclusão, Economia Solidária 
e respeito ambiental; é um novo modo de pensar economia e trabalho social. 
 
Serviço Social, saúde mental e cidadania: relato de experiência do projeto de 
intervenção realizado na clínica psiquiátrica de um Hospital Geral em Belém, 
Pará, Brasil. 
Andréa Ferreira Lima da Silva. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
A partir do cotidiano profissional na clínica Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar 
Vianna (HCGV), em Belém, Pará, questionou-se de que forma o Serviço Social poderia 
produzir contribuições que implicassem na transformação da realidade vivenciada pelos 
usuários e familiares. A categoria construiu historicamente proposições que sinalizam 
meios pelos quais é possível a ampliação da cidadania e o aprofundamento da 
democracia. O Código de Ética da Profissão estabelece como dever do assistente social, 
na relação profissional, a viabilização da participação efetiva da população usuária nas 
decisões institucionais. Nesse sentido este trabalho propõe relatar a experiência do 
Projeto de Intervenção “Rodas de Conversa: Saúde Mental e Cidadania” executado pelo 
serviço social da clínica psiquiátrica do HCGV, cujo objetivo geral era estimular a 
participação social dos familiares dos pacientes atendidos pela política de saúde mental 
local. A partir da metodologia participativa das rodas de conversa pretendeu-se criar um 
contexto de diálogo sobre os direitos sociais, difundir a discussão sobre controle social e 
apresentar a organização da Política de Saúde no Brasil aos familiares atendidos pela 
Clínica Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. O Projeto de Intervenção 
foi norteado pelo projeto profissional do Serviço Social que, a nível macro social está 
vinculado ao “processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-
exploração de classe, etnia e gênero” (CFESS, 1993). Devido as dificuldades de adesão 
dos participantes as atividades propostas pelo projeto, este não alcançou os objetivos e 
metas propostos inicialmente, mas contribuiu para que o serviço social da clínica 
refletisse sobre a situação vivenciada cotidianamente pela classe trabalhadora, o 
contexto de radicalização das manifestações da “questão social” que não permite a esta 
classe tempo para questionar a garantia dos direitos sociais já conquistados, apenas lhe 
concede o tempo para sobreviver. 
 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
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Sociedade capitalista e direitos humanos das pessoas em sofrimento mental: é 
possível? 
Jakeline Bezerra Juventino. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
O presente trabalho tem como objetivo analisar brevemente a sociedade capitalista e a 
sua impossibilidade objetiva com a demanda dos direitos humanos das pessoas em 
sofrimento mental. O debate não pretende desqualificar a luta pela garantia de direitos 
dessas pessoas, pois entende a importância da defesa intransigente dos direitos 
humanos, mas sabe-se que o capitalismo é um sistema inerentemente permeado por 
contradições e antagonismos, baseado na propriedade privada dos meios produtivos, na 
primazia do trabalho, na competição individual, no interesse divergente entre classes 
sociais, na qual o Estado é aliado da classe dominante. Nesse sentido, nas últimas 
décadas, com a crise capitalista continuada, a burguesia utiliza como uma de suas 
estratégias, o Estado neoliberal, que destitui garantia de direitos, diminuição do 
financiamento das políticas sociais, minimizando assim a sua proteção social sobre os 
indivíduos. Essas respostas implicam na hipertrofia da responsabilidade sobre a família 
e a sociedade civil para protegerem as pessoas, desemprego, precarização no mercado 
de trabalho, exigindo maior qualificação, entre outros. No Brasil, a adesão ao projeto 
neoliberal, nos anos 1990, acarretou uma contrarreforma do Estado, atravessada por 
projetos societários distintos: conservação da ordem versus defesa dos direitos. Com 
relação aos direitos humanos, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do 
Cidadão e o lema “liberdade, igualdade e fraternidade” são produtos da revolução 
burguesa francesa e, consequentemente, serve para manutenção das relações sociais 
dominantes, implicando em liberdade individual, estabelecimento da propriedade 
privada, igualdade apenas no discurso, não se configurando na prática da vida social. O 
discurso da reinserção social, de igualdade de oportunidades, presente nas políticas 
sociais, particularmente, na Política Nacional de Saúde Mental, configura-se como 
incompatível nessa sociedade, especialmente na conjuntura de crise recente. Sendo 
assim, as pessoas em sofrimento mental, como segmentos sociais historicamente 
vulnerabilizados, são vítimas da cultura estigmatizante, do princípio da razão, da ética 
do trabalho, presentes na sociedade. O capitalismo, formado por projetos societários 
com interesses diferentes, que visa o lucro e a exploração, não desenvolve espaço social 
para a pessoa em sofrimento mental levar uma vida com direitos garantidos. Essa 
sociabilidade apenas aceita as demandas integráveis da classe explorada, para não por 
em xeque a ordem estabelecida. Portanto, torna-se importante o reconhecimento dos 
limites e das possibilidades no horizonte das lutas pela garantia de direitos. 
 
 
 
 
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Trabalho e Inclusão Social: uma análise dos usuários de um serviço de saúde 
mental. 
Fábia Vanessa Fernandes da Silva Ataide, Fábia Vanessa Fernandes da Silva Ataide, 
Luciene da Silva Oliveira, Vaneide Delmiro Neves, Zaeth Aguiar do Nascimento. 
 
Eixo: Interação entre Estado e Sociedade: Protagonismo e práticas em cidadania ativa 
- Apresentação Oral 
Nas últimas décadas, a Reforma Psiquiátrica brasileira vem se consolidando como um 
amplo movimento social na área da saúde mental. Surgem nesse contexto, como 
modelos substitutivos de assistência, os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS I, cujo 
principal objetivo é diminuir e evitar internações psiquiátricas, priorizando o convívio 
familiar e a inserção na comunidade do referido segmento social, tendo como foco a 
garantia da cidadania. No plano econômico, vem se destacando, nos últimos anos, como 
uma alternativa inovadora na área de geração de trabalho e renda, a Economia Solidária. 
Esta vem corroborar com este movimento de transformação social profunda, na medida 
em que visa à inclusão social e econômica dos segmentos sociais historicamente 
excluídos, a exemplo das pessoas em sofrimento psíquico. Um recurso que tem 
potencializado esta proposta se configura nas iniciativas de geração de renda. Nessa 
perspectiva, o CAPS I do município de Cabedelo/PB vem desenvolvendo um Projeto 
que visa gerar renda para seus usuários. O objetivo deste trabalho consiste em verificar 
o nível de inclusão social destes usuários. Para tanto, recorreu-se a questionários, 
entrevistas e análise teórica. Um dado significativo levantado é que não obstante todos 
encontrarem-se em idade produtiva, na faixa de 18 a 57 anos, apenas 5% dos 
entrevistados tem vínculo empregatício. Deste total, metade apresenta vínculo de 
trabalho informal, precarizado, sem garantias sociais legais. Depreende-se da análise 
dos dados,que a exclusão social das pessoas em sofrimento psíquico, gestada 
historicamente, ainda encontra muitos obstáculos para ser rompida. Assim, com esta 
iniciativa de geração de renda no campo da Saúde Mental, considerando-se a 
especificidade da psicose, abre-se uma possibilidade deste sujeito buscar estratégias de 
estabilização de seu sofrimento psíquico favorecidas pela criação de laços sociais pela 
via do trabalho. 
 
"Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você": implicações da banalização da 
violência na subjetivação das mulheres. 
Camille Maria Bezerra de Holanda, Jéssica Caroline de Moraes Veríssimo, Ana Paula 
Galdino de Oliveira, Grazielle Serafim dos Santos, Thaíris Ferreira de Arruda, Érika 
de Sousa Mendonça. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
– Apresentação Oral 
O século XXI se destaca por sua fluidez e efemeridade, ao que Bauman (2001) 
denomina como modernidade líquida. Uma das características que marca tal contexto é 
a velocidade com que informações são compartilhadas e multiplicadas, sem uma 
reflexão prévia, gerando expectativas e naturalizações de comportamentos. Neste 
sentido, destacamos a produção de discursos que especulam e reproduzem estereótipos 
de gênero elegendo, especialmente para as mulheres, uma série em comportamentos que 
 
 
 
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serviriam de validação de sua dignidade e respeito, mas que por sua vez tornariam 
excludentes algumas experiências de identidade de gênero e vivências livres em relação 
ao próprio corpo. Tais discursos criam regimes de verdade e geram expectativas de 
práticas e comportamentos sociais femininos que se perpetuam, ainda que em meio à 
liquidez de nossos tempos. Atentando ao modo como os discursos se engendram para 
perpetuar um sistema patriarcal e opressor, naturalizando violências e ações de 
humilhação e desrespeito, pretende-se abordar modos como a elocução cotidiana de 
determinadas opiniões implicam na banalização do sofrimento de mulheres, a partir de 
discursos que tolhem sua liberdade de escolha. O que se deseja é abordar como está 
encadeada, nestes discursos, a trivialidade da culpabilização da mulher pelas violências 
às quais são consternadas, das quais são vítimas, ao dialogar com a massificação destes 
discursos e sua mascarada violência, que está respaldada nas informações midiáticas e 
contribui para reproduzir e preservar desigualdades de gênero no mundo 
contemporâneo. Para tanto, procedermos a um estudo de revisão bibliográfica, 
associando à pesquisa informações coletadas em diferentes veículos de expressão, tais 
como poemas, músicas e filmes, a fim de exemplificar e tornar palpáveis as reflexões 
suscitadas. Intenciona-se, desse modo, dar visibilidade a discursos que se reproduzem 
cotidianamente no senso comum, observando as diferentes maneiras como afetam as 
experiências de vida das mulheres e investigando os aspectos que demarcam esses 
discursos em sua construção histórica e social. 
 
A ausência de Políticas de Saúde: Um olhar crítico acerca da Temática - Mulheres 
e Saúde Mental. 
Maria Eunice Figueiredo Guedes, Fabiana Lima da Silva, Cristianne Pinheiro Silva. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
– Apresentação Oral 
As diferenças sociais de gênero, classe, raça como determinantes sociais que são 
constroem desigualdades que se manifestam e criam assimetrias. A loucura como diz 
Amarante (2010) e Burin (1987) se coadunam com essas diferenças que acabam 
provocando a exclusão social e ferindo direitos. No caso das mulheres essas assimetrias 
e desigualdades se articulam no campo da vida afetiva, reprodutiva e no trabalho 
provocando situações cada vez mais presentes de processos de depressão, uso e abuso 
de álcool e drogas e relações de violência que hoje se encontram no cenário dos 
atendimentos da saúde pública na Amazônia provocando respostas por parte do Estado e 
justiça de internação em lugar de se pautar no campo das Políticas Públicas por um 
investimento em ações estruturantes que tratem desses condicionantes sociais para 
promover a equidade entre homens e mulheres. Esse trabalho traz a pauta esses 
determinantes e indicadores que apontam que no século XXI a depressão está sendo 
cada vez um fenômeno social e este aponta não necessariamente somente para questões 
das estruturas subjetivas e individuais das mulheres mas sim por meio de que as 
condições afetivas e sociais em que estas se encontram estão moldando esses crescentes 
indicadores de processos depressivos. 
 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
 
A diversidade na clínica: dialogando acerca das práticas profissionais no campo da 
saúde mental. 
Jarissa Porto dos Santos, Jarissa Porto dos Santos, Ana Paula Pereira Barbosa, Anne 
Sulivan Lopes da Silva Reis, Maria Thereza Ávila Dantas Coelho. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
– Apresentação Oral 
Este trabalho visa problematizar sobre como as concepções de gênero, sexualidade e 
raça influenciam as práticas de profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial 
Infanto-Juvenil (CAPSia) da cidade de Salvador, Bahia. Consideramos que a saúde não 
pode ser reduzida à ausência de doença e a saúde mental não pode ser restringida ao 
sofrimento psíquico enquanto resultante exclusivo de fatores biológicos. Nessa 
perspectiva, este é um fenômeno de múltiplas e complexas determinações, que 
envolvem fatores biológicos, psicológicos e sociais. Estudiosos do campo da saúde 
mental asseguram, por exemplo, que há relação entre experiências de racismo e maior 
risco de manifestação ou agravamento de problemas mentais, dado a constatação de um 
número significativo de casos de depressão e de angústia psicológica entre vítimas 
desse tipo de discriminação. As expressões de gênero e sexualidade têm tido também 
grande investimento em pesquisas que afirmam o quanto fugir às regras do constructo 
social dessas expressões causa sofrimento. Há uma forte imagem projetada de desordem 
que orienta representações de sexualidade que burlam as regras. Neste sentido, em 
grande medida profissionais de saúde atuam no exercício de normatizá-la, configurando 
o que Foucault nomeou como dispositivo da “psiquiatrização do prazer”. Tal 
perspectiva caracteriza os sujeitos enquanto “anormais” e é conforme o processo de 
medicalização da vida. Nessa direção, na vivência em um CAPSia, percebemos o 
quanto esses temas têm sido ora silenciados, em alguns momentos, ora manejados de 
maneira preconceituosa por alguns profissionais em suas práticas de cuidado. O respeito 
e a valorização da diversidade racial, de sexualidade e gênero são elementos necessários 
para um diálogo democrático acerca de tais experiências cotidianas. 
 
A escola como cenário do diálogo sobre saúde sexual: Uma troca horizontal. 
Jéssica Rodrigues Correia e Sá, Jéssica Rodrigues Correia e Sá, Dinaê Espindola 
Martins, Larissa Coradine, Ricardo Lugon Arantes. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
– Apresentação Oral 
A adolescência é considerada uma fase de experiências e descobertas em que o 
indivíduo passa por mudanças no seu comportamento individual e coletivo, o que tem 
exposto muitos adolescentes a riscos físicos, psíquicos e sociais. Sendo assim, o Centro 
de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) junto com a Unidade de Saúde da Família 
(USF), localizado no município de Novo Hamburgo/RS propuseram-se a desenvolver 
ações educativas em uma turma do oitavo ano em uma escola estadual do território.Objetivo: Criar um espaço de fala e escuta dos adolescentes de forma participativa 
através de conversas em grupo baseado nas demandas e necessidades trazidas no qual se 
destacou a saúde sexual e reprodutiva. Metodologia: Junto aos educadores da escola 
uma turma do oitavo ano foi indicada para participar das atividades. No primeiro 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
encontro surgiu a chuva de ideias em que os adolescentes levantaram os temas que 
gostariam de discutir, sendo os temas de maior interesse sexualidade, gravidez precoce, 
doenças sexualmente transmissíveis e outros temas voltados para a saúde sexual. Esses 
temas demandaram de cinco encontros desenvolvidos juntos com a educadora da turma, 
duas Residentes em Saúde Mental Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul, uma enfermeira e 15 adolescentes com faixa etária variando de 13 a 15 anos de 
idade. As atividades foram sendo planejadas em conjunto de acordo com as propostas 
trazidas pelos adolescentes, utilizando materiais demonstrativos, dinâmicas e outros 
meios de interação. Resultados: Os alunos foram bastante participativos e trouxeram 
bastantes colaborações para os encontros. Em alguns momentos pode-se perceber que os 
meninos apresentavam-se mais imaturos para as conversas, porém interessados. O 
diálogo, as dúvidas e questionamentos se encontraram em todos os encontros, a 
linguagem utilizada foi clara, direta e popular facilitando a integração do grupo. A 
escola se mobilizou com os encontros fazendo deles parte integrante da disciplina que 
ocorria no horário, no caso ensino religioso. Frente aos encontros percebe-se que a 
escola é um espaço que promove o conhecimento no qual os jovens expressam suas 
dúvidas, medos e sentimentos. Assim, os profissionais da rede de atenção aos 
adolescentes devem atentar para essa articulação saúde e educação, desconstruindo a 
ideia de que a educação sexual na escola é marcada pelo campo de ciências biológicas e 
naturais, priorizando ensinamentos que envolvem as questões do corpo e seu 
funcionamento, desarticulada com os interesses específicos dos próprios adolescentes. 
 
A Experiência de Homens e Mulheres Diagnosticados/as com a Doença Mental. 
Tahiana Meneses Alves. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
– Apresentação Oral 
Este trabalho visa analisar – através de uma perspectiva sociológica - de que modos o 
género, enquanto marcador sociocultural está presente nos processos de saúde mental e 
sofrimento psíquico. Mais exatamente, pretende-se analisar como os valores e relações 
de género aparecem na experiência de homens e mulheres em sofrimento psíquico e 
usuários/as de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em Parnaíba, Brasil. 
Desde a década de 1970, a Reforma Psiquiátrica apresenta mudanças no modelo de 
atenção à saúde mental no Brasil. A Reforma caminha no sentido inverso da redução 
das políticas sociais do Estado e requer uma sociedade mais inclusiva (TENÓRRIO, 
2002). Aclamando este processo, foi regulamentada a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 
2001, a “Lei Paulo Delgado” ou “Lei da Reforma Psiquiátrica”, que visa regulamentar 
os direitos das pessoas com transtornos mentais e extinguir progressivamente os 
manicómios. Contudo, se a lei 10.216 e outras medidas visam humanizar os serviços de 
saúde mental no Brasil, algumas singularidades relativas à heterogeneidade do grupo de 
pessoas com doença mental não foram contempladas, como, por exemplo, a diversidade 
de diagnósticos e as diferenças de género de utilizadores/as. Verifica-se uma indiferença 
relativamente às desigualdades de género no campo da saúde mental, que está presente 
nas ações orientadas para o redirecionamento dos serviços e também nas políticas de 
reinserção social dos/as utilizadores/as (Amaral, 2011). As investigações sobre género e 
saúde mental surgem, sobretudo, nos anos 1970, com a ascensão da segunda vaga dos 
movimentos feministas (Annandale e Clarke citadas por Sacristán, 2009). Foram 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
académicas feministas britânicas e norte-americanas que começaram a estudar como as 
diferenças de género influenciavam a saúde mental das mulheres. As principais críticas 
dessas estudiosas dirigiram-se ao caráter patriarcal e aos preconceitos sexistas da 
psiquiatria nos seus próprios países (Sacristán, 2009). Trabalhos como o de Busfield 
(1996) e, no Brasil, o de Santos (2008) já revelaram questões sociais e existenciais onde 
as relações de género, em cruzamento com categorias como a classe, a religião, a etnia, 
a faixa etária, etc., se mostram fundamentais na compreensão da vivência com o 
sofrimento psíquico. A introdução da perspectiva de género “supõe um avanço 
qualitativo frente às abordagens tradicionais, que se caracterizavam pela generalização e 
tendência a conceptualizar todas as pessoas com doenças mentais como um grupo 
indiferenciado e uniforme, cuja problemática se podia universalizar” (Sacristán, 2009: 
653). Assim, questiona o caráter histórico e ideológico do englobamento da loucura 
pelo discurso psiquiátrico que selecionam certos ‘dados’, dando-lhes um caráter a-
histórico e natural. 
 
Ações de prevenção ao uso de substâncias psicoativas para pessoas com 
deficiência: vivência em uma escola no interior de Pernambuco. 
Juliana Gomes de Barros, Fabiana Bezerra da Silva, Glícia Maria de Oliveira, 
Fernanda Jorge Guimarães. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
- Apresentação Oral 
O consumo abusivo de substâncias psicoativas ocasiona um grave problema de saúde 
pública, sendo esta situação observada cada vez mais precocemente. A fase da 
adolescência é marcada por diversas modificações, o que favorece a vulnerabilidade 
para o jovem deixar-se influenciar por amigos e a curiosidade em experimentar algo 
novo, tal comportamento não é distinto para com os deficientes. O ambiente escolar é 
multicultural e concentra um grande número de adolescentes, o que muitas vezes 
favorece o contato com as substâncias por incentivo dos próprios colegas. É possível 
observar a necessidade de desenvolver ações de prevenção ao uso de substâncias 
psicoativas entre estudantes acometidos por algum tipo de deficiência, com intuito de 
proporcionar a construção de novos saberes em relação a temática. Objetivo: Relatar a 
experiência de graduandos vinculados a um projeto de extensão sobre as práticas de 
prevenção ao uso de substâncias psicoativas realizadas com estudantes com deficiência 
em uma escola no interior de Pernambuco. Método: Trata-se de um relato de 
experiência realizado a partir de ações desenvolvidas em um projeto de extensão, o 
grupo é formado por docentes e discentes do curso de Enfermagem do referido Centro. 
O público foram alunos com deficiência de uma escola voltada para educação especial 
no interior de Pernambuco. Várias abordagens foram utilizadas para as práticas de 
promoção da saúde, como dinâmicas, rodas de discussão, momento em que os próprios 
alunos revelaram suas experiências, e como apoio didático também se utilizou materiais 
como gravuras, massa de modelar, vídeos e jogos. As atividades aconteceram do mês de 
março a novembro de 2014. Resultados: Observou-se através de experiências relatadas 
pelos participantes que a problemática do uso de substâncias psicoativas está presente 
em sua realidade, tendo alguns estudantes contato com substâncias lícitas e ilícitas, ou 
vivência com familiares usuários. No decorrer das atividades, foi possível perceber um 
interesse mais acentuado dosalunos na busca de informações quanto ao assunto tratado, 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
o que resultou em participação mais ativa e encontros mais produtivos. Durante o 
período de realização das atividades do projeto, houveram mudanças no calendário 
escolar, o que dificultou a execução do planejamento do projeto para conclusão das 
atividades. Conclusão: O uso abusivo de substâncias psicoativas pode resultar em 
problemas irreversíveis tanto para os adolescentes deficientes que são usuários como 
consequentemente para seus familiares ou cuidadores. Assim, a realização d atividades 
preventivas torna-se essencial para evitar danos à saúde. A prática possibilitou aos 
graduandos uma construção coletiva de conhecimento, enriquecendo a formação 
acadêmica e profissional. 
 
Candomblé: Uma Comunidade Terapêutica Ancestral Africana. 
Kelma Luzia Nunes Otaviano. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
- Apresentação Oral 
O Candomblé é uma Religião de base ancestral africana criada no Brasil no período 
diaspórico que exerceu fundamental papel no processo de resistência e luta contra o 
escravismo perverso, criando um território geográfico/simbólico de refazimento de 
laços afetivos com a mãe África, de pertencimento identitário das subjetividades e do 
resguardo de valores civilizatórios africanos num contexto de violação total aos direitos 
humanos. O terreiro como ficou denominado o espaço mítico-religioso do Candomblé é 
território da memória ancestral africana e de afirmação de direitos humanos (vida, 
liberdade, alimento, saúde, educação, moradia) para Ser/Estar no mundo. No Terreiro 
aprende-se pela tradição oral, pelo observar/fazer dos mais velhos que de forma 
gradativa/circular ensina os mais novos sem pressa, pois se sabe que o conhecimento é 
condição de continuidade das novas gerações. Fundamentalmente aprende-se a respeitar 
a individualidade do outro e a sua condição de ser filho de Órìxà, Ser irmão, Ser pai, Ser 
mãe, Ser família, Ser comunidade/sociedade. Aprende-se a importância do ato de 
alimentar-se dos recursos da natureza, do animal e do vegetal e somente retirar da 
mesma a que for necessária para o momento. Não se importuna a natureza sem que haja 
necessidade para isso. Assim aprende-se a viver de forma respeitosa com a natureza 
para que outro Direito possa emergir, ou seja, o Direito à Saúde. Não há Direito à Saúde 
sem respeito ético pela natureza. Porque sem natureza não há vida, sem natureza não há 
alimento, sem a natureza não há saúde, não há Candomblé. O Terreiro como espaço 
promotor de vida e saúde em sua forma ampliada e integral reconhece que a degradação 
da natureza é uma violação ao Direito à vida. Da natureza vêm todos os elementos 
necessários para que se possa existir, vem todas as condições para que se possa acolher 
e cuidar das pessoas, de seus sofrimentos físicos e mentais. Saúde na concepção do 
terreiro é o fortalecimento da força vital do corpo/alma da pessoa e da natureza, que se 
denomina Àse. O enfraquecimento da mesma resulta em adoecimentos físico-mentais 
no ser humano e o surgimento de problemas climáticos e ambientais com o uso abusivo 
dos recursos naturais (enchentes, desmatamentos, etc.), advindos do modelo capitalista 
que gera o enfraquecimento do Àse da natureza e das pessoas pelo estilo de vida 
pautado na concorrência, no egoísmo, na segregação, na exclusão e no desrespeito à 
natureza. O Terreiro nessa dinâmica societária tem papel essencial como espaço 
terapêutico de refazimento de Àse e defensor incondicional da natureza e do Direito à 
vida. 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
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Cirurgia bariátrica: De uma questão de saúde à imposição de ideais estéticos. 
Jamille Cavalcante de Oliveira, Ronaldo Rodrigues Pires. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
– Apresentação Oral 
A cirurgia bariátrica, procedimento indicado para a perda de peso em pessoas com 
obesidade mórbida, é um escolha muitas vezes motivada por questões que vão para 
além de aspectos da saúde física. O preconceito sofrido por aqueles que não se 
enquadram nos padrões estéticos, impostos por uma sociedade que impõe a lógica do 
consumo aos corpos, é uma realidade que se coloca no dia a dia de quem convive com a 
obesidade. É o corpo e a imagem do corpo que ocupam lugar central na vida do homem 
moderno em sua relação com o mundo, e o indivíduo obeso é visto como relaxado, feio, 
culpado por sua condição e, por conseguinte, marginalizado. Tais aspectos são com 
frequência observada nos discursos dos sujeitos que irão realizar a cirurgia, que 
representa para muitos deles a possibilidade de inclusão no mercado de trabalho, de 
participação na vida familiar, de passar a viver com mais saúde e livrar-se do 
preconceito. Nesse sentido, objetiva-se com este trabalho relatar a realidade vivenciada 
pela estudante no programa de cirurgia bariátrica de um Hospital Geral da cidade de 
Fortaleza, discutindo acerca da realidade de exclusão que enfrenta a pessoa obesa e os 
sentidos que ela constrói para seu corpo. Foram realizadas observações e intervenções 
nos atendimentos individuais e nas reuniões de grupo, atividades conduzidas pela 
psicóloga e preconizadas pelo programa, no período de fevereiro a abril de 2015. O 
programa conta com uma equipe de profissionais que inclui cirurgiões, cardiologistas, 
enfermeiras, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, dentre 
outros. No que tange ao trabalho realizado pela psicologia, percebeu-se a importância de 
dar espaço para que as pessoas pudessem falar dos significados que construíram para 
seus corpos e para as relações que estabelecem com estes. Tais aspectos mostraram-se 
essenciais para uma compreensão do papel que a cirurgia representa em suas vidas, e 
que por vezes envolve ideias fantasiosas e afastadas da realidade. Além disso, questões 
como a dificuldade de conseguir emprego, de locomover-se utilizando o transporte 
público, de comprar roupas com as quais se sintam bem e de perceberem-se inclusos em 
círculos sociais apareceram com frequência na fala destas pessoas, o que demonstra a 
existência de um padrão social excludente para corpos não magros e que resulta no 
sofrimento psíquico destes sujeitos. Por fim, percebeu-se a importância fundamental da 
psicologia como um dos saberes atuantes no programa, já que a obesidade é perpassada, 
tanto em suas causas quanto nas consequências que gera, por questões do âmbito 
psíquico, da história de vida de cada sujeito e dos sentidos construídas ao longo de suas 
experiências na realidade que os cerca. 
 
 
 
 
Anais do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental realizado pela Associação Brasileira 
de Saúde Mental – ABRASME, em João Pessoa/Paraíba, no período de 04 a 06 de junho de 2015. 
 ISSN: 1984-2147 
 
 
Construindo intervenção em saúde mental com comunidades tradicionais. 
Maria Eunice Figueiredo Guedes, Carlos Joaquim Barbosa da Rocha, Joyce Wylla 
Andrade Almeida, Thaynara Cristina da Silva Amorim, Yanara Caroline Nazare 
Mendes. 
 
Eixo: Direito às diversidades e o desafio do diálogo democrático 
- Apresentação Oral 
É necessário considerar no contexto da promoção e prevenção da saúde fatores como: 
migração; urbanização e mudanças sociais; transtornos na organização familiar e; 
tecnologia da vida cotidiana. O Ministério da Saúde - MS, por meio do Sistema Único 
de Saúde - SUS, junto com as Instituições de Ensino Superior devem articular formação 
inicial e continuada dos profissionais

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